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Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
                            Psiquiatria
                      3º Ano Medicina 2012




Demência de Alzheimer & Demência Vascular:
        Semelhanças e Diferenças




                           Maceió
                            2012

                                                              1
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
                            Psiquiatria
                      3º Ano Medicina 2012




Demência de Alzheimer & Demência Vascular:
        Semelhanças e Diferenças




                                Trabalho desenvolvido pelos acadêmicos
                                Jadson dos Santos, Jhony Gusmão, Lucas
                                Cortez, Maria Carolina Malafaia, Rose
                                Viviane Bezerra Lima




                           Maceió

                                                                     2
2012
1. Introdução ....................................................................................................... 4
1.1. Doença de Alzheimer .................................................................................... 4
1.2. Demência Vascular ....................................................................................... 5
2. Etiologia das Demências ............................................................................... 5
2.1. Demência do Tipo Alzheimer ........................................................................ 5
2.2. Demência do Tipo Vascular .......................................................................... 8
3. Epidemiologia ................................................................................................. 9
4. Quadro Clínico................................................................................................ 10
5. Critérios Diagnósticos ................................................................................... 11
5.1. Critérios diagnósticos do DSM-IV para Demência Vascular.......................... 11
5.3. Critérios Diagnósticos do DSM.IV para Demência do Tipo Alzheimer .......... 12
6. Curso e Prognóstico ...................................................................................... 13
6.1. Doença de Alzheimer .................................................................................... 14
6.2. Demência Vascular ....................................................................................... 15
7. Tratamento ...................................................................................................... 15
Anexo 1. Tabela resumo das principais diferenças entre Demência de
Alzheimer e Demência Vascular ....................................................................... 18
Anexo 2. Tabela resumo das principais diferenças entre Demência de
Alzheimer e Demência Vascular ....................................................................... 19
Referências ......................................................................................................... 20




                                                                                                                   3
1. Introdução


      As síndromes demenciais são caracterizadas pela presença de déficit
progressivo na função cognitiva, com maior ênfase na perda de memória, e
interferência nas atividades sociais e ocupacionais. O diagnóstico diferencial
deve, primeiramente, identificar os quadros potencialmente reversíveis, de
etiologias diversas, tais como alterações metabólicas, intoxicações, infecções,
deficiências nutricionais etc. Nas demências degenerativas primárias e nas
formas seqüelares, o diagnóstico etiológico carrega implicações terapêuticas e
prognósticas.1
      Sabe-se que o diagnóstico definitivo da maioria das síndromes
demenciais depende do exame neuropatológico. Entretanto, uma avaliação
clínica cuidadosa incluindo anamnese detalhada, exames físico e neurológico,
associado a determinações bioquímicas e de neuroimagem, podem possibilitar
maior acurácia no diagnóstico diferencial. Inovações tecnológicas servindo-se
de métodos de neuroimagem estrutural e funcional, bem como de técnicas de
biologia e genética molecular, têm apresentado perspectivas para o diagnóstico
precoce das demências, particularmente da doença de Alzheimer. 1




1.1. Doença de Alzheimer


      A doença se caracteriza por processo degenerativo que acomete
inicialmente a formação hipocampal, com posterior comprometimento de áreas
corticais associativas e relativa preservação dos córtices primários. Essa
distribuição do processo patológico faz com que o quadro clínico da DA seja
caracterizado por alterações cognitivas e comportamentais, com preserva- ção
do funcionamento motor e sensorial até as fases mais avançadas da doença. 2
      O primeiro sintoma da DA é usualmente o declínio da memória,
sobretudo para fatos recentes (memória episódica), e desorientação espacial,
aspectos cognitivos em grande parte dependentes da formação hipocampal.
Esses sintomas se instalam de forma insidiosa, com piora lentamente

                                                                              4
progressiva, embora períodos de relativa estabilidade clínica possam ocorrer.
Alterações de linguagem (principalmente anomia), distúrbios de planejamento
(funções executivas) e de habilidades visuoespaciais surgem com a evolução
do quadro.2




1.2. Demência Vascular


      A DV é uma síndrome demencial que ocorre no contexto da heterogênea
doença cerebrovascular. A prevalência dessa síndrome é de 10 a 20% entre
as   síndromes demenciais, sendo, no ocidente, a segunda              causa de
            1
demência.
      Fisiopatologicamente, a doença pode ser causada             por acidentes
vasculares encefálicos (AVE), os quais      produzem amplos infartos arteriais
(corticais e/ou subcorticais), constituindo-se em importantes fatores de risco.3




2. Etiologia das Demências


      A demência possui muitas causas, mas a do tipo Alzheimer e a vascular
juntas representam até 75% de todos os casos. Outras causas de demências,
as quais estão especificadas no DSM-IV-TR, são a doença de PICK, a doença
de Creutzfeldt-Jakob, a coréia de Huntington, a doença de Parkinson, o vírus
imunodeficiência humana (HIV) e traumatismo craniano.




2.1. Demência do Tipo Alzheimer


      Em 1907, Alois Alzheimer descreveu a condição que posteriormente
recebeu seu nome. Ele relatou o caso de uma mulher de 51 anos com curso de
quatro anos e meio de demência progressiva. O diagnóstico final de doença de
Alzheimer exige exame neuropatológico do cérebro. Porém, ela costuma ser



                                                                                   5
diagnosticada no cenário clínico após outras causas de demência terem sido
descartadas.
      Fatores genéticos. Embora sua causa permaneça desconhecida, houve
progresso na compreensão da base molecular dos depósitos de amiloide, as
quais são a marca da neuropatologia do transtorno. Alguns estudos indicam
que até 40% dos pacientes têm história familiar de demência do tipo Alzheimer.
Assim, presume-se que fatores genéticos interfiram no desenvolvimento da
doença, pelo menos em alguns casos. Uma evidência adicional para a
influência genética é a taxa de concordância para gêmeos monozigóticos, a
qual é mais alta do que aquela para gêmeos dizigóticos (43% vs. 8%,
respectivamente). Segundo Maciel Jr. (2006) e Machado (2006), já foram
comprovadas mutações em três grupos de genes e suas respectivas proteínas
anômalas, sendo eles o gene da proteína precursora da β-amilóide (APP), o
gene da presenilina 1 (PS-1) e o gene da presenilina 2 (PS-2), localizados nos
cromossomos 21, 14 e 1. Essas mutações causam alterações no metabolismo
da Proteína Precursora do Amilóide (APP), favorecendo o aumento de
substância amilóide, principal componente das placas senis. Nenhuma dessas
mutações foi encontrada nos casos de forma esporádica, contudo estudos
recentes revelam probabilidades em algumas formas de início tardio.
      Neuropatologia. A referência neuroanatômica clássica do cérebro de
um paciente com dependência do tipo Alzheimer é a atrofia difusa, com sulcos
corticais achatados     e ventrículos cerebrais aumentados. O achados
microscópicos patológicos são placas senis, emaranhados neurofibrilares,
perda neuronal (particularmente no córtex e no hipocampo), perda sináptica
(até 50% do córtex) e degeneração granulovascular dos neurônios. Os
emaranhados neurofibrilares são compostos de elementos citoesqueléticos,
sobretudo a proteína tau fosforilada, embora outras proteínas citoesqueléticas
também estejam presentes. Esses emaranhados não são patognomônicos da
doença de Alzheimer, pois também ocorrem na síndrome de Down, na
demência pugilística, no complexo de Guam da demência de Parkinson, na
doença de Hallervorden-Spatz e nos cérebros de pessoas normais, à medida
que envelhecem. São encontrados geralmente no córtex, no hipocampo, na
substância negra eno locus ceruleus.


                                                                             6
As placas senis, também chamadas de placas de amiloide, indicam a
doença de Alzheimer com mais certeza, embora também sejam vistas na
síndrome de Down e, até certo ponto, no envelhecimento normal. Elas são
compostas de determinada proteína, a β/A4, e de astrócitos, processos neurais
distróficos e micróglia. Seu número e densidade em cérebros post-mortem foi
correlacionado à gravidade da doença apresentada.
      Neurotransmissores. Os que são implicados com mais frequência na
condição fisiológica da doença de Alzheimer são a acetilcolina e a
noradrenalina, ambas tidas como hipoativas nessa condição. Vários estudos
relataram dados condizentes com a hipótese de que a degeneração específica
dos neurônios colinérgicos está presente no núcleo basal de Meynert em
pessoas com doença de Alzheimer. Outros dados apoiando déficit colinérgico
demonstram concentrações menores de acetilcolina e colina acetiltransferase
no cérebro. Esta última é enzima-chave para a síntese da acetilcolina, e na
redução em sua concentração sugere diminuição no número de neurônios
colinérgicos presentes. Há, ainda, evidências acerca da observação de que
antagonistas colinérgicos, como a escopolamina e a atropina, comprometem as
capacidades cognitivas, ao passo que os agonistas colinérgicos, como a
fisostigmina e a arecolina, aumentam a     capacidade cognitiva. A atividade
reduzida da noradrenalina na doença de Alzheimer é sugerida pela redução de
neurônios que contêm essa substância no locus ceruleus em alguns exames
patológicos do cérebro. Dois outros neurotransmissores implicados na
condição fisiopatológica da doença de Alzheimer são os peptídeos neuroativos
somatostatina e coticotropina. Foram observadas concentrações reduzidas de
ambos em pessoas com essa doença.
      Anormalidades na regulação do metabolismo de fosfolipídios de
membrana. Outra teoria para explicar o desenvolvimento da doença de
Alzheimer é que a anormalidade na regulação de do metabolismo de
fosfolipídios de membrana resulta em membranas menos fluidas – ou seja,
mais rígidas. Diversos investigadores estão usando espectroscopia por
ressonância molecular para avaliar essa hipótese diretamente em pacientes
com demência do tipo Alzheimer. A toxidade do alumínio também foi proposta
como fator causador, pois níveis elevados foram encontrados nos cérebros de
alguns doentes. No entanto, este não é mais considerado fator etiológico

                                                                            7
significativo. A estimulação excessiva pelo neurotransmissor glutamato, que
poderia prejudicar os neurônios, é outra alternativa para a causação.
      Taupatia sistêmica familiar múltipla com demência pré-senil. Tipo de
demência descoberto recentemente, a taupatia sistêmica familiar múltipla,
compartilha algumas anormalidades cerebrais encontradas em pessoas com a
doença de Alzheimer. Acredita-se que o gene responsável pelo transtorno
esteja no cromossomo 17. Seus sintomas incluem problema na memória de
curta duração e dificuldades para manter o equilíbrio e caminhar. O início da
doença ocorre nas faixas de 40 e 50 anos, e as pessoas com a doença vivem
em média 11 anos após o início dos sintomas.
      Como em indivíduos com a doença de Alzheimer, a proteína tau
acumula-se em neurônios e células da glia de pessoas com taupatia sistêmica
familiar múltipla. Consequentemente, o acúmulo de proteína mata as células
cerebrais. O transtorno não está associado às placas senis da doença de
Alzheimer.




2.2. Demência do Tipo Vascular


      Presume-se que a principal causa de demência vascular, anteriormente
chamada de demência multi-infarto, seja uma doença vascular cerebral
múltipla, resultando no padrão de sintomas de demência. Ela é mais comum
em homens, especialmente naqueles com hipertensão preexistente ou outros
fatores de risco cardiovascular. O transtorno afeta principalmente os vasos
cerebrais pequenos e médios, que enfartam e produzem lesões parenquimais
múltiplas ao longo de amplas áreas do cérebro. As causas dos infartos podem
incluir a oclusão dos vasos por placas arterioscleróticas ou tromboembolia de
origem distante (como válvulos cardíacas). Um exame pode revelar ruídos na
carótida, anormalidades no exame de fundo de olho ou alargamento das
câmaras cardíacas.
      Doença de Binswanger. Também conhecida como encefalopatia
arteriosclerótica subcortical, caracteriza-se pela presença de múltiplos infartos
pequenos na substância branca, que poupam as regiões corticais. Embora


                                                                               8
essa condição fosse considerada rara, o advento de técnicas de imagem
sofisticadas e poderosas, como a ressonância magnética, revelou que é mais
comum do que se pensava.




3. Epidemiologia


      Essencialmente, a demência é uma doença de pessoas idosas. Nos
Estados Unidos, a taxa de prevalência é de 1,5% para aqueles com mais de 65
anos de idade e aumenta para 16 a 25% após os 85 anos. De todos os
indivíduos com demência, cerca de 50 a 60% têm o tipo mais comum: a
demência do tipo Alzheimer (figura 1). Sua prevalência aumenta com o avanço
da idade. Entre as pessoas com mais de 65 anos, os homens apresentam taxa
de prevalência de 0,6% e as mulheres 0,8%. Aos 90 anos, as taxas de
prevalência são de 21%. Para todos esses números, 40 a 60% dos casos são
de moderados a grave. As taxas de prevalência (homens e mulheres,
respectivamente) são de 11 e 14% aos 85 anos, 21 e 25% aos 90 anos, e 36 e
41% aos 95. A incidência da doença de Alzheimer também aumenta com a
idade, estima-se que seja de 0,5% ao ano entre 65 e 69 anos, 1% ao ano entre
75 e 70 anos, 3% ao ano entre 80 e 84 anos e 8% ao ano a partir dos 85 anos.
A sobrevivência média após o inicio dos sintomas variam de 5 a 9 anos. 4
      A demência vascular é a segunda maior causa de demência, perdendo
apenas para a doença de Alzheimer. Anteriormente chamada de demência
multiinfarto, a demência é mais comum em homens, especialmente naqueles
com hipertensão arterial preexistente ou outros fatores de risco cardio e
cerebrovasculares, tais como: história de AVC prévio, Diabetes mellitus,
dislipidemias. Em estudo11 realizado em 2011 com 355 pacientes com idade
maior que 75 anos com historia de AVC prévio, foi observado que a incidência
de demência foi de 6,32 casos por 100 pessoas-ano enquanto que para a
morte ou demência foi de 8,62.




                                                                           9
Figura 1




   Prevalência de Demência em Diversas Regiões do Mundo: Análise dos estudos epidemiológicos de
   1994 a 2000. Lopes M.A., Bottino C.M.C., Arq Neuropsiquiatr 2002;60(1):61-69




4. Quadro Clínico


      A Demência de Alzheimer (DA) e a Demência Vascular (DV) apresentam
diferenças importantes em seu quadro clínico.                Classicamente, deve haver
comprometimento mnêmico para que se possa caracterizar uma demência,
entretanto, na DV tal comprometimento não é o sintoma inicial e proeminente
como na DA. Nesta, o prejuízo de memória aparece como o evento clínico de
maior magnitude, visto que a doença afeta primeiramente o córtex. Os
pacientes com DV tipicamente apresentam-se com síndrome demencial do tipo
córtico-subcortical, na qual os sintomas primários são de déficits nas funções
cognitivas ou focais múltiplos. Isto justifica o fato de os pacientes com DV
mostrarem taxas mais elevadas de depressão, pois, havendo um menor
comprometimento        cognitivos,     eles    acompanham,          com     certo    grau    de
consciência, sua decaída funcional.
      O início da DA é insidioso e há deterioração progressiva, podendo-se
fazer analogia entre a progressão do quadro e a descida de uma ladeira; já a

                                                                                              10
DV mostra uma deterioração em “degraus”, e seu curso é flutuante. Nesta, o
déficit neurológico é focal e a apresentação clínica tem relação direta com a
área cerebral infartada, enquanto na DA o quadro, em geral, inicia-se com a
perda de memória episódica e dificuldades na aquisição de novas habilidades,
evoluindo, gradualmente, com prejuízos em outras funções cognitivas, tais
como julgamento, cálculo, raciocínio abstrato e habilidades visuo-espaciais.
Nos estágios intermediários, pode ocorrer afasia fluente (dificuldade de nomear
objetos ou escolher a palavra certa para expressar uma ideia), bem como
apraxia. Nos estágios terminais, há alterações marcantes do ciclo sono –vigília;
alterações comportamentais, como irritabilidade e agressividade; sintomas
psicóticos; incapacidade de deambular, falar e realizar cuidados pessoais.
      A síndrome demencial na DV depende, também, do calibre dos vasos
afetados. Doença de grandes vasos geralmente leva a múltiplos infartos
corticais, manifestando-se como síndrome demencial cortical multifocal,
nquanto uma doença de pequenos vasos, que, na maioria das vezes resulta de
hipertensão arterial sistêmica e diabetes melito, causa isquemia da substância
branca periventricular e infartos lacunares, culminando em demência
subcortical, alterações frontais, disfunção executiva, comprometimento de
memória, prejuízo de atenção, alterações depressivas, lentificação motora,
sintomas parkinsonianos, distúrbios urinários e paralisia pseudobulbar.
      Diante da dificuldade de fazer o diagnóstico diferencial entre DA e DV,
deve-se atentar para a história clínica do doente. História prévia de HAS ou
acidente vascular cerebral, além da presença de déficits neurológicos focais
falam a favor de DV; enquanto história familiar positiva para DA fala a favor de
DA.




5. Critérios Diagnósticos


5.1. Critérios diagnósticos do DSM-IV para Demência Vascular


      A. Aparição de déficits cognitivos múltiplos, como indicam:



                                                                              11
1) Uma alteração da memória (alteração da capacidade para
              aprender informações novas ou para lembrar informações
              anteriores)
              2) Um ou vários dos distúrbios cognitivos seguintes:
                    a. Afasia (distúrbio da linguagem)
                    b. Apraxia (alteração da capacidade de realisar une
                    atividade motora apesar de funções motoras normais)
                    c. Agnosia (impossibilidade para reconhecer ou identificar
                    objetos apesar de funções sensoriais normais)
                    d. Distúrbio das funções executivas (fazer projetos,
                    organizar, ordenar no tempo, ter um pensamento abstrato)
      B. Os déficits cognitivos dos critérios A1 e A2 são ambos responsáveis
      por uma alteração significativa do funcionamento social ou profissional e
      representam um declínio significativo em relação ao nível de
      funcionamento anterior.
      C. Evidências de sinais e sintomas neurológicos focais (por ex., reflexos
      osteotendinosos exacerbados, sinal de Babinski, paralisia pseudobulbar,
      distúrbios da marcha, fraqueza de uma extremidade), ou então
evidências    através de exames paraclínicos de doença cerebrovascular (por
ex., infartos múltiplos acometendo o córtex e a substância branca subcortical),
julgada ter   ligação etiológica com a demência
      D. Os déficits não surgem exclusivamente no decorrer de um delírio




5.3. Critérios Diagnósticos do DSM.IV para Demência do Tipo
Alzheimer


      A. Desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos manifestados tanto
por (1)       quanto por (2):
              (1) comprometimento da memória (capacidade prejudicada de
              aprender      novas   informações   ou     recordar    informações
              anteriormente aprendidas)
              (2) uma (ou mais) das seguintes perturbações cognitivas:


                                                                              12
(a) afasia (perturbação da linguagem)
                    (b) apraxia (capacidade prejudicada de executar atividades
                    motoras, apesar de um funcionamento motor intacto)
                    (c) agnosia (incapacidade de reconhecer ou identificar
                    objetos, apesar de um funcionamento sensorial intacto)
                    (d) perturbação do funcionamento executivo (isto é,
                    planejamento, organização, seqüenciamento, abstração)
       C. O curso caracteriza-se por um início gradual e um declínio cognitivo
       contínuo.
       D. Os déficits cognitivos nos Critérios A1 e A2 não se devem a quaisquer
       dos seguintes fatores:
             (1) outras condições do sistema nervoso central que causam
             déficits progressivos na memória e cognição (por ex., doença
             cérebro-vascular, doença de Parkinson, doença de Huntington,
             hematoma subdural, hidrocefalia de pressão normal, tumor
             cerebral)
             (2)   condições    sistêmicas   que   comprovadamente      causam
             Demência (por ex., hipotiroidismo, deficiência de vitamina B12 ou
             ácido fólico, deficiência de niacina, hipercalcemia, neurossífilis,
             infecção com HIV)
             (3) condições induzidas por substâncias
       E. Os déficits não ocorrem exclusivamente durante o curso de um
delirium.
       F. A perturbação não é melhor explicada por um outro transtorno do Eixo
       I (por ex., Transtorno Depressivo Maior, Esquizofrenia).
       Codificar com base no tipo de início e características predominantes:
       Com Início Precoce: se o início ocorre aos 65 anos ou antes.




6. Curso e Prognóstico


       O curso clássico da demência tem início nas faixas de 50 s 60 anos de
idade, com deterioração gradual ao longo de 5 a 10 anos, levando, enfim, à


                                                                               13
morte. O curso mais comum começa com alguns sinais sutis que podem, em
princípio, ser ignorados pelo paciente e pelas pessoas mais próximas a ele. O
início gradual de sintomas costuma estar associado a demência do Alzheimer,
demência    vascular,   endocrinopatias,   tumores     cerebrais   e   distúrbios
metabólicos. Ainda que os sintomas da primeira fase de demência sejam sutis,
tornam-se mais claros, à medida que a doença avança, e os familiares podem,
então, submeter o paciente à atenção médica.4
      O curso da demência varia de progressão constante normalmente vista
na demência do tipo Alzheimer; a cada vez pior, na demência vascular. A
gravidade e o curso da demência podem ser afetados por fatores psicossociais.
Quanto maiores a inteligência e o nível de instrução pré-mórbidos da pessoa,
maior sua capacidade de compensar déficits de inteligência. Ansiedade e a
depressão podem intensificar e agravar os sintomas.4




6.1. Doença de Alzheimer


      A expectativa de sobrevivência média para pacientes com demência tipo
Alzheimer é de cerca de oito anos, com faixa de variação de 1 a 20 anos. Os
dados sugerem que pessoas com início precoce ou com história familiar de
demência são prováveis de apresentar curso rápido.4
      Quanto curso clínico, apresenta-se com início insidioso e deterioração
progressiva. O prejuízo de memória é o evento clínico de maior magnitude. Nos
estágios iniciais, geralmente encontramos perda de memória episódica e
dificuldades na aquisição de novas habilidades, evoluindo gradualmente com
prejuízos em outras funções cognitivas, tais como julgamento, cálculo,
raciocínio abstrato e habilidades visuo-espaciais. Nos estágios intermediários,
pode ocorrer afasia fluente, apresentando-se como dificuldade para nomear
objetos ou para escolher a palavra adequada para expressar uma idéia, e
também apraxia. Nos estágios terminais, encontram-se marcantes alterações
do ciclo sono–vigília; alterações comportamentais, como irritabilidade e
agressividade; sintomas psicóticos; incapacidade de deambular, falar e realizar
cuidados pessoais.1


                                                                              14
6.2. Demência Vascular


      Comumente associada à história de AVC prévio, apresenta sintomas
neurológicos focais (como hemiparesia, ataxia, hemianopsia ou também
alterações neuropsicológicas focais, como afasia e heminegligência), curso
flutuante com piora em degraus e início abrupto. Entretanto, com relação a
este, é importante ressaltar que pacientes portadores de hipertensão arterial
podem apresentar instalação insidiosa e curso lentamente progressivo,
evocando o padrão evolutivo da DA. Nesses casos, a DV é usualmente
secundária a infartos lacunares acometendo substância branca periventricular
e núcleos da base.14
      O principal determinante da sobrevida destes pacientes tende
naturalmente a ser a gravidade da doença vascular e aterosclerótica
subjacente, que condiciona o risco de desenvolver novos episódios de AVC.
Pacientes com e sem quadro demencial após o AVC exibem taxas de
mortalidade bastante diferentes (respectivamente 22 e 6/100 anos-paciente). O
prognóstico parece ser pior em idosos e pacientes com confusão noturna,
enquanto adequado ajustamento psicossocial parece indicar melhor evolução.
Após 5 anos de acompanhamento, mais de 40% dos pacientes terão falecido. 1




7. Tratamento


      O tratamento dos pacientes com síndrome demencial depende do
diagnóstico correto de sua etiologia e da utilização de critérios objetivos de
avaliação do curso da doença.2
      Medidas preventivas são importantes principalmente na demência
vascular. Essas podem incluir mudanças na dieta, exercícios e controle de
diabetes e hipertensão. O agentes farmacológicos podem incluir anti-
hipertensivos, anticoagulantes ou antiplaquetários. A pressão arterial não deve
ultrapassar o limite superior da faixa normal, pois foi demonstrado que isso
melhora o funcionamento cognitivo em pacientes com demência vascular.
Também foi referido que a pressão arterial abaixo da faixa normal prejudica o


                                                                             15
funcionamento cognitivo desses doentes. A escolha de agentes anti-
hipertensivos pode ser significativa, pois os antagonistas β-adrenérgicos foram
associados à exacerbação do comprometimento cognitivo. Os inibidores da
enzima conversora de angiotensina (ACE) e os diuréticos não foram implicados
no aumento do comprometimento cognitivo e supostamente reduzem a pressão
arterial em afetar o fluxo sanguíneo cerebral, que se presume estar relacionado
ao funcionamento cognitivo. A remoção cirúrgica de placas da carótida pode
prevenir eventos vasculares subsequentes em pacientes cuidadosamente
selecionados. A abordagem terapêutica geral é proporcionar cuidados médicos,
apoio emocional para pacientes e suas famílias e tratamento farmacológico
para sintomas específicos, incluindo comportamentos perturbadores. 4
      Os paciente muitas vezes se beneficiam com psicoterapia de apoio e
educativa, na qual a natureza e o curso da doença são explicados de forma
clara. Além disso podem se beneficiar do apoio ao luto, aceitando o nível de
sua deficiência e prestando atenção a questões relacionadas à autoestima.
Todas as áreas de funcionamento intacto devem ser maximizadas, ajudando o
paciente a identificar atividades em que seja possível atuar. Avaliação
psicodinâmica das deficiências da função do ego e limitações cognitivas
também pode ser útil. Os clínicos podem ajudar os pacientes a encontrar
maneiras de lidar com egos deficientes, mediante calendários para problemas
de orientação, agendas para favorecer a estruturação de atividades e
anotações para incapacidade de memória.4
      As intervenções psicodinâmicas com familiares podem ser de grande
benefício. Aqueles que cuidam de um paciente lutam contra sentimentos de
culpa, pesar, raiva e exaustão, À medida q olham seu familiar se deteriorar
gradualmente. Os clínicos podem ajudar os cuidadores a entender a mistura
complexa de sentimentos associados ao fato de ver o declínio de um ente
querido e propiciar entendimento, bem como permissão para expressar esses
sentimentos.4
      Farmacologicamente, é possível prescrever benzodiazepínicos para
insônia e ansiedade, antidepressivos para depressão, e antipsicóticos para
delírios e alucinações, mas deve-se estar ciente dos possíveis efeitos
idiossincráticos desses medicamentos em idosos, como excitação paradoxal,


                                                                             16
confusão e maior sedação. De modo geral, recomenda-se evitar fármacos com
atividade anticolinérgica.4
       O donezepil (Aricept), a rivastigmina (Exelon), a galantamina (Remiril) e
a tacrina (Cognex) são inibidores de colinesterase usados para tratar
problemas cognitivos leves a moderados na doença de Alzheimer. Eles
reduzem inativação do neurotransmissor acetilcolina e, assim, potencializam o
neurotransmissor colinérgico, que então produz a melhora modesta na
memória e no pensamento voltado para objetivos. Esses agentes são mais
úteis para pessoas com perda leve a moderada com suficiente preservação
dos neurônios do prosencéfalo basal, que se beneficiam do aumento do
neurotransmissor colinérgico.4
       O donezepil tem boa tolerância e é amplamente utilizado. A tacrina é
empregada raramente, por causa de seu potencial de hepatoxicidade. Existem
menosdados clínicos para a rivastigmina e a galantamina, que parecem mais
prováveis de causar efeitos adversos gastrintestinais e neuropsiquiátricos do
que o denezepil. Nenhum desses medicamentos previne a degeneração
neuronal progressiva do transtorno.4
       Outros medicamentos usados para melhorar a atividade cognitiva
incluem potencializadores de metabolismo cerebral, inibidores de canal de
cálcio e agentes serotonérgicos. Alguns estudos mostraram que a selegilina
(Eldepryl), inibidor da monoaminoxidase tipo B (MAOB), pode reduzir o avanço
da doença.4
       A memantina (EBIX) protege os neurônios de quantidades excessivas de
glutamato, que podem ser neurotóxicas. A ondansetrona (Zofran), antagonista
de receptores 5-HT3, está sob investigação.4
       A terapia de reposição de estrógeno pode reduzir o risco de declínio
cognitivo em mulheres após a menopausa. Porém, são necessários mais
estudos para confirmar esse efeito. Pesquisas sobre medicina alternativa e
complementar estão examinando o Gingko Biloba e outros fitomedicamentos
para verificar se apresentam algum impacto positivo sobre a cognição. Houve,
ainda, relatos de pacientes que usaram agentes antiinflamatórios não-
esteroides e tiveram risco menor de desenvolver doença de Alzheimer. 4




                                                                              17
Anexo 1. Tabela resumo das principais diferenças entre
                   Demência de Alzheimer e Demência Vascular
                 Demência de Alzheimer          ≠            Demência Vascular
   Atrofia cerebral difusa multifatorial
   Fatores genéticos
   Déficit de neurônios colinérgico e noradrenérgicos                                             Infarto de pequenos e médios vasos cerebrais com lesões
   Anormalidade na regulação do metabolismo de fosfolipídios das               Etiologia      parenquimais múltiplas em amplas áreas do cérebro
membranas
   Estimulação excessiva pelo neurotransmissor glutamato

    Principal causa de demência
    50 a 60% dos indivíduos com demência
    Incidência aumenta com a idade: 0,5% ao ano entre 65-69 anos,                                 Segunda maior causa de demência
1% ao ano entre 75-79 anos, 3% ao ano entre 80-84 anos e 8% ao               Epidemiologia        Incidência maior em homens
ano > 85 anos
    Estimativa do tempo de morte após início sintomático: 5-9 anos
    Sexo feminino
    História familiar positiva (parente de 1º grau)
                                                                                                  Hipertensão arterial
    História de trauma craniano
                                                                                                  História de AVC prévio
    Síndrome de Down                                                          Fatores de          Co-morbidades cardiocerebrovasculares: Baixo nível sócio-
    Baixo nível sócio-econômico e educacional                                    risco        econômico e educacional, tabagismo, alcoolismo, estresse
    Tabagismo
                                                                                              psicológico, dieta hipocalórica/lipídica, diabetes
    Alcoolismo
    Estresse psicológico e depressão
     Múltiplos déficits cognitivos: memória, afasia, apraxia, agnosia
e/ou     funcionamento      executivo     (planejamento,      organização,
                                                                                                   Múltiplos déficits cognitivos: memória, afasia, apraxia,
sequenciamento, abstração)
                                                                                              agnosia e/ou funcionamento executivo (planejamento,
     Comprometimento sócio-ocupacional (Eixo V)
                                                                                              organização, sequenciamento, abstração)
     Início gradual e declínio cognitivo contínuo
                                                                                                   Comprometimento sócio-ocupacional (Eixo V)
     Exclusão de outras causas neurosistemicas ou induzidas por
                                                                                                   Sinais e sintomas neurológicos focais: exagero dos reflexos
substâncias: doença cerebrovascular, Parkinson, coréia de                       Critérios     tendinosos profundos, resposta flexora plantar, paralisia
Huntington,      hematoma        subdural,      hidrocefalia,     tumores,    diagnósticos    pseudobulbar, anormalidades da marcha, fraqueza em
hipotireoidismo, deficiência de vit B12, ácido fólico ou niacina,
                                                                                              extremidades
hipercalcemia, neurossífilis, HIV, uso de álcool, sedativos, hipnóticos,
                                                                                                   Evidências     laboratoriais   indicativas   de     doença
ansiolíticos
                                                                                              cerebrovascular
     Déficits não ocorrem somente durante delirium
                                                                                                   Déficits não ocorrem somente durante delirium
     Síndrome não é melhor explicada por outro transtorno do Eixo I
(depressão maior, esquizofrenia)

    Início insidioso e curso progressivo;
                                                                                                   Sintomas primários: déficits nas funções executivas ou
    prejuízo de memória;
                                                                                              focais múltiplos
    Inicialmente: perda de memória episódica e dificuldade na
                                                                                                   Progressão “em degraus”;
aquisição de novas habilidades;
                                                                                                   Doença de grandes vasos  síndrome demencial cortical
    Progressivamente: inabilidade de realizar cálculos, raciocinar
abstratamente, localizar-se visuo-espacialmente; afasia fluente e            Quadro Clínico   multifocal = alterações linguísticas;
                                                                                                   Doença de pequenos vasos  demência subcortical,
apraxia;
                                                                                              alterações frontais, disfunção executiva, comprometimento de
    Terminalmente: alteração do ciclo sono vigília; irritabilidade e
                                                                                              memória, prejuízo de atenção, depressão, parkinsonismos,
agressividade; sintomas psicóticos; incapacidade de deambular, falar
                                                                                              distúrbios urinários, paralisia pseudobulbar
e realizar cuidados pessoais
                                                                                                  Progressão cada vez pior. Curso flutuante com piora em
     Início insidioso e deterioração progressiva
                                                                                              degraus e início abrupto. Pior prognóstico em idosos e pacientes
     Progressão constante                                                       Curso e
                                                                                              com confusão noturna.
     Sobrevivência média é de cerca de oito anos, com faixa de                prognóstico         Após 5 anos de acompanhamento, mais de 40% dos
variação de 1 a 20 anos.
                                                                                              pacientes terão falecido.
     Inibidores de colinesterase (tratar problemas cognitivos leves
a moderados): donezepil (Aricept), rivastigmina (Exelon), galantamina
(Remiril), tacrina (Cognex).
     Outros medicamentos para melhorar a atividade cognitiva:
     potencializadores de metabolismo cerebral                                                     Medidas preventivas: dieta, exercícios e controle de
     inibidores de canal de cálcio                                                            diabetes e hipertensão.
     agentes serotonérgicos                                                                        Agentes         farmacológicos:          anti-hipertensivos,
     selegilina (Eldepryl)                                                                    anticoagulantes ou antiplaquetários. É possível prescrever
     inibidor da monoaminoxidase tipo B (MAOB)                                Tratamento      benzodiazepínicos para insônia e ansiedade, antidepressivos
     memantina (EBIX) - protege neurônios de quantidades                                      para depressão, e antipsicóticos para delírios e alucinações De
neurotóxicas excessivas de glutamato                                                          modo geral, recomenda-se evitar fármacos com atividade
     ondansetrona (Zofran)                                                                    anticolinérgica.
     antagonista de receptores 5-HT3 (eficácia sob investigação).
     Terapia de reposição de estrógeno pode reduzir o risco de
declínio cognitivo em mulheres após a menopausa.
     Fitoterápicos: Gingko Biloba (eficácia sob investigação).



                                                                                                                                       18
Anexo 2. Tabela resumo das principais semelhanças entre
            Demência de Alzheimer e Demência Vascular
                   Semelhanças entre Demência de Alzheimer e Demência Vascular
   Etiologia          Diferentes

                      Pessoas idosas
Epidemiologia         prevalência aumenta com o avanço da idade
                      Baixo nível sócio-econômico e educacional
                      Tabagismo
Fatores de risco      Alcoolismo
                      Estresse psicológico

   Critérios          Múltiplos déficits cognitivos: memória, afasia, apraxia, agnosia e/ou funcionamento executivo (planejamento, organização,
                   sequenciamento, abstração)
 diagnósticos
                       Piora progressiva da memória e outras funções cognitivas
                       Distúrbio da marcha
                       Incontinência
Quadro Clínico         Mudanças na personalidade e no humor, abulia, depressão, incontinência emocional, incluindo retardo
                   psicomotor e função executiva anormal

                      Início nas faixas de 50-60 anos de idade
                      Início gradual de sintomas (pacientes portadores de hipertensão arterial na DV)
   Curso e            Ansiedade e a depressão podem intensificar e agravar os sintomas
 prognóstico          Quanto maior a inteligência e o nível de instrução pré-mórbidos da pessoa, maior sua capacidade de
                   compensar déficits de inteligência

                      Proporcionar cuidados médicos, apoio emocional para pacientes e suas famílias e tratamento farmacológico
                   para sintomas específicos, incluindo comportamentos perturbadores
                      Psicoterapia de apoio e educativa
                      Avaliação psicodinâmica das deficiências da função do ego e limitações cognitivas
                      Intervenções psicodinâmicas com familiares
                      Ajudar os cuidadores a entender a mistura complexa de sentimentos associados ao fato de ver o declínio de
  Tratamento       um ente querido e propiciar entendimento, bem como permissão para expressar esses sentimentos
                      Ajudar os pacientes a encontrar maneiras de lidar com egos deficientes, mediante calendários para problemas
                   de orientação, agendas para favorecer a estruturação de atividades e anotações para incapacidade de memória
                      Benzodiazepínicos para insônia e ansiedade
                      Antidepressivos para depressão
                      Antipsicóticos para delírios e alucinações
                      Evitar fármacos com atividade anticolinérgica.




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Referências
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  • 1. Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Psiquiatria 3º Ano Medicina 2012 Demência de Alzheimer & Demência Vascular: Semelhanças e Diferenças Maceió 2012 1
  • 2. Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Psiquiatria 3º Ano Medicina 2012 Demência de Alzheimer & Demência Vascular: Semelhanças e Diferenças Trabalho desenvolvido pelos acadêmicos Jadson dos Santos, Jhony Gusmão, Lucas Cortez, Maria Carolina Malafaia, Rose Viviane Bezerra Lima Maceió 2
  • 3. 2012 1. Introdução ....................................................................................................... 4 1.1. Doença de Alzheimer .................................................................................... 4 1.2. Demência Vascular ....................................................................................... 5 2. Etiologia das Demências ............................................................................... 5 2.1. Demência do Tipo Alzheimer ........................................................................ 5 2.2. Demência do Tipo Vascular .......................................................................... 8 3. Epidemiologia ................................................................................................. 9 4. Quadro Clínico................................................................................................ 10 5. Critérios Diagnósticos ................................................................................... 11 5.1. Critérios diagnósticos do DSM-IV para Demência Vascular.......................... 11 5.3. Critérios Diagnósticos do DSM.IV para Demência do Tipo Alzheimer .......... 12 6. Curso e Prognóstico ...................................................................................... 13 6.1. Doença de Alzheimer .................................................................................... 14 6.2. Demência Vascular ....................................................................................... 15 7. Tratamento ...................................................................................................... 15 Anexo 1. Tabela resumo das principais diferenças entre Demência de Alzheimer e Demência Vascular ....................................................................... 18 Anexo 2. Tabela resumo das principais diferenças entre Demência de Alzheimer e Demência Vascular ....................................................................... 19 Referências ......................................................................................................... 20 3
  • 4. 1. Introdução As síndromes demenciais são caracterizadas pela presença de déficit progressivo na função cognitiva, com maior ênfase na perda de memória, e interferência nas atividades sociais e ocupacionais. O diagnóstico diferencial deve, primeiramente, identificar os quadros potencialmente reversíveis, de etiologias diversas, tais como alterações metabólicas, intoxicações, infecções, deficiências nutricionais etc. Nas demências degenerativas primárias e nas formas seqüelares, o diagnóstico etiológico carrega implicações terapêuticas e prognósticas.1 Sabe-se que o diagnóstico definitivo da maioria das síndromes demenciais depende do exame neuropatológico. Entretanto, uma avaliação clínica cuidadosa incluindo anamnese detalhada, exames físico e neurológico, associado a determinações bioquímicas e de neuroimagem, podem possibilitar maior acurácia no diagnóstico diferencial. Inovações tecnológicas servindo-se de métodos de neuroimagem estrutural e funcional, bem como de técnicas de biologia e genética molecular, têm apresentado perspectivas para o diagnóstico precoce das demências, particularmente da doença de Alzheimer. 1 1.1. Doença de Alzheimer A doença se caracteriza por processo degenerativo que acomete inicialmente a formação hipocampal, com posterior comprometimento de áreas corticais associativas e relativa preservação dos córtices primários. Essa distribuição do processo patológico faz com que o quadro clínico da DA seja caracterizado por alterações cognitivas e comportamentais, com preserva- ção do funcionamento motor e sensorial até as fases mais avançadas da doença. 2 O primeiro sintoma da DA é usualmente o declínio da memória, sobretudo para fatos recentes (memória episódica), e desorientação espacial, aspectos cognitivos em grande parte dependentes da formação hipocampal. Esses sintomas se instalam de forma insidiosa, com piora lentamente 4
  • 5. progressiva, embora períodos de relativa estabilidade clínica possam ocorrer. Alterações de linguagem (principalmente anomia), distúrbios de planejamento (funções executivas) e de habilidades visuoespaciais surgem com a evolução do quadro.2 1.2. Demência Vascular A DV é uma síndrome demencial que ocorre no contexto da heterogênea doença cerebrovascular. A prevalência dessa síndrome é de 10 a 20% entre as síndromes demenciais, sendo, no ocidente, a segunda causa de 1 demência. Fisiopatologicamente, a doença pode ser causada por acidentes vasculares encefálicos (AVE), os quais produzem amplos infartos arteriais (corticais e/ou subcorticais), constituindo-se em importantes fatores de risco.3 2. Etiologia das Demências A demência possui muitas causas, mas a do tipo Alzheimer e a vascular juntas representam até 75% de todos os casos. Outras causas de demências, as quais estão especificadas no DSM-IV-TR, são a doença de PICK, a doença de Creutzfeldt-Jakob, a coréia de Huntington, a doença de Parkinson, o vírus imunodeficiência humana (HIV) e traumatismo craniano. 2.1. Demência do Tipo Alzheimer Em 1907, Alois Alzheimer descreveu a condição que posteriormente recebeu seu nome. Ele relatou o caso de uma mulher de 51 anos com curso de quatro anos e meio de demência progressiva. O diagnóstico final de doença de Alzheimer exige exame neuropatológico do cérebro. Porém, ela costuma ser 5
  • 6. diagnosticada no cenário clínico após outras causas de demência terem sido descartadas. Fatores genéticos. Embora sua causa permaneça desconhecida, houve progresso na compreensão da base molecular dos depósitos de amiloide, as quais são a marca da neuropatologia do transtorno. Alguns estudos indicam que até 40% dos pacientes têm história familiar de demência do tipo Alzheimer. Assim, presume-se que fatores genéticos interfiram no desenvolvimento da doença, pelo menos em alguns casos. Uma evidência adicional para a influência genética é a taxa de concordância para gêmeos monozigóticos, a qual é mais alta do que aquela para gêmeos dizigóticos (43% vs. 8%, respectivamente). Segundo Maciel Jr. (2006) e Machado (2006), já foram comprovadas mutações em três grupos de genes e suas respectivas proteínas anômalas, sendo eles o gene da proteína precursora da β-amilóide (APP), o gene da presenilina 1 (PS-1) e o gene da presenilina 2 (PS-2), localizados nos cromossomos 21, 14 e 1. Essas mutações causam alterações no metabolismo da Proteína Precursora do Amilóide (APP), favorecendo o aumento de substância amilóide, principal componente das placas senis. Nenhuma dessas mutações foi encontrada nos casos de forma esporádica, contudo estudos recentes revelam probabilidades em algumas formas de início tardio. Neuropatologia. A referência neuroanatômica clássica do cérebro de um paciente com dependência do tipo Alzheimer é a atrofia difusa, com sulcos corticais achatados e ventrículos cerebrais aumentados. O achados microscópicos patológicos são placas senis, emaranhados neurofibrilares, perda neuronal (particularmente no córtex e no hipocampo), perda sináptica (até 50% do córtex) e degeneração granulovascular dos neurônios. Os emaranhados neurofibrilares são compostos de elementos citoesqueléticos, sobretudo a proteína tau fosforilada, embora outras proteínas citoesqueléticas também estejam presentes. Esses emaranhados não são patognomônicos da doença de Alzheimer, pois também ocorrem na síndrome de Down, na demência pugilística, no complexo de Guam da demência de Parkinson, na doença de Hallervorden-Spatz e nos cérebros de pessoas normais, à medida que envelhecem. São encontrados geralmente no córtex, no hipocampo, na substância negra eno locus ceruleus. 6
  • 7. As placas senis, também chamadas de placas de amiloide, indicam a doença de Alzheimer com mais certeza, embora também sejam vistas na síndrome de Down e, até certo ponto, no envelhecimento normal. Elas são compostas de determinada proteína, a β/A4, e de astrócitos, processos neurais distróficos e micróglia. Seu número e densidade em cérebros post-mortem foi correlacionado à gravidade da doença apresentada. Neurotransmissores. Os que são implicados com mais frequência na condição fisiológica da doença de Alzheimer são a acetilcolina e a noradrenalina, ambas tidas como hipoativas nessa condição. Vários estudos relataram dados condizentes com a hipótese de que a degeneração específica dos neurônios colinérgicos está presente no núcleo basal de Meynert em pessoas com doença de Alzheimer. Outros dados apoiando déficit colinérgico demonstram concentrações menores de acetilcolina e colina acetiltransferase no cérebro. Esta última é enzima-chave para a síntese da acetilcolina, e na redução em sua concentração sugere diminuição no número de neurônios colinérgicos presentes. Há, ainda, evidências acerca da observação de que antagonistas colinérgicos, como a escopolamina e a atropina, comprometem as capacidades cognitivas, ao passo que os agonistas colinérgicos, como a fisostigmina e a arecolina, aumentam a capacidade cognitiva. A atividade reduzida da noradrenalina na doença de Alzheimer é sugerida pela redução de neurônios que contêm essa substância no locus ceruleus em alguns exames patológicos do cérebro. Dois outros neurotransmissores implicados na condição fisiopatológica da doença de Alzheimer são os peptídeos neuroativos somatostatina e coticotropina. Foram observadas concentrações reduzidas de ambos em pessoas com essa doença. Anormalidades na regulação do metabolismo de fosfolipídios de membrana. Outra teoria para explicar o desenvolvimento da doença de Alzheimer é que a anormalidade na regulação de do metabolismo de fosfolipídios de membrana resulta em membranas menos fluidas – ou seja, mais rígidas. Diversos investigadores estão usando espectroscopia por ressonância molecular para avaliar essa hipótese diretamente em pacientes com demência do tipo Alzheimer. A toxidade do alumínio também foi proposta como fator causador, pois níveis elevados foram encontrados nos cérebros de alguns doentes. No entanto, este não é mais considerado fator etiológico 7
  • 8. significativo. A estimulação excessiva pelo neurotransmissor glutamato, que poderia prejudicar os neurônios, é outra alternativa para a causação. Taupatia sistêmica familiar múltipla com demência pré-senil. Tipo de demência descoberto recentemente, a taupatia sistêmica familiar múltipla, compartilha algumas anormalidades cerebrais encontradas em pessoas com a doença de Alzheimer. Acredita-se que o gene responsável pelo transtorno esteja no cromossomo 17. Seus sintomas incluem problema na memória de curta duração e dificuldades para manter o equilíbrio e caminhar. O início da doença ocorre nas faixas de 40 e 50 anos, e as pessoas com a doença vivem em média 11 anos após o início dos sintomas. Como em indivíduos com a doença de Alzheimer, a proteína tau acumula-se em neurônios e células da glia de pessoas com taupatia sistêmica familiar múltipla. Consequentemente, o acúmulo de proteína mata as células cerebrais. O transtorno não está associado às placas senis da doença de Alzheimer. 2.2. Demência do Tipo Vascular Presume-se que a principal causa de demência vascular, anteriormente chamada de demência multi-infarto, seja uma doença vascular cerebral múltipla, resultando no padrão de sintomas de demência. Ela é mais comum em homens, especialmente naqueles com hipertensão preexistente ou outros fatores de risco cardiovascular. O transtorno afeta principalmente os vasos cerebrais pequenos e médios, que enfartam e produzem lesões parenquimais múltiplas ao longo de amplas áreas do cérebro. As causas dos infartos podem incluir a oclusão dos vasos por placas arterioscleróticas ou tromboembolia de origem distante (como válvulos cardíacas). Um exame pode revelar ruídos na carótida, anormalidades no exame de fundo de olho ou alargamento das câmaras cardíacas. Doença de Binswanger. Também conhecida como encefalopatia arteriosclerótica subcortical, caracteriza-se pela presença de múltiplos infartos pequenos na substância branca, que poupam as regiões corticais. Embora 8
  • 9. essa condição fosse considerada rara, o advento de técnicas de imagem sofisticadas e poderosas, como a ressonância magnética, revelou que é mais comum do que se pensava. 3. Epidemiologia Essencialmente, a demência é uma doença de pessoas idosas. Nos Estados Unidos, a taxa de prevalência é de 1,5% para aqueles com mais de 65 anos de idade e aumenta para 16 a 25% após os 85 anos. De todos os indivíduos com demência, cerca de 50 a 60% têm o tipo mais comum: a demência do tipo Alzheimer (figura 1). Sua prevalência aumenta com o avanço da idade. Entre as pessoas com mais de 65 anos, os homens apresentam taxa de prevalência de 0,6% e as mulheres 0,8%. Aos 90 anos, as taxas de prevalência são de 21%. Para todos esses números, 40 a 60% dos casos são de moderados a grave. As taxas de prevalência (homens e mulheres, respectivamente) são de 11 e 14% aos 85 anos, 21 e 25% aos 90 anos, e 36 e 41% aos 95. A incidência da doença de Alzheimer também aumenta com a idade, estima-se que seja de 0,5% ao ano entre 65 e 69 anos, 1% ao ano entre 75 e 70 anos, 3% ao ano entre 80 e 84 anos e 8% ao ano a partir dos 85 anos. A sobrevivência média após o inicio dos sintomas variam de 5 a 9 anos. 4 A demência vascular é a segunda maior causa de demência, perdendo apenas para a doença de Alzheimer. Anteriormente chamada de demência multiinfarto, a demência é mais comum em homens, especialmente naqueles com hipertensão arterial preexistente ou outros fatores de risco cardio e cerebrovasculares, tais como: história de AVC prévio, Diabetes mellitus, dislipidemias. Em estudo11 realizado em 2011 com 355 pacientes com idade maior que 75 anos com historia de AVC prévio, foi observado que a incidência de demência foi de 6,32 casos por 100 pessoas-ano enquanto que para a morte ou demência foi de 8,62. 9
  • 10. Figura 1 Prevalência de Demência em Diversas Regiões do Mundo: Análise dos estudos epidemiológicos de 1994 a 2000. Lopes M.A., Bottino C.M.C., Arq Neuropsiquiatr 2002;60(1):61-69 4. Quadro Clínico A Demência de Alzheimer (DA) e a Demência Vascular (DV) apresentam diferenças importantes em seu quadro clínico. Classicamente, deve haver comprometimento mnêmico para que se possa caracterizar uma demência, entretanto, na DV tal comprometimento não é o sintoma inicial e proeminente como na DA. Nesta, o prejuízo de memória aparece como o evento clínico de maior magnitude, visto que a doença afeta primeiramente o córtex. Os pacientes com DV tipicamente apresentam-se com síndrome demencial do tipo córtico-subcortical, na qual os sintomas primários são de déficits nas funções cognitivas ou focais múltiplos. Isto justifica o fato de os pacientes com DV mostrarem taxas mais elevadas de depressão, pois, havendo um menor comprometimento cognitivos, eles acompanham, com certo grau de consciência, sua decaída funcional. O início da DA é insidioso e há deterioração progressiva, podendo-se fazer analogia entre a progressão do quadro e a descida de uma ladeira; já a 10
  • 11. DV mostra uma deterioração em “degraus”, e seu curso é flutuante. Nesta, o déficit neurológico é focal e a apresentação clínica tem relação direta com a área cerebral infartada, enquanto na DA o quadro, em geral, inicia-se com a perda de memória episódica e dificuldades na aquisição de novas habilidades, evoluindo, gradualmente, com prejuízos em outras funções cognitivas, tais como julgamento, cálculo, raciocínio abstrato e habilidades visuo-espaciais. Nos estágios intermediários, pode ocorrer afasia fluente (dificuldade de nomear objetos ou escolher a palavra certa para expressar uma ideia), bem como apraxia. Nos estágios terminais, há alterações marcantes do ciclo sono –vigília; alterações comportamentais, como irritabilidade e agressividade; sintomas psicóticos; incapacidade de deambular, falar e realizar cuidados pessoais. A síndrome demencial na DV depende, também, do calibre dos vasos afetados. Doença de grandes vasos geralmente leva a múltiplos infartos corticais, manifestando-se como síndrome demencial cortical multifocal, nquanto uma doença de pequenos vasos, que, na maioria das vezes resulta de hipertensão arterial sistêmica e diabetes melito, causa isquemia da substância branca periventricular e infartos lacunares, culminando em demência subcortical, alterações frontais, disfunção executiva, comprometimento de memória, prejuízo de atenção, alterações depressivas, lentificação motora, sintomas parkinsonianos, distúrbios urinários e paralisia pseudobulbar. Diante da dificuldade de fazer o diagnóstico diferencial entre DA e DV, deve-se atentar para a história clínica do doente. História prévia de HAS ou acidente vascular cerebral, além da presença de déficits neurológicos focais falam a favor de DV; enquanto história familiar positiva para DA fala a favor de DA. 5. Critérios Diagnósticos 5.1. Critérios diagnósticos do DSM-IV para Demência Vascular A. Aparição de déficits cognitivos múltiplos, como indicam: 11
  • 12. 1) Uma alteração da memória (alteração da capacidade para aprender informações novas ou para lembrar informações anteriores) 2) Um ou vários dos distúrbios cognitivos seguintes: a. Afasia (distúrbio da linguagem) b. Apraxia (alteração da capacidade de realisar une atividade motora apesar de funções motoras normais) c. Agnosia (impossibilidade para reconhecer ou identificar objetos apesar de funções sensoriais normais) d. Distúrbio das funções executivas (fazer projetos, organizar, ordenar no tempo, ter um pensamento abstrato) B. Os déficits cognitivos dos critérios A1 e A2 são ambos responsáveis por uma alteração significativa do funcionamento social ou profissional e representam um declínio significativo em relação ao nível de funcionamento anterior. C. Evidências de sinais e sintomas neurológicos focais (por ex., reflexos osteotendinosos exacerbados, sinal de Babinski, paralisia pseudobulbar, distúrbios da marcha, fraqueza de uma extremidade), ou então evidências através de exames paraclínicos de doença cerebrovascular (por ex., infartos múltiplos acometendo o córtex e a substância branca subcortical), julgada ter ligação etiológica com a demência D. Os déficits não surgem exclusivamente no decorrer de um delírio 5.3. Critérios Diagnósticos do DSM.IV para Demência do Tipo Alzheimer A. Desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos manifestados tanto por (1) quanto por (2): (1) comprometimento da memória (capacidade prejudicada de aprender novas informações ou recordar informações anteriormente aprendidas) (2) uma (ou mais) das seguintes perturbações cognitivas: 12
  • 13. (a) afasia (perturbação da linguagem) (b) apraxia (capacidade prejudicada de executar atividades motoras, apesar de um funcionamento motor intacto) (c) agnosia (incapacidade de reconhecer ou identificar objetos, apesar de um funcionamento sensorial intacto) (d) perturbação do funcionamento executivo (isto é, planejamento, organização, seqüenciamento, abstração) C. O curso caracteriza-se por um início gradual e um declínio cognitivo contínuo. D. Os déficits cognitivos nos Critérios A1 e A2 não se devem a quaisquer dos seguintes fatores: (1) outras condições do sistema nervoso central que causam déficits progressivos na memória e cognição (por ex., doença cérebro-vascular, doença de Parkinson, doença de Huntington, hematoma subdural, hidrocefalia de pressão normal, tumor cerebral) (2) condições sistêmicas que comprovadamente causam Demência (por ex., hipotiroidismo, deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico, deficiência de niacina, hipercalcemia, neurossífilis, infecção com HIV) (3) condições induzidas por substâncias E. Os déficits não ocorrem exclusivamente durante o curso de um delirium. F. A perturbação não é melhor explicada por um outro transtorno do Eixo I (por ex., Transtorno Depressivo Maior, Esquizofrenia). Codificar com base no tipo de início e características predominantes: Com Início Precoce: se o início ocorre aos 65 anos ou antes. 6. Curso e Prognóstico O curso clássico da demência tem início nas faixas de 50 s 60 anos de idade, com deterioração gradual ao longo de 5 a 10 anos, levando, enfim, à 13
  • 14. morte. O curso mais comum começa com alguns sinais sutis que podem, em princípio, ser ignorados pelo paciente e pelas pessoas mais próximas a ele. O início gradual de sintomas costuma estar associado a demência do Alzheimer, demência vascular, endocrinopatias, tumores cerebrais e distúrbios metabólicos. Ainda que os sintomas da primeira fase de demência sejam sutis, tornam-se mais claros, à medida que a doença avança, e os familiares podem, então, submeter o paciente à atenção médica.4 O curso da demência varia de progressão constante normalmente vista na demência do tipo Alzheimer; a cada vez pior, na demência vascular. A gravidade e o curso da demência podem ser afetados por fatores psicossociais. Quanto maiores a inteligência e o nível de instrução pré-mórbidos da pessoa, maior sua capacidade de compensar déficits de inteligência. Ansiedade e a depressão podem intensificar e agravar os sintomas.4 6.1. Doença de Alzheimer A expectativa de sobrevivência média para pacientes com demência tipo Alzheimer é de cerca de oito anos, com faixa de variação de 1 a 20 anos. Os dados sugerem que pessoas com início precoce ou com história familiar de demência são prováveis de apresentar curso rápido.4 Quanto curso clínico, apresenta-se com início insidioso e deterioração progressiva. O prejuízo de memória é o evento clínico de maior magnitude. Nos estágios iniciais, geralmente encontramos perda de memória episódica e dificuldades na aquisição de novas habilidades, evoluindo gradualmente com prejuízos em outras funções cognitivas, tais como julgamento, cálculo, raciocínio abstrato e habilidades visuo-espaciais. Nos estágios intermediários, pode ocorrer afasia fluente, apresentando-se como dificuldade para nomear objetos ou para escolher a palavra adequada para expressar uma idéia, e também apraxia. Nos estágios terminais, encontram-se marcantes alterações do ciclo sono–vigília; alterações comportamentais, como irritabilidade e agressividade; sintomas psicóticos; incapacidade de deambular, falar e realizar cuidados pessoais.1 14
  • 15. 6.2. Demência Vascular Comumente associada à história de AVC prévio, apresenta sintomas neurológicos focais (como hemiparesia, ataxia, hemianopsia ou também alterações neuropsicológicas focais, como afasia e heminegligência), curso flutuante com piora em degraus e início abrupto. Entretanto, com relação a este, é importante ressaltar que pacientes portadores de hipertensão arterial podem apresentar instalação insidiosa e curso lentamente progressivo, evocando o padrão evolutivo da DA. Nesses casos, a DV é usualmente secundária a infartos lacunares acometendo substância branca periventricular e núcleos da base.14 O principal determinante da sobrevida destes pacientes tende naturalmente a ser a gravidade da doença vascular e aterosclerótica subjacente, que condiciona o risco de desenvolver novos episódios de AVC. Pacientes com e sem quadro demencial após o AVC exibem taxas de mortalidade bastante diferentes (respectivamente 22 e 6/100 anos-paciente). O prognóstico parece ser pior em idosos e pacientes com confusão noturna, enquanto adequado ajustamento psicossocial parece indicar melhor evolução. Após 5 anos de acompanhamento, mais de 40% dos pacientes terão falecido. 1 7. Tratamento O tratamento dos pacientes com síndrome demencial depende do diagnóstico correto de sua etiologia e da utilização de critérios objetivos de avaliação do curso da doença.2 Medidas preventivas são importantes principalmente na demência vascular. Essas podem incluir mudanças na dieta, exercícios e controle de diabetes e hipertensão. O agentes farmacológicos podem incluir anti- hipertensivos, anticoagulantes ou antiplaquetários. A pressão arterial não deve ultrapassar o limite superior da faixa normal, pois foi demonstrado que isso melhora o funcionamento cognitivo em pacientes com demência vascular. Também foi referido que a pressão arterial abaixo da faixa normal prejudica o 15
  • 16. funcionamento cognitivo desses doentes. A escolha de agentes anti- hipertensivos pode ser significativa, pois os antagonistas β-adrenérgicos foram associados à exacerbação do comprometimento cognitivo. Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (ACE) e os diuréticos não foram implicados no aumento do comprometimento cognitivo e supostamente reduzem a pressão arterial em afetar o fluxo sanguíneo cerebral, que se presume estar relacionado ao funcionamento cognitivo. A remoção cirúrgica de placas da carótida pode prevenir eventos vasculares subsequentes em pacientes cuidadosamente selecionados. A abordagem terapêutica geral é proporcionar cuidados médicos, apoio emocional para pacientes e suas famílias e tratamento farmacológico para sintomas específicos, incluindo comportamentos perturbadores. 4 Os paciente muitas vezes se beneficiam com psicoterapia de apoio e educativa, na qual a natureza e o curso da doença são explicados de forma clara. Além disso podem se beneficiar do apoio ao luto, aceitando o nível de sua deficiência e prestando atenção a questões relacionadas à autoestima. Todas as áreas de funcionamento intacto devem ser maximizadas, ajudando o paciente a identificar atividades em que seja possível atuar. Avaliação psicodinâmica das deficiências da função do ego e limitações cognitivas também pode ser útil. Os clínicos podem ajudar os pacientes a encontrar maneiras de lidar com egos deficientes, mediante calendários para problemas de orientação, agendas para favorecer a estruturação de atividades e anotações para incapacidade de memória.4 As intervenções psicodinâmicas com familiares podem ser de grande benefício. Aqueles que cuidam de um paciente lutam contra sentimentos de culpa, pesar, raiva e exaustão, À medida q olham seu familiar se deteriorar gradualmente. Os clínicos podem ajudar os cuidadores a entender a mistura complexa de sentimentos associados ao fato de ver o declínio de um ente querido e propiciar entendimento, bem como permissão para expressar esses sentimentos.4 Farmacologicamente, é possível prescrever benzodiazepínicos para insônia e ansiedade, antidepressivos para depressão, e antipsicóticos para delírios e alucinações, mas deve-se estar ciente dos possíveis efeitos idiossincráticos desses medicamentos em idosos, como excitação paradoxal, 16
  • 17. confusão e maior sedação. De modo geral, recomenda-se evitar fármacos com atividade anticolinérgica.4 O donezepil (Aricept), a rivastigmina (Exelon), a galantamina (Remiril) e a tacrina (Cognex) são inibidores de colinesterase usados para tratar problemas cognitivos leves a moderados na doença de Alzheimer. Eles reduzem inativação do neurotransmissor acetilcolina e, assim, potencializam o neurotransmissor colinérgico, que então produz a melhora modesta na memória e no pensamento voltado para objetivos. Esses agentes são mais úteis para pessoas com perda leve a moderada com suficiente preservação dos neurônios do prosencéfalo basal, que se beneficiam do aumento do neurotransmissor colinérgico.4 O donezepil tem boa tolerância e é amplamente utilizado. A tacrina é empregada raramente, por causa de seu potencial de hepatoxicidade. Existem menosdados clínicos para a rivastigmina e a galantamina, que parecem mais prováveis de causar efeitos adversos gastrintestinais e neuropsiquiátricos do que o denezepil. Nenhum desses medicamentos previne a degeneração neuronal progressiva do transtorno.4 Outros medicamentos usados para melhorar a atividade cognitiva incluem potencializadores de metabolismo cerebral, inibidores de canal de cálcio e agentes serotonérgicos. Alguns estudos mostraram que a selegilina (Eldepryl), inibidor da monoaminoxidase tipo B (MAOB), pode reduzir o avanço da doença.4 A memantina (EBIX) protege os neurônios de quantidades excessivas de glutamato, que podem ser neurotóxicas. A ondansetrona (Zofran), antagonista de receptores 5-HT3, está sob investigação.4 A terapia de reposição de estrógeno pode reduzir o risco de declínio cognitivo em mulheres após a menopausa. Porém, são necessários mais estudos para confirmar esse efeito. Pesquisas sobre medicina alternativa e complementar estão examinando o Gingko Biloba e outros fitomedicamentos para verificar se apresentam algum impacto positivo sobre a cognição. Houve, ainda, relatos de pacientes que usaram agentes antiinflamatórios não- esteroides e tiveram risco menor de desenvolver doença de Alzheimer. 4 17
  • 18. Anexo 1. Tabela resumo das principais diferenças entre Demência de Alzheimer e Demência Vascular Demência de Alzheimer ≠ Demência Vascular Atrofia cerebral difusa multifatorial Fatores genéticos Déficit de neurônios colinérgico e noradrenérgicos Infarto de pequenos e médios vasos cerebrais com lesões Anormalidade na regulação do metabolismo de fosfolipídios das Etiologia parenquimais múltiplas em amplas áreas do cérebro membranas Estimulação excessiva pelo neurotransmissor glutamato Principal causa de demência 50 a 60% dos indivíduos com demência Incidência aumenta com a idade: 0,5% ao ano entre 65-69 anos, Segunda maior causa de demência 1% ao ano entre 75-79 anos, 3% ao ano entre 80-84 anos e 8% ao Epidemiologia Incidência maior em homens ano > 85 anos Estimativa do tempo de morte após início sintomático: 5-9 anos Sexo feminino História familiar positiva (parente de 1º grau) Hipertensão arterial História de trauma craniano História de AVC prévio Síndrome de Down Fatores de Co-morbidades cardiocerebrovasculares: Baixo nível sócio- Baixo nível sócio-econômico e educacional risco econômico e educacional, tabagismo, alcoolismo, estresse Tabagismo psicológico, dieta hipocalórica/lipídica, diabetes Alcoolismo Estresse psicológico e depressão Múltiplos déficits cognitivos: memória, afasia, apraxia, agnosia e/ou funcionamento executivo (planejamento, organização, Múltiplos déficits cognitivos: memória, afasia, apraxia, sequenciamento, abstração) agnosia e/ou funcionamento executivo (planejamento, Comprometimento sócio-ocupacional (Eixo V) organização, sequenciamento, abstração) Início gradual e declínio cognitivo contínuo Comprometimento sócio-ocupacional (Eixo V) Exclusão de outras causas neurosistemicas ou induzidas por Sinais e sintomas neurológicos focais: exagero dos reflexos substâncias: doença cerebrovascular, Parkinson, coréia de Critérios tendinosos profundos, resposta flexora plantar, paralisia Huntington, hematoma subdural, hidrocefalia, tumores, diagnósticos pseudobulbar, anormalidades da marcha, fraqueza em hipotireoidismo, deficiência de vit B12, ácido fólico ou niacina, extremidades hipercalcemia, neurossífilis, HIV, uso de álcool, sedativos, hipnóticos, Evidências laboratoriais indicativas de doença ansiolíticos cerebrovascular Déficits não ocorrem somente durante delirium Déficits não ocorrem somente durante delirium Síndrome não é melhor explicada por outro transtorno do Eixo I (depressão maior, esquizofrenia) Início insidioso e curso progressivo; Sintomas primários: déficits nas funções executivas ou prejuízo de memória; focais múltiplos Inicialmente: perda de memória episódica e dificuldade na Progressão “em degraus”; aquisição de novas habilidades; Doença de grandes vasos  síndrome demencial cortical Progressivamente: inabilidade de realizar cálculos, raciocinar abstratamente, localizar-se visuo-espacialmente; afasia fluente e Quadro Clínico multifocal = alterações linguísticas; Doença de pequenos vasos  demência subcortical, apraxia; alterações frontais, disfunção executiva, comprometimento de Terminalmente: alteração do ciclo sono vigília; irritabilidade e memória, prejuízo de atenção, depressão, parkinsonismos, agressividade; sintomas psicóticos; incapacidade de deambular, falar distúrbios urinários, paralisia pseudobulbar e realizar cuidados pessoais Progressão cada vez pior. Curso flutuante com piora em Início insidioso e deterioração progressiva degraus e início abrupto. Pior prognóstico em idosos e pacientes Progressão constante Curso e com confusão noturna. Sobrevivência média é de cerca de oito anos, com faixa de prognóstico Após 5 anos de acompanhamento, mais de 40% dos variação de 1 a 20 anos. pacientes terão falecido. Inibidores de colinesterase (tratar problemas cognitivos leves a moderados): donezepil (Aricept), rivastigmina (Exelon), galantamina (Remiril), tacrina (Cognex). Outros medicamentos para melhorar a atividade cognitiva: potencializadores de metabolismo cerebral Medidas preventivas: dieta, exercícios e controle de inibidores de canal de cálcio diabetes e hipertensão. agentes serotonérgicos Agentes farmacológicos: anti-hipertensivos, selegilina (Eldepryl) anticoagulantes ou antiplaquetários. É possível prescrever inibidor da monoaminoxidase tipo B (MAOB) Tratamento benzodiazepínicos para insônia e ansiedade, antidepressivos memantina (EBIX) - protege neurônios de quantidades para depressão, e antipsicóticos para delírios e alucinações De neurotóxicas excessivas de glutamato modo geral, recomenda-se evitar fármacos com atividade ondansetrona (Zofran) anticolinérgica. antagonista de receptores 5-HT3 (eficácia sob investigação). Terapia de reposição de estrógeno pode reduzir o risco de declínio cognitivo em mulheres após a menopausa. Fitoterápicos: Gingko Biloba (eficácia sob investigação). 18
  • 19. Anexo 2. Tabela resumo das principais semelhanças entre Demência de Alzheimer e Demência Vascular Semelhanças entre Demência de Alzheimer e Demência Vascular Etiologia Diferentes Pessoas idosas Epidemiologia prevalência aumenta com o avanço da idade Baixo nível sócio-econômico e educacional Tabagismo Fatores de risco Alcoolismo Estresse psicológico Critérios Múltiplos déficits cognitivos: memória, afasia, apraxia, agnosia e/ou funcionamento executivo (planejamento, organização, sequenciamento, abstração) diagnósticos Piora progressiva da memória e outras funções cognitivas Distúrbio da marcha Incontinência Quadro Clínico Mudanças na personalidade e no humor, abulia, depressão, incontinência emocional, incluindo retardo psicomotor e função executiva anormal Início nas faixas de 50-60 anos de idade Início gradual de sintomas (pacientes portadores de hipertensão arterial na DV) Curso e Ansiedade e a depressão podem intensificar e agravar os sintomas prognóstico Quanto maior a inteligência e o nível de instrução pré-mórbidos da pessoa, maior sua capacidade de compensar déficits de inteligência Proporcionar cuidados médicos, apoio emocional para pacientes e suas famílias e tratamento farmacológico para sintomas específicos, incluindo comportamentos perturbadores Psicoterapia de apoio e educativa Avaliação psicodinâmica das deficiências da função do ego e limitações cognitivas Intervenções psicodinâmicas com familiares Ajudar os cuidadores a entender a mistura complexa de sentimentos associados ao fato de ver o declínio de Tratamento um ente querido e propiciar entendimento, bem como permissão para expressar esses sentimentos Ajudar os pacientes a encontrar maneiras de lidar com egos deficientes, mediante calendários para problemas de orientação, agendas para favorecer a estruturação de atividades e anotações para incapacidade de memória Benzodiazepínicos para insônia e ansiedade Antidepressivos para depressão Antipsicóticos para delírios e alucinações Evitar fármacos com atividade anticolinérgica. 19
  • 20. Referências 1. Gallucci N.J.; Tamelini, M. G.; Forlenza. O.V. Diagnóstico diferencial das demências Rev. Psiq. Clín. 32 (3); 119-130, 2005 2. Kertesz A, Mohs RC. Cognition. In: Gauthier S, editor. Clinical diagnosis and management of Alzheimer´s disease. 2nd ed. Londres: Martin Dunitz; 2001. p.179-96. 3. Ivan CS, Seshadri S, Beiser A, et al. Dementia after stroke: the Framingham Study. Stroke. 2004;35:1264-8. 4. Sadock B.J., Sadock V.A. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica; tradução Dornelles C. et al, 9ed, Porto Alegre, Artmed, 2007 5. Machado, J. C. Doença de Alzheimer. In: FREITAS, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. cap. 25, p. 261–279. 7. Maciel Jr., J. A. Demências primárias e doença de Alzheimer: como diagnosticar e tratar. Rev. Bras. Med., v. 63, p. 88–94, dez. 2006. 8. Pitella, J. E. H. Neuropatologia da doença de Alzheimer e da demência vascular. In: FREITAS, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanarabara Koogan, 2006. cap. 21, p. 225. 9. Sayeg, N. et al. Doença de Alzheimer: Como diagnosticar e tratar. Rev. Bras. Med., v. 50, n. 11, p. 1429–1450, nov. 1993. 10. Corrêa, A. C. O. Envelhecimento, Depressão e Doença de Alzheimer. Belo Horizonte: Health, 1996. p. 135–138; 145–149. 11. Allan L.M. et al. Long term incidence of dementia, predictors of mortality and pathological diagnosis in older stroke survivors, Brain. 2011 December; 134(12): 3713–3724. 12. Lopes M.A., Bottino C.M.C. Prevalência de Demência em Diversas Regiões do Mundo: Análise dos estudos epidemiológicos de 1994 a 2000. Arq Neuropsiquiatr 2002;60(1):61-69 13. Charles A.; Demência Vascular: Dificuldades Diagnósticas e Tratamento; Arq Neuropsiquiatr 1998;56(3-A):498-510 14. Caramell P.; Barbosa M.T. Diagnósticos mais freqüentes de demência. Rev Bras Psiquiatr 2002;24(Supl I):7-10 20