2. TESE:
As sociedades modernas apresentam uma nova
organização do poder : “o poder está em toda
parte, não porque englobe tudo” e sim “porque
provém de todos os lugares”.
Nessa nova organização, o poder não se
concentra apenas no setor político (macropoder)
e nas suas formas de repressão, pois está
disseminado pelos vários âmbitos da vida social.
Para Foucault, o poder se fragmentou em
micropoderes e se tornou muito mais eficaz.
3. Segundo Foucault os micropoderes se
espalham pelas mais diversas instituições da
vida social
Poderes exercidos por uma rede imensa de
pessoas que interiorizam e cumprem as
normas estabelecidas pela disciplina social.
Exemplo: os pais, os porteiros, os enfermeiros,
os professores, as secretárias, os guardas, os
fiscais etc.
4.
5. Objetivo: colocar à mostra estruturas veladas de
poder
Por dominação eu não entendo o fato de uma
dominação global de um sobre os outros, ou de um
grupo sobre o outro, mas as múltiplas formas de
dominação que se podem exercer na sociedade.
Vivemos em uma sociedade que em grande parte
marcha “ao compasso da verdade” – ou seja, que
produz e faz circular discursos que funcionam como
verdade, que passam por tal e que detêm, por esse
motivo, poderes específicos.
Jogos de verdade
6. Genealogia do poder
Assim como o filósofo alemão Friedirich
Nietzsche, Foucault também desenvolveu a sua
genealogia.
O ponto de partida é a noção de que os valores –
o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o certo e o
errado, o sadio e o doente etc. – são consagrados
historicamente em função de interesses relativos ao
poder dentro da sociedade. Ou seja, a definição do
que é bom, do que é verdade, do que é sadio
depende das instâncias nas quais o poder se
encontra.
7. Esse poder não seria essencialmente um poder de
repressão ou de censura, mas sim um poder
criador, no sentido de que produz a realidade e
seus conceitos. Em seu livro Vigiar e punir, uma
genealogia do poder, ele explica esse seu
entendimento do que é o poder:
“É preciso cessar de sempre descrever os efeitos
do poder em termos negativos: ele “exclui”,
“reprime”, “recalca”, “censura”, “discrimina”,
“mascara”, “esconde”. Na verdade, o poder produz:
produz o real; produz os domínios de objetos e os
rituais de verdade”.
8. Foucault, ainda em sua obra Vigiar e punir,
descreve a evolução dos mecanismos de
controle social e punição, que se tornaram
cada vez menos visíveis e mais racionalizados.
Ele caracteriza a sociedade contemporânea
como uma sociedade disciplinar, na qual
prevalece a produção de práticas disciplinares
de vigilância e controles constantes, que se
estendem a todos os âmbitos da vida dos
indivíduos.
9. Uma das formas mais eficientes dessa vigilância e
disciplina se dá, no seu entender, através dos discursos e
práticas científicas, aparentemente neutras e racionais,
que procuram normatizar o comportamento dos
indivíduos. Jogos de verdade.
Um exemplo disso seria o tratamento científico dado
à sexualidade, no qual o comportamento sexual é
normatizado por meio do convencimento racional dos
indivíduos sobre os cuidados necessários à sua vida
nesse âmbito. Desse modo, assumindo a face do saber,
o poder, segundo Foucault, atinge os indivíduos em seu
corpo, em seu comportamento e em seus
sentimentos.
10. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. São Paulo:
Saraiva, 2006.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia.
São Paulo: Ática, 2008.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio.
São Paulo: Atual, 2007.