1) O documento descreve a Inquisição como um tribunal criado pela Igreja Católica para julgar e punir hereges, ou seja, aqueles que se opunham à doutrina católica.
2) A Inquisição usava métodos cruéis de tortura para obter confissões, como queimar partes do corpo com ferro em brasa.
3) Ao longo de séculos, a Inquisição executou milhares de hereges, incluindo os valdenses, em fogueiras ou por estrangulamento.
2. Santo Ofício ou Santa Inquisição
Matar ! Durante muito tempo essa foi a principal ordem dentro da
"Igreja" Católica Romana ! Homens, mulheres, crianças, cristãos,
bruxos e todos aqueles que ousavam contrariar a doutrina da fé
católica pagavam o preço da ousadia com a vida !
Talvez, você pratique tal religião e gostaríamos de fazer uma
pergunta logo aqui no começo da matéria mas que você possa
responder tão somente quando terminar de ler completamente essas
linhas que certamente abrirão as mentes de muitas pessoas, que
mesmo hoje, ainda praticam uma das religiões mais demoníacas que
existe. Você, inteligente que é, pois DEUS nos fez assim, sente-se
bem no meio de um ambiente, onde seus líderes fizeram tanto mal
contra a humanidade? Participar de uma missa é participar de uma
instituição que ceifou sem pena a vida de milhares e milhares de
pessoas. Será que é certo participar de uma instituição assassina?
DEUS gosta disso? DEUS mandaria matar? DEUS fundaria uma
instituição que mandaria para a fogueira seres humanos inocentes?
DEUS se alegrou ao ver pessoas sendo queimadas, estranguladas,
enforcadas? Responda essas perguntas a si mesmo !
Nós Evangélicos temos um DEUS totalmente diferente do deus do
catolicismo, o nosso DEUS se manifestou na terra, pagou um preço
que nós teríamos que pagar, perdoou pecados, levou luz aos que nas
trevas vagueavam e é por amor a esse DEUS que nós Cristãos
mostramos, sem medo de perseguição, a verdade sobre a instituição
mais satânica da face da terra: "Igreja" Católica !
Vale lembrar que estamos realizando estudos sob a visão da própria
história e, não foram os Evangélicos que escreveram a história. Vale
lembrar também que a história da inquisição estará sempre como
uma pedra no sapato do catolicismo e nós mostramos os fatos
ocorridos, não mencionamos pessoas que professam a religião
católica, essas, nada devem dos atos de seus líderes assassinos.
Somos contra o catolicismo, não contra católicos.
Este trabalho é um esboço, um ensaio, um estudo, em que
condensamos diversos fatos relacionados com a INQUISIÇÃO. O
assunto, de tão vasto, não se esgota nestas páginas.
As dificuldades enfrentadas pela Igreja de Cristo através dos séculos
devem ser conhecidas por todos os cristãos. Os católicos precisam
conhecer a história negra de sua "igreja". Os evangélicos não devem
esquecer os heróis da fé, os homens que, com ousadia, romperam
com as tradições, com o poder eclesiástico de sua época, e ajudaram
3. a vitoriosa Igreja do Senhor Jesus, livre do poder papal, submissa a
Jesus, e tendo a Bíblia Sagrada como única regra de fé e prática.
Conhecer um pouco dos horrores dos tribunais eclesiástico é
descobrir o quão difícil foi a caminhada até os dias atuais. Os
alicerces de nossa fé ficam mais fortalecidos quando nos miramos no
exemplo de nossos irmãos do passado, "atribulados mas não
angustiados; perplexos, mas não desanimados, perseguidos, mas não
desamparados; abatidos, mas não destruídos", pois "BEM-
AVENTURADOS SOIS VÓS, QUANDO VOS INJURIAREM E PERSEGUIREM E,
MENTINDO, DISSEREM TODO O MAL CONTRA VÓS POR MINHA CAUSA"
(Mateus 5.11).
A lista dos mártires e perseguidos parece não ter fim. A Igreja
Católica estava disposta a vigiar e manter sob seu domínio todo o
universo do pensamento humano. Qualquer um que ousasse defender
suas idéias - científicas, religiosas, ou em qualquer área, em
desacordo com a interpretação do Vaticano, era considerado um
herético, e, por isso, por esse crime, julgado e condenado. Era quase
impossível aos hereges se livrarem da tortura e da fogueira.
Pelo modo cruel como os Cristãos foram massacrados; pela forma
cruel com que subjugaram alguns, sob tortura; em razão dos milhões
que perderam a vida nas Cruzadas, nas fogueiras ou de outras
maneiras, e por muitas outras práticas assassinas e injustas usadas no
decorrer de vários séculos de INQUISIÇÃO, não vacilamos em afirmar
que esse monstruoso Santo Ofício foi UM CRIME CONTRA A
HUMANIDADE... todavia, um crime que não mais se repetirá, NUNCA
MAIS.
O AUTOR
INQUISIÇÃO: SIGNIFICADO E OBJETIVO
Também chamada de Santo Ofício, INQUISIÇÃO era a designação dada
a um tribunal eclesiástico, vigente na Idade Média e começos dos
tempos modernos. Esse Tribunal, instituído pela Igreja Católica
Romana, tinha por meta prioritária julgar e condenar os hereges. A
palavra "herege" significa aquele que escolhe, que professa doutrina
contrária ao que foi definido pela "Igreja" Católica como sendo
matéria de fé. Então, todos os que se rebelavam contra a autoridade
papal ou faziam qualquer espécie de crítica à Igreja de Roma eram
considerados hereges. INQUISIÇÃO é o ato de INQUIRIR: indagar,
investigar, pesquisar, perguntar, interrogar judicialmente. Os
4. hereges seriam os "irmãos separados", os "protestante", os "Cristãos",
os "Crentes", os "Evangélicos" de hoje.
Em suma, a INQUISIÇÃO foi um tribunal eclesiástico criado com a
finalidade de investigar e punir os crimes contra a fé católica. Da
Enciclopédia BARSA, vol 7, pags. 286-287 extraímos o seguinte: "
Heresia, no sentido geral é uma atitude, crença ou doutrina, nascida
de uma escolha pessoal, em oposição a um sistema comumente
aceito e acatado. É uma opinião firmemente defendida contra uma
doutrina estabelecida. A "Igreja" Católica, no seu Direito Canônico,
estabelece uma distinção entre heresia, apostasia e cisma. Assim diz
este documento: "Depois de recebido o batismo, se alguém,
conservando o nome de católico, nega algumas das verdades que se
devem crer com fé "divina" e católica ou dela duvida, é HEREGE. Se
afasta-se totalmente da fé Católica, é APÓSTATA. Se recusa
submeter-se ao "Sumo Pontífice" (o Papa) ou tratar com os membros
da Igreja aos quais está sujeito, é CISMÁTICO" (Direito Canônico
1.325, párag. 2). Então, por esse raciocínio e decreto de Roma, os
milhões de crentes/evangélicos/cristãos no mundo são hereges e
cismáticos porque negam as "verdades" da fé católica, não se
submetem ao "Sumo Pontífice", e só reconhecem Jesus Cristo como
autoridade máxima da Igreja Cristã, diferentemente da fé católica.
De acordo com o que foi noticiado em janeiro/98 pelos jornais, a
"Igreja" Católica Romana resolveu abrir os arquivos do Santo Ofício ou
Inquisição, colocando-os à disposição dos pesquisadores. Nesses
arquivos constam 4.500 obras sob fatos e julgamentos de quatro
séculos da "Igreja" Católica, conforme noticiado. A abertura desses
processos é de muita valia para os pesquisadores, historiadores e
interessados em conhecer um pouco mais do passado negro da
"Igreja" de Roma. Nem por isso a humanidade deixou de conhecer as
crueldades, as chacinas, o extermínio, as torturas que tiraram a vida
de milhões de hereges. Os arquivos do Vaticano vão mostrar,
certamente, com mais detalhes, como foram conduzidos os processos
sumários e quais os métodos usados para obter confissões e
retratações. Todavia, a guarda a sete chaves dessas informações não
impediu que o mundo tomasse conhecimento dos crimes cometidos
pelos tribunais inquisitórios. A História não pode ser apagada.
5. Início das perseguições
Embora a Inquisição tenha alcançado seu apogeu no século XIII, suas
origens remontam ao século IV:
o herege espanhol Prisciliano foi condenado à morte pelos
bispos espanhóis no ano de 1385;
no século X muitos casos de execuções de hereges, na fogueira
ou por estrangulamento;
em 1198 o Papa Inocêncio III liderou uma cruzada contra os
"ALBIGENSES" (hereges do sul da França), com execuções em
massa;
em 1229, no Concílio de Tolouse, foi oficialmente criada a
Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício, sob a liderança do Papa
Gregório IX;
em 1252, o Papa Inocêncio IV publicou o documento intitulado
"AD EXSTIRPANDA", em que vociferou: "os hereges devem ser
esmagados como serpentes venenosas". Este documento foi
fundamental na execução do diabólico plano de exterminar os
hereges. As autoridades civis, sob a ameaça de excomunhão no
caso de recusa, eram ordenadas a queimar os hereges. O "AD
EXSTIRPANDA" foi renovado ou reforçado por vários papas, nos
anos seguintes: Alexandre IV (1254-1261); Clemente IV (1265-
1268), Nicolau IV (1288-1292); Bonifácio VIII (1294-1303) e
outros. Inocêncio IV autorizou o uso da tortura.
Os Métodos de tortura
No seu "Livro das Sentenças da Inquisição" (Liber Sententiarum
Inquisitionis) o padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis,
1261-1331), "um dos mais completos teóricos da Inquisição",
descreveu vários métodos para obter confissões dos acusados,
inclusive o enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro". Usava-
se, dentre outros, os seguintes processos de tortura: a manjedoura,
para deslocar as juntas do corpo; arrancar unhas; ferro em brasa sob
várias partes do corpo; rolar o corpo sobre lâminas afiadas; uso das
"Botas Espanholas" para esmagar as pernas e os pés; a Virgem de
Ferro: um pequeno compartimento em forma humana, aparelhado
com facas, que, ao ser fechado, dilacerava o corpo da vítima;
suspensão violenta do corpo, amarrado pelos pés, provocando
6. deslocamento das juntas; chumbo derretido no ouvido e na boca;
arrancar os olhos; açoites com crueldade; forçar os hereges a pular
de abismos, para cima de paus pontiagudos; engolir pedaços do
próprio corpo, excrementos e urina; a "roda do despedaçamento
funcionou na Inglaterra, Holanda e Alemanha, e destinava-se a
triturar os corpos dos hereges; o "balcão de estiramento" era usado
para desmembrar o corpo das vítimas; o "esmaga cabeça" era a
máquina usada para esmagar lentamente a cabeça do condenado, e
outras formas de tortura.
Com a promessa de irem diretamente para o Céu, sem passagem pelo
purgatório, muitos homens eram exortados pelos inquisidores para
guerrearem contra os hereges. No ano de 1209, em Beziers (França),
60 mil foram martirizados; dois anos depois, em Lauvau (França), o
governador foi enforcado, sua mulher apedrejada e 400 pessoas
queimadas vivas. A carnificina se espalhou por outras cidades e
milhares foram mortos. Conta-se que num só dia 100.000 hereges
foram vitimados.
Depois de acusados, os hereges tinham pouca chance de
sobrevivência. Geralmente as vítimas não conheciam seus
acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até crianças. O
processo era sumário. Ou seja: rápido, sem formalidades, sem direito
de defesa. Ao réu a única alternativa era confessar e retratar-se,
renunciar sua fé e aceitar o domínio e a autoridade da "Igreja"
Católica Romana. Os direitos de liberdade e de livre escolha não
eram respeitados. A "Igreja" de Roma, sob o pretexto de que detinha
as chaves dos céus e do inferno e poderes para livrar as almas do
purgatório e perdoar pecados, pretendia ser UNIVERSAL, dominar as
nações mediante pressão sob seus governantes e estabelecer seus
domínios por todo o Planeta.
Crueldade e Matança
A seguir, um relato sucinto do extermínio de hereges.
A matança dos valdenses - Um dos primeiros grupos organizados a
serem atormentados foram os valdenses. Valdenses eram chamados
"os membros da seita, também chamada Pobres de Lião, fundada
pelo mercador Pedro Valdo por volta de 1170, na França. Inspirada na
pobreza evangélica, repudiava a riqueza da "Igreja" Católica". O
7. grupo organizado por Pedro Valdo, um rico comerciante, cria que
todos os homens tinham o direito de possuir a Bíblia traduzida na sua
própria língua. Acreditavam, também, que a Bíblia era a autoridade
final para a fé e para a vida. Os valdenses se vestiam com
simplicidade - contrapondo-se à luxúria dos sacerdotes católicos - ,
ministravam a Ceia do Senhor e o Batismo, e ordenavam leigos para a
pregação e ministração dos sacramentos. "O grupo tinha seu próprio
clero, com bispos, sacerdotes e diáconos". Tal liberdade não era
admitida pela "Igreja" Católica porque não havia submissão ao Papa e
aos seus ensinos. Os valdenses possuíam a Bíblia traduzida na sua
língua materna, o que facilitou a pregação da Palavra. Outros grupos
sucumbiram diante das ameaças e castigos impostos pelos
romanistas. Os valdenses, todavia, resistiram. Na escuridão das
cavernas, cada versículo era copiado, lido e ensinado. Na Bíblia
encontraram a Luz - uma luz forte que inunda corpo, alma e
espírito... uma luz chamada Jesus. Os valdenses foram, certamente,
os primeiros a se organizarem como igreja naquela região, formar seu
próprio clero e enviar missionários para outras regiões na França e
Itália. Tudo com muito sacrifício e sob implacável perseguição.
Essa liberdade de ação motivou os líderes romanos a adotarem
medidas duras contra a "seita". Uma bula papal classificou os
valdenses como hereges e, como tal, condenados à morte. A única
acusação contra eles era a de que "tinham uma aparência de piedade
e santidade que seduzia as ovelhas do verdadeiro aprisco". Uma
cruzada foi organizada contra esse povo santo. Como incentivo, a
"Igreja" prometia perdão de todos os pecados aos que matassem um
herege, "anulava todos os contratos feitos em favor deles (dos
valdenses), proibia a toda a pessoa dar-lhe qualquer auxílio, e era
permitido se apossar de suas propriedades por meio de violência".
Não se sabe quantos valdenses morreram nas Cruzadas. Sabemos,
portanto, que esses obstinados cristãos fincaram os alicerces da
Reforma que viria séculos depois.
O MASSACRE DE SÃO BARTOLOMEU
Os católicos franceses apelidavam de "huguenotes" os protestantes.
Uma designação depreciativa. Já fomos tratados de huguenotes,
hereges, heréticos, protestantes, cristãos novos, irmãos separados,
etc. Mas o Pai nos chama de FILHOS.
O massacre de São Bartolomeu ou a Noite de São Bartolomeu ficou
conhecido como "a mais horrível entre as ações diabólicas de todos os
séculos". Com a concordância do Papa Gregório XIII, o rei da França,
Carlos IX, eliminou em poucos dias milhares de huguenotes. A
8. matança iniciou-se na noite de 24/08/1572, em Paris, e se estendeu
a todas as cidades onde se encontravam Crentes. Segundo Ellen G.
Write, em seu Livro "O GRANDE CONFLITO", foram martirizados cerca
de setenta mil nesse massacre. "Quando a notícia do massacre
chegou a Roma, a alegria do clero não teve limites. O cardeal de
Lorena recompensou o mensageiro com mil coroas; o canhão de Santo
Ângelo reboou em alegre salva; os sinos dobraram em todos os
campanários; e o Papa Gregório XIII, acompanhado dos cardeais e
outros dignitários eclesiásticos, foi, em longa procissão, à "igreja" de
S.Luís, onde o cardeal de Lorena cantou o Te Deum. Um sacerdote
falou "daquele dia tão cheio de felicidade e regozijo, em que o
"santíssimo" padre recebeu a notícia e foi em aparato solene dar
graças a "deus" e a S.Luís".
Para comemorar e perpetuar na memória dos povos esse horrendo
massacre, por ordem do Papa Gregório XIII foi cunhada uma moeda,
onde se via a figura de um anjo com a espada numa mão e, na outra,
uma cruz, diante de um grupo de horrorizados huguenotes. Nessa
moeda comemorativa lia-se a seguinte inscrição: "UGONOTTORUM
STANGES, 1572" ("A MATANÇA DOS HUGUENOTES, 1572").
Em seu livro "OS PIORES ASSASSINOS E HEREGES DA HISTÓRIA", o
historiador e pesquisador cearense Jeovah Mendes, à pág. 238, assim
registra a fatídica Noite de S.Bartolomeu: "Papa Gregório XIII (Ugo
Buoncompagni) (1502-1585) - Em irreprimível ritmo acelerado
recrudescia o ódio contra os crentes em rumo de um trágico
desfecho. O cardeal de Lorena, com a aprovação e bênção pontifícia
de Gregório XIII, engendrou o mais horrível banho de sangue por
motivos religiosos em toda a História da França ou de qualquer nação
do mundo. Consumou-se o projeto assassino aos 24 de agosto de
1572, a inqualificável NOITE DE S.BARTOLOMEU, sendo nesse macabro
festival de sangue, morto o impetérrito Coligny, mártir do Evangelho
e honra de sua Pátria. Como troféu da bárbara carnificina, a cabeça
de Coligny fora remetida ao "sumo pontífice" Gregório XIII. (Maurício
Lachatre, História dos Papas, vol. IV, pg. 68)".
O MASSACRE DOS ALBIGENSES - Albigenses eram os nascidos na cidade de
Albi, sul da França. Em 1198, por iniciativa do Papa Inocêncio III,
foram instituídos "Os Inquisidores da Fé contra os Albigenses". Esses
franceses foram considerados "hereges" porque seus ensinos
doutrinários não se alinhavam com os da "Igreja" de Roma. O
extermínio começou no ano de 1209 e se estendeu por 20 anos,
quando milhares de albigenses pereceram. Fala-se em mais de 20.000
mortos, entre homens, mulheres e crianças.
9. O MASSACRE DA ESPANHA - Tomás de Torquemada (1420-1498), espanhol,
padre dominicano, nomeado para cargo de grande-inquisidor pelo
Papa Sisto IV, dirigiu as operações do Tribunal do Santo Ofício
durante 14 anos. "Celebrizou-se por seu fanatismo religioso e
crueldade". De mãos dadas com os reis católicos, promoveu a
expulsão dos judeus da Espanha por édito real de 31/03/1492, tendo
estes o prazo reduzido de quatro meses para se retirarem do país sem
levar dinheiro, ouro ou prata. É acusado de haver condenado à
fogueira 10.220 pessoas, e cerca de 100.000 foram encarceradas,
banidas ou perderam haveres e fazendas. Tudo em nome da podre fé
católica.
O MASSACRE DOS ANABATISTAS - Grupo religioso iniciado na Inglaterra no
século XVI, que defendia o batismo somente de pessoa adulta. Por
autorização do Papa Pio V (1566-1572), cem mil foram exterminados.
O MASSACRE EM PORTUGAL - Diante dos insistentes pedidos de D. João III,
o Papa Paulo III introduziu, por bula de 1536, o Tribunal do Santo
Ofício em Portugal. As perseguições foram de tal ordem que o
comércio e a indústria na Espanha e em Portugal ficaram
praticamente paralisados. "As execuções públicas eram conhecidas
como autos-de-fé. No começo, funcionaram tribunais da Inquisição
nas diversas dioceses de Portugal, mas no século XVI ficaram apenas
os de Lisboa, Coimbra e Évora. Depois, somente o da capital do
reino, presidido pelo inquisidor-geral. Até 1732, em Portugal, o
número de sentenciados atingiu 23.068, dos quais 1.554 condenados
à morte. Na torre do Tombo, em Lisboa, estão registrados mais de
36.000 processos". Daí porque os 4.500 processos constantes dos
arquivos de terror do Vaticano - Os Arquivos do Santo Ofício -
recentemente liberados aos pesquisadores, não contam toda a
história da desumana Inquisição.
A INQUISIÇÃO EM CUBA - Não havia parte nenhuma no mundo onde os
Crentes ou estivessem livres para o exercício de sua fé. Partindo da
Europa, muitos procuraram refúgio nas Américas do Sul e Central, o
"Novo Mundo". Mas para cá também vieram os inquisidores. A
inquisição em Cuba iniciou-se em 1516 sob o comando de dom Juan
de Quevedo, bispo de Cuba, que, com requintes de maldade,
eliminou setenta e cinco Cristãos
10. A INQUISIÇÃO NO BRASIL - O padre Antônio Vieira (1608-1697), pregador
missionário e diplomata, defensor dos indígenas, considerado a maior
figura intelectual luso-brasileira do séc. 17 foi condenado por heresia
pelo Santo Ofício, e mantido em prisão por cerca de dois anos. O
brasileiro Antônio José da Silva, poeta e comediólogo, foi um dos
supliciados em autos-da-fé.
A Inquisição se instalou no Brasil em três ocasiões: Em 09/06/1591,
na Bahia, por três anos; em Pernambuco, de 1593 a 1595; e
novamente na Bahia, em 1618. Há notícia de que no século XVIII
Inquisição atuou no Brasil. Segundo o jornal "Mensageiro da Paz",
número 1334, de maio/1998, "cento e trinta e nove "pessoas foram
queimadas vivas, no Brasil, entre os anos de 1721 e 1777. Todos os
que confessavam não crer nos dogmas católicos eram sentenciados.
De acordo com os dados históricos, quase todos os cristãos-novos
presos no Brasil pela Inquisição, durante o século 18, eram brasileiros
natos e pertenciam a todas as camadas sociais. Praticamente a
metade dos prisioneiros brasileiros cristãos-novos no século 18 eram
mulheres. Na Paraíba, Guiomar Nunes foi condenada à morte na
fogueira em um processo julgado em Lisboa. A Inquisição interferiu
profundamente na vida colonial brasileira durante mais de dois
séculos. Um dos exemplos dessa interferência era a perseguição aos
descendentes de judeus. Os que estavam nessa condição podiam ser
punidos com a morte, confisco dos bens e na melhor das hipóteses
ficavam impedidos de assumir cargos públicos". A matéria do
Mensageiro da Paz foi assinada por Regina Coeli.
Do livro "BABILÔNIA: A RELIGIÃO DOS MISTÉRIOS" de Ralph Woodrow -
"As autoridades civis eram ordenadas pelos papas, sob pena de
excomunhão, a executarem as sentenças legais que condenavam os
hereges impenitentes ao poste. Deve-se notar que a excomunhão em
si mesma não era uma coisa simples, pois, se a pessoa excomungada
não se livrasse da excomunhão dentro de um ano, passava a ser
considerada herética, e incorria em todas as penalidades que
afetavam a heresia" (pág. 110). "A intolerância religiosa que incitou a
Inquisição, causou guerras que envolveram cidades inteiras. Em 1209
a cidade de Beziers foi tomada por homens que tinham recebido a
promessa do papa de que entrando na cruzada contra os hereges,
eles (os assassinos), ao morrerem, passariam direto para o céu,
desviando-se do purgatório. Reporta-se que sessenta mil, nesta
cidade, pereceram pela espada. Em Lavaur, em 1211, o governador
foi enforcado e a esposa lançada num poço e esmagada com pedras.
Quatrocentas pessoas foram queimadas vivas em Lavaur. Os cruzados
assistiram à missa solene pela manhã, em seguida passaram a tomar
outras cidades da área. Neste cerco estima-se que cem mil albigenses
11. (Cristãos) caíram em um só dia. Seus corpos foram amontoados e
queimados. No massacre de Merindol, quinhentas mulheres foram
trancadas em um celeiro ao qual atearam fogo. Se qualquer uma
pulasse das janelas seria recebida na ponta de lanças. Mulheres
foram ostensiva e dolorosamente violentadas. Crianças assassinadas
diante de seus pais. Algumas pessoas eram lançadas de abismos ou
arrancavam suas roupas e arrastavam-nas pelas ruas. Métodos
semelhantes foram usados no massacre de Orange em 1562. O
exército italiano, enviado pelo Papa Pio IV, recebeu ordem e matar
homens, mulheres e crianças. A ordem foi seguida com terrível
crueldade, sendo o povo exposto a vergonha e tortura indescritíveis.
Dez mil huguenotes (Cristãos) foram mortos no sangrento massacre
em paris no "Dia de São Bartolomeu", em 1572". (págs. 113-114).
Enciclopédia BARSA, vol. 8, pág. 30-31, edição 1977 - "Em 1229, no
Concílio de Tolouse, criou-se oficialmente a Inquisição ou Tribunal do
Santo Ofício. A partir deste momento, e sobretudo com o trabalho
dos frades dominicanos, foi-se precisando a legislação e
jurisprudência da Inquisição. O processo era sumário. O acusado
podia ignorar o nome do acusador. Mulheres, crianças e escravos
podiam ser testemunhas na acusação, mas não na defesa. Num destes
processos consta o nome de uma testemunha de dez anos e idade. O
padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331), um
dos mais completos teóricos da Inquisição, enumerou, no seu Liber
Sententiarum Inquisitionis ("Livro das Sentenças da Inquisição"),
vários processos para a boa obtenção de confissões, inclusive pelo
enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro."
E a história da "Santa" "igreja" católica não para por aí.
12. Do livro "OS PIORES ASSASSINOS E HEREGES DA HISTÓRIA, DE CAIM
A SADDAM HUSSEIN, do cearense Jeovah Mendes, edição 1997,
págs 249-250.
"Em toda a sua calamitosa história, a "Igreja" Católica nada mais
tem feito que perseguir o homem, sob o sofisma de agir em nome de
"Deus". Vejamos os morticínios que ela levou a efeito: As cruzadas à
Terra Santa custaram à humanidade o sacrifício de dois milhões de
vítimas; de Leão X a Clemente IX (papas) os sanguinários agentes do
catolicismo, que dominavam a França, a Holanda, a Alemanha, a
Flandes e a Inglaterra, realizaram a tenebrosa São Bartolomeu, de
que já falamos, degolando, massacrando, queimando mais de dois
milhões de infiéis, enquanto a Companhia de Jesus, obra do
abominável Inácio de Loyola, cometia as maiores atrocidades,
chegando mesmo a envenenar o Papa Clemente XIV. O seu agente S.
Francisco Xavier, em missão no Japão, imolava cerca de quatrocentos
mil nipônicos; as cruzadas levadas a efeito entre os indígenas da
América, segundo Las Casas, bispo espanhol e testemunha ocular de
perseguição e autos-de-fé, sacrificaram doze milhões de seres em
holocausto ao seu deus; a guerra religiosa que se seguiu ao suplício
do Padre João Huss e Jerônimo de Praga, contou mais de cento e
cinqüenta mil vidas imoladas à "Igreja" Romana; no século XIV, o
grande Cisma do Ocidente cobriu a Europa de cadáveres, dado que
nada menos de cinqüenta mil vidas foram o preço cobrado pela ira
papal; as cruzadas levadas a efeito a partir de Gregório VII (papa),
roubaram à Europa cerca de trezentos mil homens, assassinados com
requintes de selvageria; nas terras do Báltico, os frades cavaleiros,
além de uma devastação e pilhagem completa, ainda sacrificaram
mais de cem mil vidas; a imperatriz Teodora, dando cumprimento a
uma penitência imposta pelo seu confessor, fez massacrar cento e
vinte mil maniqueus, no ano de 845; as disputas religiosas entre
iconoclastas e iconólatras devastaram muitas províncias, resultando
ainda no sacrifício de mais de sessenta mil cristãos degolados e
queimados. A "Santa" Inquisição, na sua longa e tenebrosa jornada,
levou aos mais horrorosos suplícios, inclusive às fogueiras, algumas
centenas de milhares de pobres desgraçados; segundo o Barão
d´Holbach, a "Igreja" Católica Romana, pelos seus papas, bispos e
padres, é a responsável pelo sacrifício de cerca de dez milhões de
vidas. Que mais é preciso dizer"?
AS TENTATIVAS DE ALGEMAR A PALAVRA DE DEUS
13. A história dos massacres e perseguições perde-se no tempo. Quase
impossível para os historiadores é levantar o número exato ou
aproximado de vítimas da Inquisição. O banho de sangue começou na
Europa, mais precisamente em França, e se estendeu por países
vizinhos. Havia, por parte da "Igreja" de Roma, uma preocupação
constante com a propagação do Evangelho, com o conhecimento da
Palavra, com a tradução da Bíblia em outras línguas. Preocupação no
sentido de proibir. Só pelo fato de um católico passar a ler as
Escrituras estava sujeito a ser considerado um herege e, como tal,
ser excomungado e levado à fogueira. A Bíblia era, assim,
considerada um obstáculo às pretensões da "Igreja" de Roma, de
colocar todos os povos sob seus domínios. Muitos meios foram usados
para que a Bíblia ficasse restrita ao pequeno círculo dos sacerdotes,
dos padres, dos bispos e dos papas. Dentre as medidas para conter o
avanço da Palavra de Deus, estão as seguintes:
1) Em 1229, o Concílio de Tolouse (França), o mesmo que criou a
diabólica Inquisição, determinou: "Proibimos os leigos de possuírem o
Velho e o Novo Testamento... Proibimos ainda mais severamente que
estes livros sejam possuídos no vernáculo popular. As casas, os mais
humildes lugares de esconderijo, e mesmo os retiros subterrâneos de
homens condenados por possuírem as Escrituras devem ser
inteiramente destruídos. Tais homens devem ser perseguidos e
caçados nas florestas e cavernas, e qualquer que os abrigar será
severamente punido." (Concil. Tolosanum, Papa Gregório IX, Anno
Chr. 1229, Canons 14:2). Foi este mesmo Concílio que decretou a
Cruzada contra os albigenses. Em "Acts of Inquisition, Philip Van
Limborch, History of the Inquisition, cap. 08, temos a seguinte
declaração conciliar: "Essa peste (a Bíblia) assumiu tal extensão, que
algumas pessoas indicaram sacerdotes por si próprias, e mesmo
alguns evangélicos que distorcem e destruíram a verdade do
evangelho e fizeram um evangelho para seus próprios propósitos...
(elas sabem que) a pregação e explanação da Bíblia é absolutamente
proibida aos membros leigos".(grifo nosso).
2) No Concílio e Constança, em 1415, o santo Wycliffe, protestante,
foi postumamente condenado como "o pestilento canalha de
abominável heresia, que inventou uma nova tradução das Escrituras
em sua língua materna".
14. 3) O Papa Pio IX, em sua encíclica "Quanta cura", em 8 de
dezembro de 1866, emitiu uma lista de oito erros sob dez diferentes
títulos. Sob o título IV ele diz: "Socialismo, comunismo, sociedades
clandestinas, sociedades bíblicas... pestes estas devem ser destruídas
através de todos os meios possíveis".
4) Em 1546 Roma decretou: "a Tradição tem autoridade igual à da
Bíblia". Esse dogma está em voga até hoje, até porque existe o
dogma da "infalibilidade papal". Ora, se os dogmas, bulas, decretos
papais e resoluções outras possuem autoridade igual à das Sagradas
Escrituras, os católicos não precisam buscar verdades na Palavra e
Deus.
5) O Papa Júlio III, preocupado com os rumos que sua "Igreja"
estava tomando, ou seja, perdendo prestígio e poder diante do
número cada vez maior de "irmãos separados" ou "'cristãos novos" ou
"protestantes" (apesar dos massacres), convocou três bispos, dos mais
sábios, e lhes confiou a missão de estudarem com cuidado o
problema e apresentarem as sugestões cabíveis. Ao final dos estudos,
aqueles bispos apresentaram ao papa um documento intitulado
"DIREÇÕES CONCERNENTES AOS MÉTODOS ADEQUADOS A FORTIFICAR
A IGREJA DE ROMA". Tal documento está arquivado na Biblioteca
Imperial de Paris, fólio B, número 1088, vol. 2, págs 641 a 650. O
trecho final desse ofício é o seguinte:
"Finalmente (de todos os conselhos que bem nos pareceu dar a Vossa
Santidade, deixamos para o fim o mais necessário), nisto Vossa
Santidade deve pôr toda a atenção e cuidado de permitir o menos
que seja possível a leitura do Evangelho, especialmente na língua
vulgar, em todos os países sob vossa jurisdição. O pouco dele que se
costuma ler na Missa, deve ser o suficiente; mais do que isso não
devia ser permitido a ninguém.
Enquanto os homens estiverem satisfeitos com esse pouco, os
interesses de Vossa Santidade prosperarão, mas quando eles
desejarem mais, tais interesses declinarão. Em suma, aquele livro (a
Bíblia) mais do que qualquer outro tem levantado contra nós esses
torvelinhos e tempestades, dos quais meramente escapamos de ser
totalmente destruídos. De fato, se alguém o examinar
cuidadosamente, logo descobrirá o desacordo, e verá que a nossa
doutrina é muitas vezes diferente da doutrina dele, e em outras até
15. contrária a ele; o que se o povo souber, não deixará de clamar contra
nós, e seremos objetos de escárnio e ódio geral. Portanto, é
necessário tirar esse livro das vistas do povo, mas com grande
cuidado, para não provocar tumultos" - Assinam Bolonie, 20 Octobis
1553 - Vicentius De Durtantibus, Egidus Falceta, Gerardus Busdragus.
6) Além de tentar tapar a boca de Deus algemando a Sua Palavra, a
"Igreja" de Roma modifica ou suprime trechos sagrados da Bíblia para
justificar sua Tradição. Daremos dois exemplos: 1) acatou o livro
apócrifo de Macabeus dentre outros, admitindo-o como divinamente
inspirado, para justificar a oração pelos mortos. 2) suprimiu o
SEGUNDO MANDAMENTO em seu Catecismo. No Catecismo da Primeira
Eucaristia, 12ª edição, Paulinas, São Paulo, 1975, à pág. 70, lê-se:
Mandamentos da lei de Deus: 1) amar a Deus sobre todas as coisas; 2)
não tomar seu santo nome em vão; 3) guardar os domingos e festas;
4) honrar pai e mãe; 5) não matar; 6) não pecar contra a castidade;
7) não furtar; 8) não levantar falso testemunho; 9) não desejar a
mulher do próximo; 10) não cobiçar as coisas alheias.
7) Os mandamentos de Deus estão no livro de Êxodo. No capítulo
20, versos 4 e 5 assim está escrito: "NÃO FARÁS PARA TI IMAGEM DE
ESCULTURA, NEM SEMELHANÇA ALGUMA DO QUE HÁ EM CIMA DOS
CÉUS, NEM EM BAIXO NA TERRA, NEM NAS ÁGUAS DEBAIXO DA TERRA.
NÃO TE ENCURVARÁS A ELAS NEM AS SERVIRÁS". Então, como se vê, a
Igreja Romana suprimiu do seu Catecismo o Segundo Mandamento.
Isto é grave para quem é temente a Deus. Muito grave. Por que
suprimiu? Para que não houvesse o confronto de suas práticas
idólatras com a Palavra de Deus?
Todos esses maléficos expedientes usados para eliminar, alterar ou
suprimir as Sagradas Escrituras não conseguiram êxito. A Bíblia é o
livro mais vendido e mais lido em todo o mundo e está traduzido para
quase 2.000 línguas e dialetos. Só no Brasil são vendidos por ano mais
de quatro milhões de bíblias, afora uns 150 milhões de livros com
pequenos trechos (bíblias incompletas),
Os reflexos desses expedientes, ou seja, as tentativas de algemar a
Palavra de Deus, ainda hoje são sentidos. No Brasil são poucos os
católicos que se dedicam à leitura da Bíblia, embora os carismáticos
estejam mais desenvolvidos no particular. Regra geral, se contentam
"com o pouco que lhes são oferecido na missa", e enquanto se
contentam com esse pouco (como sugeriram aqueles bispos ao papa,
item 5 retro) continuam errando. "ERRAIS, NÃO CONHECENDO AS
ESCRITURAS, NEM O PODER DE DEUS". (Mateus 22.29).
16. O SANGUE DOS MÁRTIRES
Não se pode separar a Inquisição da Reforma, uma vez que as
perseguições, e com elas os inquisidores, surgiram em decorrência do
protesto (advindo daí a alcunha de protestantes) de homens
inconformados com as doutrinas e práticas da "Igreja" de Roma,
contrária ao Evangelho de Jesus Cristo. Wycliffe, John Huss,
Jerônimo e Lutero não se calaram diante da luxúria, da venda de
indulgências, do jogo de interesses e do baixo nível moral do clero
romano. Esses "reformadores" desejavam, em suma, criar condições
favoráveis a que a "Igreja" Católica Romana corrigisse seus erros.
Apresentavam a Bíblia como única regra de fé e prática; Jesus como
único Sumo Sacerdote; defendiam a liberdade de a Bíblia ser
traduzida na língua de cada povo, de ser lida e interpretada por
qualquer cristão; combatiam a submissão dos governantes aos papas
e a espoliação do povo através de cobrança de impostos para os
cofres de Roma. "Pelo pagamento de dinheiro à "igreja" católica, o
povo poderia livrar-se do pecado e igualmente libertar as almas de
amigos falecidos que estivessem confinadas às chamas
atormentadoras. Por esses meios Roma encheu os cofres e sustentou
a magnificência, luxo e vícios dos pretensos representantes daquele
que não tinha onde reclinar a cabeça". Em vez de considerar os
protestos e analisá-los à luz da Palavra de Deus, e proceder as
mudanças internas cabíveis, Roma preferiu partir para o ataque.
Criou a Inquisição para exterminar os Cristãos; proibiu a leitura da
Bíblia e sua tradução em outras línguas; classificou de heresia
qualquer ensino ou crença contrários à fé católica; sentenciou,
torturou, degolou, exterminou, excomungou, massacrou um número
incalculável de cristãos. "ENTÃO, VOS HÃO DE ENTREGAR PARA
SERDES ATORMENTADOS E MATAR-VOS-ÃO. E SEREIS ODIADOS DE
TODAS AS GENTES POR CAUSA DO MEU NOME" (Mateus 24.9).
Muitos pagaram com a vida pelo desejo de reformar. Alcançaram a
vitória porque resolveram enfrentar a poderosa "Igreja" de Roma, os
inquisidores, a fogueira, a excomunhão e toda a espécie de vexames;
enfrentaram acusações e ameaças mas não dobraram seus joelhos
diante dos papas. Vejamos alguns exemplos.
JOHN WYCLIFFE (1320 - 1384)
Wycliffe, teólogo inglês, precursor da Reforma, pregava uma Igreja
sem a direção papal, era adversário das indulgências e combatia o
excesso de bens materiais dos clérigos. Foi doutor de Teologia,
17. advogado eclesiástico a serviço da Coroa, e tornou-se reitor de
Lutterworth em 1374. Sua maior obra, contudo, foi a tradução das
Escrituras para o inglês. A partir daí a Palavra de Deus se fez
conhecida na Inglaterra.
Ousado e destemido, Wycliffe atacou de forma brilhante o clero
romano, acusando-o de explorar o povo e os governantes com a
venda de indulgências; de criar clima de tensão e horror ao ameaçar
os fiéis com excomunhão; de tentar conter a propagação da Palavra
ao proibir a leitura da Bíblia e a sua tradução para línguas conhecidas
do povo. Chamado a retratar-se por ocasião de uma enfermidade que
muito o enfraqueceu, disse: "Não hei de morrer, mas viver e
denunciar novamente as más ações dos frades".
Tendo sido levado pela terceira vez ao tribunal eclesiástico, e
acusado de heresia, Wycliffe declarou: "Com que julgais estar a
contender? Com um ancião às bordas da sepultura? Não! Estais a
contender com a Verdade, Verdade que é mais forte do que vós e vos
vencerá". Deus livrou Wycliffe da fogueira: faleceu repentinamente
após um ataque de paralisia. Sua voz silenciou, mas sua fé em Jesus
Cristo fez discípulos em todo o mundo.
JOHN HUSS (1369 - 1415)
Divulgador das idéias de Wycliffe, natural da Boêmia, depois de
completar o curso superior ordenou-se sacerdote, havendo exercido o
cargo de professor e mais tarde de reitor da universidade de Praga.
Huss, embora não estivesse de acordo com todos os ensinos de
Wycliffe, ficou bastante influenciado pelas idéias desse inglês, e
resolveu aprofundar-se mais no estudo da Bíblia. O segundo passo foi
denunciar o verdadeiro caráter do papado, o orgulho, a ambição e a
corrupção da hierarquia. Defendia a Bíblia como sendo a única regra
de fé e prática do cristão, e ensinava que a Palavra de Deus podia ser
pregada por qualquer pessoa.
Esse tipo de liberdade de pensamento não era admitido pela toda-
poderosa "Igreja" de Roma. A reação veio rápida. Huss foi convocado
a comparecer perante o papa, em Roma. Apoiado pelos governantes
e por uma parcela da população, ele não atendeu ao chamado.
Diante de tão grande afronta ao Sumo Pontífice, Huss foi
excomungado e a cidade de Praga interditada. Com a interdição, o
povo ficaria privado das bênçãos divinas, bênçãos que somente o
papa, como representante de "Deus", tinha autoridade para ministrar.
Era isso que ensinava a "Igreja" e era assim que pensavam muitos.
O período da Inquisição - uns 600 anos - foi um período negro na
história da "Igreja" de Roma. Muitos povos, muitos grupos, muitas
18. nações se enchem de orgulho e júbilo quando falam do seu passado.
A "Igreja" Católica Romana não tem do que se alegrar. A lista dos
ANTIPAPAS compreende 39 sumos pontífices, no período de 217 a
1449, abrangendo, portanto, um interregno de 1.200 anos, conforme
a Enciclopédia BARSA. O clímax da imoralidade papal deu-se no
período de 1378 a 1417, "durante o qual houve diversos papas ao
mesmo tempo: a França e seus aliados obedeciam ao Papa de
Avignon, enquanto a Alemanha, a Itália e a Inglaterra ao de Roma".
No caso do santo Huss, acusado de heresia, não se sabia a quem
recorrer porque a "Igreja" estava dividida. Daí porque a pedido do
imperador Sigismundo, o Papa João XXIII - um dos três papas rivais -
convocou um concílio geral na cidade de Constança, ao qual
compareceram, como réus, o excomungado John Huss e o Papa João
XXIII, este acusado por vários crimes cometidos durante seu
ministério no período de 1410 a 1415: fornicação, adultério, incesto,
sodomia, roubo, simonia, assassinato. "Foi provado, por uma legião
de testemunhas, que ele havia seduzido e violado trezentas freiras, e
que havia montado um harém em Boulogne onde não menos de
duzentas meninas tinham sido vítimas de sua lubricidade".
Condenaram-no por cinqüenta e quatro crimes. Deus colocou num
mesmo tribunal um "herege" e um papa. O único "crime" do Huss fora
o não se submeter à vontade de Roma. Por isso, foi condenado à
fogueira. Antes da fogueira, Huss foi preso e lançado numa
masmorra. Da prisão escreveu a um amigo: "Escrevo esta carta na
prisão e com as mãos algemadas, esperando a sentença de morte
para manhã... Quando, com o auxílio de Jesus Cristo, de novo nos
encontrarmos na deliciosa paz da vida futura, sabereis quão
misericordioso Deus Se mostrou para comigo, quão eficazmente me
sustentou em meio de tentações e provas". Em outra carta disse:
"Que a glória de Deus e a salvação das almas ocupem a tua mente, e
não a posse de benefícios e bens. Acautela-te de adornar tua casa
mais do que a tua alma; e, acima de tudo, dá teu cuidado ao edifício
espiritual. Sê piedoso e humilde para com os pobres, e não consumas
haveres em festas".
Antes de ser levado ao local da execução, deu-se a cerimônia da
degradação: as vestes sacerdotais do Huss foram arrancadas e sobre
sua cabeça colocaram uma carapuça de papel com a inscrição "Arqui-
herege". "Com muito prazer, disse Huss, "levarei sobre a cabeça esta
coroa de ignomínia por Teu amor ó Jesus, que por mim levaste uma
coroa de espinhos. Invoco a Deus para testemunhar que tudo que
escrevi e preguei foi dito com o fim de livrar almas do pecado e
perdição; e, portanto, muito alegremente confirmarei com meu
sangue a verdade que escrevi e preguei". As chamas começaram a
tomar conta do seu corpo. Huss orou várias vezes até perder a voz:
19. "JESUS, FILHO DE DAVI, TEM MISERICÓRDIA DE MIM". O martírio de
Huss se deu em 6 de julho de 1415, no mesmo dia de sua
condenação. Naquele mesmo dia o John Huss se encontrou com
Jesus, no Paraíso.
JERÔNIMO DE PRAGA (1360 - 1416)
São Jerônimo, embora consciente do risco que corria, apresentou-se
ao Concílio de Constança (sudoeste da Alemanha), ano de 1414, para
defender os ensinos do seu amigo John Huss, e dar testemunho de
sua fé. Logo após haver confirmado suas idéias "heréticas", foi
encarcerado numa masmorra, alimentado a pão e água. Doente,
debilitado e abandonado por amigos, cedeu à pressão dos
inquisidores e declarou que retornaria à fé católica. Ainda assim,
retornou à prisão e lá permaneceu por trezentos e quarenta dias.
Durante esse tempo, refletiu sobre a sua fraqueza de fé e se sentiu
envergonhado de haver cedido. Verificou que não valia a pena negar
as verdades bíblicas para salvar a pele. Novamente perante o
Concílio, Jerônimo falou: "Estou pronto para morrer. Não recuarei
diante dos tormentos que me estão preparados por meus inimigos e
falsas testemunhas, que um dia terão que prestar contas de suas
imposturas diante do grande Deus, a quem nada pode enganar. De
todos os pecados que cometi desde minha juventude, nenhum pesa
tão gravemente em meu espírito e me acusa tão pungente remorso,
como aquele que cometi neste lugar fatídico, quando aprovei a
iníqua sentença dada contra Wycliffe e com o santo mártir John Huss,
meu mestre e amigo".
E prosseguiu Jerônimo: "Confesso-o de todo o coração e declaro com
horror, que desgraçadamente fraquejei quando, por medo da morte,
condenei suas doutrinas. Portanto, suplico a Deus Todo-poderoso Se
digne perdoar meus pecados, e em particular este, O MAIS HEDIONDO
DE TODOS. Provai-me pelas escrituras que estou em erro, e o
abjurarei. São as tradições dos homens mais dignas de fé do que o
Evangelho do nosso Salvador?"
Jerônimo foi logo levado à fogueira. Quando as chamas começaram a
queimar seu corpo, orou ao Pai: "Senhor, Pai Todo-poderoso, tem
piedade de mim e perdoa os meus pecados; pois sabes que sempre
amei Tua verdade".
JOANA D'ARC (1412 - 1431)
20. Uma das milhares de vítimas dos autos-de-fé do Santo Ofício.
Dizendo-se enviada por Deus, ela desejou e conseguiu, embora
parcialmente, livrar sua Pátria, a França, da dominação inglesa. A
"heroína da França" não se livrou das mãos dos inquisidores. Por
causa de suas ousadas atitudes, foi acusada de feiticeira, sortílega,
bruxa, pseudo-profeta, invocadora de espíritos malignos, idólatra
maldita e amaldiçoada, escandalosa, sediciosa, perturbadora da paz
do País, incitadora de guerras, cruelmente sequiosa de sangue
humano, mentirosa, perniciosa, abusadora do povo, mágica,
supersticiosa, cruel, dissoluta, invocadora de diabos, apóstata,
cismática e herege.
Joana d´Arc, vítima de uma traição, é feita prisioneira e entregue ao
Tribunal da Inquisição para julgamento espiritual. O inquérito é
comandado pelo Bispo Messire Pierre Cauchon, bispo de Beauvais, a
quem coube intermediar o resgate da donzela por dez mil escudos
franceses, a fim de ser entregue ao Vigário Geral da Inquisição da Fé
no Reino de França. A alegação era a de que, por ela, "Deus tinha
sido ofendido sem medida, a Fé excessivamente afrontada, e a Igreja
desonrada".
O Tribunal da Inquisição funcionava assim: se o réu reconhece a
culpa, há esperança de ser reconduzido ao rebanho de "Deus", e será
condenado à prisão perpétua; se não se retrata, será torturado uma
vez. Como a tortura não podia ser renovada, era apenas
"interrompida" no caso de desmaio. A nova sessão de tortura seria
uma continuação, e não uma nova tortura. Lembremos que o
emprego da tortura foi permitido pelo Papa Inocêncio III.
Condenada a ser queimada viva como relapsa, herética e feiticeira,
Joana d´Arc foi supliciada publicamente na Praça do Mercado Velho,
em Rouen (França), em 30 de maio 1431. Por ato do Papa Bento V,
em 1920, a "maldita" donzela foi canonizada. Aos olhos da "Igreja"
Católica ela, agora, é uma santa.
21. MARTINHO LUTERO (1483 - 1546)
Considerado o fundador do movimento protestante, Lutero, de
naturalidade alemã, doutorou-se em Teologia pela Universidade de
Wittenberg, e, por esse tempo, leu pela primeira vez a Bíblia. Tendo
sido tomado de um imenso desejo de ter uma comunhão mais estreita
com Deus, resolveu ser monge e entrou na Ordem dos Agostinianos,
no ano de 1505. Lutero levava uma vida de simplicidade, de jejum e
orações. A leitura da Bíblia lhe havia despertado a consciência. Foi
tocado pela luz do Evangelho e estava decidido em caminhar no
Caminho chamado Jesus.
Em 1510, "esteve sete meses em Roma, a fim de tratar assuntos
relacionados com a ordem, e voltou de lá impressionado com o que
vira: luxo, pompa, casas suntuosas para os monges que não raro se
banqueteavam fartamente. E não apenas isso. Ele se encheu de
espanto ao ver a iniqüidade entre o clero, "gracejos imorais dos
prelados, profanidade durante a missa, desregramento e
libertinagem". "Ninguém pode imaginar", escreveu ele, "que pecados
e ações infames se cometem em Roma... Se há inferno, Roma está
construída sobre ele".
Ainda em Roma, quando fazia penitência subindo de joelhos a
"escada de Pilatos", ouviu uma voz dizendo: "O justo viverá pela fé"
(Rm 1.17). Entendeu, então, que os homens não podem alcançar a
salvação por suas obras. As penitências exigidas pelo clero romano
não tinham valor algum. Seu afastamento de Roma se tornou cada
vez maior.
Lutero se indignou com a venda de indulgências. Pecados cometidos,
ou os que porventura fossem praticados no futuro, eram perdoados
pela "Igreja", bastando que o pecador pagasse certa quantia. Lutero
pregava que somente o arrependimento e a fé em Jesus Cristo
poderiam salvar o pecador. O destemido sacerdote resolveu tomar
uma atitude extrema. Afixou na porta da "igreja" de Wittenberg
noventa e cinco teses contra as indulgências. Com base na Bíblia,
mostrava que o Papa nem qualquer homem pode perdoar pecados.
"Mostrava que a graça de Deus é livremente concedida a todos os que
O buscam com arrependimento e fé". Rapidamente os ensinos de
Lutero se espalharam pela Europa, e as verdades bíblicas começaram
a se instalar nos corações. "ASSIM SERÁ A PALAVRA QUE SAIR DA
MINHA BOCA: ELA NÃO VOLTARÁ PARA MIM VAZIA, MAS FARÁ O QUE
ME APRAZ, E PROSPERARÁ NAQUILO PARA QUE A ENVIEI" (Isaias
55.11).
"Aquele que deseja proclamar a verdade de Cristo ao mundo, deve
esperar a morte a cada momento". Com esse pensamento Lutero se
22. dirigiu a Augsburgo, cidade alemã, onde se defrontaria com os
representantes do Papa Leão X. Convidado a retratar-se, Lutero não
se dobrou diante de ameaças e confirmou todas as verdades que
dissera em seus escritos. Não poderia renunciar à verdade. O prelado
inquisidor, cheio de ódio, disse-lhe: "Retrate-se ou mandá-lo-ei a
Roma". Roma seria o fim do caminho, o caminho da morte, a morte
na fogueira, tal qual acontecera com seu amigo John Huss. Na
madrugada do dia seguinte, estando a cidade às escuras, Lutero
conseguiu se evadir de Augsburgo contando, para isso, com a ajuda
de amigos. Escapou milagrosamente das mãos do representante papal
que intentara prendê-lo.
Embora diante de tantas dificuldades, já classificado de herege,
excomungado e condenado, Lutero não diminuiu suas severas críticas
ao papado e às doutrinas romanas. Disse: "Estou lendo os decretos do
pontífice e... não sei se o papa é o próprio anticristo, ou seu
apóstolo...". Enquanto isso os papas intensificavam o negócio das
indulgências. O Papa Alexandre VI, predecessor de Júlio II, foi quem
instituiu a venda de indulgências, pois precisava de dinheiro "para
adornar com diamantes e pérolas a filha Lucrécia Bórgia". Esse papa
não só foi amante de sua própria filha, a célebre Lucrécia Bórgia,
como foi amante, também, da irmã de um cardeal que se tornou o
papa seguinte, Pio III, em 1503. Os papas Júlio II e Leão X, por sua
vez, apelaram para o rendoso comércio do perdão, aquele tendo em
mira a construção da Basílica de São Pedro e este para satisfazer seus
gastos supérfluos.
Um dos encarregados da venda de indulgências, o frei João Tetzel,
fazia-o com voz forte nas feiras anuais, oferecendo a sua mercadoria.
Dizia:
- Assim que o dinheiro tilinta na caixa, a alma salta fora do
purgatório.
Ninguém mais se importava em pecar e a moralidade estava em
baixa. Se algum padre desejasse impor alguma penitência, os fiéis
apresentavam o documento comprovando a "compra" do perdão
divino. Enquanto a "Igreja" de Roma subtraía elevados recursos
financeiros ao povo, com heresias, superstições e ameaças, Lutero se
aprofundava no estudo da Bíblia. Declarava abertamente que não
havia distinção entre pecado mortal e pecado venial - como dizia o
catolicismo - pois, afirmava, "pecado é pecado, sem gradação, e
qualquer pecado leva ao inferno, pois afasta o pecador de Deus". Boa
parte de seus sermões era destinada a protestar contra o comércio
das indulgências, dizendo que estas eram inúteis. E perguntava: "Se o
Papa pode libertar as almas do purgatório quando lhe dão dinheiro,
23. por que não esvazia de uma vez o purgatório?" Abrimos aqui um
parêntese para perguntar: se as missas de sétimo dia podem livrar as
almas do purgatório, por que não se faz uma única missa (um missão)
em favor de todas as almas e as livra de uma só vez do fogo
purificador?
Martinho Lutero continuou derrubando uma a uma, com a Palavra, as
doutrinas romanas. A um enviado do Papa Leão X, que lhe propôs
uma reconciliação e alegou, como argumento, a autoridade do Papa,
Lutero respondeu com firmeza: "Só na Bíblia e não no Papa reside a
autoridade". E continuou: "O próprio Cristo é o chefe da Igreja (
igreja Cristã, não Católica) e não o Papa. Não lhe é permitido
estabelecer um artigo de fé, sem base bíblica. "O papa é soberano
legítimo, não com direito divino, mas humano".
No dia 15 de junho de 1520, com a bula Exurge, o Papa Leão X
"condenou quarenta e uma proposições de Lutero, ameaçando-o de
excomunhão, se não se retratasse dentro de sessenta dias". Essa bula
condenava, em suma, a liberdade de consciência. O historiador
Schaff assim definiu o documento: "Podemos inferir daquele
documento em que estado de servidão intelectual estaria o mundo
atualmente, se o poder de Roma houvesse conseguido esmagar a
Reforma. Difícil será avaliar quanto devemos a Martinho Lutero, no
terreno da liberdade e do progresso..." Num gesto memorável de
audácia, destemor e ousadia, Lutero queimou a bula papal em praça
pública a 10 de dezembro de 1520.
Por mais de uma vez Lutero compareceu diante dos emissários de
Roma. Aconselhado a não se apresentar em razão do risco que corria,
Lutero respondeu: "Ainda que acendessem por todo o caminho de
Worms a Wittenberg uma fogueira... em nome do Senhor eu
caminharia pelo meio dela; compareceria perante eles... e
confessaria o Senhor Jesus Cristo".
Na presença do imperador Carlos V, da Alemanha, de príncipes e
delegados de Roma, que esperavam uma retratação do excomungado
herege, Lutero falou: "visto que vossa sereníssima majestade e vossas
nobres altezas exigem de mim resposta clara, simples e precisa, dar-
vo-la-ei, e é esta: não posso submeter minha fé, quer ao papa, quer
aos concílios, porque é claro como o dia que eles têm
freqüentemente errado e se contradito um ao outro. A menos que eu
seja convencido pelo testemunho das Escrituras... não posso retratar-
me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a
consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; queira
Deus ajudar-me. Amém".
As tentativas de reconciliação do sacerdote Martinho Lutero com o
papado, ou seja, os planos de fazê-lo voltar ao aprisco de Roma
fracassaram todos: "Consinto em que o imperador, os príncipes e
24. mesmo o mais obscuro cristão, examinem e julguem os meus livros;
mas sob uma condição: que tomem a Palavra de Deus como norma.
Os homens nada têm a fazer senão obedecer-lhe. No tocante à
Palavra de Deus e à fé, todo cristão é juiz tão bom como pode ser o
próprio papa, embora apoiado por um milhão de concílios".
O Concílio em Worms não se deteve em examinar, pelas Escrituras, as
verdades contidas nos pronunciamentos e escritos de Lutero. "Deus
não quer - dizia ele - que o homem se submeta ao homem, pois tal
submissão em assuntos espirituais é verdadeiro culto, e este deve ser
prestado unicamente ao Criador. Alertado de que estava proibido de
subir ao púlpito, recusou-se a obedecer: "Nunca me comprometi a
acorrentar a Palavra de Deus, nem o farei".
LUTERO LIVRA-SE DA FOGUEIRA
Tão logo expirasse o prazo de um salvo-conduto que o imperador lhe
concedera, Lutero, conforme resolução do Concílio, deveria ser
preso, todos os seus escritos destruídos; a ninguém era permitido
dar-lhe comida ou bebida, e os seus discípulos sofreriam igual
condenação. Isto, em outras palavras, significava FOGUEIRA. O plano
de Deus era outro. Para livrá-lo da fogueira um grupo de amigos
"seqüestrou" a Lutero e o transportou, através da floresta, para o
castelo de Wartburgo, construído nas montanhas, e de difícil acesso.
Lutero, alguns anos depois saiu daquele castelo e continuou fazendo
discípulos e pregando o Evangelho da salvação. A Reforma estava
implantada. A Luz alcançava muitos países. Iluminou a Europa, as
Américas, a América do Sul, o Brasil... porque ninguém pode algemar
a Palavra de Deus.
MÁRTIRES ANÔNIMOS
Wycliffe, Huss, Jerônimo e Lutero foram citados apenas como
exemplo. O caminho da fogueira foi trilhado por milhares e milhares
de mártires anônimos, gente simples, discípulos fervorosos, pessoas
indefesas e pobres, homens, mulheres, jovens, velhos e crianças,
vítimas da sanha assassina dos representantes da poderosa "Igreja"
Católica Romana, que, aliada ao poder das armas, teve a pretensão
de ser universal e de impor suas doutrinas aos seus súditos. Mártires
anônimos foram os albigenses e os valdenses; mártir quase
desconhecido foi Luís de Berquin, que, apaixonado pelo Evangelho,
foi estrangulado e queimado em 1529 sem tempo para dar uma
última palavra; mártires anônimos foram muitos franceses queimados
25. vivos com requintes de crueldade, sem direito a defesa. A todos esses
homens de fé e de coragem, baluartes da defesa das Sagradas
Escrituras como única fonte de autoridade, a eles nossa homenagem
póstuma, nossa gratidão, nossa admiração pelo que fizeram em prol
de um cristianismo livre de heresias, de idolatria, de práticas pagãs e
demoníacas que é praticado na "igreja" Católica !.
UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE
Recuso-me a chamar a INQUISIÇÃO de Santo Ofício ou de Santa
Inquisição. Seria santa se inspirada por Deus ou a Seu serviço. Não foi
de inspiração divina porque Deus é amor. Deus não gera o ódio nos
corações dos homens. Ele não é a fonte do mal. Não foi de inspiração
divina a Inquisição porque Deus não iria perseguir, torturar e
executar homens e mulheres que defendiam as Escrituras Sagradas,
ou seja, a Palavra de Deus; não foi de inspiração divina porque
muitos dos papas que direta ou indiretamente comandaram os
massacres - papas, frades, monges, padres, cardeais (o clero romano)
- não possuíam a direção do Espírito Santo, pois foram chamados de
"antipapas" em razão do baixo nível moral em que viviam (adultério,
imoralidade sexual, estupros, luxúria, etc). Quem comandou a
Inquisição ou os Tribunais Eclesiásticos foi o próprio Satanás". O
maior inimigo de Deus e do homem, ele, o diabo, foi quem arquitetou
esse plano diabólico nos palácios de Roma, pois ele era e é o mais
interessado em algemar a Palavra de Deus; em não permitir a
divulgação e propagação do Evangelho; em cristianizar o paganismo
ou paganizar o cristianismo. A Inquisição teve, portanto, origem
diabólica. O paradoxo é que esse crime contra a humanidade foi
urdido no seio de uma "igreja" que se declarou infalível e dona da
verdade.
Em nenhuma outra época se assistiu com tanta realidade o
cumprimento da profecia de Jesus:
-"Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e vos
matarão. Sereis odiados de todas as nações por causa do meu
nome. Nesse tempo, muitos se escandalizarão, trair-se-ão
mutuamente e se odiarão uns aos outros. Surgirão muitos falsos
profetas, e enganarão a muitos... e este evangelho do reino será
pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações.
Então virá o fim". (Mateus 24.9-14).
26. O cumprimento dessa profecia continua em andamento. Milhares de
cristãos são mortos anualmente em todo o mundo. Mas, por outro
lado, o evangelho do reino continua sendo pregado ("será pregado em
todo o mundo"), mudando a vida de milhões de pessoas.
As Cruzadas e a Inquisição mataram mais gente do que o nazismo na
Segunda Guerra Mundial, na qual morreram seis milhões de judeus.
Os massacres em nome de "Deus" vitimaram um número bem superior
de pessoas classificadas de "hereges", acusadas de desenvolverem
uma fé contrária à da "Igreja" Católica, de não aceitarem a "infalível"
autoridade papal e de combaterem, ousadamente, a imoralidade, a
ganância e a corrupção no clero romano.
Não se tem notícia de que os assassinos da Inquisição tenham se
submetido a um tribunal internacional para responder por seus
crimes. Um ou outro papa foi preso e condenado, como no caso do
Papa João XXIII (1410-1415) julgado e condenado pelo Concílio de
Constança por cinqüenta e quatro crimes da pior espécie. A História
condena a todos, mas a justiça maior virá do céu: o Rei dos reis e
Senhor dos senhores, o Justo Juiz, quando voltar, derramará seus
juízos sobre a Terra, e os criminosos que morreram sem
arrependimento e conversão receberão o merecido castigo. O sangue
dos mártires estará sempre na lembrança dos homens. As
perseguições e os massacres foram contra o próprio Jesus. Vejam o
que disse Jesus a Saulo, este que perseguia os cristãos (Atos 9.4-5):
- Saulo, Saulo, por que me persegues?
- Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
GALILEU GALILEI (1564 - 1642)
Físico italiano, fez numerosas descobertas nos campos da Física e da
Astronomia. Com seu telescópio (luneta) descobriu as montanhas da
Lua, os satélites de Júpiter, as manchas solares, as fases de Vênus, os
anéis de Saturno. Suas descobertas e ensinos foram considerados uma
heresia pelos censores romanos. Acabrunhado, doente, preso em
Roma, assinou sua retratação. Antes, os inquisidores lhe mostraram a
sala de tortura e os respectivos instrumentos. Combalido e ajoelhado
diante dos representantes do Papa Urbano VIII, leu e assinou sua
retratação: "Eu, Galileu Galilei, tendo sido trazido pessoalmente ao
julgamento e ajoelhando-me diante de vós, Eminentíssimos e
Reverendíssimos Cardeais, Inquisidores Gerais da Comunidade
católica Universal contra a depravação herética... juro que sempre
acreditei em cada artigo que a "sagrada Igreja Católica, "Apostólica"
de Roma, sustenta, ensina e prega.. Mas porque este Sagrado Ofício
27. ordenou-me que abandonasse completamente a falsa opinião, a qual
sustenta que o Sol é o centro do mundo e imóvel, e proíbe abraçar,
defender ou ensinar de qualquer modo a dita falsa doutrina... com
sinceridade abjuro, maldigo e detesto os ditos erros de heresia..."
A diabólica Inquisição não só condenou os ensinos de Galileu, mas
também os de Copérnico. O Tribunal Inquisitório assim se pronunciou:
"A tese de que o Sol é o centro do sistema e não se move ao redor da
Terra, é néscia, absurda, teologicamente falsa e herética, sendo
frontalmente contrária às Sagradas Escrituras..."
Galileu livrou-se da fogueira, mas passou vários meses sob prisão.
Muito doente e cego, veio a falecer no dia 8 de janeiro de 1642. E a
"Igreja" de Roma acabava de escrever mais um capítulo de terror em
sua história. Em janeiro de 1998, o Papa João Paulo II, formalizou o
tardio pedido de perdão ao notável astrônomo Galileu.
Podemos imaginar quão constrangedor para esse notável homem foi
ajoelhar-se diante de uma corte devassa e negar anos e anos de
estudo e observação. Dizem que Galileu, antes de morrer, balbuciou:
"a terra por si se move".
PALAVRAS FINAIS
O que relatamos neste estudo representa apenas uma pequena
parcela do que realmente foi a diabólica Inquisição e o que ela
representou de negativo para toda a humanidade. Os representantes
papais nunca agiam sozinhos. A "igreja" Católica estava atrelada de
tal forma aos imperadores, reis e governos que, por vezes, não se
sabia o que pesava mais num massacre: se o motivo religioso, em que
Roma defendia seus altos interesses, ou o político, sob manobra dos
governantes. O certo é que a parceria Igreja-Estado fabricou uma
arma mortífera: A Inquisição. O sangüinário Hitler tentou "purificar" a
raça ariana executando o povo judeu. Os sangüinários inquisidores
tentaram purificar a fé católica matando os "hereges".
Uma pergunta que devemos fazer é a seguinte: a "Igreja" Católica,
"apostólica" e romana, foi realmente guiada desde sua instituição
pelo Espírito Santo? Se a resposta for negativa, então a criação da
Inquisição está plenamente justificada. Se positiva a resposta, isto é,
se aceitarmos a versão de que o Espírito de Deus guiou essa "Igreja"
desde o seu nascedouro, teremos que fazer outra indagação: O
Espírito Santo errou ao escolher homens sanguinários para dirigir a
"Igreja de Cristo"? O Espírito de Deus erra?
Quando lemos o livro de Atos, deparamo-nos com o Senhor Jesus
orientando, exortando e guiando Sua Igreja e até comissionando
obreiros. Vejamos alguns exemplos:
1) " O anjo do Senhor disse a Filipe: Levanta-te, e vai para a região
28. do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está
deserta" (Atos 8.26).
2) "Disse o Senhor a Ananias, numa visão: Levanta-te, e vai à rua
chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de
Tarso, chamado Saulo, pois ele está orando... vai, ele é para mim um
vaso escolhido para levar o meu nome perante os gentios, os reis e os
filhos de Israel" (Atos 9.10-15).
3) "Disse o Espírito Santo: Apartai-vos a Barnabé e a Saulo para a obra
a que os tenho chamado" (Atos 13.1-2).
4) "Passando (Paulo e Timóteo) pela Frígia e pela província da
Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra
na Ásia. Quando chegaram à Misia, tentavam ir para a Bitínia. MAS O
ESPÍRITO DE JESUS NÃO LHO PERMITIU" (Atos 16.6-7)
Assim, em muitas ocasiões o Espírito de Deus conduziu os destinos da
Igreja de Cristo. Em nenhum momento vê-se aqueles santos
cometerem qualquer deslize, qualquer ato reprovável. Não
alimentavam o desejo de exterminar as pessoas que não aceitavam o
Evangelho ou não se convertiam.
Para justificar os crimes cometidos pelos inquisidores a "Igreja" de
Roma põe a culpa no diabo. O Espírito Santo permitiu que forças
demoníacas se instalassem na sede dessa "Igreja", em Roma, donde
saíram as bulas e decretos papais autorizando ou consentindo as
Cruzadas, os massacres, as perseguições? Proibindo a tradução da
Bíblia em outras línguas? Proibindo aos leigos a leitura das Sagradas
Escrituras? Autorizando a venda de perdão (indulgências) como se
fora uma mercadoria? Impedindo a livre manifestação do
pensamento?
Não, não foi o Espírito de Deus que comandou essa carnificina
chamada Inquisição. Quem armou essa trama foi o mesmo espírito
que enganou a Eva; o mesmo que tentou a Jesus no deserto, e o
mesmo que encarnou em Hitler. Foi ele mesmo, o Diabo, que assumiu
o comando em Roma e dirigiu o banho de sangue na Europa e em
outras partes do mundo. A"igreja" Católica perdeu uma das melhores
oportunidades de sua história de pregar à Palavra de Deus, remover
os empecilhos, rever suas doutrinas, ouvir os reformadores, humilhar-
se, arrepender-se e suplicar a misericórdia do Senhor. Somente assim
a influência maligna seria contida.
Por mais que desejemos fazer reflexões com serenidade, não
conseguimos conter nossa perplexidade diante de tantos desatinos
promovidos por homens que se diziam, "Vigários de Cristo" e
"infalíveis". Os crimes cometidos em nome da fé católica, quer nas
Cruzadas, quer nos Tribunais de Inquisição, são crimes
inqualificáveis, crimes contra a humanidade, e como tal devem ser
29. lembrados por todos os séculos.
Jesus afirmou que "AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO
CONTRA A SUA IGREJA" (Mateus 16.18). Não prevaleceram. A Igreja
de Cristo, que parecia aterrada diante do poder de Roma, saiu-se
vitoriosa. As muralhas de Jericó foram derrubadas. De nada valeram
as perseguições, as humilhações e a matança. A luz do Evangelho se
espalhou por todo o mundo.
Não houve como impedir a propagação do Evangelho do nosso
Salvador. Mais uma vez o inimigo foi derrotado. Acossados em
determinada cidade ou região os crentes procuravam refúgio nas
cavernas, nos guetos ou em outras nações. Mas por onde passavam
davam testemunho de sua fé. Por toda a parte a fé Evangélica era
aceita com alegria, em substituição à fé católica.
A "Igreja" de Roma viu cair por terra seu intento de ser universal. A
palavra "católica" quer dizer universal. Nas regiões onde o
protestantismo prevaleceu, a Igreja romana foi substituída por uma
série de igrejas evangélicas autônomas, completamente desligadas
do poder papal. O sangue dos justos serviu para regar a Palavra
plantada. A Inquisição não impediu o crescimento numérico e
qualitativo dos Cristãos, que, submissos a Deus e à Sua Palavra,
desprezam tradições e dogmas não alinhados com a Bíblia Sagrada.
Louvado, engrandecido e exaltado seja o nome do nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. Eis aí apenas um esboço do que foi a diabólica
INQUISIÇÃO, que tantos malefícios causou à humanidade. Muito longe
estamos de conhecer todos os labirintos dos tribunais inquisitórios.
Sem arrependimento não há perdão e sem perdão não há salvação.
Todos os envolvidos nos massacres - papas, cardeais, frades, monges,
reis e rainhas - se não se arrependeram de seus crimes e não rogaram
o perdão de Deus, ou seja, se não se converteram ao Senhor Jesus
antes de morrerem, certamente estão num lugar de TORMENTOS, e
ali aguardarão a plenitude dos tempos para serem lançados no
GEENA. É assim que ensina a Palavra de Deus:
"Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e
aos HOMICIDAS, e aos adúlteros, a aos feiticeiros, e aos idólatras, e a
todos os mentirosos, a sua parte será NO LAGO QUE ARDE COM FOGO
E ENXOFRE, que é a segunda morte" (Apocalipse 21.8).
Será que você ainda dirá: Sou Feliz por ser Católico?
30. GLOSSÁRIO:
ABJURAR - Renunciar solenemente a uma crença ou religião.Desdizer-se ou
retratar-se.
ALBIGENSES - Membros de uma seita religiosa no sul da França, nos séc. XII e
XIII. Negavam a realidade da encarnação de Jesus Cristo e condenavam a
procriação.
ANTIPAPAS - São considerados os falsos papas. Chefe de igrejas locais,
geralmente bispo, que pretendeu, por oposição ao Romano Pontífice,
governar toda a "Igreja" Católica. Hipólito foi o primeiro antipapa de 217 a
235, nascido em Roma, eleito pelo povo.
APÓSTATA - Aquele que renuncia à fé cristã.
AUGSBURGO - Cidade da Alemanha.
AUTOS-DE-FÉ - Cerimônias em que se executavam as sentenças da Inquisição.
Passou a chamar-se assim, principalmente, o suplício dos penitentes pelo
fogo.
CLÉRIGO - Aquele que pertence à classe eclesiástica. Sacerdote .
CLERO - A corporação dos sacerdotes. Classe eclesiástica.
CONCÍLIO - Reunião de bispos da "Igreja" Católica, convocados para estudar
assuntos de interesse da "Igreja".
CONSTANÇA - Cidade da Romênia.
CONTRA-REFORMA - Movimento restaurador iniciado pela "Igreja Católica",
com vistas a superar as dificuldades surgidas com a Reforma. O Concílio de
Trento (1545 - 1563) concretizou esses esforços.
CRUZADAS - Expedições militares de caráter religioso que se faziam na Idade
Média, contra hereges ou infiéis.
EXCOMUNGAR - Separar da "Igreja" Católica qualquer dos seus membros.
Expulsar, tornar maldito, condenar.
GUETO - Rua ou bairro onde são isoladas pessoas ou grupos por imposição
econômica, racial ou religiosa.
31. HEREGE - Pessoa que professa doutrina contrária ao que foi definida pela
"Igreja" como sendo matéria de fé. Eram chamados os que se opunham às
doutrinas da Igreja Romana.
HUGUENOTE - Designação depreciativa que os católicos franceses deram aos
Cristãos, especialmente os calvinistas, e que estes adotaram.
ICONOCLASTA - Indivíduo que não reverencia imagens ou obras de arte. Que
as destrói.
ICONÓLATRA - Diz-se do indivíduo que adora ou venera imagens, ídolos ou
obras de arte.
IGNOMÍNIA - Grande desonra. Infâmia.
IMPETÉRRITO - Destemido, impávido, sem temor.
INDULGÊNCIA - Graça concedida pela "Igreja" Católica aos seus membros,
perdoando total ou parcialmente a pena devida a um pecado. Perdão de
pecados. A venda de indulgências pelo Papado foi a principal causa da
Reforma. A "igreja" Católica cobrava para o Católico obter a Salvação
INQUISIÇÃO - Nome dado a um tribunal eclesiástico criado oficialmente em
1229, no Concílio de Toulouse, também chamado Tribunal do Santo Ofício,
com poderes para julgar, condenar à morte ou prender pessoas suspeitas de
não professarem a fé católica.
INQUISIDOR - Juiz do Tribunal da Inquisição.
LUBRICIDADE - Qualidade de lúbrico: lascivo, sensual, devasso.
MANIQUEU - Adepto ou membro do maniqueísmo, seita que teve simpatizantes
na Índia, China, África, Itália e sul da Espanha, segundo a qual o Universo foi
criado e é dominado por dois princípios antagônicos e irredutíveis: Deus ou o
bem absoluto, e o mal absoluto ou o Diabo.
MÁRTIR - Pessoa que sofreu tormentos, torturas, perseguições ou a morte por
sustentar a fé cristã.
MONGE - Religioso que vive em mosteiros e está sujeito a uma regra comum.
NOITE DE SÃO BARTOLOMEU - Designação dada à matança de huguenotes que
se iniciou em Paris na noite de S. Bartolomeu (em 24 de agosto de 1572) e se
estendeu por toda a França, e até 3 de outubro daquele ano o número de
mortos elevou-se a 50.000.
32. PAPA - Título dado ao chefe da "Igreja" Católica "Apostólica" Romana. Também
chamado Sumo Pontífice Romano.
PROCESSO SUMÁRIO - Objetivo, resumido, sem formalidades, rápido, sem
apelação para a instância superior, sem direito a defesa.
PROTESTANTES - Nome dado aos partidários do protestantismo
(Cristãos/Crentes/Evangélicos) que, no séc. XVI, compreendia uma crença
contrária à fé católica e à autoridade suprema do papa, já que os mesmo só
se submetem a autoridade do Nome do SENHOR JESUS
REFORMA - Movimento religioso e político que, no princípio do séc. XVI.
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - Conflito iniciado no dia 1º de setembro de 1939
e terminado em 2 de setembro de 1945. Iniciou-se com
a invasão da polônia pelos alemães. A Inglaterra e a França declararam guerra
à Alemanha poucos dias depois. A maioria dos países do mundo participou
dessa guerra, inclusive o Brasil. O conflito terminou com a derrota dos
alemães.
SIMONIA - Tráfico de coisas sagradas ou espirituais, tais como sacramentos,
dignidades, benefícios espirituais.
SÚDITOS - Aqueles que estão submetidos à vontade e outra pessoa. Vassalos.
TE DEUM - Expressão de origem latina que significa "A ti Deus". Cântico da
"Igreja" Católica em ação de graças, que principia por essas palavras.
TOULOUSE - Cidade do sudoeste da França.
VALDENSES - Nome pelo qual são conhecidos os membros de um grupo
protestante fundado na região francesa de Vaud (hoje cantão da Suíça), no
séc. XII.
REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS
ALEXANDRE IV - Papa de 1254 a 1261. Autorizou a instalação do Tribunal
Inquisitório em França.
BONIFÁCIO VIII - Papa de 1294 a 1303. Sobre ele diz a The Catholic
Encyclopedia: "Dificilmente qualquer possível crime foi omitido - infidelidade,
heresia, simonia, grosseira e inatural imoralidade, idolatria, mágica, perda da
Terra Santa, morte de Celestino V, etc. Historiadores protestantes e até
mesmo modernos escritores católicos classificam-no entre os papas iníquos,
como ambicioso, arrogante e impiedoso, enganador e traiçoeiro. O poeta
Dante visitou Roma e descreveu o Vaticano como um "esgoto de corrupção".
Uma das frases desse Papa: "Gozar e deitar-me carnalmente com mulheres ou
com meninos não é mais pecado do que esfregar as mãos".
33. GALILEU GALILEI - (1564 - 1642) - Italiano nascido em Pisa. Introduziu o
método experimental como o mais importante dos métodos das ciências
naturais. Fez numerosas descobertas e invenções, a exemplo da luneta (mais
tarde telescópio) com que desvendou alguns mistérios dos astros. Defendeu a
tese de que a Terra e os demais planetas se moviam em torno do Sol, sendo
este o centro do Sistema. A Igreja Católica prestou um desserviço à Ciência ao
julgar, condenar e prender um dos mais fecundos investigadores da época.
GREGÓRIO XIII - Papa no período de 1572 a 1585. Aprovou a Cruzada contra os
huguenotes, cujo desfecho se deu a 24 de agosto de 1572, "Noite de S.
Bartolomeu". Como troféu, recebeu a cabeça de Gaspar de Coligny.
INOCÊNCIO III - Papa no período de 1198 a 1216. Autorizou a Cruzada contra
os albigenses, sul da França, em 1208.
JERÔNIMO DE PRAGA - Religioso tcheco, discípulo do reformador João Huss;
acusado de ataques às autoridades eclesiásticas, foi condenado à fogueira
pelo Concílio de Constança em 1416. Nasceu em 1360.
JOANA D´ARC - (1412 - 1431) - Heroína francesa também chamada a "Virgem
de Orleans". À frente de um pequeno exército que lhe confiara o Rei Carlos