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Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa
Nasce em Lisboa (Portugal) a 13 de junho de 1888;
Vive, entre 1895 e 1905 na África do Sul, devido a profissão do padrasto (Consul).
Retorna à Lisboa, dedicando-se a trabalhar em vários escritórios de importação e
exportação, aliando seu ordenado como tradutor de correspondências em
francês e inglês à sua “modesta” carreira literária.
Em 1913, forma com Mário de Sá Carneiro, Luis de Montalvor, José de Almada
Negreiros e outros jovens poetas artista a primeira geração modernista em
Portugal.
Lança com seu grupo, em1915, a revista Orpheu.
Publica o livro Mensagem em 1934.
Morre de uma crise hepática, em 1935.
Em 1943 tem início a publicação de seus livros.
Sai, em 1958, a primeira edição de sua antologia poética, no Brasil, organizada por
Adolfo Casais Monteiro. Dois anos depois, sua Obra Poética.
O poeta só conquistou o grande público com a publicação do Livro do
Desassossego, no início dos anos 1980.
Hoje é considerado um dos maiores escritores de língua portuguesa, reconhecido
internacionalmente, ao lado de outra galeria de nomes que inclui Luis Vaz de
Camões (Portugal, 1517? 1524? 1525? – 1580), José Saramago (Portugal-
Espanha, 1922-2010), Machado de Assis (Brasil, 1832-1908), Guimarães Rosa
(Brasil, 1908-1967) e Clarice Lispector (Ucrânia-Brasil, 1920-1977) entre outros.
Você sabia...
Que Pessoa criou o aerograma (mensagem
transmitida por rádiotelegrafia)?
Ou
que criou um sloganpara a Coca-Cola?
Ou
que criou diversos heterônimos (personalidades
poéticas completas) os quais figuram como
principais Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e
Ricardo Reis?
Conceitos
Como Fernando Pessoa criou várias outras
pessoas(fictícias), seus especialistas
classificam sua produção poética e de seus
heterônimos da seguinte forma:
a) Ortonômio (isto é, Fernando Pessoa ele-
mesmo, a personalidade original): inclui suas
obras poéticas, entre as quais Mensagem.
b) Heterônimos (as personalidades poéticas
completas): inclui a produção poética de
Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo
Reis.
Poemas de Fernando Pessoa
O cancioneiro
Isto
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é,
Sentir, sinta quem lê!
A minha vida é um barco abandonado
Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino
De navegar, casado com o seu fado?
Ah! falta quem o lance ao mar, e alado
Torne seu vulto em velas; peregrino
Frescor de afastamento, no divino
Amplexo da manhã, puro e salgado.
Morto corpo da ação sem vontade
Que o viva, vulto estéril de viver,
Boiando à tona inútil da saudade.
Os limos esverdeiam tua quilha,
O vento embala-te sem te mover,
E é para além do mar a ansiada Ilha.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não tem.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
O amor quando se revela
O amor, quando se revela,
não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente.
Cala: parece esquecer.
Ah, mas se ela adivinhasse,
se pudesse ouvir o olhar,
e se um olhar lhe bastasse
pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
quem quer dizer quanto sente
fica sem alma nem fala,
fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
o que não lhe ouso contar,
já não terei que falar-lhe
porque lhe estou a falar...
Tudo quanto penso
Tudo quanto penso,
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou.
Extensão parada
Sem nada a estar ali,
Areia peneirada
Vou dar-lhe a ferroada
Da vida que vivi.
Navegar é Preciso
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
[Nota de SF- "Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general
romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a
guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu]
Quadras ao Gosto Popular
Cantigas de portugueses
São como barcos no mar —
Vão de uma alma para outra
Com riscos de naufragar.
Eu tenho um colar de pérolas
Enfiado para te dar:
As per'las são os meus beijos,
O fio é o meu penar.
A terra é sem vida, e nada
Vive mais que o coração...
E envolve-te a terra fria
E a minha saudade não!
Deixa que um momento pense
Que ainda vives ao meu lado...
Triste de quem por si mesmo
Precisa ser enganado!
Morto, hei de estar ao teu lado
Sem o sentir nem saber...
Mesmo assim, isso me basta
P'ra ver um bem em morrer.
(...)
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Fernando Pessoa, 1934
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa, 1-1931
Contemplo o que não Vejo
Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.
Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.
Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.
Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou.
Não sinto, não sou triste.
Mas triste é o que estou.
Mensagem
V. - O TIMBRE
A CABEÇA DO GRYPHO
O INFANTE D. HENRIQUE
Em seu throno entre o brilho das espheras,
Com seu manto de noite e solidão,
Tem aos pés o mar novo e as mortas eras –
O unico imperador que tem, deveras,
O globo mundo em sua mão.
MAR PORTUGUÊS
POSSESSIO MARIS
I
O INFANTE
Deus quere, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quiz que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou creou-te portuguez.
Do mar e nós em ti nos deu signal.
Cumpriu-se o Mar, e o Imperio se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
X
MAR PORTUGUEZ
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lagrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão resaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abysmo deu,
Mas nelle é que espelhou o céu.
Poemas dos heterônimos
“Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente.
Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado
numa outra pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não."
Alberto Caeiro (1889 - 1915):
Alberto Caeiro é considerado o mestre de todos
os heterônimos de Fernando Pessoa. Nasceu
em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no
campo. Não teve profissão, nem educação
quase alguma, só instrução primária;
morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se
ficar em casa, vivendo de uns pequenos
rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia avó.
Morreu tuberculoso.
O GUARDADOR DE REBANHOS (IX)
Sou um guardador de rebanhos
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
Ricardo Reis (1887 - 1935?):
Ricardo Reis nasceu no Porto. Educado em
colégio de jesuítas, é médico e vive no Brasil
desde 1919, pois expatriou-se espontaneamente
por ser monárquico. É latinista por educação
alheia, e um semi-helenista por educação
própria.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis, 14-2-1933
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
(...)
Ricardo Reis, 12-6-1914
Álvaro de Campos (1890 - 1935?):
Nasceu em Tavira, teve uma educação
vulgar de Liceu; depois foi mandado para
a Escócia estudar engenharia, primeiro
mecânica e depois naval. Numas férias
fez a viagem ao Oriente de onde resultou
o Opiário.
TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os
sonhos do mundo.
(...)
Álvaro de Campos, 15-1-1928
APONTAMENTO
A minha alma partiu-se como um vaso vazio.
Caiu pela escada excessivamente abaixo.
Caiu das mãos da criada descuidada.
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.
Asneira? Impossível? Sei lá!
Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.
Fiz barulho na queda como um vaso que se partia.
Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada.
E fitam os cacos que a criada deles fez de mim.
(...)
Álvaro de Campos, 1929
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos, 21-10-1935
Quem matou Ricardo Reis?
Fernando Pessoa morreu em 1935. Seus alter-egos ou
heterônimos não morreram todos na mesma data. Alberto Caeiro
já havia falecido há vinte anos; Álvaro de Campos e Ricardo Reis
continuaram vivos ainda em 1935, já que seu criador ainda não os
havia “matado”. A obviedade dessa sobrevivência escapou a
todos, menos a José Saramago que, após a morte de Pessoa,
aventurou-se a terminar a história de um deles, publicando, em
1984, o romance O ano da morte de Ricardo Reis. Saramago
aproveita-se do fato de Fernando Pessoa não ter determinado a
data da morte do protagonista do romance para fazê-lo
testemunhar o período em que o fascismo aos poucos se instalava
na sociedade portuguesa. O plano da imaginação cruza-se então
com o da história: Reis vai morrer no mesmo período em que
começaria a longa agonia de Portugal.
[FALSO DIÁLOGO ENTRE PESSOA E CAEIRO]
Pessoa: - A chuva me deixa triste.
Caeiro: - A mim me deixa molhado.
José Paulo Paes
Exercício
“Os poetas não tem biografia. Sua
biografia é a sua obra”
Octávio Paz
1. Baseado na explicação sobre o ortonômio
Fernando Pessoa e seus heterônimos, discorra
sobre:
a) como o poema Autopsicografia pode ser
relacionado à criação de alter-egos em Pessoa?
b) Relacione a “personalidade” entre Fernando
Pessoa ele-mesmo e seus heterônimos com o
“Falso diálogo entre Pessoa e Caeiro”.
c) Explique de que forma José Saramago
aproveita um dos heterônimos de Fernando
Pessoa para escrever seus romance O ano da
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  • 2. Fernando António Nogueira Pessoa Nasce em Lisboa (Portugal) a 13 de junho de 1888; Vive, entre 1895 e 1905 na África do Sul, devido a profissão do padrasto (Consul). Retorna à Lisboa, dedicando-se a trabalhar em vários escritórios de importação e exportação, aliando seu ordenado como tradutor de correspondências em francês e inglês à sua “modesta” carreira literária. Em 1913, forma com Mário de Sá Carneiro, Luis de Montalvor, José de Almada Negreiros e outros jovens poetas artista a primeira geração modernista em Portugal. Lança com seu grupo, em1915, a revista Orpheu. Publica o livro Mensagem em 1934. Morre de uma crise hepática, em 1935. Em 1943 tem início a publicação de seus livros. Sai, em 1958, a primeira edição de sua antologia poética, no Brasil, organizada por Adolfo Casais Monteiro. Dois anos depois, sua Obra Poética. O poeta só conquistou o grande público com a publicação do Livro do Desassossego, no início dos anos 1980. Hoje é considerado um dos maiores escritores de língua portuguesa, reconhecido internacionalmente, ao lado de outra galeria de nomes que inclui Luis Vaz de Camões (Portugal, 1517? 1524? 1525? – 1580), José Saramago (Portugal- Espanha, 1922-2010), Machado de Assis (Brasil, 1832-1908), Guimarães Rosa (Brasil, 1908-1967) e Clarice Lispector (Ucrânia-Brasil, 1920-1977) entre outros.
  • 3. Você sabia... Que Pessoa criou o aerograma (mensagem transmitida por rádiotelegrafia)? Ou que criou um sloganpara a Coca-Cola? Ou que criou diversos heterônimos (personalidades poéticas completas) os quais figuram como principais Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis?
  • 4. Conceitos Como Fernando Pessoa criou várias outras pessoas(fictícias), seus especialistas classificam sua produção poética e de seus heterônimos da seguinte forma: a) Ortonômio (isto é, Fernando Pessoa ele- mesmo, a personalidade original): inclui suas obras poéticas, entre as quais Mensagem. b) Heterônimos (as personalidades poéticas completas): inclui a produção poética de Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis.
  • 7. Isto Dizem que finjo ou minto Tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto Com a imaginação. Não uso o coração. Tudo o que sonho ou passo, O que me falha ou finda, É como que um terraço Sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda. Por isso escrevo em meio Do que não está ao pé, Livre do meu enleio, Sério do que não é, Sentir, sinta quem lê!
  • 8. A minha vida é um barco abandonado Infiel, no ermo porto, ao seu destino. Por que não ergue ferro e segue o atino De navegar, casado com o seu fado? Ah! falta quem o lance ao mar, e alado Torne seu vulto em velas; peregrino Frescor de afastamento, no divino Amplexo da manhã, puro e salgado. Morto corpo da ação sem vontade Que o viva, vulto estéril de viver, Boiando à tona inútil da saudade. Os limos esverdeiam tua quilha, O vento embala-te sem te mover, E é para além do mar a ansiada Ilha.
  • 9. Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não tem. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.
  • 10. O amor quando se revela O amor, quando se revela, não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente. Cala: parece esquecer. Ah, mas se ela adivinhasse, se pudesse ouvir o olhar, e se um olhar lhe bastasse pra saber que a estão a amar! Mas quem sente muito, cala; quem quer dizer quanto sente fica sem alma nem fala, fica só, inteiramente!
  • 11. Mas se isto puder contar-lhe o que não lhe ouso contar, já não terei que falar-lhe porque lhe estou a falar...
  • 12. Tudo quanto penso Tudo quanto penso, Tudo quanto sou É um deserto imenso Onde nem eu estou. Extensão parada Sem nada a estar ali, Areia peneirada Vou dar-lhe a ferroada Da vida que vivi.
  • 13. Navegar é Preciso Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
  • 14. [Nota de SF- "Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu]
  • 15. Quadras ao Gosto Popular Cantigas de portugueses São como barcos no mar — Vão de uma alma para outra Com riscos de naufragar. Eu tenho um colar de pérolas Enfiado para te dar: As per'las são os meus beijos, O fio é o meu penar. A terra é sem vida, e nada Vive mais que o coração... E envolve-te a terra fria E a minha saudade não! Deixa que um momento pense Que ainda vives ao meu lado... Triste de quem por si mesmo Precisa ser enganado! Morto, hei de estar ao teu lado Sem o sentir nem saber... Mesmo assim, isso me basta P'ra ver um bem em morrer. (...)
  • 16. Como é por dentro outra pessoa Quem é que o saberá sonhar? A alma de outrem é outro universo Com que não há comunicação possível, Com que não há verdadeiro entendimento. Nada sabemos da alma Senão da nossa; As dos outros são olhares, São gestos, são palavras, Com a suposição de qualquer semelhança No fundo. Fernando Pessoa, 1934
  • 17. Gato que brincas na rua Como se fosse na cama, Invejo a sorte que é tua Porque nem sorte se chama. Bom servo das leis fatais Que regem pedras e gentes, Que tens instintos gerais E sentes só o que sentes. És feliz porque és assim, Todo o nada que és é teu. Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu. Fernando Pessoa, 1-1931
  • 18. Contemplo o que não Vejo Contemplo o que não vejo. É tarde, é quase escuro. E quanto em mim desejo Está parado ante o muro. Por cima o céu é grande; Sinto árvores além; Embora o vento abrande, Há folhas em vaivém. Tudo é do outro lado, No que há e no que penso. Nem há ramo agitado Que o céu não seja imenso. Confunde-se o que existe Com o que durmo e sou. Não sinto, não sou triste. Mas triste é o que estou.
  • 20. V. - O TIMBRE A CABEÇA DO GRYPHO O INFANTE D. HENRIQUE Em seu throno entre o brilho das espheras, Com seu manto de noite e solidão, Tem aos pés o mar novo e as mortas eras – O unico imperador que tem, deveras, O globo mundo em sua mão.
  • 21. MAR PORTUGUÊS POSSESSIO MARIS I O INFANTE Deus quere, o homem sonha, a obra nasce. Deus quiz que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma, E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Quem te sagrou creou-te portuguez. Do mar e nós em ti nos deu signal. Cumpriu-se o Mar, e o Imperio se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!
  • 22. X MAR PORTUGUEZ Ó mar salgado, quanto do teu sal São lagrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão resaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abysmo deu, Mas nelle é que espelhou o céu.
  • 24. “Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente. Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado numa outra pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não."
  • 25. Alberto Caeiro (1889 - 1915): Alberto Caeiro é considerado o mestre de todos os heterônimos de Fernando Pessoa. Nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia avó. Morreu tuberculoso.
  • 26. O GUARDADOR DE REBANHOS (IX) Sou um guardador de rebanhos O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca. Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la E comer um fruto é saber-lhe o sentido. Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de gozá-lo tanto. E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes, Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz.
  • 27. O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. O Tejo tem grandes navios E navega nele ainda, Para aqueles que veem em tudo o que lá não está, A memória das naus. O Tejo desce de Espanha E o Tejo entra no mar em Portugal. Toda a gente sabe isso. Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia E para onde ele vai E donde ele vem. E por isso porque pertence a menos gente, É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
  • 28. Pelo Tejo vai-se para o Mundo. Para além do Tejo há a América E a fortuna daqueles que a encontram. Ninguém nunca pensou no que há para além Do rio da minha aldeia. O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
  • 29. Ricardo Reis (1887 - 1935?): Ricardo Reis nasceu no Porto. Educado em colégio de jesuítas, é médico e vive no Brasil desde 1919, pois expatriou-se espontaneamente por ser monárquico. É latinista por educação alheia, e um semi-helenista por educação própria.
  • 30. Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive. Ricardo Reis, 14-2-1933
  • 31. Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio. Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. (Enlacemos as mãos.) Depois pensemos, crianças adultas, que a vida Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa, Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado, Mais longe que os deuses. Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos. Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio. Mais vale saber passar silenciosamente E sem desassosegos grandes. (...) Ricardo Reis, 12-6-1914
  • 32. Álvaro de Campos (1890 - 1935?): Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário.
  • 33. TABACARIA Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. (...) Álvaro de Campos, 15-1-1928
  • 34. APONTAMENTO A minha alma partiu-se como um vaso vazio. Caiu pela escada excessivamente abaixo. Caiu das mãos da criada descuidada. Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso. Asneira? Impossível? Sei lá! Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu. Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir. Fiz barulho na queda como um vaso que se partia. Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada. E fitam os cacos que a criada deles fez de mim. (...) Álvaro de Campos, 1929
  • 35. Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas.
  • 36. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. A verdade é que hoje As minhas memórias Dessas cartas de amor É que são Ridículas.
  • 37. (Todas as palavras esdrúxulas, Como os sentimentos esdrúxulos, São naturalmente Ridículas.) Álvaro de Campos, 21-10-1935
  • 38. Quem matou Ricardo Reis? Fernando Pessoa morreu em 1935. Seus alter-egos ou heterônimos não morreram todos na mesma data. Alberto Caeiro já havia falecido há vinte anos; Álvaro de Campos e Ricardo Reis continuaram vivos ainda em 1935, já que seu criador ainda não os havia “matado”. A obviedade dessa sobrevivência escapou a todos, menos a José Saramago que, após a morte de Pessoa, aventurou-se a terminar a história de um deles, publicando, em 1984, o romance O ano da morte de Ricardo Reis. Saramago aproveita-se do fato de Fernando Pessoa não ter determinado a data da morte do protagonista do romance para fazê-lo testemunhar o período em que o fascismo aos poucos se instalava na sociedade portuguesa. O plano da imaginação cruza-se então com o da história: Reis vai morrer no mesmo período em que começaria a longa agonia de Portugal.
  • 39. [FALSO DIÁLOGO ENTRE PESSOA E CAEIRO] Pessoa: - A chuva me deixa triste. Caeiro: - A mim me deixa molhado. José Paulo Paes
  • 41. “Os poetas não tem biografia. Sua biografia é a sua obra” Octávio Paz
  • 42. 1. Baseado na explicação sobre o ortonômio Fernando Pessoa e seus heterônimos, discorra sobre: a) como o poema Autopsicografia pode ser relacionado à criação de alter-egos em Pessoa? b) Relacione a “personalidade” entre Fernando Pessoa ele-mesmo e seus heterônimos com o “Falso diálogo entre Pessoa e Caeiro”. c) Explique de que forma José Saramago aproveita um dos heterônimos de Fernando Pessoa para escrever seus romance O ano da morte de Ricardo Reis (1984).