O Quinhentismo foi a literatura produzida no Brasil durante o século XVI, quando os portugueses começaram a colonizar o país. Consistia principalmente em literatura de informação, como cartas e relatos, que descreviam a terra e os povos indígenas. Os jesuítas, que chegaram em 1549, produziram obras religiosas com o objetivo de catequizar, como a gramática do tupi-guarani de José de Anchieta e seus autos religiosos.
2. QUINHENTISMO
• Esta expressão é a denominação genérica de todas as
manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o
século XVI, correspondendo à introdução da cultura
européia em terras brasileiras. Não se pode falar em
uma literatura "do" Brasil, como característica do
país naquele período, mas sim em literatura "no"
Brasil - uma literatura ligada ao Brasil, mas que
denota as ambições e as intenções do homem
europeu.
3. QUINHENTISMO
• Marco – A Carta, de Pero Vaz de Caminha (1500)
• Principais autores Pero Vaz de Caminha
Pero de M. Gândavo
Gabriel Soares de Sousa
José de Anchieta
4. QUINHENTISMO
• Os escritos desse momento não resultavam de
nenhuma intenção literária.
• Os escritos eram apenas uma tentativa de
descrever e catalogar a terra e o povo que os
portugueses tinham acabado de descobrir.
• Não havia ainda, nessa época, um público
leitor brasileiro ativo e influente nem um
sentimento de nacionalidade brasileira.
5. QUINHENTISMO
• O 1º texto escrito em solo brasileiro foi a
Carta, escrita por Pero Vaz de Caminha,
escrivão-mor da esquadra liderada por Pedro
Álvares Cabral.
• Outras cartas de viagem, literatura de
catequese, diários de navegação e tratados
descritivos formam a LITERATURA DE
INFORMAÇÃO.
6. QUINHENTISMO
• E estando Afonso Lopez, nosso piloto, em um
daqueles navios pequenos, foi, por mandado do
Capitão, por ser homem vivo e destro para isso,
meter-se logo no esquife a sondar o porto dentro. E
tomou dois daqueles homens da terra: mancebos e
de bons corpos. Um deles trazia um arco e seis ou
sete setas. E na praia andavam muitos com seus
arcos e setas; mas não os aproveitou. Logo, já de
noite, levou-os à Capitania, onde foram recebidos
com muito prazer e festa.
7. QUINHENTISMO
• A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados,
de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus,
sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de
encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que
de mostrar a cara. Acerca disso são de grande
inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e
metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de
uma mão travessa, e da grossura de um fuso de
algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos
pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica
entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de
xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os
magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e
beber.
8. QUINHENTISMO
• A Carta, a literatura de catequese e os outros
textos de viagem têm importância:
– pelo seu significado como documentação
histórica;
– por serem testemunhas da expansão marítima e
comercial nos séculos XV e XVI;
– pelo registro do choque cultural entre
colonizadores e colonizados.
9. Desembarque de Pedro Álvares Cabral, em Porto Seguro, Oscar
Pereira da Silva – 1922.
10. QUINHENTISMO
• No Quinhentismo, o que se demonstrava era o
momento histórico vivido pela Península Ibérica, que
abrangia uma literatura informativa e uma literatura
dos jesuítas, como principais manifestações literárias
no século XVI. Quem produzia literatura naquele
período estava com os olhos voltados para as
riquezas materiais (ouro, prata, ferro, madeira, etc.),
enquanto a literatura dos jesuítas se preocupava com
o trabalho de catequese.
11. QUINHENTISMO
• Com exceção da carta de Pero Vaz de Caminha,
considerada o primeiro documento da literatura no
Brasil, as principais crônicas da literatura
informativa datam da segunda metade do século
XVI, fato compreensível, já que a colonização só
pode ser contada a partir de 1530. A literatura
jesuítica, por seu lado, também caracteriza o final
do Quinhentismo, tendo esses religiosos pisado o
solo brasileiro somente em 1549.
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14. QUINHENTISMO
• Literatura jesuítica - Consequência da
Contrarreforma, a principal preocupação dos jesuítas
era o trabalho de catequese, objetivo que
determinou toda a sua produção literária, tanto na
poesia quanto no teatro. Mesmo assim, do ponto de
vista estético, foi a melhor produção literária do
Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção,
os jesuítas cultivaram o teatro de caráter pedagógico,
baseado em trechos bíblicos, e as cartas que
informavam aos superiores na Europa sobre o
andamento dos trabalhos na colônia.
15. QUINHENTISMO
• Ao realizar um exaustivo trabalho de catequese, José
de Anchieta deixou uma fabulosa herança literária: a
primeira gramática do tupi-guarani, insuperável
cartilha para o ensino da língua dos nativos; várias
poesias no estilo do verso medieval; e diversos autos,
segundo o modelo deixado pelo poeta português Gil
Vicente, que agrega à moral religiosa católica os
costumes dos indígenas, sempre com a preocupação
de caracterizar os extremos, como o bem e o mal, o
anjo e o diabo. Ele escreveu diversos autos, como o
Auto de São Lourenço.
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17. QUINHENTISMO
• Principais cronistas da literatura jesuítica
– Pe. Manuel da Nóbrega: relata a chegada da primeira missão
jesuítica ao Brasil (1549) marco da literatura jesuítica no Brasil.
– Pe. José de Anchieta: escreveu cartas, sermões, poesias e peças
teatrais. Sua produção está vinculada ao zelo pela expansão da
fé cristã. Seu teatro utilizava recursos do auto medieval em
conjunto com elementos da cultura indígena. Mostrando cenas
de duelos entre anjos e demônios, pois assim, ficaria mais fácil o
aprendizado das lições religiosas. Embora tenha usado modelos
europeus, Anchieta introduziu os costumes e a cultura indígena,
resultando na criação de um “estilo” tipicamente brasileiro. Sua
obra apresenta simplicidade, religiosidade e indianismo.
– Frei Vicente Salvador: história do Brasil.