O documento discute a teoria das classes sociais e como a cultura liga classes à ação coletiva. Propõe um modelo de três camadas onde a cultura media entre classe e ação. Também analisa como os movimentos sociais refletem espaços de ação simbólicos e como a nova classe média deu origem a novos movimentos sociais.
2. Cap 1: Reintroduzindo as classes na teoria da
sociedade: a cultura como elo perdido entre classes e
ação coletiva
“Crise da política de classe” – crescente
desconexão entre classe e ação coletiva.
Hipótese: a ação coletiva varia de forma
relativamente independente do grau de
estruturação em classes da distribuição social
do poder.
Variável interveniente: cultura (assegura a
ligação entre classe e ação, mas também é
causa da desconexão).
3. Classe, cultura e ação
coletiva
Classe- estrutura que traduz desigualdade e poder em diferentes
oportunidades de vida para categorias de indivíduos. É portanto
uma determinação estrutural de oportunidades de vida, uma
estrutura que distribui oportunidades de agir e delimita espaços
de ação, frequentemente muito resistentes às tentativas dos
atores de mudá-los.
Existem conflitos de classe, mas os conflitos sociais são cada
vez mais simbólicos e culturas.
Mutação do conflito econômico para o cultural.
A queixa sobre a exploração do trabalho diminui, sendo maior a
visibilidade dos movimentos contra outras formas de dominação
e exploração(mulheres, crianças, idosos, meio ambiente)
4. Proposta: Modelo de 3
camadas
1) A classe – distribui determinados atributos
(econômicos, educacionais e culturais) a um
grande número de indivíduos que poderiam ser
classificados em classes sociais. Como conjunto
de pessoas portadoras das mesmas propriedades
objetivas, a classe é apenas a base para uma
possível ação coletiva.
2) A textura cultural: qualquer tipo de expressão
simbólica que dê sentido ao mundo, à sociedade
e à si próprio. Ela contem elementos (meios
simbólicos) para expressar tal sentido e padrões
estruturais que se organizam em conjuntos
coerentes.
5. Continuação
3ª camada – a ação coletiva – refere-se ao
âmbito da ação social por meio da ação
coletiva, engendrada com a ação
coordenada orientadas por estruturas de
preferência.
A cultura faz a mediação entre o nível
estrutural (classe) e o nível da ação coletiva.
Não são as classes que agem, mas atores e
seu espaço de ação é determinado pela
classe apenas “estruturalmente”
6. Movimentos Sociais
Crítica a tendência geral da teoria social de distanciar-se de
macroexplicações, preferindo as análises micro e as
organizacionais.
Indica como objetivo, reformular o entendimento dos
movimentos sociais como macro atores nas sociedades
modernas avançadas, considerando especificamente o
contexto sociocultural no qual eles se produzem e
reproduzem.
Os movimentos sociais têm sido, e são, um dos elementos
constitutivos da sociedade moderna: eles garantem a
comunicação de problemas, uma função que persiste além de
sua existência concreta como formas de mobilização ou
organização.
7. Movimentos sociais-
abordagens macro e micro
Este tratamento difere das abordagens
macrossociológicas, pois não são simplesmente
portadores novos ou adicionais de mudança social,
política ou cultural. E vai além das microanálises
que se restringem em analisar as formas e os
processos de mobilização. É uma tentativa de
contextualizar as abordagens micro dos
movimentos sociais, inserindo esse contexto em
um sistema de comunicação social, processo pelo
qual uma cultura ou culturas se reproduzem no
interior de uma sociedade.
8. Movimentos sociais, classe e
cultura
Partimos da ação coletiva, relacionando-
os aos espaços de ação simbolicamente
definidos. Perguntamos qual é a conexão
entre espaços de ação simbolicamente
definidos e diferenças de classe.
Considera classe em termos de estrutura,
ou seja, a estrutura gera posições que
dão oportunidades (ou falta de
oportunidades) para agir.
9. Movimentos sociais, classe e
cultura
A proposição é ir de um modelo hierárquico para
um modelo de rede de relações de classe.
Ideia de diferenciação funcional.
Perspectiva construtivista – analisa a construção
cultural das normas e das estruturas de
preferências que motivam as pessoas a aderir à
ação coletiva num contexto dado de
determinantes estruturais.
O caráter de classe de uma ação política é
definido por meio de uma afinidade simbólica
entre suas práticas políticas e culturais e uma
visão de mundo típica de uma classe.
10. Movimentos sociais - definição
Os movimentos sociais são construções
públicas de eventos que emergem em
agregados específicos de atores sociais.
Críticas à Klaus Eder: restringe o conceito
de classe ao capital cultural e a
ocupação profisional.Por fim não
diferencia classe de agregados de atores
sociais.
11. Cap. 9: As Classes Sociais
Importam no Estudo dos
Movimentos Sociais?
Radicalismo da classe média – tendência a
evitar ser identificada com as classes mais
baixas e por seu fracasso em tornar-se classe
dominante.
Situação que muda com as novas classes
médias – a classe de base dos “novos
movimentos sociais”.
A nova classe média desenvolveu sua cultura
fora da dominação de classe; o surgimentos
de uma nova cultura de classe média está
estruturada sob o habitus pequeno-burguês.
12. Movimentos de Classe Média
A nova classe média – grupos profissionais nas atividades
de serviços.
Falharam ao se engajar nos conflitos sobre inclusão
universal e, nos conflitos de classe, acabaram do lado da
classe dominante.
Construtivismo – 3 conceitos estratégicos:
Agência – descreve a capacidade de gerar definições
coletivas de interesses, normas e valores por meio da ação
coletiva; Está relacionada ao espaço cultural que ela cria
e reccore para constitui-se e reproduzir-se.
Contexto – arena de conflitos em que se situam as ações
coletivas;
Resultado estrutural – estudo dos efeitos objetivos que uma
ação coletiva pode produzir sobre a estrutura de classes,
reproduzindo-a ou transformando-a.
13. Ação de classe
Uma ação é de classe se:
1) Sua ação coletiva produz uma
definição de interesses, normas e valores
que possa ser relacionada a uma
determinada posição objetiva de classe.
2) Se ela produz efeitos no sentido de
(redefinir) as divisões de classe de acordo
com os interesses, normas e valores
professados pela ação coletiva.
14. Movimentos de Classe Média
A capacidade da nova classe média em
redefinir o campo dos conflitos de classe
depende da situação subjetiva dessa
classe em termos de ocupação e nível
educacional.
O conceito de classe média é um caso
ideal para o estudo da modernização da
ação coletiva que tem lugar no contexto
da evolução do movimento operário e
ascensão dos novos movimentos sociais.
15. Movimentos sociais e classe
media
A constituição de um novo campo de
conflito centrado nos meios sociais de realizar
a identidade permite juntar dos fenômenos
diferentes: os “novos movimentos sociais” e a
nova “classe média”.
Os novos movimentos sociais podem ser vistos
como uma manifestação de um novo tipo
de relação de classe, na qual ocorre a
“construção da classe média” nas
sociedades modernas avançadas.