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Linguística e Ensino
“Talvez se voltássemos a pensar o ensino do português como
uma área de convergência pedagógica de muitos parceiros (e
não monopólio dos linguistas), pudéssemos trazer nova vida
para o ensino de português no Brasil.”
                                            (Faraco, 2008)
Rodrigues trás ao debate um conjunto de conceitos
provindos das grandes coordenadas que formam a
singularização da linguística frente, por exemplo, à tradição
gramatical e à filologia.
Sendo assim, o autor mostra o contraste entre a língua
falada e a língua escrita e o reconhecimento das diferentes
modalidades de escrita.
O Linguístico e o
Sociolinguístico
Para Aryon Rodrigues cabe ao ensino ampliar a
mobilidade sociolinguística do falante, ou seja garantir-lhe
um trânsito amplo e autônomo pela heterogeneidade
linguística em que vive e não concentrar-se apenas no
estudo de um objeto autônomo despregado das práticas
socioverbais (o estrutural em si).
“Propriedade” x Correção

Existe um padrão absoluto de correção?


          Tudo vale na língua?

    “os fenômenos linguísticos não são
relativos, mas relativos às circunstâncias”
“Numa cultura com um viés arraigadamente
normativo como a nossa, o senso de adequação
se vê, constantemente, perturbado (em especial
entre os segmentos altamente escolarizados) por
um senso de correção exacerbadamente purista.
Inverte-se, portanto, a equação empírica: a
correção (tomada ilusoriamente em sentido
absoluto) secundariza a adequação, quando não a
condena.”

                                 (Faraco, 2008)
Variedades cultas e
      Ensino
O primado da “propriedade” frente à correção faz Rodrigues abrir um
conjunto de tópicos sobre a variação linguística, todo ele
atravessado pelo tema das variedades cultas da língua.

         Não está explícito no texto, que o autor atribui ao ensino de
português, dentre outras, a tarefa de dar aos alunos acesso a essas
variedades. E esse tem sido um posicionamento comum entre os
linguistas.

         Como se supõem que para os linguistas “tudo vale na
língua”, supõe-se também que eles são contrários ao ensino das
variedades ditas cultas. Não há, em seus textos, nenhuma afirmação
nesse sentido.
Houve um tempo, em especial na década de 1980, em que a questão foi tratada
pelos linguistas na perspectiva de uma pedagogia do bidialetismo (v., por exemplo,
Soares, 1986).
                                 Consideravam-se as variedades cultas como
                                 um dialeto social e se propunha que o ensino
                                 fornecesse aos falantes de outras variedades
                                 a possibilidade de incorporar esse novo
                                 dialeto, tornando-se “bidialetais”.

                                 A compreensão do fenômeno estava,
                                 portanto, centrada nas formas linguisticas em
                                 si (as variedades cultas vistas apenas como
                                 um       conjunto      de       características
                                 lexicogramaticais) e o ensino, na transmissão
                                 e domínio dessas formas.
 Visão em continuum das variantes:
  Melhor apreensão e distribuição
  social das variedades, o que permite
  uma maior interrelação.

 O letramento implica, como destaca
  Britto (2004:134), “muito mais que
  dispor de um conhecimento sobre
  uma variedade linguística”.

      Escola letradora: Acesso às
    variedades cultas da língua por meio
    de uma pedagogia articulada –
    Educação transdisciplinar (Britto,
    2004).
   Letramento “é um processo de aprendizagem social e histórica da leitura e da
    escrita em contextos informais e para usos utilitários, por isso é um conjunto de
    práticas, ou seja, ‘letramentos’ [...] Distribui-se em graus de domínios que vão de
    um patamar mínimo a um máximo” (MARCUSCHI, 2001).

   Graus de letramento: Como a escola é considerada uma das maiores agências
    de letramento, quanto maior for a escolarização do indivíduo, maior também
    poderá ser considerado seu grau de letramento. Todavia, o que vai ratificar seu
    elevado grau de letramento, será sua capacidade de usar os conhecimentos que
    envolvam a escrita de modo a facilitar sua vida na sociedade, de usufruir dos
    benefícios que os resultados da escrita derrama em seu meio social.

   Mito do letramento: Falseamento acerca do domínio do uso da escrita por um
    grupo social, ou de seus reflexos pela sociedade.
ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA COMO LÍNGUA
                       MATERNA

EQUÍVOCOS E CONTRADIÇÕES

5.Oralidade x Escrita: Para Marchuschi (2000) o fim maior do ensino de
português “é o pleno domínio e uso de ambas as modalidades nos seus
diferentes níveis”;

7.Leitura x Gramática;

9.Língua Culta x Variedades Linguisticas;

11.Textos Didáticos x Textos Vivos.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA


LÍNGUA CULTA COMO VARIEDADE DE PRESTÍGIO
pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Variedades Cultas e
  norma padrão
Se os lingüistas não são contrários ao ensino das
variedades cultas   e têm defendido uma prática
pedagógica centrada no letramento no sentido amplo e
não apenas nas formas lingüísticas, por que eles são
acusados de serem contrários ao ensino das
variedades cultas?
O equívoco parece nascer do fato de os acusadores não distinguirem,
como fazem os lingüistas, duas realidades distintas:

           Variedades cultas x Norma-padrão

Esta instabilidade terminológica percorre os textos dos lingüistas e
acaba favorecendo as confusões e equívocos.



    Importante: Distinção não meramente terminológica como também
    indispensável para a compreensão mais adequada dos fenômenos
                              lingüísticos.
“Os lingüistas, ao estudar a variação sociolingüística, detectam a existência de
variedades sociais a que se atribui o qualificativo de “cultas”.”
Estas variedades sociais qualificadas como cultas são:

-Decorrentes de usos mais monitorados da língua
-Segmentos urbanos posicionados do meio para cima na hierarquia econômica
-Amplo acesso aos bens culturais, como educação formal e cultura escrita

Trata-se daquilo que é normal, recorrente, comum na expressão lingüística
desses segmentos sociais, em situações mais monitoradas.
Essas variedades não são homogêneas e, como destacado por Aryon Rodrigues em
seu texto, partilham traços comuns cuja a difusão e sedimentação são favorecidas pela
escolarização de longo alcance e, hoje, seguramente muito mais pela força centrípeta
exercida nacionalmente pela televisão e pelo rádio.
Claramente, há uma distinção entre a expressão língua culta escrita e
língua culta falada.

Variedades Cultas, em suas modalidades orais e escritas, são:
-manifestações do uso vivo (normal) da língua

Norma-padrão:
- É um construto idealizado, uma codificação taxonômica de formas
tomadas como um modelo lingüístico ideal
                     É importante observar que, essa norma, no entanto,
                     profundamente dissociada das variedades cultas
                     efetivamente praticadas no Brasil, nunca se tornou um
                     fato funcional. No entanto, tem servido, por mais de um
                     século, de instrumento de violência simbólica e
                     discriminação sociocultural.
Em contraposição ao quadro normativo
vigente, os linguistas, com base no estudo
empírico das variedades cultas faladas e
escritas,    costumam      postular   uma
renovação da norma-padrão que resulte
numa atualização de nossos instrumentos
normativos (dicionários e gramáticas) com
a incorporação ao padrão de todos os
fenômenos característicos das variedades
cultas. Em outras palavras, os linguistas
postulam a fixação de uma norma-padrão
que seja o efetivo reflexo da norma culta
brasileira.
Há conveniência ou necessidade de se fixar uma norma-padrão brasileira? A natural
diversidade da linguística nacional está pondo em risco a relativa unidade das
variedades cultas faladas? Ou os traços comuns, aliados à força centrípeta dos meios
de comunicação social e das pressões niveladoras típicas do ambiente urbano, estão
suficientemente consolidados para garantir a relativa unidade linguística do país?
-Não há indícios de risco à relativa unidade das variedades cultas
-Circunstancias históricas como a intensa urbanização, novas redes de relações
estabelecidas no espaço urbano e a presença dos meios de comunicação social, em
boa medida favorecem.
-Estudos empíricos tem mostrado que, embora a realidade linguística brasileira seja
historicamente polarizada entre as variedades cultas e populares, há uma clara e forte
tendência ao nivelamento das duas grandes normas linguísticas brasileiras.
Diante desses fatos, talvez possamos mesmo abrir mão de projetos
padronizadores, direcionando nossas energias para o que efetivamente
interessa: de um lado, a descrição e a difusão das variedades cultas faladas e
escritas; e, de outro, o combate sistemático aos preceitos na norma curta [...].


“o estigma ainda recai pesadamente sobre as variantes mais características
da norma popular, fortalecendo-se a cada dia- inclusive com a força dos
meios de comunicação em massa- um preconceito que, sem fundamento
linguístico (cf, Bagno 1999), na mais é do que a crua manifestação da
discriminação econômica e da ideologia da exclusão social.”
                                                         Lucchesi (2002: 88)
Precisaria então de uma norma-padrão escrita?

Obviamente, necessitamos de uma grafia-padrão, mas precisamos ir além
dessa uniformização ortográfica, isto é, precisamos também regulamentar
fenômenos sintáticos, considerando o fracasso evidente das tentativas
padronizadas do século XIX? Ou, em outras palavras, não basta deixar que o
normal (variedades cultas) seja normativo para a fala e para a escrita?

Questões essas que talvez não sejam ainda de fácil assimilação porque
continuamos assombrados pela norma-padrão escrita fixada no século XIX,
pela violência simbólica que a acompanha e pelo temor histórico de uma
suposta ‘desagregação’ da língua e do país.
Escola e Variação
   Linguística
“É justamente frente aos fenômenos da variação (por estes
envolverem complexas questões identitárias e de valores
socioculturais) que os falantes parecem se mostrar mais
sensíveis, externando, muitas vezes, atitudes e juízos de
alta virulência” (FARACO, 2004, p. 1).
Segundo Faraco (2004) o que se tem feito em
prol de uma pedagogia da variação linguística
ainda é muito pouco. Parece que ainda não se
sabe ao certo como lidar com isso.

Sabendo que os PCNs (Parâmetros
Curriculares Nacionais) e outros documentos
oficiais de diretrizes de ensino já incluíram a
variação linguística no ensino da Língua
Materna, é imprescindível que busquemos
formas de tornar isso real, e não apenas
discurso teórico.
Faraco (2004) afirma, então, que nosso grande
desafio como estudiosos da Linguística e da
Sociolinguística é construir uma pedagogia que não
contrarie a realidade linguística do país (multilingue);
não dê tratamento estereotipado para a ideia de
variação; localize e explique adequadamente o que é
a norma-padrão diante dos fenômenos de variação
linguística; estimule a potencialidade estilística de
manipulação das diversas variedades linguísticas.
Só assim, combateremos as exclusões sociais e as
violências simbólicas que se realizam a partir do
preconceito linguístico.
Bortoni-Ricardo (2008) apresenta um trecho extremamente
interessante do livro Rememórias Dois de Carmo Bernardes:
“Entrei numa lida muito dificultosa. Martírio sem fim o não entender
nadinha do que vinha nos livros e do que Mestre Frederico falava.
Estranheza colosso me cegava e me punha tonto. Acho bem que foi
desse tempo o mal que me acompanha até hoje de ser recanteado e
meio mocorongo. Com os meus, em casa, conversava por trinta,
tinha ladineza e entendimento. Na rua e na escola – nada; era
completamente afrásico. As pessoas eram bichos do outro mundo
que temperavam um palavreado grego de tudo.
Os meninos que arrumei para meus companheiros eram todos filhos
de baiano. Conversavam muito diferente do que estava escrito nos
livros e mais diferente ainda da gente de minha parentalha. Custei a
danar a aprender a linguagem deles (...).
Um dia cheguei atrasado e dei a desculpa de que o relógio lá de casa
estava ‘azangado’. Aí o mestre entortou o canto da boca, enrugou o couro
da testa e derreou a cabeça e ficou muito tempo assim de esguelha,
fisgado em mim, depois estralou:
- O relógio está o quê?!!
Ah, meu Deus... Tampei a cara com o livro, e uma coceira descomedida
nas popas me pôs a retocar e a esfregar no banco, como quem tinha
panhado bicho. (...)
E, peculiarmente, a palmatória surrou miúdo no tampo da mesa. Em tudo
mais era nesse teor. Era – não: é. Vivi até hoje empenhado na peleja mais
dura, com o viso de me acostumar a falar de acordo, e não sou capaz.
(...) Contar um caso bem contado, com cautela de não dar motivos a
enjoamento em quem vai ler, é que não sou capaz porque tolhido dentro
das regras que Mestre Frederico me ensinou, nunca pude armar uma
estória que prestasse’’.
“O problema está nas formas como lidamos com essa
diversidade. O problema está na forma como representamos
para nós essa diversidade. O problema está nas imagens
saturadas de valores que temos dessa diversidade e nas
imagens saturadas de valores que temos de nós como
falantes. Aí reside a fonte das imensas dificuldades que temos
para reconhecer nossa cara lingüística. Por conseqüência,
continuamos a ser uma sociedade atolada em pesados
equívocos e estigmas lingüísticos” (FARACO, 2004, p.10).
Qual deverá ser a linguagem do
professor? Mais formal e séria, ou mais
  espontânea e familiar aos alunos?

     É possível alternar entre as
            variedades?
Erros ou fenômenos de variação?

Segundo Faraco (2004), a ordem da
metodologia de ensino que ainda persiste
majoritariamente no Brasil constitui-se na
ideia de priorizar a correção em detrimento
da ideia de adequação das diversas
variedades.
“(...) não há em língua um padrão absoluto de
correção (válido para todas as circunstâncias),
mas apenas padrões relativos às diferentes
circunstâncias (daí os linguistas afirmarem que a
“propriedade” é mais importante que a correção)”
(FARACO, 2004, p. 2).
•P- Reinaldo, mas por quê você num veio ontem?
•Num deu tempo.
•P- Num deu tempo por quê?
•A – Tava trabaianu.
•P- O Reinaldo estava trabalhando ontem e por isso não veio
à aula. Vejam esta palavra, “trabalhando”. Ela é uma
daquelas palavrinhas que podemos usar dos dois jeitos.
Quando falamos com nossos amigos, podemos dizer
“trabaianu”; quando falamos com pessoas que não
conhecemos bem, empregamos a palavra como a
escrevemos, assim: “trabalhando”. Peguem o seu caderno e
vamos escrever uma frase que começa assim: “Ontem eu
estava trabalhando...”
“Pelo menos, estamos convencidos de que os alunos
devem se familiarizar com diferentes gêneros discursivos e não
exclusivamente com o texto literário (...) e de que precisamos
combater e mesmo eliminar das práticas escolares o famigerado
gênero “redação escolar”, isto é, aquela produção de textos
artificiais, pré-moldados, que não participam de um circuito vivo de
comunicação, se esgotam na escola e atendem apenas a
burocracia escolar (cumprir tarefa, receber nota). (...) a produção
de texto deve ter funcionalidade, deve realizar efetivos eventos
comunicativos. Acreditamos, por isso, que o processo de produção
de texto e seu produto devem acontecer em ambiente cooperativo,
passando por etapas coletivas, seja na preparação do texto, seja
na análise do produto.” (FARACO, 2004, p. 8)
 Pedagogia da variação linguística: Os alunos devem se
   familiarizar com diferentes gêneros discursivos – ampla
   circulação sociocultural.

       Sinais evidentes da ausência de pedagogia da variação
     linguística:
       1. Livros didáticos
       2. SAEB
       3. ENEM
Construção de uma pedagogia da variação
linguística:
    Não tratamento anedótico ou estereotipado aos
    fenômenos da variação;
    Localização adequada dos fatos da norma
    culta/comum/standard;
    Abandono do cultivo da norma-padrão;
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Ensino da Língua Portuguesa e Variedades Linguísticas

  • 1.
  • 3. “Talvez se voltássemos a pensar o ensino do português como uma área de convergência pedagógica de muitos parceiros (e não monopólio dos linguistas), pudéssemos trazer nova vida para o ensino de português no Brasil.” (Faraco, 2008)
  • 4. Rodrigues trás ao debate um conjunto de conceitos provindos das grandes coordenadas que formam a singularização da linguística frente, por exemplo, à tradição gramatical e à filologia. Sendo assim, o autor mostra o contraste entre a língua falada e a língua escrita e o reconhecimento das diferentes modalidades de escrita.
  • 5. O Linguístico e o Sociolinguístico
  • 6. Para Aryon Rodrigues cabe ao ensino ampliar a mobilidade sociolinguística do falante, ou seja garantir-lhe um trânsito amplo e autônomo pela heterogeneidade linguística em que vive e não concentrar-se apenas no estudo de um objeto autônomo despregado das práticas socioverbais (o estrutural em si).
  • 7. “Propriedade” x Correção Existe um padrão absoluto de correção? Tudo vale na língua? “os fenômenos linguísticos não são relativos, mas relativos às circunstâncias”
  • 8. “Numa cultura com um viés arraigadamente normativo como a nossa, o senso de adequação se vê, constantemente, perturbado (em especial entre os segmentos altamente escolarizados) por um senso de correção exacerbadamente purista. Inverte-se, portanto, a equação empírica: a correção (tomada ilusoriamente em sentido absoluto) secundariza a adequação, quando não a condena.” (Faraco, 2008)
  • 10. O primado da “propriedade” frente à correção faz Rodrigues abrir um conjunto de tópicos sobre a variação linguística, todo ele atravessado pelo tema das variedades cultas da língua. Não está explícito no texto, que o autor atribui ao ensino de português, dentre outras, a tarefa de dar aos alunos acesso a essas variedades. E esse tem sido um posicionamento comum entre os linguistas. Como se supõem que para os linguistas “tudo vale na língua”, supõe-se também que eles são contrários ao ensino das variedades ditas cultas. Não há, em seus textos, nenhuma afirmação nesse sentido.
  • 11.
  • 12. Houve um tempo, em especial na década de 1980, em que a questão foi tratada pelos linguistas na perspectiva de uma pedagogia do bidialetismo (v., por exemplo, Soares, 1986). Consideravam-se as variedades cultas como um dialeto social e se propunha que o ensino fornecesse aos falantes de outras variedades a possibilidade de incorporar esse novo dialeto, tornando-se “bidialetais”. A compreensão do fenômeno estava, portanto, centrada nas formas linguisticas em si (as variedades cultas vistas apenas como um conjunto de características lexicogramaticais) e o ensino, na transmissão e domínio dessas formas.
  • 13.  Visão em continuum das variantes: Melhor apreensão e distribuição social das variedades, o que permite uma maior interrelação.  O letramento implica, como destaca Britto (2004:134), “muito mais que dispor de um conhecimento sobre uma variedade linguística”.  Escola letradora: Acesso às variedades cultas da língua por meio de uma pedagogia articulada – Educação transdisciplinar (Britto, 2004).
  • 14. Letramento “é um processo de aprendizagem social e histórica da leitura e da escrita em contextos informais e para usos utilitários, por isso é um conjunto de práticas, ou seja, ‘letramentos’ [...] Distribui-se em graus de domínios que vão de um patamar mínimo a um máximo” (MARCUSCHI, 2001).  Graus de letramento: Como a escola é considerada uma das maiores agências de letramento, quanto maior for a escolarização do indivíduo, maior também poderá ser considerado seu grau de letramento. Todavia, o que vai ratificar seu elevado grau de letramento, será sua capacidade de usar os conhecimentos que envolvam a escrita de modo a facilitar sua vida na sociedade, de usufruir dos benefícios que os resultados da escrita derrama em seu meio social.  Mito do letramento: Falseamento acerca do domínio do uso da escrita por um grupo social, ou de seus reflexos pela sociedade.
  • 15. ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA COMO LÍNGUA MATERNA EQUÍVOCOS E CONTRADIÇÕES 5.Oralidade x Escrita: Para Marchuschi (2000) o fim maior do ensino de português “é o pleno domínio e uso de ambas as modalidades nos seus diferentes níveis”; 7.Leitura x Gramática; 9.Língua Culta x Variedades Linguisticas; 11.Textos Didáticos x Textos Vivos. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA LÍNGUA CULTA COMO VARIEDADE DE PRESTÍGIO
  • 16.
  • 17. pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro
  • 18. Variedades Cultas e norma padrão
  • 19. Se os lingüistas não são contrários ao ensino das variedades cultas e têm defendido uma prática pedagógica centrada no letramento no sentido amplo e não apenas nas formas lingüísticas, por que eles são acusados de serem contrários ao ensino das variedades cultas?
  • 20. O equívoco parece nascer do fato de os acusadores não distinguirem, como fazem os lingüistas, duas realidades distintas: Variedades cultas x Norma-padrão Esta instabilidade terminológica percorre os textos dos lingüistas e acaba favorecendo as confusões e equívocos. Importante: Distinção não meramente terminológica como também indispensável para a compreensão mais adequada dos fenômenos lingüísticos.
  • 21. “Os lingüistas, ao estudar a variação sociolingüística, detectam a existência de variedades sociais a que se atribui o qualificativo de “cultas”.” Estas variedades sociais qualificadas como cultas são: -Decorrentes de usos mais monitorados da língua -Segmentos urbanos posicionados do meio para cima na hierarquia econômica -Amplo acesso aos bens culturais, como educação formal e cultura escrita Trata-se daquilo que é normal, recorrente, comum na expressão lingüística desses segmentos sociais, em situações mais monitoradas. Essas variedades não são homogêneas e, como destacado por Aryon Rodrigues em seu texto, partilham traços comuns cuja a difusão e sedimentação são favorecidas pela escolarização de longo alcance e, hoje, seguramente muito mais pela força centrípeta exercida nacionalmente pela televisão e pelo rádio.
  • 22. Claramente, há uma distinção entre a expressão língua culta escrita e língua culta falada. Variedades Cultas, em suas modalidades orais e escritas, são: -manifestações do uso vivo (normal) da língua Norma-padrão: - É um construto idealizado, uma codificação taxonômica de formas tomadas como um modelo lingüístico ideal É importante observar que, essa norma, no entanto, profundamente dissociada das variedades cultas efetivamente praticadas no Brasil, nunca se tornou um fato funcional. No entanto, tem servido, por mais de um século, de instrumento de violência simbólica e discriminação sociocultural.
  • 23. Em contraposição ao quadro normativo vigente, os linguistas, com base no estudo empírico das variedades cultas faladas e escritas, costumam postular uma renovação da norma-padrão que resulte numa atualização de nossos instrumentos normativos (dicionários e gramáticas) com a incorporação ao padrão de todos os fenômenos característicos das variedades cultas. Em outras palavras, os linguistas postulam a fixação de uma norma-padrão que seja o efetivo reflexo da norma culta brasileira.
  • 24. Há conveniência ou necessidade de se fixar uma norma-padrão brasileira? A natural diversidade da linguística nacional está pondo em risco a relativa unidade das variedades cultas faladas? Ou os traços comuns, aliados à força centrípeta dos meios de comunicação social e das pressões niveladoras típicas do ambiente urbano, estão suficientemente consolidados para garantir a relativa unidade linguística do país? -Não há indícios de risco à relativa unidade das variedades cultas -Circunstancias históricas como a intensa urbanização, novas redes de relações estabelecidas no espaço urbano e a presença dos meios de comunicação social, em boa medida favorecem. -Estudos empíricos tem mostrado que, embora a realidade linguística brasileira seja historicamente polarizada entre as variedades cultas e populares, há uma clara e forte tendência ao nivelamento das duas grandes normas linguísticas brasileiras.
  • 25. Diante desses fatos, talvez possamos mesmo abrir mão de projetos padronizadores, direcionando nossas energias para o que efetivamente interessa: de um lado, a descrição e a difusão das variedades cultas faladas e escritas; e, de outro, o combate sistemático aos preceitos na norma curta [...]. “o estigma ainda recai pesadamente sobre as variantes mais características da norma popular, fortalecendo-se a cada dia- inclusive com a força dos meios de comunicação em massa- um preconceito que, sem fundamento linguístico (cf, Bagno 1999), na mais é do que a crua manifestação da discriminação econômica e da ideologia da exclusão social.” Lucchesi (2002: 88)
  • 26. Precisaria então de uma norma-padrão escrita? Obviamente, necessitamos de uma grafia-padrão, mas precisamos ir além dessa uniformização ortográfica, isto é, precisamos também regulamentar fenômenos sintáticos, considerando o fracasso evidente das tentativas padronizadas do século XIX? Ou, em outras palavras, não basta deixar que o normal (variedades cultas) seja normativo para a fala e para a escrita? Questões essas que talvez não sejam ainda de fácil assimilação porque continuamos assombrados pela norma-padrão escrita fixada no século XIX, pela violência simbólica que a acompanha e pelo temor histórico de uma suposta ‘desagregação’ da língua e do país.
  • 27. Escola e Variação Linguística
  • 28. “É justamente frente aos fenômenos da variação (por estes envolverem complexas questões identitárias e de valores socioculturais) que os falantes parecem se mostrar mais sensíveis, externando, muitas vezes, atitudes e juízos de alta virulência” (FARACO, 2004, p. 1).
  • 29. Segundo Faraco (2004) o que se tem feito em prol de uma pedagogia da variação linguística ainda é muito pouco. Parece que ainda não se sabe ao certo como lidar com isso. Sabendo que os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) e outros documentos oficiais de diretrizes de ensino já incluíram a variação linguística no ensino da Língua Materna, é imprescindível que busquemos formas de tornar isso real, e não apenas discurso teórico.
  • 30. Faraco (2004) afirma, então, que nosso grande desafio como estudiosos da Linguística e da Sociolinguística é construir uma pedagogia que não contrarie a realidade linguística do país (multilingue); não dê tratamento estereotipado para a ideia de variação; localize e explique adequadamente o que é a norma-padrão diante dos fenômenos de variação linguística; estimule a potencialidade estilística de manipulação das diversas variedades linguísticas. Só assim, combateremos as exclusões sociais e as violências simbólicas que se realizam a partir do preconceito linguístico.
  • 31. Bortoni-Ricardo (2008) apresenta um trecho extremamente interessante do livro Rememórias Dois de Carmo Bernardes: “Entrei numa lida muito dificultosa. Martírio sem fim o não entender nadinha do que vinha nos livros e do que Mestre Frederico falava. Estranheza colosso me cegava e me punha tonto. Acho bem que foi desse tempo o mal que me acompanha até hoje de ser recanteado e meio mocorongo. Com os meus, em casa, conversava por trinta, tinha ladineza e entendimento. Na rua e na escola – nada; era completamente afrásico. As pessoas eram bichos do outro mundo que temperavam um palavreado grego de tudo. Os meninos que arrumei para meus companheiros eram todos filhos de baiano. Conversavam muito diferente do que estava escrito nos livros e mais diferente ainda da gente de minha parentalha. Custei a danar a aprender a linguagem deles (...).
  • 32. Um dia cheguei atrasado e dei a desculpa de que o relógio lá de casa estava ‘azangado’. Aí o mestre entortou o canto da boca, enrugou o couro da testa e derreou a cabeça e ficou muito tempo assim de esguelha, fisgado em mim, depois estralou: - O relógio está o quê?!! Ah, meu Deus... Tampei a cara com o livro, e uma coceira descomedida nas popas me pôs a retocar e a esfregar no banco, como quem tinha panhado bicho. (...) E, peculiarmente, a palmatória surrou miúdo no tampo da mesa. Em tudo mais era nesse teor. Era – não: é. Vivi até hoje empenhado na peleja mais dura, com o viso de me acostumar a falar de acordo, e não sou capaz. (...) Contar um caso bem contado, com cautela de não dar motivos a enjoamento em quem vai ler, é que não sou capaz porque tolhido dentro das regras que Mestre Frederico me ensinou, nunca pude armar uma estória que prestasse’’.
  • 33. “O problema está nas formas como lidamos com essa diversidade. O problema está na forma como representamos para nós essa diversidade. O problema está nas imagens saturadas de valores que temos dessa diversidade e nas imagens saturadas de valores que temos de nós como falantes. Aí reside a fonte das imensas dificuldades que temos para reconhecer nossa cara lingüística. Por conseqüência, continuamos a ser uma sociedade atolada em pesados equívocos e estigmas lingüísticos” (FARACO, 2004, p.10).
  • 34. Qual deverá ser a linguagem do professor? Mais formal e séria, ou mais espontânea e familiar aos alunos? É possível alternar entre as variedades?
  • 35. Erros ou fenômenos de variação? Segundo Faraco (2004), a ordem da metodologia de ensino que ainda persiste majoritariamente no Brasil constitui-se na ideia de priorizar a correção em detrimento da ideia de adequação das diversas variedades.
  • 36. “(...) não há em língua um padrão absoluto de correção (válido para todas as circunstâncias), mas apenas padrões relativos às diferentes circunstâncias (daí os linguistas afirmarem que a “propriedade” é mais importante que a correção)” (FARACO, 2004, p. 2).
  • 37. •P- Reinaldo, mas por quê você num veio ontem? •Num deu tempo. •P- Num deu tempo por quê? •A – Tava trabaianu. •P- O Reinaldo estava trabalhando ontem e por isso não veio à aula. Vejam esta palavra, “trabalhando”. Ela é uma daquelas palavrinhas que podemos usar dos dois jeitos. Quando falamos com nossos amigos, podemos dizer “trabaianu”; quando falamos com pessoas que não conhecemos bem, empregamos a palavra como a escrevemos, assim: “trabalhando”. Peguem o seu caderno e vamos escrever uma frase que começa assim: “Ontem eu estava trabalhando...”
  • 38. “Pelo menos, estamos convencidos de que os alunos devem se familiarizar com diferentes gêneros discursivos e não exclusivamente com o texto literário (...) e de que precisamos combater e mesmo eliminar das práticas escolares o famigerado gênero “redação escolar”, isto é, aquela produção de textos artificiais, pré-moldados, que não participam de um circuito vivo de comunicação, se esgotam na escola e atendem apenas a burocracia escolar (cumprir tarefa, receber nota). (...) a produção de texto deve ter funcionalidade, deve realizar efetivos eventos comunicativos. Acreditamos, por isso, que o processo de produção de texto e seu produto devem acontecer em ambiente cooperativo, passando por etapas coletivas, seja na preparação do texto, seja na análise do produto.” (FARACO, 2004, p. 8)
  • 39.  Pedagogia da variação linguística: Os alunos devem se familiarizar com diferentes gêneros discursivos – ampla circulação sociocultural.  Sinais evidentes da ausência de pedagogia da variação linguística: 1. Livros didáticos 2. SAEB 3. ENEM Construção de uma pedagogia da variação linguística: Não tratamento anedótico ou estereotipado aos fenômenos da variação; Localização adequada dos fatos da norma culta/comum/standard; Abandono do cultivo da norma-padrão; Estímulo da percepção do potencial estilístico e retórico dos fenômenos da variação.