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Conceitos de sociologia
Aculturação: processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em
contacto continuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas.
Antropologia Social e Cultural: perspetiva nova de investigação, marcada pela
diferenciação do seu objeto e do método de trabalho. Quanto ao objeto ele situa-
se em sociedades relativamente homogéneas e de pequena escala, ditas
primitivas, tradicionais e sem escrita. Relativamente ao método, a antropologia
social desenvolveu as técnicas de pesquisa de campo, propondo a observação
participante como o melhor método de estudar uma sociedade e a sua cultura.
A sua investigação orienta-se mais para a complexidade e variedade dos
significados expressos na linguagem e nos modos de vida de um grupo social.
Atitude: processo de consciência individual que determina a real ou possível
atividade do individuo no mundo social. É também a tendência de agir da
maneira coerente com referência a certo objeto.
Autoridade: é dotado de autoridade aquele que exerce poder legítimo.
Bem-Estar: saúde no sentido mais amplo, em todos os aspetos e de maneira
ativa. Situação agradável do corpo e espírito.
Categorias Sociais: pluralidade de pessoas que são consideradas como uma
unidade social pelo facto de serem efetivamente semelhantes em um ou mais
aspetos.
Classe Social: agrupamento legalmente aberto, mas na realidade semifechado;
solidário; antagónico em relação a outras classes sociais; consciente da sua
unidade e existência. Unida por dois liames uni vinculados (ocupacional e
económico) e por um vínculo de estratificação social no sentido da totalidade dos
seus deveres e direitos, diferentes das outras classes sociais.
Coerção: ato de induzir, pressionar ou compelir alguém a fazer algo pela força,
intimidação ou ameaça.
Competência: construção social, cujos aspetos envolventes merecem ser
interligados, a partir das suas diversas aplicações. Tornada pelo conjunto de
probabilidade, atitude e conhecimento.
Desvio/ Comportamento Desviante: comportamento que infringe determinada
norma para a qual a pessoa está orientada naquele momento.
Comunidade: a comunidade é atualmente encarada como um conjunto de
relações sociais complexas cuja natureza e orientações são examinadas em
enquadramentos específicos: religioso, económico, científico, etc.
Conflito Social: são manifestações de antagonismos abertos entre dois atores
(individuais ou coletivos) de interesses momentaneamente incompatíveis quanto
à posse ou à gestão de bens raros.
Conformidade social: Qualidade do que se conforma, aceita ou está de acordo
com; concordância: não tivemos a conformidade do chefe sobre o projeto. Que
possui uma relação de correspondência, identidade, de compatibilidade na
forma, maneira, tipo, natureza: conformidade de opiniões. Condição de
subordinação ou aceitação completa; resignação: vivia em conformidade com os
preceitos da igreja. Sujeição ao que está estabelecido; obediência: conformidade
com as leis. Característica ou condição do que é harmônico, daquilo que
combina com outra coisa ou pessoa; harmonia: conformidade de estilos.
Consenso Social: acordo explicito ou tático dos membros de um grupo ou de
uma sociedade sobre certas instituições sociais, o consenso representa a
dimensão coesiva dos sistemas sociais. Pode incidir sobre valores, regras ou
decisões comuns.
Controlo Social: Conjunto das sanções (veja SANÇÕES) positivas e negativas
a que uma sociedade recorre para assegurar a conformidade das condutas aos
modelos estabelecidos (Rocher). O controle social pode ser informal (natural,
espontâneo, baseado nas relações pessoais e íntimas que ligam os
componentes do grupo) e formal (artificial, organizado, exercido principalmente
pelos grupos secundários) (veja GRUPO SECUNDÁRIO, onde as relações são
formais e impessoais).
Costumes: cada individuo encontra ao nascer costumes, fixados em
instituições- familiares, domésticas, económicas, religiosas ou políticas- que se
lhe impõem e lhe apontam regras de conduta, modelos a imitar, em linguagem
atual dos valores, normas interiorizadas. Transmitidos pela educação, sem que
tenha necessidade tomar consciência deles, pode transgredi-los, mas não
ignorá-los. Constituem morais práticas, variáveis no tempo e segundo as épocas.
Crenças: Crenças são conteúdos cognitivos tidos como verdadeiros.
Cultura: cultura tem por sinónimo “civilização”. A cultura define-se através do
desenvolvimento mental e organizacional das sociedades, como “esse todo
complexo que inclui os conhecimentos, as crenças religiosas, a arte, a moral, os
costumes e todas as outras capacidadeshábitos que o homem adquire enquanto
membro da sociedade”, a antropologia cultura americana, uns sessenta anos
mais tarde, insiste no desenvolvimento material e técnico e na transmissão do
património social. Segundo os culturalistas, a cultura, enquanto modo de vida de
um povo, é uma aquisição humana, relativamente estável mas sujeita a
mudanças contínuas
que determina o curso das nossas vidas sem se impor ao nosso pensamento
consciente.
Discriminação: as distinções feitas na vida social em detrimento de certos
grupos, que são julgadas e não são aceites pela maioria, porque violam as
normas sociais e o princípio da igualdade perante a lei, ao mesmo tempo que
certos subgrupos da população as justificam.
Disfunção: Processo de transferência dos traços culturais de uma região para
outra ou de uma parte da cultura para outra.
Divisão (social) do trabalho: É técnica e social, isto é, tem a ver com a
organização das competências, das tarefas, e das funções e tem a ver com as
suas relações sociais produzidas, com a estratificação, as categorias e as
classes socais. É uma característica das sociedades complexas e
funcionalmente diferenciadas.
Dominação: Relações assimétricas de comando entre indivíduos.
Estado: Identificam-se duas dimensões:
 Dimensão abstrata:
O estado é uma realidade conceptual
Dissociação entre o poder e o que exerce.
É, por essência, o lugar de integração.
 Dimensão institucional- modo particular de organização política que reúne
três condições de existência: Povo, violência e ordem social.
A sua função é preservar e garantir a sobrevivência da sociedade.
Estado-Providência: Estado que garante acesso aos serviços de saúde,
educação e outros.
Estereótipo: Refere-se à representação de um objeto mais desligado da sua
realidade objetiva e que é partilhada pelos membros de um grupo social. Imagem
que surge espontaneamente, sempre que se fala sobre um determinado objeto.
Facto social: Consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores do
indivíduo e dotadas de um poder coercivo. É uma interação através do tempo e
num espaço próprio.
Feminismo: Três fatores principais contribuíram para impulsionar esta nova
vaga do ativismo feminista:
1) Clima geral de pensamento crítico
2) Movimentos estudantis pela liberdade sexual
3) Revolta das mulheres que se sentem descriminadas
As teorias feministas têm uma determinada especificidade.
Apresentam uma perspetiva centrada na mulher:
1) O seu objetivo de investigação principal é a situação e a vivência das
mulheres na sociedade
2) Procuram captar os traços distintivos do mundo das mulheres
3) Apresentam uma postura crítica ativista em defesa das mulheres,
tendo como objetivo proporcionar um mundo melhor para estas.
Funcionalismo: Aspetos funcionais de fenómenos analisados.
Género: Diferenciação social entre os homens e as mulheres. A investigação
sociológica centra-se na:
1) Posição ocupada na sociedade pelos homens e pelas mulheres não são
apenas diferentes, mas também desiguais
2) A desigualdade social entre homens e mulheres resulta, principalmente,
da organização da sociedade e não de diferenças biológicas ou
psicológicas significativas entre os mesmos.Elemento que condiciona a
posição social dos indivíduos
Grupos: coletividade de pessoas que desempenham papéis em função de
determinadas normas, interesses e valores sociais para o alcance de objetivos
comuns
Hábitos: formas de procedimento individual, mecanizada ou automatizada pelo
individuo
Identidade: conjunto de características individuais e particulares que identificam
cada pessoa
Interação social: é a forma de relacionamento entre as pessoas dum
determinado contexto social.
Legitimidade: relaciona-se com a política e depende das crenças e opinião
subjetiva. Caracteriza-se pelo direito de governar, que só é legítimo se houver
um grande número de adesão à política.
Marxismo: consiste nas diferentes formas de como são interpretadas as
reflexões de Karl Marx e no posterior desenvolvimento das mesmas.
Minoria: grupo de pessoas, que no meio em que vivem, diferem da maior parte
das pessoas pela sua religião, raça ou língua. Este grupo reconhece-se como
diferente e normalmente são socialmente inferiorizados.
Mobilidade social: consiste numa mudança dos indivíduos de categorias ou
classes sociais.
Modernidade: nomeia um período da história da europa como também o
conjunto dos fenómenos que o caracterizam e existem várias hipóteses para a
altura em que apareceu.
No domínio político, a modernidade reflete, sobretudo, a democratização dos
governos. No domínio religioso caracteriza-se pela laicização. Já no domínio
económico traduz-se pela alteração dos processos de fabrico que, devido ao
progresso científico, passaram a ser mais eficazes. Assim, a modernidade
promoveu na sociedade um crescimento da racionalidade.
Mudança social: É toda a transformação, observável no tempo, que afeta, de
maneira que não seja provisória ou efêmera, a estrutura ou o funcionamento da
organização social de dada coletividade e modifica o curso da história. É a
mudança de estrutura resultante da ação histórica de certos fatores ou de certos
grupos no seio de dada coletividade.
Multiculturalismo: O multiculturalismo é conhecido como um fenômeno que
estabelece a coexistência de várias culturas em um mesmo espaço territorial e
nacional. Ele é muito comum em nossa época, pois graças aos importantes
avanços tecnológicos, ao desenvolvimento das comunicações e da interligação
de diferentes partes do mundo, todas as sociedades podem receber informação
sobre outras. Ao mesmo tempo, o crescimento das migrações e a travessia legal
das fronteiras colaboram com a mistura de culturas e sociedades.
Neutralidade axiológica: A expressão é uma tradução da palavra Wertfreiheit,
a que M. Weber (1922) consagra um ensaio. Não é aceitável qualquer confusão
entre uma proposição científica e um juízo de valor. Existe uma heterogeneidade
irredutível entre a esfera das proposições científicas deduzidas ou
empiricamente estabelecidas e a esfera das avaliações práticas. A ciência
estabelece juízos válidos universalmente. Os juízos de valor são pessoais. Uma
vez esta diferença estabelecida, podemos perguntar-nos se a ciência pode travar
as avaliações subjetivas como objeto de pesquisa. Pode-o, de facto, responde
Weber, na condição de distinguir um juízo de valor (Werturteil) e uma relação
com os valores Wertbeziehung). A relação com os valores significa que um valor,
como a igualdade, que é objeto de conflitos entre os homens, torna-se um
conceito que servirá para recortar a realidade examinada pelo sociólogo, quer
este lhe esteja pessoalmente ligado ou não. É, portanto, uma condição da
interpretação e da compreensão das condutas humanas.
Norma: do latim norma, Regra, preceito ou lei; regra de conduta obrigatória por
imperativo de convivência social; aquilo que é de facto praticado pela
generalidade das pessoas (membros de uma sociedade); critério de ação válido
e correto. As normas são instituídas pela força normativa das vivencias
socialmente aceites e instituídas. A vida em sociedade determina uma certa
ordem ou ordenamento, certas regras. Sem isso, os homens não poderiam
conviver, cair-se-ia no domínio da pura força, e por fim na anarquia e no caos.
Existe toda uma espécie de normas: morais, religiosas, lógicas, sociais, de
cortesia, deontológicas de grupos e classes estéticas, técnicas e jurídicas,
consoante a natureza e a origem dos imperativos que lhe servem de inspiração.
São normas jurídicas aquelas para as quais esse imperativo é o direito. As
normas jurídicas tratam de garantir um certo grau de moralidade, tido como
indispensável na conduta social dos homens. A norma é jurídica quando imposta
e sancionada obrigatoriamente pelo Direito, mesmo que a respetiva sanção seja
apenas eventualmente. Esse direito é sempre um direito positivo, isto é,
estatuído e garantido pelo estado ou qualquer organismo com poder ou
autoridade. A norma jurídica pode revestir diferentes formas, consoante a sua
fonte: o costume, as sentenças proferidas nos tribunais, a doutrina, as leis. A
forma mais importante é a lei. Ao direito compete uma função de ordenação
social e realização do bem comum. A justiça e segurança são os seus fins
fundamentais. Por isso, as normas jurídicas são normas gerais e abstratas,
mediante as quais se disciplinam as intervenções do estado na esfera dos
direitos e interesses dos cidadões, quer para lhes impor encargos e obrigações,
quer para disciplinar as suas atividades prestativas, em ordem a uma
estruturação da sociedade de acordo com dados critérios de justiça (justiça
social) e todas aquelas normas mediante as quais o estado e entes públicos
menores regulam as suas relações com pessoas que se encontram numa
relação de subordinação especial. É irrelevante, para a sua qualificação como
jurídicas, a natureza da sanção cominada ou da consequência jurídica prevista
para aqueles que violam estas normas.
Padrões culturais: No estudo dos factos e traços culturais feito pela escola
culturalista americana, procurou-se elaborar uma teoria para estabelecer a
relação entre a cultura e a personalidade dos indivíduos que partilhassem essa
mesma cultura. Esta preocupação fez com que se valorizasse o conteúdo
psicológico da cultura e os processos de transmissão e estruturação dos
comportamentos graças à educação. É em consequência desta postura que
nasce a noção de modelos ou patterns culturais, e que não são outra coisa senão
maneiras próprias e tipificadas de pensar e de agir, próprias de uma determinada
cultura.
Papel social: O conceito é fundamental para o estudo da relação entre o
funcionamento da sociedade e os comportamentos individuais, constituindo um
conceito-charneira da sociologia e da psicologia. Define-se como um conjunto
de deveres, direitos e funções inerentes a todo o indivíduo que, numa sociedade
ou num grupo a eu pertence, são conformes à posição que ocupa. Representa
um esquema de comportamento que temos direito de esperar de uma pessoa,
numa dada situação social. Estes esquemas comportamentais são
estandardizados e correspondem a modelos de conduta exteriores aos
indivíduos associados ao status neste sentido, desempenhar um papel social
significa responder às espectativas da sociedade ou do grupo restrito. Esta
conceção do papel social está próxima da do papel dramático apresentado por
E. Goffman, na sua obra. A encenação da sua vida quotidiana, onde apresenta
o mundo como um grande palco: os indivíduos são considerados actores em
representação que desempenham papéis sociais. Cada pessoa exerce diversos
papéis, relacionados entre si e dependentes da sua personalidade, pelo facto de
pertencer a diversas colectividades. O conteúdo de qualquer papel está sempre
relacionado com o conteúdo de outros papéis sociais: por exemplo, o mesmo
indivíduo pode ter o papel de filho, de estudante, de presidente de uma
associação, entre outros. Por isso, o conflito de papéis pode acontecer sempre
que haja exigências contraditórias (por exemplo, o juiz que tem de julgar o
amigo), sendo a ordem de prioridade definida no sistema de valores vigente
numa sociedade. Entre os diferentes papéis desempenhados pelo mesmo
indivíduo, também á sempre algum que assume maior importância- que se pode
chamar de papel chave* - e de que os outros dependem. O papel chave não é o
mesmo para todos os homens, em todas as sociedades globais. Numas, poderá
ser o papel familiar; noutras, o papel profissional ou político. Para conhecermos
a importância dos diversos papéis sociais numa sociedade, teremos de olhar
para a instituição com mais prestígio nessa sociedade, pois é em relação a ela
que os papéis se situam. Em qualquer sociedade, existem papéis sociais que
são transmitidos aos indivíduos pela educação formal e/ou informal, durante o
processo de socialização, ou pelas “tentativas e erros” e “aproximações
sucessivas”. Os meios de adaptação aos papéis passam pela atribuição
automática ou deliberada (os papéissão dados às pessoas sem que elas tenham
feito alguma coisa para isso, por exemplo, papéis familiares de irmão, tio, etc..)
e pela eleição (quando os papéis são assumidos por decisão individual livre,
como, por exemplo, casar, estudar, etc..).
Preconceito: Noção que se faz previamente para com um ou mais indivíduos,
em função de determinadas características que os identificam em relação ao
demais. O preconceito resulta da criação de um conjunto de estereótipos de
natureza étnica ou racial que fomentam atitudes de desprezo e de xenofobia.
Poder: o poder é uma dimensão de todas as relações humanas: família,
vizinhança, trabalho, associações, etc. É ma noção prática, se comprada com o
conceito de autoridade. O poder exprime uma relação dialética entre dois
indivíduos. Para que haja poder, é necessário que exista uma ordem e um
comportamento de obediência. Para Max Weber, o poder consiste na
probabilidade de uma pessoa conseguir realizar um objetivo individual numa
ação comum. Para o politicólogo americano R. Dahl, o poder é … “a
possibilidade de um ator A impor a um actor B gestos que este último não faria
sem influência” (1957). Numa outra perspetiva, Karl Mrz e os seus seguidores
insistem na ideia de que as relações de poder traduzem relações de dominação
económica entre as classes, cuja origem encontra nas relações de produção. Na
definição das modalidades de luta de classes, o nível económico assume um
papel dominante e determinante, em última instância, apesar de serem
considerados igualmente os níveis político e ideológico. Neste sentido, na
formaçãp social capitalista, o Estado é a expressão da classe economicamente
dominante. O poder não é necessariamente negativo nem repressivo; é uma
relação de interação entre dois indivíduos ou dois grupos. Esta ideia de
interdependência, resulta da crescente complexidade das sociedades
contemporâneas, criando elos de dependência a vários níveis, permite
compreender a pertinência da definição de poder proposta por N. Elias: “Alguém
exerce o poder sobre nós na medida em eu nós dependemos mais de alguém
do eu ele depende de nós (1994). Associada a esta ideiade reciprocidade, ainda
que desigual, as relações entre pessoas e grupos estão cada vez mais abertas
a incertezas e também a estratégias. Esta dimensão do poder foi particularmente
estudada por M. Crozier e E. Fridberg, que a definiram, no contexto das
organizações, como a capacidade de um indivíduo ou pelo grupo seja crucial
para o êxito da organização, mais ele disporá de poder”. Estas zonas de
incerteza têm a sua fonte de poder na posse de uma especialização profissional,
no domínio dos meios de comunicação e informação internos à organização, nos
contactos com o exterior e no conhecimento das regras e regulamentos. Com
efeito, parra os sociólogos, o poder não é concebido como um atributo, mas
como uma característica das relações entre os homens, das relações sociais,
constituindo uma dimensão estrutural das sociedades. Embora a maior
visibilidade do poder esteja associada ao exercício político, este não se reduz
àquele, sendo apenas uma forma particular de poder.
Qualidade de vida: se, por qualidade de vida, se entende melhores condições
de existência, trata-se certamente de um problema com impacto variável nas
diferentes culturas e nos diversos meios sociais. A qualidade de vida não é um
tema com idêntico alcance para todos os tempos e para os diferentes estratos
sociais. Também não existem sempre as mesmas ameaças ao ecossistema
humano. A Humanidade, no seu desenvolvimento, vai adquirindo a consciência
do que seja mais adequado e condigno para o Homem. A felicidade, realidade
essencialmente subjetiva, tem a ver com a melhoria das condições de vida,
entendidas na sua perspetiva material, de abundância de bens, na ótica cultural,
de elevação espírito e de fruição do mundo dos valores. Subjacente à conceção
de qualidade de vida encontram-se, antes de mais, níveis de posse que confiram
uma suficiência de bens. Ela não é compatível coma exclusão social, sendo
mesmo o seu oposto. Somente terá sentido falar de qualidade de vida a partir de
certo limiar de existência. Deste modo, a luta a favor da qualidade de vida passa
pela erradicação da exclusão social (esta inclui diversas formas de desvio
social), da poluição extremada, enfim, situações incompatíveis com a vida
humana numa sociedade democrática. A exclusão social é, numa época de
grande preocupação com a qualidade de vida, uma grande ameaça para as
sociabilidades. Só quando é ultrapassado o limiar de existência condigna, tem
sentido o movimento em prol da qualidade de vida. Neste âmbito contam-se, em
particular, as condições materiais da existência. Para que haja realização
pessoal, nas sociedades atuais torna-se indispensável que os indivíduos
possuam suficientes níveis de posse, em harmonia com os seus projetos
existenciais concretos. O relacionamento com os outros surge, também como
uma dimensão da qualidade de vida, pois o Homem é um ser essencialmente
social. Atualmente, o indivíduo vê-se frequentemente a braços com o seu
isolamento e com a solidão, daí a emergência da sociedade solidária. A
qualidade de vida necessita, por isso, de ser conciliada com formas de
associação que reforcem o bem-estar do indivíduo consigo e com os outros no
mundo. Integra também este conceito a vivência em local aprazível, serviços
capazes nos domínios da saúde, educação, habituação e equipamentos de lazer
diversos, bem como consumos culturais. O conceito de qualidade de vida
envolve, normalmente, uma relação equilibrada com a natureza e um espaço
habitado despoluído. O Homem descobre que faz parte de um ecossistema
complexo, cujo equilíbrio deve respeitar, se quer sobreviver. A era ecológica é,
assim, o tempo da tomada de consciência, por parte do Homem, da escassez
dos recursos, da precariedade da sua existência e da afirmação de valores.
Poderá dizer-se que concorre para uma melhor qualidade de vida tudo o que
promove a realização das pessoas num sistema vasto de relações sociais e em
perfeita harmonia com a natureza. Este conceito tem servido, nomeadamente,
para denunciar a poluição e a degradação do ambiente, bem como a pobreza ou
isolamento das civilizações. Todos estes aspetos qualitativos da vida deveriam
fazer parte do desenvolvimento económico e da mudança social.
Relativismo cultural- Princípio que afirma que todos os sistemas culturais são
intrinsecamente iguais em valor, e que os aspetos característicos de cada um
têm de ser avaliados e explicados dentro do contexto do sistema em que
aparecem. O relativismo cultural nasce com os estudos culturalistas americanos,
possíveis com o sentido que a palavra cultura adquire com as definições de Tylor
e de Clyde Klikhohn.
Religião: No seu livro A interpretação das culturas, Clifford Geertz define religião
como um “sistema de símbolos que atuam para estabelecer poderosas e
duradouras disposições e motivações nos homens, através da formulação de
conceitos de uma ordem de existência geral e vestindo essas conceções com tal
aura de factualidade que as disposições e motivações parecem singularmente
realistas”.
Sanção: A palavra "sanções" tem duplo sentido. Em primeiro lugar, e de uso
mais comum, "aplicar sanções" significa aplicar penalidades por determinadas
condutas que violem disposições legais, regulamentos, usos ou costumes, ou
criar restrições e proibições que cerceiam a liberdade de conduta. Num segundo
sentido, entendeu-se por "sanção" qualquer forma de aprovação de um ato ou
forma de conduta determinados, ou a aprovação com que se ratifica a validez de
algum ato, uso ou costume.
Segregação: Segregação é o ato de segregar, de por de lado, de separar, isolar
ou apartar. Segregação é o processo de dissociação mediante o qual indivíduos
e grupos perdem o contato físico e social com outros indivíduos e grupos. Essa
separação ou distância social e física é oriunda de fatores biológicos e sociais,
como raça, riqueza, educação, religião, profissão, nacionalidade etc.
Senso comum: Senso comum é o modo de pensar da maioria das pessoas, são
noções comumente admitidas pelos indivíduos. Significa o conhecimento
adquirido pelo homem partir de experiências, vivências e observações do
mundo. O senso comum se caracteriza por conhecimentos empíricos
acumulados ao longo da vida e passados de geração em geração.
Socialização: Processo pelo qual ao longo da vida a pessoa humana aprende
e interioriza os elementos sócio-culturais do seu meio, integrando-os na estrutura
da sua personalidade sob a influência de experiências de agentes sociais
significativos, adaptando-se assim ao ambiente social em que deve viver.
Sociedade: Estrutura formada pelos grupos principais, ligados entre si,
considerados como uma unidade e participando todos de uma cultura comum.
Sociologia: Estudo científico das relações sociais, das formas de associação,
destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos
sociais, fenômenos que se produzem nas relações de grupos entre seres
humanos.
Solidariedade mecânica: Característica da fase primitiva da organização social
que se origina das semelhanças psíquicas e sociais(e, até mesmo, físicas) entre
os membros individuais. Para a manutenção dessa igualdade, necessária à
sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência coletiva,
ser severa e repressiva. O progresso da divisão do trabalho faz com que a
sociedade de solidariedade mecânica se transforme
Solidariedade orgânica: A divisão do trabalho, característica das sociedades
mais desenvolvidas, gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na
semelhança entre os componentes (solidariedade mecânica), mas na
complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses
complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de princípio de
solidariedade, com moral própria, e que dá origem a uma nova organização
social - solidariedade orgânica. Sendo seu fundamento a diversidade, a
solidariedade orgânica implica uma maior autonomia, com uma consciência
individual mais livre.
Subcultura: A subcultura corresponde a subdivisões da cultura dominante que
a ela se opõem. Coexistem na mesma sociedade ainda que em oposição. Na
sociedade moderna existem diversas subculturas. O termo subcultura tem sido
utilizado em sociologia sobretudo no estudo da juventude e do desvio.
Tabu: Designa imposições (principalmente proibições) de mérito, apresentadas
como inquestionáveis, isto é, de cuja origem e validade não é lícito indagar.
Encontra-se na base das religiões ágrafas, nas quais inexistem esforços de
justificação racional. Por vezes, essas imposições coincidem com preconceitos,
conduzindo à ordem social ou a práticas higiênicas, mas não se imagina, mesmo
nesses casos, qualquer fundamento de ordem lógica.
Tradição: A crise da modernidade induz a uma relação em que os elementos
em confronto não são já progresso e tradição, mas sim progresso e mudança. A
tradição instalou-se na modernidade, exercendo sobre ela mesma eficácia
ambígua, contraditória e corrosiva que a modernidade tinha projetado, durante
muitas décadas, sobre a tradição.
Inerente á ideia de modernidade, surge um contraste com a tradição como modo
de integrar o controlo reflexivo da ação na organização espácio-temporal da
comunidade, podendo encontrar-se muitas combinações do moderno com o
tradicional nos contextos sociais concretos. Tal concepção torna indispensável
recorrer ao “problema da ordem”, que, n contexto da transformação social e no
contexto da sociedade, é fulcral para a interpretação da delimitabilidade dos
sistemas sociais, devendo ser referido ao problema de como esses mesmos
sistemas associam tempo e espaços.
Na relação entre a modernidade e a transformação do tempo e do espaço, a que
a própria modernidade dá origem, o desenvolvimento do “espaço vazio” pode ser
entendido em termos de separação do espaço em relação ao “lugar”, que se
conceptualiza através da ideia de local, referindo-se aos cenários físicos da
atividade social situada geograficamente.
Com o advento da modernidade – salienta Redfield (1960) -, o lugar torna-se
cada vez mais “vazio”, modelado e penetrado por influências sociais distantes,
sendo numa articulação entre o local e o global que as tendências globalizantes
da modernidade ligam os indivíduos a sistemas de larga escala como parte de
uma complexa dialética entre tradição e modernidade. No entanto, a separação
do tempo relativamente ao espaço e a sua constituição em dimensões “vazias”
corta as ligações entre a atividade social e a sua “contextualização” nas
particularidades dos contextos de presença.
Valor: Embora a sociologia não seja uma ciência valorativa, reconhece os
valores como factos sociais. No campo de análise, os valores podem surgir com
um estatuto fundamental na explicação da estabilidade e coerência das
sociedades, ou das mudanças sociais(Max Weber, T, Parsons), ou podem surgir
como “fenómenos-reflexo” das (infra-)estruturas da sociedade. Qualquer que
seja o estatuto sociológico atribuído aos valores, eles estão presentes em
qualquer análise, seja como variáveis explicativas, seja como variáveis
intermédias, de ligação, de outras variáveis. De modo genérico, pode-se imputar
aos valores o contributo fundamental para o consenso, a solidariedade e a
interjeição social, dando coerência ao conjunto de regras ou modelos culturais,
bem como também para a unidade psíquica das pessoas. O valor tem um sentido
social: ele subentende as relações que se instauram entre as pessoas e é
constitutivo da identidade. O valor exprime uma capacidade do individuo e a
capacidade dos objetos em as satisfazer.
Xenofobia: Xenofobia (do grego xenos – estrangeiro- e phobos- horror) designa
um estado de receio, aversão ou hostilidade desenvolvido relativamente ao
estrangeiro.
Ciclo Vital: É o conjunto das fases da vida onde é suposto realizar-se uma serie
de transições e de superar uma serie de provas e de crises, Este ciclo
desenvolve-se através de um processo de socialização e de endoculturação,
mediante os quais, em contacto com outros seres humanos e através da
educação, uma criança passa de um modo gradual por diferentes idades e
status. Como se capaz e consciente nas formas de uma cultura, até enfrentas a
morte como a conclusão de sua existência pessoal.
Desenvolvimento: Conceito que aparece com a emergência do capitalismo e a
critica das sociedadesfeudais, uma vez que foi o sistema de produção capitalista
que deu origem á noção de progresso material e de desenvolvimento económico.
Este termo está relacionado com outros que deixaram de ser utilizados em
ciências sociais, e se bem que ainda seja fácil encontrar, em determinados
meios, referencias a países “desenvolvidos” ou mais “avançados”, epítetos que
são erroneamente utilizados como sinónimos.
Desigualdade Social: Fala-se em desigualdade social quando, numa
determinada sociedade, alguns grupos socias se encontram em situações que
se julgam mais vantajosas do que outras. Portanto, a desigualdade é uma
diferença que os indivíduos e grupos sociais julgam segundo escalas de valor.
Divisão Sexual do trabalho: Assalariado e o uso dos espaços públicos
(Crompto,1997: 26).
As lutas emancipatórias, empreendidas pelo movimento feminista desde o
século XlX até hoje, apesar de inacabadas e das fortes divergências existentes
no seu seio, deram um contributo significativo para a melhoria da situação social
das mulheres.
Estratificação social: Diferenciação de determinada população em estratos
hierarquicamente sobrepostos, desde os inferiores.
Etnia: Define-se, geralmente, como uma população designada por um nome
(etnónimo), que se reclama de uma mesma origem, que possui uma tradição
cultural comum, especificada por uma consciência de pertença ao mesmo grupo
cuja unidade se apoia em geral numa língua, num território e numa história
idênticos.
Família: Em sentido restrito, família designa o conjunto de pessoas que vivem
sob o mesmo teto. Em sentido lato, a família é entendida como o conjunto das
sucessivas gerações descendentes dos mesmos antepassados.
Privação Cultural: A privação cultural ou sociocultural acontece quando, por
razões sociais, políticas e culturais, alguém é impedido de aceder às instituições
educativas existentes, ou, então, entra no sistema escolar com conhecimentos,
capacidades e atitudes que impedem a aprendizagem e contribuem para a
formação de um défice cumulativo.
Privação material: Intimamente ligada com os conceitos de pobreza e de
exclusão social. Consideram-se pobres os indivíduos cujos recursos materiais,
culturais e sociais são de tal modo escassos que os excluem dos modos de vida
minimamente aceitáveis, de acordo com a norma dos países em que vivem.
Relativamente ao conceito de exclusão social, sendo este caraterizado por uma
complexidade e heterogeneidade acentuadas, conduzindo à existência de vários
tipos de exclusão social, a noção de privação material prende-se
fundamentalmente com a exclusão de tipo económico. Trata-se, pois, da
pobreza entendida como uma situação de privação múltipla, por falta de
recursos.
Etnocentrismo: Termo para designar uma perspetiva de análise baseada num
grupo social, onde se verifica uma tendência para considerar os aspetos, estilos,
ideias e valores observados em outros grupos culturais como inferiores,
irracionais ou menos naturais e verdadeiros em relação as aspetos, ideias e
valores desse grupo.
Reprodução Cultural: A reprodução cultural é frequentemente considerada
para descrever o modo como as formas culturais, como a desigualdade social, o
privilégio, o estatuto de elite, a etnicidade, e a própria cultural, são transmitidos
intactos de geração em geração. Esta ideia deriva fortemente do trabalho original
de Pierre Bourdieu sobre o papel dos processos educativos na reprodução das
desigualdades de classe, e de etnográficas clássicas, como a de Paul Willis,
intitulada Learning to Labour (1977), onde é demonstrado que a desigualdade
pode ser reproduzida culturalmente, apesar dos esforços políticos em torno do
sistema de ensino.
Reprodução Social: Processo mediante o qual uma sociedade, através de
diversos mecanismos, reproduz a sua própria estrutura.
Ritual: Conjunto de preceitos a observar na execução de um rito, tornando-se
num esquema que se repete de uma forma mais ou menos imutável,
organizando um cerimonial estereotipado (no caso de ser individual) ou
codificado e imposto pelo grupo social (no caso de ser institucionalizado).
Envolve um conjunto de comportamentos com forte expressão verbal e gestual
cheios de carga simbólica.
Sociologia da saúde: A sociologia da saúde está inserida no campo mais amplo
da sociologia. Por isso, parte de uma investigação sobre os aspetos socialmente
construídos da saúde. Algo foi “socialmente construído” quando não resulta
apenas de fatores naturais, biológicos, químicos ou físicos, mas sim das
interações entre seres humanos, que gera modos de interpretar os dados
“naturais” e transformá-los. A sociologia da saúde dedica-se a entender os
aspetos da “saúde” que estão relacionados com essa caraterística criativa
humana.
Bibliografia
Maia, Rui Leandro, Dicionário de sociologia/[Ed.Lit] Porto Editora, 2002.

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Conceitos sociologia

  • 1. Conceitos de sociologia Aculturação: processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em contacto continuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas. Antropologia Social e Cultural: perspetiva nova de investigação, marcada pela diferenciação do seu objeto e do método de trabalho. Quanto ao objeto ele situa- se em sociedades relativamente homogéneas e de pequena escala, ditas primitivas, tradicionais e sem escrita. Relativamente ao método, a antropologia social desenvolveu as técnicas de pesquisa de campo, propondo a observação participante como o melhor método de estudar uma sociedade e a sua cultura. A sua investigação orienta-se mais para a complexidade e variedade dos significados expressos na linguagem e nos modos de vida de um grupo social. Atitude: processo de consciência individual que determina a real ou possível atividade do individuo no mundo social. É também a tendência de agir da maneira coerente com referência a certo objeto. Autoridade: é dotado de autoridade aquele que exerce poder legítimo. Bem-Estar: saúde no sentido mais amplo, em todos os aspetos e de maneira ativa. Situação agradável do corpo e espírito. Categorias Sociais: pluralidade de pessoas que são consideradas como uma unidade social pelo facto de serem efetivamente semelhantes em um ou mais aspetos. Classe Social: agrupamento legalmente aberto, mas na realidade semifechado; solidário; antagónico em relação a outras classes sociais; consciente da sua unidade e existência. Unida por dois liames uni vinculados (ocupacional e económico) e por um vínculo de estratificação social no sentido da totalidade dos seus deveres e direitos, diferentes das outras classes sociais. Coerção: ato de induzir, pressionar ou compelir alguém a fazer algo pela força, intimidação ou ameaça. Competência: construção social, cujos aspetos envolventes merecem ser interligados, a partir das suas diversas aplicações. Tornada pelo conjunto de probabilidade, atitude e conhecimento. Desvio/ Comportamento Desviante: comportamento que infringe determinada norma para a qual a pessoa está orientada naquele momento. Comunidade: a comunidade é atualmente encarada como um conjunto de relações sociais complexas cuja natureza e orientações são examinadas em enquadramentos específicos: religioso, económico, científico, etc.
  • 2. Conflito Social: são manifestações de antagonismos abertos entre dois atores (individuais ou coletivos) de interesses momentaneamente incompatíveis quanto à posse ou à gestão de bens raros. Conformidade social: Qualidade do que se conforma, aceita ou está de acordo com; concordância: não tivemos a conformidade do chefe sobre o projeto. Que possui uma relação de correspondência, identidade, de compatibilidade na forma, maneira, tipo, natureza: conformidade de opiniões. Condição de subordinação ou aceitação completa; resignação: vivia em conformidade com os preceitos da igreja. Sujeição ao que está estabelecido; obediência: conformidade com as leis. Característica ou condição do que é harmônico, daquilo que combina com outra coisa ou pessoa; harmonia: conformidade de estilos. Consenso Social: acordo explicito ou tático dos membros de um grupo ou de uma sociedade sobre certas instituições sociais, o consenso representa a dimensão coesiva dos sistemas sociais. Pode incidir sobre valores, regras ou decisões comuns. Controlo Social: Conjunto das sanções (veja SANÇÕES) positivas e negativas a que uma sociedade recorre para assegurar a conformidade das condutas aos modelos estabelecidos (Rocher). O controle social pode ser informal (natural, espontâneo, baseado nas relações pessoais e íntimas que ligam os componentes do grupo) e formal (artificial, organizado, exercido principalmente pelos grupos secundários) (veja GRUPO SECUNDÁRIO, onde as relações são formais e impessoais). Costumes: cada individuo encontra ao nascer costumes, fixados em instituições- familiares, domésticas, económicas, religiosas ou políticas- que se lhe impõem e lhe apontam regras de conduta, modelos a imitar, em linguagem atual dos valores, normas interiorizadas. Transmitidos pela educação, sem que tenha necessidade tomar consciência deles, pode transgredi-los, mas não ignorá-los. Constituem morais práticas, variáveis no tempo e segundo as épocas. Crenças: Crenças são conteúdos cognitivos tidos como verdadeiros. Cultura: cultura tem por sinónimo “civilização”. A cultura define-se através do desenvolvimento mental e organizacional das sociedades, como “esse todo complexo que inclui os conhecimentos, as crenças religiosas, a arte, a moral, os costumes e todas as outras capacidadeshábitos que o homem adquire enquanto membro da sociedade”, a antropologia cultura americana, uns sessenta anos mais tarde, insiste no desenvolvimento material e técnico e na transmissão do património social. Segundo os culturalistas, a cultura, enquanto modo de vida de um povo, é uma aquisição humana, relativamente estável mas sujeita a mudanças contínuas que determina o curso das nossas vidas sem se impor ao nosso pensamento consciente.
  • 3. Discriminação: as distinções feitas na vida social em detrimento de certos grupos, que são julgadas e não são aceites pela maioria, porque violam as normas sociais e o princípio da igualdade perante a lei, ao mesmo tempo que certos subgrupos da população as justificam. Disfunção: Processo de transferência dos traços culturais de uma região para outra ou de uma parte da cultura para outra. Divisão (social) do trabalho: É técnica e social, isto é, tem a ver com a organização das competências, das tarefas, e das funções e tem a ver com as suas relações sociais produzidas, com a estratificação, as categorias e as classes socais. É uma característica das sociedades complexas e funcionalmente diferenciadas. Dominação: Relações assimétricas de comando entre indivíduos. Estado: Identificam-se duas dimensões:  Dimensão abstrata: O estado é uma realidade conceptual Dissociação entre o poder e o que exerce. É, por essência, o lugar de integração.  Dimensão institucional- modo particular de organização política que reúne três condições de existência: Povo, violência e ordem social. A sua função é preservar e garantir a sobrevivência da sociedade. Estado-Providência: Estado que garante acesso aos serviços de saúde, educação e outros. Estereótipo: Refere-se à representação de um objeto mais desligado da sua realidade objetiva e que é partilhada pelos membros de um grupo social. Imagem que surge espontaneamente, sempre que se fala sobre um determinado objeto. Facto social: Consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores do indivíduo e dotadas de um poder coercivo. É uma interação através do tempo e num espaço próprio. Feminismo: Três fatores principais contribuíram para impulsionar esta nova vaga do ativismo feminista: 1) Clima geral de pensamento crítico 2) Movimentos estudantis pela liberdade sexual 3) Revolta das mulheres que se sentem descriminadas As teorias feministas têm uma determinada especificidade. Apresentam uma perspetiva centrada na mulher:
  • 4. 1) O seu objetivo de investigação principal é a situação e a vivência das mulheres na sociedade 2) Procuram captar os traços distintivos do mundo das mulheres 3) Apresentam uma postura crítica ativista em defesa das mulheres, tendo como objetivo proporcionar um mundo melhor para estas. Funcionalismo: Aspetos funcionais de fenómenos analisados. Género: Diferenciação social entre os homens e as mulheres. A investigação sociológica centra-se na: 1) Posição ocupada na sociedade pelos homens e pelas mulheres não são apenas diferentes, mas também desiguais 2) A desigualdade social entre homens e mulheres resulta, principalmente, da organização da sociedade e não de diferenças biológicas ou psicológicas significativas entre os mesmos.Elemento que condiciona a posição social dos indivíduos Grupos: coletividade de pessoas que desempenham papéis em função de determinadas normas, interesses e valores sociais para o alcance de objetivos comuns Hábitos: formas de procedimento individual, mecanizada ou automatizada pelo individuo Identidade: conjunto de características individuais e particulares que identificam cada pessoa Interação social: é a forma de relacionamento entre as pessoas dum determinado contexto social. Legitimidade: relaciona-se com a política e depende das crenças e opinião subjetiva. Caracteriza-se pelo direito de governar, que só é legítimo se houver um grande número de adesão à política. Marxismo: consiste nas diferentes formas de como são interpretadas as reflexões de Karl Marx e no posterior desenvolvimento das mesmas. Minoria: grupo de pessoas, que no meio em que vivem, diferem da maior parte das pessoas pela sua religião, raça ou língua. Este grupo reconhece-se como diferente e normalmente são socialmente inferiorizados. Mobilidade social: consiste numa mudança dos indivíduos de categorias ou classes sociais. Modernidade: nomeia um período da história da europa como também o conjunto dos fenómenos que o caracterizam e existem várias hipóteses para a altura em que apareceu.
  • 5. No domínio político, a modernidade reflete, sobretudo, a democratização dos governos. No domínio religioso caracteriza-se pela laicização. Já no domínio económico traduz-se pela alteração dos processos de fabrico que, devido ao progresso científico, passaram a ser mais eficazes. Assim, a modernidade promoveu na sociedade um crescimento da racionalidade. Mudança social: É toda a transformação, observável no tempo, que afeta, de maneira que não seja provisória ou efêmera, a estrutura ou o funcionamento da organização social de dada coletividade e modifica o curso da história. É a mudança de estrutura resultante da ação histórica de certos fatores ou de certos grupos no seio de dada coletividade. Multiculturalismo: O multiculturalismo é conhecido como um fenômeno que estabelece a coexistência de várias culturas em um mesmo espaço territorial e nacional. Ele é muito comum em nossa época, pois graças aos importantes avanços tecnológicos, ao desenvolvimento das comunicações e da interligação de diferentes partes do mundo, todas as sociedades podem receber informação sobre outras. Ao mesmo tempo, o crescimento das migrações e a travessia legal das fronteiras colaboram com a mistura de culturas e sociedades. Neutralidade axiológica: A expressão é uma tradução da palavra Wertfreiheit, a que M. Weber (1922) consagra um ensaio. Não é aceitável qualquer confusão entre uma proposição científica e um juízo de valor. Existe uma heterogeneidade irredutível entre a esfera das proposições científicas deduzidas ou empiricamente estabelecidas e a esfera das avaliações práticas. A ciência estabelece juízos válidos universalmente. Os juízos de valor são pessoais. Uma vez esta diferença estabelecida, podemos perguntar-nos se a ciência pode travar as avaliações subjetivas como objeto de pesquisa. Pode-o, de facto, responde Weber, na condição de distinguir um juízo de valor (Werturteil) e uma relação com os valores Wertbeziehung). A relação com os valores significa que um valor, como a igualdade, que é objeto de conflitos entre os homens, torna-se um conceito que servirá para recortar a realidade examinada pelo sociólogo, quer este lhe esteja pessoalmente ligado ou não. É, portanto, uma condição da interpretação e da compreensão das condutas humanas. Norma: do latim norma, Regra, preceito ou lei; regra de conduta obrigatória por imperativo de convivência social; aquilo que é de facto praticado pela generalidade das pessoas (membros de uma sociedade); critério de ação válido e correto. As normas são instituídas pela força normativa das vivencias socialmente aceites e instituídas. A vida em sociedade determina uma certa ordem ou ordenamento, certas regras. Sem isso, os homens não poderiam conviver, cair-se-ia no domínio da pura força, e por fim na anarquia e no caos. Existe toda uma espécie de normas: morais, religiosas, lógicas, sociais, de cortesia, deontológicas de grupos e classes estéticas, técnicas e jurídicas, consoante a natureza e a origem dos imperativos que lhe servem de inspiração. São normas jurídicas aquelas para as quais esse imperativo é o direito. As normas jurídicas tratam de garantir um certo grau de moralidade, tido como
  • 6. indispensável na conduta social dos homens. A norma é jurídica quando imposta e sancionada obrigatoriamente pelo Direito, mesmo que a respetiva sanção seja apenas eventualmente. Esse direito é sempre um direito positivo, isto é, estatuído e garantido pelo estado ou qualquer organismo com poder ou autoridade. A norma jurídica pode revestir diferentes formas, consoante a sua fonte: o costume, as sentenças proferidas nos tribunais, a doutrina, as leis. A forma mais importante é a lei. Ao direito compete uma função de ordenação social e realização do bem comum. A justiça e segurança são os seus fins fundamentais. Por isso, as normas jurídicas são normas gerais e abstratas, mediante as quais se disciplinam as intervenções do estado na esfera dos direitos e interesses dos cidadões, quer para lhes impor encargos e obrigações, quer para disciplinar as suas atividades prestativas, em ordem a uma estruturação da sociedade de acordo com dados critérios de justiça (justiça social) e todas aquelas normas mediante as quais o estado e entes públicos menores regulam as suas relações com pessoas que se encontram numa relação de subordinação especial. É irrelevante, para a sua qualificação como jurídicas, a natureza da sanção cominada ou da consequência jurídica prevista para aqueles que violam estas normas. Padrões culturais: No estudo dos factos e traços culturais feito pela escola culturalista americana, procurou-se elaborar uma teoria para estabelecer a relação entre a cultura e a personalidade dos indivíduos que partilhassem essa mesma cultura. Esta preocupação fez com que se valorizasse o conteúdo psicológico da cultura e os processos de transmissão e estruturação dos comportamentos graças à educação. É em consequência desta postura que nasce a noção de modelos ou patterns culturais, e que não são outra coisa senão maneiras próprias e tipificadas de pensar e de agir, próprias de uma determinada cultura. Papel social: O conceito é fundamental para o estudo da relação entre o funcionamento da sociedade e os comportamentos individuais, constituindo um conceito-charneira da sociologia e da psicologia. Define-se como um conjunto de deveres, direitos e funções inerentes a todo o indivíduo que, numa sociedade ou num grupo a eu pertence, são conformes à posição que ocupa. Representa um esquema de comportamento que temos direito de esperar de uma pessoa, numa dada situação social. Estes esquemas comportamentais são estandardizados e correspondem a modelos de conduta exteriores aos indivíduos associados ao status neste sentido, desempenhar um papel social significa responder às espectativas da sociedade ou do grupo restrito. Esta conceção do papel social está próxima da do papel dramático apresentado por E. Goffman, na sua obra. A encenação da sua vida quotidiana, onde apresenta o mundo como um grande palco: os indivíduos são considerados actores em representação que desempenham papéis sociais. Cada pessoa exerce diversos papéis, relacionados entre si e dependentes da sua personalidade, pelo facto de pertencer a diversas colectividades. O conteúdo de qualquer papel está sempre relacionado com o conteúdo de outros papéis sociais: por exemplo, o mesmo indivíduo pode ter o papel de filho, de estudante, de presidente de uma
  • 7. associação, entre outros. Por isso, o conflito de papéis pode acontecer sempre que haja exigências contraditórias (por exemplo, o juiz que tem de julgar o amigo), sendo a ordem de prioridade definida no sistema de valores vigente numa sociedade. Entre os diferentes papéis desempenhados pelo mesmo indivíduo, também á sempre algum que assume maior importância- que se pode chamar de papel chave* - e de que os outros dependem. O papel chave não é o mesmo para todos os homens, em todas as sociedades globais. Numas, poderá ser o papel familiar; noutras, o papel profissional ou político. Para conhecermos a importância dos diversos papéis sociais numa sociedade, teremos de olhar para a instituição com mais prestígio nessa sociedade, pois é em relação a ela que os papéis se situam. Em qualquer sociedade, existem papéis sociais que são transmitidos aos indivíduos pela educação formal e/ou informal, durante o processo de socialização, ou pelas “tentativas e erros” e “aproximações sucessivas”. Os meios de adaptação aos papéis passam pela atribuição automática ou deliberada (os papéissão dados às pessoas sem que elas tenham feito alguma coisa para isso, por exemplo, papéis familiares de irmão, tio, etc..) e pela eleição (quando os papéis são assumidos por decisão individual livre, como, por exemplo, casar, estudar, etc..). Preconceito: Noção que se faz previamente para com um ou mais indivíduos, em função de determinadas características que os identificam em relação ao demais. O preconceito resulta da criação de um conjunto de estereótipos de natureza étnica ou racial que fomentam atitudes de desprezo e de xenofobia. Poder: o poder é uma dimensão de todas as relações humanas: família, vizinhança, trabalho, associações, etc. É ma noção prática, se comprada com o conceito de autoridade. O poder exprime uma relação dialética entre dois indivíduos. Para que haja poder, é necessário que exista uma ordem e um comportamento de obediência. Para Max Weber, o poder consiste na probabilidade de uma pessoa conseguir realizar um objetivo individual numa ação comum. Para o politicólogo americano R. Dahl, o poder é … “a possibilidade de um ator A impor a um actor B gestos que este último não faria sem influência” (1957). Numa outra perspetiva, Karl Mrz e os seus seguidores insistem na ideia de que as relações de poder traduzem relações de dominação económica entre as classes, cuja origem encontra nas relações de produção. Na definição das modalidades de luta de classes, o nível económico assume um papel dominante e determinante, em última instância, apesar de serem considerados igualmente os níveis político e ideológico. Neste sentido, na formaçãp social capitalista, o Estado é a expressão da classe economicamente dominante. O poder não é necessariamente negativo nem repressivo; é uma relação de interação entre dois indivíduos ou dois grupos. Esta ideia de interdependência, resulta da crescente complexidade das sociedades contemporâneas, criando elos de dependência a vários níveis, permite compreender a pertinência da definição de poder proposta por N. Elias: “Alguém exerce o poder sobre nós na medida em eu nós dependemos mais de alguém do eu ele depende de nós (1994). Associada a esta ideiade reciprocidade, ainda que desigual, as relações entre pessoas e grupos estão cada vez mais abertas
  • 8. a incertezas e também a estratégias. Esta dimensão do poder foi particularmente estudada por M. Crozier e E. Fridberg, que a definiram, no contexto das organizações, como a capacidade de um indivíduo ou pelo grupo seja crucial para o êxito da organização, mais ele disporá de poder”. Estas zonas de incerteza têm a sua fonte de poder na posse de uma especialização profissional, no domínio dos meios de comunicação e informação internos à organização, nos contactos com o exterior e no conhecimento das regras e regulamentos. Com efeito, parra os sociólogos, o poder não é concebido como um atributo, mas como uma característica das relações entre os homens, das relações sociais, constituindo uma dimensão estrutural das sociedades. Embora a maior visibilidade do poder esteja associada ao exercício político, este não se reduz àquele, sendo apenas uma forma particular de poder. Qualidade de vida: se, por qualidade de vida, se entende melhores condições de existência, trata-se certamente de um problema com impacto variável nas diferentes culturas e nos diversos meios sociais. A qualidade de vida não é um tema com idêntico alcance para todos os tempos e para os diferentes estratos sociais. Também não existem sempre as mesmas ameaças ao ecossistema humano. A Humanidade, no seu desenvolvimento, vai adquirindo a consciência do que seja mais adequado e condigno para o Homem. A felicidade, realidade essencialmente subjetiva, tem a ver com a melhoria das condições de vida, entendidas na sua perspetiva material, de abundância de bens, na ótica cultural, de elevação espírito e de fruição do mundo dos valores. Subjacente à conceção de qualidade de vida encontram-se, antes de mais, níveis de posse que confiram uma suficiência de bens. Ela não é compatível coma exclusão social, sendo mesmo o seu oposto. Somente terá sentido falar de qualidade de vida a partir de certo limiar de existência. Deste modo, a luta a favor da qualidade de vida passa pela erradicação da exclusão social (esta inclui diversas formas de desvio social), da poluição extremada, enfim, situações incompatíveis com a vida humana numa sociedade democrática. A exclusão social é, numa época de grande preocupação com a qualidade de vida, uma grande ameaça para as sociabilidades. Só quando é ultrapassado o limiar de existência condigna, tem sentido o movimento em prol da qualidade de vida. Neste âmbito contam-se, em particular, as condições materiais da existência. Para que haja realização pessoal, nas sociedades atuais torna-se indispensável que os indivíduos possuam suficientes níveis de posse, em harmonia com os seus projetos existenciais concretos. O relacionamento com os outros surge, também como uma dimensão da qualidade de vida, pois o Homem é um ser essencialmente social. Atualmente, o indivíduo vê-se frequentemente a braços com o seu isolamento e com a solidão, daí a emergência da sociedade solidária. A qualidade de vida necessita, por isso, de ser conciliada com formas de associação que reforcem o bem-estar do indivíduo consigo e com os outros no mundo. Integra também este conceito a vivência em local aprazível, serviços capazes nos domínios da saúde, educação, habituação e equipamentos de lazer diversos, bem como consumos culturais. O conceito de qualidade de vida envolve, normalmente, uma relação equilibrada com a natureza e um espaço habitado despoluído. O Homem descobre que faz parte de um ecossistema
  • 9. complexo, cujo equilíbrio deve respeitar, se quer sobreviver. A era ecológica é, assim, o tempo da tomada de consciência, por parte do Homem, da escassez dos recursos, da precariedade da sua existência e da afirmação de valores. Poderá dizer-se que concorre para uma melhor qualidade de vida tudo o que promove a realização das pessoas num sistema vasto de relações sociais e em perfeita harmonia com a natureza. Este conceito tem servido, nomeadamente, para denunciar a poluição e a degradação do ambiente, bem como a pobreza ou isolamento das civilizações. Todos estes aspetos qualitativos da vida deveriam fazer parte do desenvolvimento económico e da mudança social. Relativismo cultural- Princípio que afirma que todos os sistemas culturais são intrinsecamente iguais em valor, e que os aspetos característicos de cada um têm de ser avaliados e explicados dentro do contexto do sistema em que aparecem. O relativismo cultural nasce com os estudos culturalistas americanos, possíveis com o sentido que a palavra cultura adquire com as definições de Tylor e de Clyde Klikhohn. Religião: No seu livro A interpretação das culturas, Clifford Geertz define religião como um “sistema de símbolos que atuam para estabelecer poderosas e duradouras disposições e motivações nos homens, através da formulação de conceitos de uma ordem de existência geral e vestindo essas conceções com tal aura de factualidade que as disposições e motivações parecem singularmente realistas”. Sanção: A palavra "sanções" tem duplo sentido. Em primeiro lugar, e de uso mais comum, "aplicar sanções" significa aplicar penalidades por determinadas condutas que violem disposições legais, regulamentos, usos ou costumes, ou criar restrições e proibições que cerceiam a liberdade de conduta. Num segundo sentido, entendeu-se por "sanção" qualquer forma de aprovação de um ato ou forma de conduta determinados, ou a aprovação com que se ratifica a validez de algum ato, uso ou costume. Segregação: Segregação é o ato de segregar, de por de lado, de separar, isolar ou apartar. Segregação é o processo de dissociação mediante o qual indivíduos e grupos perdem o contato físico e social com outros indivíduos e grupos. Essa separação ou distância social e física é oriunda de fatores biológicos e sociais, como raça, riqueza, educação, religião, profissão, nacionalidade etc. Senso comum: Senso comum é o modo de pensar da maioria das pessoas, são noções comumente admitidas pelos indivíduos. Significa o conhecimento adquirido pelo homem partir de experiências, vivências e observações do mundo. O senso comum se caracteriza por conhecimentos empíricos acumulados ao longo da vida e passados de geração em geração. Socialização: Processo pelo qual ao longo da vida a pessoa humana aprende e interioriza os elementos sócio-culturais do seu meio, integrando-os na estrutura da sua personalidade sob a influência de experiências de agentes sociais significativos, adaptando-se assim ao ambiente social em que deve viver.
  • 10. Sociedade: Estrutura formada pelos grupos principais, ligados entre si, considerados como uma unidade e participando todos de uma cultura comum. Sociologia: Estudo científico das relações sociais, das formas de associação, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos sociais, fenômenos que se produzem nas relações de grupos entre seres humanos. Solidariedade mecânica: Característica da fase primitiva da organização social que se origina das semelhanças psíquicas e sociais(e, até mesmo, físicas) entre os membros individuais. Para a manutenção dessa igualdade, necessária à sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência coletiva, ser severa e repressiva. O progresso da divisão do trabalho faz com que a sociedade de solidariedade mecânica se transforme Solidariedade orgânica: A divisão do trabalho, característica das sociedades mais desenvolvidas, gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na semelhança entre os componentes (solidariedade mecânica), mas na complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de princípio de solidariedade, com moral própria, e que dá origem a uma nova organização social - solidariedade orgânica. Sendo seu fundamento a diversidade, a solidariedade orgânica implica uma maior autonomia, com uma consciência individual mais livre. Subcultura: A subcultura corresponde a subdivisões da cultura dominante que a ela se opõem. Coexistem na mesma sociedade ainda que em oposição. Na sociedade moderna existem diversas subculturas. O termo subcultura tem sido utilizado em sociologia sobretudo no estudo da juventude e do desvio. Tabu: Designa imposições (principalmente proibições) de mérito, apresentadas como inquestionáveis, isto é, de cuja origem e validade não é lícito indagar. Encontra-se na base das religiões ágrafas, nas quais inexistem esforços de justificação racional. Por vezes, essas imposições coincidem com preconceitos, conduzindo à ordem social ou a práticas higiênicas, mas não se imagina, mesmo nesses casos, qualquer fundamento de ordem lógica. Tradição: A crise da modernidade induz a uma relação em que os elementos em confronto não são já progresso e tradição, mas sim progresso e mudança. A tradição instalou-se na modernidade, exercendo sobre ela mesma eficácia ambígua, contraditória e corrosiva que a modernidade tinha projetado, durante muitas décadas, sobre a tradição. Inerente á ideia de modernidade, surge um contraste com a tradição como modo de integrar o controlo reflexivo da ação na organização espácio-temporal da comunidade, podendo encontrar-se muitas combinações do moderno com o tradicional nos contextos sociais concretos. Tal concepção torna indispensável recorrer ao “problema da ordem”, que, n contexto da transformação social e no contexto da sociedade, é fulcral para a interpretação da delimitabilidade dos
  • 11. sistemas sociais, devendo ser referido ao problema de como esses mesmos sistemas associam tempo e espaços. Na relação entre a modernidade e a transformação do tempo e do espaço, a que a própria modernidade dá origem, o desenvolvimento do “espaço vazio” pode ser entendido em termos de separação do espaço em relação ao “lugar”, que se conceptualiza através da ideia de local, referindo-se aos cenários físicos da atividade social situada geograficamente. Com o advento da modernidade – salienta Redfield (1960) -, o lugar torna-se cada vez mais “vazio”, modelado e penetrado por influências sociais distantes, sendo numa articulação entre o local e o global que as tendências globalizantes da modernidade ligam os indivíduos a sistemas de larga escala como parte de uma complexa dialética entre tradição e modernidade. No entanto, a separação do tempo relativamente ao espaço e a sua constituição em dimensões “vazias” corta as ligações entre a atividade social e a sua “contextualização” nas particularidades dos contextos de presença. Valor: Embora a sociologia não seja uma ciência valorativa, reconhece os valores como factos sociais. No campo de análise, os valores podem surgir com um estatuto fundamental na explicação da estabilidade e coerência das sociedades, ou das mudanças sociais(Max Weber, T, Parsons), ou podem surgir como “fenómenos-reflexo” das (infra-)estruturas da sociedade. Qualquer que seja o estatuto sociológico atribuído aos valores, eles estão presentes em qualquer análise, seja como variáveis explicativas, seja como variáveis intermédias, de ligação, de outras variáveis. De modo genérico, pode-se imputar aos valores o contributo fundamental para o consenso, a solidariedade e a interjeição social, dando coerência ao conjunto de regras ou modelos culturais, bem como também para a unidade psíquica das pessoas. O valor tem um sentido social: ele subentende as relações que se instauram entre as pessoas e é constitutivo da identidade. O valor exprime uma capacidade do individuo e a capacidade dos objetos em as satisfazer. Xenofobia: Xenofobia (do grego xenos – estrangeiro- e phobos- horror) designa um estado de receio, aversão ou hostilidade desenvolvido relativamente ao estrangeiro. Ciclo Vital: É o conjunto das fases da vida onde é suposto realizar-se uma serie de transições e de superar uma serie de provas e de crises, Este ciclo desenvolve-se através de um processo de socialização e de endoculturação, mediante os quais, em contacto com outros seres humanos e através da educação, uma criança passa de um modo gradual por diferentes idades e status. Como se capaz e consciente nas formas de uma cultura, até enfrentas a morte como a conclusão de sua existência pessoal. Desenvolvimento: Conceito que aparece com a emergência do capitalismo e a critica das sociedadesfeudais, uma vez que foi o sistema de produção capitalista que deu origem á noção de progresso material e de desenvolvimento económico. Este termo está relacionado com outros que deixaram de ser utilizados em ciências sociais, e se bem que ainda seja fácil encontrar, em determinados
  • 12. meios, referencias a países “desenvolvidos” ou mais “avançados”, epítetos que são erroneamente utilizados como sinónimos. Desigualdade Social: Fala-se em desigualdade social quando, numa determinada sociedade, alguns grupos socias se encontram em situações que se julgam mais vantajosas do que outras. Portanto, a desigualdade é uma diferença que os indivíduos e grupos sociais julgam segundo escalas de valor. Divisão Sexual do trabalho: Assalariado e o uso dos espaços públicos (Crompto,1997: 26). As lutas emancipatórias, empreendidas pelo movimento feminista desde o século XlX até hoje, apesar de inacabadas e das fortes divergências existentes no seu seio, deram um contributo significativo para a melhoria da situação social das mulheres. Estratificação social: Diferenciação de determinada população em estratos hierarquicamente sobrepostos, desde os inferiores. Etnia: Define-se, geralmente, como uma população designada por um nome (etnónimo), que se reclama de uma mesma origem, que possui uma tradição cultural comum, especificada por uma consciência de pertença ao mesmo grupo cuja unidade se apoia em geral numa língua, num território e numa história idênticos. Família: Em sentido restrito, família designa o conjunto de pessoas que vivem sob o mesmo teto. Em sentido lato, a família é entendida como o conjunto das sucessivas gerações descendentes dos mesmos antepassados. Privação Cultural: A privação cultural ou sociocultural acontece quando, por razões sociais, políticas e culturais, alguém é impedido de aceder às instituições educativas existentes, ou, então, entra no sistema escolar com conhecimentos, capacidades e atitudes que impedem a aprendizagem e contribuem para a formação de um défice cumulativo. Privação material: Intimamente ligada com os conceitos de pobreza e de exclusão social. Consideram-se pobres os indivíduos cujos recursos materiais, culturais e sociais são de tal modo escassos que os excluem dos modos de vida minimamente aceitáveis, de acordo com a norma dos países em que vivem. Relativamente ao conceito de exclusão social, sendo este caraterizado por uma complexidade e heterogeneidade acentuadas, conduzindo à existência de vários tipos de exclusão social, a noção de privação material prende-se fundamentalmente com a exclusão de tipo económico. Trata-se, pois, da pobreza entendida como uma situação de privação múltipla, por falta de recursos. Etnocentrismo: Termo para designar uma perspetiva de análise baseada num grupo social, onde se verifica uma tendência para considerar os aspetos, estilos, ideias e valores observados em outros grupos culturais como inferiores,
  • 13. irracionais ou menos naturais e verdadeiros em relação as aspetos, ideias e valores desse grupo. Reprodução Cultural: A reprodução cultural é frequentemente considerada para descrever o modo como as formas culturais, como a desigualdade social, o privilégio, o estatuto de elite, a etnicidade, e a própria cultural, são transmitidos intactos de geração em geração. Esta ideia deriva fortemente do trabalho original de Pierre Bourdieu sobre o papel dos processos educativos na reprodução das desigualdades de classe, e de etnográficas clássicas, como a de Paul Willis, intitulada Learning to Labour (1977), onde é demonstrado que a desigualdade pode ser reproduzida culturalmente, apesar dos esforços políticos em torno do sistema de ensino. Reprodução Social: Processo mediante o qual uma sociedade, através de diversos mecanismos, reproduz a sua própria estrutura. Ritual: Conjunto de preceitos a observar na execução de um rito, tornando-se num esquema que se repete de uma forma mais ou menos imutável, organizando um cerimonial estereotipado (no caso de ser individual) ou codificado e imposto pelo grupo social (no caso de ser institucionalizado). Envolve um conjunto de comportamentos com forte expressão verbal e gestual cheios de carga simbólica. Sociologia da saúde: A sociologia da saúde está inserida no campo mais amplo da sociologia. Por isso, parte de uma investigação sobre os aspetos socialmente construídos da saúde. Algo foi “socialmente construído” quando não resulta apenas de fatores naturais, biológicos, químicos ou físicos, mas sim das interações entre seres humanos, que gera modos de interpretar os dados “naturais” e transformá-los. A sociologia da saúde dedica-se a entender os aspetos da “saúde” que estão relacionados com essa caraterística criativa humana. Bibliografia Maia, Rui Leandro, Dicionário de sociologia/[Ed.Lit] Porto Editora, 2002.