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Área Predominante: Ciências Humanas (História)
Instituição: UNESP (Faculdade de Filosofia e Ciências de
Marília)
Unidade: Departamento de Ciências Políticas e Econômicas
A Nova História Cultural
(Apresentação: Cláudio Travassos Delicato e Marcos Aparecido Fidêncio)
Livro da Editora
Martins Fontes
Edição 2001
Tradução:
Jefferson Luiz Camargo
Sobre a autora
Lynn Hunt
-Nasceu no Panamá
-Estudou nos Estados Unidos, em Minnesota (Carleton
College e Stanford University)
-Foi professora da University of California, Berkeley
(1974-1987) e da University of Pennsylvania (1987-1998)
-Atualmente, ensina no Departamento de História da
UCLA (University of California, Los Angeles)
-Entre suas especialidades, destacam-se a História
Francesa e Européia, "história da história", "Revolução
Francesa", história cultural e historiografia.
- Já escreveu vários livros sobre métodos históricos e
epistemologia. O livro "A nova história cultural" é apenas
um entre vários outros títulos de sua autoria.
Resumo da Obra e sua relevância
1- PARADIGMA TRADICIONAL
Ao longo do século passado e início
deste século, a história era tida e
entendida mais como uma espécie de
história militar ou diplomática do que
qualquer outra coisa. A dimensão
política era então admitida
essencialmente a partir e através do
Estado. Uma história que por um lado
centrava-se nas batalhas, nas guerras
e negociações envolvendo os
diferentes Estados. Este é o chamado
“paradigma tradicional”.
Resumo da Obra e sua relevância
2- OS ANNALES
É a partir da década de 1920 que
assistiremos o início de uma crítica mais
sistematizada a esta história "tradicional",
crítica essa que será implacável
especialmente em relação à história política,
definida nos moldes de então.
Cabe lembrar que esta crítica se realizou
através de duas vertentes principais.
A primeira seria constituída na França a partir
dos anos 20 pela crítica dos Annales à essa
história "tradicional". Lucien Febvre e March
Bloch deram então início a uma nova
produção historiográfica, movimento esse
hoje denominado como a Nova História.
Resumo da Obra e sua relevância
3- NOVA HISTÓRIA
A partir de então, a história deslocava
seu foco fundamental de análise para
aspectos relativos à atividade humana
em seu sentido mais pleno. A grande
novidade da década de 1930 seria
justamente a reorganização das ciências
sociais na França em torno da história,
que passaria por um processo de
reconstrução de seu objeto de estudo,
constituído a partir de então pelo próprio
a homem. Não mais, portanto, o estudo
dos Estados através de suas guerras e
relações diplomáticas, senão o estudo
dos processos relativos à figura e à ação
humana no plano das massas anônimas.
E.H. Carr
· Para o historiador E.H. Carr, o "historiador, antes de
começar a escrever história, é o produto da história. O
ponto de vista que determinou a abordagem do
historiador está enraizado no background social e
histórico do pesquisador”.
· Uma das características básicas da historiografia
oficial é negar ao povo qualquer participação profunda
nas mudanças da sociedade. A partir daí são
construídas as supostas idéias dos grandes heróis
nacionais e dos baderneiros, dos defensores dos
interesses do Brasil e dos que querem destruí-lo, dos
mantenedores da ordem, da paz e da família e dos que
querem vendê-lo ao terrorismo internacional.
· Apoiadas na mídia - entendida desde a carta de
Caminha até os modernos jornais de hoje - as elites
conseguem escrever sua própria história.
E.H. Carr
Segundo Lynn Hunt, Carr tinha razão:
· A sociologia histórica tornou-se um dos mais importantes subcampos
da sociologia.
· A história social superou a história política como área mais importante
de pesquisa histórica.
“Quanto mais sociológica a história se torna, e quanto mais
histórica a sociologia se torna, tanto melhor para ambas”
Edward Hallet Carr
(What is history? Nova Iorque, 1965)
Novo Paradigma (Burke)
· A expressão NHC (“Nova história Cultural“)
entrou em uso no final da década de 1980.
Em 1989, a historiadora norte-americana
Lynn Hunt publicou um livro com esse
nome que se tornou muito conhecido, mas
os ensaios ali reunidos foram
originalmente apresentados em um
seminário realizado em 1987 na
Universidade da Califórnia, em Berkeley,
sobre "História francesa: textos e cultura".
· A NHC é a forma dominante de história
cultural — alguns até mesmo diriam a
forma dominante de história — praticada
hoje. Ela segue um novo "paradigma", no
sentido do termo usado na obra de
Thomas Kuhn sobre a estrutura das
"revoluções" científicas, ou seja, um
modelo para a prática "normal" da qual
decorre uma tradição de pesquisa.
Peter Burke
Avanço para o Social
“Na história, o avanço para o social foi estimulado pela influência de
dois paradigmas de explicação dominantes: o marxismo por um
lado, e a escola dos Annales por outro”. (Hunt, 2)
PARADIGMA MARXISTA:
· No final da década de 1950 e nos primeiros anos
da de 1960, um grupo de jovens historiadores
marxistas começou a publicar livros e artigos
sobre "a história vinda de baixo", inclusive os
atualmente clássicos estudos de George Rudé
sobre as classes populares parisienses, de
Albert Soboul sobre os sans-culottes
parisienses, e os de E. P. Thompson sobre a
classe operaria inglesa. E.P. Thompson
Avanço para o Social
· É uma definição que deixa muito pouca coisa de fora;
conseqüentemente, em seu suposto avanço rumo à
“história total”, perde toda especificidade.
O PARADIGMA DA ANNALES:
· O paradigma da Annales constitui uma indagação
sobre como funciona um dos sistemas de uma
coletividade em termos de suas múltiplas dimensões
temporais, espaciais, humanas, sociais, econômicas,
culturais e circunstanciais.
Três níveis
de análise
Fernand Braudel
Fernand Braudel postulou três níveis
níveis de análise, que correspondiam
a três diferentes unidades de tempo:
· Estrutura ou longa duração:
dominada pelo meio geográfico
· Conjuntura ou média duração:
voltada para a vida social
· “Evento Efêmero”: inclui a política e
tudo o que dizia respeito ao indivíduo.
Década de 80
Mudança importante:
· Interesse tanto dos marxistas quanto dos adeptos da
Annales pela história da cultura.
· Na história de inspiração marxista, o desvio para a cultura já
estava presente na obra de Thompson sobre a classe
operária inglesa.
· Thompson rejeitou explicitamente a metáfora de
base/superestrutura e dedicou-se ao estudo daquilo que
chamava “mediações culturais e morais”.
Annales – 4ª geração
Roger Chartier
O historiador da 4ª
geração da
Annales, Roger
Chartier, defende
"uma definição de
história que seja
basicamente
sensível às
desigualdades na
apropriação de
materiais ou
práticas comuns".
Ao propor essa
reorientação que
se distancia da
comunidade e se
volta para a
diferença, Chartier
revela a influência
do sociólogo
francês Pierre
Bourdieu.
Michel Foucault
Michel Foucault chamava a atenção
para o controle sobre o eu,
especialmente o controle sobre os
corpos exercido pelas autoridades.
Foucault — que primeiro foi filósofo e
se tornou historiador, depois
historiador das idéias que se tornou
historiador social — fez sua reputação
com uma série de livros sobre a
história da loucura, da clínica, dos
sistemas intelectuais, da vigilância e
da sexualidade.
No que se refere à NHC, três de suas
idéias tiveram especial influência.
Vejamos a seguir...
Michel Foucault
1ª Idéia
Foucault chamou atenção para as
descontinuidades culturais, ou "rupturas", por
exemplo a mudança na relação entre as
palavras e as coisas em meados do século XVII,
a "invenção" da loucura também nesse século
e da sexualidade no século XIX. Em todos
esses casos, o que Kuhn chamaria de novo
"paradigma" substituiu com relativa rapidez um
outro anterior. A ênfase das recentes
contribuições à NHC sobre a construção
cultural deve muito a Foucault.
Michel Foucault
2ª Idéia
Foucault achava as obras dos historiadores
“superficiais”, sendo necessário cavar mais
fundo para se chegar às estruturas
intelectuais ou, como preferia chamar,
“redes” (réseaux) e “grades” (grilles).
A idéia de “grades” como “filtro” intelectual
era sugerir que as estruturas admitiam
algumas informações e excluíam as demais.
Michel Foucault
3ª Idéia
Escreveu uma história intelectual que incluía
tanto práticas como teorias, tanto corpos
como mentes.
Seu conceito de práticas está ligado a uma
ênfase no que ele chamava de “microfísica
do poder”, ou seja, políticas no nível micro.
As “práticas discursivas”, afirmava ele,
constroem ou constituem os objetos de que
se fala e, em última análise, a cultura ou a
sociedade como um todo, enquanto “o
olhar” (le regard) era uma explessão da
“sociedade disciplinar” moderna.
O Programa da NHC
Qual é, então, o programa da "nova história
cultural"?
· Como a obra de Foucault, a história mais ampla das mentalités foi criticada pela
ausência de um enfoque claro. François Furet denunciou que essa falta de definição
estimulava uma "busca infinita de novos temas", cuja escolha era regida apenas pelos
modismos do momento.
· Do mesmo modo, Robert Darnton lançou a acusação de que "apesar de uma enxurrada
de prolegômenos e discursos sobre o método..., os franceses não elaboraram uma
concepção coerente de mentalités enquanto campo de estudo".
· As críticas de Furet e Darnton nos advertem vigorosamertte contra o desenvolvimento
de uma história cultural definida apenas em termos de temas para pesquisa. Assim como,
às vezes, a história social passou de um para outro grupo (trabalhadores, mulheres,
crianças, grupos étnicos, velhos e jovens) sem desenvolver um senso suficiente de
coesão ou interação entre os temas, do mesmo modo uma história cultural definida
topicamente poderia degenerar numa busca interminável de novas práticas culturais a
serem descritas – fossem elas carnavais, massacres de gatos ou julgamentos por
impotência.
O Programa da NHC
A grande novidade da Nova História - se comparada
com a aquela história "tradicional" do século XIX -
encontra-se situada em relação às fontes, ao
padrão da narrativa dos acontecimentos, ao
trabalho proposto em moldes de longa duração e,
fundamentalmente, em termos da abordagem de
seu objeto.
A ênfase em uma história das guerras ou das relações
diplomáticas pura e simplesmente decaiu
significativamente.
Pensa-se agora em termos dos partidos políticos, das
disputas eleitorais, das ideologias políticas enfim, fato
que demonstra a vitalidade da ciência política no interior
da produção historiográfica. Resgata-se a ação dos
homens no campo político, reconhecendo-se assim a
pluralidade e a longa duração dos fenômenos que
envolvem esse campo.
Clifford Geertz
“Cultura é um padrão historicamente
transmitido, de significados
incorporados em símbolos, um
sistema de concepções herdadas,
expressas em formas simbólicas, por
meio das quais os homens se
comunicam, perpetuam e
desenvolvem seu conhecimento e
suas atitudes acerca da vida”.
(Geertz)
A influência da antropologia cultural,
com destaque para Clifford Geertz,
resultou no privilegiamento da micro-
história e no eclipse dos processos
de causação e explicação.
Bordieu
Diferentemente de Foucault, Bourdieu, filósofo que se
transformou em antropólogo e sociólogo, não escreveu
história, embora tivesse um bom conhecimento do assunto e
fizesse muitas observações perspicazes sobre a França do
século XIX. No entanto, os conceitos e teorias que produziu em
seus estudos, primeiro sobre os berberes e depois sobre os
franceses, são de grande relevância para os historiadores
culturais.
Uma teoria de Bourdieu que teve maior influência foi o que ele chama de "reprodução
cultural", processo pelo qual um grupo, como por exemplo a burguesia francesa,
mantém sua posição na sociedade por meio de um sistema educacional que parece ser
autônomo e imparcial, embora na verdade selecione para a educação superior alunos
com as qualidades que lhes são inculcadas desde o nascimento naquele grupo social.
Usou bastante uma metáfora abrangente tirada da economia e analisou a cultura em
termos de bens, produção, mercado, capital e investimento. Suas expressões" capital
cultural" e "capital simbólico" entraram na linguagem cotidiana de sociólogos,
antropólogos e de pelo menos alguns historiadores.
História Tradicional
"Rankeana“: a visão do senso comum da
história por ser considerada, com muita
freqüência, "a" maneira de se fazer história, ao
invés de ser considerada uma dentre várias
abordagens possíveis do passado.
Algumas características:
- Diz respeito essencialmente à política
(embora outros tipos de história - por
exemplo a história da arte - não fossem
totalmente excluídos, são marginalizados no
sentido de serem considerados periféricos
aos interesses dos "verdadeiros"
historiadores).
- É pensada basicamente como uma
narrativa dos acontecimentos.
História Tradicional
- Oferece uma visão de cima, no sentido de concentrar-se em "grandes" feitos de
"grandes" homens (estadistas, generais, eclesiásticos). Ao resto da humanidade é
destinado um papel secundário no drama da história.
- Enfatiza bases escritas, documentos oficiais, emanados de governos e preservados em
arquivos. Negligencia outros tipos de evidências e classifica o período anterior a escrita
como pré-história.
- Pretende-se objetiva: a tarefa do
historiador é apresentar aos leitores os
fatos, ou como apontou Ranke (1795-1886),
dizer "como (os fatos) realmente
aconteceram, (...) os leitores deveriam ser
incapazes de dizer onde um colaborador
iniciou (a pesquisa) e outro continuou."
Pontos comuns entre o grupo dos Annales e a
concepção marxista de história
1. Reconhecimento da necessidade de uma síntese global que explique tanto as
articulações entre os níveis que fazem da sociedade humana uma totalidade
estruturada quanto às especificidades no desenvolvimento de cada nível.
2. Convicção de que a consciência que os homens de determinada época têm
da sociedade em que vivem não coincide com a realidade social da época em
questão.
3. Respeito pela especificidade histórica de cada período e sociedade (Ex.: as
leis econômicas só valem, em princípio, para o sistema econômico em função
do qual foram elaboradas).
4. Aceitação da inexistência de fronteiras estritas entre as ciências sociais
(sendo a história uma delas).
5. Vinculação da pesquisa histórica com as preocupações do presente (passar
da "história-narração" a uma "história-problema" mediante a formulação de
hipótese de trabalho).
Pontos comuns entre o grupo dos Annales e a
concepção marxista de história
6. Consciência da pluralidade dos níveis de temporalidade (a curta duração
dos acontecimentos; o tempo médio e múltiplo das conjunturas; a longa
duração das estruturas). Ex.: as mentalidades mudam mais lentamente que
aspectos econômicos e estes mais lentamente que as técnicas.
7. Preocupação com o espaço (história espacialmente pensada).
8. História como "ciência do passado" e "ciência do presente"
simultaneamente (a história-problema é uma iluminação do presente e
permite, a partir do passado, compreender melhor as lutas de hoje ao mesmo
tempo que o conhecimento do presente é condição para cognoscibilidade de
outros períodos históricos).
Problemas da “Nova História”
Problemas de definição: o deslocamento da história vista de cima para a
história vista de baixo somente inverte a abordagem da cultura erudita pela
baixa cultura. Se cultura popular é a cultura do povo, quem é o povo?
Problemas de fonte: os novos tipos de perguntas sobre o passado implicam
em novos tipos de fontes para suplementar os documentos oficiais.
Problemas de explicação: a expansão do campo do historiador implica o
repensar da explicação histórica, uma vez que as tendências culturais e
sociais não podem ser analisadas da mesma maneira que os acontecimentos
políticos. Elas requerem mais explicações estruturais.
Problemas de síntese: o diálogo da história com outras disciplinas gera
fragmentação e contraditoriamente dificulta a comunicação entre
historiadores: historiadores econômicos se entendem com economistas,
historiadores das idéias argumentam com filósofos, historiadores sociais
conversam no dialeto de antropólogos e sociólogos, mas descobrem grandes
dificuldades em falar um com o outro.

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A nova historia cultural

  • 1. Área Predominante: Ciências Humanas (História) Instituição: UNESP (Faculdade de Filosofia e Ciências de Marília) Unidade: Departamento de Ciências Políticas e Econômicas
  • 2. A Nova História Cultural (Apresentação: Cláudio Travassos Delicato e Marcos Aparecido Fidêncio) Livro da Editora Martins Fontes Edição 2001 Tradução: Jefferson Luiz Camargo
  • 3. Sobre a autora Lynn Hunt -Nasceu no Panamá -Estudou nos Estados Unidos, em Minnesota (Carleton College e Stanford University) -Foi professora da University of California, Berkeley (1974-1987) e da University of Pennsylvania (1987-1998) -Atualmente, ensina no Departamento de História da UCLA (University of California, Los Angeles) -Entre suas especialidades, destacam-se a História Francesa e Européia, "história da história", "Revolução Francesa", história cultural e historiografia. - Já escreveu vários livros sobre métodos históricos e epistemologia. O livro "A nova história cultural" é apenas um entre vários outros títulos de sua autoria.
  • 4. Resumo da Obra e sua relevância 1- PARADIGMA TRADICIONAL Ao longo do século passado e início deste século, a história era tida e entendida mais como uma espécie de história militar ou diplomática do que qualquer outra coisa. A dimensão política era então admitida essencialmente a partir e através do Estado. Uma história que por um lado centrava-se nas batalhas, nas guerras e negociações envolvendo os diferentes Estados. Este é o chamado “paradigma tradicional”.
  • 5. Resumo da Obra e sua relevância 2- OS ANNALES É a partir da década de 1920 que assistiremos o início de uma crítica mais sistematizada a esta história "tradicional", crítica essa que será implacável especialmente em relação à história política, definida nos moldes de então. Cabe lembrar que esta crítica se realizou através de duas vertentes principais. A primeira seria constituída na França a partir dos anos 20 pela crítica dos Annales à essa história "tradicional". Lucien Febvre e March Bloch deram então início a uma nova produção historiográfica, movimento esse hoje denominado como a Nova História.
  • 6. Resumo da Obra e sua relevância 3- NOVA HISTÓRIA A partir de então, a história deslocava seu foco fundamental de análise para aspectos relativos à atividade humana em seu sentido mais pleno. A grande novidade da década de 1930 seria justamente a reorganização das ciências sociais na França em torno da história, que passaria por um processo de reconstrução de seu objeto de estudo, constituído a partir de então pelo próprio a homem. Não mais, portanto, o estudo dos Estados através de suas guerras e relações diplomáticas, senão o estudo dos processos relativos à figura e à ação humana no plano das massas anônimas.
  • 7. E.H. Carr · Para o historiador E.H. Carr, o "historiador, antes de começar a escrever história, é o produto da história. O ponto de vista que determinou a abordagem do historiador está enraizado no background social e histórico do pesquisador”. · Uma das características básicas da historiografia oficial é negar ao povo qualquer participação profunda nas mudanças da sociedade. A partir daí são construídas as supostas idéias dos grandes heróis nacionais e dos baderneiros, dos defensores dos interesses do Brasil e dos que querem destruí-lo, dos mantenedores da ordem, da paz e da família e dos que querem vendê-lo ao terrorismo internacional. · Apoiadas na mídia - entendida desde a carta de Caminha até os modernos jornais de hoje - as elites conseguem escrever sua própria história.
  • 8. E.H. Carr Segundo Lynn Hunt, Carr tinha razão: · A sociologia histórica tornou-se um dos mais importantes subcampos da sociologia. · A história social superou a história política como área mais importante de pesquisa histórica. “Quanto mais sociológica a história se torna, e quanto mais histórica a sociologia se torna, tanto melhor para ambas” Edward Hallet Carr (What is history? Nova Iorque, 1965)
  • 9. Novo Paradigma (Burke) · A expressão NHC (“Nova história Cultural“) entrou em uso no final da década de 1980. Em 1989, a historiadora norte-americana Lynn Hunt publicou um livro com esse nome que se tornou muito conhecido, mas os ensaios ali reunidos foram originalmente apresentados em um seminário realizado em 1987 na Universidade da Califórnia, em Berkeley, sobre "História francesa: textos e cultura". · A NHC é a forma dominante de história cultural — alguns até mesmo diriam a forma dominante de história — praticada hoje. Ela segue um novo "paradigma", no sentido do termo usado na obra de Thomas Kuhn sobre a estrutura das "revoluções" científicas, ou seja, um modelo para a prática "normal" da qual decorre uma tradição de pesquisa. Peter Burke
  • 10. Avanço para o Social “Na história, o avanço para o social foi estimulado pela influência de dois paradigmas de explicação dominantes: o marxismo por um lado, e a escola dos Annales por outro”. (Hunt, 2) PARADIGMA MARXISTA: · No final da década de 1950 e nos primeiros anos da de 1960, um grupo de jovens historiadores marxistas começou a publicar livros e artigos sobre "a história vinda de baixo", inclusive os atualmente clássicos estudos de George Rudé sobre as classes populares parisienses, de Albert Soboul sobre os sans-culottes parisienses, e os de E. P. Thompson sobre a classe operaria inglesa. E.P. Thompson
  • 11. Avanço para o Social · É uma definição que deixa muito pouca coisa de fora; conseqüentemente, em seu suposto avanço rumo à “história total”, perde toda especificidade. O PARADIGMA DA ANNALES: · O paradigma da Annales constitui uma indagação sobre como funciona um dos sistemas de uma coletividade em termos de suas múltiplas dimensões temporais, espaciais, humanas, sociais, econômicas, culturais e circunstanciais.
  • 12. Três níveis de análise Fernand Braudel Fernand Braudel postulou três níveis níveis de análise, que correspondiam a três diferentes unidades de tempo: · Estrutura ou longa duração: dominada pelo meio geográfico · Conjuntura ou média duração: voltada para a vida social · “Evento Efêmero”: inclui a política e tudo o que dizia respeito ao indivíduo.
  • 13. Década de 80 Mudança importante: · Interesse tanto dos marxistas quanto dos adeptos da Annales pela história da cultura. · Na história de inspiração marxista, o desvio para a cultura já estava presente na obra de Thompson sobre a classe operária inglesa. · Thompson rejeitou explicitamente a metáfora de base/superestrutura e dedicou-se ao estudo daquilo que chamava “mediações culturais e morais”.
  • 14. Annales – 4ª geração Roger Chartier O historiador da 4ª geração da Annales, Roger Chartier, defende "uma definição de história que seja basicamente sensível às desigualdades na apropriação de materiais ou práticas comuns". Ao propor essa reorientação que se distancia da comunidade e se volta para a diferença, Chartier revela a influência do sociólogo francês Pierre Bourdieu.
  • 15. Michel Foucault Michel Foucault chamava a atenção para o controle sobre o eu, especialmente o controle sobre os corpos exercido pelas autoridades. Foucault — que primeiro foi filósofo e se tornou historiador, depois historiador das idéias que se tornou historiador social — fez sua reputação com uma série de livros sobre a história da loucura, da clínica, dos sistemas intelectuais, da vigilância e da sexualidade. No que se refere à NHC, três de suas idéias tiveram especial influência. Vejamos a seguir...
  • 16. Michel Foucault 1ª Idéia Foucault chamou atenção para as descontinuidades culturais, ou "rupturas", por exemplo a mudança na relação entre as palavras e as coisas em meados do século XVII, a "invenção" da loucura também nesse século e da sexualidade no século XIX. Em todos esses casos, o que Kuhn chamaria de novo "paradigma" substituiu com relativa rapidez um outro anterior. A ênfase das recentes contribuições à NHC sobre a construção cultural deve muito a Foucault.
  • 17. Michel Foucault 2ª Idéia Foucault achava as obras dos historiadores “superficiais”, sendo necessário cavar mais fundo para se chegar às estruturas intelectuais ou, como preferia chamar, “redes” (réseaux) e “grades” (grilles). A idéia de “grades” como “filtro” intelectual era sugerir que as estruturas admitiam algumas informações e excluíam as demais.
  • 18. Michel Foucault 3ª Idéia Escreveu uma história intelectual que incluía tanto práticas como teorias, tanto corpos como mentes. Seu conceito de práticas está ligado a uma ênfase no que ele chamava de “microfísica do poder”, ou seja, políticas no nível micro. As “práticas discursivas”, afirmava ele, constroem ou constituem os objetos de que se fala e, em última análise, a cultura ou a sociedade como um todo, enquanto “o olhar” (le regard) era uma explessão da “sociedade disciplinar” moderna.
  • 19. O Programa da NHC Qual é, então, o programa da "nova história cultural"? · Como a obra de Foucault, a história mais ampla das mentalités foi criticada pela ausência de um enfoque claro. François Furet denunciou que essa falta de definição estimulava uma "busca infinita de novos temas", cuja escolha era regida apenas pelos modismos do momento. · Do mesmo modo, Robert Darnton lançou a acusação de que "apesar de uma enxurrada de prolegômenos e discursos sobre o método..., os franceses não elaboraram uma concepção coerente de mentalités enquanto campo de estudo". · As críticas de Furet e Darnton nos advertem vigorosamertte contra o desenvolvimento de uma história cultural definida apenas em termos de temas para pesquisa. Assim como, às vezes, a história social passou de um para outro grupo (trabalhadores, mulheres, crianças, grupos étnicos, velhos e jovens) sem desenvolver um senso suficiente de coesão ou interação entre os temas, do mesmo modo uma história cultural definida topicamente poderia degenerar numa busca interminável de novas práticas culturais a serem descritas – fossem elas carnavais, massacres de gatos ou julgamentos por impotência.
  • 20. O Programa da NHC A grande novidade da Nova História - se comparada com a aquela história "tradicional" do século XIX - encontra-se situada em relação às fontes, ao padrão da narrativa dos acontecimentos, ao trabalho proposto em moldes de longa duração e, fundamentalmente, em termos da abordagem de seu objeto. A ênfase em uma história das guerras ou das relações diplomáticas pura e simplesmente decaiu significativamente. Pensa-se agora em termos dos partidos políticos, das disputas eleitorais, das ideologias políticas enfim, fato que demonstra a vitalidade da ciência política no interior da produção historiográfica. Resgata-se a ação dos homens no campo político, reconhecendo-se assim a pluralidade e a longa duração dos fenômenos que envolvem esse campo.
  • 21. Clifford Geertz “Cultura é um padrão historicamente transmitido, de significados incorporados em símbolos, um sistema de concepções herdadas, expressas em formas simbólicas, por meio das quais os homens se comunicam, perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e suas atitudes acerca da vida”. (Geertz) A influência da antropologia cultural, com destaque para Clifford Geertz, resultou no privilegiamento da micro- história e no eclipse dos processos de causação e explicação.
  • 22. Bordieu Diferentemente de Foucault, Bourdieu, filósofo que se transformou em antropólogo e sociólogo, não escreveu história, embora tivesse um bom conhecimento do assunto e fizesse muitas observações perspicazes sobre a França do século XIX. No entanto, os conceitos e teorias que produziu em seus estudos, primeiro sobre os berberes e depois sobre os franceses, são de grande relevância para os historiadores culturais. Uma teoria de Bourdieu que teve maior influência foi o que ele chama de "reprodução cultural", processo pelo qual um grupo, como por exemplo a burguesia francesa, mantém sua posição na sociedade por meio de um sistema educacional que parece ser autônomo e imparcial, embora na verdade selecione para a educação superior alunos com as qualidades que lhes são inculcadas desde o nascimento naquele grupo social. Usou bastante uma metáfora abrangente tirada da economia e analisou a cultura em termos de bens, produção, mercado, capital e investimento. Suas expressões" capital cultural" e "capital simbólico" entraram na linguagem cotidiana de sociólogos, antropólogos e de pelo menos alguns historiadores.
  • 23. História Tradicional "Rankeana“: a visão do senso comum da história por ser considerada, com muita freqüência, "a" maneira de se fazer história, ao invés de ser considerada uma dentre várias abordagens possíveis do passado. Algumas características: - Diz respeito essencialmente à política (embora outros tipos de história - por exemplo a história da arte - não fossem totalmente excluídos, são marginalizados no sentido de serem considerados periféricos aos interesses dos "verdadeiros" historiadores). - É pensada basicamente como uma narrativa dos acontecimentos.
  • 24. História Tradicional - Oferece uma visão de cima, no sentido de concentrar-se em "grandes" feitos de "grandes" homens (estadistas, generais, eclesiásticos). Ao resto da humanidade é destinado um papel secundário no drama da história. - Enfatiza bases escritas, documentos oficiais, emanados de governos e preservados em arquivos. Negligencia outros tipos de evidências e classifica o período anterior a escrita como pré-história. - Pretende-se objetiva: a tarefa do historiador é apresentar aos leitores os fatos, ou como apontou Ranke (1795-1886), dizer "como (os fatos) realmente aconteceram, (...) os leitores deveriam ser incapazes de dizer onde um colaborador iniciou (a pesquisa) e outro continuou."
  • 25. Pontos comuns entre o grupo dos Annales e a concepção marxista de história 1. Reconhecimento da necessidade de uma síntese global que explique tanto as articulações entre os níveis que fazem da sociedade humana uma totalidade estruturada quanto às especificidades no desenvolvimento de cada nível. 2. Convicção de que a consciência que os homens de determinada época têm da sociedade em que vivem não coincide com a realidade social da época em questão. 3. Respeito pela especificidade histórica de cada período e sociedade (Ex.: as leis econômicas só valem, em princípio, para o sistema econômico em função do qual foram elaboradas). 4. Aceitação da inexistência de fronteiras estritas entre as ciências sociais (sendo a história uma delas). 5. Vinculação da pesquisa histórica com as preocupações do presente (passar da "história-narração" a uma "história-problema" mediante a formulação de hipótese de trabalho).
  • 26. Pontos comuns entre o grupo dos Annales e a concepção marxista de história 6. Consciência da pluralidade dos níveis de temporalidade (a curta duração dos acontecimentos; o tempo médio e múltiplo das conjunturas; a longa duração das estruturas). Ex.: as mentalidades mudam mais lentamente que aspectos econômicos e estes mais lentamente que as técnicas. 7. Preocupação com o espaço (história espacialmente pensada). 8. História como "ciência do passado" e "ciência do presente" simultaneamente (a história-problema é uma iluminação do presente e permite, a partir do passado, compreender melhor as lutas de hoje ao mesmo tempo que o conhecimento do presente é condição para cognoscibilidade de outros períodos históricos).
  • 27. Problemas da “Nova História” Problemas de definição: o deslocamento da história vista de cima para a história vista de baixo somente inverte a abordagem da cultura erudita pela baixa cultura. Se cultura popular é a cultura do povo, quem é o povo? Problemas de fonte: os novos tipos de perguntas sobre o passado implicam em novos tipos de fontes para suplementar os documentos oficiais. Problemas de explicação: a expansão do campo do historiador implica o repensar da explicação histórica, uma vez que as tendências culturais e sociais não podem ser analisadas da mesma maneira que os acontecimentos políticos. Elas requerem mais explicações estruturais. Problemas de síntese: o diálogo da história com outras disciplinas gera fragmentação e contraditoriamente dificulta a comunicação entre historiadores: historiadores econômicos se entendem com economistas, historiadores das idéias argumentam com filósofos, historiadores sociais conversam no dialeto de antropólogos e sociólogos, mas descobrem grandes dificuldades em falar um com o outro.