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Ana Carolina
Déa Dilma
Fátima Cristiane
Immanuel
Nelson
Sônia Sara
ANÁLISE COMPARATIVA DE TEXTO POÉTICO
RECURSOS EXPRESSIVOS E CONTEÚDO TEMÁTICO
São Paulo - 2013
Ana Carolina
Déa Dilma
Fátima Cristiane
Immanuel
Nelson
Sônia Sara
ANÁLISE COMPARATIVA DE TEXTO POÉTICO
RECURSOS EXPRESSIVOS E CONTEÚDO TEMÁTICO
Trabalho de atividade acadêmica com o intuito de elaborar
e desenvolver uma análise comparativa de dois poemas escritos
por poetas distintos, bem como observar os recursos expressivos
e o conteúdo temático no qual as obras foram compostas.
Orientadora: Professora Sueli B. Salles
São Paulo - 2013
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO............................................................................................................1
NO MEIO DO CAMINHO...............................................................................................2
SONETO DO AMOR TOTAL..........................................................................................3
CONTEXTO DE OBRA – NO MEIO DO CAMINHO...................................................4
CONTEXTO DE OBRA – SONETO DO AMOR TOTAL..............................................5
COMPARAÇÃO DAS OBRAS........................................................................................6
ESTRUTURA DA OBRA – NO MEIO DO CAMINHO.................................................8
ESTRUTURA DA OBRA – SONETO DO AMOR TOTAL.........................................10
BIOGRAFIA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE...............................................14
BIOGRAFIA VINICIUS DE MORAES.........................................................................17
CONCLUSÃO.................................................................................................................20
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................21
APRESENTAÇÃO
Desvendar os segredos da poesia é mergulhar num oceano profundo cheios de mistérios,
que a cada instante nos apresenta uma nova possibilidade, um novo segredo. Não é
possível analisar e entender um poema, sem saber o contexto em que foi escrito, sem o
conhecimento de mundo referente aos autores. A análise tem que ser objetiva, sem se
deixar levar pela emoção, pela nostalgia. Munidos destas informações, nos permitimos
olhar o texto com outros olhos, pode ser um olhar técnico, um olhar crítico, ou
simplesmente viajar nas possibilidades do poema.
Neste trabalho faremos a análise entre dois autores revolucionários, que nos causou
grande surpresa ao saber que fizeram parte da mesma geração modernista que clamava
por democracia e liberdade, no início da década de 20. Para tanto, faremos uma análise
detalhada dos poemas, dos autores, do contexto em que as obras foram escritas, a
comparação entre os dois textos e a sua estrutura.
E o principal objetivo da poesia não será deixado de lado, está feito o convite: venha me
desvendar!
NO MEIO DO CAMINHO
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos Drummond de Andrade
SONETO DO AMOR TOTAL
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de Moraes
CONTEXTO DE OBRA
NO MEIO DO CAMINHO
No poema “No Meio do Caminho” há bastante redundância e o Drummond enfatiza
muita essa tal “pedra”.
Cabe a nós mesmos interpretar o poema, não da maneira que quisermos, mas sim
encaixando em determinada situação onde se encontra o autor ou o tempo em que foi
escrito, ou seja, o contexto.
Em julho de 1928 é publicado na primeira página da “Revista da Antropologia” o
poema “No meio do Caminho” um dos conhecidos polêmicos de Drummond. Quando o
poema foi publicado causou um grande escândalo na imprensa da época, pois os críticos
se negaram a considerar a poesia numa estrutura de repetição e uma construção
linguística simples, espontânea, informal.
Depois dos ataques da crítica, Drummond afirma:
“Sou o autor confesso de certo poema, insignificante em sim, mas que a partir de 1928
vem escandalizando meu tempo, e serve até hoje para dividir no Brasil as pessoas em
duas categorias mentais.”
Drummond nunca esclareceu essas “duas categorias mentais”, mas fica claro o impacto
do poema diante da opinião pública da época, que parou diante aquela pedra no
caminho para expressar sua posição em relação a ela. Ele foi admirado por uns e
ridicularizado por outros, até mesmo agredido verbalmente, por causa de seu poema
ousado, e a “pedra” passou a representar a imagem de sua poesia. Esse poema soava
como brincadeira desrespeitosa não só para a respeitosa tradição literária, mas até para
com o leitor e a própria poesia. Era provocativo, um texto feito de repetições, sem
vírgulas, sem sílabas poéticas – um poema muito ousado para a época.
CONTEXTO DA OBRA
SONETO DO AMOR TOTAL
Vinicius de Moraes escreveu “Soneto do amor total” em 1951, quando aos 38 anos
conheceu Lila Boscoli, que tinha 20, e se casou com ela naquele mesmo ano. Lila foi a
terceira mulher de Vinicius e uma das paixões mais arrebatadoras do poeta, que se
casou nove vezes.
Se analisarmos as ideias e o contexto de Soneto do amor total podemos perceber que o
sujeito poético, que neste caso é o próprio Vinicius, afirma que o amor sentido não é
algo buscado como ideal, é apenas verdadeiro, real, e maior do que o poeta pode
suportar.
Depois de se ler todo o soneto, o leitor pode notar a dança das palavras dentro da
musicalidade construída. O poeta cria ao longo dos versos um jogo de contradição e
música: eternidade, instante, amigo, amante, afim, enfim (sugerindo fim e infinito),
além, presente.
Em função do sentimento avassalador, o poeta tenta captar a totalidade desse amor. Para
tanto, armou uma estrutura circular, simples no vocabulário, mas complexo no jogo de
palavras. O poema só tem seis verbos: amar, cantar, haver (locução), morrer, ser e
poder. E ele os conjuga com absoluta intensidade junto a substantivos, advérbios e
adjetivos, criando a melopeia dos sentidos.
O poeta ama demais, e seu amor é totalizante, a ponto de não saber se suportará amar
tanto assim. É uma agonia, a agonia do gozo e da morte. A última estrofe funde essas
duas concepções, uma carnal demais e outra que flerta com a finitude do corpo e a
elevação da alma. “E de te amar assim, muito e amiúde”, dize o poeta, “É que um dia
em teu corpo, de repente/ Hei de morrer de amar mais do que pude.” Morre, mas
renasce. Ressurge na circularidade das coisas, o eterno retorno. Vinicius expõe nesta sua
obra que a todo ser apaixonado e amante o ideal e o sentimento que temos é que
podemos até morrer de amor por amar tanto. Mas se isso acontecesse, morreríamos
feliz.
COMPARAÇÃO DAS OBRAS
Os autores fazem parte da segunda geração de poetas modernistas. Drummond nasceu
em 1902 e morreu em 1987. Vinicius nasceu em 1913 e morreu em 1980.
Segundo Drummond: “Vinicius foi o único poeta brasileiro que ousou viver sob o
signo da paixão. Quer dizer da poesia em seu estado natural. Foi o único de nós que teve
a vida de poeta. Eu queria ter sido Vinicius de Moraes”. E se auto analisa assim: “Não
tenho tido nenhuma ambição literária, fui mais poeta pelo desejo e pela necessidade de
exprimir sensações e emoções que me perturbavam o espírito e me causavam angústia.
Fiz da minha poesia um sofá de analista. É esta minha definição do meu fazer poético.”
Drummond foi um poeta tímido, contido, que sabia manipular as palavras para que
atingisse o objetivo desejado, estudava a escrita, o estilo, a linguagem expressiva e
investigativa em busca de diferentes formas de escrever.
Vinicius foi o poeta conhecido do grande público, conciliou a carreira de poeta com a
música, e para alguns críticos encerrou a sua carreira literária a partir disto.
Para aliviar as tensões e as pressões Vinicius de Moraes bebia e levava uma vida
boêmia. Drummond escrevia sobre as suas emoções ou as suas faces como diziam
alguns, e picotava papel e tecido “Se não fizer isto, saio matando gente pela rua”.
O poema No Meio do Caminho, publicado em 1928, causou grande escândalo, para
alguns, aquilo não era poesia e sim uma provocação, pela linguagem popular e as
repetições, e não obedecia a nenhuma regra.
Vinicius escreveu em 1951 o Soneto do Amor Total obedecendo a todas as regras,
métricas, rimas, etc. Para alguns um retrocesso, mas ficou explícita na sua poesia, a
liberdade de escrever, e obedecer ou não as regras, seria uma questão de escolha.
Conciliaram a carreira de poetas com o serviço público. Drummond formou-se em
farmácia e Vinicius em Direito. Nunca exerceram a profissão.
Antes de morrer organizaram as suas poesias e publicaram o registro, ficou para a
história.
A vida destes poetas mostra uma inquietude natural dos que precisam se expressar em
palavras, uma vida dedicada a literatura, marcadas por grandes amores, dores e
frustrações, souberam como ninguém expressar estes sentimentos na poesia.
ESTRUTURA DA OBRA
NO MEIO DO CAMINHO
No ano de 1928, Carlos Drummond de Andrade publicou na Revista de Antropofagia, o
seu mais conhecido poema, intitulado “No Meio do Caminho”, na época em que os
modernistas buscavam o seu espaço na literatura brasileira, com obras que priorizavam
a paisagem nacional e temas ligados ao cotidiano. No entanto, a poesia ainda era vista
pelos artistas através de sua estrutura, da preocupação do escritor com a perfeição dos
recursos poéticos, tais como a rima e os versos regulares (metrificados).
Não é de se espantar que o poema “No Meio do Caminho” provocou um enorme
escândalo nos poetas adeptos ao parnasianismo e a outras escolas literárias que
priorizavam a estrutura. Mas também surpreendeu os modernistas, como Mário de
Andrade. Drummond, com os seus dez versos livres, organizados em uma quadrilha
(quatro versos) e uma sextilha (seis versos), sobre uma pedra que estava no meio do
caminho, escandalizou por um lado e impressionou por outro.
O “poema da pedra”, como ficou conhecido, soava com certo desrespeito à tradição
literária. Podemos observar que não há versos regulares, não há rimas e nem mesmo a
preocupação em substituir palavras repetidas. O poema inicia e finaliza com o mesmo
verso: “No meio do caminho tinha uma pedra”. Também podemos observar o
afastamento do escritor da norma culta, quando ele faz uso do verbo “tinha” ao invés do
“havia” no verso “No meio do caminho tinha uma pedra”, e também na ausência do
“de” no verso “Nunca me esquecerei que no meio do caminho”, sendo o correto “de que
no meio do caminho”. Tais observações nos mostram o quão provocativo Drummond
foi na utilização das palavras para a elaboração do seu poema.
O que mais chama a atenção do leitor em relação ao poema é a repetição, ou seja, a
redundância. O primeiro verso é repetido duas vezes (no quarto e no último verso), e o
segundo e o antepenúltimo verso é uma inversão dos termos do primeiro verso. Outra
repetição que podemos encontrar é na frase “Nunca me esquecerei”, que aparece duas
vezes. A expressão “tinha uma pedra” aparece em sete dos dez versos do poema. É
interessante observar que, se retirássemos todas as repetições, o poema ficaria assim:
“No meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na
vida de minhas retinas tão fatigadas”.
Em termos de analogia, para alguns, a pedra pode simbolizar os problemas e o
caminho, a vida. Em nossa trajetória nos deparamos com vários problemas, que podem
nos impossibilitar de progredirmos em nossa vida. Vale ressaltar que o poema não
“evolui”, ou seja, ele começa na pedra e termina na pedra. No meio do caminho tinha
uma pedra e no encerramento do poema ela continua no mesmo lugar. Também é assim
em nossas vidas, quando deixamos que um problema impeça o nosso avanço, o nosso
crescimento.
ESTRUTURA DA OBRA
SONETO DO AMOR TOTAL
Vinicius de Moraes escreveu o Soneto do Amor Total no Rio de Janeiro, em 1951. O
poeta boêmio era um grande sonetista da literatura moderna brasileira, o que ajudou a
divulgar esse tipo de poema entre os leitores e até mesmo entre os escritores. A partir da
análise que faremos agora, observaremos o quão genial foi Vinicius na escolha de suas
palavras, na regularidade dos seus versos, mas acima de tudo, na sua mensagem de
amor, de entrega e de união.
O Soneto do Amor Total é um poema decassílabo regular, ou seja, todos os versos
possuem dez sílabas poéticas, uma estrutura fixa característica dos sonetos. Observe a
métrica:
A / mo / te / tan / to / meu / a / mor / não / can
O hu / ma / no / co / ra / ção / com / mais / ver / da
A / mo / te / co / mo a / mi / go e / co / mo a / man
Nu / ma / sem / pre / di / ver / sa / rea / li / da
A / mo / te a / fim / de um / cal / mo a / mor / pres / tan
E / te a / mo a / lém / pre / sen / te / na / sau / da
A / mo / te en / fim / com / gran / de / li / ber / da
Den / tro / da e / ter / ni / da / de e a / ca / da ins / tan
A/ mo / te / co / mo um / bi / cho / sim / ples / men
De um / a / mor / sem / mis / té / rio e / sem / vir / tu
Com um / de / se / jo / ma / ci / ço e / per / ma / nen
E / de / te a / ma / r a / ssim/ mui / to e a / mi / ú
É / que um / dia / em / teu / cor / po / de / re / pen
Hei / de / mo / rrer / de a / mar/ mais / mais / do / pu
O soneto é composto por quatorze versos, sendo dois quartetos (estrofes de quatro
versos) e dois tercetos (estrofes de três versos). A rima é ABAB, ABBA, CDC e DCD,
como podemos observar:
Amo-te tanto, meu amor... não cante (A)
O humano coração com mais verdade... (B)
Amo-te como amigo e como amante (A)
Numa sempre diversa realidade (B)
Amo-te afim, de um calmo amor prestante, (A)
E te amo além, presente na saudade. (B)
Amo-te, enfim, com grande liberdade (B)
Dentro da eternidade e a cada instante. (A)
Amo-te como um bicho, simplesmente, (C)
De um amor sem mistério e sem virtude (D)
Com um desejo maciço e permanente. (C)
E de te amar assim muito e amiúde, (D)
É que um dia em teu corpo de repente (C)
Hei de morrer de amar mais do que pude. (D)
São rimas ricas que compõem os versos. Na primeira estrofe (no primeiro e no terceiro
verso), temos a rima entre a palavra “cante” e “amante”, duas palavras que pertencem a
classes gramaticais distintas, pois “cante” é o presente do subjuntivo do verbo cantar e
“amante” é um substantivo comum. No segundo e no quarto verso, temos a rima entre
“verdade” e “realidade”, que apesar de fazerem parte da mesma classe gramatical (são
substantivos), constituem uma rima rica, visto pelo contexto de toda a estrofe.
Na segunda estrofe, temos a rima entre “prestante” e “instante”, quinto e oitavo verso,
respectivamente. A primeira palavra é um adjetivo, enquanto que a segunda faz parte da
classe dos substantivos. Na mesma estrofe, temos a rima entre “saudade” e “liberdade”
no sexto e no sétimo verso. Ambas são substantivos.
Na terceira estrofe, temos uma nova rima, marcada pelas palavras “simplesmente” e
“permanente”, pertencentes ao grupo dos adjetivos, que também fazem rima ao
“repente”, substantivo, que está no décimo terceiro verso da última estrofe.
O décimo verso, que está na terceira estrofe, rima com o décimo segundo, sendo as
palavras “virtude” e “amiúde”, respectivamente. A primeira é substantivo enquanto que
a segunda é um adjetivo. E para completar essa rima, temos a palavra “pude”, pretérito
perfeito do indicativo do verbo “poder”, que está no último verso da última estrofe.
O Soneto do Amor Total é um poema no qual o autor faz a união do amor espiritual e
carnal. Foi escrito diretamente para a amada, ou seja, é vocativo, como podemos
compreender no primeiro verso “Amo-te tanto, meu amor”. Além disso, a utilização do
“tanto” não determina o quanto o autor sente, mas dá a entender que é muito, ou seja,
que ele ama muito a mulher para quem escreve. Ainda na primeira estrofe, podemos
observar que o amor do eu-lírico é de amigo (espiritual) e de amante (carnal). No quarto
verso, temos a frase “diversa realidade”, que nos leva a entender que o amor não
mudará, por mais que a realidade entre eles se altere ao longo do tempo.
Analisando a segunda estrofe, encontramos um amor prestativo e de grande liberdade.
Há também certa contradição no sexto verso, “E te amo além, presente na saudade”. A
palavra “presente” indica algo atual, que está acontecendo neste momento, enquanto
que a palavra “saudade” se relaciona diretamente com distância. Isso quer dizer que o
eu-lírico amou a sua amada no passado e no presente, e que provavelmente a amará no
futuro. A contradição entre as palavras surge mais uma vez, no oitavo verso “Dentro da
eternidade e a cada instante”. Mais uma vez, a “eternidade” pode ser definida aqui como
algo longo, enquanto que “instante” seria algo mais perto, o agora, por assim dizer.
Aqui, temos a confirmação de que o autor a amará no futuro.
O amor carnal, instintivo, nos é apresentado na terceira estrofe, no nono verso “Amo-te
como um bicho, simplesmente”. É um amor sem limites, sem restrições, confirmado no
décimo verso “De um amor sem mistério e sem virtude”. No décimo primeiro verso,
temos a utilização da palavra “maciço” para definir o desejo do autor pela sua amada.
Maciço é algo sólido, concreto, assim como o amor físico, carnal.
E para encerrar, temos os últimos versos da quarta estrofe, no qual o poeta diz que um
dia sua vida findará de tanto amar a sua amada. Podemos aqui, interpretar o amor como
físico e também como espiritual, ou seja, há ambiguidade no verso “E de te amar assim,
muito e amiúde”.
Este soneto trata-se de uma declaração de amor, de uma confissão dos sentimentos mais
íntimos do eu-lírico. Dois pontos são destacados na poesia, o amor físico e o amor
espiritual, que se completam, se entrelaçam, formando assim, um amor em equilíbrio,
um amor total – e nos últimos versos, temos o êxtase deste amor tão intenso: “Hei de
morrer de amar mais do que pude”.
BIOGRAFIA
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Carlos Drummond de Andrade (1902–1987) foi poeta brasileiro. "No meio do caminho
tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho". Este é um trecho de uma das
poesias de Drummond, que marcou o 2º Tempo do Modernismo no Brasil. Foi um dos
maiores poetas brasileiros do século XX.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior
de Minas Gerais. Filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de
Andrade, proprietários rurais decadentes. Estudou no colégio interno em Belo
Horizonte, em 1916. Doente, regressa para Itabira, onde passa a ter aulas particulares.
Em 1918, vai estudar em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, também no colégio interno.
Em 1921 começou a publicar artigos no Diário de Minas. Em 1922 ganha um prêmio de
50 mil réis, no Concurso da Novela Mineira, com o conto "Joaquim do Telhado". Em
1923 matricula-se no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo
Horizonte. Em 1925 conclui o curso. Nesse mesmo ano casa-se com Dolores Dutra de
Morais. Funda "A Revista", veículo do Modernismo Mineiro.
Drummond leciona português e Geografia em Itabira, mas a vida no interior não lhe
agrada. Volta para Belo Horizonte, emprega-se como redator no Diário de Minas. Em
1928 publica "No Meio do Caminho", na Revista de Antropofagia de São Paulo,
provocando um escândalo, com a crítica da imprensa. Diziam que aquilo não era poesia
e sim uma provocação, pela repetição do poema. Como também pelo uso de "tinha uma
pedra" em lugar de "havia uma pedra". Ainda nesse ano, ingressa no serviço público.
Foi auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior de Minas.
Em 1930 publica o volume "Alguma Poesia", abrindo o livro com o "Poema de Sete
Faces", que se tornaria um dos seus poemas mais conhecidos: "Mundo mundo vasto
mundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução". Faz parte
do livro também, o polêmico "No Meio do Caminho", "Cidadezinha Qualquer" e
Quadrilha". Em 1934 muda-se para o Rio de Janeiro, vai trabalhar com o Ministro da
Educação e Saúde, Gustavo Capanema. Em 1940 publica "Sentimento do Mundo"
influenciado pela Segunda Guerra Mundial. Em 1942 publica seu primeiro livro de
prosa, "Confissões de Minas". Entre os anos de 1945 e 1962, foi funcionário do Serviço
Histórico e Artístico Nacional.
Em 1946, foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto da obra. O
modernismo exerceu grande influência em Carlos Drummond de Andrade. O seu estilo
poético era permeado por traços de ironia, observações do cotidiano, de pessimismo
diante da vida, e de humor. Drummond fazia verdadeiros "retratos existenciais", e os
transformava em poemas com incrível maestria.
A poesia de Carlos Drummond de Andrade era facilmente entendida e captada pelo
grande público, o que o tornou poeta popular, o que não quer dizer que seus poemas
fossem superficiais. A Rosa do Povo é um poema muito conhecido e comentado. A rosa
nesse poema funciona como metáfora do entendimento universal, dos valores da
democracia e da liberdade, valores típicos da modernidade no século 20. Carlos
Drummond de Andrade foi também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia
Lorca e Molière.
Em 1950, viaja para a Argentina, para o nascimento de seu primeiro neto, filho de
Julieta, sua única filha. Nesse mesmo ano estréia como ficcionista. Em 1962 se aposenta
do serviço público mas sua produção poética não para. Os anos 60 e 70 são produtivos.
Escreve também crônicas para jornais do Rio de Janeiro. Em 1967, para comemorar os
40 anos do poema "No Meio do Caminho" Drummond reuniu extenso material
publicado sobre ele, no volume "Uma Pedra no Meio do Caminho - Biografia de Um
Poema". Em 1987 escreve seu último poema "Elegia de Um Tucano Morto".
Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987,
doze dias depois do falecimento de sua filha, a escritora Maria Julieta Drummond de
Andrade.
Obras de Carlos Drummond de Andrade
No Meio do Caminho, poesia, 1928
Alguma Poesia, poesia, 1930
Poema da Sete Faces, poesia, 1930
Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, poesia, 1930
Brejo das Almas, poesia, 1934
Sentimento do Mundo, poesia, 1940
Poesias e José, poesia, 1942
Confissões de Minas, ensaios e crônicas, 1942
A Rosa do Povo, poesia, 1945
Poesia até Agora, poesia, 1948
Claro Enigma, poesia, 1951
Contos de Aprendiz, prosa, 1951
Viola de Bolso, poesia, 1952
Passeios na Ilha, ensaios e crônicas, 1952
Fazendeiro do Ar, poesia, 1953
Ciclo, poesia, 1957
Fala, Amendoeira, prosa, 1957
Poemas, poesia, 1959
A Vida Passada a Limpo, poesia, 1959
Lições de Coisas, poesia, 1962
A Bolsa e a Vida, crônicas e poemas, 1962
Boitempo, poesia, 1968
Cadeira de Balanço, crônicas e poemas, 1970
Menino Antigo, poesia, 1973
As Impurezas do Branco, poesia, 1973
Discurso da Primavera e Outras Sombras, poesia, 1978
O Corpo, poesia, 1984
Amar se Aprende Amando, poesia, 1985
Elegia a Um Tucano Morto, poesia, 1987
BIOGRAFIA
VINICIUS DE MORAES
Vinicius de Moraes (1913-1980) foi um poeta e compositor brasileiro. "Garota de
Ipanema", feita em parceria com Antonio Carlos Jobim, é um hino da música popular
brasileira. Foi também diplomata e dramaturgo.
Vinicius de Morais (1913-1980) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de
1913. Filho de funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista
Lídia Cruz. Desde cedo, já mostrava interesse por poesia. Ingressou no colégio jesuíta,
Santo Inácio, onde fez os estudos secundários. Entrou para o coral da igreja, onde
desenvolveu suas habilidades musicais. Em 1929, iniciou o curso de Direito da
Faculdade Nacional do Rio de Janeiro.
Em 1933, ano de sua formatura, publica "O Caminho Para a Distância". Não exerceu a
advocacia. Trabalhou como censor cinematográfico, até 1938, quando recebeu uma
bolsa de estudos e foi para Londres. Estudou inglês e literatura na Universidade de
Oxford. Trabalhou na BBC londrina até 1939.
Várias experiência conjugais marcaram a vida de Vinicius. Casou-se nove vezes e teve
cinco filhos. Suas esposas foram, Beatriz Azevedo, Regina Pederneira, Lila Bôscoli,
Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues
e a última Gilda Matoso.
Em 1943 é aprovado no concurso para Diplomata. Vai para os Estados Unidos, onde
assume o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Escreve o livro "Cinco Elegias". Serviu
sucessivamente em Paris, em 1953, em Montevidéu, e novamente em Paris, em 1963.
Volta para o Brasil em 1964. É aposentado compulsoriamente em 1968, pelo Ato
Institucional Número Cinco.
De volta ao Brasil, dedica-se à poesia e à música popular brasileira. Fez parcerias
musicais com Toquinho, Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Francis Hime,
Carlos Lyra e Chico Buarque. Entre suas músicas destacam-se: "Garota de Ipanema",
"Gente Humilde", "Aquarela", "A Casa", "Arrastão", "A Rosa de Hiroshima",
"Berimbau", "A Tonga da Mironga do Kaburetê", "Canto de Ossanha", "Insensatez",
"Eu Sei Que Vou Te Amar" e "Chega de Saudade".
Compôs a trilha sonora do filme Orfeu Negro, que foi premiado com a Palma de Ouro
no Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1961,
compõe Rancho das Flores, baseado no tema Jesus, Alegria dos Homens, de Johann
Sebastian Bach. Com Edu Lobo, ganha o Primeiro Festival Nacional de Música Popular
Brasileira, com a música "Arrastão".
A parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva. Rendeu músicas
importantes como "Aquarela", "A Casa", "As Cores de Abril", "Testamento", "Maria
Vai com as Outras", "Morena Flor", "A Rosa Desfolhada", "Para Viver Um Grande
Amor" e "Regra Três".
É preciso destacar também sua participação em shows e gravações com cantores e
compositores importantes como Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Dorival
Caymmi, Maria Creuza, Miúcha e Maria Bethânia. O Álbum Arca de Noé foi lançado
em 1980 e teve vários intérpretes, cantando músicas de cunho infantil. Esse Álbum
originou um especial para a televisão.
A produção poética de Vinícius passou por duas fases. A primeira é carregada de
misticismo e profundamente cristã, como expressa em "O Caminho para a Distância" e
em "Forma e Exegese". A segunda fase, vai ao encontro do cotidiano, e nela se ressalta
a figura feminina e o amor, como em "Ariana, A Mulher".
Vinícius também se inclina para os grandes temas sociais do seu tempo. O carro chefe é
"A Rosa de Hiroshima". A parábola "O Operário em Construção" alinha-se entre os
maiores poemas de denúncia da literatura nacional: Pensem na crianças/Mudas
telepáticas/Pensem nas mulheres/Rotas alteradas/Pensem nas feridas /Como rosas
cálidas.
Marcus Vinícius de Mello Moraes morreu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de
1980, devido a problemas decorrentes de isquemia cerebral.
Obra de Vinícius de Moraes
O Caminho Para a Distância, poesia, 1933
Forma e Exegese poesia, 1936
Novos Poemas, poesia, 1938
Cinco Elegias, poesia, 1943
Poemas, Sonetos e Baladas, poesia, 1946
Pátria Minha, poesia, 1949
Orfeu da Conceição, teatro, em versos, 1954
Livro de Sonetos, poesia, 1956
Pobre Menina Rica, teatro, comédia musicada, 1962
O Mergulhador, poesia, 1965
Cordélia e O Peregrino, tearo, em versos, 1965
A Arca de Noé, poesia, 1970
Chacina de Barros Filho, teatro, drama
O Dever e o Haver
Para Uma Menina com uma Flor, poesia
Para Viver um Grande Amor, poesia
Ariana, a Mulher, poesia
Antologia Poética
Novos Poemas II
CONCLUSÃO
A realização deste trabalho propôs a nós, estudantes de Letras, uma visão mais ampliada
da literatura brasileira.
Analisando as duas obras escritas e sentidas por Carlos Drummond de Andrade e
Vinicius de Moraes, pudemos observar a estrutura dos poemas e o contexto temático
por trás dessas duas obras que foram importantes para as épocas em que foram escritas.
No meio do caminho nos traz a novidade de uma nova escrita, desprendida dos ideais
das antigas escolas literárias (como o parnasianismo), que olhavam apenas a estrutura,
afastando-se do contexto. Drummond nos surpreende com uma pedra que estava no
meio do caminho sem sílabas poéticas, sem rimas, sem vírgulas e com uma linguagem
coloquial.
Por outro lado, temos Vinicius de Moraes reinventando os sonetos, fazendo uso da
estrutura para se expressar, equilibrando a forma com o conteúdo.
Todo esse aprendizado que tivemos durante as aulas e durante o processo deste trabalho,
nos levou a conhecer mais sobre a poesia brasileira, sobre a estrutura poética e sobre o
contexto que está por trás das palavras e que influencia os poetas.
BIBLIOGRAFIA
Internet:
Site E-Biografias (http://www.e-biografias.net/carlos_drummond/);
(http://www.e-biografias.net/vinicius_de_moraes/);
Site Literatura & Linguagens (http://nelsonsouzza.blogspot.com.br/2011/03/no-meio-
do-caminho-carlos-drummond-de.html);
Site Blog de Semiótica (http://semioticasusumanu.blogspot.com.br/2013/04/analise-da-
obra-no-meio-do-caminho.html);
Site Scribd (http://pt.scribd.com/doc/95272710/Analise-do-poema-No-meio-do-
caminho-de-Carlos-Drummond-de-Andrade);
Site Vinicius de Moraes
(http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=313);
Blog Travessia Poética (http://valiteratura.blogspot.com.br/2010/06/soneto-do-amor-
total.html);
Blog Pérolas da Pi (http://perolasdapi.blogspot.com.br/2008/04/soneto-do-amor-total-
de-vinicius-de.html);
Blog Letras Tudo (http://letrastudo.blogspot.com.br/2009/08/analise-de-poemas.html);
Web Artigos (http://www.webartigos.com/artigos/o-amor-divino-e-o-amor-
terreno/3555/).
Livro:
RODRIGUES, Claufe; MAIA, Alexandra. 100 anos de Poesia – Um panorama da
poesia brasileira no século 20, vol. I. Rio De Janeiro: O Verso Edições, 2001.

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Trabalho de Análise Literária - Teoria Literária - Segundo Semestre

  • 1. Ana Carolina Déa Dilma Fátima Cristiane Immanuel Nelson Sônia Sara ANÁLISE COMPARATIVA DE TEXTO POÉTICO RECURSOS EXPRESSIVOS E CONTEÚDO TEMÁTICO São Paulo - 2013
  • 2. Ana Carolina Déa Dilma Fátima Cristiane Immanuel Nelson Sônia Sara ANÁLISE COMPARATIVA DE TEXTO POÉTICO RECURSOS EXPRESSIVOS E CONTEÚDO TEMÁTICO Trabalho de atividade acadêmica com o intuito de elaborar e desenvolver uma análise comparativa de dois poemas escritos por poetas distintos, bem como observar os recursos expressivos e o conteúdo temático no qual as obras foram compostas. Orientadora: Professora Sueli B. Salles São Paulo - 2013
  • 3. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO............................................................................................................1 NO MEIO DO CAMINHO...............................................................................................2 SONETO DO AMOR TOTAL..........................................................................................3 CONTEXTO DE OBRA – NO MEIO DO CAMINHO...................................................4 CONTEXTO DE OBRA – SONETO DO AMOR TOTAL..............................................5 COMPARAÇÃO DAS OBRAS........................................................................................6 ESTRUTURA DA OBRA – NO MEIO DO CAMINHO.................................................8 ESTRUTURA DA OBRA – SONETO DO AMOR TOTAL.........................................10 BIOGRAFIA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE...............................................14 BIOGRAFIA VINICIUS DE MORAES.........................................................................17 CONCLUSÃO.................................................................................................................20 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................21
  • 4. APRESENTAÇÃO Desvendar os segredos da poesia é mergulhar num oceano profundo cheios de mistérios, que a cada instante nos apresenta uma nova possibilidade, um novo segredo. Não é possível analisar e entender um poema, sem saber o contexto em que foi escrito, sem o conhecimento de mundo referente aos autores. A análise tem que ser objetiva, sem se deixar levar pela emoção, pela nostalgia. Munidos destas informações, nos permitimos olhar o texto com outros olhos, pode ser um olhar técnico, um olhar crítico, ou simplesmente viajar nas possibilidades do poema. Neste trabalho faremos a análise entre dois autores revolucionários, que nos causou grande surpresa ao saber que fizeram parte da mesma geração modernista que clamava por democracia e liberdade, no início da década de 20. Para tanto, faremos uma análise detalhada dos poemas, dos autores, do contexto em que as obras foram escritas, a comparação entre os dois textos e a sua estrutura. E o principal objetivo da poesia não será deixado de lado, está feito o convite: venha me desvendar!
  • 5. NO MEIO DO CAMINHO No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra. Carlos Drummond de Andrade
  • 6. SONETO DO AMOR TOTAL Amo-te tanto, meu amor... não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade Amo-te afim, de um calmo amor prestante, E te amo além, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente, De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente. E de te amar assim muito e amiúde, É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude. Vinicius de Moraes
  • 7. CONTEXTO DE OBRA NO MEIO DO CAMINHO No poema “No Meio do Caminho” há bastante redundância e o Drummond enfatiza muita essa tal “pedra”. Cabe a nós mesmos interpretar o poema, não da maneira que quisermos, mas sim encaixando em determinada situação onde se encontra o autor ou o tempo em que foi escrito, ou seja, o contexto. Em julho de 1928 é publicado na primeira página da “Revista da Antropologia” o poema “No meio do Caminho” um dos conhecidos polêmicos de Drummond. Quando o poema foi publicado causou um grande escândalo na imprensa da época, pois os críticos se negaram a considerar a poesia numa estrutura de repetição e uma construção linguística simples, espontânea, informal. Depois dos ataques da crítica, Drummond afirma: “Sou o autor confesso de certo poema, insignificante em sim, mas que a partir de 1928 vem escandalizando meu tempo, e serve até hoje para dividir no Brasil as pessoas em duas categorias mentais.” Drummond nunca esclareceu essas “duas categorias mentais”, mas fica claro o impacto do poema diante da opinião pública da época, que parou diante aquela pedra no caminho para expressar sua posição em relação a ela. Ele foi admirado por uns e ridicularizado por outros, até mesmo agredido verbalmente, por causa de seu poema ousado, e a “pedra” passou a representar a imagem de sua poesia. Esse poema soava como brincadeira desrespeitosa não só para a respeitosa tradição literária, mas até para com o leitor e a própria poesia. Era provocativo, um texto feito de repetições, sem vírgulas, sem sílabas poéticas – um poema muito ousado para a época.
  • 8. CONTEXTO DA OBRA SONETO DO AMOR TOTAL Vinicius de Moraes escreveu “Soneto do amor total” em 1951, quando aos 38 anos conheceu Lila Boscoli, que tinha 20, e se casou com ela naquele mesmo ano. Lila foi a terceira mulher de Vinicius e uma das paixões mais arrebatadoras do poeta, que se casou nove vezes. Se analisarmos as ideias e o contexto de Soneto do amor total podemos perceber que o sujeito poético, que neste caso é o próprio Vinicius, afirma que o amor sentido não é algo buscado como ideal, é apenas verdadeiro, real, e maior do que o poeta pode suportar. Depois de se ler todo o soneto, o leitor pode notar a dança das palavras dentro da musicalidade construída. O poeta cria ao longo dos versos um jogo de contradição e música: eternidade, instante, amigo, amante, afim, enfim (sugerindo fim e infinito), além, presente. Em função do sentimento avassalador, o poeta tenta captar a totalidade desse amor. Para tanto, armou uma estrutura circular, simples no vocabulário, mas complexo no jogo de palavras. O poema só tem seis verbos: amar, cantar, haver (locução), morrer, ser e poder. E ele os conjuga com absoluta intensidade junto a substantivos, advérbios e adjetivos, criando a melopeia dos sentidos. O poeta ama demais, e seu amor é totalizante, a ponto de não saber se suportará amar tanto assim. É uma agonia, a agonia do gozo e da morte. A última estrofe funde essas duas concepções, uma carnal demais e outra que flerta com a finitude do corpo e a elevação da alma. “E de te amar assim, muito e amiúde”, dize o poeta, “É que um dia em teu corpo, de repente/ Hei de morrer de amar mais do que pude.” Morre, mas renasce. Ressurge na circularidade das coisas, o eterno retorno. Vinicius expõe nesta sua obra que a todo ser apaixonado e amante o ideal e o sentimento que temos é que podemos até morrer de amor por amar tanto. Mas se isso acontecesse, morreríamos feliz.
  • 9. COMPARAÇÃO DAS OBRAS Os autores fazem parte da segunda geração de poetas modernistas. Drummond nasceu em 1902 e morreu em 1987. Vinicius nasceu em 1913 e morreu em 1980. Segundo Drummond: “Vinicius foi o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer da poesia em seu estado natural. Foi o único de nós que teve a vida de poeta. Eu queria ter sido Vinicius de Moraes”. E se auto analisa assim: “Não tenho tido nenhuma ambição literária, fui mais poeta pelo desejo e pela necessidade de exprimir sensações e emoções que me perturbavam o espírito e me causavam angústia. Fiz da minha poesia um sofá de analista. É esta minha definição do meu fazer poético.” Drummond foi um poeta tímido, contido, que sabia manipular as palavras para que atingisse o objetivo desejado, estudava a escrita, o estilo, a linguagem expressiva e investigativa em busca de diferentes formas de escrever. Vinicius foi o poeta conhecido do grande público, conciliou a carreira de poeta com a música, e para alguns críticos encerrou a sua carreira literária a partir disto. Para aliviar as tensões e as pressões Vinicius de Moraes bebia e levava uma vida boêmia. Drummond escrevia sobre as suas emoções ou as suas faces como diziam alguns, e picotava papel e tecido “Se não fizer isto, saio matando gente pela rua”. O poema No Meio do Caminho, publicado em 1928, causou grande escândalo, para alguns, aquilo não era poesia e sim uma provocação, pela linguagem popular e as repetições, e não obedecia a nenhuma regra. Vinicius escreveu em 1951 o Soneto do Amor Total obedecendo a todas as regras, métricas, rimas, etc. Para alguns um retrocesso, mas ficou explícita na sua poesia, a liberdade de escrever, e obedecer ou não as regras, seria uma questão de escolha. Conciliaram a carreira de poetas com o serviço público. Drummond formou-se em farmácia e Vinicius em Direito. Nunca exerceram a profissão. Antes de morrer organizaram as suas poesias e publicaram o registro, ficou para a história.
  • 10. A vida destes poetas mostra uma inquietude natural dos que precisam se expressar em palavras, uma vida dedicada a literatura, marcadas por grandes amores, dores e frustrações, souberam como ninguém expressar estes sentimentos na poesia.
  • 11. ESTRUTURA DA OBRA NO MEIO DO CAMINHO No ano de 1928, Carlos Drummond de Andrade publicou na Revista de Antropofagia, o seu mais conhecido poema, intitulado “No Meio do Caminho”, na época em que os modernistas buscavam o seu espaço na literatura brasileira, com obras que priorizavam a paisagem nacional e temas ligados ao cotidiano. No entanto, a poesia ainda era vista pelos artistas através de sua estrutura, da preocupação do escritor com a perfeição dos recursos poéticos, tais como a rima e os versos regulares (metrificados). Não é de se espantar que o poema “No Meio do Caminho” provocou um enorme escândalo nos poetas adeptos ao parnasianismo e a outras escolas literárias que priorizavam a estrutura. Mas também surpreendeu os modernistas, como Mário de Andrade. Drummond, com os seus dez versos livres, organizados em uma quadrilha (quatro versos) e uma sextilha (seis versos), sobre uma pedra que estava no meio do caminho, escandalizou por um lado e impressionou por outro. O “poema da pedra”, como ficou conhecido, soava com certo desrespeito à tradição literária. Podemos observar que não há versos regulares, não há rimas e nem mesmo a preocupação em substituir palavras repetidas. O poema inicia e finaliza com o mesmo verso: “No meio do caminho tinha uma pedra”. Também podemos observar o afastamento do escritor da norma culta, quando ele faz uso do verbo “tinha” ao invés do “havia” no verso “No meio do caminho tinha uma pedra”, e também na ausência do “de” no verso “Nunca me esquecerei que no meio do caminho”, sendo o correto “de que no meio do caminho”. Tais observações nos mostram o quão provocativo Drummond foi na utilização das palavras para a elaboração do seu poema. O que mais chama a atenção do leitor em relação ao poema é a repetição, ou seja, a redundância. O primeiro verso é repetido duas vezes (no quarto e no último verso), e o segundo e o antepenúltimo verso é uma inversão dos termos do primeiro verso. Outra repetição que podemos encontrar é na frase “Nunca me esquecerei”, que aparece duas vezes. A expressão “tinha uma pedra” aparece em sete dos dez versos do poema. É interessante observar que, se retirássemos todas as repetições, o poema ficaria assim: “No meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas”.
  • 12. Em termos de analogia, para alguns, a pedra pode simbolizar os problemas e o caminho, a vida. Em nossa trajetória nos deparamos com vários problemas, que podem nos impossibilitar de progredirmos em nossa vida. Vale ressaltar que o poema não “evolui”, ou seja, ele começa na pedra e termina na pedra. No meio do caminho tinha uma pedra e no encerramento do poema ela continua no mesmo lugar. Também é assim em nossas vidas, quando deixamos que um problema impeça o nosso avanço, o nosso crescimento.
  • 13. ESTRUTURA DA OBRA SONETO DO AMOR TOTAL Vinicius de Moraes escreveu o Soneto do Amor Total no Rio de Janeiro, em 1951. O poeta boêmio era um grande sonetista da literatura moderna brasileira, o que ajudou a divulgar esse tipo de poema entre os leitores e até mesmo entre os escritores. A partir da análise que faremos agora, observaremos o quão genial foi Vinicius na escolha de suas palavras, na regularidade dos seus versos, mas acima de tudo, na sua mensagem de amor, de entrega e de união. O Soneto do Amor Total é um poema decassílabo regular, ou seja, todos os versos possuem dez sílabas poéticas, uma estrutura fixa característica dos sonetos. Observe a métrica: A / mo / te / tan / to / meu / a / mor / não / can O hu / ma / no / co / ra / ção / com / mais / ver / da A / mo / te / co / mo a / mi / go e / co / mo a / man Nu / ma / sem / pre / di / ver / sa / rea / li / da A / mo / te a / fim / de um / cal / mo a / mor / pres / tan E / te a / mo a / lém / pre / sen / te / na / sau / da A / mo / te en / fim / com / gran / de / li / ber / da Den / tro / da e / ter / ni / da / de e a / ca / da ins / tan A/ mo / te / co / mo um / bi / cho / sim / ples / men De um / a / mor / sem / mis / té / rio e / sem / vir / tu Com um / de / se / jo / ma / ci / ço e / per / ma / nen E / de / te a / ma / r a / ssim/ mui / to e a / mi / ú É / que um / dia / em / teu / cor / po / de / re / pen Hei / de / mo / rrer / de a / mar/ mais / mais / do / pu O soneto é composto por quatorze versos, sendo dois quartetos (estrofes de quatro versos) e dois tercetos (estrofes de três versos). A rima é ABAB, ABBA, CDC e DCD, como podemos observar:
  • 14. Amo-te tanto, meu amor... não cante (A) O humano coração com mais verdade... (B) Amo-te como amigo e como amante (A) Numa sempre diversa realidade (B) Amo-te afim, de um calmo amor prestante, (A) E te amo além, presente na saudade. (B) Amo-te, enfim, com grande liberdade (B) Dentro da eternidade e a cada instante. (A) Amo-te como um bicho, simplesmente, (C) De um amor sem mistério e sem virtude (D) Com um desejo maciço e permanente. (C) E de te amar assim muito e amiúde, (D) É que um dia em teu corpo de repente (C) Hei de morrer de amar mais do que pude. (D) São rimas ricas que compõem os versos. Na primeira estrofe (no primeiro e no terceiro verso), temos a rima entre a palavra “cante” e “amante”, duas palavras que pertencem a classes gramaticais distintas, pois “cante” é o presente do subjuntivo do verbo cantar e “amante” é um substantivo comum. No segundo e no quarto verso, temos a rima entre “verdade” e “realidade”, que apesar de fazerem parte da mesma classe gramatical (são substantivos), constituem uma rima rica, visto pelo contexto de toda a estrofe. Na segunda estrofe, temos a rima entre “prestante” e “instante”, quinto e oitavo verso, respectivamente. A primeira palavra é um adjetivo, enquanto que a segunda faz parte da classe dos substantivos. Na mesma estrofe, temos a rima entre “saudade” e “liberdade” no sexto e no sétimo verso. Ambas são substantivos. Na terceira estrofe, temos uma nova rima, marcada pelas palavras “simplesmente” e “permanente”, pertencentes ao grupo dos adjetivos, que também fazem rima ao “repente”, substantivo, que está no décimo terceiro verso da última estrofe. O décimo verso, que está na terceira estrofe, rima com o décimo segundo, sendo as palavras “virtude” e “amiúde”, respectivamente. A primeira é substantivo enquanto que
  • 15. a segunda é um adjetivo. E para completar essa rima, temos a palavra “pude”, pretérito perfeito do indicativo do verbo “poder”, que está no último verso da última estrofe. O Soneto do Amor Total é um poema no qual o autor faz a união do amor espiritual e carnal. Foi escrito diretamente para a amada, ou seja, é vocativo, como podemos compreender no primeiro verso “Amo-te tanto, meu amor”. Além disso, a utilização do “tanto” não determina o quanto o autor sente, mas dá a entender que é muito, ou seja, que ele ama muito a mulher para quem escreve. Ainda na primeira estrofe, podemos observar que o amor do eu-lírico é de amigo (espiritual) e de amante (carnal). No quarto verso, temos a frase “diversa realidade”, que nos leva a entender que o amor não mudará, por mais que a realidade entre eles se altere ao longo do tempo. Analisando a segunda estrofe, encontramos um amor prestativo e de grande liberdade. Há também certa contradição no sexto verso, “E te amo além, presente na saudade”. A palavra “presente” indica algo atual, que está acontecendo neste momento, enquanto que a palavra “saudade” se relaciona diretamente com distância. Isso quer dizer que o eu-lírico amou a sua amada no passado e no presente, e que provavelmente a amará no futuro. A contradição entre as palavras surge mais uma vez, no oitavo verso “Dentro da eternidade e a cada instante”. Mais uma vez, a “eternidade” pode ser definida aqui como algo longo, enquanto que “instante” seria algo mais perto, o agora, por assim dizer. Aqui, temos a confirmação de que o autor a amará no futuro. O amor carnal, instintivo, nos é apresentado na terceira estrofe, no nono verso “Amo-te como um bicho, simplesmente”. É um amor sem limites, sem restrições, confirmado no décimo verso “De um amor sem mistério e sem virtude”. No décimo primeiro verso, temos a utilização da palavra “maciço” para definir o desejo do autor pela sua amada. Maciço é algo sólido, concreto, assim como o amor físico, carnal. E para encerrar, temos os últimos versos da quarta estrofe, no qual o poeta diz que um dia sua vida findará de tanto amar a sua amada. Podemos aqui, interpretar o amor como físico e também como espiritual, ou seja, há ambiguidade no verso “E de te amar assim, muito e amiúde”. Este soneto trata-se de uma declaração de amor, de uma confissão dos sentimentos mais íntimos do eu-lírico. Dois pontos são destacados na poesia, o amor físico e o amor espiritual, que se completam, se entrelaçam, formando assim, um amor em equilíbrio,
  • 16. um amor total – e nos últimos versos, temos o êxtase deste amor tão intenso: “Hei de morrer de amar mais do que pude”.
  • 17. BIOGRAFIA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Carlos Drummond de Andrade (1902–1987) foi poeta brasileiro. "No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho". Este é um trecho de uma das poesias de Drummond, que marcou o 2º Tempo do Modernismo no Brasil. Foi um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais. Filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade, proprietários rurais decadentes. Estudou no colégio interno em Belo Horizonte, em 1916. Doente, regressa para Itabira, onde passa a ter aulas particulares. Em 1918, vai estudar em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, também no colégio interno. Em 1921 começou a publicar artigos no Diário de Minas. Em 1922 ganha um prêmio de 50 mil réis, no Concurso da Novela Mineira, com o conto "Joaquim do Telhado". Em 1923 matricula-se no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte. Em 1925 conclui o curso. Nesse mesmo ano casa-se com Dolores Dutra de Morais. Funda "A Revista", veículo do Modernismo Mineiro. Drummond leciona português e Geografia em Itabira, mas a vida no interior não lhe agrada. Volta para Belo Horizonte, emprega-se como redator no Diário de Minas. Em 1928 publica "No Meio do Caminho", na Revista de Antropofagia de São Paulo, provocando um escândalo, com a crítica da imprensa. Diziam que aquilo não era poesia e sim uma provocação, pela repetição do poema. Como também pelo uso de "tinha uma pedra" em lugar de "havia uma pedra". Ainda nesse ano, ingressa no serviço público. Foi auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior de Minas. Em 1930 publica o volume "Alguma Poesia", abrindo o livro com o "Poema de Sete Faces", que se tornaria um dos seus poemas mais conhecidos: "Mundo mundo vasto mundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução". Faz parte do livro também, o polêmico "No Meio do Caminho", "Cidadezinha Qualquer" e Quadrilha". Em 1934 muda-se para o Rio de Janeiro, vai trabalhar com o Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. Em 1940 publica "Sentimento do Mundo" influenciado pela Segunda Guerra Mundial. Em 1942 publica seu primeiro livro de
  • 18. prosa, "Confissões de Minas". Entre os anos de 1945 e 1962, foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional. Em 1946, foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto da obra. O modernismo exerceu grande influência em Carlos Drummond de Andrade. O seu estilo poético era permeado por traços de ironia, observações do cotidiano, de pessimismo diante da vida, e de humor. Drummond fazia verdadeiros "retratos existenciais", e os transformava em poemas com incrível maestria. A poesia de Carlos Drummond de Andrade era facilmente entendida e captada pelo grande público, o que o tornou poeta popular, o que não quer dizer que seus poemas fossem superficiais. A Rosa do Povo é um poema muito conhecido e comentado. A rosa nesse poema funciona como metáfora do entendimento universal, dos valores da democracia e da liberdade, valores típicos da modernidade no século 20. Carlos Drummond de Andrade foi também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière. Em 1950, viaja para a Argentina, para o nascimento de seu primeiro neto, filho de Julieta, sua única filha. Nesse mesmo ano estréia como ficcionista. Em 1962 se aposenta do serviço público mas sua produção poética não para. Os anos 60 e 70 são produtivos. Escreve também crônicas para jornais do Rio de Janeiro. Em 1967, para comemorar os 40 anos do poema "No Meio do Caminho" Drummond reuniu extenso material publicado sobre ele, no volume "Uma Pedra no Meio do Caminho - Biografia de Um Poema". Em 1987 escreve seu último poema "Elegia de Um Tucano Morto". Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987, doze dias depois do falecimento de sua filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. Obras de Carlos Drummond de Andrade No Meio do Caminho, poesia, 1928 Alguma Poesia, poesia, 1930 Poema da Sete Faces, poesia, 1930 Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, poesia, 1930 Brejo das Almas, poesia, 1934 Sentimento do Mundo, poesia, 1940
  • 19. Poesias e José, poesia, 1942 Confissões de Minas, ensaios e crônicas, 1942 A Rosa do Povo, poesia, 1945 Poesia até Agora, poesia, 1948 Claro Enigma, poesia, 1951 Contos de Aprendiz, prosa, 1951 Viola de Bolso, poesia, 1952 Passeios na Ilha, ensaios e crônicas, 1952 Fazendeiro do Ar, poesia, 1953 Ciclo, poesia, 1957 Fala, Amendoeira, prosa, 1957 Poemas, poesia, 1959 A Vida Passada a Limpo, poesia, 1959 Lições de Coisas, poesia, 1962 A Bolsa e a Vida, crônicas e poemas, 1962 Boitempo, poesia, 1968 Cadeira de Balanço, crônicas e poemas, 1970 Menino Antigo, poesia, 1973 As Impurezas do Branco, poesia, 1973 Discurso da Primavera e Outras Sombras, poesia, 1978 O Corpo, poesia, 1984 Amar se Aprende Amando, poesia, 1985 Elegia a Um Tucano Morto, poesia, 1987
  • 20. BIOGRAFIA VINICIUS DE MORAES Vinicius de Moraes (1913-1980) foi um poeta e compositor brasileiro. "Garota de Ipanema", feita em parceria com Antonio Carlos Jobim, é um hino da música popular brasileira. Foi também diplomata e dramaturgo. Vinicius de Morais (1913-1980) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho de funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz. Desde cedo, já mostrava interesse por poesia. Ingressou no colégio jesuíta, Santo Inácio, onde fez os estudos secundários. Entrou para o coral da igreja, onde desenvolveu suas habilidades musicais. Em 1929, iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. Em 1933, ano de sua formatura, publica "O Caminho Para a Distância". Não exerceu a advocacia. Trabalhou como censor cinematográfico, até 1938, quando recebeu uma bolsa de estudos e foi para Londres. Estudou inglês e literatura na Universidade de Oxford. Trabalhou na BBC londrina até 1939. Várias experiência conjugais marcaram a vida de Vinicius. Casou-se nove vezes e teve cinco filhos. Suas esposas foram, Beatriz Azevedo, Regina Pederneira, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues e a última Gilda Matoso. Em 1943 é aprovado no concurso para Diplomata. Vai para os Estados Unidos, onde assume o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Escreve o livro "Cinco Elegias". Serviu sucessivamente em Paris, em 1953, em Montevidéu, e novamente em Paris, em 1963. Volta para o Brasil em 1964. É aposentado compulsoriamente em 1968, pelo Ato Institucional Número Cinco. De volta ao Brasil, dedica-se à poesia e à música popular brasileira. Fez parcerias musicais com Toquinho, Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Francis Hime, Carlos Lyra e Chico Buarque. Entre suas músicas destacam-se: "Garota de Ipanema", "Gente Humilde", "Aquarela", "A Casa", "Arrastão", "A Rosa de Hiroshima", "Berimbau", "A Tonga da Mironga do Kaburetê", "Canto de Ossanha", "Insensatez", "Eu Sei Que Vou Te Amar" e "Chega de Saudade".
  • 21. Compôs a trilha sonora do filme Orfeu Negro, que foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1961, compõe Rancho das Flores, baseado no tema Jesus, Alegria dos Homens, de Johann Sebastian Bach. Com Edu Lobo, ganha o Primeiro Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com a música "Arrastão". A parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva. Rendeu músicas importantes como "Aquarela", "A Casa", "As Cores de Abril", "Testamento", "Maria Vai com as Outras", "Morena Flor", "A Rosa Desfolhada", "Para Viver Um Grande Amor" e "Regra Três". É preciso destacar também sua participação em shows e gravações com cantores e compositores importantes como Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Dorival Caymmi, Maria Creuza, Miúcha e Maria Bethânia. O Álbum Arca de Noé foi lançado em 1980 e teve vários intérpretes, cantando músicas de cunho infantil. Esse Álbum originou um especial para a televisão. A produção poética de Vinícius passou por duas fases. A primeira é carregada de misticismo e profundamente cristã, como expressa em "O Caminho para a Distância" e em "Forma e Exegese". A segunda fase, vai ao encontro do cotidiano, e nela se ressalta a figura feminina e o amor, como em "Ariana, A Mulher". Vinícius também se inclina para os grandes temas sociais do seu tempo. O carro chefe é "A Rosa de Hiroshima". A parábola "O Operário em Construção" alinha-se entre os maiores poemas de denúncia da literatura nacional: Pensem na crianças/Mudas telepáticas/Pensem nas mulheres/Rotas alteradas/Pensem nas feridas /Como rosas cálidas. Marcus Vinícius de Mello Moraes morreu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de 1980, devido a problemas decorrentes de isquemia cerebral. Obra de Vinícius de Moraes O Caminho Para a Distância, poesia, 1933 Forma e Exegese poesia, 1936 Novos Poemas, poesia, 1938 Cinco Elegias, poesia, 1943
  • 22. Poemas, Sonetos e Baladas, poesia, 1946 Pátria Minha, poesia, 1949 Orfeu da Conceição, teatro, em versos, 1954 Livro de Sonetos, poesia, 1956 Pobre Menina Rica, teatro, comédia musicada, 1962 O Mergulhador, poesia, 1965 Cordélia e O Peregrino, tearo, em versos, 1965 A Arca de Noé, poesia, 1970 Chacina de Barros Filho, teatro, drama O Dever e o Haver Para Uma Menina com uma Flor, poesia Para Viver um Grande Amor, poesia Ariana, a Mulher, poesia Antologia Poética Novos Poemas II
  • 23. CONCLUSÃO A realização deste trabalho propôs a nós, estudantes de Letras, uma visão mais ampliada da literatura brasileira. Analisando as duas obras escritas e sentidas por Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes, pudemos observar a estrutura dos poemas e o contexto temático por trás dessas duas obras que foram importantes para as épocas em que foram escritas. No meio do caminho nos traz a novidade de uma nova escrita, desprendida dos ideais das antigas escolas literárias (como o parnasianismo), que olhavam apenas a estrutura, afastando-se do contexto. Drummond nos surpreende com uma pedra que estava no meio do caminho sem sílabas poéticas, sem rimas, sem vírgulas e com uma linguagem coloquial. Por outro lado, temos Vinicius de Moraes reinventando os sonetos, fazendo uso da estrutura para se expressar, equilibrando a forma com o conteúdo. Todo esse aprendizado que tivemos durante as aulas e durante o processo deste trabalho, nos levou a conhecer mais sobre a poesia brasileira, sobre a estrutura poética e sobre o contexto que está por trás das palavras e que influencia os poetas.
  • 24. BIBLIOGRAFIA Internet: Site E-Biografias (http://www.e-biografias.net/carlos_drummond/); (http://www.e-biografias.net/vinicius_de_moraes/); Site Literatura & Linguagens (http://nelsonsouzza.blogspot.com.br/2011/03/no-meio- do-caminho-carlos-drummond-de.html); Site Blog de Semiótica (http://semioticasusumanu.blogspot.com.br/2013/04/analise-da- obra-no-meio-do-caminho.html); Site Scribd (http://pt.scribd.com/doc/95272710/Analise-do-poema-No-meio-do- caminho-de-Carlos-Drummond-de-Andrade); Site Vinicius de Moraes (http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=313); Blog Travessia Poética (http://valiteratura.blogspot.com.br/2010/06/soneto-do-amor- total.html); Blog Pérolas da Pi (http://perolasdapi.blogspot.com.br/2008/04/soneto-do-amor-total- de-vinicius-de.html); Blog Letras Tudo (http://letrastudo.blogspot.com.br/2009/08/analise-de-poemas.html); Web Artigos (http://www.webartigos.com/artigos/o-amor-divino-e-o-amor- terreno/3555/). Livro: RODRIGUES, Claufe; MAIA, Alexandra. 100 anos de Poesia – Um panorama da poesia brasileira no século 20, vol. I. Rio De Janeiro: O Verso Edições, 2001.