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PERCEPÇÃO SENSORIAL
“As imagens são intermediários entre o mundo e os
homens. O homem ex-siste, quer dizer, não acede ao mundo de
forma imediata, mas através das imagens que possibilitam
imaginá-lo. Mas enquanto o representam, interpõem-se entre o
mundo e o homem”.
Vilém Flusser, Para uma filosofia da fotografia.
Trabalho de Processos Psicológicos Básicos, ref. ao
Segundo Semestre, sob orientação da Profa. Andréa Patutti.
Data: 01.010.14.
CAMPINAS – SWIFT
2014
2
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1-PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO CÉREBRO.....................................6
FIGURA 2-DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO ............................8
FIGURA 3- SISTEMAS SENSÓRIOS ....................................................................10
FIGURA 4- PROCESSOS DA PERCEPÇÃO.......................................................11
FIGURA 5- CARACTERISTICAS SOCIOCULTURAIS .....................................22
FIGURA 6- CARACTERISTICAS DO AMBIENTE ..............................................23
Figura 7- REAÇÕES PARTICIPANTES ............................................................ 245
FIGURA 8- GRÁFICO IMAGENS PRINCIPAIS ...................................................28
FIGURA 9 - GRÁFICO IMAGENS POSTERIORES............................................28
FIGURA 10 - IMAGEMS UTILIZADA.....................................................................31
3
SUMÁRIO
1 RESUMO .............................................................................................................................4
2 Introdução Teórica...........................................................................................................5
2.1......Sentidos especiais.....................................................................................................5
2.2......Sentido somático e geral (somestesia)................................................................5
2.3......Qualidades sensoriais ..............................................................................................6
2.3.1...Limiar absoluto .............................................................................................................6
2.3.2...Limiar relativo................................................................................................................6
2.4......Sentidos........................................................................................................................7
2.5......Sensação......................................................................................................................8
2.5.1...Exteroceptiva ................................................................................................................9
Interoceptivo (cenestésico).....................................................................................................9
2.5.2...Propriocepção (cinestésica).......................................................................................9
2.6......Percepção..................................................................................................................10
2.6.1...Percepção visual........................................................................................................11
2.6.2...Percepção auditiva.....................................................................................................11
2.6.3...Percepção gustativa ..................................................................................................12
2.6.4...Percepção olfativa......................................................................................................12
2.6.5...Percepção tátil ............................................................................................................12
2.6.6...Percepção temporal...................................................................................................12
2.6.7...Percepção espacial....................................................................................................12
2.6.8...Percepção Proprioceptiva.........................................................................................13
3 PRINCÍPIOS ESSENCIAIS DA PERCEPÇÃO..........................................................15
3.1......Atenção seletiva.......................................................................................................15
3.2......Ilusão perceptiva......................................................................................................15
3.3......Organização Perceptiva .........................................................................................16
3.4......Constância perceptiva............................................................................................17
3.5......Percepção da forma ................................................................................................17
3.6......Percepção de profundidade e distância ............................................................18
3.7......Percepção de movimento ......................................................................................18
4 PERCEPÇÃO DE MOVIMENTO APARENTE............................................................20
5 Metodologia (sujeitos e procedimentos (instrumentos) .....................................21
5.1......Caracterização da amostra de forma geral e sucinta.....................................21
5.2......Procedimento............................................................................................................21
5.2.1...Caracterização do ambiente.....................................................................................21
5.2.2...Recursos usados........................................................................................................21
6 RESULTADOS..................................................................................................................22
7 DISCUSSÃO....................................................................................................................27
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................29
9 ANEXOS............................................................................................................................30
4
1 RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade desenvolver a prática de observação,
tabulação de dados e exposição das informações obtidas a partir a interação visual de uma
amostragem de indivíduos com uma imagem ambígua composta por um grupo de formas
que podem ser percebidas e interpretadas de diferentes maneiras conforme o ambiente de
pesquisa, contexto de vida, bem como características demográficas e culturais de cada
sujeito submetido à experiência perceptiva dada a partir de estímulo sensorial de natureza
visual. Faremos a comparação entre as informações práticas obtidas e conjunto teórico
estudado na disciplina de Processos Psicológicos Básicos.
Tal amostra de pessoas é composta por um grupo basicamente homogêneo formado
por indivíduos do sexo masculino, caracterizados nas fases jovens adultos e adultos de
meia idade, conforme a classificação relativa às fases do ciclo vital humano, com grau de
escolaridade em nível superior (completo ou cursando), mas com profissões, aptidões e
interesses pessoais diversos, podendo verificar como se apresentam as semelhanças e
discrepâncias dentro do processo perceptivo, conforme a peculiaridade da qualidade
sensorial e do processo epistemológico do pensamento e da codificação dos conteúdos
internos individuais na memória.
Nosso objeto de estudo partirá de um limiar psicofísico do ponto de vista
epistemológico e de um limiar absoluto propiciado pelos elementos da qualidade da visão.
Pretendemos demonstrar aqui que os olhos, como órgão do sentido e o sistema visual como
fatores conjuntamente isolados, são capazes de produzir efeitos de ordem meramente
neurofisiológicos ou psicomotores, que têm início e fim neles mesmos, como acontece com
os seres irracionais ou com alguma habilidade psicomotora limitada, eis que e o processo da
visão emprega diversos órgãos especializados e funções neurais específicas e funcionais e
o processo perceptivo mostra-se bem mais complexo.
Inegável que se existem imagens é porque temos, obvia e primeiramente, o sentido
da visão, mas as imagens e as leis perceptivas estão claramente interligadas a
individualidade perceptiva e como os processamentos Botton Up (estímulo sensorial) e Top
Down (capacidade perceptiva) relacionados à percepção visual são operados,
representando um significado subjetivo, valendo lembrar, ainda, que a visão tida como uma
das principais maneiras como se dá a relação entre o homem e o mundo.
Na realização deste trabalho, o grupo buscou a formulação de uma hipótese
perceptiva, criada com fundamento nas teorias de sensação e percepção de Meyer, David
G. (1999) e ainda na Teoria Gestaltica, surgida na Alemanha no final do Século XX.
A ferramenta de estudo utilizada foi uma imagem que permitia a interpretação de
mais de um significado e o grupo de trabalho elegeu como HIPÓTESE aquela em que os
entrevistados percebem primeiro a imagem que se apresentava em primeiro plano, ou seja,
a figura dos dois astronautas.. O principal fator para a seleção de uma das hipóteses a ser
trabalhada em detrimento da outra, considerou o fator da predisposição na predominância
do imaginário infantil e da rotina, como característica sociocultural popularmente conhecida
nos perfis masculinos de forma geral e, de fato, a maioria dos entrevistados verificaram
primeiro a figura dos dois astronautas, o que confirmou a hipótese selecionada.
5
2 Introdução Teórica
O corpo humano é dotado de um complexo sistema de órgãos sensoriais que
detectam os estímulos físicos e químicos do meio ambiente, originados fora e dentro do
corpo. Os órgãos sensoriais e os componentes do sistema nervoso periférico e central
associados ao processo de análise e interpretação de estímulos formam o Sistema
Sensorial.
Partindo dessa premissa, podemos classificar os sentidos em:
2.1 Sentidos especiais
São aqueles cujos órgãos sensoriais encontram-se na cabeça: visão, audição,
equilíbrio, gustação e olfação.
2.2 Sentido somático e geral (somestesia)
Através deles podemos perceber no corpo todo, incluindo a cabeça, como os
sentidos do tato, dor, sensação térmica, sentido de posição das partes do nosso corpo, etc.
Entretanto há várias outras informações originadas no nosso corpo que não se tornam
perceptíveis, mas o sistema nervoso central está detectando continuamente, como os
valores de açúcar no sangue, do nível de oxigênio ou a pressão sanguínea, etc.
Cada órgão sensorial é dotado de funções que transformam os estímulos químicos
e/ou físicos em impulsos elétricos, ocasionando um fenômeno chamado transdução
sensorial, por exemplo, no olho, a luz é transformado em impulso nervoso e na orelha, as
ondas de pressão sonora são convertidos em sinais elétricos, etc. .
A figura 01 representa os órgãos dos sentidos especiais e somáticos gerais e indica
as regiões cerebrais responsáveis pelo fenômeno da transdução relacionada a cada sentido
específico. Através de nervos periféricos, as informações que foram decodificadas chegam
ao sistema nervoso central (na medula ou no encéfalo), já no córtex cerebral, em regiões
específicas, ocorrem o conhecimento sobre o mundo externo e sobre o nosso próprio corpo.
6
FIGURA 1-PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO CÉREBRO
2.3 Qualidades sensoriais
As qualidades sensoriais fazem parte do sistema sensorial como um todo e
dependem de cada modalidade de sensação percebida por determinados estímulos e forma
como são registradas na memória e processadas cognitivamente no sistema nervoso
central, podendo tais qualificações variar de um sujeito para o outro a partir de um mesmo
estímulo, dependo de outros fatores.
Dependem também de 02 (dois) elementos essenciais que dão início ao
processo sensoperceptivo:
2.3.1 Limiar absoluto
Estimulação mínima necessária para detectar algo. Estimulação mínima necessária
(sensibilidade a barulhos).
2.3.2 Limiar relativo
Diferença mínima entre dois estímulos para a percepção. Diferença mínima entre
dois objetos.
2.3.3 Podem ser pré-classificadas em:
- Objetivas: Aspectos da qualidade funcional do sentido que não correspondem a
variações de quantidade. Por exemplo, no caso da visão, a luminosidade do estímulo é uma
qualidade;
7
- Subjetivas: Aspectos da sensação subordinados às variações de quantidade
(intensidade) da sensação que podem interferir na eficácia qualitativa da sensibilidade. No
caso da visão, as variações de luminosidade.
Desta forma, uma sensação pode ser sentida ou não pelo indivíduo e pode
ser mais ou menos intensa, sendo estes fatores variáveis dentro do processo perceptivo.
2.4 Sentidos
Trata-se do processo pelo qual o homem interage e reconhece o mundo. O sistema
sensorial é dividido em 05 (cinco) sentidos:
Audição: o processo é responsável pela captação e processamento de sons e
promove sua identificação, reconhecimento, diferenciação, interpretação, ou simplesmente
para localizar sua origem ou como ferramenta de comunicação. A percepção auditiva ocorre
a partir de estímulos originados dos dois ouvidos (Botton Up), passando pelas vias auditivas
do cérebro para ser percebido e significado (Top Down). Ativação do Lobo Temporal.
Olfato: Processasse primeiramente pelo estímulo dos receptores localizados na
cavidade nasal, o epitélio olfatório. Distingue odores, diferenciando um odor de outros e o
efeito de suas combinações, bem como determinando o alcance olfativo. Ativação do Lobo
Temporal.
Paladar: è possibilitada por receptores localizados em várias partes da cavidade oral
e agrupados em órgãos sensoriais chamados corpúsculos gustativos que compõe-se de
quimiorreceptores especializados em quatro qualidades básicas: azedo, doce, amargo e
salgado, podendo tais receptores distingui-los ou combinar outros sabores. Ativação do
Lobo Parietal.
Tato: O tato é sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presença,
forma e tamanho de objetos em contato com o corpo e também sua temperatura. Além
disso, o tato é importante para o posicionamento do corpo e a proteção física. Entre os
fatores presentes na percepção tátil estão a capacidade de distinguir objetos de pequenos
tamanhos, percepção de calor e percepção de dor. Ativação do Lobo Parietal.
Visão: O órgão sensorial que controla as nossas sensações visuais é o olho. Quando
os nossos olhos captam raios de luz a imagem que está no nosso horizonte é nítida na
retina, de seguida a lente está logo atrás da pupila, dobra e foca a imagem que é depois
enviada para a parte de trás do olho. A parte de trás do olho está formada por milhares de
células. Esse forro chama-se retina, que registra a imagem e envia sinais ao cérebro via
nervo óptico. Na retina há duas espécies de células sensíveis à luz, estas são os bastonetes
e os cones. Alguns cones são sensíveis á luz vermelha, outros a verde e outros a cor azul.
Depois de enviada a imagem ao cérebro, este a põe na posição correta e identifica o que
estamos vendo. Ativação do Lobo Occipital.
Atuando individualmente ou com suas qualidades somadas a outras de outros
sentidos simultaneamente, propiciam o nosso relacionamento com o ambiente.
No trabalho em questão, o sentido a ser estudado é o da VISÃO e suas
manifestações perceptivas, onde a percepção visual compreende a percepção de formas,
relações espaciais (profundidade), cores, movimentos, intensidade luminosa, captadas pelos
órgãos do sentido.
8
2.5 Sensação
Sensação se refere ao processo de detecção de energia física do ambiente e
codificações em sinais nervosos. A sensação não necessariamente torna-se percepção.
Trata-se de um processo fisiológico de ligação do organismo com o meio,
através dos órgãos sensoriais, e consiste na transmissão de um sinal nervoso (corrente
elétrica) desde o órgão sensorial até aos centros de descodificação. Realiza-se pela ação de
um estímulo específico sobre um receptor que é apropriado para recebê-lo. Assim, por
exemplo, os olhos recebem estímulos luminosos, os ouvidos estímulos sonoros, também é
reação física do corpo ao mundo físico, sendo regida pelas leis da física, química, biologia,
etc.
Como os receptores sensoriais são os órgãos dos sentidos que recebem e
transmitem mensagens bioquímicas sob a forma de influxo nervoso que após serem
descodificadas e interpretadas nos centros nervosos de conexão (medula espinal e
encéfalo), desencadeiam uma resposta motora ou glandular. Dessa forma, a sensação
consiste numa espécie de apresentação isolada das qualidades dos objetivos constituídos a
base da percepção.
Embora por vezes se considere a sensação como o ponto de partida para a
construção empírica que leva à experiência, ela não é, no entanto, um dado imediato da
consciência, eis que a sensação só tem um significado mais complexo na a forma de
percepção. Assim, apenas podemos falar de sensações nas percepções, caso contrário não
se pode obter um significado.
As sensações podem originar de estímulos de origem EXTEROCEPTIVA,
INTEROCEPTIVA E/OU PROPIOCEPTIVAque no Sistema Nervoso Central e geram as
qualidades sensoriais (sensibilidade), conforme mostra a Figura 02.
FIGURA 2-DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO
Fonte: http://pt.slideshare.net/luizaa.rabelo/7a-aula-fisiologia-sensorial-10122012-farmcia-021
9
Assim, as sensações podem ter 03 (três) tipos de origem:
2.5.1 Exteroceptiva
Responsável processamento de informações oriundas do ambiente externo e
provenientes dos órgãos relativos aos sentidos visual, auditivo, gustativo, olfativo e cutâneo
que geram reações de natureza química;
Interoceptivo (cenestésico)
Informa sobre as funções internas do corpo, provenientes de nossos órgãos internos
e que proporcionam a sensação de bem estar e mal estar, fome, sede, sensibilidade
visceral;
2.5.2 Propriocepção (cinestésica)
É relativa à orientação dos membros e do corpo no espaço. São as sensações que
permitem ao cérebro tomar conhecimento do movimento do corpo no espaço e de sua
posição em relação a outros corpos e tornam conscientes os movimentos corporais,
equilíbrio, sensibilidade para vibrações, causando reações mecânicas.
A teoria científica dá suporte à tese, senão vejamos:
“As sensações – resultantes de uma decodificação em sinais neurais de sistemas do
ambiente, como exemplo iluminação, temperatura e sons – é fundamental para a formação
da percepção, pois fazem parte dela, após serem selecionadas, organizadas e
interpretadas. (LERSCH,1966)”.
“No dia a dia, as sensações, experiências e expectativas individuais são
interpretadas pela mente. O autor define como bottom-up as sensações que chegam à
mente e top-down às expectativas e experiências do indivíduo. (MYERS, 2003)”.
Lembramos, no entanto, que doenças físicas e mentais ou mesmo alterações
hormonais podem interferir na percepção (KRECH; CRUTCHFIELD, 1980). Myers, David
(2003) lembra que existem possibilidades de falhas entre as sensações e o processo
perceptivo.
As possíveis sensações e o processo pelo qual uma modalidade sensorial,
torna-se uma qualidade sensorial é demonstrado no esquema representado pela Figura 03:
10
FIGURA 3- SISTEMAS SENSÓRIOS
Fonte: http://w3.ualg.pt/~lfaisca/Cognitiva%20I/T03_PC_Sensorysystems.pdf
2.6 Percepção
Quando se fala em percepção, é possível descobrir significados variados sobre o
tema, tais como a maneira como um objeto é visto, do conceito que se faz sobre as coisas
ou pessoas, da lembrança que existe de algum momento.
Segundo Carter (2003), a percepção inicia-se a partir do contato do indivíduo com o
ambiente, o que se dá através da interação com os estímulos sensoriais. O sistema nervoso
central recebe, através dos receptores sensoriais, uma série de sensações constantemente
e os neurônios são estimulados em regiões diferentes do cérebro.
Ao tratarmos do o tema percepção é comum que se discorra a partir da utilização do
campo da visão como meio perceptivo, mas é preciso pensar que os outros sentidos
também contribuem e participam nesse processo.
O desenvolvimento de percepção depende de que objetos, cores e movimentos
atinjam um dos cinco sentidos humanos e engloba sensações, expectativas e experiências
do indivíduo.
Portanto, trata-se do processo pelo qual o cérebro dá sentido à informação captada
pelos órgãos do sentido, ou seja, é a tomada de consciência pelo indivíduo do estímulo
sensorial para o qual se dá um significado.
Se sensação é o processo pelo qual recebemos os estímulos do ambiente, faz parte
do processo perceptivo selecionar, organizar e interpretar nossas sensações.
Portanto, a percepção é o processo de dar significado a estes estímulos, conforme
demonstrado na Figura 04.
11
FIGURA 4- PROCESSOS DA PERCEPÇÃO
Assim, na percepção, acrescentamos aos estímulos elementos da memória, do
raciocínio, do juízo de valores e do afeto, portanto, integram-se às qualidades objetiva dos
sentidos outros elementos subjetivos e próprios de cada sujeito.
Podemos verificar que o ser humano interpreta as sensações, associando
informações sensoriais à sua memória e às funções cognitivas, de modo a tomar
consciência e formar juízos de valor sobre o mundo e sobre si próprio para orientar
suas ações.
A percepção está diretamente ligada com as sensações originadas pelos
estímulos sensoriais e são relacionadas da seguinte forma:
2.6.1 Percepção visual
Uma das percepções mais desenvolvidas nos seres humanos e é caracterizada pela
recepção de raios luminosos pelo sistema visual. Compreende a percepção de formas,
relações espaciais (profundidade), cores, movimentos, intensidade luminosa.
2.6.2 Percepção auditiva
Também considerada uma das percepções mais desenvolvida nos seres humanos. É
a percepção de sons pelos ouvidos e uma aplicação diferenciada da percepção auditiva é a
música. A percepção auditiva compreende: percepção de timbres, alturas ou frequências,
intensidade sonora ou volume, ritmo e localização auditiva, sendo um aspecto associado à
percepção espacial que permite distinguir o local de origem do som.
12
2.6.3 Percepção gustativa
Elemento importante para conservar a saúde e sobrevivência dos seres vivos em
geral, evitado a ingestão de alimentos estragados. O paladar é o sentido dos sabores pelas
papilas gustativas, sendo o principal fator dessa modalidade de percepção a discriminação
dos sabores doce, amargo, azedo e salgado.
2.6.4 Percepção olfativa
Importante na afetividade (memória olfativa) e também na função alimentar. O olfato
é a percepção de odores pelos receptores localizados na cavidade nasal. A percepção
olfativa engloba a discriminação de odores, o que diferencia um odor do outros e o efeito de
sua combinação. O alcance olfativo nos seres humanos é limitado.
2.6.5 Percepção tátil
Também importante na afetividade e é sentido pelo tecido (pele) do corpo todo,
embora sua distribuição não seja uniforme. Os dedos da mão possuem uma discriminação
muito maior do que as demais partes, assim como algumas áreas são mais sensíveis ao
calor que outras. A percepção tátil permite reconhecer a presença, a forma e o tamanho dos
objetos em contato com o corpo, bem como sua temperatura. Importante também na
percepção da dor.
2.6.6 Percepção temporal
Não existem órgãos específicos para a percepção de tempo e esbarra no próprio
conceito da natureza do tempo. Essa percepção é desenvolvida com as próprias
experiências e é adquirida com o passar das idades. Por este motivo, crianças pequenas
não dominam esta percepção e por vezes, ficam confusas com questões do tempo (ontem,
amanhã, daqui a dois dias, no próximo final de semana). Isso explica o porquê das crianças
terem a sensação de que o tempo demora muito a passar.
2.6.7 Percepção espacial
Também não possuímos órgãos específicos para esta percepção. Envolve a
percepção de distância e do tamanho relativo dos objetos. Utiliza-se de outras percepções
como a auditiva, a visual e a temporal. Esta percepção nos permite distinguir se um som
procede especificamente de um objeto visto e se esse objeto (ou som) está se aproximando
ou se afastando. Por exemplo, sabemos exatamente se um carro de som está passando
13
pela nossa casa e seguindo a rua, ou se está subindo a rua e ainda passará pela nossa
casa.
2.6.8 Percepção Proprioceptiva
Esta é uma percepção específica dos seres humanos, onde nos permite reconhecer
a localização espacial do nosso corpo, sua posição e a orientação, sem utilizar a visão. Está
ligada ao sistema vestibular do nosso ouvido interno, permitindo a manutenção do equilíbrio
e a realização de diversas atividades práticas. Podemos correr e nos desviar de objetos pelo
caminho sem perder o equilíbrio. Podemos saber se uma roupa vai nos vestir, só em olhar
suas medidas. Sabemos que podemos passar por um lugar apertado ou baixo sem ao
menos estarmos perto, isso nos permite desviar, abaixar ou procurar outro caminho.
De acordo com Vigotski (2008), “a percepção muda de acordo com o crescimento do
indivíduo, desde a infância.” E insere o conhecimento da alteração da percepção com o
início da fala no desenvolvimento infantil. Para ele, aos poucos a aprendizagem da fala
possibilita à criança mudanças em sua atividade perceptiva. Acredita ainda que no processo
perceptivo acriança pode fazer sua escolha e refazê-la, enquanto o adulto faz a escolha a
partir de um movimento já realizado anteriormente.
A percepção então se altera no decorrer da vida. Seu conhecimento intelectual, suas
experiências e expectativas alteram-se assim como suas motivações. O indivíduo não tem
consciência de suas totais mudanças e também não conhece as alterações na sua
percepção.
Krech e Crutchfield (1980) sinalizam a importância de considerar diferenças culturais
e os valores por elas sustentadas na formação da percepção de um indivíduo e afirmam que
a percepção de um indivíduo pode ser diferente de acordo com sua “relação” com o objeto.
Conhecer um determinado objeto, segundo os autores, diferencia a maneira dele ser
percebido, assim como a motivação também pode ser fator de alteração da percepção. Para
eles “a motivação e a personalidade do indivíduo também tem papel importante no processo
de percepção, a atração ou repulsa a um objeto tem total ligação ao comportamento”.
Ainda, as referências e crenças pessoais podem causar adaptação ou distorção
perceptual, isto é, uma maneira bastante individual de decodificar o que está sendo
transmitido.
As desordens da percepção são chamadas agnosias, termo derivado do grego
gnosis, que significa conhecimento. Este termo foi cunhado pela Psicanálise por Sigmund
Freud (1856). As agnosias, geralmente, são causadas por lesões no córtex cerebral e
dependem da região lesionada.
São exemplos de Agnosias:
14
- Prosopagnosia – agnosia visual, incapacidade de reconhecer faces.
- Amusia – agnosia auditiva, incapacidade de reconhecer sons musicais.
- Afasia receptiva – ou agnosia verbal, cujo portador deixa de compreender a fala
emitida por seus interlocutores.
- Assomatognosia ou Síndrome da indiferença – agnosia somestésica,
incapacidade de reconhecer partes do seu corpo ou mesmo regiões inteiras do espaço
extracorporal.
- Acinetópsia – perda da percepção de movimento. O movimento das coisas e
pessoas parece fragmentado, como num filme com defeito.
- Acromatópsia – incapacidade de perceber cores.
15
3 PRINCÍPIOS ESSENCIAIS DA PERCEPÇÃO
3.1 Atenção seletiva
O conceito de atenção é definido pela seleção e manutenção de um foco, seja de
um estímulo ou informação, entre as inúmeras que obtemos através de nossos sentidos,
memórias armazenadas e outros processos cognitivos. Em outras palavras, dirigimos nossa
atenção para o estímulo que julgamos ser importante num exato momento. Os outros
estímulos que não os principais, passam a fazer parte do “fundo” não sendo mais os focos
na atenção, seja em determinado lugar, objeto e/ou sensação.
A atenção seletiva, também chamada de atenção consciente é a capacidade do
cérebro em selecionar e estabelecer um foco de atenção sobre algumas informações em
detrimento de outras oferecidas pelos estímulos sensoriais promovidos pelo ambiente ou
pelo organismo, as quais são descartadas do ponto de vista perceptivo e, portanto, deixam
de ser registradas em razão de capacidade limitada de processamento de estímulos pelo
sistema nervoso.
Não se trata de um comportamento isolado, mas de uma particularidade natural do
sistema nervoso, onde os sentidos recebem informações o tempo todo, sem interrupção.
Por este motivo só nos tornamos conscientes de parte destes dados legando o resto ao
processamento inconsciente.
Da mesma forma, no que tange à ao processo sensoperceptivo, o que ocorre é que
somente alguns estímulos sensoriais chegam a ser conscientemente percebidos.
A atenção seletiva pode ser definida também como a habilidade do indivíduo
dirigir o foco da atenção à um ponto em particular no meio ambiente. Gallagher, French,
Thomas & Thomas (1993) ressaltam que “a atenção seletiva atua no processo de
codificação das dicas específicas relacionadas à tarefa e também, como controladora do
processo que mantém informações relevantes na memória de curta duração”.
Para Treisman (1992) e Craik (1996), “a atenção seletiva é um pré-requisito
para a codificação de informações e os processos de codificação e recuperação são
dirigidos pela percepção e a atenção.”.
Assim, a atenção seletiva determina o que é percebido e codificado na
memória (e com que grau de elaboração), que por sua vez poderá facilitar a recuperação da
informação.
Adler, Gerhardstein & Rovee-Collier (1998, p.280) citando Irwin (1991, 1992),
Lewis, (1970), Moray, (1959) e Treisman, Squire & Green (1974) mencionam que
“informações atendidas, em geral são muito bem lembradas, ao contrário de informações
que não receberam atenção, que em geral não são lembradas e quando são, são muito
vagas”.
3.2 Ilusão perceptiva
Compreensão equivoca de um estímulo ou padrão de estímulos e é causada por
questões neurológicas.
Trata-se de um modo distorcido ou disfuncional de perceber o ambiente e interpretar
o mundo.
Ocorre quando o sujeito atribui aos estímulos significações inadequadas,
estabelecendo certa discrepância entre o real e a percepção do mesmo.
Na ilusão há um estímulo, o sujeito, por exemplo, vê algo que está distorcido. Ocorre
uma interpretação inadequada de um estímulo proveniente da realidade.
16
As percepções são normais se realmente correspondem àquilo que o observando vê,
ouve e sente. Contudo, podem ser deficientes, haver ilusões dos sentidos ou mesmo
alucinações.
As ilusões perceptivas encontram-se reunidas, tendo em conta o objeto, em dois
grupos. No grupo das ilusões qualitativas temos um estímulo externo que provoca a
percepção e é só falseada a qualidade daquilo que é percebido (por exemplo, aquele que
caminha à noite sozinho e receoso, na escuridão, toma o tronco de uma árvore por um
ladrão). É neste grupo de ilusões que se inserem a maior parte dos erros de percepção
quotidianos, ou seja, por sugestionamento que precede e pode alterar à consciência da
realidade.
O grupo das ilusões quantitativas incide sobre o tamanho, a intensidade, à distância
e o número dos objetos de percepção (por exemplo: na solidão da montanha, as vozes
humanas, têm um som especialmente forte, parecendo por isso mais próximas;
frequentemente vemos pessoas baixas com propensão para o vestuário às riscas verticais.
Conscientes da sua pequena estatura vestem-se do modo descrito por saberem que as
riscas verticais as fazem parecer mais altas e elegantes).
Nas ilusões quantitativas destacam-se as ilusões óticas-geométricas, nas quais está
implícito os cumprimentos das linhas, os tamanhos dos ângulos e as medidas das figuras, e
destacam-se os fenômenos de contraste (por exemplo, o jogo de contraste entre o preto e o
branco).
Percepcionamos muitas vezes objetos que se movem, quando na realidade o que
vemos não se mexe. A ilusão do movimento aparente é devida à percepção de estímulos
que se sucedem uns aos outros com regulares e adequados intervalos de tempo. É esta a
técnica utilizada no cinema para dar a ilusão de movimento.
Por vezes, a ilusão pode ir tão longe que percepcionamos algo sem visualizar
qualquer objeto. A este distúrbio da percepção se denomina alucinação. As ilusões devem
ser distinguidas das alucinações porque estas últimas são consideradas crenças erradas,
isto é, são criadas dentro do indivíduo e consideradas, geralmente, como uma evidência de
anormalidade.
As causas das ilusões parecem estar nos três fatores em que se baseia a percepção
sensorial: fatores internos (do nosso organismo), fatores externos (provenientes do
ambiente) e, por último, na reação total da pessoa.
3.3 Organização Perceptiva
Trata-se do processo de transformar informações sensoriais em percepções
significativas, pois os indivíduos são submetidos estímulos físicos constantemente e, para
compreendê-los, formamos organizações perceptuais (termo que se aplica tanto ao
processo de organização quanto ao resultado em si).
Podem ser várias as maneiras de se organizar esses estímulos, e, de fato, assim o
fazemos, mas de maneira que exista sempre apenas uma: nunca há dois tipos de
organização em um só momento. Esse empreendimento se dá de maneira espontânea,
inerente ao indivíduo, porém o consciente pode exercer um papel nesse processo, pois a
organização perceptual ocorre dentro e fora da consciência: se a pessoa quiser, poderá criá-
la conscientemente, mas se não o fizer, o inconsciente agirá.
Um ponto importante no processo de organização perceptual é a diferenciação do
campo perceptual. A maneira com que a forma é apresentada pode, por exemplo,
caracterizar fenômenos como a associação e o contraste.
O primeiro destes princípios diz respeito a uma homogeneização das partes da forma
a que somos compelidos quando não há fronteiras entre elas, ou quando não as
percebemos. Os contornos se tornam importantes neste sentido: tendemos a tornar cada
parte homogênea em matéria de luz; a assimilação pode acontecer quando há proximidade,
especialmente quando estas áreas próximas não estão delimitadas. Já o contraste consiste
17
em perceber-se uma diferença maior do que ela realmente é, e ocorre quando há uma
separação das partes, quase de maneira contrária à assimilação.
3.4 Constância perceptiva
Traduz-se na estabilidade da percepção (os seres humanos possuem uma
resistência acentuada à mudança). Existem três grandes tipos de constância: a da grandeza
(estabilidade de percepção em relação ao tamanho dos objetos), a da forma (em relação à
forma que os objetos normalmente têm) e a constância da cor (que tem a ver com a
quantidade de luz recebida). A constância perceptiva é particularmente importante porque,
graças a ela, o mundo surge-nos com relativa estabilidade.
3.5 Percepção da forma
Definição de Forma: figura ou imagem definida do conteúdo, aparência externa do
objeto.
A percepção da forma é o resultado da interação entre objeto físico meio de luz que
transmite a informação o que prevalece desta informação no sistema nervoso do
observador, determinada em grande parte pela experiência visual de cada um. A forma pode
se apresentar como ponto (a unidade mais simples), linha (secessão de pontos) ou plano
(sucessão de linhas).
Contudo, ao falarmos em percepção das formas e comunicação visual somos
levados a nos aproximar das concepções criadas através da Gestalt. Esta teoria alemã do
início do século XX (por volta de 1910) determinou que a forma é processada em nosso
cérebro obedecendo às leis que levam em consideração fatores de equilíbrio, clareza e
harmonia visual como uma necessidade interna de organização. Até então, vigorava a ideia
de que percebemos uma figura a partir de seus elementos e partes componentes, e a
compreendemos por associação com experiências passadas. Para a Gestalt, quando
olhamos uma imagem, não vemos as partes isoladas, mas as relações entre elas.
Com relação aos tipos de percepção de forma, será selecionado e definido apenas
01 (hum) deles, relativa à percepção da imagem utilizada como ferramenta para o presente
estudo.
A percepção gerada a partir do princípio de segregação e do jogo de figura-fundo, luz
e sombra explica-nos que percecionamos figuras definidas e salientes que se inscrevem em
fundos indefinidos. Não podemos ver objetos sem os separarmos do seu fundo. Por
exemplo, para vermos um cálice branco pintado num fundo preto, temos de fixarmos o olhar
na parte branca. Se fixarmos o olhar na parte preta, podemos ver outras formas que não a
do cálice.
A sombra monocular profunda sugere várias regras:
- Se um objeto é sólido, ele lança uma sombra;
- Se houver apenas uma fonte de luz, todas as sombras cairão na mesma direção e
a sombra será oposta à fonte de luz.
- Objetos com sombras caindo sobre eles estão mais longe do que objetos com
sombras menores;
- Se o objeto for menor do que o "plano do solo" (tal como um poço), a sombra
aparecerá no mesmo lado que a fonte de luz;
- A oclusão, também conhecida como sobreposição ou interposição, ocorre quando
um objeto bloqueia um outro. O objeto que está bloqueado é entendido, por essa
perspectiva, como mais distante do que o objeto bloqueando.
Além disso, os indivíduos seguem naturalmente a orientação de perceber o que está
em primeiro plano e como as cores claras têm esta característica de indução natural para o
ser humano, este é levado a perceber, a priori, que os elementos gráficos mais claros estão
18
em na frente das outras, bem como a variável referente ao tamanho da imagem na retina,
eis que quanto maior a imagem de um objeto mais próximo ele parece.
3.6 Percepção de profundidade e distância
A percepção de profundidade e distância propicia aos seres humanos a capacidade
de ver em três dimensões. Para conseguir esse feito, usamos as sugestões de profundidade
monocular e binocular para obter informações sobre o tamanho relativo, distância, forma e
orientação de objetos e imagens que olhamos. Estas sugestões permitem criar uma
interpretação mais precisa de ações e comportamentos de imagens ou objetos em
movimento. As sugestões de profundidade monoculares se referem a essas leituras que
ocorrem no olho individualmente.
A experiência e os conteúdos internos anteriores à ao processo perceptivo nos
permite saber o tamanho relativo de muitos objetos. Essa experiência informa nossa
interpretação da distância. A percepção familiar do tamanho nos diz que o ângulo visual dos
objetos os torna menores com a distância, nos permitindo calcular a profundidade provável
ou distância deles.
São fortes sinais de profundidade o tamanho conhecido, a perspectiva e os efeitos
de textura. Quando sabemos que um objeto é similar em tamanho a um outro e ambos os
objetos estão dentro do nosso plano de visão, a sugestão relativa do tamanho nos permite
entender que o objeto com o maior ângulo de visão sobre a retina está mais perto do que o
outro.
O ser humano tendemos a ver um objeto contra um fundo. Dependendo da atenção
seletiva que se dá, o mesmo objecto pode ser visto como figura ou fundo, alternadamente
mas nunca ambos em simultâneo. Os estímulos que parecem figuras dão os contornos à
mesma e ao fundo.
Assim, ss figuras são vistas como nítidas e com formas definidas e este princípio
prega que que não se pode ver nenhum objecto se este não for destacado do fundo.
3.7 Percepção de movimento
Escolha e defina apenas um dos tipos e descreva (escolha aquele pertinente ao seu
trabalho)
Muitos processos neurais estão envolvidos na percepção humana de movimento,
distribuídos em muitas áreas do cérebro. Contudo, os neurônios da área temporal média
parecem desempenhar um papel central.
Um objeto se move, e ao mover-se, ele muda a sua localização no espaço físico.
Diz-se que um objeto está em movimento em relação a outro quando a sua posição se
modifica em relação à ele. Isaac Newton (físico e matemático inglês) foi o primeiro a
apresentar uma teoria que explicasse satisfatoriamente os movimentos. Sua primeira lei
“todo corpo em repouso ou em movimento retilíneo uniforme continua nesses estados, a
menos que seja obrigado a alterá-los por forças aplicadas a ele”.
Vive-se num mundo de espaço, de tempo e de movimento. A capacidade de
perceber eficientemente movimento, tempo, espaço e objetos, depende de uma integração
ordenada de padrões muito complexos de estímulos.
A movimentação de um objeto muitas vezes provoca uma percepção enganosa de
movimento, ou seja, percebe-se o movimento onde de fato ele não ocorre. Um exemplo
disto é, a ilusão da lua, que parece “mover-se” atrás das nuvens. Quando sabe-se que são
as nuvens as que realmente se movem, mas não são percebidas em movimento. A lua pode
ser vista “parada”. Analisando este fenômeno, tem-se na retina uma imagem da lua e uma
imagem das nuvens. Quando as nuvens se movem, fisicamente muda a distância entre
essas imagens na retina. Essa mudança de distância, entre as duas imagens na retina, é
19
que constitui o estímulo para o movimento percebido, ou seja, vê-se a lua em movimento e
não o fundo.
O sistema visual é programado de forma tal a admitir que é sempre a figura que está
em movimento e não o fundo. Parece estar em movimento sempre aquilo que ocupa a
menor área do campo visual e se situa na região central, ou então, aquilo que está sendo
observado, pois sabe-se que se costumam mover pessoas, animais e carros; árvores,
casas, pontes, não se movem.
Com relação aos tipos de percepção de forma, será selecionado e definido apenas
01 (hum) deles, relativa à percepção da imagem utilizada como ferramenta para o presente
estudo.
20
4 PERCEPÇÃO DE MOVIMENTO APARENTE
O Movimento Aparente é a ilusão de movimentos contínuos e o movimento “real” é
aquele no qual o objeto se move continuamente no campo visual do observador. No
Movimento Aparente existe uma convincente impressão de movimento sem que ocorra
deslocamento físico. Existe apenas uma rápida sequência de imagens, cada uma das quais
difere ligeiramente da que a antecede e da que a sucede. Vê-se um movimento contínuo e
não uma série de imagens estáticas e separadas.
Para que o sistema visual perceba um objeto em Movimento Aparente, se faz
necessário detectar o que se chama de correspondência. Se cada imagem difere um pouco
uma da outra, o sistema visual pode perceber movimento, ou então, se diferem muito uma
das outras, a ilusão de movimento será destruída.
Em analogia feita entre o cérebro e o funcionamento de um computador, quando a
imagem estimula a retina o olho transmite a imagem para o cérebro como uma combinação
de pequenos pontos. O cérebro, então, compara cada ponto aos muitos pontos em quadros
sucessivos. Por meio de cálculos complexos ele distingue um conjunto de pontos iguais
compostos em um único objeto que teve a sua posição alterada, ou seja, foi movido.
Acredita-se que a Percepção do Movimento Aparente é controlada num estágio
anterior do processamento visual.
Para a geração de Movimentos Aparentes se faz necessário observar alguns fatores
importantes, tais como:
a) a distância entre os dois estímulos: quanto maior a distância entre os dois
estímulos, maior deve ser a sua intensidade (se o intervalo de tempo for constante), ou
maior deve ser o intervalo de tempo (se a intensidade é constante);
b) a intensidade dos estímulos: quanto maior a intensidade, maior deve ser a
distância entre os estímulos, ou menor o intervalo de tempo;
c) o intervalo de tempo da sucessão: quanto maior o intervalo de tempo, maior deve
ser a distância, ou menor a intensidade.
VI – Explique a sua hipótese que será testada nesse trabalho – A hipótese levantada
foi a de que os homens veriam primeiro os astronautas, porque é uma imagem que se
relaciona com o imaginário masculino infantil e ainda pelas questões da percepção que
envolvem luz e sombra e também profundidade.
21
5 Metodologia (sujeitos e procedimentos (instrumentos)
5.1 Caracterização da amostra de forma geral e sucinta
Imagem com mais de um sentido, ou sentido ambíguo, onde é possível verificar a
presença de dois astronautas, uma lua ou planeta terra e ainda uma caveira e uma nave
espacial, de acordo com as experiências pessoais de cada um, tal como descrito na teoria
do senso-perceptiva.
5.2 Procedimento
5.2.1 Caracterização do ambiente
A maior parte das entrevistas foram realizadas em ambientes escolhidos pelos
participantes, para gerar mais comodidade e conforto, no entanto, em muitos casos a
atenção se mostrou prejudicada em razão de ruídos, pressão por horário e interrupções de
outras pessoas.
5.2.2 Recursos usados
Imagem impressa, caneta e papel.
22
6 RESULTADOS
As atividades de entrevista e observação foram realizadas com um grupo de
homens, nas fases que compreendem jovens adultos e adultos de meia idade, com nível
superior, com relacionamento interpessoal com o grupo de trabalho.
FIGURA 5- CARACTERISTICAS SOCIOCULTURAIS DOS PARTICIPANTES
PARTICIPANTE IDADE SEXO ESCOLARIDADE PROFISSÃO
PRÉ-
DISPOSIÇÕES
SOCIOCULTURAIS
1. R. A. E. C. 32 ANOS M
SUPERIOR
COMPLETO
SUPERVISOR
ADMINISTRATIVO
GAMES
2. V. G. F. 26 ANOS M
SUPERIOR
INCOMPLETO
EDUCADOR
SOCIAL
LITERATURA E
TELEVISÃO
3. F. Z. 25 ANOS M
SUPERIOR
INCOMPLETO
MONITOR
PEDAGÓGICO
TERAPIA
OCUPACIONAL
4. D. B. P. 30 ANOS M
SUPERIOR
INCOMPLETO
PROFISSIONAL
DE
MANUTENÇÃO
AERONÁUTICA
FUTEBOL
5. F. G. V. C. 50 ANOS M
SUPERIOR
COMPLETO
MÉDICO
CULINÁRIA E
VEÍCULOS
AUTOMOTIVOS
6. D. D. P. 49 ANOS M
SUPERIOR
COMPLETO
EDUCADOR
FÍSICO
GAMES E
ESPORTES EM
GERAL
7. R. F. M. S. 51 ANOS M
SUPERIOR
COMPLETO
DENTISTA
FILMES E
FUTEBOL
23
FIGURA 6- CARACTERISTICAS DO AMBIENTE
PARTICIPANTE IDADE SEXO
LOCAL DA
ATIVIDADE
PRÁTICA DE
ESTUDO
CARACTERÍSTICA
DO AMBIENTE
1. R. A. E. C. 32 ANOS M
AMBIENTE DE
TRABALHO
DURANTE O
INTERVALO PARA
ALMOÇO
CALMO, MAS COM
TEMPO LIMITADO
PARA O
ENTREVISTADO.
2. V. G. F. 26 ANOS M
PRAÇA PÚBLICA
COM BAIXA
CIRCULAÇÃO NO
FINAL DA TARDE
AMBIENTE
CAMPAL CALMO,
COM RUÍDO DE
PÁSSAROS E
TEMPO
DISPONÍVEL.
3. F. Z. 25 ANOS
M
PADARIA
DURANTE O
FINAL DE SEMANA
TUMULTUADO,
COM
INTERFERÊNCIA
DE MUITOS
ESTÍMULOS,
VISUAIS,
SONOROS E
OLFATIVOS.
4. D. B. P. 30 ANOS M
CANTINA DE
INSTITUIÇÃO DE
ENSINO ANTES
DO HORÁRIO DE
AULA
CALMO
DEVIDO AO
HORÁRIO COM
BAIXA
CIRCULAÇÃO DE
ALUNOS, MAS
COM TEMPO
LIMITADO PARA O
ENTREVISTADO.
24
Figura 7- REAÇÕES PARTICIPANTES
5. F. G. V. C. 50 ANOS
M
RESIDÊNCIA DOS
PAIS APÓS
ALMOÇO
DOMINICAL DA
SALA DE ESTAR
INTERFERÊNCIAS
CONSTANTES DE
ESTÍMULOS
SONOROS,
VISUAIS E COM
COMUNICAÇÕES
EXTERNAS
INTERMITENTES.
6. D. D. P. 49 ANOS M
CANTINA DE
ACADEMIA APÓS
A PRÁTICA
ESPORTIVA
TUMULTUADO,
COM
INTERFERÊNCIA
DE MUITOS
ESTÍMULOS,
VISUAIS,
SONOROS E
OLFATIVOS.
51 ANOS
M
AMBIENTE DE
TRABALHO ENTRE
UMA ATIVIDADE E
OUTRA
INTERFERÊNCIAS
CONSTANTES
COM
COMUNICAÇÕES
EXTERNAS
INTERMITENTES
25
PARTICIPANTE IDADE DESCRIÇÃO DAS REAÇÕES INDIVIDUAIS
1. R. A. E. C.
32
ANOS
Segurando a imagem em uma distância próxima aos
olhou viu os dois astronautas, aproximando ainda mais a
imagem viu o planeta, logo em seguida afastou e observou
duas caveiras.·.
2. V. G. F.
35
ANOS
Segurou a imagem, observou a caveira, informou
que viu, pois olhou a imagem como um todo, em seguida
viu os dois astronautas, pois fixou o olhar mais
especificamente na imagem.·.
3. F. Z.
25
ANOS
Ao observar a imagem viu os dois astronautas, logo
em seguida a lua.
Continuou e após um longo tempo viu a caveira.·.
4. D. B. P.
30
ANOS
O entrevistado segurou a imagem com as duas
mãos, afastou um pouco e observou primeiramente os dois
astronautas, afirmando que tratava-se de uma imagem
única e não de uma imagem espelho devido ao
posicionamento e quantidade de pegadas no chão da lua.
Posteriormente identificou uma nave espacial e outro
astronauta no reflexo dos capacetes, continuou observando
e com a figura ainda na mesma distância, informou que via
também o planeta terra ao fundo.
Perguntando se o entrevistado conseguia identificar mais
alguma imagem, o mesmo aproximou a figura e não
conseguiu identificar a caveira.·.
5. F. G. V. C.
50
ANOS
O entrevistado ao se deparar com a imagem
manifestou-se com prontidão sobre a percepção de dois
astronautas, observando melhor, notou a presença de uma
nave espacial no reflexo dos óculos dos astronautas, o que
impressionou a entrevistadora e depois de indagado sobre
outras imagens, disse que não via mais nada com certa
impaciência.
6. D. D. P.
49
ANOS
O entrevistado observou a imagem no celular da
entrevistadora, que o segurava.
26
Cerrou os olhos e logo respondeu que a primeira imagem
observada foi a caveira. Observou mais um pouco e
afirmou ver dois astronautas, logo em seguida. Ao
perguntar se visualizava algo mais, o entrevistado disse
que via um planeta, encima de toda a imagem.
7. R. F. M. S.
51
ANOS
O entrevistado percebeu prontamente a imagem de
dois astronautas e, logo em seguida, a Lua. Foi
interrompido pelo toque do telefone, o qual foi atendido.
Indagado sobre outras imagens, visualizou a caveira e
embora demonstrasse esforço disse que não via mais nada
com certa impaciência.
27
7 DISCUSSÃO
Este item deve ser levado em consideração a correlação com a teoria daquilo que foi
observado. Não é pra fazer para cada participante, a não ser que seja bem significativo.
Busque destacar as discrepâncias, assim como as regularidades do processo senso-
perceptivo.
HIPÓTESE: a AMOSTRA VERÁ PRIMEIRO A FIGURA DOS DOIS ASTRONAUTAS.
O grupo de trabalho, ao selecionar a imagem utilizada como instrumento para a
realização do estudo, partiu de duas hipóteses relativas aos princípios da percepção
relativos à atenção seletiva e da organização para observar as reações ante a exposição da
figura. Feito isso, foi realizada uma pesquisa entre para os próprios integrantes do grupo e
pessoas diversas e heterogêneas para nortear nossa seleção para que pudesse ser obtido o
máximo de requisitos que atendessem a proposta.
Nesse primeiro momento, observamos que as principais figuras destacadas, com
base nos princípios da teoria da Gestalt, seguiam por duas vertentes principais:
-Princípio da unidade (hipótese da caveira);
-Princípios segregação, unificação, proximidade e semelhança (hipótese dos dois
astronautas).
A segunda hipótese foi selecionada em razão da maior quantidade de elementos a
serem trabalhados na prática e na teoria, elencadas acima no segundo item. Concluímos
que assim, poderíamos ter um maior grau de pregnância para orientação.
No entanto, observamos que para sedimentar a assertividade da hipótese, buscamos
uma amostra que fosse mais tendente à mesma e para isso, nos pautamos características
psicoculturais para defini-la.
Definimos, portanto, que, acrescentando os conteúdos internos influenciados pela
cultura social, principalmente no que tange ao imaginário infantil e á preferência do gênero
da ficção, bem como outras peculiaridades masculinas, os homens tenderiam a comprovar a
hipótese que utilizava a maioria das premissas de Gestalt no processo senso-perceptivo. O
resultado foi, de fato, a comprovação da hipótese pela maioria da amostra.
No entanto e principalmente pelo fato de que não houve unanimidade nos resultados
obtidos, vale destacar alguns fatores semelhantes e outros discrepantes que puderam
influenciar no resultado.
Partindo dos dados obtidos particularmente pela amostra, pudemos observar que o
principal fator que influenciou na discrepância do processo senso-perceptivo e diferiu os
resultados da amostra o foi a formação acadêmica e a área de atuação profissional dos
indivíduos, principalmente se verificarmos que o contraponto da hipótese trabalhada foi dado
por profissionais da área de ciências biológicas.
Portanto, a parcela da amostra ligada à saúde apresentou uma tendência
neuroperceptiva que envolve principalmente o princípio da atenção seletiva para organizar
sua percepção e perceber a caveira, uma vez, que é comum o contato esqueletos nesse
meio de atuação profissional, o que demonstra que o a faceta do “adulto profissional”
precede ao da “criança” detentora do imaginário infantil diante do processo senso-perceptivo
ao perceber a caveira primeiro.
28
No entanto, o processo senso-perceptivo observado nessa parcela da amostra não
foge da teoria da Gestalt, principalmente no que tange à percepção do todo em relação às
partes que o compõem. Apenas configura-se em outro conjunto princípios diferentes
daquele que observaremos na hipótese eleita, eis que a cognição é coerente com a pré-
disposição, experiências e cotidiano dos indivíduos, bem como segue o princípio da
unidade.
Por outro lado, notamos que a maioria os outros entrevistados que confirmaram a
hipótese aventada utilizaram a maioria dos princípios da Gestalt que o grupo considerou
como referência no processo sensoperceptivo e a profissão também se destaca como um
viés determinante para isso, pois os conteúdos internos de natureza objetiva e subjetiva
relacionados, também são oriundos da atenção seletiva característica para tal organização
perceptiva, eis que nesse subgrupo, temos profissionais da área de ciências humanas, que
utiliza instrumentos lúdicos e representacionais na sua formação e no cotidiano de suas
atividades profissionais e pessoais.
Há, no entanto, uma interligação interessante entre o profissional de exatas que
também percebeu primeiro os dois astronautas no sentido de que este é particularmente da
aeronáutica que simbolicamente é ligada à espaçonaves e os pilotos aeronautas. Assim,
neste caso, a atenção seletiva se deu através do conteúdo técnico e do pessoal, este
derivado do imaginário infantil para se estabelecer a organização perceptiva.
FIGURA 8- GRÁFICO IMAGENS PRINCIPAIS
FIGURA 9 - GRÁFICO IMAGENS POSTERIORES
57.14%
42.86%
IMAGENS PRINCIPAIS
ASTRONAUTAS 4/7
CAVEIRA 3/7
42.86%
28.57%
28.57%
IMAGENS POSTERIORES
PLANETA 3/7
LUA 2/7
29
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 MYERS, David. Introdução à psicologia geral. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
(Dewey 150 / Cutter M996i)
 KRECH, D e CRUTCHFIELD, R. Elementos de psicologia. 3. Ed. Tradução Dante e
Mirian Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1971
 Ladewig, I., Gallagher, J. D., & Campos, W. (1995). A utilização de “dicas
específicas” como facilitador do aprendizado em crianças. Revista Synopsis
 Lersch, Philip (1898-1972)
 SHETH, J; MITTAL, B.; NEWMAN, B.Comportamento do cliente: indo além do
comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2001.
 Vigotski, Lev. Pensamento e Linguagem. SP, Martins Editora, 2008.
 www.infopedia.pt
30
9 ANEXOS
31
FIGURA 10 - IMAGEMS UTILIZADA

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Psicomotricidade 2
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Psicologia pastoral
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PPB

  • 1. 1 PERCEPÇÃO SENSORIAL “As imagens são intermediários entre o mundo e os homens. O homem ex-siste, quer dizer, não acede ao mundo de forma imediata, mas através das imagens que possibilitam imaginá-lo. Mas enquanto o representam, interpõem-se entre o mundo e o homem”. Vilém Flusser, Para uma filosofia da fotografia. Trabalho de Processos Psicológicos Básicos, ref. ao Segundo Semestre, sob orientação da Profa. Andréa Patutti. Data: 01.010.14. CAMPINAS – SWIFT 2014
  • 2. 2 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1-PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO CÉREBRO.....................................6 FIGURA 2-DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO ............................8 FIGURA 3- SISTEMAS SENSÓRIOS ....................................................................10 FIGURA 4- PROCESSOS DA PERCEPÇÃO.......................................................11 FIGURA 5- CARACTERISTICAS SOCIOCULTURAIS .....................................22 FIGURA 6- CARACTERISTICAS DO AMBIENTE ..............................................23 Figura 7- REAÇÕES PARTICIPANTES ............................................................ 245 FIGURA 8- GRÁFICO IMAGENS PRINCIPAIS ...................................................28 FIGURA 9 - GRÁFICO IMAGENS POSTERIORES............................................28 FIGURA 10 - IMAGEMS UTILIZADA.....................................................................31
  • 3. 3 SUMÁRIO 1 RESUMO .............................................................................................................................4 2 Introdução Teórica...........................................................................................................5 2.1......Sentidos especiais.....................................................................................................5 2.2......Sentido somático e geral (somestesia)................................................................5 2.3......Qualidades sensoriais ..............................................................................................6 2.3.1...Limiar absoluto .............................................................................................................6 2.3.2...Limiar relativo................................................................................................................6 2.4......Sentidos........................................................................................................................7 2.5......Sensação......................................................................................................................8 2.5.1...Exteroceptiva ................................................................................................................9 Interoceptivo (cenestésico).....................................................................................................9 2.5.2...Propriocepção (cinestésica).......................................................................................9 2.6......Percepção..................................................................................................................10 2.6.1...Percepção visual........................................................................................................11 2.6.2...Percepção auditiva.....................................................................................................11 2.6.3...Percepção gustativa ..................................................................................................12 2.6.4...Percepção olfativa......................................................................................................12 2.6.5...Percepção tátil ............................................................................................................12 2.6.6...Percepção temporal...................................................................................................12 2.6.7...Percepção espacial....................................................................................................12 2.6.8...Percepção Proprioceptiva.........................................................................................13 3 PRINCÍPIOS ESSENCIAIS DA PERCEPÇÃO..........................................................15 3.1......Atenção seletiva.......................................................................................................15 3.2......Ilusão perceptiva......................................................................................................15 3.3......Organização Perceptiva .........................................................................................16 3.4......Constância perceptiva............................................................................................17 3.5......Percepção da forma ................................................................................................17 3.6......Percepção de profundidade e distância ............................................................18 3.7......Percepção de movimento ......................................................................................18 4 PERCEPÇÃO DE MOVIMENTO APARENTE............................................................20 5 Metodologia (sujeitos e procedimentos (instrumentos) .....................................21 5.1......Caracterização da amostra de forma geral e sucinta.....................................21 5.2......Procedimento............................................................................................................21 5.2.1...Caracterização do ambiente.....................................................................................21 5.2.2...Recursos usados........................................................................................................21 6 RESULTADOS..................................................................................................................22 7 DISCUSSÃO....................................................................................................................27 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................29 9 ANEXOS............................................................................................................................30
  • 4. 4 1 RESUMO O presente trabalho tem por finalidade desenvolver a prática de observação, tabulação de dados e exposição das informações obtidas a partir a interação visual de uma amostragem de indivíduos com uma imagem ambígua composta por um grupo de formas que podem ser percebidas e interpretadas de diferentes maneiras conforme o ambiente de pesquisa, contexto de vida, bem como características demográficas e culturais de cada sujeito submetido à experiência perceptiva dada a partir de estímulo sensorial de natureza visual. Faremos a comparação entre as informações práticas obtidas e conjunto teórico estudado na disciplina de Processos Psicológicos Básicos. Tal amostra de pessoas é composta por um grupo basicamente homogêneo formado por indivíduos do sexo masculino, caracterizados nas fases jovens adultos e adultos de meia idade, conforme a classificação relativa às fases do ciclo vital humano, com grau de escolaridade em nível superior (completo ou cursando), mas com profissões, aptidões e interesses pessoais diversos, podendo verificar como se apresentam as semelhanças e discrepâncias dentro do processo perceptivo, conforme a peculiaridade da qualidade sensorial e do processo epistemológico do pensamento e da codificação dos conteúdos internos individuais na memória. Nosso objeto de estudo partirá de um limiar psicofísico do ponto de vista epistemológico e de um limiar absoluto propiciado pelos elementos da qualidade da visão. Pretendemos demonstrar aqui que os olhos, como órgão do sentido e o sistema visual como fatores conjuntamente isolados, são capazes de produzir efeitos de ordem meramente neurofisiológicos ou psicomotores, que têm início e fim neles mesmos, como acontece com os seres irracionais ou com alguma habilidade psicomotora limitada, eis que e o processo da visão emprega diversos órgãos especializados e funções neurais específicas e funcionais e o processo perceptivo mostra-se bem mais complexo. Inegável que se existem imagens é porque temos, obvia e primeiramente, o sentido da visão, mas as imagens e as leis perceptivas estão claramente interligadas a individualidade perceptiva e como os processamentos Botton Up (estímulo sensorial) e Top Down (capacidade perceptiva) relacionados à percepção visual são operados, representando um significado subjetivo, valendo lembrar, ainda, que a visão tida como uma das principais maneiras como se dá a relação entre o homem e o mundo. Na realização deste trabalho, o grupo buscou a formulação de uma hipótese perceptiva, criada com fundamento nas teorias de sensação e percepção de Meyer, David G. (1999) e ainda na Teoria Gestaltica, surgida na Alemanha no final do Século XX. A ferramenta de estudo utilizada foi uma imagem que permitia a interpretação de mais de um significado e o grupo de trabalho elegeu como HIPÓTESE aquela em que os entrevistados percebem primeiro a imagem que se apresentava em primeiro plano, ou seja, a figura dos dois astronautas.. O principal fator para a seleção de uma das hipóteses a ser trabalhada em detrimento da outra, considerou o fator da predisposição na predominância do imaginário infantil e da rotina, como característica sociocultural popularmente conhecida nos perfis masculinos de forma geral e, de fato, a maioria dos entrevistados verificaram primeiro a figura dos dois astronautas, o que confirmou a hipótese selecionada.
  • 5. 5 2 Introdução Teórica O corpo humano é dotado de um complexo sistema de órgãos sensoriais que detectam os estímulos físicos e químicos do meio ambiente, originados fora e dentro do corpo. Os órgãos sensoriais e os componentes do sistema nervoso periférico e central associados ao processo de análise e interpretação de estímulos formam o Sistema Sensorial. Partindo dessa premissa, podemos classificar os sentidos em: 2.1 Sentidos especiais São aqueles cujos órgãos sensoriais encontram-se na cabeça: visão, audição, equilíbrio, gustação e olfação. 2.2 Sentido somático e geral (somestesia) Através deles podemos perceber no corpo todo, incluindo a cabeça, como os sentidos do tato, dor, sensação térmica, sentido de posição das partes do nosso corpo, etc. Entretanto há várias outras informações originadas no nosso corpo que não se tornam perceptíveis, mas o sistema nervoso central está detectando continuamente, como os valores de açúcar no sangue, do nível de oxigênio ou a pressão sanguínea, etc. Cada órgão sensorial é dotado de funções que transformam os estímulos químicos e/ou físicos em impulsos elétricos, ocasionando um fenômeno chamado transdução sensorial, por exemplo, no olho, a luz é transformado em impulso nervoso e na orelha, as ondas de pressão sonora são convertidos em sinais elétricos, etc. . A figura 01 representa os órgãos dos sentidos especiais e somáticos gerais e indica as regiões cerebrais responsáveis pelo fenômeno da transdução relacionada a cada sentido específico. Através de nervos periféricos, as informações que foram decodificadas chegam ao sistema nervoso central (na medula ou no encéfalo), já no córtex cerebral, em regiões específicas, ocorrem o conhecimento sobre o mundo externo e sobre o nosso próprio corpo.
  • 6. 6 FIGURA 1-PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO CÉREBRO 2.3 Qualidades sensoriais As qualidades sensoriais fazem parte do sistema sensorial como um todo e dependem de cada modalidade de sensação percebida por determinados estímulos e forma como são registradas na memória e processadas cognitivamente no sistema nervoso central, podendo tais qualificações variar de um sujeito para o outro a partir de um mesmo estímulo, dependo de outros fatores. Dependem também de 02 (dois) elementos essenciais que dão início ao processo sensoperceptivo: 2.3.1 Limiar absoluto Estimulação mínima necessária para detectar algo. Estimulação mínima necessária (sensibilidade a barulhos). 2.3.2 Limiar relativo Diferença mínima entre dois estímulos para a percepção. Diferença mínima entre dois objetos. 2.3.3 Podem ser pré-classificadas em: - Objetivas: Aspectos da qualidade funcional do sentido que não correspondem a variações de quantidade. Por exemplo, no caso da visão, a luminosidade do estímulo é uma qualidade;
  • 7. 7 - Subjetivas: Aspectos da sensação subordinados às variações de quantidade (intensidade) da sensação que podem interferir na eficácia qualitativa da sensibilidade. No caso da visão, as variações de luminosidade. Desta forma, uma sensação pode ser sentida ou não pelo indivíduo e pode ser mais ou menos intensa, sendo estes fatores variáveis dentro do processo perceptivo. 2.4 Sentidos Trata-se do processo pelo qual o homem interage e reconhece o mundo. O sistema sensorial é dividido em 05 (cinco) sentidos: Audição: o processo é responsável pela captação e processamento de sons e promove sua identificação, reconhecimento, diferenciação, interpretação, ou simplesmente para localizar sua origem ou como ferramenta de comunicação. A percepção auditiva ocorre a partir de estímulos originados dos dois ouvidos (Botton Up), passando pelas vias auditivas do cérebro para ser percebido e significado (Top Down). Ativação do Lobo Temporal. Olfato: Processasse primeiramente pelo estímulo dos receptores localizados na cavidade nasal, o epitélio olfatório. Distingue odores, diferenciando um odor de outros e o efeito de suas combinações, bem como determinando o alcance olfativo. Ativação do Lobo Temporal. Paladar: è possibilitada por receptores localizados em várias partes da cavidade oral e agrupados em órgãos sensoriais chamados corpúsculos gustativos que compõe-se de quimiorreceptores especializados em quatro qualidades básicas: azedo, doce, amargo e salgado, podendo tais receptores distingui-los ou combinar outros sabores. Ativação do Lobo Parietal. Tato: O tato é sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presença, forma e tamanho de objetos em contato com o corpo e também sua temperatura. Além disso, o tato é importante para o posicionamento do corpo e a proteção física. Entre os fatores presentes na percepção tátil estão a capacidade de distinguir objetos de pequenos tamanhos, percepção de calor e percepção de dor. Ativação do Lobo Parietal. Visão: O órgão sensorial que controla as nossas sensações visuais é o olho. Quando os nossos olhos captam raios de luz a imagem que está no nosso horizonte é nítida na retina, de seguida a lente está logo atrás da pupila, dobra e foca a imagem que é depois enviada para a parte de trás do olho. A parte de trás do olho está formada por milhares de células. Esse forro chama-se retina, que registra a imagem e envia sinais ao cérebro via nervo óptico. Na retina há duas espécies de células sensíveis à luz, estas são os bastonetes e os cones. Alguns cones são sensíveis á luz vermelha, outros a verde e outros a cor azul. Depois de enviada a imagem ao cérebro, este a põe na posição correta e identifica o que estamos vendo. Ativação do Lobo Occipital. Atuando individualmente ou com suas qualidades somadas a outras de outros sentidos simultaneamente, propiciam o nosso relacionamento com o ambiente. No trabalho em questão, o sentido a ser estudado é o da VISÃO e suas manifestações perceptivas, onde a percepção visual compreende a percepção de formas, relações espaciais (profundidade), cores, movimentos, intensidade luminosa, captadas pelos órgãos do sentido.
  • 8. 8 2.5 Sensação Sensação se refere ao processo de detecção de energia física do ambiente e codificações em sinais nervosos. A sensação não necessariamente torna-se percepção. Trata-se de um processo fisiológico de ligação do organismo com o meio, através dos órgãos sensoriais, e consiste na transmissão de um sinal nervoso (corrente elétrica) desde o órgão sensorial até aos centros de descodificação. Realiza-se pela ação de um estímulo específico sobre um receptor que é apropriado para recebê-lo. Assim, por exemplo, os olhos recebem estímulos luminosos, os ouvidos estímulos sonoros, também é reação física do corpo ao mundo físico, sendo regida pelas leis da física, química, biologia, etc. Como os receptores sensoriais são os órgãos dos sentidos que recebem e transmitem mensagens bioquímicas sob a forma de influxo nervoso que após serem descodificadas e interpretadas nos centros nervosos de conexão (medula espinal e encéfalo), desencadeiam uma resposta motora ou glandular. Dessa forma, a sensação consiste numa espécie de apresentação isolada das qualidades dos objetivos constituídos a base da percepção. Embora por vezes se considere a sensação como o ponto de partida para a construção empírica que leva à experiência, ela não é, no entanto, um dado imediato da consciência, eis que a sensação só tem um significado mais complexo na a forma de percepção. Assim, apenas podemos falar de sensações nas percepções, caso contrário não se pode obter um significado. As sensações podem originar de estímulos de origem EXTEROCEPTIVA, INTEROCEPTIVA E/OU PROPIOCEPTIVAque no Sistema Nervoso Central e geram as qualidades sensoriais (sensibilidade), conforme mostra a Figura 02. FIGURA 2-DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO Fonte: http://pt.slideshare.net/luizaa.rabelo/7a-aula-fisiologia-sensorial-10122012-farmcia-021
  • 9. 9 Assim, as sensações podem ter 03 (três) tipos de origem: 2.5.1 Exteroceptiva Responsável processamento de informações oriundas do ambiente externo e provenientes dos órgãos relativos aos sentidos visual, auditivo, gustativo, olfativo e cutâneo que geram reações de natureza química; Interoceptivo (cenestésico) Informa sobre as funções internas do corpo, provenientes de nossos órgãos internos e que proporcionam a sensação de bem estar e mal estar, fome, sede, sensibilidade visceral; 2.5.2 Propriocepção (cinestésica) É relativa à orientação dos membros e do corpo no espaço. São as sensações que permitem ao cérebro tomar conhecimento do movimento do corpo no espaço e de sua posição em relação a outros corpos e tornam conscientes os movimentos corporais, equilíbrio, sensibilidade para vibrações, causando reações mecânicas. A teoria científica dá suporte à tese, senão vejamos: “As sensações – resultantes de uma decodificação em sinais neurais de sistemas do ambiente, como exemplo iluminação, temperatura e sons – é fundamental para a formação da percepção, pois fazem parte dela, após serem selecionadas, organizadas e interpretadas. (LERSCH,1966)”. “No dia a dia, as sensações, experiências e expectativas individuais são interpretadas pela mente. O autor define como bottom-up as sensações que chegam à mente e top-down às expectativas e experiências do indivíduo. (MYERS, 2003)”. Lembramos, no entanto, que doenças físicas e mentais ou mesmo alterações hormonais podem interferir na percepção (KRECH; CRUTCHFIELD, 1980). Myers, David (2003) lembra que existem possibilidades de falhas entre as sensações e o processo perceptivo. As possíveis sensações e o processo pelo qual uma modalidade sensorial, torna-se uma qualidade sensorial é demonstrado no esquema representado pela Figura 03:
  • 10. 10 FIGURA 3- SISTEMAS SENSÓRIOS Fonte: http://w3.ualg.pt/~lfaisca/Cognitiva%20I/T03_PC_Sensorysystems.pdf 2.6 Percepção Quando se fala em percepção, é possível descobrir significados variados sobre o tema, tais como a maneira como um objeto é visto, do conceito que se faz sobre as coisas ou pessoas, da lembrança que existe de algum momento. Segundo Carter (2003), a percepção inicia-se a partir do contato do indivíduo com o ambiente, o que se dá através da interação com os estímulos sensoriais. O sistema nervoso central recebe, através dos receptores sensoriais, uma série de sensações constantemente e os neurônios são estimulados em regiões diferentes do cérebro. Ao tratarmos do o tema percepção é comum que se discorra a partir da utilização do campo da visão como meio perceptivo, mas é preciso pensar que os outros sentidos também contribuem e participam nesse processo. O desenvolvimento de percepção depende de que objetos, cores e movimentos atinjam um dos cinco sentidos humanos e engloba sensações, expectativas e experiências do indivíduo. Portanto, trata-se do processo pelo qual o cérebro dá sentido à informação captada pelos órgãos do sentido, ou seja, é a tomada de consciência pelo indivíduo do estímulo sensorial para o qual se dá um significado. Se sensação é o processo pelo qual recebemos os estímulos do ambiente, faz parte do processo perceptivo selecionar, organizar e interpretar nossas sensações. Portanto, a percepção é o processo de dar significado a estes estímulos, conforme demonstrado na Figura 04.
  • 11. 11 FIGURA 4- PROCESSOS DA PERCEPÇÃO Assim, na percepção, acrescentamos aos estímulos elementos da memória, do raciocínio, do juízo de valores e do afeto, portanto, integram-se às qualidades objetiva dos sentidos outros elementos subjetivos e próprios de cada sujeito. Podemos verificar que o ser humano interpreta as sensações, associando informações sensoriais à sua memória e às funções cognitivas, de modo a tomar consciência e formar juízos de valor sobre o mundo e sobre si próprio para orientar suas ações. A percepção está diretamente ligada com as sensações originadas pelos estímulos sensoriais e são relacionadas da seguinte forma: 2.6.1 Percepção visual Uma das percepções mais desenvolvidas nos seres humanos e é caracterizada pela recepção de raios luminosos pelo sistema visual. Compreende a percepção de formas, relações espaciais (profundidade), cores, movimentos, intensidade luminosa. 2.6.2 Percepção auditiva Também considerada uma das percepções mais desenvolvida nos seres humanos. É a percepção de sons pelos ouvidos e uma aplicação diferenciada da percepção auditiva é a música. A percepção auditiva compreende: percepção de timbres, alturas ou frequências, intensidade sonora ou volume, ritmo e localização auditiva, sendo um aspecto associado à percepção espacial que permite distinguir o local de origem do som.
  • 12. 12 2.6.3 Percepção gustativa Elemento importante para conservar a saúde e sobrevivência dos seres vivos em geral, evitado a ingestão de alimentos estragados. O paladar é o sentido dos sabores pelas papilas gustativas, sendo o principal fator dessa modalidade de percepção a discriminação dos sabores doce, amargo, azedo e salgado. 2.6.4 Percepção olfativa Importante na afetividade (memória olfativa) e também na função alimentar. O olfato é a percepção de odores pelos receptores localizados na cavidade nasal. A percepção olfativa engloba a discriminação de odores, o que diferencia um odor do outros e o efeito de sua combinação. O alcance olfativo nos seres humanos é limitado. 2.6.5 Percepção tátil Também importante na afetividade e é sentido pelo tecido (pele) do corpo todo, embora sua distribuição não seja uniforme. Os dedos da mão possuem uma discriminação muito maior do que as demais partes, assim como algumas áreas são mais sensíveis ao calor que outras. A percepção tátil permite reconhecer a presença, a forma e o tamanho dos objetos em contato com o corpo, bem como sua temperatura. Importante também na percepção da dor. 2.6.6 Percepção temporal Não existem órgãos específicos para a percepção de tempo e esbarra no próprio conceito da natureza do tempo. Essa percepção é desenvolvida com as próprias experiências e é adquirida com o passar das idades. Por este motivo, crianças pequenas não dominam esta percepção e por vezes, ficam confusas com questões do tempo (ontem, amanhã, daqui a dois dias, no próximo final de semana). Isso explica o porquê das crianças terem a sensação de que o tempo demora muito a passar. 2.6.7 Percepção espacial Também não possuímos órgãos específicos para esta percepção. Envolve a percepção de distância e do tamanho relativo dos objetos. Utiliza-se de outras percepções como a auditiva, a visual e a temporal. Esta percepção nos permite distinguir se um som procede especificamente de um objeto visto e se esse objeto (ou som) está se aproximando ou se afastando. Por exemplo, sabemos exatamente se um carro de som está passando
  • 13. 13 pela nossa casa e seguindo a rua, ou se está subindo a rua e ainda passará pela nossa casa. 2.6.8 Percepção Proprioceptiva Esta é uma percepção específica dos seres humanos, onde nos permite reconhecer a localização espacial do nosso corpo, sua posição e a orientação, sem utilizar a visão. Está ligada ao sistema vestibular do nosso ouvido interno, permitindo a manutenção do equilíbrio e a realização de diversas atividades práticas. Podemos correr e nos desviar de objetos pelo caminho sem perder o equilíbrio. Podemos saber se uma roupa vai nos vestir, só em olhar suas medidas. Sabemos que podemos passar por um lugar apertado ou baixo sem ao menos estarmos perto, isso nos permite desviar, abaixar ou procurar outro caminho. De acordo com Vigotski (2008), “a percepção muda de acordo com o crescimento do indivíduo, desde a infância.” E insere o conhecimento da alteração da percepção com o início da fala no desenvolvimento infantil. Para ele, aos poucos a aprendizagem da fala possibilita à criança mudanças em sua atividade perceptiva. Acredita ainda que no processo perceptivo acriança pode fazer sua escolha e refazê-la, enquanto o adulto faz a escolha a partir de um movimento já realizado anteriormente. A percepção então se altera no decorrer da vida. Seu conhecimento intelectual, suas experiências e expectativas alteram-se assim como suas motivações. O indivíduo não tem consciência de suas totais mudanças e também não conhece as alterações na sua percepção. Krech e Crutchfield (1980) sinalizam a importância de considerar diferenças culturais e os valores por elas sustentadas na formação da percepção de um indivíduo e afirmam que a percepção de um indivíduo pode ser diferente de acordo com sua “relação” com o objeto. Conhecer um determinado objeto, segundo os autores, diferencia a maneira dele ser percebido, assim como a motivação também pode ser fator de alteração da percepção. Para eles “a motivação e a personalidade do indivíduo também tem papel importante no processo de percepção, a atração ou repulsa a um objeto tem total ligação ao comportamento”. Ainda, as referências e crenças pessoais podem causar adaptação ou distorção perceptual, isto é, uma maneira bastante individual de decodificar o que está sendo transmitido. As desordens da percepção são chamadas agnosias, termo derivado do grego gnosis, que significa conhecimento. Este termo foi cunhado pela Psicanálise por Sigmund Freud (1856). As agnosias, geralmente, são causadas por lesões no córtex cerebral e dependem da região lesionada. São exemplos de Agnosias:
  • 14. 14 - Prosopagnosia – agnosia visual, incapacidade de reconhecer faces. - Amusia – agnosia auditiva, incapacidade de reconhecer sons musicais. - Afasia receptiva – ou agnosia verbal, cujo portador deixa de compreender a fala emitida por seus interlocutores. - Assomatognosia ou Síndrome da indiferença – agnosia somestésica, incapacidade de reconhecer partes do seu corpo ou mesmo regiões inteiras do espaço extracorporal. - Acinetópsia – perda da percepção de movimento. O movimento das coisas e pessoas parece fragmentado, como num filme com defeito. - Acromatópsia – incapacidade de perceber cores.
  • 15. 15 3 PRINCÍPIOS ESSENCIAIS DA PERCEPÇÃO 3.1 Atenção seletiva O conceito de atenção é definido pela seleção e manutenção de um foco, seja de um estímulo ou informação, entre as inúmeras que obtemos através de nossos sentidos, memórias armazenadas e outros processos cognitivos. Em outras palavras, dirigimos nossa atenção para o estímulo que julgamos ser importante num exato momento. Os outros estímulos que não os principais, passam a fazer parte do “fundo” não sendo mais os focos na atenção, seja em determinado lugar, objeto e/ou sensação. A atenção seletiva, também chamada de atenção consciente é a capacidade do cérebro em selecionar e estabelecer um foco de atenção sobre algumas informações em detrimento de outras oferecidas pelos estímulos sensoriais promovidos pelo ambiente ou pelo organismo, as quais são descartadas do ponto de vista perceptivo e, portanto, deixam de ser registradas em razão de capacidade limitada de processamento de estímulos pelo sistema nervoso. Não se trata de um comportamento isolado, mas de uma particularidade natural do sistema nervoso, onde os sentidos recebem informações o tempo todo, sem interrupção. Por este motivo só nos tornamos conscientes de parte destes dados legando o resto ao processamento inconsciente. Da mesma forma, no que tange à ao processo sensoperceptivo, o que ocorre é que somente alguns estímulos sensoriais chegam a ser conscientemente percebidos. A atenção seletiva pode ser definida também como a habilidade do indivíduo dirigir o foco da atenção à um ponto em particular no meio ambiente. Gallagher, French, Thomas & Thomas (1993) ressaltam que “a atenção seletiva atua no processo de codificação das dicas específicas relacionadas à tarefa e também, como controladora do processo que mantém informações relevantes na memória de curta duração”. Para Treisman (1992) e Craik (1996), “a atenção seletiva é um pré-requisito para a codificação de informações e os processos de codificação e recuperação são dirigidos pela percepção e a atenção.”. Assim, a atenção seletiva determina o que é percebido e codificado na memória (e com que grau de elaboração), que por sua vez poderá facilitar a recuperação da informação. Adler, Gerhardstein & Rovee-Collier (1998, p.280) citando Irwin (1991, 1992), Lewis, (1970), Moray, (1959) e Treisman, Squire & Green (1974) mencionam que “informações atendidas, em geral são muito bem lembradas, ao contrário de informações que não receberam atenção, que em geral não são lembradas e quando são, são muito vagas”. 3.2 Ilusão perceptiva Compreensão equivoca de um estímulo ou padrão de estímulos e é causada por questões neurológicas. Trata-se de um modo distorcido ou disfuncional de perceber o ambiente e interpretar o mundo. Ocorre quando o sujeito atribui aos estímulos significações inadequadas, estabelecendo certa discrepância entre o real e a percepção do mesmo. Na ilusão há um estímulo, o sujeito, por exemplo, vê algo que está distorcido. Ocorre uma interpretação inadequada de um estímulo proveniente da realidade.
  • 16. 16 As percepções são normais se realmente correspondem àquilo que o observando vê, ouve e sente. Contudo, podem ser deficientes, haver ilusões dos sentidos ou mesmo alucinações. As ilusões perceptivas encontram-se reunidas, tendo em conta o objeto, em dois grupos. No grupo das ilusões qualitativas temos um estímulo externo que provoca a percepção e é só falseada a qualidade daquilo que é percebido (por exemplo, aquele que caminha à noite sozinho e receoso, na escuridão, toma o tronco de uma árvore por um ladrão). É neste grupo de ilusões que se inserem a maior parte dos erros de percepção quotidianos, ou seja, por sugestionamento que precede e pode alterar à consciência da realidade. O grupo das ilusões quantitativas incide sobre o tamanho, a intensidade, à distância e o número dos objetos de percepção (por exemplo: na solidão da montanha, as vozes humanas, têm um som especialmente forte, parecendo por isso mais próximas; frequentemente vemos pessoas baixas com propensão para o vestuário às riscas verticais. Conscientes da sua pequena estatura vestem-se do modo descrito por saberem que as riscas verticais as fazem parecer mais altas e elegantes). Nas ilusões quantitativas destacam-se as ilusões óticas-geométricas, nas quais está implícito os cumprimentos das linhas, os tamanhos dos ângulos e as medidas das figuras, e destacam-se os fenômenos de contraste (por exemplo, o jogo de contraste entre o preto e o branco). Percepcionamos muitas vezes objetos que se movem, quando na realidade o que vemos não se mexe. A ilusão do movimento aparente é devida à percepção de estímulos que se sucedem uns aos outros com regulares e adequados intervalos de tempo. É esta a técnica utilizada no cinema para dar a ilusão de movimento. Por vezes, a ilusão pode ir tão longe que percepcionamos algo sem visualizar qualquer objeto. A este distúrbio da percepção se denomina alucinação. As ilusões devem ser distinguidas das alucinações porque estas últimas são consideradas crenças erradas, isto é, são criadas dentro do indivíduo e consideradas, geralmente, como uma evidência de anormalidade. As causas das ilusões parecem estar nos três fatores em que se baseia a percepção sensorial: fatores internos (do nosso organismo), fatores externos (provenientes do ambiente) e, por último, na reação total da pessoa. 3.3 Organização Perceptiva Trata-se do processo de transformar informações sensoriais em percepções significativas, pois os indivíduos são submetidos estímulos físicos constantemente e, para compreendê-los, formamos organizações perceptuais (termo que se aplica tanto ao processo de organização quanto ao resultado em si). Podem ser várias as maneiras de se organizar esses estímulos, e, de fato, assim o fazemos, mas de maneira que exista sempre apenas uma: nunca há dois tipos de organização em um só momento. Esse empreendimento se dá de maneira espontânea, inerente ao indivíduo, porém o consciente pode exercer um papel nesse processo, pois a organização perceptual ocorre dentro e fora da consciência: se a pessoa quiser, poderá criá- la conscientemente, mas se não o fizer, o inconsciente agirá. Um ponto importante no processo de organização perceptual é a diferenciação do campo perceptual. A maneira com que a forma é apresentada pode, por exemplo, caracterizar fenômenos como a associação e o contraste. O primeiro destes princípios diz respeito a uma homogeneização das partes da forma a que somos compelidos quando não há fronteiras entre elas, ou quando não as percebemos. Os contornos se tornam importantes neste sentido: tendemos a tornar cada parte homogênea em matéria de luz; a assimilação pode acontecer quando há proximidade, especialmente quando estas áreas próximas não estão delimitadas. Já o contraste consiste
  • 17. 17 em perceber-se uma diferença maior do que ela realmente é, e ocorre quando há uma separação das partes, quase de maneira contrária à assimilação. 3.4 Constância perceptiva Traduz-se na estabilidade da percepção (os seres humanos possuem uma resistência acentuada à mudança). Existem três grandes tipos de constância: a da grandeza (estabilidade de percepção em relação ao tamanho dos objetos), a da forma (em relação à forma que os objetos normalmente têm) e a constância da cor (que tem a ver com a quantidade de luz recebida). A constância perceptiva é particularmente importante porque, graças a ela, o mundo surge-nos com relativa estabilidade. 3.5 Percepção da forma Definição de Forma: figura ou imagem definida do conteúdo, aparência externa do objeto. A percepção da forma é o resultado da interação entre objeto físico meio de luz que transmite a informação o que prevalece desta informação no sistema nervoso do observador, determinada em grande parte pela experiência visual de cada um. A forma pode se apresentar como ponto (a unidade mais simples), linha (secessão de pontos) ou plano (sucessão de linhas). Contudo, ao falarmos em percepção das formas e comunicação visual somos levados a nos aproximar das concepções criadas através da Gestalt. Esta teoria alemã do início do século XX (por volta de 1910) determinou que a forma é processada em nosso cérebro obedecendo às leis que levam em consideração fatores de equilíbrio, clareza e harmonia visual como uma necessidade interna de organização. Até então, vigorava a ideia de que percebemos uma figura a partir de seus elementos e partes componentes, e a compreendemos por associação com experiências passadas. Para a Gestalt, quando olhamos uma imagem, não vemos as partes isoladas, mas as relações entre elas. Com relação aos tipos de percepção de forma, será selecionado e definido apenas 01 (hum) deles, relativa à percepção da imagem utilizada como ferramenta para o presente estudo. A percepção gerada a partir do princípio de segregação e do jogo de figura-fundo, luz e sombra explica-nos que percecionamos figuras definidas e salientes que se inscrevem em fundos indefinidos. Não podemos ver objetos sem os separarmos do seu fundo. Por exemplo, para vermos um cálice branco pintado num fundo preto, temos de fixarmos o olhar na parte branca. Se fixarmos o olhar na parte preta, podemos ver outras formas que não a do cálice. A sombra monocular profunda sugere várias regras: - Se um objeto é sólido, ele lança uma sombra; - Se houver apenas uma fonte de luz, todas as sombras cairão na mesma direção e a sombra será oposta à fonte de luz. - Objetos com sombras caindo sobre eles estão mais longe do que objetos com sombras menores; - Se o objeto for menor do que o "plano do solo" (tal como um poço), a sombra aparecerá no mesmo lado que a fonte de luz; - A oclusão, também conhecida como sobreposição ou interposição, ocorre quando um objeto bloqueia um outro. O objeto que está bloqueado é entendido, por essa perspectiva, como mais distante do que o objeto bloqueando. Além disso, os indivíduos seguem naturalmente a orientação de perceber o que está em primeiro plano e como as cores claras têm esta característica de indução natural para o ser humano, este é levado a perceber, a priori, que os elementos gráficos mais claros estão
  • 18. 18 em na frente das outras, bem como a variável referente ao tamanho da imagem na retina, eis que quanto maior a imagem de um objeto mais próximo ele parece. 3.6 Percepção de profundidade e distância A percepção de profundidade e distância propicia aos seres humanos a capacidade de ver em três dimensões. Para conseguir esse feito, usamos as sugestões de profundidade monocular e binocular para obter informações sobre o tamanho relativo, distância, forma e orientação de objetos e imagens que olhamos. Estas sugestões permitem criar uma interpretação mais precisa de ações e comportamentos de imagens ou objetos em movimento. As sugestões de profundidade monoculares se referem a essas leituras que ocorrem no olho individualmente. A experiência e os conteúdos internos anteriores à ao processo perceptivo nos permite saber o tamanho relativo de muitos objetos. Essa experiência informa nossa interpretação da distância. A percepção familiar do tamanho nos diz que o ângulo visual dos objetos os torna menores com a distância, nos permitindo calcular a profundidade provável ou distância deles. São fortes sinais de profundidade o tamanho conhecido, a perspectiva e os efeitos de textura. Quando sabemos que um objeto é similar em tamanho a um outro e ambos os objetos estão dentro do nosso plano de visão, a sugestão relativa do tamanho nos permite entender que o objeto com o maior ângulo de visão sobre a retina está mais perto do que o outro. O ser humano tendemos a ver um objeto contra um fundo. Dependendo da atenção seletiva que se dá, o mesmo objecto pode ser visto como figura ou fundo, alternadamente mas nunca ambos em simultâneo. Os estímulos que parecem figuras dão os contornos à mesma e ao fundo. Assim, ss figuras são vistas como nítidas e com formas definidas e este princípio prega que que não se pode ver nenhum objecto se este não for destacado do fundo. 3.7 Percepção de movimento Escolha e defina apenas um dos tipos e descreva (escolha aquele pertinente ao seu trabalho) Muitos processos neurais estão envolvidos na percepção humana de movimento, distribuídos em muitas áreas do cérebro. Contudo, os neurônios da área temporal média parecem desempenhar um papel central. Um objeto se move, e ao mover-se, ele muda a sua localização no espaço físico. Diz-se que um objeto está em movimento em relação a outro quando a sua posição se modifica em relação à ele. Isaac Newton (físico e matemático inglês) foi o primeiro a apresentar uma teoria que explicasse satisfatoriamente os movimentos. Sua primeira lei “todo corpo em repouso ou em movimento retilíneo uniforme continua nesses estados, a menos que seja obrigado a alterá-los por forças aplicadas a ele”. Vive-se num mundo de espaço, de tempo e de movimento. A capacidade de perceber eficientemente movimento, tempo, espaço e objetos, depende de uma integração ordenada de padrões muito complexos de estímulos. A movimentação de um objeto muitas vezes provoca uma percepção enganosa de movimento, ou seja, percebe-se o movimento onde de fato ele não ocorre. Um exemplo disto é, a ilusão da lua, que parece “mover-se” atrás das nuvens. Quando sabe-se que são as nuvens as que realmente se movem, mas não são percebidas em movimento. A lua pode ser vista “parada”. Analisando este fenômeno, tem-se na retina uma imagem da lua e uma imagem das nuvens. Quando as nuvens se movem, fisicamente muda a distância entre essas imagens na retina. Essa mudança de distância, entre as duas imagens na retina, é
  • 19. 19 que constitui o estímulo para o movimento percebido, ou seja, vê-se a lua em movimento e não o fundo. O sistema visual é programado de forma tal a admitir que é sempre a figura que está em movimento e não o fundo. Parece estar em movimento sempre aquilo que ocupa a menor área do campo visual e se situa na região central, ou então, aquilo que está sendo observado, pois sabe-se que se costumam mover pessoas, animais e carros; árvores, casas, pontes, não se movem. Com relação aos tipos de percepção de forma, será selecionado e definido apenas 01 (hum) deles, relativa à percepção da imagem utilizada como ferramenta para o presente estudo.
  • 20. 20 4 PERCEPÇÃO DE MOVIMENTO APARENTE O Movimento Aparente é a ilusão de movimentos contínuos e o movimento “real” é aquele no qual o objeto se move continuamente no campo visual do observador. No Movimento Aparente existe uma convincente impressão de movimento sem que ocorra deslocamento físico. Existe apenas uma rápida sequência de imagens, cada uma das quais difere ligeiramente da que a antecede e da que a sucede. Vê-se um movimento contínuo e não uma série de imagens estáticas e separadas. Para que o sistema visual perceba um objeto em Movimento Aparente, se faz necessário detectar o que se chama de correspondência. Se cada imagem difere um pouco uma da outra, o sistema visual pode perceber movimento, ou então, se diferem muito uma das outras, a ilusão de movimento será destruída. Em analogia feita entre o cérebro e o funcionamento de um computador, quando a imagem estimula a retina o olho transmite a imagem para o cérebro como uma combinação de pequenos pontos. O cérebro, então, compara cada ponto aos muitos pontos em quadros sucessivos. Por meio de cálculos complexos ele distingue um conjunto de pontos iguais compostos em um único objeto que teve a sua posição alterada, ou seja, foi movido. Acredita-se que a Percepção do Movimento Aparente é controlada num estágio anterior do processamento visual. Para a geração de Movimentos Aparentes se faz necessário observar alguns fatores importantes, tais como: a) a distância entre os dois estímulos: quanto maior a distância entre os dois estímulos, maior deve ser a sua intensidade (se o intervalo de tempo for constante), ou maior deve ser o intervalo de tempo (se a intensidade é constante); b) a intensidade dos estímulos: quanto maior a intensidade, maior deve ser a distância entre os estímulos, ou menor o intervalo de tempo; c) o intervalo de tempo da sucessão: quanto maior o intervalo de tempo, maior deve ser a distância, ou menor a intensidade. VI – Explique a sua hipótese que será testada nesse trabalho – A hipótese levantada foi a de que os homens veriam primeiro os astronautas, porque é uma imagem que se relaciona com o imaginário masculino infantil e ainda pelas questões da percepção que envolvem luz e sombra e também profundidade.
  • 21. 21 5 Metodologia (sujeitos e procedimentos (instrumentos) 5.1 Caracterização da amostra de forma geral e sucinta Imagem com mais de um sentido, ou sentido ambíguo, onde é possível verificar a presença de dois astronautas, uma lua ou planeta terra e ainda uma caveira e uma nave espacial, de acordo com as experiências pessoais de cada um, tal como descrito na teoria do senso-perceptiva. 5.2 Procedimento 5.2.1 Caracterização do ambiente A maior parte das entrevistas foram realizadas em ambientes escolhidos pelos participantes, para gerar mais comodidade e conforto, no entanto, em muitos casos a atenção se mostrou prejudicada em razão de ruídos, pressão por horário e interrupções de outras pessoas. 5.2.2 Recursos usados Imagem impressa, caneta e papel.
  • 22. 22 6 RESULTADOS As atividades de entrevista e observação foram realizadas com um grupo de homens, nas fases que compreendem jovens adultos e adultos de meia idade, com nível superior, com relacionamento interpessoal com o grupo de trabalho. FIGURA 5- CARACTERISTICAS SOCIOCULTURAIS DOS PARTICIPANTES PARTICIPANTE IDADE SEXO ESCOLARIDADE PROFISSÃO PRÉ- DISPOSIÇÕES SOCIOCULTURAIS 1. R. A. E. C. 32 ANOS M SUPERIOR COMPLETO SUPERVISOR ADMINISTRATIVO GAMES 2. V. G. F. 26 ANOS M SUPERIOR INCOMPLETO EDUCADOR SOCIAL LITERATURA E TELEVISÃO 3. F. Z. 25 ANOS M SUPERIOR INCOMPLETO MONITOR PEDAGÓGICO TERAPIA OCUPACIONAL 4. D. B. P. 30 ANOS M SUPERIOR INCOMPLETO PROFISSIONAL DE MANUTENÇÃO AERONÁUTICA FUTEBOL 5. F. G. V. C. 50 ANOS M SUPERIOR COMPLETO MÉDICO CULINÁRIA E VEÍCULOS AUTOMOTIVOS 6. D. D. P. 49 ANOS M SUPERIOR COMPLETO EDUCADOR FÍSICO GAMES E ESPORTES EM GERAL 7. R. F. M. S. 51 ANOS M SUPERIOR COMPLETO DENTISTA FILMES E FUTEBOL
  • 23. 23 FIGURA 6- CARACTERISTICAS DO AMBIENTE PARTICIPANTE IDADE SEXO LOCAL DA ATIVIDADE PRÁTICA DE ESTUDO CARACTERÍSTICA DO AMBIENTE 1. R. A. E. C. 32 ANOS M AMBIENTE DE TRABALHO DURANTE O INTERVALO PARA ALMOÇO CALMO, MAS COM TEMPO LIMITADO PARA O ENTREVISTADO. 2. V. G. F. 26 ANOS M PRAÇA PÚBLICA COM BAIXA CIRCULAÇÃO NO FINAL DA TARDE AMBIENTE CAMPAL CALMO, COM RUÍDO DE PÁSSAROS E TEMPO DISPONÍVEL. 3. F. Z. 25 ANOS M PADARIA DURANTE O FINAL DE SEMANA TUMULTUADO, COM INTERFERÊNCIA DE MUITOS ESTÍMULOS, VISUAIS, SONOROS E OLFATIVOS. 4. D. B. P. 30 ANOS M CANTINA DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO ANTES DO HORÁRIO DE AULA CALMO DEVIDO AO HORÁRIO COM BAIXA CIRCULAÇÃO DE ALUNOS, MAS COM TEMPO LIMITADO PARA O ENTREVISTADO.
  • 24. 24 Figura 7- REAÇÕES PARTICIPANTES 5. F. G. V. C. 50 ANOS M RESIDÊNCIA DOS PAIS APÓS ALMOÇO DOMINICAL DA SALA DE ESTAR INTERFERÊNCIAS CONSTANTES DE ESTÍMULOS SONOROS, VISUAIS E COM COMUNICAÇÕES EXTERNAS INTERMITENTES. 6. D. D. P. 49 ANOS M CANTINA DE ACADEMIA APÓS A PRÁTICA ESPORTIVA TUMULTUADO, COM INTERFERÊNCIA DE MUITOS ESTÍMULOS, VISUAIS, SONOROS E OLFATIVOS. 51 ANOS M AMBIENTE DE TRABALHO ENTRE UMA ATIVIDADE E OUTRA INTERFERÊNCIAS CONSTANTES COM COMUNICAÇÕES EXTERNAS INTERMITENTES
  • 25. 25 PARTICIPANTE IDADE DESCRIÇÃO DAS REAÇÕES INDIVIDUAIS 1. R. A. E. C. 32 ANOS Segurando a imagem em uma distância próxima aos olhou viu os dois astronautas, aproximando ainda mais a imagem viu o planeta, logo em seguida afastou e observou duas caveiras.·. 2. V. G. F. 35 ANOS Segurou a imagem, observou a caveira, informou que viu, pois olhou a imagem como um todo, em seguida viu os dois astronautas, pois fixou o olhar mais especificamente na imagem.·. 3. F. Z. 25 ANOS Ao observar a imagem viu os dois astronautas, logo em seguida a lua. Continuou e após um longo tempo viu a caveira.·. 4. D. B. P. 30 ANOS O entrevistado segurou a imagem com as duas mãos, afastou um pouco e observou primeiramente os dois astronautas, afirmando que tratava-se de uma imagem única e não de uma imagem espelho devido ao posicionamento e quantidade de pegadas no chão da lua. Posteriormente identificou uma nave espacial e outro astronauta no reflexo dos capacetes, continuou observando e com a figura ainda na mesma distância, informou que via também o planeta terra ao fundo. Perguntando se o entrevistado conseguia identificar mais alguma imagem, o mesmo aproximou a figura e não conseguiu identificar a caveira.·. 5. F. G. V. C. 50 ANOS O entrevistado ao se deparar com a imagem manifestou-se com prontidão sobre a percepção de dois astronautas, observando melhor, notou a presença de uma nave espacial no reflexo dos óculos dos astronautas, o que impressionou a entrevistadora e depois de indagado sobre outras imagens, disse que não via mais nada com certa impaciência. 6. D. D. P. 49 ANOS O entrevistado observou a imagem no celular da entrevistadora, que o segurava.
  • 26. 26 Cerrou os olhos e logo respondeu que a primeira imagem observada foi a caveira. Observou mais um pouco e afirmou ver dois astronautas, logo em seguida. Ao perguntar se visualizava algo mais, o entrevistado disse que via um planeta, encima de toda a imagem. 7. R. F. M. S. 51 ANOS O entrevistado percebeu prontamente a imagem de dois astronautas e, logo em seguida, a Lua. Foi interrompido pelo toque do telefone, o qual foi atendido. Indagado sobre outras imagens, visualizou a caveira e embora demonstrasse esforço disse que não via mais nada com certa impaciência.
  • 27. 27 7 DISCUSSÃO Este item deve ser levado em consideração a correlação com a teoria daquilo que foi observado. Não é pra fazer para cada participante, a não ser que seja bem significativo. Busque destacar as discrepâncias, assim como as regularidades do processo senso- perceptivo. HIPÓTESE: a AMOSTRA VERÁ PRIMEIRO A FIGURA DOS DOIS ASTRONAUTAS. O grupo de trabalho, ao selecionar a imagem utilizada como instrumento para a realização do estudo, partiu de duas hipóteses relativas aos princípios da percepção relativos à atenção seletiva e da organização para observar as reações ante a exposição da figura. Feito isso, foi realizada uma pesquisa entre para os próprios integrantes do grupo e pessoas diversas e heterogêneas para nortear nossa seleção para que pudesse ser obtido o máximo de requisitos que atendessem a proposta. Nesse primeiro momento, observamos que as principais figuras destacadas, com base nos princípios da teoria da Gestalt, seguiam por duas vertentes principais: -Princípio da unidade (hipótese da caveira); -Princípios segregação, unificação, proximidade e semelhança (hipótese dos dois astronautas). A segunda hipótese foi selecionada em razão da maior quantidade de elementos a serem trabalhados na prática e na teoria, elencadas acima no segundo item. Concluímos que assim, poderíamos ter um maior grau de pregnância para orientação. No entanto, observamos que para sedimentar a assertividade da hipótese, buscamos uma amostra que fosse mais tendente à mesma e para isso, nos pautamos características psicoculturais para defini-la. Definimos, portanto, que, acrescentando os conteúdos internos influenciados pela cultura social, principalmente no que tange ao imaginário infantil e á preferência do gênero da ficção, bem como outras peculiaridades masculinas, os homens tenderiam a comprovar a hipótese que utilizava a maioria das premissas de Gestalt no processo senso-perceptivo. O resultado foi, de fato, a comprovação da hipótese pela maioria da amostra. No entanto e principalmente pelo fato de que não houve unanimidade nos resultados obtidos, vale destacar alguns fatores semelhantes e outros discrepantes que puderam influenciar no resultado. Partindo dos dados obtidos particularmente pela amostra, pudemos observar que o principal fator que influenciou na discrepância do processo senso-perceptivo e diferiu os resultados da amostra o foi a formação acadêmica e a área de atuação profissional dos indivíduos, principalmente se verificarmos que o contraponto da hipótese trabalhada foi dado por profissionais da área de ciências biológicas. Portanto, a parcela da amostra ligada à saúde apresentou uma tendência neuroperceptiva que envolve principalmente o princípio da atenção seletiva para organizar sua percepção e perceber a caveira, uma vez, que é comum o contato esqueletos nesse meio de atuação profissional, o que demonstra que o a faceta do “adulto profissional” precede ao da “criança” detentora do imaginário infantil diante do processo senso-perceptivo ao perceber a caveira primeiro.
  • 28. 28 No entanto, o processo senso-perceptivo observado nessa parcela da amostra não foge da teoria da Gestalt, principalmente no que tange à percepção do todo em relação às partes que o compõem. Apenas configura-se em outro conjunto princípios diferentes daquele que observaremos na hipótese eleita, eis que a cognição é coerente com a pré- disposição, experiências e cotidiano dos indivíduos, bem como segue o princípio da unidade. Por outro lado, notamos que a maioria os outros entrevistados que confirmaram a hipótese aventada utilizaram a maioria dos princípios da Gestalt que o grupo considerou como referência no processo sensoperceptivo e a profissão também se destaca como um viés determinante para isso, pois os conteúdos internos de natureza objetiva e subjetiva relacionados, também são oriundos da atenção seletiva característica para tal organização perceptiva, eis que nesse subgrupo, temos profissionais da área de ciências humanas, que utiliza instrumentos lúdicos e representacionais na sua formação e no cotidiano de suas atividades profissionais e pessoais. Há, no entanto, uma interligação interessante entre o profissional de exatas que também percebeu primeiro os dois astronautas no sentido de que este é particularmente da aeronáutica que simbolicamente é ligada à espaçonaves e os pilotos aeronautas. Assim, neste caso, a atenção seletiva se deu através do conteúdo técnico e do pessoal, este derivado do imaginário infantil para se estabelecer a organização perceptiva. FIGURA 8- GRÁFICO IMAGENS PRINCIPAIS FIGURA 9 - GRÁFICO IMAGENS POSTERIORES 57.14% 42.86% IMAGENS PRINCIPAIS ASTRONAUTAS 4/7 CAVEIRA 3/7 42.86% 28.57% 28.57% IMAGENS POSTERIORES PLANETA 3/7 LUA 2/7
  • 29. 29 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  MYERS, David. Introdução à psicologia geral. Rio de Janeiro: LTC, 1999. (Dewey 150 / Cutter M996i)  KRECH, D e CRUTCHFIELD, R. Elementos de psicologia. 3. Ed. Tradução Dante e Mirian Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1971  Ladewig, I., Gallagher, J. D., & Campos, W. (1995). A utilização de “dicas específicas” como facilitador do aprendizado em crianças. Revista Synopsis  Lersch, Philip (1898-1972)  SHETH, J; MITTAL, B.; NEWMAN, B.Comportamento do cliente: indo além do comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2001.  Vigotski, Lev. Pensamento e Linguagem. SP, Martins Editora, 2008.  www.infopedia.pt
  • 31. 31 FIGURA 10 - IMAGEMS UTILIZADA