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QUINHENTISMO
  LITERATURA DE
   INFORMAÇÃO
QUINHENTISMO
• Esta expressão é a denominação genérica de todas as
  manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o
  século XVI, correspondendo à introdução da cultura
  européia em terras brasileiras. Não se pode falar em
  uma literatura "do" Brasil, como característica do
  país naquele período, mas sim em literatura "no"
  Brasil - uma literatura ligada ao Brasil, mas que
  denota as ambições e as intenções do homem
  europeu.
QUINHENTISMO
• Marco – A Carta, de Pero Vaz de Caminha (1500)



• Principais autores Pero Vaz de Caminha
                     Pero de M. Gândavo
                     Gabriel Soares de Sousa
                     José de Anchieta
QUINHENTISMO
• Os escritos desse momento não resultavam de
  nenhuma intenção literária.
• Os escritos eram apenas uma tentativa de
  descrever e catalogar a terra e o povo que os
  portugueses tinham acabado de descobrir.
• Não havia ainda, nessa época, um público
  leitor brasileiro ativo e influente nem um
  sentimento de nacionalidade brasileira.
QUINHENTISMO
• O 1º texto escrito em solo brasileiro foi a
  Carta, escrita por Pero Vaz de Caminha,
  escrivão-mor da esquadra liderada por Pedro
  Álvares Cabral.
• Outras cartas de viagem, literatura de
  catequese, diários de navegação e tratados
  descritivos formam a LITERATURA DE
  INFORMAÇÃO.
QUINHENTISMO
• E estando Afonso Lopez, nosso piloto, em um
  daqueles navios pequenos, foi, por mandado do
  Capitão, por ser homem vivo e destro para isso,
  meter-se logo no esquife a sondar o porto dentro. E
  tomou dois daqueles homens da terra: mancebos e
  de bons corpos. Um deles trazia um arco e seis ou
  sete setas. E na praia andavam muitos com seus
  arcos e setas; mas não os aproveitou. Logo, já de
  noite, levou-os à Capitania, onde foram recebidos
  com muito prazer e festa.
QUINHENTISMO
• A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados,
  de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus,
  sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de
  encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que
  de mostrar a cara. Acerca disso são de grande
  inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e
  metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de
  uma mão travessa, e da grossura de um fuso de
  algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos
  pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica
  entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de
  xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os
  magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e
  beber.
QUINHENTISMO
• A Carta, a literatura de catequese e os outros
  textos de viagem têm importância:
  – pelo seu significado como documentação
    histórica;
  – por serem testemunhas da expansão marítima e
    comercial nos séculos XV e XVI;
  – pelo registro do choque cultural entre
    colonizadores e colonizados.
Desembarque de Pedro Álvares Cabral, em Porto Seguro, Oscar
                 Pereira da Silva – 1922.
QUINHENTISMO
• No Quinhentismo, o que se demonstrava era o
  momento histórico vivido pela Península Ibérica, que
  abrangia uma literatura informativa e uma literatura
  dos jesuítas, como principais manifestações literárias
  no século XVI. Quem produzia literatura naquele
  período estava com os olhos voltados para as
  riquezas materiais (ouro, prata, ferro, madeira, etc.),
  enquanto a literatura dos jesuítas se preocupava com
  o trabalho de catequese.
QUINHENTISMO
• Com exceção da carta de Pero Vaz de Caminha,
  considerada o primeiro documento da literatura no
  Brasil, as principais crônicas da literatura
  informativa datam da segunda metade do século
  XVI, fato compreensível, já que a colonização só
  pode ser contada a partir de 1530. A literatura
  jesuítica, por seu lado, também caracteriza o final
  do Quinhentismo, tendo esses religiosos pisado o
  solo brasileiro somente em 1549.
QUINHENTISMO
• Literatura     jesuítica    -    Consequência      da
  Contrarreforma, a principal preocupação dos jesuítas
  era o trabalho de catequese, objetivo que
  determinou toda a sua produção literária, tanto na
  poesia quanto no teatro. Mesmo assim, do ponto de
  vista estético, foi a melhor produção literária do
  Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção,
  os jesuítas cultivaram o teatro de caráter pedagógico,
  baseado em trechos bíblicos, e as cartas que
  informavam aos superiores na Europa sobre o
  andamento dos trabalhos na colônia.
QUINHENTISMO
• Ao realizar um exaustivo trabalho de catequese, José
  de Anchieta deixou uma fabulosa herança literária: a
  primeira gramática do tupi-guarani, insuperável
  cartilha para o ensino da língua dos nativos; várias
  poesias no estilo do verso medieval; e diversos autos,
  segundo o modelo deixado pelo poeta português Gil
  Vicente, que agrega à moral religiosa católica os
  costumes dos indígenas, sempre com a preocupação
  de caracterizar os extremos, como o bem e o mal, o
  anjo e o diabo. Ele escreveu diversos autos, como o
  Auto de São Lourenço.
QUINHENTISMO
• Principais cronistas da literatura jesuítica
   – Pe. Manuel da Nóbrega: relata a chegada da primeira missão
     jesuítica ao Brasil (1549) marco da literatura jesuítica no Brasil.
   – Pe. José de Anchieta: escreveu cartas, sermões, poesias e peças
     teatrais. Sua produção está vinculada ao zelo pela expansão da
     fé cristã. Seu teatro utilizava recursos do auto medieval em
     conjunto com elementos da cultura indígena. Mostrando cenas
     de duelos entre anjos e demônios, pois assim, ficaria mais fácil o
     aprendizado das lições religiosas. Embora tenha usado modelos
     europeus, Anchieta introduziu os costumes e a cultura indígena,
     resultando na criação de um “estilo” tipicamente brasileiro. Sua
     obra apresenta simplicidade, religiosidade e indianismo.
   – Frei Vicente Salvador: história do Brasil.
Saiba mais!
• http://www.graudez.com.br/literatura/quinhe
  ntismo.html
• http://www.mundovestibular.com.br/articles/
  236/1/QUINHENTISMO-/Paacutegina1.html
• http://manoelneves.com/2011/07/20/quinhe
  ntismo-no-enem/
• http://www.youtube.com/watch?v=s7nhcOSh
  zYM
• http://www.facos.edu.br/projetos/letras/ensi
  qlopedia/arquivos/ensiqlopedia2/carta.htm
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Cap06 quinhentismo

  • 1. QUINHENTISMO LITERATURA DE INFORMAÇÃO
  • 2. QUINHENTISMO • Esta expressão é a denominação genérica de todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI, correspondendo à introdução da cultura européia em terras brasileiras. Não se pode falar em uma literatura "do" Brasil, como característica do país naquele período, mas sim em literatura "no" Brasil - uma literatura ligada ao Brasil, mas que denota as ambições e as intenções do homem europeu.
  • 3. QUINHENTISMO • Marco – A Carta, de Pero Vaz de Caminha (1500) • Principais autores Pero Vaz de Caminha Pero de M. Gândavo Gabriel Soares de Sousa José de Anchieta
  • 4. QUINHENTISMO • Os escritos desse momento não resultavam de nenhuma intenção literária. • Os escritos eram apenas uma tentativa de descrever e catalogar a terra e o povo que os portugueses tinham acabado de descobrir. • Não havia ainda, nessa época, um público leitor brasileiro ativo e influente nem um sentimento de nacionalidade brasileira.
  • 5. QUINHENTISMO • O 1º texto escrito em solo brasileiro foi a Carta, escrita por Pero Vaz de Caminha, escrivão-mor da esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral. • Outras cartas de viagem, literatura de catequese, diários de navegação e tratados descritivos formam a LITERATURA DE INFORMAÇÃO.
  • 6. QUINHENTISMO • E estando Afonso Lopez, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos, foi, por mandado do Capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meter-se logo no esquife a sondar o porto dentro. E tomou dois daqueles homens da terra: mancebos e de bons corpos. Um deles trazia um arco e seis ou sete setas. E na praia andavam muitos com seus arcos e setas; mas não os aproveitou. Logo, já de noite, levou-os à Capitania, onde foram recebidos com muito prazer e festa.
  • 7. QUINHENTISMO • A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber.
  • 8. QUINHENTISMO • A Carta, a literatura de catequese e os outros textos de viagem têm importância: – pelo seu significado como documentação histórica; – por serem testemunhas da expansão marítima e comercial nos séculos XV e XVI; – pelo registro do choque cultural entre colonizadores e colonizados.
  • 9. Desembarque de Pedro Álvares Cabral, em Porto Seguro, Oscar Pereira da Silva – 1922.
  • 10. QUINHENTISMO • No Quinhentismo, o que se demonstrava era o momento histórico vivido pela Península Ibérica, que abrangia uma literatura informativa e uma literatura dos jesuítas, como principais manifestações literárias no século XVI. Quem produzia literatura naquele período estava com os olhos voltados para as riquezas materiais (ouro, prata, ferro, madeira, etc.), enquanto a literatura dos jesuítas se preocupava com o trabalho de catequese.
  • 11. QUINHENTISMO • Com exceção da carta de Pero Vaz de Caminha, considerada o primeiro documento da literatura no Brasil, as principais crônicas da literatura informativa datam da segunda metade do século XVI, fato compreensível, já que a colonização só pode ser contada a partir de 1530. A literatura jesuítica, por seu lado, também caracteriza o final do Quinhentismo, tendo esses religiosos pisado o solo brasileiro somente em 1549.
  • 12.
  • 13.
  • 14. QUINHENTISMO • Literatura jesuítica - Consequência da Contrarreforma, a principal preocupação dos jesuítas era o trabalho de catequese, objetivo que determinou toda a sua produção literária, tanto na poesia quanto no teatro. Mesmo assim, do ponto de vista estético, foi a melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção, os jesuítas cultivaram o teatro de caráter pedagógico, baseado em trechos bíblicos, e as cartas que informavam aos superiores na Europa sobre o andamento dos trabalhos na colônia.
  • 15. QUINHENTISMO • Ao realizar um exaustivo trabalho de catequese, José de Anchieta deixou uma fabulosa herança literária: a primeira gramática do tupi-guarani, insuperável cartilha para o ensino da língua dos nativos; várias poesias no estilo do verso medieval; e diversos autos, segundo o modelo deixado pelo poeta português Gil Vicente, que agrega à moral religiosa católica os costumes dos indígenas, sempre com a preocupação de caracterizar os extremos, como o bem e o mal, o anjo e o diabo. Ele escreveu diversos autos, como o Auto de São Lourenço.
  • 16.
  • 17. QUINHENTISMO • Principais cronistas da literatura jesuítica – Pe. Manuel da Nóbrega: relata a chegada da primeira missão jesuítica ao Brasil (1549) marco da literatura jesuítica no Brasil. – Pe. José de Anchieta: escreveu cartas, sermões, poesias e peças teatrais. Sua produção está vinculada ao zelo pela expansão da fé cristã. Seu teatro utilizava recursos do auto medieval em conjunto com elementos da cultura indígena. Mostrando cenas de duelos entre anjos e demônios, pois assim, ficaria mais fácil o aprendizado das lições religiosas. Embora tenha usado modelos europeus, Anchieta introduziu os costumes e a cultura indígena, resultando na criação de um “estilo” tipicamente brasileiro. Sua obra apresenta simplicidade, religiosidade e indianismo. – Frei Vicente Salvador: história do Brasil.
  • 19. • http://www.graudez.com.br/literatura/quinhe ntismo.html • http://www.mundovestibular.com.br/articles/ 236/1/QUINHENTISMO-/Paacutegina1.html • http://manoelneves.com/2011/07/20/quinhe ntismo-no-enem/ • http://www.youtube.com/watch?v=s7nhcOSh zYM • http://www.facos.edu.br/projetos/letras/ensi qlopedia/arquivos/ensiqlopedia2/carta.htm