2. OS DH E A ESQUERDA: O ESPANTO
Indignação moral da esquerda, “vítima da guerra
suja.”
O tema dos direitos humanos associados aos
países ocidentais e ao anti-comunismo, ligado na
AL a uma utopia de esquerda
DH como burgueses para os marxistas
Anos 1970, o tema dos DH passa a ser valorizado
pela esquerda
3. INFORMAÇÕES SOBRE AS VÍTIMAS DO
GOULAG
Campos de trabalho forçado da ex-União Soviética (URSS), criados após a
Revolução Comunista de 1917 para abrigar criminosos e "inimigos" do Estado.
Gulag era uma sigla, em russo, para "Administração Central dos Campos", que se
espalhavam por todo o país. Os maiores gulags ficavam em regiões geográficas
quase inacessíveis e com condições climáticas extremas. A combinação de
isolamento, frio intenso, trabalho pesado, alimentação mínima e condições
sanitárias quase inexistentes elevavam as taxas de mortalidade entre os presos.
Para se proteger da violência, alguns grupos de presos criaram códigos e leis
internas que deram origem aos Vory v Zakone - a máfia russa. A quantidade de
campos foi reduzida a partir de 1953, logo após a morte de Stálin - ditador que
expandiu o sistema de gulags nos anos 30. Porém, os campos de trabalho forçado
para presos políticos duraram até os anos 90.Na época de Stálin, contar piadas
sobre o Partido Comunista ou seus membros rendia pena de 25 anos num gulag.
Chegar atrasado ao trabalho por quatro vezes dava cana de três anos
O gulag de Kolyma, na Sibéria, era o mais casca-grossa da ex-URSS
4. GOULAGS
Os prisioneiros chegavam de trem. Em seguida, eram despidos e colocados em cubículos - 0,3 m2 para quatro
pessoas - dentro de um alojamento sem teto. Enquanto isso, documentos e pertences eram checados. Boas roupas,
objetos de valor e calçados eram confiscados pelos guardas
Além de ficar espremidos, os recém-chegados não tinham acesso a banheiro. Por isso, pisavam em fezes
congeladas que não eram retiradas nunca!
O alimento era distribuído de acordo com a produtividade. Isso acelerava a morte dos mais frágeis e mantinha os
fortões trabalhando mais. Quem cumpria a meta do dia recebia cerca de 1 kg de alimento, composto de pão, batata
e macarrão. De proteína, só uns 20 g de carne, e olhe lá!
Os prisioneiros eram responsáveis por retirar as próprias fezes acumuladas nos banheiros - que ficavam fora dos
alojamentos. Além das condições sanitárias precárias, os caras eram infestados de piolhos. Para piorar, havia
pouquíssimo investimento em instalações médicas
Era comum guardas e detentos estuprar e abusar de prisioneiras. A situação forçava as mulheres a buscar proteção,
muitas vezes se juntando com um homem - os chamados "maridos do campo". As presas que engravidavam iam
para um alojamento separado e cuidavam umas das outras
• Crianças nascidas nos gulags iam para orfanatos fora do campo. Na maioria das vezes, a mãe jamais voltava a
ver o filho
A jornada de trabalho era de 14 horas diárias. Em Kolyma, o principal trabalho era na mineração de carvão.
Apesar de haver picaretas e carrinhos precários para exploração do solo congelado, a maioria dos prisioneiros era
obrigada a extrair os minérios com as mãos
Os guardas eram treinados para não sentir empatia pelos presos, enxergando-os como subumanos. A violência era
recompensada, e tentativas de fuga eram inaceitáveis. Por isso, qualquer assassinato podia ser justificado com a
frase "ele estava tentando escapar"...
Bons camaradasContrariando o ideal socialista, os presos acabavam divididos em classes desiguais
Detentos à beira da morte - quase sempre por fome - lembravam o destino de quem não cumprisse a cota de
trabalho diária
Criminosos comuns, como assassinos e assaltantes, eram procurados para auxiliar os guardas e intimidar os
colegas
Grande parte dos prisioneiros era inocente, considerada como oponente do regime pela polícia secreta soviética
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-eram-os-gulags
5. DH NA AMÉRICA LATINA
Enquanto na Europa o tema dos DH expressava
uma reação ao totalitarismo comunista, na AL ele
traduziu uma reação as ditaduras de direita.
Os militantes da esquerda revolucionária dos anos
1960 e 1970, passaram de uma indiferença
praticamente total a um ativismo militante.
Nos anos 1980, novos militantes se juntaram a este
grupo.
Na AL e, principalmente, no Brasil o tema dos DH
parece tipicamente de esquerda.
6. MOVIMENTO NACIONAL DOS DIREITOS
HUMANOS
A luta igualitária liga o MNDH a perspectiva
socialista, mas diferente do modelo leninista de
condução das massas.
Ao mesmo tem que defende a sociedade
igualitária, valoriza as diferenças étnicas, culturais
e políticas.
Não se fala em nome dos interesses do
proletariado, mas do povo.
7. MNDH
Luta pelos direitos socioeconômicos, mas
reivindica valores do liberalismo político.
Cultura política brasileira dos anos 1980 é
fortemente marcada pelo tema dos DH.
DH – imagem de marca da esquerda
Mudança na cultura política brasileira e latino
americana a partir de meados dos anos 1970.
8. MOTIVOS
Experiência da esquerda brasileira nos porões do
regime militar
Crise de mentalidade revolucionária dos anos 1960
– crise do socialismo real.
O choque entre os militantes de esquerda e o
Gulag brasileiros.
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10. MUDANÇA NA CULTURA POLÍTICA DE
ESQUERDA
Confluência de concepções religiosas, liberais e
marxistas, ecleticamente se misturaram no
movimento pelos DH no Brasil e AL.
Frustrações com as experiências do socialismo
real.
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14. DITADURA, TORTURA E DH
A irrupção da tortura foi um acontecimento, do
ponto de vista teórico, importante na cultura política
de esquerda, pois propiciou uma sensibilidade com
relação ao tema dos DH.
Tornou a referência dos DH uma bandeira de luta
contra o regime da ditadura militar.
Favoreceu a mobilização pela defesa dos direitos
civis e políticos.
Alterou significativamente a cultura política de
esquerda.
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16. MARXISMO E TORTURA
História e ética
Não é possível considerar os valores fora da sua
historicidade
A ética é conduzida por uma classe que deteria o
interesse universal: o proletariado.
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18.
19. MARXISMO E TORTURA
Na prática estes autores reconhecem que existem
limites para o seu historicismo, que existem
interditos éticos a ação política, que não podem ser
infringidos, nem mesmo em nome das leis do
desenvolvimento histórico. A tortura constitui um
desses interditos.