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Num lugar poeirento e seco,
onde a areia era dourada,
havia uma grande rocha
chata em cima, velha e rachada.
E debaixo dessa rocha,
numa casa que mal se via,
o mais pequeno, sossegado
e meigo Rato vivia.
Ele era tão pequenino
─ nem dá para acreditar ─
que ninguém nele reparava,
mas NUNCA, nem pensar.
Ah, sim…
A vida de rato é bem dura.
Uns pisavam-no, outros sentavam-se nele,
sem verem a pobre criatura.
Esqueciam-se dele constantemente.
Entretanto, muito em cima,
lá no ALTO do rochedo,
as coisas eram diferentes.
Havia um LEÃO… que medo!
O bicho grande e dentudo
fazia a TODOS sentir
a INPORTÂNCIA que tinha
pela força do seu…
Ele era o CHEFE
da família.
Estava sempre
a BERRAR,
era um FORTALHAÇO.
Adorava que todos vissem
que era DURO
COMO O AÇO.
Sim, TODOS o admiravam,
do elefante ao saguim!
“Se, ao menos”, pensava o Rato,
“eu pudesse ser assim…”
E então, numa noite escura, na sua cama de rato,
teve a melhor das ideias que podia conseguir.
Saltou do meio dos lençóis e levantou uma pata.
“Já sei!” guinchou ele. “Tenho de aprender a
RUGIR!”
Claro que continuava a ser
dos ratinhos castanhos o menor,
mas podia fazer amigos, ser do grupo,
ter uma vida melhor.
“… Quer dizer, e se este ratito
com um guinchar tão fininho,
fosse um pouco mais
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“Sim!” pensou o Rato
“TENHO de ver como será!
Tenho de aprender a rugir,
VOU fazê-lo e é JÁ!”
Porém ─ GLUP ─ oh, que azar,
só UM animal havia
que o podia ensinar,
MAS… quem sabe se não
O COMIA!
Era altura de ser forte
e tentar a sua sorte… é que, enfim,
para sempre era tempo a mais
para ser tão fraco assim.
Tentou ser DESTEMIDO,
e encheu-se de valentia,
arrancou lá para o alto…
esperando não ser o prato do dia!
Sentia que era assustador
o que ali ia tentar…
mas se queremos mudar as coisas
primeiros temos de ser NÓS a mudar.
E quanto mais alto subia
mais perto do Leão ficava,
que lá em cima dormia
e por vezes até ressonava.
Por fim, de pé nas patitas,
cansadas do que trepara,
lá se encontrou o Ratito
com o Leão cara a…
… CARA,
“Olhe, GLUP, com licença.
Acorde, senhor Leão, dê pela
minha presença!
Sabe, CUIQUE, senhor Leão,
o que eu lhe vinha pedir
era, CUIQUE… se me
ensinava a rugir!”
O tempo ficou mais longo…
haverá alguém que o estique!
O Leão abriu a boca…
e soltou um grande…
Houve então um silêncio
ali a toda a roda.
O Leão abriu os olhos e
também a juba toda…
O Leão, todo a tremer, começou a recuar,
e andando para trás, caiu de patas para o ar!
“Não me faças mal!” gemeu. “Oh, peço-te por favor!”
Não é que o grande Leão de ratos tinha pavor?
”Não te assustes!” chiou o Rato.
“Não sou nenhum inimigo.
Se me aceitares cá em cima,
vais DIVERTIR-TE comigo.”
Foi, não há que duvidar, um momento de magia
em que até já o Ratito muito MAIOR se sentia.
Encontrara a sua voz para com todos falar
sem precisar de RUGIR e nem sequer de gritar.
A partir daquele dia passaram a viver juntos,
gostando mais do rochedo por ser coisa partilhada.
O Rato é sempre pequeno, mas sente-se bem MAIOR.
E o Leão? Em vez de rugir, só se ri à gargalhada!
Sim, nesse dia aqueles DOIS aprenderam
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um leão cá dentro.
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O leão que temos cá dentro

  • 1.
  • 2.
  • 3. Num lugar poeirento e seco, onde a areia era dourada, havia uma grande rocha chata em cima, velha e rachada.
  • 4. E debaixo dessa rocha, numa casa que mal se via, o mais pequeno, sossegado e meigo Rato vivia.
  • 5. Ele era tão pequenino ─ nem dá para acreditar ─ que ninguém nele reparava, mas NUNCA, nem pensar.
  • 6. Ah, sim… A vida de rato é bem dura. Uns pisavam-no, outros sentavam-se nele, sem verem a pobre criatura. Esqueciam-se dele constantemente.
  • 7. Entretanto, muito em cima, lá no ALTO do rochedo, as coisas eram diferentes. Havia um LEÃO… que medo!
  • 8. O bicho grande e dentudo fazia a TODOS sentir a INPORTÂNCIA que tinha pela força do seu…
  • 9.
  • 10. Ele era o CHEFE da família. Estava sempre a BERRAR, era um FORTALHAÇO. Adorava que todos vissem que era DURO COMO O AÇO.
  • 11. Sim, TODOS o admiravam, do elefante ao saguim! “Se, ao menos”, pensava o Rato, “eu pudesse ser assim…”
  • 12. E então, numa noite escura, na sua cama de rato, teve a melhor das ideias que podia conseguir. Saltou do meio dos lençóis e levantou uma pata. “Já sei!” guinchou ele. “Tenho de aprender a RUGIR!”
  • 13. Claro que continuava a ser dos ratinhos castanhos o menor, mas podia fazer amigos, ser do grupo, ter uma vida melhor. “… Quer dizer, e se este ratito com um guinchar tão fininho, fosse um pouco mais e um pouco menos meiguinho?”
  • 14. “Sim!” pensou o Rato “TENHO de ver como será! Tenho de aprender a rugir, VOU fazê-lo e é JÁ!” Porém ─ GLUP ─ oh, que azar, só UM animal havia que o podia ensinar, MAS… quem sabe se não O COMIA!
  • 15. Era altura de ser forte e tentar a sua sorte… é que, enfim, para sempre era tempo a mais para ser tão fraco assim.
  • 16. Tentou ser DESTEMIDO, e encheu-se de valentia, arrancou lá para o alto… esperando não ser o prato do dia!
  • 17. Sentia que era assustador o que ali ia tentar… mas se queremos mudar as coisas primeiros temos de ser NÓS a mudar.
  • 18. E quanto mais alto subia mais perto do Leão ficava, que lá em cima dormia e por vezes até ressonava.
  • 19. Por fim, de pé nas patitas, cansadas do que trepara, lá se encontrou o Ratito com o Leão cara a…
  • 20. … CARA, “Olhe, GLUP, com licença. Acorde, senhor Leão, dê pela minha presença! Sabe, CUIQUE, senhor Leão, o que eu lhe vinha pedir era, CUIQUE… se me ensinava a rugir!”
  • 21. O tempo ficou mais longo… haverá alguém que o estique! O Leão abriu a boca… e soltou um grande… Houve então um silêncio ali a toda a roda. O Leão abriu os olhos e também a juba toda…
  • 22.
  • 23. O Leão, todo a tremer, começou a recuar, e andando para trás, caiu de patas para o ar! “Não me faças mal!” gemeu. “Oh, peço-te por favor!” Não é que o grande Leão de ratos tinha pavor?
  • 24. ”Não te assustes!” chiou o Rato. “Não sou nenhum inimigo. Se me aceitares cá em cima, vais DIVERTIR-TE comigo.”
  • 25. Foi, não há que duvidar, um momento de magia em que até já o Ratito muito MAIOR se sentia. Encontrara a sua voz para com todos falar sem precisar de RUGIR e nem sequer de gritar.
  • 26. A partir daquele dia passaram a viver juntos, gostando mais do rochedo por ser coisa partilhada. O Rato é sempre pequeno, mas sente-se bem MAIOR. E o Leão? Em vez de rugir, só se ri à gargalhada!
  • 27. Sim, nesse dia aqueles DOIS aprenderam que, seja qual for o nosso tamanho, todos nós temos um rato E um leão cá dentro.