2. Competência de área 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos
expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos,
mediante a natureza, função, organização, estrutura das
manifestações, de acordo com as condições de produção e
recepção.
H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de
sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e
político.
H16 - Relacionar informações sobre concepções artísticas e
procedimentos de construção do texto literário.
H17 - Reconhecer a presença de valores sociais e humanos
atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
3. H19 - Analisar a função da linguagem predominante nos textos em
situações específicas de interlocução.
H20 - Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a
preservação da memória e da identidade nacional.
H21 - Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos
verbais e nãoverbais utilizados com a finalidade de criar e mudar
comportamentos e hábitos.
H22 - Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e
recursos linguísticos.
H23 - Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e
quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos
argumentativos utilizados.
4. A literatura começou a existir no Brasil através da
colonização europeia pelos portugueses. Até então, a
literatura portuguesa, formada e influenciada pela
literatura greco-romana, seguia a tradição da divisão
padronizada dos gêneros literários, a qual se fundamentou
nos dias de hoje por meio do filósofo Aristóteles. Esta
separação facilita a identificação das características
temáticas e estruturais das obras, sejam elas em prosa ou
em verso.
6. Divisões:
GÊNERO ÉPICO (NARRATIVO) =
Quando é contada uma história.
GÊNERO LÍRICO = Quando um “eu” registra sua
subjetividade (emoções).
GÊNERO DRAMÁTICO: Quando personagens
representam uma ação (diálogo + palco).
9. Gênero Épico
A palavra "epopéia" vem do grego
épos, ‘verso’+ poieô, ‘faço’ e se refere à
narrativa em forma de versos, de um
fato grandioso e maravilhoso que
interessa a um povo.
10. Características
Narrações de fatos grandiosos, centrados na
figura de um herói. Envolvem aventuras,
guerras, viagens, gestos heroicos e um tom
de exaltação - valorização - dos heróis e seus
feitos.
Textos escritos em versos.
Narrador-observador(onisciente)
Narrativa em 3ª pessoa.
11. Características
É provavelmente a mais antiga das
manifestações literárias. Ele surgiu
quando os homens primitivos sentiram
necessidade de relatar suas experiências,
centradas na dura batalha de sobrevida
num mundo caótico, hostil e ameaçador.
12. Elementos Essenciais:
Na estrutura épica temos: o narrador,
o qual conta a história praticada por
outros no passado; a história, a sucessão
de acontecimentos; as personagens, em
torno das quais giram os fatos; o tempo, o
qual geralmente se apresenta no passado
e o espaço, local onde se dá a ação das
personagens.
13. Elementos Essenciais:
Neste gênero, geralmente, há presença de figuras
fantasiosas que ajudam ou atrapalham no curso
dos acontecimentos.
Presença de mitologia greco-latina -
contracenando heróis mitológicos e heróis
humanos.
Quando as ações são narradas por versos, temos o
poema épico ou Epopeia. Dentre as principais
Epopeias, temos: Ilíada e Odisséia.
14. Epopeias Brasileiras
O Uruguai – Basílio da Gama
Faroeste Caboclo (música) *****
Sambas de Enredo de Escolas de
Samba**
15. Elementos da Narrativa:
Apresentam:
Sequência de FATOS interligados (relação de
causa e efeito).
FATOS vividos p/PERSONAGENS
Em determinado lugar (ESPAÇO) e TEMPO.
Fatos (história) contados por um NARRADOR.
16. FOCO NARRATIVO: é o ponto de vista ou o ângulo através
do qual o NARRADOR nos conta a história.
NARRADOR = é aquele que conta a história aos ouvintes
(público - leitores).
NARRATIVA EM 1ª PESSOA (NARRADOR-PERSONAGEM) =
O narrador pode ser uma das personagens, participa da
ação e relaciona-se com outras personagens.
NARRATIVA EM 3ª PESSOA (NARRADOR-OBSERVADOR) =
Não participa da história, relata ações praticadas por outros.
17. PERSONAGENS = Os seres (imaginários - em
geral) que protagonizam as ações do enredo. São
representações fictícias de seres humanos e
podem ser descritas do ponto de vista físico e
psicológico.
ENREDO = sucessão de fatos (aventuras -
peripécias - conflitos) organizados de forma
coerente e lógica (Enredo = argumento, urdidura,
intriga ou trama).
A partir do enredo podemos chegar ao “tema” -
motivo central do texto.
18. TENSÃO NARRATIVA = tradicionalmente é
mínima no começo da história. Aumenta quando
ficar configurado o CONFLITO (NÓ da intriga).
Ponto máximo de TENSÃO = CLÍMAX - Em
seguida = DESFECHO (FIM da história).
ESPAÇO = é o ambiente no qual os personagens
se movimentam. Pode ser apresentado de
maneira minuciosa (detalhes) ou apenas
sugerido.
19. TEMPO = Período que assinala o percurso
cronológico que vai do início ao fim do enredo.
Tempo cronológico = é exterior, marcado pela
passagem das horas, dos dias, etc.
Tempo psicológico = é interior, ocorre dentro
das personagens (subjetivo/memória /reflexões).
20. Resumindo:
EPOPÉIA = narra a grandeza de heróis,
símbolos (arquétipos) de uma coletividade.
ROMANCE - NOVELA - CONTO = narram os
conflitos entre os indivíduos e o mundo e
consigo próprios.
23. O herói clássico é aquele que tem
características além da capacidade do ser humano.
São semideuses da mitologia grega e os
protagonistas das epopéias. São protegidos pelos
deuses e tem o destino traçado. Suas lutas são
sempre por causas coletivas, nas quais eles assumem
o papel de representantes de seu povo. São
poderosos, fortes, corajosos e predestinados a
cumprir uma determinada missão.
24. Heróis Clássicos Brasileiros
Peri (o bom selvagem) – Iracema –
obra de José de Alencar.
Iracema (a virgem dos lábios de mel)
– obra de José de Alencar.
26. O HERÓI ROMANESCO
O herói romanesco surgiu nos romances de
cavalaria medievais (época áurea do cristianismo =
“Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda”) e
chegou às obras do Romantismo no século XIX. Ele
também está acima dos homens comuns, mas
abaixo dos deuses. São fortes, corajosos, íntegros
e valentes.
28. O HERÓI PROBLEMÁTICO
O herói problemático é o mais humano
de todos. Ele se sente, muitas vezes,
moralmente abaixo dos homens comuns,
vive num mundo capitalista e sofre com a
diferença de classes e os valores dúbios da
sociedade, expondo fraqueza e
contradições.
29. Herói Problemático (Brasil)
Riobaldo – Grande Sertão, Veredas (Guimarães
Rosa)
“Eu queria decifrar as coisas que são importantes. E
estou contando não é uma vida de sertanejo, seja
se for jagunço, mas a matéria vertente. Queria
entender do medo e da coragem, e da gã que
empurra a gente para fazer tantos atos, dar corpo
ao suceder”.
31. O HEROÍSMO MODERNO
O herói moderno é o anti-herói. Seu
palco pode ser o labirinto da cidade, onde
ninguém se encontra. O heroísmo moderno
advém da própria sobrevivência numa
constante situação de conflito, angústia e
solidão, num mundo degradado.
32. No Brasil...
Macunaíma: Enquanto protagonista da história narrada ou encenada, o
anti-herói reveste-se de qualidades opostas ao cânone axiológico
positivo: a beleza, a força física e espiritual, a destreza, dinamismo e
capacidade de intervenção, a liderança social, as virtudes morais.
34. Seu nome vem de lira, instrumento
musical que acompanhava os cantos
dos gregos.
Textos de caráter emocional,
centrados na subjetividade dos
sentimentos da alma. Tem a presença
do “eu-lírico”, a voz que fala no
poema . O emissor é personagem
única desse tipo de mensagem,
35. Relação intuitiva e interiorizada do
escritor com o mundo.
Manifestação de uma individualidade.
Para Aristóteles, é a palavra cantada.
36. É importante ressaltar que o “eu-lírico”
pode ser masculino ou feminino independente
do autor.
Assim, podemos encontrar:
Autor masculino eu-lírico masculino
Autor masculino eu- lírico feminino
Autor feminino eu- lírico feminino
Autor feminino eu- lírico masculino
38. POEMA = Forma escrita (Normalmente
em VERSOS = cada linha que compõe o
texto poético e que formam ESTROFES
= conjunto de versos).
POESIA = O encantamento (a emoção)
sobre as coisas da vida.
39. Aspecto Rítmico do Poema
Redondilha Menor = 5 Sílabas
Redondilha Maior = 7 Sílabas
Verso Decassílabo = 10 Sílabas
Verso Alexandrino = 12 Sílabas
40. Aspecto Rítmico do Poema
Versos Regulares = Obedecem Às Regras
Clássicas (Rima/Métrica).
Versos Brancos = Têm Métrica, Mas Não Têm
Rima.
Versos Livres = Não Obedecem A Nenhuma
Regra.
Rima = Coincidência Sonora (Geralmente) No
Final De Palavras Diferentes.
41. Rimas Emparelhadas Ou Paralelas
(AA/BB/CC) - Os Lusíadas – Camões:
“ – Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C`uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas, (A)
Que crueldades neles experimentas!” (A)
42. Rimas Interpoladas
“De tudo, ao meu amor serei atento (A)
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.”
(A)
(...)
Soneto de fidelidade – Vinicius de Moraes
43. Resumindo...
FORMA = Poesia Lírica (Quase Sempre =
Verso)
Predominância Da Subjetividade
(Registro De Emoções).
Expressa Algo.
Em Geral, Expressa a Visão do “Eu” Sobre
o Mundo e Sobre si Próprio.
45. GÊNERO DRAMÁTICO
Segundo Aristóteles, é aquele gênero que
imita a realidade por meio de personagens
em AÇÃO e NÃO da narração.
Texto destinado à representação, através de
atores que dialogam (DIÁLOGO) e agem
(AÇÃO).
Apresenta a encenação de um texto.
46. Drama, em grego, significa "ação".
O Gênero Dramático se assenta em
três eixos importantes: o ator, o texto
e o público sem o que não há
espetáculo teatral.
48. Tragédia
Desperta Temor e Piedade
(Paixões e Vícios Do Homem = Conflito Ente o
Caráter do Herói e seu Destino).
49. Comédia
Ações Que Criticam a Sociedade e o
Comportamento Humano Através do
Ridículo (Provoca a Reflexão).
50. Farsa
Comédia exagerada e agressiva na Crítica
Social e na encenação do texto = provoca o
riso apresentando situações engraçadas,
grotescas e ridículas da vida cotidiana
51. Auto
Breve Peça do Teatro Medieval, de Assunto
Religioso ou Profano, de Conteúdo
Simbólico e Linguagem Popular.
52. No Brasil...
Jorge de Andrade (1922-1983), tendo como suas peças principais, A
moratória (1955), A escada (1961), Os ossos do barão (1963);
- Plínio Marcos (1935-1999), cujas obras causaram grande impacto no público
brasileiro quando de seu lançamento. O país começava a viver então um
período de crescimento econômico com a ditadura militar e peças como Dois
perdidos numa noite suja (1965), Navalha na carne (1966), O abajur lilás
(1975) e Quando as máquinas param (1978);
- Ariano Suassuna (1927) Ligado a inúmeras formas de tradição cultural do
Nordeste, realiza uma interessante síntese entre a dramaturgia erudita e a
popular, com as obras Auto da compadecida (1957), O santo e a porca (1964)
e Farsa da boa preguiça (1973);
- Dias Gomes (1922-1999). Dramaturgo baiano tornou-se extremamente
popular com a encenação e posterior filmagem de O pagador de promessas,
no início dos anos de 1960.
53. Resumindo...
Formas = Tragédia + Comédia + Drama
Em Prosa ou Verso
Representação de Atores
Fusão de Objetividade & Subjetividade
Apresenta Algo
Representação dos conflitos humanos
mediante encenações feitas por atores que
se valem de diálogos e monólogos.