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MOVIMENTOS SOCIAIS
Conforme já estudamos anteriormente, uma das bases para o exercício da cidadania é a participação política.Esta participação ocorre, entre
várias vias, por meio dos movimentos sociais. De maneira geral, os movimentos sociais ocorrem quando as pessoas lutam contra diferentes
tipos de opressão, intervindo para que haja uma mudança social. Movimentos sociais foram inicialmente explicados pelos comportamentos
coletivos, ou seja, pelo conjunto das ações espontâneas de muitos indivíduos e grupos. Mais recentemente, porém, os estudos sociológicos
reconheceram nesses movimentos uma forma de luta política organizada para construir os direitos dos cidadãos. Distinguem-se, nesse
sentido, os movimentos sociais duradouros daqueles que se apresentam apenas como reação passageira a situação de fato. Um movimento
social se afirma por mobilizar um grupo ou uma coletividade em uma luta contra um adversário comum e pelo controle da mudança social,
explica o sociólogo francês Alain Touraine (1925-)Nesse sentido, vale perguntar o que faz com que diferentes movimentos sejam
classificados como “sociais”. Será que toda a ação coletiva é um movimento social? Qualquer ação de um grupo, como os lobistas que atuam
junto ao Parlamento, defendendo interesses de grupos como fazendeiros, industriais ou banqueiros, constitui um movimento social? Uma
ação desenvolvida pela torcida organizada de um time de futebol pode ser considerada um movimento social? A resposta é não. Uma ação
coletiva caracteriza-se, sim, por um conjunto de ações empreendidas por grupos ou categorias sociais, mas para que ela seja considerada um
movimento social, porém, outro elemento é indispensável: o objetivo de alcançar um fim específico com intenção de transformar a realidade.
Dessa forma, não basta a ação de um conjunto de pessoas para que exista um movimento social. É preciso que essa ação seja organizada por
indivíduos ou grupos que, de certa forma, visem a uma finalidade como, por exemplo, combater as desigualdades e a discriminação
relacionadas às diferenças de renda, gênero, etnia. Dessa forma, a consciência dos problemas sociais, adquirida coletivamente e em contínua
difusão entre os indivíduos, é uma das principais características de um movimento social.Um dos autores que mais influenciaram os
movimentos sociais da história contemporânea foi Karl Marx. Sua teoria social, de base econômica, considera as relações de produção
–aquelas estabelecidas no processo produtivo entre os donos dos meios de produção (fábricas, bancos, terras, etc) e os trabalhadores -como
portadoras de uma tensão latente em decorrência dos interesses distintos das diferentes classes sociais, seja em relação aos privilégios, seja
em relação à participação no poder. A teoria marxista prevê a luta de classes como ação coletiva, uma vez que a consciência de classe
aparece quando os antagonismos da sociedade são percebidos, o que pode levar ao conflito. A luta de classes é considerada a própria práxis
(ação prática) coletiva capaz de levar a transformações. As classes sociais são agrupamentos que se relacionam cotidianamente, produzindo e
reproduzindo a estrutura social. As classes referem-se a grupos sociais que se diferem segundo: a posição econômica que ocupam na
produção; a posse de riquezas; acesso ao consumo. Vale ressaltar que as classes sociais são complementares; portanto, uma não existe sem a
outra. No âmbito de cada classe, existe uma noção de pertencimento, a defesa de interesses comuns.Os movimentos sociais se estruturam
para enfrentar os problemas da sociedade e promover a ação política. Contextos de vulnerabilidade comportam os ingredientes básicos para a
eclosão de movimentos que visam transformar a realidade social. Os movimentos sociais combatem não só insuficiências e problemas que
atingem amplos segmentos da população desde a longa data, mas também novas questões que se apresentam: a precarização do trabalho e a
perda de direitos conquistados, a redução de amparo social do Estado, entre outros. Em suma, a pobreza e exclusão social são resultados
concretos das desigualdades que precipitam a emergência de movimentos sociais. Os estudos sociológicos vêm encontrando nos movimentos
sociais o papel de formar identidade dos atores sociais de nossa sociedade.
Quando falamos em identidade, nesse contexto, nos referimos ao processo no qual um ator social se reconhece e constrói uma referência com
base em algum atributo cultural ou conjunto de valores. Identidades resultam de situações de confronto e comparações com o outro, pois não
é possível integrar ou articular visando a ação sem antes diferenciar e distinguir.Portanto, a construção da identidade no interior de um
movimento social se deve tanto à identificação de seus participantes como uma mesma causa como à sua resistência lógica da dominação,
com o objetivo de redefinir uma sua posição na sociedade. Um exemplo é o movimento feminista que combateu e combate o machismo e o
patriarcalismo. Outros cientistas sociais caracterizam os movimentos sociais como sujeitos coletivos, por sua capacidade de elaborar uma
identidade com a causa que defendem, criando interesse por parte dos indivíduos que a ela se dedicam. Na luta constante, eles organizam
práticas coletivas. Atualmente, os movimentos sociais muitas vezes valem-se das tecnologias da informação e agem em rede, aproximando
suas reivindicações e fortalecendo-as. Alain Touraine explica os movimentos sociais como uma combinação de princípios:-De identidade:
lutamos em nome de quem? A exemplo do caso dos movimentos operários do início do século XX, todos os que se viessem trabalhando em
condições indignas; -De oposição: lutamos contra quem? Seguindo o caso acima, os inimigos são os proprietários e altos gerentes das
indústrias, de modo geral, e os detentores do poder do Estado; -De totalidade: lutamos por quê? Por melhoria da remuneração e das
condições de trabalho.Se o movimento for revolucionário, ele tem como objetivo a deposição da classe dominante do controle do Estado e
dos meios de produção.

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Dessa forma, não basta a ação de um conjunto de pessoas para que exista um movimento social. É preciso que essa ação seja organizada por indivíduos ou grupos que, de certa forma, visem a uma finalidade como, por exemplo, combater as desigualdades e a discriminação relacionadas às diferenças de renda, gênero, etnia. Dessa forma, a consciência dos problemas sociais, adquirida coletivamente e em contínua difusão entre os indivíduos, é uma das principais características de um movimento social.Um dos autores que mais influenciaram os movimentos sociais da história contemporânea foi Karl Marx. Sua teoria social, de base econômica, considera as relações de produção –aquelas estabelecidas no processo produtivo entre os donos dos meios de produção (fábricas, bancos, terras, etc) e os trabalhadores -como portadoras de uma tensão latente em decorrência dos interesses distintos das diferentes classes sociais, seja em relação aos privilégios, seja em relação à participação no poder. A teoria marxista prevê a luta de classes como ação coletiva, uma vez que a consciência de classe aparece quando os antagonismos da sociedade são percebidos, o que pode levar ao conflito. A luta de classes é considerada a própria práxis (ação prática) coletiva capaz de levar a transformações. As classes sociais são agrupamentos que se relacionam cotidianamente, produzindo e reproduzindo a estrutura social. As classes referem-se a grupos sociais que se diferem segundo: a posição econômica que ocupam na produção; a posse de riquezas; acesso ao consumo. Vale ressaltar que as classes sociais são complementares; portanto, uma não existe sem a outra. No âmbito de cada classe, existe uma noção de pertencimento, a defesa de interesses comuns.Os movimentos sociais se estruturam para enfrentar os problemas da sociedade e promover a ação política. Contextos de vulnerabilidade comportam os ingredientes básicos para a eclosão de movimentos que visam transformar a realidade social. Os movimentos sociais combatem não só insuficiências e problemas que atingem amplos segmentos da população desde a longa data, mas também novas questões que se apresentam: a precarização do trabalho e a perda de direitos conquistados, a redução de amparo social do Estado, entre outros. Em suma, a pobreza e exclusão social são resultados concretos das desigualdades que precipitam a emergência de movimentos sociais. Os estudos sociológicos vêm encontrando nos movimentos sociais o papel de formar identidade dos atores sociais de nossa sociedade. Quando falamos em identidade, nesse contexto, nos referimos ao processo no qual um ator social se reconhece e constrói uma referência com base em algum atributo cultural ou conjunto de valores. Identidades resultam de situações de confronto e comparações com o outro, pois não é possível integrar ou articular visando a ação sem antes diferenciar e distinguir.Portanto, a construção da identidade no interior de um movimento social se deve tanto à identificação de seus participantes como uma mesma causa como à sua resistência lógica da dominação, com o objetivo de redefinir uma sua posição na sociedade. Um exemplo é o movimento feminista que combateu e combate o machismo e o patriarcalismo. Outros cientistas sociais caracterizam os movimentos sociais como sujeitos coletivos, por sua capacidade de elaborar uma identidade com a causa que defendem, criando interesse por parte dos indivíduos que a ela se dedicam. Na luta constante, eles organizam práticas coletivas. Atualmente, os movimentos sociais muitas vezes valem-se das tecnologias da informação e agem em rede, aproximando suas reivindicações e fortalecendo-as. Alain Touraine explica os movimentos sociais como uma combinação de princípios:-De identidade: lutamos em nome de quem? A exemplo do caso dos movimentos operários do início do século XX, todos os que se viessem trabalhando em condições indignas; -De oposição: lutamos contra quem? Seguindo o caso acima, os inimigos são os proprietários e altos gerentes das indústrias, de modo geral, e os detentores do poder do Estado; -De totalidade: lutamos por quê? Por melhoria da remuneração e das condições de trabalho.Se o movimento for revolucionário, ele tem como objetivo a deposição da classe dominante do controle do Estado e dos meios de produção.