O documento apresenta uma aula sobre poesia parnasiana, abordando:
1) Leitura e análise de um poema parnasiano de Francisca Júlia.
2) Características da poesia parnasiana, como objetividade e racionalismo.
3) Diferença entre autor e eu lírico.
2. ● Leitura e interpretação
de poema;
● Características da poesia
parnasiana;
● Soneto;
● Autor(a) e eu lírico.
● Analisar um poema;
● Conhecer as características do
poema parnasiano;
● Reconhecer um soneto;
● Reconhecer a diferença entre
autor(a) e eu lírico.
Conteúdo Objetivos
3. Para começar
[Des]encontros
Já reparou como as escolas
literárias vivem conflitos entre si?
Observou que uns preferem
forma, outros conteúdo?
Percebeu que uns olham para o
social, outros querem se
distanciar da realidade?
Notou também que os escritores
de cada estilo dialogam entre si?
TÉCNICA LEMOV:
Virem e conversem
4. Foco no conteúdo
“Musa impassível”, de Francisca
Júlia
Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero
Luto jamais te afeie o cândido semblante!
Diante de um Jó, conserva o mesmo orgulho; e diante
De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.
Em teus olhos não quero a lágrima; não quero
Em tua boca o suave e idílio descante.
Celebra ora um fantasma anguiforme de Dante,
Hora o vulto marcial de um guerreiro de Homero
5. Foco no conteúdo
Dá-me o hemistíquio de ouro à imagem atrativa;
A rima cujo som, de uma harmonia crebra,
Cante aos ouvidos da alma; a estrofe limpa e viva;
Versos que lembrem com seus místicos ruídos,
Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra,
Ora o surdo rumor de mármores partidos.
(In: Rahme, 1999)
6. Foco no conteúdo
VOCABULÁRIO
Jó – personagem bíblico que
representa a resignação ao
sofrimento; quem vive a vida
como provação;
Sobrecenho – semblante;
Idílico – amoroso; maravilhoso;
Descante – canto popular
Anguiforme – em forma de
serpente;
Dante – renomado poeta
italiano renascentista, autor
da Divina Comédia;
Marcial – relativo à guerra;
Homero – poeta grego que é tido
como autor das epopeias gregas:
Ilíada e Odisseia;
Hemistíquio – a metade de um
verso alexandrino (de doze sílabas
métricas), e, por extensão, de
qualquer verso;
Crebra – repetida;
Calhau – pedaço de rocha dura;
pedra.
7. Foco no conteúdo
“Francisca Júlia, escritora parnasiana,
nasceu em 31 de agosto de 1871.
Escreveu para jornais como o Correio
Paulistano, além de outros periódicos. Seu
primeiro livro — Mármores —, publicado
em 1895, teve boa recepção da crítica,
[...] em 1904, tornou-se membro do
Comitê Central Brasileiro da Societá
Internazionale Elleno-Latina.”
Saiba mais sobre Francisca Júlia em:
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/
francisca-julia.htm
8. Na prática Correção
Cândido semblante; orgulhosa; olhar e sobrecenho austero.
1. Releia a primeira estrofe. Quais são as características
da musa com quem o eu lírico dialoga?
2. Quais atitudes a musa deve conservar, para manter suas
características? (leia mais 2 versos da 2ª estrofe.)
Conservar o orgulho diante de um Jó; e manter o olhar e
sobrecenho austero diante de um morto; não deve chorar;
não deve cantar músicas populares.
9. Na prática Correção
A palavra “impassível” do título já indica que a mulher não
pode se deixar abalar, sofrer, demonstrar emoção. Os
versos seguintes reforçam isso, indicando que ela não pode
dar demonstração de perturbação emocional: manter o
semblante puro; manter o orgulho estampado no rosto,
com olhar e semblante rígidos; ela não deve chorar; não
deve cantar. Tudo isso se opõe ao sentimentalismo
extremado do Romantismo.
3. A “musa impassível” parnasiana é fundamentalmente
antirromântica. Como o título e os seis versos iniciais
justificam essa afirmação?
10. Foco no conteúdo
Como você já sabe, o poema “Musa
impassível” foi escrito por uma mulher.
Também já percebeu que a voz que fala
no poema se dirige a uma “musa”, figura
mítica, feminina e inspiradora do fazer
poético. Essa voz pode ser masculina ou
feminina, de uma jovem ou de um velho.
Essa voz é o eu lírico, que não é o autor.
Veja o trecho a seguir o poema-canção
“O meu guri”.
Autor vs. eu lírico
11. Na prática
Acesse o poema “O meu
guri”, de Chico Buarque.
Ao ouvir/ler, preste
atenção na voz que fala no
poema. O que se pode falar
desse eu lírico?
https://www.letras.com/maria
-bethania/o-meu-guri/
12. Na prática Correção
Acesse o poema “O meu guri”, de Chico Buarque. Ao
ouvir/ler, preste atenção na voz que fala no poema. O que
se pode falar desse eu lírico?
Pode-se firmar que se trata de uma mulher pobre, sem
escolarização, sem documentos, que mora num morro e cria
seu filho sozinha. Seu filho a agrada com objetos de valor,
que ela não sabe que são roubados. Em sua ingenuidade, vê
uma foto no jornal do filho já sem vida e, por não o
reconhecer morto, acredita que ele está rindo, tranquilo e
realizado, conforme atesta o verso “ele disse que chegava
lá”.
14. Na prática
Indique a alternativa que apresenta um par que forme
uma rima rara.
a. Estrelas/vê-las
b. gato/pato
c. correr/fazer
d. Modelos/cabelos
Rimas raras
A rima rara acontece com palavras com terminações incomuns,
pouco utilizadas, como combinações entre verbos e pronomes.
Correção
a. Estrelas/vê-las
15. Foco no conteúdo
S
o
n
e
t
o
Estrutura fixa de 4
estrofes: 2 quartetos e 2
tercetos
14 versos decassílabos (dez
sílabas métricas)
Origem na Itália, com o
poeta Giacomo de Lentini,
no século III, mas é atual.
No Brasil – Vinicius de
Moraes: “Soneto do Amor
Total”, poema renomado.
SONETO
16. Na prática
Analise apenas as estruturas: qual delas é um soneto?
Correção
a. Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
b. Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
A “b” é um
soneto
porque
apresenta: 2
quartetos e
2 tercetos.
18. Foco no conteúdo
● Objetividade e racionalismo estavam a serviço da contenção de
sentimentos, como forma de oposição ao Romantismo.
● Universal – linguagem objetiva; temas universais: a natureza, o
tempo, o amor, objetos de arte e, principalmente, a própria poesia.
● Tradição clássica – retomada de modelos clássicos gregos
(Parnasianismo vem de ‘Parnaso’, templo consagrado a Apolo e às
musas). Há a tentativa de imitar o rigor formal dos gregos.
● Mitologia greco-latina – havia poucas referências à mitologia nos
poemas.
Destrinchando os termos
19. Aplicando
Um pouco mais
sobre Francisca Júlia
Já que não é comum ouvir falar de
mulheres poetas nos cânones da
literatura mundial, até o final do século
XIX, pelo menos, a proposta é você
assistir ao vídeo sobre Francisca Júlia
para conhecer um pouco mais a respeito
de sua vida e obra. Anote em seu
caderno e compartilhe na próxima aula.
https://youtu.be/
qenPgCP1HZQ
20. O que aprendemos hoje?
● Analisamos um poema parnasiano;
● Conhecemos as características do
poema parnasiano;
● Conhecemos o soneto;
● Reconhecemos a diferença entre
autor(a) e eu lírico.
21. Tarefa SP
Localizador: 98298
1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com
seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
5. Clique em “Procurar”.
Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
22. Referências
Slides 4 e 5 – RAHME, Anna Maria. Imagens femininas em
memória à vida. 2000. Dissertação de Mestrado em Arquitetura e
Urbanismo. São Paulo: EDUSP, 1999.
23. Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 3 – https://shre.ink/lYvX
Slide 4 – https://shre.ink/lVW3
Slide 7 – https://shre.ink/lYpd
Slide 10 – https://shre.ink/lYEY
Slide 20 – https://shre.ink/lYR0