As variantes do conto Capuchinho Vermelho ao redor do mundo
1. “QUEM CONTA UM
CONTO ACRESCENTA
UM PONTO.”
O exemplo de CAPUCHINHO
VERMELHO
(de acordo com Francisco Vaz da Silva, Capuchinho
Vermelho – Ontem e Hoje)
2. “O Capuchinho Vermelho” de
Perrault (séc. XVII). Aqui, a
menina, que era a mais linda do
seu bairro, é tão ingénua, que
acaba comida pelo lobo mau.
Não há caçadores nem
lenhadores para a salvar. Moral
da história: as meninas bonitas e
bem feitas não devem dar
conversa a qualquer um.
3. “O Capuchinho Vermelho” dos
irmãos Grimm (séc. XIX). Nesta
versão, a Capuchinho é salva da
barriga do lobo por um caçador
que ia a passar e ficou intrigado
com o som do ressonar que saía
da casa da avó. O bandido lupino
morre com a barriga cheia de
pedras, a avó e Capuchinho são
felizes para sempre.
4. “O Bonezinho
Vermelho”, variante oral de
Vandée, França.
Quem disse que a vítima do lobo
mau tem de ser sempre uma
menina ingénua? Os rapazes
também podem ser
enganados, ora essa. Foi o caso
do Bonezinho Vermelho: foi na
conversa do lobo e acabou
comido. Fim da história.
5. Variante italiana publicada em 1867.
O “Chapelinho Vermelho” encontra um ogre na
floresta. O ogre come parte da avó e deixa os
restos guardados. Disfarça-se com as roupas da
anciã e, quando a Chapelinho Vermelho
chega, engana-a e faz com que coma os restos da
avó. A miúda, ingénua, nem desconfia. O final não
é bonito: o ogre come também a Chapelinho
que, por sua vez, já tinha comido um pedaço da
avó. Uma espécie de Turducken (prato americano
que consiste num frango dentro de um pato dentro
de um peru) em versão terror.
6. “O Chapelinho
Encarnado”, variante
portuguesa.
Aqui o capuchinho é encarnado porque
vermelho são os comunistas. Ora, a menina
encontra na floresta o lobo, que lhe receita
umas ervas para a avó, já que era médico.
Mas as ervas eram venenosas, o que não
interessa nada porque não se volta a falar
disso. O lobo come a avó e a neta, mas um
caçador descobre, abre a barriga do bicho
e salva o dia. O lobo morre.
7. “Oflorbela e o Urso”, variante
literária chinesa de 1975.
Quando pensamos que não há mais nada
que se possa inventar, os chineses chegam-
se à frente. Florbela ficou sozinha em casa
com o irmão. À noite, batem à porta. Era o
urso a fingir ser avó. Florbela abre a porta e
arrepende-se logo. Esperta, pede para ir lá
fora à casa de banho. Ele ata-lhe uma corda
ao pé, mas ela foge. E, depois, mata-o com
uma vara.
8. Qual será a razão para a existência de
tantas variantes (versões) da mesma
história?