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A poesia romântica desenvolveu-se
aproximadamente entre as décadas de 1830
e 1870. Embora haja muitos pontos em
comum entre os poetas, podemos separá-los
em três grupos ou gerações, levando em conta
os temas que predominaram em suas obras.
Essa classificação não deve ser entendida de
forma rígida, pois a inclusão de um poeta num
grupo não significa que ele nunca tenha
tratado de temas presentes em outros grupos.
Trata-se, antes de tudo, de uma divisão
didática que ajuda a explicar os temas
predominantes das obras desses escritores.
O nacionalismo, a exaltação da
natureza brasileira, a inspiração
patriótica, a valorização do índio
como legítimo representante dos
primitivos senhores e habitantes da
nossa terra, ao lado dos temas
consagrados pelo Romantismo
europeu, como a desilusão amorosa,
a morte, a saudade constituem os
temas principais da primeira geração
de poetas, aquela que introduziu as
ideias românticas no Brasil. E, dentre
esses poetas, Gonçalves Dias é o
mais importante.
Gonçalves Dias
Gonçalves Dias é considerado o principal
poeta indianista brasileiro, pois foi o único
que conseguiu dar realmente uma dimensão
poética ao tema do indígena. Focando o
ponto de vista do índio, seus poemas
cantaram suas dores, seus
valores, humanizando-os. Como afirma
Manuel Bandeira:
Como poeta lírico-amoroso, cantou os
temas consagrados pelo Romantismo: as
dores do amor, a saudade, a natureza.
Nessa linha temática, deixou alguns poemas
que se tornaram famosos, como “Ainda uma
vez – adeus!” ,”Como? és tu?” ,”Seus
olhos”, “Como eu te amo”, entre outros.
 Não foi Gonçalves Dias o introdutor do índio
na poesia brasileira; soube, todavia, como
ninguém antes ou depois dele, insuflar vida
no tema tão caro ao sentimento nacional da
época. Idealizou-o, é verdade, não por
desconhecimento da psicologia própria do
índio, mas em parte por simpatia, em parte
obedecendo aos cânones estéticos do
tempo, sem prejuízo da emoção, que palpita,
bela e convincente, em poemas como “I-
Juca-Pirama”, “Marabá”. “Leito de folhas
verde”, “O canto do Piaga”, “O canto do
Tamoio”[..].
A tendência individualista e egocêntrica do
Romantismo atingiu seu auge com os poetas da
segunda geração, que escreveram nas décadas de
1840 e 1850.
Esses poetas deixaram em segundo plano os
temas nacionalistas e indianistas e mergulharam fundo
em seu mundo interior, numa atitude bastante
egocêntrica. Seus poemas expressam uma visão
trágica da existência, um profundo desencanto pela
vida, e “falam” constantemente de morte, solidão, tédio
e melancolia, revelando clara influência dos poetas
românticos europeus, principalmente dos ingleses
Shelley e Byron e dos franceses Lamartine e Musset.
Os melhores representantes dessa geração de
poetas no Brasil são Álvares de Azevedo, Junqueira
Freire, Casimiro de Abreu, Bernardo Guimarães e
Laurindo Rabelo.
Álvares de Azevedo
Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831 –
1852) é o nome mais importante da poesia
ultrarromântica brasileira. Seus poemas falam
constantemente do tédio da vida, do sentimento
da morte e da frustração amorosa. Em seus
versos, a mulher ora aparece como um anjo, pura
e virginal, ora como uma figura fatal, sensual e
envolvente. Nos dois casos, porém, é sempre
inacessível ao eu lírico, que vive mergulhado
numa triste solidão, sofrendo com as desilusões
amorosas.
Além dos poemas, que foram reunidos no livro
Lira dos vinte anos, Álvares de Azevedo deixou
uma obra dramática, Macário, e uma obra em
prosa, o livro de contos Noite na Taverna.
Este último é uma obra única na literatura
brasileira. Alguns jovens contam histórias
macabras de paixão, morte, crime, perversão
sexual e violência, num clima de sonho e delírio.
Representa a realização em prosa das
características que definem o Ultrarromantismo.
Casimiro de Abreu
Casimiro de Abreu (1839 – 1860), com seu
lirismo ingênuo e adolescente, sempre a falar das
saudades da terra natal, da família, da
infância, das ilusões do amor e das belezas na
natureza brasileira, tornou-se um dos poetas mais
populares do Brasil. Aliás, esse tom confessional
e emotivo de sua poesia é claramente
reconhecido pelo poeta, que escreve no prólogo
de seu único livro publicado, As
primaveras, alguns de seus poemas, como “Meus
oito anos”, ficaram muito famosos e foram
decorados por muitas gerações.
Junqueira Freire
Junqueira Freire nasceu em Salvador, Bahia,
em 1832. Aos 18 anos, levado por um forte desejo
de se dedicar à vida religiosa, saiu de casa e
ingressou no Mosteiro de São Bento, onde fez
seus votos em 1852. Profundamente indeciso
quanto à sua vocação religiosa, acabou ficando
doente e passou algum tempo fora do mosteiro,
mas não conseguiu restabelecer-se, falecendo em
1855. Deixou os livros Inspiração do claustro e
Contradições poéticas.
Fagundes Varela
Fagundes Varela (1841 – 1875) levou uma
vida tumultuada e infeliz, marcada pelo vício da
bebida, e encarnou na própria existência, assim
como Byron, o modelo do poeta romântico.
Explorou todos os temas característicos do
Romantismo. Em sua obra bastante rica, o negro
escravo tem maior destaque que o índio. Poemas
sombrios, alimentados pela solidão, pelo desejo
de morrer e pelo arrependimento por desperdiçar
por desperdiçar a vida, além de outros temas
consagrados pelo Ultrarromantismo, aproximam a
sua produção literária da de Álvares de Azevedo.
Descrições da natureza brasileira marcam
também a sua poesia.
Seus poemas de cunho social e político
inauguram uma tendência que seria
desenvolvida por Castro Alves, de quem foi
amigo. Deixou as seguintes obras
poéticas: Noturnas, O estandarte
auriverde, Vozes da América, Cantos e
fantasias, Cantos meridionais, Cantos do
ermo e da cidade, Anchieta ou O
Evangelho nas Selvas, Cantos religiosos,
Diário de Lázaro.
A poesia em forma de cruz é um curioso exemplo de
experimentação de Fagundes Varela.
Estrelas
Singelas,
Luzeiros
Fagueiros,
Esplêndidos orbes, que o mundo aclarais!
Desertos e mares, --- florestas vivazes!
Montanhas audazes que o céu topetais!
Abismos
Profundos!
Cavernas
Eternas!
Extensos,
Imensos
Espaços
A z u i s!
Altares e tronos,
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Dobrai-vos ao vulto sublime da cruz!
Só ela nos mostra da glória e caminho,
Só ela nos fala das leis de – Jesus!
Sousândrade: um caso à parte
Embora pertença cronologicamente á
segunda geração de poetas românticos, a obra do
maranhense Sousândrade (Joaquim de Sousa
Andrade, 1833 – 1902) constitui um caso à parte
no contexto do Romantismo no Brasil, visto que
permaneceu praticamente desconhecida até
pouco tempo, quando foi “redescoberta” por
alguns críticos contemporâneos, principalmente
pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos.
As experiências de vida de Sousândrade o
diferenciavam muito dos outros poetas brasileiros,
adolescentes fechados em seus pequenos
mundos provincianos. Sousândrade não se limitou
ao egocentrismo sentimental típico do mal do
século. Republicano convicto e abolicionista,
antecipou em seus versos a temática social que
teria em Castro Alves seu representante mais
famoso no Brasil.
A obra mais importante de Sousândrade é o
longo poema narrativo O guesa errante.
Castro Alves
Antônio de Castro Alves (1847 – 1871)
nasceu na Bahia. Foi um poeta do amor e
das causas sociais. Expressou sua
indignação contra as tiranias e denunciou
a opressão do povo, concentrando-se
principalmente no combate à escravidão.
Muitos de seus poemas soavam como um
vibrante clamor pela liberdade. Sua
poética, por vezes, visava à persuasão.
Foi também o grande poeta do amor. Sua
poesia é sensual, descrevendo a beleza e a
sedução do corpo da mulher, num clima de
erotismo e paixão que o diferencia dos outros
poetas do Romantismo.
Em seus versos predominavam antíteses,
hipérboles e apóstrofes. Castro Alves servia-se de
elementos da natureza, como montanhas,
oceanos, tempestades e cachoeiras, para produzir
imagens grandiosas.
O estilo declamatório desse poeta recebeu o
nome de condoreirismo, palavra derivada de
condor, um tipo de águia que sobrevoa os mais
altos picos da cordilheira dos Andes.
O poema “O navio negreiro” é o mais
conhecido de sua produção abolicionista.
Escreveu ainda os seguintes livros de poesia:
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O romantismo no brasil

  • 1.
  • 2.
  • 3. A poesia romântica desenvolveu-se aproximadamente entre as décadas de 1830 e 1870. Embora haja muitos pontos em comum entre os poetas, podemos separá-los em três grupos ou gerações, levando em conta os temas que predominaram em suas obras. Essa classificação não deve ser entendida de forma rígida, pois a inclusão de um poeta num grupo não significa que ele nunca tenha tratado de temas presentes em outros grupos. Trata-se, antes de tudo, de uma divisão didática que ajuda a explicar os temas predominantes das obras desses escritores.
  • 4. O nacionalismo, a exaltação da natureza brasileira, a inspiração patriótica, a valorização do índio como legítimo representante dos primitivos senhores e habitantes da nossa terra, ao lado dos temas consagrados pelo Romantismo europeu, como a desilusão amorosa, a morte, a saudade constituem os temas principais da primeira geração de poetas, aquela que introduziu as ideias românticas no Brasil. E, dentre esses poetas, Gonçalves Dias é o mais importante.
  • 5. Gonçalves Dias Gonçalves Dias é considerado o principal poeta indianista brasileiro, pois foi o único que conseguiu dar realmente uma dimensão poética ao tema do indígena. Focando o ponto de vista do índio, seus poemas cantaram suas dores, seus valores, humanizando-os. Como afirma Manuel Bandeira: Como poeta lírico-amoroso, cantou os temas consagrados pelo Romantismo: as dores do amor, a saudade, a natureza. Nessa linha temática, deixou alguns poemas que se tornaram famosos, como “Ainda uma vez – adeus!” ,”Como? és tu?” ,”Seus olhos”, “Como eu te amo”, entre outros.
  • 6.  Não foi Gonçalves Dias o introdutor do índio na poesia brasileira; soube, todavia, como ninguém antes ou depois dele, insuflar vida no tema tão caro ao sentimento nacional da época. Idealizou-o, é verdade, não por desconhecimento da psicologia própria do índio, mas em parte por simpatia, em parte obedecendo aos cânones estéticos do tempo, sem prejuízo da emoção, que palpita, bela e convincente, em poemas como “I- Juca-Pirama”, “Marabá”. “Leito de folhas verde”, “O canto do Piaga”, “O canto do Tamoio”[..].
  • 7.
  • 8.
  • 9. A tendência individualista e egocêntrica do Romantismo atingiu seu auge com os poetas da segunda geração, que escreveram nas décadas de 1840 e 1850. Esses poetas deixaram em segundo plano os temas nacionalistas e indianistas e mergulharam fundo em seu mundo interior, numa atitude bastante egocêntrica. Seus poemas expressam uma visão trágica da existência, um profundo desencanto pela vida, e “falam” constantemente de morte, solidão, tédio e melancolia, revelando clara influência dos poetas românticos europeus, principalmente dos ingleses Shelley e Byron e dos franceses Lamartine e Musset. Os melhores representantes dessa geração de poetas no Brasil são Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu, Bernardo Guimarães e Laurindo Rabelo.
  • 10. Álvares de Azevedo Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831 – 1852) é o nome mais importante da poesia ultrarromântica brasileira. Seus poemas falam constantemente do tédio da vida, do sentimento da morte e da frustração amorosa. Em seus versos, a mulher ora aparece como um anjo, pura e virginal, ora como uma figura fatal, sensual e envolvente. Nos dois casos, porém, é sempre inacessível ao eu lírico, que vive mergulhado numa triste solidão, sofrendo com as desilusões amorosas.
  • 11. Além dos poemas, que foram reunidos no livro Lira dos vinte anos, Álvares de Azevedo deixou uma obra dramática, Macário, e uma obra em prosa, o livro de contos Noite na Taverna. Este último é uma obra única na literatura brasileira. Alguns jovens contam histórias macabras de paixão, morte, crime, perversão sexual e violência, num clima de sonho e delírio. Representa a realização em prosa das características que definem o Ultrarromantismo.
  • 12.
  • 13. Casimiro de Abreu Casimiro de Abreu (1839 – 1860), com seu lirismo ingênuo e adolescente, sempre a falar das saudades da terra natal, da família, da infância, das ilusões do amor e das belezas na natureza brasileira, tornou-se um dos poetas mais populares do Brasil. Aliás, esse tom confessional e emotivo de sua poesia é claramente reconhecido pelo poeta, que escreve no prólogo de seu único livro publicado, As primaveras, alguns de seus poemas, como “Meus oito anos”, ficaram muito famosos e foram decorados por muitas gerações.
  • 14.
  • 15. Junqueira Freire Junqueira Freire nasceu em Salvador, Bahia, em 1832. Aos 18 anos, levado por um forte desejo de se dedicar à vida religiosa, saiu de casa e ingressou no Mosteiro de São Bento, onde fez seus votos em 1852. Profundamente indeciso quanto à sua vocação religiosa, acabou ficando doente e passou algum tempo fora do mosteiro, mas não conseguiu restabelecer-se, falecendo em 1855. Deixou os livros Inspiração do claustro e Contradições poéticas.
  • 16.
  • 17. Fagundes Varela Fagundes Varela (1841 – 1875) levou uma vida tumultuada e infeliz, marcada pelo vício da bebida, e encarnou na própria existência, assim como Byron, o modelo do poeta romântico. Explorou todos os temas característicos do Romantismo. Em sua obra bastante rica, o negro escravo tem maior destaque que o índio. Poemas sombrios, alimentados pela solidão, pelo desejo de morrer e pelo arrependimento por desperdiçar por desperdiçar a vida, além de outros temas consagrados pelo Ultrarromantismo, aproximam a sua produção literária da de Álvares de Azevedo. Descrições da natureza brasileira marcam também a sua poesia.
  • 18. Seus poemas de cunho social e político inauguram uma tendência que seria desenvolvida por Castro Alves, de quem foi amigo. Deixou as seguintes obras poéticas: Noturnas, O estandarte auriverde, Vozes da América, Cantos e fantasias, Cantos meridionais, Cantos do ermo e da cidade, Anchieta ou O Evangelho nas Selvas, Cantos religiosos, Diário de Lázaro.
  • 19. A poesia em forma de cruz é um curioso exemplo de experimentação de Fagundes Varela. Estrelas Singelas, Luzeiros Fagueiros, Esplêndidos orbes, que o mundo aclarais! Desertos e mares, --- florestas vivazes! Montanhas audazes que o céu topetais! Abismos Profundos! Cavernas Eternas! Extensos, Imensos Espaços A z u i s! Altares e tronos, Humildes e sábios, soberbos e grandes! Dobrai-vos ao vulto sublime da cruz! Só ela nos mostra da glória e caminho, Só ela nos fala das leis de – Jesus!
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  • 21. Sousândrade: um caso à parte Embora pertença cronologicamente á segunda geração de poetas românticos, a obra do maranhense Sousândrade (Joaquim de Sousa Andrade, 1833 – 1902) constitui um caso à parte no contexto do Romantismo no Brasil, visto que permaneceu praticamente desconhecida até pouco tempo, quando foi “redescoberta” por alguns críticos contemporâneos, principalmente pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos.
  • 22. As experiências de vida de Sousândrade o diferenciavam muito dos outros poetas brasileiros, adolescentes fechados em seus pequenos mundos provincianos. Sousândrade não se limitou ao egocentrismo sentimental típico do mal do século. Republicano convicto e abolicionista, antecipou em seus versos a temática social que teria em Castro Alves seu representante mais famoso no Brasil. A obra mais importante de Sousândrade é o longo poema narrativo O guesa errante.
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  • 25. Castro Alves Antônio de Castro Alves (1847 – 1871) nasceu na Bahia. Foi um poeta do amor e das causas sociais. Expressou sua indignação contra as tiranias e denunciou a opressão do povo, concentrando-se principalmente no combate à escravidão. Muitos de seus poemas soavam como um vibrante clamor pela liberdade. Sua poética, por vezes, visava à persuasão.
  • 26. Foi também o grande poeta do amor. Sua poesia é sensual, descrevendo a beleza e a sedução do corpo da mulher, num clima de erotismo e paixão que o diferencia dos outros poetas do Romantismo. Em seus versos predominavam antíteses, hipérboles e apóstrofes. Castro Alves servia-se de elementos da natureza, como montanhas, oceanos, tempestades e cachoeiras, para produzir imagens grandiosas.
  • 27. O estilo declamatório desse poeta recebeu o nome de condoreirismo, palavra derivada de condor, um tipo de águia que sobrevoa os mais altos picos da cordilheira dos Andes. O poema “O navio negreiro” é o mais conhecido de sua produção abolicionista. Escreveu ainda os seguintes livros de poesia: Espumas flutuantes, A cachoeira de Paulo Afonso, Os escravos. Para o teatro, compôs o drama Gonzaga ou A revolução de Minas.