"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
Teorias dos traços da personalidade de Allport e Cattell
1. Traços de individualidade segundo Allport
&
Teoria anatílico-fatorial dos traços segundo Cattell
ALLPORT: Teoria dos traços da individualidade
Coerência da personalidade:
Allport identificava o eu como um aspecto central da personalidade. O senso comum
nos diz que a personalidade é estável e faz as pessoas se comportarem de maneira coerente
ao longo do tempo, o conceito de coerência da personalidade no tempo e nas diferentes
situações é crucial para o campo da personalidade. Allport (1937) afirmava veementemente
que os seres humanos são coerentes, ou “notavelmente reconhecíveis”, mesmo variando de
situação para situação e no tempo. A coerência começa cedo: “Desde a primeira infância
existe coerência no desenvolvimento da personalidade.” A coerência não é perfeita, porém
mesmo quando as pessoas parecem comportar-se de maneira inconsistente Allport afirmava
que não raro está presente uma coerência subjacente. Não há dúvida quanto ao fato de as
situações produzirem mudanças no comportamento. Se isso não acontecesse, como as
pessoas poderiam adaptar-se? Mas as pesquisas longitudinais também corroboram a
afirmação allportiana de que a personalidadde é coerente desde a infância até a idade
adulta.
Allport, que tinha plena consciência de que as pessoas vivem num meio social que
exerce uma importante influência significativa, levava em conta questões sociais
específicas. Escreveu um trabalho sobre o preconceito e estudou a transmissão de boatos,
ambos da psicologia e da personalidade.
Ele defendia a noção do eu como em centro fundamental do crescimento da
personalidade. O eu é hoje em dia um conceito teórico central na personalidade e na
psicologia social.
As situações influenciam as pessoas, mas o fazem de maneiras diferentes, como
reconhece a abordagem interacionista da personalidade (Endler & Magnusson,1976). É
certo que as abordagens atuais são mais complexas em suas análises dos dados empíricos,
no entanto, os temas básicos de coerência, influência social, eu e interação entre
personalidade e meio permanecem como importantes focos de investigação.
Definição clássica allportiana da personalidade:
“ A personalidade é a organização dinâmica dos sistemas psicofísicos que
determinam, no interior do indivíduo, seus ajustamentos únicos ao meio.”
Sistemas psicofísicos:
2. A personalidade está sujeita a influências biológicas e psicológicas. O corpo e a
mente estão indissoluvelmente unidos. O temperamento refere-se a diferenças de fundo
biológico na personalidade. Allport descreveu a aparência física e a inteligência, inatas,
juntamente com o temperamento, como “as três principais matérias-primas da
personalidade.”
Personalidade = Hereditariedade x Ambiente
Os dois fatores causais não se somam, mas estão inter-relacionados como
multiplicador e multiplicando. Se algum deles for igual a zero, não poderá haver
personalidade”, declara Allport.
Determinante:
A primeira é o conceito de que os traços de personalidade são meras abstrações
conceituais, ou seja, instrumentos conceituais úteis para se predizer o comportamento. A
segunda alternativa à asserção allportiana de que os traços são determinantes é mais
pessimista. Essa objeção declara que usar os traços de personalidade para explicar o
comportamento é um argumento circular sem sentido.
Para Allport, os traços são altamente individualizados, ou únicos. Ele discordava
explicitamente dos teóricos segundo os quais uma ou algumas poucas motivações, ou
instintos, são determinantes para todas as pessoas. Ele sublinhava as funções adaptativas,
de enfrentamento. “A personalidade resulta das tentativas do sistema nervoso central no
sentido de estabelecer segurança e conforto para o indivíduo dividido entre seus próprios
anseios afetivos e as ásperas demandas do seu meio.”
De acordo com Allport (1931), a unidade básica da personalidade é o traço.
Os traços evoluem ao longo do tempo, com a experiência . podem mudar à medida
que o indivíduo aprende novas maneiras de se adaptar ao mundo.
Definição allportiana de traço:
“Um sistema neuropsíquico generalizado e focalizado, que tem a capacidade de tornar
vários estímulos funcionalmente equivalentes e de iniciar e guiar formas coerentes de
comportamentos adaptativos e expressivos.”
Allport fazia uma distinção entre traços individuais, próprios de uma única pessoa, e
traços comuns, próprios de muitas pessoas, cada qual com um montante diverso. No
entanto esses traços comuns não compõem as verdadeiras unidades básicas da
personalidade na teoria de Allport. As verdadeiras unidades da personalidade são traços
únicos, que existem dentro de um indivíduo e têm um estatuto de realidades psicofísicas.
Ele declara que no sentido estrito da definição dos traços, o traço comum não é de
forma alguma um verdadeiro traço, mas apenas um aspecto mensurável de traços
individuais complexos.
3. Os traços são entidades adaptativas individualizadas, únicas para cada pessoa, não
existem duas pessoas que tenham precisamente o mesmo traço. Assim em princípio, todos
os traços são únicos em cada indivíduo. De acordo com esse argumento, não é possível
descrever de maneira completa as diferenças entre as pessoas avaliando-as exclusivamente
por um conjunto de traços universalmente aplicados.
Nas palavras de Allport: “uma coerência perfeita nunca será obtida e não deve ser
esperada.” Por várias razões: em primeiro lugar, mais de um traço influencia qualquer
comportamento particular, e as pessoas muitas vezes possuem traços que são em si mesmos
contraditórios. O comportamento é influenciado por vários traços ao mesmo tempo, ainda
que eles não sejam contraditórios. Os traços nem sempre têm de estar ativos.
A difusão dos traços:
Allport caracterizou os traços como cardiais, centrais ou secundários, dependendo da
extensão com que influenciam a personalidade. As características que sintetizam a
personalidade são denominadas traços centrais.
Os traços específicos irão variar, é claro, de pessoa para pessoa. Um característica que
constitui um traço central de uma pessoa pode não ser nem mesmo relevante para outra.
Portanto, não é o traço de autoconfiança que o torna central, mas sim o fato de muitos
comportamentos serem afetados por ele.
Os traços secundários descrevem maneiras de a pessoa ser coerente mas não afetam
uma parte tão grande do que ela faz como um traço central. Os traços secundários são
“menos visíveis, menos generalizados, menos coerentes, e menos freqüentemente
empregados do que os traços centrais.”
Agora um traço cardial é tão difuso que domina praticamente tudo o que a pessoa
faz. É “o traço eminente, a paixão que a tudo governa, o sentimento mestre ou a raiz de
uma vida.” A maioria das pessoas não tem um único traço tão fifuso assim. É muito raro as
pessoas terem traços cardiais. Alguns psicólogos questionaram a utilidade desse conceito,
pois segundo eles, não é difusão do traço que faz a diferença; mas aquilo que parece ser um
traço cardial é simplesmente um escore extremo de um traço nomotético.
CATTELL: Teoria analítico-fatorial dos traços
A definição de personalidade formulada sintetiza claramente toda a sua abordagem
teórica e empírica: “personalidade é aquilo que permite predizer o que uma pessoa fará
numa dada situação.”
Para Cattell traços são unidades da personalidade com valor de predição, ele definiu
um traço como “aquilo que define o que uma pessoa fará ao deparar com um situação
4. definida”. Não achava necessário definir os traços em termos psicofísicos. Para Cattell, os
traços eram conceitos abstratos, ferramentas conceituais úteis para fins de predição. Ele
acreditava, contudo que os traços de personalidade não eram fenômenos puramente
estatísticos. Embora o seu método fosse mais correlacional do que experimental, a
sofisticação dos estudos e os padrões que deles emergiam levaram-no a crer que “os traços
existem como determinantes do comportamento.”
A contribuição mais importante de Cattell parta o estudo da personalidade é a sua
descrição sistemática da personalidade. Para avaliar diferenças de personalidade no
conjunto da população, Cattell desenvolveu seu teste mais conhecido e mais utilizado, o
Questionário de Dezesseis Fatores da Personalidade (16PF); “PF” significa “fatores da
personalidade.
A personalidade é complexa. As pessoas só conseguem pensar num número limitado
de conceitos por vez, mas os computadores podem levar simultaneamente em consideração
muitas variáveis, cabe ao ser humano, contudo, fornecer os dados ao computador e dizer-
lhe como combinar as várias fontes de dados. É nisso que se concentra o método de Cattell.
Cattell foi pioneiro dos métodos de pesquisa multivariados. Essa estratégia de
pesquisa trabalha com diversas variáveis ao mesmo tempo para predizer o
comportamento.ele teve o mérito de desenvolver uma metodologia cuja finalidade é
examinar simultaneamente vários determinantes.
A análise fatorial é um procedimento estatístico baseado no conceito de correlação.
Um coeficiente de correlação mede a relação entre dois conjuntos de números. O
procedimento envolve complicados cálculos matemáticos, mas a idéia é simples. Existem
ambigüidades metodológicas na análise fatorial, de um mesmo conjunto de dados podem
decorrer muitas soluções diferentes de análises fatoriais, dependendo dos pressupostos. A
análise fatorial não é um procedimento mágico, tampouco é automática. Cattell afirma que
muitos pesquisadores computam incorretamente as análises fatoriais, chegando assim a
resultados incorretos.
Cattell empregou a anélise fatorial para descrever os traços mais ou menos
imediatamente evidentes de uma pessoa, que ele denominou traços superficiais.
E também se aprofundou na busca de padrões ocultos, que para elel eram os determinantes
subjacentes da personalidade e a que chamava traços-fonte. Ele chamou de traços
superficiais esses padrões de variáveis intercorrelacionados. O termo superficial indica
que, embora “na superfície” eles pareçam ser um traço, não existe evidência de que sejam
efetivamente um traço em termos permanentes. Graças a numerosos estudos, Cattelçl
identificou alguns agrupamentos de correlações bastante “robustos”, segundo ele , esse
padrão robusto precisa ter uma única fonte de variância. Ele procurou descobrir esses traços
robustos usando a análise fatorial, e denominou-os traços-fonte.
Seguindo os resultados da análise fatorial de segunda ordem incluem duas dimensões
particularmente interesantes da personalidade, a extroversão e a ansiedade. Segundo Cattell
existe uma base genética para a Extroversão. Especificamente, as pessoas que herdam uma
tendência a reagir mais intensamente às idéias do que aos estímulos externos tendem a se
5. tornar introvertidas. O fator de segunda ordem Ansiedade, também denominado
neuroticismo, tem uma carga maior de fraqueza do ego, propensão a culpa, tendência
paranóide, auto-sentimento baixo e muita tensão impulsiva. Cattell aceitava a idéia de que a
neurose e a psicose se devem a conflitos não resolvidos internos ao invivíduo. A
hereditariedade fornece a predisposição para a emotividade, para ele o que é inato é mais
uma predisposição do que uma doença.
É comum, na teoria da personalidade distinguir vários tipos de traços, entre os quais
os traços dinâmicos, o temperamento e a aptidão. Cattell também adotou esses conceitos.
Os traços de aptidão definem vários tipos de inteligência, entre elas a inata e a
adquirida e determinam com que eficiência uma pessoa trabalha para alcançar uma meta
desejada.
Traço de temperamento são traços-fonte predominantemente
constitucionais(herdados) que determinam o “estilo geral e o ritmo com os quais uma
pessoa realiza tudo o que faz.”
Os traços dinâmicos são motivacionais; são traços que fornecem a energia e a
direção para as ações.
Embora sua abordagem tenha sido criada como alheia à teoria, Cattell recorreu a
conceitos de outros teóricos para interpretar os seus resultados e declarou que um trabalho
empíricotão extenso quanto o seu podia ser de grande valia para os progressos teóricos no
campo da personalidade.
6. tornar introvertidas. O fator de segunda ordem Ansiedade, também denominado
neuroticismo, tem uma carga maior de fraqueza do ego, propensão a culpa, tendência
paranóide, auto-sentimento baixo e muita tensão impulsiva. Cattell aceitava a idéia de que a
neurose e a psicose se devem a conflitos não resolvidos internos ao invivíduo. A
hereditariedade fornece a predisposição para a emotividade, para ele o que é inato é mais
uma predisposição do que uma doença.
É comum, na teoria da personalidade distinguir vários tipos de traços, entre os quais
os traços dinâmicos, o temperamento e a aptidão. Cattell também adotou esses conceitos.
Os traços de aptidão definem vários tipos de inteligência, entre elas a inata e a
adquirida e determinam com que eficiência uma pessoa trabalha para alcançar uma meta
desejada.
Traço de temperamento são traços-fonte predominantemente
constitucionais(herdados) que determinam o “estilo geral e o ritmo com os quais uma
pessoa realiza tudo o que faz.”
Os traços dinâmicos são motivacionais; são traços que fornecem a energia e a
direção para as ações.
Embora sua abordagem tenha sido criada como alheia à teoria, Cattell recorreu a
conceitos de outros teóricos para interpretar os seus resultados e declarou que um trabalho
empíricotão extenso quanto o seu podia ser de grande valia para os progressos teóricos no
campo da personalidade.