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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina 
Departamento Acadêmico de Construção Civil 
Curso Técnico em Saneamento Integrado 
PROJETO INTEGRADOR FINAL 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS E AMBIENTAIS PARA O PROJETO REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS 
Comunidade Chico Mendes – Florianópolis/SC 
Autores: 
Débora Niemeyer de Andrade 
Érika Farcili Fernandez 
Gabriela Maria Peres 
Helena Fonseca Oliveira 
Jaiani Kloppel 
Joice Ane Turati 
Josué Marco Costa 
Lenise Câmara Franco 
Marina Silva de Oliveira 
Marisa Martins 
Moisés Bernardino 
Nicholas Antunes di Lucia 
Rodolfo Zanin 
Samantha Mangrich de Assunção 
Florianópolis - SC 
2011
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina 
Departamento Acadêmico de Construção Civil 
Curso Técnico em Saneamento Integrado 
PROJETO INTEGRADOR FINAL 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS E AMBIENTAIS PARA O PROJETO REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS 
Comunidade Chico Mendes – Florianópolis/SC 
Autores: Débora Niemeyer de Andrade, Érika Farcili Fernandez, Gabriela Maria Peres, Helena Fonseca Oliveira, Jaiani Kloppel, Joice Ane Turati, Josué Marco Costa, Lenise Câmara Franco, Marina Silva de Oliveira, Marisa Martins, Moisés Bernardino, Nicholas Antunes di Lucia, Rodolfo Zanin , Samantha Mangrich de Assunção. 
Projeto Integrador apresentado como pré-requisito de conclusão do curso de Saneamento Integrado ao Ensino Médio ao Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Santa Catarina, orientado pelos Professores Rolando Córdova Nunes e Claudi Ariane Gomes Fonseca. 
Florianópolis - SC 
2011
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 6 2 OBJETIVO GERAL ............................................................................... 7 
3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................. 7 4 JUSTIFICATIVA .................................................................................... 8 
5 COMUNIDADE CHICO MENDES ......................................................... 9 
6 DADOS E CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE .......................... 10 
6.1 Origem da comunidade ........................................................................ 11 
6.2 Procedência dos moradores ................................................................ 11 
6.3 Organização comunitária ..................................................................... 12 
6.4 População ............................................................................................ 12 
6.5 Problemas sociais mais comuns .......................................................... 12 
6.6 Características da área ........................................................................ 13 
7 BREVE HISTÓRICO SOBRE O PROJETO REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS 14 
8 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS URBANOS ............................ 16 
8.1 Caracterização dos resíduos orgânicos no Brasil ................................ 16 
8.2 Caracterização dos resíduos orgânicos em Florianópolis .................... 16 
9 ANÁLISE DO SISTEMA DE MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EXISTENTES ............................................................................................ 17 
10 ESTUDO DE CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS ....................................... 19 
11 O LIXO E A COMPOSTAGEM ......................................................... 21 
12 O COMPOSTO ORGÂNICO NA AGRICULTURA ........................... 22 
13 HISTÓRIA DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM ......................... 23 
14 COMPOSTAGEM ............................................................................ 24 
15 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS FUNDAMENTAIS NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM ................................................................................ 28
15.1 Aeração ............................................................................................. 28 
15.2 Temperatura ...................................................................................... 28 
15.3 Umidade ............................................................................................ 29 
15.4 Relação Carbono/Nitrogênio (C/N) .................................................... 29 
15.5 Estrutura ............................................................................................ 29 
15.6 pH ...................................................................................................... 30 
16 MONTAGEM DAS LEIRAS .............................................................. 31 
16.1 Impermeabilização do solo e drenagem ............................................ 32 
16.2 Armazenamento do composto produzido .......................................... 33 
17 ALTERNATIVAS DE CONCEPÇÃO DAS LEIRAS .......................... 34 
17.1 Sistema de leiras revolvidas (windrow) .............................................. 35 
17.2 Sistema de leiras estáticas aeradas (static pile) ................................ 36 
17.3 Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-vessel) ....................... 38 
18 CHORUME - LIXIVIADO .................................................................. 40 
18.1 Resultados da caracterização química do composto orgânico .......... 40 
18.2 Textura ............................................................................................... 40 
18.3 pH ...................................................................................................... 41 
18.4 Fósforo ............................................................................................... 41 
18.5 Potássio ............................................................................................. 42 
18.6 Outros Atributos ................................................................................. 42 
18.7 Resultados da caracterização do lixiviado ......................................... 44 
19 CONTROLES AMBIENTAIS ............................................................ 45 
19.1 Pátio de compostagem ...................................................................... 45 
19.2 Materiais necessários ........................................................................ 46 
20 ASPECTOS SANITÁRIOS EPIDEMIOLÓGICOS ............................ 48 
20.1 Epidemiologia .................................................................................... 48 
21. SISTEMAS DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .......................... 59
22. MOBILIZAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ..................... 61 
21 ANEXOS .......................................................................................... 62 
21.2 Orçamento do Projeto ........................................................................ 64 
22 CONCLUSÃO .................................................................................. 67 
23 REFERÊNCIAS ............................................................................... 69
6 
1 INTRODUÇÃO 
Alguns dos assuntos frequentemente discutidos nos últimos tempos são as soluções para os desafios da humanidade, como a escassez dos recursos naturais e a poluição. Os resíduos orgânicos produzidos pela população da cidade representam cerca de 90 toneladas dos resíduos totais, sendo na maioria das vezes destinados aos lixões a céu aberto. Espera-se que as respostas para essas questões venham de grandes ações governamentais. Assim, ficamos cegos para pequenas iniciativas que já estão em andamento; projetos reais que ajudam as pessoas a lidar melhor com problemas cotidianos, e que resultam em um futuro melhor para milhares de famílias. A “Revolução dos Baldinhos” é uma dessas iniciativas, e começou em 2009 pelas mãos dos próprios moradores da comunidade, que sofria com a presença de ratos e outros animais vetores de doenças nas latas e sacolas de lixo deixadas pela rua. A solução apareceu com a ajuda do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO), uma organização não governamental formada por entidades de apoio à agricultura familiar, que percebeu que o lixo orgânico poderia ter um destino diferente do convencional, servindo de adubo para hortas cultivadas pela comunidade. A idéia era muito simples: os moradores levariam o lixo a um posto de coleta e este seria encaminhado para um pátio de compostagem, cedido pela prefeitura, e mantido pelos participantes e voluntários do projeto. Alguns meses depois, o lixo se transformaria em um rico condicionador de solo para nutrir hortas nos quintais das famílias participantes do projeto, e o chorume serviria como fertilizante. Este projeto visa oferecer contribuições para o projeto que já está em andamento há dois anos, através da melhoria da qualidade de vida da população, da adequação do processo de compostagem, da educação social das famílias e de melhores condições sanitárias para prevenção de doenças.
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2 OBJETIVO GERAL 
Apresentar propostas de ordem técnica que tragam melhorias ao projeto comunitário de compostagem “Revolução dos Baldinhos”, praticado na comunidade Chico Mendes, na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. 
3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Ao final da execução do projeto os objetivos, para fins contribuitivos, são: 
 Acompanhar a mobilização social envolvida na comunidade; 
 Descrever sugestões para a concepção das leiras de compostagem e soluções para os problemas de geração e tratamento do chorume; 
 Apresentar as patologias e os vetores que vêm acompanhados da incorreta disposição de matéria orgânica.
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4 JUSTIFICATIVA 
A implantação de um processo de compostagem reduz a quantidade de lixo orgânico que é enviado para os aterros e diminui os custos da coleta. Coletar, transportar e dispor uma tonelada de lixo custa à COMCAP - Companhia de Melhoramentos da Capital – R$ 196,00. É possível, também, fazer o reaproveitamento orgânico de tudo que é consumido e que, de outra maneira, apodreceria em montanhas de lixo nos aterros sanitários. O lixo orgânico pode ser visto como fonte de riqueza, pois enriquece o solo com nutrientes para as plantas, ajuda na aeração e retenção de água, melhora a drenagem da terra como combate a enchentes em áreas de difícil absorção de água e reduz a necessidade do uso de herbicidas e pesticidas, visto que os animais e agentes vetores de doenças são imediatamente eliminados. Outro aspecto a ser observado é o envolvimento da comunidade na execução do projeto. Quem atua em qualquer uma das etapas está ajudando de forma voluntária. Pouco se ganha, financeiramente, na comunidade destacada, devido à falta de apoio de entidades governamentais, porém o conhecimento, as ações sustentáveis e a preservação do meio ambiente são ganhos eternos para todos os envolvidos. Segundo Dantes Torres (APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA AGRICULTURA URBANA, 1ª Ed., 2003), “A separação na fonte dos RSU (resíduos sólidos urbanos) poupa gastos de transporte, aumenta a vida útil dos sistemas de tratamento sanitários e facilita o aproveitamento dos resíduos orgânicos.” A educação ambiental e a sensibilização da comunidade permitem incorporar a população nestes processos. Nesse sentido, propostas de manejo dos resíduos sólidos produzidos nessas comunidades devem ser adotadas levando em conta o baixo custo, a adaptação à realidade local, a autonomia, a utilização de equipamentos de fácil manuseio e de mão de obra local com gestão comunitária.
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5 COMUNIDADE CHICO MENDES 
Não só em Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, como na maioria das grandes cidades, a ocupação da população pobre aconteceu de forma mais intensa nas áreas de relevos altos e acidentados, com riscos de deslizamentos e alagamentos. De acordo com ALVES (2009), de 1987 a 1996, a população nas comunidades periféricas da Ilha e do Continente, em Florianópolis, aumentou em cerca de 20 mil moradores, passando de 20 para 40 mil pessoas. Em 2004, esse número cresceu para 61.445, representando um percentual de 15,8%, em relação à população total do município nesse período, que era de 386.913 habitantes. A população de Florianópolis cresce intensamente todos os anos e, segundo IBGE, a população chegou a 421.203 pessoas no ano de 2010, aumentando em 35 mil o número de habitantes em apenas 6 anos. 
A acelerada urbanização da cidade consolidou o processo de periferização nos morros da capital catarinense, em especial da comunidade Chico Mendes, que junto com outras comunidades, formam o bairro Monte Cristo. O processo de ocupação do local teve início em 1970, e vem crescendo desde então. Segundo dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Florianópolis apresenda índice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual a 0,875. A região da comunidade Chico Mendes apresenta IDH menor que a média das outras microregiões do estado, 0, 765. 
Mesmo com inúmeros programas de urbanização implantados pela prefeitura da capital, observam-se problemas diversos envolvendo pobreza, violência e falta de saneamento básico, tais como mau cheiro, excesso de lixo orgânico espalhado nas ruas e a consequente infestação de animais e vetores de doenças.
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6 DADOS E CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE 
O projeto Chico Mendes compreende uma área caracterizada como favela, localizada no Bairro Monte Cristo (Figura 1). A área abrange três comunidades com associações distintas: Nossa Senhora da Glória, Chico Mendes e Novo Horizonte. 
Figura 1: Bairro Monte Cristo – Florianópolis/SC
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Figura 2: Localização da comunidade (GOOGLE EARTH, 2009). 
6.1 Origem da comunidade 
A formação das comunidades apresenta três momentos distintos: Nossa Senhora da Glória (1975), Chico Mendes (1980) e Novo Horizonte (1985). 
6.2 Procedência dos moradores 
As famílias procedem de diversos pontos do país, e o processo de ocupação inicou-se com famílias oriundas sobretudo do oeste-catarinense.
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6.3 Organização comunitária 
As três comunidades que constituem o bairro Monte Criste possuem associações de moradores, porém apresentam problemas de organização. Estes problemas incluem falta de apoio de entidades públicas, como a Prefeitura Municipal, ausência de verba ou bolsas de apoio a voluntários e, consequentemente, número insuficiente de pessoas dispostas a trabalhar de modo voluntário em projetos comunitários. 
6.4 População 
A associação de moradores do bairro Monte Cristo realizou um cadastro de moradores nos anos de 1998 e 2000. Em 1998, o bairro apresentava 1.109 famílias, o que representa 4.800 pessoas. Em 2000, a comunidade já somava 1.360 famílias, cerca de 5000 pessoas. Com o crescimento populacional apresentado nos dados da pesquisa, observa-se grande mobilidade urbana. 
6.5 Problemas sociais mais comuns 
Os problemas sociais mais comuns observados na comunidade Chico Mendes são o alto índice de violência, o tráfico de drogas e baixos níveis de escolaridade e de renda médios apresentados pelos moradores da comunidade como um todo. Tais problemas, entretanto, não são exclusivos desta comunidade, sendo observados na maioria das localidades que apresentam situação socioeconômica semelhante à de Chico Mendes.
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6.6 Características da área 
Tamanho da área 
Área aproximada: 127.000,00 m2 
Condições Urbanísticas 
A comunidade apresenta malha viária caótica, grande quantidade de terrenos irregulares com co-habitações, existência de grande número de habitações precárias e considerável número de pessoas vivendo sob situação de risco. 
Condições da Infra-estrutura urbana 
Parte da infra-estrutura urbana funciona de forma precária, especialmente as redes de esgoto sanitário e de drenagem pluvial. 
Condições da Infra-estrutura social 
Existência de uma escola, creche, entidades assistenciais e diversas igrejas. As maiores carências são em relação à saúde e educação infantil, geração de renda e espaço comunitário.
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7 BREVE HISTÓRICO SOBRE O PROJETO REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS 
Em outubro de 2008, profissionais do Centro de Saúde do Bairro Monte Cristo convocaram uma reunião com representantes da comunidade e técnicos da CEPAGRO para debater a presença de animais indesejáveis na comunidade, entre eles os ratos, evidenciada por muitos casos de doenças causadas por esses animais. 
Nesta reunião chegou-se à conclusão de que não bastava apenas eliminar os ratos, mas também tomar medidas preventivas, através da conscientização da população em diminuir o hábito de jogar restos alimentares nas ruas, em sacolas ou sem acondicionamento. Este ato provoca mau cheiro, denigre a imagem do bairro e favorece a proliferação de doenças. 
Visto que a CEPAGRO já realizava compostagem de resíduos em outras instituições educativas da comunidade e que nestes locais observou-se a diminuição da incidência de ratos, sugeriu-se a idéia da extensão deste projeto para toda a comunidade, através do recolhimento de resíduos orgânicos gerados pelas famílias do local em bombonas de plástico. Em troca, as famílias contribuintes receberiam adubo e fertilizante provenientes das leiras de compostagem para abastecer as hortas individuais de cada residência. 
A idéia foi aceita e começou a ser implantada na comunidade com participação de jovens voluntárias do local. Duas moradoras da comunidade, Eunice Brasil e Rose Helena Oliveira Rodrigues, receberam instruções teóricas e práticas de técnicos e estagiários do CEPAGRO sobre trabalhos ambientais e compostagem e mostraram-se dispostas a participar do grupo gestor para a concepção e implantação do movimento. 
A prefeitura também auxiliou o projeto com a doação de um terreno, ao lado do Hipermercado BIG, para a construção das leiras de compostagem. Porém, o local que foi ocupado pelo projeto não é o correto, o que significa que uma mudança de local será necessária em breve. 
Desde a implantação do projeto, as agentes comunitárias visitam as famílias, estimulando a participação dos moradores.
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O trabalho de mobilização social que precedeu a implantação do projeto foi realizado voluntariamente pelo período de 3 meses, de dezembro de 2008 a fevereiro de 2009. 
O projeto foi escrito e recebeu apoio do fundo social de uma empresa catarinense de energia, possibilitando o pagamento de bolsas no valor de R$ 216,35 para duas agentes locais pelo período de 6 meses a partir de março de 2009. 
Atualmente, participam deste projeto cerca de 90 famílias e 9 instituições públicas da comunidade. As famílias participantes utilizam o composto nas hortas mantidas nos fundos das casas, e instituições educativas como creches e escolas utilizam-no em seu processo pedagógico, mantendo hortas nos pátios.
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8 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS URBANOS 
8.1 Caracterização dos resíduos orgânicos no Brasil (ABRELPE, 2010) 
Em média, o material orgânico produzido pela população brasileira é constituído em 52% de matéria orgânica, 25% de papel, 2% de metal, 2% de vidro, 3% de plástico e 16% outros materiais. Em se tratando de resíduos orgânicos, apenas 3% destes são reciclados. 
8.2 Caracterização dos resíduos orgânicos em Florianópolis (COMCAP, 2002) 
A cidade de Florianópolis gera diariamente 347 toneladas de resíduos sólidos, em média 0,851 Kg por habitante. Deste valor, 42% correspondem ao material orgânico. 
No ano de 2010, foi aprovada a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos que, segundo o Ministério do Meio Ambiente, promete revolucionar a gestão destes resíduos, ampliando a reciclagem e acabando com os lixões a céu aberto. No prazo de 4 anos, todos os municípios brasileiros deverão construir um plano de gestão de acordo com a lei. 
Esta política determina que os sistemas públicos de limpeza e manejo de resíduos sólidos priorizem a geração de trabalho e renda para cooperativas de catadores, através da implantação e incentivo de um sistema de coleta seletiva. 
Quanto ao lixo orgânico, deve ser implantado um sistema de compostagem, utilizando o composto produzido de forma que seja útil em programas que visam à melhoria econômica e social. (TRS AMBIENTAL, 2010)
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9 ANÁLISE DO SISTEMA DE MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EXISTENTES 
Em 2010 foi lançado o Plano Nacional de Resíduos sólidos urbanos, que deverá ter implantação completa no país até o ano de 2014. Este tem como principal objetivo conscientizar e mover a sociedade a uma melhoria na produção e, também, na redução de resíduos. 
A quantidade de resíduos sólidos coletados pela empresa responsável em Florianópolis aumentou cerca de 4% no ano de 2010 quando comparada a 2009, segundo análise realizada pela COMCAP. 
Também segundo dados obtidos no endereço virtual da COMCAP, foram coletadas pelo sistema porta-a-porta 155.123,82 toneladas de resíduos sólidos no ano. Deste total, 149.020,26 toneladas foram recolhidas pela coleta convencional e destinadas ao aterro sanitário (96%), e 6.103,56 toneladas foram recolhidas pela coleta seletiva e destinadas às associações de catadores de materiais recicláveis do município e, depois, à indústria da reciclagem (4%). 
A coleta seletiva também aumentou gradativamente de 2009 para 2010, cerca de 35% somente em Florianópolis. Este aumento mostra a preocupação da sociedade e os investimentos que estão sendo feitos para manter o potencial dos produtos recicláveis e a vida útil dos aterros sanitários. 
Os resíduos sólidos urbanos são classificados pelas Normas da ABNR (NBRs) NBR 10.004; NBR 10.005 e NBR 10.006. 
Conforme a NBR 10.004, a classificação é feita pela origem dos materiais que constituintes e características do resíduo. Os impactos ambientais (depois de depositados no solo) e de saúde gerados por este produto também levam a uma classificação nesta norma. 
Conforme a NBR 10.005, a classificação realizada é pelos riscos que estes materiais podem causar ao meio ambiente e a saúde da sociedade, com a finalidade de possibilitar a movimentação e também um destino adepto ao material. Os produtos são classificados em: 
 Resíduos de Classe I, perigosos; 
 Resíduos de Classe II, não inertes e;
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 Resíduos de Classe III, inertes. 
Conforme a NBR 10.006, a classificação é feita para obter a concentração dos resíduos sólidos com o objetivo de diferenciar os resíduos da NBR 10.004. 
Ainda existem algumas leis que regem a forma que or resíduo é atrado antes de chegar a sua destinação final. A Lei nº 03.290/89 diz que devem existir lixeiras rentes as muros e na parte interna da propriedade em todas as residências uni familiares e multifamiliares. A Lei nº 3.812/92 fala sobre a separação dos resíduos conforme suas características químicas ou físicas. Todos os resíduos devem ser separados em lixo seco, orgânico e os rejeitos. Há, além disso, um Programa de Educação e Orientação que poderá ser futuramente implantado nesta Lei. A Resolução CONAMA nº 5 de 05/08/93 define a destinação final do resíduo de acordo com sua origem. Em seus conformes, são classificados em Grupo A (que possuem agentes biológicos), Grupo B (que possuem características químicas), Grupo C (rejeitos radioativos) e Grupo D (resíduos comuns que não entram em nenhum grupo anterior). 
A construção de aterros sanitários e incineradores, juntamente com a produção de composteiras e a reciclagem, são dados pelo PNRSU como a melhor forma de destinação final.
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10 ESTUDO DE CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS 
A compostagem é o método mais antigo de reciclagem e tratamento de lixo orgânico. Neste processo ocorre a decomposição da matéria orgânica através da ação de microorganismos com a adição de oxigênio. Temperaturas elevadas e a liberação de energia são características fortes da compostagem. O composto gerado esta estabilizado e poderá ser utilizado também como fertilizante. 
Os materiais que devem ser lançados nas leiras podem ser de dois tipos. Alguns contem mais carbono, como palha, serradura, relva seca. Outros possuem mais azoto, que são restos de cozinha e relva fresca. O composto final de boa qualidade do processo de compostagem é proporcional aos materiais depositados nas leiras. Ou seja, quando os resíduos são separados corretamente, e chegam às leiras somente os orgânicos (comida, vegetais), o adubo produzido é de ótima qualidade. 
Conforme a NBR 13951 são usados alguns critérios para a instalação de uma leira. Na manutenção o planejamento, supervisão, fiscalização, coleta, transporte, entre outros. A aeração pode ser feita manual ou mecanicamente e tem como principal objetivo a adição de ar ao composto. No Projeto Revolução dos Baldinhos esta aeração é feita manualmente. 
O local escolhido deve ser adequado para as composteiras, para proteção ao meio ambiente e também a população que residir próximo. Pede-se que seja uma construção fechada, projetada para que atenda as exigências de proteção ao meio ambiente, com equipamentos e tecnologia apropriados para o desenvolvimento do processo nas composteiras. Ainda na etapa de elaboração do projeto deve ser calculada a quantidade de resíduos tratados por hora, dia e ano. Este cálculo é essencial para obter um controle de volume de resíduos e, conseqüentemente, a qualidade do processo de compostagem. 
O acompanhamento de temperaturas termófilas (próxima a 60º C) até determinado momento do processo, no mínimo 20 dias, é feito para garantir que microorganismos patógenos sejam totalmente eliminados e, conseqüentemente, o composto terá resultado aprovado. Com resultados de qualidade, este processo tem
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grandes vantagens. A quantidade de lixo que é encaminhado ao aterro diminui significativamente, levando ao aumento de vida útil dos aterros. Com relação ao meio ambiente, não há impactos negativos, já que controlado, representa uma solução eficiente para o material orgânico. Ainda tem a vantagem de resultar em um produto com aplicação direta na agricultura. Este processo gera uma valorização dos resíduos com baixo custo, sem necessitar de grande espaço ou grande investimento, e é economicamente viável para sua construção e manutenção.
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11 O LIXO E A COMPOSTAGEM 
A maior parte dos resíduos orgânicos gerados no Brasil é descartada em aterros sanitários. Diariamente no país são geradas 170 toneladas de resíduos sólidos urbanos, o que permite estabelecer uma relação de produção de 1 kg de resíduos orgânicos por habitante, sem contar com os resíduos líquidos correspondentes às fezes e a urina diluídas (ABRELPE, 2010). 
Desde 1990, o pensamento voltado para o desenvolvimento sustentável vem sendo difundido entre as organizações ambientais, e o processo de utilização de resíduos orgânicos para geração de fertilizantes tem alcançado novos patamares, principalmente pela falta de locais para destinação correta desses resíduos e pela pressão exercida por entidades ambientais para utilização de métodos com menor impacto ambiental (BRITO, 2006).
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12 O COMPOSTO ORGÂNICO NA AGRICULTURA 
O composto orgânico apresenta nutrientes fornecidos pelos vegetais vindos do processo de decomposição, fornecendo estrutura nutricional às plantas, através das raízes. 
Com relação às propriedades químicas, o composto orgânico condiciona o solo por conter todos os macro e micronutrientes interessantes para as plantas (KIEHL, 1985) como Ferro, Zinco, Cobre, Manganês e outros. 
O composto orgânico ainda tem efeito de aumentar a capacidade do solo de reter água, controlando a erosão, aumentando a diversidade da vida no solo, a saúde das plantas e do ambiente. Além disso, a presença de matéria orgânica no solo aumenta o número de minhocas, insetos e microorganismos desejáveis, o que reduz a incidência de doenças nas plantas (MARÍN et al., 2005).
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13 HISTÓRIA DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM 
Desde a idade antiga a compostagem era utilizada, porém sua pratica não tinha nenhum embasamento técnico. Povos como os gregos e romanos perceberam que os resíduos de seus alimentos, poderiam ajudar a enriquecer o solo. Permitindo, assim, uma melhora, significativa, na agricultura. 
Em 1920 Albert Howard começou a fazer estudos do processo de compostagem. Os estudos de Howard acrescentaram um caráter cientifico ao processo. As décadas seguintes foram de suma importância, surgiram muitos estudos científicos direcionada a compostagem. Estudos esse que contribuíram para que essa tecnologia, nos tempos atuais, pudesse ser utilizada, ate mesmo, em escala industrial.
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14 COMPOSTAGEM 
Pode-se definir compostagem como “bio-oxidação aeróbia exotérmica de um substrato orgânico heterogêneo, no estado sólido, caracterizado pela produção de CO2, água, liberação de substâncias minerais e formação de matéria orgânica estável. (Manual Prático para a Compostagem de Biossólidos). Esse processo nada mais é que a transformação de resíduos orgânicos em condicionante de solo. Uma característica importante do composto é a ausência de microorganismos patogênicos e características físicas como o odor desagradável. 
A compostagem é um processo bioquímico de alta complexidade, onde a matéria orgânica biodegradável sobre transformações ao longo do processo através de microorganismos. Nesse processo a aeração das leiras, os nutrientes e a umidade são fatores decisivos na eficácia da compostagem. Outro fator importante é a temperatura. Ela é decisiva, principalmente, na eliminação dos patógenos e na aceleração do processo. Carbono, principal fonte energética, e o nitrogênio, de suma importância para a síntese celular, são os principais nutrientes envolvidos na compostagem, os principais responsáveis pelo crescimento das bactérias presentes no processo. Outros nutrientes presentes são o fósforo e o enxofre e os micronutrientes (Ferro, Magnésio, Zinco e Sódio). 
A metodologia da compostagem é representada de forma simplificada através do seguinte esquema: 
Figura 3 - Esquema simplificado do processo de compostagem(manual prático para compostagem de biossolo) 
No decorrer do processo de compostagem ocorre a proliferação de organismos, os mais comuns são os fungos e bactérias. O desenvolvimento desses organismos é propiciado através da característica do meio. Os microorganismos, com base na temperatura, são classificados em psicrófilos ( 0 a 20°C), mesófilos (15 a 43°C) e termófilos(40 a 85°C). Estas temperaturas para cada micrrorganismo
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possuem uma faixa ótima, que é a que geralmente se alcança no processo de compostagem. Estas faixas estão expressas na tabela abaixo: 
Tabela 1 – Temperaturas mínimas, ótimas e máximas para as bactérias em ºC (Fonte: Institute Solid Wastes of American Public Works Association, 1970) 
Os microorganismos mesófilos existem em quantidade considerável na fase inicial da compostagem, isso ocorre, pois esses microorganismos têm uma faixa de temperatura mais baixa. Com o decorrer do processo a temperatura na leira vai aumentando gradativamente, propiciando assim, uma queda considerável na população dos mesófilos. Alem disso o aumento na temperatura eleva a quantidade de microorganismos termófilos. 
Este aumento da população termófila é de suma importância, pois, esta população acelera a degradação dos resíduos orgânicos e eleva a temperatura na leira. Este aumento de temperatura é como já vimos antes, extremamente importantes para a eliminação dos microorganismos patogênicos. 
Quando a maior parte da matéria orgânica for transformada, ocorre então, a queda de temperatura. Com essa queda a população termófila também diminui, reaparecendo os microorganismos mesófilos. Neste ponto do processo a grande maioria das moléculas que são facilmente biodegradáveis já foi transformada. Ocorre, também, o inicio da humificação no composto caracterizando assim o inicio da fase de maturação.
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Figura 4 - Exemplo genérico da evolução da temperatura de uma leira em compostagem (Manual pratico para compostagem de biosolo) 
Como visto anteriormente a compostagem tem duas fases a degradação rápida e a maturação. Na primeira fase a atividade dos microorganismos é bem como o consumo de oxigênio é intenso. Nessa fase a matéria orgânica se transforma rapidamente, a temperatura é elevada e o composto sobre mudanças visíveis. Mesmo com essa mudança o composto ainda não está pronto ele tem que passar pela fase da maturação. Na maturação a atividade microbiológica e o consumo de oxigênio caem consideravelmente. Essa fase a temperatura na leira é a mesma que a ambiente e as transformação ocorridas são, em sua maioria, químicas. Transformação que se resume a “polimerização de moléculas orgânicas estáveis no processo conhecido como humificação”. 
Na degradação rápida o volume de matéria orgânica diminui consideravelmente, fato este, que diminui a área necessária para a maturação. Com isso é possível perceber que as etapas bem executadas influenciam diretamente na estrutura do pátio ou usina de compostagem. 
Na fase seguinte, maturação, são realizados alguns testes capazes de definir o grau de maturação do material. Dependendo do grau o composto pode ou não ser liberado para o uso. Se liberado o composto é peneirado e acondicionado, para depois ser utilizado. 
Para um resultado satisfatório no processo de compostagem alguns parâmetros físicos químicos devem ser respeitados. Esse parâmetros são
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importantes para proporcionar aos microorganismos condições adequadas para seu desenvolvimento.
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15 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS FUNDAMENTAIS NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM 
Para que o processo de compostagem se desenvolva de maneira satisfatória, é necessário que alguns parâmetros físico-químicos sejam respeitados, permitindo que os microrganismos encontrem condições favoráveis para se desenvolverem e transformarem a matéria orgânica. 
15.1 Aeração 
A compostagem depende dos processos aeróbios para o desenvolvimento da atividade microbiana, que irá desempenhar papel importante na bio-degradação; para a oxidação da matéria orgânica, que servirá como fonte de energia; e para a diminuição dos maus odores. A presença de ar na massa do composto é, portanto, de importância primordial para a compostagem rápida e eficiente. Para que a circulação de ar nas leiras ocorra, a estrutura deve ser devidamente montada, de forma a permitir a passagem de ar internamente. 
15.2 Temperatura 
Durante o processo de compostagem, como dito anteriormente, ocorrem estágios de aquecimento e resfriamento interno das leiras. As temperaturas termofílicas (45 a 85ºC) e mesofílicas (25 a 43ºC) possibilitam o surgimento de bactérias fundamentais para a bio-degradação. O equilíbrio de todas as fases térmicas das leiras é de suma importância, tanto para a eliminação de microorganismos patogênicos no aquecimento, quanto para a maturação do composto no resfriamento. A eficiência do processo depende do monitoramento
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periódico da temperatura, que pode ser controlada e ajustada com a aeração, caso não esteja adequada. 
15.3 Umidade 
A presença de água é fundamental para o desenvolvimento da vida microbiana. Durante o processo é preciso manter o teor de umidade em ótimos níveis, com a recirculação de chorume e a aeração. A umidade do composto inicia alta nos primeiros dias de montagem da leira, e vai diminuindo conforme o composto for maturado. Este parâmetro deve ser monitorado periodicamente durante o processo, para que o processo se desenvolva satisfatoriamente. 
15.4 Relação Carbono/Nitrogênio (C/N) 
Os microorganismos necessitam de carbono, como fonte de energia, e de nitrogênio para síntese de proteínas. É por esta razão que a relação C/N é considerada como fator que melhor caracteriza o equilíbrio dos substratos. A falta de nitrogênio ou de carbono limita a atividade microbiológica. Como resultado, o processo de compostagem será mais lento. 
15.5 Estrutura 
Antes da montagem das leiras é necessário um estudo do solo, para verificação da granulometria do local onde as composteiras serão instaladas. Dependendo do tipo de solo a ser trabalhado, não é necessária impermeabilização.
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Para dar sustentação as leiras, são usados resíduos vegetais, como serragem, palha e galhos. 
15.6 pH 
Assim como todos os outros parâmetros, o pH deve ser mantido totalmente em equilíbrio, porque dele depende a atividade microbiana. Níveis muito baixos ou muito altos reduzem ou até inibem este processo. Um teor aceitável para a manutenção do pH é entre 5.5 e 6.0.
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16 MONTAGEM DAS LEIRAS 
(FARIAS, Eduardo. ABREU, Marcos José de. 2011) 
O sistema de leiras montadas na comunidade Chico Mendes, pelo projeto Revolução dos Baldinhos, utiliza galhos, serragem, resíduos orgânicos e palha. O material orgânico, como já é conhecido, é recolhido pelos voluntários do projeto. A aquisição dos outros materiais é feita pelo CEPAGRO. O método foi escolhido por ser mais eficiente e necessitar de poucos recursos financeiros para a implantação. 
GALHOS 
A colocação dos galhos nas leiras é responsável pela aeração. O fluxo de ar no monte de composto acontece de baixo para cima, gerado pelo aquecimento do ar no interior da leira, que mais leve que o do exterior, sobe e força a renovação do ar. 
SERRAGEM 
A serragem é responsável por dar estrutura de aeração e diminuir a perda de água por lixiviação. Também contribui para a relação C/N por misturar-se aos restos de alimento e equilibrar os níveis significantes de nitrogênio e carbono. O material é proveniente da cavalaria de Barreiros, São José –SC. 
PALHA 
A palha é utilizada na parede e cobertura externa de leira. O material evita a entrada de moscas no interior do monte, além de auxiliar na retenção do calor produzido, juntamente à aeração. O recolhimento deste estruturante é feito no CEASA (Central de Abastecimento do Estado de Santa Catarina).
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16.1 Impermeabilização do solo e drenagem 
A Impermeabilização do solo é importante para evitar que o chorume gerado nos dias de chuvas intensas não percole e atinja o lençol freático. Por isso antes de se preparar as leiras, é importante fazer um estudo do solo e uma sistematização do local onde se deseja implantá-las. Em pátios de compostagem de pequeno porte onde o solo é argiloso e de difícil percolação pode-se montar as leiras diretamente no solo. Em caso de pátios de grande porte, como os industriais e terrenos que tenham solo mais permeável, pode-se realizar a terraplanagem e colocar uma manta de fibra impermeabilizante. 
Para a drenagem de chorume das leiras é necessário a construção de uma vala á ser escavada no sentido do escoamento do chorume, passando por baixo das leiras. Essa vala pode ser impermeabilizada, para que se obtenha o máximo de recolhimento de chorume liberado pelas leiras. Dentro da vala deve-se colocar britas dentro das valas por cima da manta para que no escoamento, não venha junto materiais que possam obstruir a passagem, como palha, serragem, pedaços de galhos, entre outros. Outra vala deve ser feita transversalmente á frente das leiras conduzindo o chorume a um reservatório. 
Do reservatório esse líquido poderá ser coletado e recirculado na leira, ou então ser utilizado como biofertilizante com a adição de 1 litro de água para 2 mL de chorume. Como biofertilizante diluído, o chorume pode ser utilizado em hortaliças e plantas mais sensíveis, ainda no seu estado mais concentrado pode ser usado na fertilização de bananeiras, ou plantas do tipo. 
O sistema de construção de valas descrito acima, é um bom sistema pelo qual o projeto da “Revolução dos baldinhos” poderia adequar-se ao seu sistema atual. Visto que no local onde estão instaladas as leiras do projeto, as valas são rasas, sem impermeabilização e existe dificuldade em se coletar o chorume.
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16.2 Armazenamento do composto produzido 
O final do processo termofílico de compostagem é evidenciado pela diminuição da temperatura da leira e pela humificação, com o aparecimento de minhocas, tatus-bola, baratas-da-terra, entre outros. Após este processo, a leira pode ser desmontada, o composto é separado dos animais por peneiramento e enviado para as famílias e instituições participantes.
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17 ALTERNATIVAS DE CONCEPÇÃO DAS LEIRAS 
Um bom composto pode ser obtido tanto por tecnologias simples quanto complexas, desde que os resíduos sejam adequados e o processo biológico ocorra em equilíbrio. Os processos de compostagem podem ser divididos em três grandes grupos: 
• Sistema de leiras revolvidas (windrow): a mistura de resíduos é disposta em leiras, com a aeração fornecida pelo revolvimento dos resíduos e pela entrada de ar em contato com o composto. Este processo é o utilizado atualmente nas leiras do projeto “Revolução dos Baldinhos”. 
• Sistema de leiras estáticas aeradas (static pile): onde a mistura a ser compostada é colocada sobre uma tubulação perfurada que injeta o ar na massa do composto, não sendo necessário o revolvimento mecânico das leiras. 
• Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-vessel): onde os resíduos são colocados dentro de sistemas fechados, que permitem o controle de todos os parâmetros do processo de compostagem. 
Os dois primeiros sistemas geralmente são realizados ao ar livre, sendo possível a realização em áreas cobertas. A compostagem em reatores biológicos, representada no terceiro sistema citado, apresenta várias alternativas de reatores.
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17.1 Sistema de leiras revolvidas (windrow) 
O sistema de leiras revolvidas é o mais simples. A mistura de resíduos orgânicos com palha e serragem é disposta em leiras que são periodicamente revolvidas. 
A aeração é feita pela entrada do ar naturalmente na massa do composto, ou através do revolvimento. No momento em que é feito o revolvimento, o composto entra em contato com a atmosfera rica em O2, o que permite suprir momentaneamente as necessidades de aeração do processo biológico. 
A compostagem da matéria orgânica pelo sistema de leiras revolvidas segue o fluxo mostrado na Figura 5. 
Figura 5 - Esquema genérico aplicável à compostagem de resíduos orgânicos pelo sistema de leiras revolvidas. 
Existe a possibilidade de realizar o revolvimento mecânico, através de máquinas específicas para misturar e revolver o composto: 
• Implementos tracionados por tratores agrícolas; 
• Pás carregadeiras convencionais;
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Figura 6 - Exemplo de sistema de leiras revolvidas 
“Durante a compostagem, as leiras devem ser revolvidas no mínimo três vezes por semana, sendo que esta operação tem vários objetivos: 
• Aerar a massa de resíduos em compostagem; 
• Aumentar a porosidade do meio, que sofre uma compactação natural devido ao peso próprio; 
• Homogeneizar a mistura; 
• Expor as camadas externas às temperaturas mais elevadas do interior da leira, melhorando a eficiência da desinfecção; 
• Em alguns casos, reduzir a granulometria dos resíduos; 
• Diminuir o teor de umidade do composto;” (KUTER, 1995). 
17.2 Sistema de leiras estáticas aeradas (static pile) 
Neste sistema a leira é colocada sobre uma tubulação perfurada, conectada a um soprador, que injeta ar sob pressão ou sucção.
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Figura 7 - Esquema simplificado do sistema de compostagem em leiras estáticas aeradas 
“A aeração deve ser dimensionada de acordo com os objetivos visados: 
a) Satisfazer às demandas de oxigênio do processo de bio- degradação aeróbia; 
b) Remover o excesso de umidade; 
c) Remover o excesso de calor para manter a temperatura em torno de 600 C; ’’ (EPA, 1995). 
O sistema de aeração também pode alternar injeção e aspiração de ar. A tubulação de aeração pode ser constituída por tubos de PVC branco de 100 mm de diâmetro, sendo os orifícios de saída de ar espaçados de no máximo 18 cm (EPA, 1978). 
Este sistema de compostagem também permite a formação de leiras em duas configurações: 
a) Leiras isoladas, como as descritas para o sistema de leiras revolvidas; 
b) Leiras agrupadas, onde a massa de resíduos é colocada em blocos compactados de grandes dimensões (Figura 8).
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Figura 8 – Compostagem em leiras aeradas agrupadas 
17.3 Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-vessel) 
A compostagem realizada em reatores biológicos (In-Vessel) oferece a possibilidade de maior controle sobre todos os parâmetros importantes para o processo de compostagem, e o ciclo de aquecimento das leiras é maior, o que reduz o tempo de maturação do composto e atribui o nome a este sistema de “compostagem acelerada”. Também pelo fato do maior tempo de aquecimento, este sistema é mais eficiente no controle contra patógenos e agentes causadores de odor. 
A aeração é controlada, feita sob pressão, com atributos tecnológicos mais desenvolvidos. (UEL, 2008) De modo geral os vários tipos de reator se enquadram em três grandes categorias:
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17.4 Reatores de fluxo vertical 
São constituídos por aberturas verticais onde os resíduos geralmente entram pela parte superior e percorrem o reator no neste sentido. O ar pode ser injetado em vários níveis ou apenas na parte inferior do reator. 
O dimensionamento é feito de tal forma que quando o composto chega á parte inferior do reator, a fase termófila terminou. O composto então é descarregado e transportado ao pátio de maturação. 
17.5 Reatores de fluxo horizontal 
São dispostos horizontalmente, como túneis, no mesmo sentido da injeção de ar. Os resíduos entram por uma extremidade do reator e saem pela outra, com tempo de detenção suficiente para a realização da fase termófila. O ar é injetado sob pressão ao longo do trajeto. 
17.6 Reatores de batelada 
Diferem dos anteriores pelo fato do composto ficar confinado no mesmo local, sem se deslocar. O reator geralmente é dotado de um sistema de agitação da massa de resíduos, que rotaciona em torno de seu próprio eixo. O revolvimento é feito por um dispositivo específico desses tipos de reatores, de forma automatizada.
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18 CHORUME - LIXIVIADO 
(FARIAS, Eduardo. ABREU de, Marcos José. 2011) 
É gerado pela da decomposição, juntamente com a ação da infiltração da água da chuva, no meio dos resíduos orgânicos. Em geral é composto por muitos nutrientes que, em grande concentração, se tornam poluentes do solo e também de lençóis freáticos. Alguns desses nutrientes são: Fósforo, Amônia, Nitrato, e outros. 
No caso das leiras, quando liberada grande quantidade de chorume sem que essa mesma não tenha sido encharcada com água da chuva, pode ser um indicador de que há algum problema de temperatura. Nesse caso deve-se adicionar mais palha ou mais serragem para que ela possa absorver o máximo possível de umidade. 
18.1 Resultados da caracterização química do composto orgânico 
Os resultados das análises mostraram valores aproximados, até mesmo com qualidades superiores a insumos agrícolas muito utilizados como esterco bovino e substrato comercial. Como na comunidade Chico Mendes há baixa disponibilidade de solo para plantio, fez-se a interpretação do laudo tratando o composto orgânico produzido como substrato para cultivo, considerando-o um solo. 
18.2 Textura 
A textura refere-se ao tamanho das partículas presentes no composto, mais precisamente o teor de argila, silte e areia no material. Dessas diferentes frações foi analisada a argila (partículas de diâmetro < 0,002 mm) que possui maior
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superfície específica (área de contato) e é de natureza coloidal com alta retenção de cátions e adsorção de fósforo. (ROLAS, 2004) 
Este material tem baixo teor de argila 10%, o que poderia indicar baixa capacidade de retenção de nutrientes e água, porém além da argila há grande teor de matéria orgânica, que também confere alta retenção de cátions. 
18.3 pH 
O pH do composto em torno de 6,5 encontra-se próximo da zona mais indicada para o desenvolvimento das principais culturas agrícolas, na faixa entre 6 e 7, aonde há maior disponibilidade dos principais nutrientes, além disso o pH nessa faixa lixivia o Alumínio, que poderia provocar toxidez para as raízes das plantas. 
O pH do material no início da compostagem é ácido, causado pelo acúmulo de ácidos orgânicos existentes. Valores baixos de pH são indicativos de falta de maturação devido a curta duração do processo ou à ocorrência de processos anaeróbios no interior da pilha em compostagem (KIEHL, 2002). Ao longo do processo de compostagem estes ácidos são metabolizados, provocando aumento no valor de pH, indicando que este composto encontra-se bem maturado. (JAHNEL et al, 1999) 
18.4 Fósforo 
O fósforo trata-se de um recurso natural finito (ODUM, 1988). É um elemento essencial a todas as formas de vida, pois faz parte de moléculas de ácidos nucléicos e ATP. Portanto sua reciclagem se mostrou eficiente no reaproveitamento deste nutriente, com mais de 50 ppm de P retidos. 
A interpretação do teor de fósforo acontece conforme o teor de argila e segundo ROLAS (2004), é muito alto e portando supre com sobra altas produções
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se utilizado como substrato em culturas de sequeiro. Porém, RAIJI (1996) diz que para hortaliças, muito exigentes em fósforo, valores muito altos são apenas aqueles acima de 120 ppm de P.Níveis exagerados desse nutriente podem diminuir o rendimento, pois o excesso de fósforo inibe a absorção, por exemplo, de Zn e Cu, mesmo que o nível do nutriente no solo seja adequado para a planta. 
18.5 Potássio 
Segundo Kiehl (1985), o potássio, mesmo constituindo até 10% do peso seco de algumas plantas, não forma compostos orgânicos, está presente nas plantas somente ativas, influenciando na respiração, transpiração, ativação de enzimas e sendo facilmente liberados de restos mortos vegetais. Fator que explica elevados teores desse nutriente no composto. 
ROLAS (2004) recomenda interpretação das quantidades de Potássio observando-se a CTC, levando isto em conta, as análises indicaram valores muito altos, bem acima de 180 ppm de k, considerado valor mais que suficiente. 
O excesso de K disponível no solo pode intensificar o efeito competitivo sobre a absorção do Ca e do Mg, uma vez que durante o processo de absorção radicular estes nutrientes utilizaram os mesmos sítios carregadores (Malavolta et al., 1997). Mas, o teor desses nutrientes encontra-se com altos valores no composto, amenizando esse efeito. 
18.6 Outros Atributos 
Nos demais atributos, o composto se mostrou um substrato com alta e boa CTC, devido a alta saturação de bases, baixa concentração de H+, ausência de alumínio e pH próximo da neutralidade. Este substrato tem nas superfícies das partículas coloidais da fração argila, do húmus e nos organismos vivos que o
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habitam uma boa quantidade de nutrientes fixados, ótimos requisitos para o crescimento das principais plantas cultivadas. 
Os micronutrientes encontram-se em teor médio no solo. No caso do Zinco e do Cobre, que além de funcionarem como nutrientes para as plantas, também são metais pesados, encontram-se em teor baixo, muito aquém do limites delimitados por países europeus. 
Análises 
Referências 
DETERMINAÇÃO 
Amostra 1 
Amostra 2 
Esterco Bov.* 
Plantmax* 
Unidade 
Textura 
13 
12 
% Argila 
PH 
6.7 
6.5 
8.3 
5.2 
Fósforo 
>50.00 
>50.00 
20.6 
130 
Ppm 
Potássio 
349.00 
527.00 
100 
6.7 
Ppm 
Mat. Orgânica 
> 10.00 
> 10.00 
15.5 
12.9 
% (m/v) 
Alumínio 
0.00 
0.00 
0.00 
cmolc/L 
Cálcio 
8.90 
9.2 
3,0 
11.5 
cmolc/L 
Magnésio 
2.2 
2.5 
8.9 
3.8 
cmolc/L 
Sódio 
97.00 
187.00 
3.0 
Ppm 
H + Al 
1.74 
1.95 
0.7 
cmolc/L 
CTC 
14.17 
15.84 
cmolc/L 
Saturação Bases 
87.72 
87.69 
95.6 
77.26 
% 
Ferro 
0.004 
0.012 
0.05 
0,027 
% 
Zinco 
9.64 
5.76 
19,2 
3.5 
Ppm 
Manganês 
14.04 
13.32 
165 
24.5 
Ppm 
Boro 
0.19 
0.87 
12.5 
0.3 
Ppm 
Cobre 
0.17 
0.07 
0.5 
0.8 
Ppm 
Tabela 2: Resultado análises composto e comparação com outros substratos* (Santos et al, 2009)
44 
18.7 Resultados da caracterização do lixiviado 
Data de início: 26/09 Data de término: 29/09 
Coliformes fecais: 2000 = NMP/100 ml = 2000 
Coliformes totais: 110000 = NMP / 100 mL = 110000 
Nos resultados das análises do lixiviado é possível observar a grande quantidade de nutrientes que podem ser perdidos na ocasião de chuvas intensas. O nitrogênio (N) e o fósforo (P) são importantes constituintes do lixiviado sob o ponto de vista nutricional de plantas, mas, preocupam com relação ao risco de contaminação das águas. 
A maior parte do nitrogênio encontra-se na fase amoniacal, proveniente da transformação de compostos orgânicos nitrogenados e da redução de nitratos em condições anaeróbicas. 
O lixiviado pode ser utilizado como biofertilizante líquido pois possui menores concentrações de nutrientes em comparação com fertilizantes líquidos comumente usados na agricultura, como o esterco líquido suíno e bovino. 
DETERMINAÇÃO 
Análise 
Referências 
Lixiviado 
¹Esterco Líq. Suíno 
²Esterco Líq. Bovino 
³Lixiviado UFSC 
Nitrito NO-2 (mg/L) 
0 
- 
- 
Nitrato NO-3 (mg/L) 
5.5 
- 
- 
Amônia NH4 (mg/L) 
468 
- 
- 
Nitrogênio Total (mg/L) 
473.5 
2.374.3 
870 
970 
Fósforo Total (mg/L) 
252.166 
577.8 
550 
190 
Tabela 3: Resultado análises do lixiviado e comparação com outros substratos (¹ SILVA, 1996; ² MORI et al, 2009; Miller et al, 2005)
45 
19 CONTROLES AMBIENTAIS 
As comunidades mais pobres de Florianópolis sofrem com o descaso do poder público. No caso da comunidade Chico Mendes, a prefeitura auxiliou o projeto "Revolução dos Baldinhos" com a doação de um terreno aberto, ao lado do hipermercado BIG, para a instalação das leiras de compostagem. O fato de o terreno ser aberto contribui para que vários animais, entre eles cachorros, entrem no local e mexam nas leiras em busca de alimento. A solução para isso seria o fechamento do terreno. Porém, como dito anteriormente, o terreno ocupado não é o correto, o que não permite os cercamentos. 
Como contribuição ao projeto aqui descrito, apresenta-se uma proposta de adequação para um novo pátio de compostagem: 
19.1 Pátio de compostagem 
Será necessária uma área de 1.500 m2 de área, devidamente cercada, com portão de acesso e sinalização. O novo local deve contar com: 
• Sistema de coleta do chorume das leiras de compostagem; 
• Drenagem e impermeabilização nas leiras; 
• Tratamento do efluente gerado no pátio por filtro plantado; 
• Geração de condicionador de solo; 
• Geração de biofertilizante através do lixiviado recirculado; 
• Cobertura da leira com telhas transparentes para proteção dos trabalhadores e redução na produção de líquidos percolados; 
• Controle da temperatura das leiras para garantir higienização do composto;
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• Equipamento e instrumentação adequada para os operadores; 
• Banheiro ecológico. 
19.2 Materiais necessários 
- Muro para cercar a área: 52 metros lineares de 1,5m de altura, mais divisórias; 
- Portões: 1 portão de 4 metros de ferro de duas folhas com cadeados e travas, 1 portão 1 metro de ferro com cadeados e travas; 
- Piso para lavação das bombonas: 4 metros quadrados de piso, 2 m² com drenagem para um tratamento de zona de raízes; 
- Ponto de água: dois pontos de água, um na lavação de bombonas e outro próximo da horta para irrigação; 
- Lona de impermeabilização: 94 m² de PEAD 0,8 mm para impermeabilização do lixiviado das leiras e do filtro plantando; 
- Bombonas de 50 litros; 
- Serviço de máquinas para fazer os canais de drenagem e escavação de 1 metro para tratamento com filtro de plantas; 
- Bambu, telas e peneiras para os canais de drenagem; 
- Ponto de luz: lâmpada geral do pátio e iluminação no banheiro ou para uma bomba de irrigação da horta ou para bombear o chorume na recirculação; 
- Local para armazenamento de palha, ferramentas e afins: Necessidade de cobertura destes materiais para proteção de chuvas e desgaste no tempo; 
- Lona para Cobertura das Leiras: 8 m² de lonas para cobrir as leiras quando há chuvas torrenciais. Reduz o alto volume de lixiviados;
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- Termômetro: monitoramento da temperatura nas leiras, verificação da higienização do composto;
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20 ASPECTOS SANITÁRIOS EPIDEMIOLÓGICOS 
20.1 Epidemiologia 
A sociedade descarta seus resíduos sem se preocupar de que maneira e, principalmente, onde estão descartando. Essa prática irracional favorece o aparecimento de vetores de doenças, como ratos, baratas, moscas pombos, etc. O descarte incorreto de resíduos orgânicos causa impacto, não só na saúde pública, mas também no meio ambiente, porque favorece a proliferação de patógenos, causa mau cheiro e, principalmente, a poluição do solo e de águas subterrâneas e superficiais. 
No chorume, que é gerado pela decomposição de matéria orgânica, existem algumas substancias tóxicas que colaboram para o aparecimento de vetores de doenças. 
O projeto de adequação da “Revolução dos Baldinhos” aqui descrito visa colaborar com a comunidade através da análise de chorume e dos possíveis riscos do contato com o lixiviado. O projeto também tem como objetivo chamar a atenção dos moradores para alguns cuidados necessários, como a correta disposição dos resíduos orgânicos e o uso de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual). Estes acessórios são de suma importância, porém a comunidade enfrenta problemas financeiros, o que impede a aquisição desses instrumentos. 
Acredita-se que a conscientização é a melhor maneira de trazer melhorias ao projeto, portanto, foram feitas pesquisa de mobilização social, epidemiológica e a realização de visitas na comunidade. Nos locais atendidos pelo projeto houve diminuição considerável do número de ratos. 
Quanto mais famílias forem atendidas, melhores serão as condições da comunidade, quando considerados os combates às patologias e infestação de animais. Ainda existem muitas famílias mal orientadas, mas são necessários mais investimentos, para o melhor atendimento da comunidade.
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“As ruas agora estão mais limpas não se vêem mais ratos como antes e nem lixo pelas ruas”. Moradores da comunidade 
20.2 Aplicação de questinário 
Abaixo seguem os gráficos da pesquisa realizada na comunidade com vinte moradores. 
O gráfico mostra a atual situação dos ratos na comunidade. Segundo a pesquisa, 85% dos entrevistados disseram que houve significativa redução no número dos roedores, e 15% afirmaram que não houve mudanças, pois, próximo às suas residências, ainda há grande quantidade de resíduos deixados por famílias mal orientadas.
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Nesse gráfico observa-se que 75% da população afirma que ainda há a presença de ratos na comunidade. Essas pessoas, além de apoiarem o projeto, são a favor da expansão e divulgação da idéia. A outra porcentagem, representada em números de 25% dos entrevistados, disse que não há mais indícios de ratos. 
“Antes se via muitos ratos pelas ruas.” 
Moradora 
Mais da metade das pessoas entrevistadas acham que o posto de saúde não atende as necessidades da comunidade, pois existem casos de doenças causadas pela falta de saneamento. Ainda segundo as pessoas pesquisadas, há falta de médicos e os atendentes do posto de saúde não prestam a devida atenção.
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Neste gráfico percebe-se que o número de mortes em relação ao número de pessoas entrevistadas é significativo, portanto, a quantidade de pessoas que perdem a vida por falhas no sistema de saneamento e vetores, é preocupante. 
O problema mais comum é a morte causada por Leptospirose. “A Leptospirose é uma doença infecciosa, febril, aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina do rato, que contamina através do contato com a pele. É considerada uma zoonose, transmitida por animais, que tem casos no mundo inteiro, com exceção das regiões polares. Nos seres humanos, todas as pessoas, de ambos os sexos e idades podem ser atingidos.” (VARELLA, Dráuzio. 2009) Outra doença existente na comunidade é a Criptococose, transmitida por pombos. Criptococose é uma doença causa pelo fungo Cyptococus neoformans. É transmitida pela inalação da poeira contendo fezes secas de pombos e canários. Compromete o pulmão e pode afetar o sistema nervoso central, causando alergias, micose profunda e até meningite subaguda ou crônica. Seus sintomas são: febre, tosse, dor torácica, podendo ocorrer também dor de cabeça, sonolência, rigidez da nuca, acuidade visual diminuída, agitação e confusão mental. (GARCIA, Maurício. MARTINS, Luciana Sutti. 2011).
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20.3 Origem e formação do lixo 
20.3.1 Definição 
Para definir o lixo gerado por uma comunidade, ou até mesmo no meio urbano, é preciso reunir algumas informações do local a ser estudado. Tais como: 
 Variações sazonais; 
 Condições climáticas; 
 Variações na economia; 
 Hábitos e costume das pessoas que ali vivem. 
Erroneamente, mas de forma comum, definimos como “lixo” todo e qualquer resíduo resultante das atividades diárias humanas na sociedade. Nestes resíduos descartados pelo homem no meio ambiente, estão presentes: 
 Restos de alimento; 
 Papéis; 
 Papelões; 
 Plásticos; 
 Trapos; 
 Madeira; 
 Lata; 
 Vidro; 
 Gases; 
 Vapores; 
 Poeiras; 
 Sabões; 
 Detergente;
53 
53 
20.3.2 Fatores que influenciam a origem e formação do lixo 
Alguns fatores já foram citados anteriormente, mas para título de informação, citam-se outros abaixo: 
 Número de habitantes do local; 
 Área relativa de produção; 
 Condições climáticas; 
 Hábitos e costumes da população; 
 Nível educacional; 
 Poder aquisitivo; 
 Tipo de equipamento de coleta; 
 Segregação na origem; 
 Sistematização da origem e etc. 
20.4 Conceito de poluição 
É qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente (ar, água e solo), causado por qualquer forma de energia ou por qualquer substância sólida, líquida ou gasosa, ou combinação de elementos, despejados no meio ambiente em níveis de, direta ou indiretamente: 
I. Prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II. Criar condições inadequadas para fins domésticos, agropecuários, industriais, prejudicando as atividades sociais ou econômicas; 
III. Ocasionar danos relevantes à fauna, à flora e a outros recursos naturais. 
(ART.1 DECRETO 76.389 DE 03/10/1975), DOU 06/10/1975 – RET EM 13/10/1975.
54 
54 
20.5 Lixo e poluição 
20.5.1 Poluição do solo 
A disposição inadequada do lixo, sem qualquer tipo de tratamento preliminar até sua disposição final, acarreta na poluição do solo, alterando suas características físicas, químicas e biológicas e, principalmente, constitui um grava problema à saúde pública. 
O lixo, por conter substâncias de alto valor energético e, por ser simultaneamente de fácil disponibilidade à água, alimento e abrigo; é preferido por inúmeros organismos vivos, desde patogênicos até saprófitos (decompositores), utilizando-o como nicho ecológico. Podemos então destacar dois grupos de seres que atuam constantemente nos lixos: macrovetores e microvetores. Os primeiros se referem a ratos, baratas, moscas, cães, aves, e até mesmo o próprio ser homem, o catador de lixo. No segundo grupo estão englobados vermes, bactérias, fungos, actinomicetos (procarióticos e aeróbios) e, vírus; organismos patogênicos, portanto, nocivos à saúde pública. 
“O lixo passa a ser uma fonte contínua de agentes patogênicos e, por tanto,uma ameaça à sobrevivência do homem.”(LIMA QUEIROZ. Luiz Mário), p. 29 - Tratamento e Biorremediação. 
A tabela 4 mostra o tempo de vida de alguns desses microvetores. Organismos 
Tempo (dias) 
Salmonella Typhi 
29 - 70 Endamoeba Histolytica 
8 - 12 
Ascaris Lumbricoides 
2000 - 2500 Leptospira Interrogans 
15 - 43 
Polio Virus 
20 - 170
55 
55 
Bacilo Tuberculose 
150 - 180 
Larvas de vermes 
25 - 40 
Tabela 4 - Tempo de sobrevivência de microvetores no lixo. Fonte: K.F. Suberkropp & M. J. Klug. 
O contado dos seres humanos com estes vetores causa o surgimento de doenças respiratórias, epidérmicas, intestinais e outras mais lesivas e até letais. 
 - Salmonella Typhi: agente da febre tifóide; 
 - Endamoeba Histolytica: responsável pela amebíase; 
 - Ascaris Lumbricoides: surgimento de lumbrigas intestinais; 
 - Leptospira Interrogans: um dos tipos de leptospirose; 
 - Polio Virus: entrovírus responsável pela poliomelite; 
 - Bacilo Tuberculose: bactéria mais frequente que provoca a tuberculose. 
Quanto aos macrovetores, os que apresentam maior risco ao ser humano e ao meio ambiente são ratos, moscas e baratas. Devido ao alto índice de reprodução dos ratos, somado às condições favoráveis que o lixo oferece, lhes dá vantagem para a formação de uma grande família; podendo ser chamado de proliferação e infestação se concentrado em lugar único; caso da comunidade Monte Cristo, que com a implementação do projeto Revolução dos Baldinhos, a proliferação destes macrovetores está sob controle, porém não esento da manifestação desses roedores. 
Para explicar de uma maneira simplificada, o desenvolvimento da população de ratos é exposto pelo ciclo na figura 9.
56 
56 
Figura 9 : Ciclo de desenvolvimento da população de ratos 
Para mostrar que essa entidade epidemiológica não é da idade contemporânea, alguns fatos históricos serão citados: 
 Peste Bubônica ou Peste Negra, no Egito (anos 540 – 542); 
 Povo europeu vitimado pela peste (meados do século XIV), 43 milhões de pessoas vieram a falecer; 
 O povo brasileiro também foi vítima da Peste Bubônica, sendo o maior número de casos registrados nas cidades litorâneas. 
A seguir, na tabela 5, serão mostrados algumas características das famílias dos ratos: Muridae, Equinimidae e Cricetidae. 
Tabela 5 - Características de alguns roedores 
Nome científico 
Nome vulgar 
Gestação (em dias) 
Nº de filhos (p/ cria) 
Nº procriações (p/ ano) Rattus Rattus R. Telhado 18 - 22 4 - 8 2 - 3
57 
57 
R. Novergicus 
R. Esgoto 
22 - 30 
8 - 12 
2 - 3 M. Muscullus Camundongo 19 - 24 4 - 8 1,5 - 2 
M. Minutus 
R. do mato 
20 - 30 
8 - 12 
2 - 3 
Fonte: (LIMA QUEIROZ. Luiz Mário), p. 30 - Tratamento e Biorremediação. 
Tabela 6 - Algumas doenças propagadas pelos roedores. 
Enfermidade 
Agente pidemiológico 
Transmissão Meningite Linfocitária Vírus Linfócito Coriomeningite Urina e secreção nasal 
Gastrenterite 
Salmonellas SP 
Fezes Riquetiose Vesicular Rickettsia Akari Mordedura 
Leptospirose 
Leptospira Icterohemorragiae 
Urina Tifo Murino Rickettsia Typhi Pulga (sugamento) 
Brucelose 
Brucella Melintensis 
Urina Triquinose Trichinella Spirallis Rato-suíno-homem 
Tularemia 
Pasteurella Tularensis 
Mordedura Febre Haverhill Streptobacillus Monilifomis Mordedura 
Febre Sôdoku 
Spirillum Minus 
Mordedura 
Fonte: : (LIMA QUEIROZ. Luiz Mário), p. 30 - Tratamento e Biorremediação.
58 
58 
Considerando os fatos históricos, literatura técnica e aprendizagem, não há dúvidas de que a disposição inadequada do lixo é nociva ao homem e ao meio ambiente.
59 
59 
21. SISTEMAS DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
O manejo de resíduos sólidos depende de como são gerados, acondicionando na fonte, coleta, transformação, transporte, processamento, recuperação e disposição final. Exige um sistema, com princípios de engenharia e técnicas de projeto, que possibilite a construção de obras e dispositivos a proporcionar segurança sanitária às comunidades contra os efeitos danosos do lixo. 
A importância deste sistema é notada quando se leva em conta o problema do manejo considerando os impactos ecológicos produzidos pelo lixo, o modo de geração na sociedade e sua grandeza em termos de quantidade produzida. 
Nas sociedades primitivas os impactos ecológicos não eram notados, porque sua produção de lixo era bem menor comparado após o desenvolvimento tecnológico proveniente da revolução industrial no século XIX. 
21.1 Lixo e sua geração 
Os resíduos sólidos, constituídos de lixo, se apresentam nos estados sólidos e semi-sólidos, resultantes das atividades diárias do homem e até, muitas vezes, de animais abandonados. 
A produção desse residual deve-se a um ciclo: aproveitamento inicial das matérias-primas, confecção de utensílios primários, secundários e na decorrência de consumo e disposição final.
60 
60 
Embalagens plásticas, por exemplo, influem diretamente para a disposição final após o seu período de uso, já que são materiais não- biodegradáveis. 
21.2 Tipos e quantidades de lixo 
Os lixos produzidos pelas comunidades é uma mistura heterogênea constituída dos seguintes resíduos sólidos: 
 Restos de alimentos; 
 Cisco que compreendem materiais diversos como panos, metais, vidros e varreduras de residências; 
 Cinzas; 
 Entulhos provenientes de demolições e construções; 
 Cadáveres de pequenos animais; 
 Excrementos humanos e de animais. 
A quantidade de lixo resultante de uma comunidade é estimada em função da sua população, considerando-se uma contribuição per capita.
61 
61 
22. MOBILIZAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Para que o projeto fosse divulgado à toda a comunidade e para que mais participantes aderissem, foi realizada a mobilização social e a educação ambiental por meio dos alunos. Uma é complemento do outra; a educação ambiental serve para ensinar as pessoas, através do projeto, como colaborar com o meio ambiente, e que contribuições sustentáveis esse projeto produz. A mobilização social é uma ação que integra a sociedade ao projeto e motiva os moradores a participarem dele. 
A educação ambiental, realizada pelos voluntários da comunidade, foi feita através de palestras nas escolas e nas creches. Foram feitas, também, visitas nas casas dos moradores, para ensinar como deve ser feita a separação dos compostos. 
A mobilização social foi realizada durante as palestras, onde as agentes apresentavam o projeto aos moradores e, caso a família aceite, um cadastro da família é realizado e ela passa a receber um balde para recolher seus resíduos, assinando um termo de responsabilidade por este. 
Hoje existem, contribuindo com o projeto, cerca de 200 famílias. Visto que a demanda de resíduos orgânicos é maior do que a que o projeto esta conseguindo suportar, a mobilização social e o cadastramento de novas famílias não esta sendo realizado. 
No projeto atual, aqui descrito, um acompanhamento foi realizado acerca da mobilização social e da educação ambiental para verificar se a forma realizada anteriormente era satisfatória aos moradores, e em que aspectos as mobilizações poderiam melhorar. 
Um questionário com 8 questões sobre o conceito do projeto foi aplicado para 20 moradores da comunidade Chico Mendes, a fim de saber a opinião deles sobre o projeto. (Anexo)
62 
62 
Conhece o projeto 
95% 
5% 
SIM 
NAO 
Escolaridade 
50% 
45% 
5% 
1 A 4 SERIE 
5 A 8 SERIE 
ANALFABETOS 
21 ANEXOS 
21.1 - Questionário de Mobilização Social e Educação Ambiental 
Número de entrevistados: 20 pessoas 
Faixa etária: De 15 a 68 anos 
Grau de Escolaridade: 
PERGUNTAS: 
1) Conhece o projeto?
63 
63 
3) Utiliza o composto? 
Utiliza o composto 
70% 
30% 
SIM 
NAO 
Além dos resultados acima apresentados, os entrevistados foram 
unânimes ao responder que consideravam o projeto Revolução dos Baldinhos 
bom, que têm resultado satisfatório na utilização do composto proveniente da 
compostagem, que a mobilização social é realizada de maneira satisfatória 
sobre o projeto e que é importante o trabalho de mobilização em escolas e 
creches. 
21.1.1 Conclusão do questionário 
A maior parte das pessoas entrevistadas disse que seria bom se as 
agentes as levassem para ver o funcionamento das leiras no local em que 
estas estão instaladas. Em todas as entrevistas, não foi relatado nenhum 
problema sobre a implantação delas.
64 
64 
21.2 Orçamento do Projeto 
Os números exatos da venda do composto pronto não estão disponíveis, porque não existe nenhum controle por parte do projeto, sendo que seria necessário um período maior que o fornecido para este levantamento. 
Quanto ao volume do lixiviado, este varia de acordo com a quantidade de chuvas e do tipo de solo. O controle para este parâmetro também não é realizado. 
Segue em anexo a planilha com um orçamento completo dos custos de implantação do projeto.
65 
65 
ORÇAMENTO DAS OBRAS DE MELHORIAS PROPOSTAS 
Atividade: 
Custo Unitário(R$) 
Quantidade 1. Implantação 
1.1 
Construção da sede do projeto 
300.000,00 
1 1.2 Construção do pátio de compostagem 150.000,00 1 
1.3 
Automóveis 
80.000,00 
- 
Total 530.000,00 
2. 
Manutenção 
2.1 Bolsa no valor de R$ 500,00 (mensal) 10.000,00 20 
2.2 
Bolsa no valor de R$ 1.000,00 (mensal) 
5.000,00 
5 2.3 Alimentação no valor de R$ 80,00 (mensal) 2.000,00 25 
2.4 
Administração (mensal) 
4.000,00 
- 2.5 Logística (mensal) 2.000,00 - 
2.6 
Assessoria Técnica (mensal) 
4.000,00 
- 
Total 27.000,00 
3. 
Monitoramento dos Impactos Sociais 
3.1 Contratação de sociólogo semestralmente para monitoramento 1.500,00 1 
4. Gestão 
4.1 
Administrativo 
1.800,00 
1 4.2 Materiais de escritório 1.450,00 - 
4.3 
Estagiário em administração 
500,00 
1 
Total 3.750,00 
5. 
Materiais e Equipamentos 
5.1 Capas de Chuva (transparente) 20,00 25 un. 
5.2 
Botas de borracha 
30,00 
25 pares 5.3 Luvas Palma borracha 6,90 25 pares 
5.4 
Mascara Respirador Facial 
2,90 
25 un. 5.5 Avental de segurança em raspa de couro 17,90 50 un.
66 
66 
Total geral: R$ 565.850,60 Fonte Itens 1 a 4.3 e 6: NATURA '' Plano de trabalho Revolução dos Baldinhos'' Página 1- Projeto Energético. 201; Fonte Item 5: Pesquisas de mercado; 
5.6 
Ancinho 
11,9 
10 un. 5.7 Pá Dobrável Nautika de Aço Militar 4x4 43,00 10 un. 
5.8 
Enxada 
68,00 
5 un. 5.9 Carrinhos 80,00 5 un. 
Total 
280,60 
6. Outros 
6.1 
Materiais de limpeza 
120,00 
- 6.2 Impostos 3.200,00 - 
Total 
3.320,00
67 
67 
22 CONCLUSÃO Assunto que vem ganhando espaço na mídia ultimamente, o acondicionamento de resíduos sólidos urbanos é um dos principais problemas enfrentados no que diz respeito ao saneamento básico. Com o volume de lixo crescendo proporcionalmente ao aumento da população, lixões e aterros sanitários vêm deixado de ser suficientes para armazenar os rejeitos produzidos pela atividade humana. O Projeto Revolução dos Baldinhos, responsável pela compostagem do lixo orgânico na comunidade Chico Mendes, localizada em Florianópolis, Santa Catarina, é um exemplo de medida que deve ser tomada senão para erradicar o problema, ao menos suavizá-lo. Ao reciclar a matéria orgânica produzida no local, toneladas de lixo deixam de serem mandadas ao aterro sanitário, contribuindo para o aumento da vida útil do mesmo. A partir de dados existentes e pesquisas realizadas em campo, estudou-se o projeto existente atualmente, a fim de propor propostas de melhoria ao sistema de reciclagem empregado. Foram utilizados materiais bibliográficos da área técnica, aplicados questionários e realizadas diversas entrevistas com os principais responsáveis e com moradores do local, no intuito de recolher material suficiente que permitisse a realização de estudo de caso e conseguinte sugestão de melhorias técnicas. Como contribuições de ordem social, sugere-se a realização de visitas com os moradores, participantes do projeto e escolas ao local de instalação das leiras. Com a visita, o compreendimento e envolvimento dos moradores com o processo aumentaria, assim como o interesse e, talvez, de famílias contribuintes. No âmbito econômico, foram propostas alternativas de concepção de leiras e de um novo pátio de compostagem, visando o aumento da produtividade do processo e a melhoria das condições de higiene e segurança dos voluntários.
68 
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Ambientalmente, aponta-se a importância da execução de processos de impermeabilização das valas coletoras de chorume, evitando assim a sua percolação no solo e possibilitando a coleta de modo mais eficiente. Deixa-se também registrada a necessidade de realizar periodicamente a análise laboratorial do líquido lixiviado, a fim de determinar se o produto obtido encontra-se dentro das normas estabelecidas e se é seguro para o uso. Devido a problemas no local de instalação das leiras, não foi possível a realização do ensaio de percolação do solo, a fim de determinar a necessidade ou não da impermeabilização do mesmo. Tal procedimento seria, contudo, de essencial importância para medir a infiltração do chorume no solo e, a partir dos resultados, determinar o tipo de impermeabilização a ser adotado no local.
69 
69 
23 REFERÊNCIAS 
Universidade Estadual de Londrina - UEL - PROSAB - programa de Pesquisa em saneamento Básico - MANUAL PRÁTICO PARA A COMPOSTAGEM DE BIOSSÓLIDOS - 2008 - Londrina/PR. 
CEPAGRO – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo - Comunidade Chico Mendes - PROJETO: REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS - 2010 -Florianópolis/SC. 
Universidade Federal de Santa Catarina - Centro de Ciências Agrárias - Curso de Agronomia - REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS: UM MODELO DE GESTÃO COMUNITÁRIA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS QUE PROMOVE A AGRICULTURA URBANA - FARIAS, Eduardo; ABREU de, Marcos José. 2011. Florianópolis/SC. 
Prefeitura Municipal de Florianópolis - Secretaria Municipal de Habitação e Saneamento Ambiental - Programa Habitar Brasil - PROJETO: URBANIZAÇÃO, HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO DA REGIÃO CHICO MENDES - 2004 - Florianópolis/SC. 
LOPES, João Maria. - PROJETO CHICO MENDES: UMA EXPERIÊNCIA DE URBANIZAÇÃO, HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS - Pesquisa de Avaliação apresentada como requisito parcial à obtenção do Certificado de Conclusão do Curso de Especialização em Gestão Pública Municipal, Faculdade de Administração da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, 2004. 
RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005: capítulo IV.
70 
70 
BARROS, R. T. et al – MANUAL DE SANEAMENTO E PROTEÇÃO AMBIENTAL PARA MUNICÍPIOS – vol.2 – Saneamento. Belo Horizonte. Escola de Engenharia da UFMG, 1995, 221 p. 
EME, Francílio Paes. ENGENHARIA DO SANEAMENTO AMBIENTAL, LTC - Livros técnicos e científicos, 1982.

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  • 1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina Departamento Acadêmico de Construção Civil Curso Técnico em Saneamento Integrado PROJETO INTEGRADOR FINAL CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS E AMBIENTAIS PARA O PROJETO REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS Comunidade Chico Mendes – Florianópolis/SC Autores: Débora Niemeyer de Andrade Érika Farcili Fernandez Gabriela Maria Peres Helena Fonseca Oliveira Jaiani Kloppel Joice Ane Turati Josué Marco Costa Lenise Câmara Franco Marina Silva de Oliveira Marisa Martins Moisés Bernardino Nicholas Antunes di Lucia Rodolfo Zanin Samantha Mangrich de Assunção Florianópolis - SC 2011
  • 2. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina Departamento Acadêmico de Construção Civil Curso Técnico em Saneamento Integrado PROJETO INTEGRADOR FINAL CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS E AMBIENTAIS PARA O PROJETO REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS Comunidade Chico Mendes – Florianópolis/SC Autores: Débora Niemeyer de Andrade, Érika Farcili Fernandez, Gabriela Maria Peres, Helena Fonseca Oliveira, Jaiani Kloppel, Joice Ane Turati, Josué Marco Costa, Lenise Câmara Franco, Marina Silva de Oliveira, Marisa Martins, Moisés Bernardino, Nicholas Antunes di Lucia, Rodolfo Zanin , Samantha Mangrich de Assunção. Projeto Integrador apresentado como pré-requisito de conclusão do curso de Saneamento Integrado ao Ensino Médio ao Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Santa Catarina, orientado pelos Professores Rolando Córdova Nunes e Claudi Ariane Gomes Fonseca. Florianópolis - SC 2011
  • 3. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 6 2 OBJETIVO GERAL ............................................................................... 7 3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................. 7 4 JUSTIFICATIVA .................................................................................... 8 5 COMUNIDADE CHICO MENDES ......................................................... 9 6 DADOS E CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE .......................... 10 6.1 Origem da comunidade ........................................................................ 11 6.2 Procedência dos moradores ................................................................ 11 6.3 Organização comunitária ..................................................................... 12 6.4 População ............................................................................................ 12 6.5 Problemas sociais mais comuns .......................................................... 12 6.6 Características da área ........................................................................ 13 7 BREVE HISTÓRICO SOBRE O PROJETO REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS 14 8 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS URBANOS ............................ 16 8.1 Caracterização dos resíduos orgânicos no Brasil ................................ 16 8.2 Caracterização dos resíduos orgânicos em Florianópolis .................... 16 9 ANÁLISE DO SISTEMA DE MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EXISTENTES ............................................................................................ 17 10 ESTUDO DE CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS ....................................... 19 11 O LIXO E A COMPOSTAGEM ......................................................... 21 12 O COMPOSTO ORGÂNICO NA AGRICULTURA ........................... 22 13 HISTÓRIA DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM ......................... 23 14 COMPOSTAGEM ............................................................................ 24 15 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS FUNDAMENTAIS NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM ................................................................................ 28
  • 4. 15.1 Aeração ............................................................................................. 28 15.2 Temperatura ...................................................................................... 28 15.3 Umidade ............................................................................................ 29 15.4 Relação Carbono/Nitrogênio (C/N) .................................................... 29 15.5 Estrutura ............................................................................................ 29 15.6 pH ...................................................................................................... 30 16 MONTAGEM DAS LEIRAS .............................................................. 31 16.1 Impermeabilização do solo e drenagem ............................................ 32 16.2 Armazenamento do composto produzido .......................................... 33 17 ALTERNATIVAS DE CONCEPÇÃO DAS LEIRAS .......................... 34 17.1 Sistema de leiras revolvidas (windrow) .............................................. 35 17.2 Sistema de leiras estáticas aeradas (static pile) ................................ 36 17.3 Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-vessel) ....................... 38 18 CHORUME - LIXIVIADO .................................................................. 40 18.1 Resultados da caracterização química do composto orgânico .......... 40 18.2 Textura ............................................................................................... 40 18.3 pH ...................................................................................................... 41 18.4 Fósforo ............................................................................................... 41 18.5 Potássio ............................................................................................. 42 18.6 Outros Atributos ................................................................................. 42 18.7 Resultados da caracterização do lixiviado ......................................... 44 19 CONTROLES AMBIENTAIS ............................................................ 45 19.1 Pátio de compostagem ...................................................................... 45 19.2 Materiais necessários ........................................................................ 46 20 ASPECTOS SANITÁRIOS EPIDEMIOLÓGICOS ............................ 48 20.1 Epidemiologia .................................................................................... 48 21. SISTEMAS DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .......................... 59
  • 5. 22. MOBILIZAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ..................... 61 21 ANEXOS .......................................................................................... 62 21.2 Orçamento do Projeto ........................................................................ 64 22 CONCLUSÃO .................................................................................. 67 23 REFERÊNCIAS ............................................................................... 69
  • 6. 6 1 INTRODUÇÃO Alguns dos assuntos frequentemente discutidos nos últimos tempos são as soluções para os desafios da humanidade, como a escassez dos recursos naturais e a poluição. Os resíduos orgânicos produzidos pela população da cidade representam cerca de 90 toneladas dos resíduos totais, sendo na maioria das vezes destinados aos lixões a céu aberto. Espera-se que as respostas para essas questões venham de grandes ações governamentais. Assim, ficamos cegos para pequenas iniciativas que já estão em andamento; projetos reais que ajudam as pessoas a lidar melhor com problemas cotidianos, e que resultam em um futuro melhor para milhares de famílias. A “Revolução dos Baldinhos” é uma dessas iniciativas, e começou em 2009 pelas mãos dos próprios moradores da comunidade, que sofria com a presença de ratos e outros animais vetores de doenças nas latas e sacolas de lixo deixadas pela rua. A solução apareceu com a ajuda do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO), uma organização não governamental formada por entidades de apoio à agricultura familiar, que percebeu que o lixo orgânico poderia ter um destino diferente do convencional, servindo de adubo para hortas cultivadas pela comunidade. A idéia era muito simples: os moradores levariam o lixo a um posto de coleta e este seria encaminhado para um pátio de compostagem, cedido pela prefeitura, e mantido pelos participantes e voluntários do projeto. Alguns meses depois, o lixo se transformaria em um rico condicionador de solo para nutrir hortas nos quintais das famílias participantes do projeto, e o chorume serviria como fertilizante. Este projeto visa oferecer contribuições para o projeto que já está em andamento há dois anos, através da melhoria da qualidade de vida da população, da adequação do processo de compostagem, da educação social das famílias e de melhores condições sanitárias para prevenção de doenças.
  • 7. 7 2 OBJETIVO GERAL Apresentar propostas de ordem técnica que tragam melhorias ao projeto comunitário de compostagem “Revolução dos Baldinhos”, praticado na comunidade Chico Mendes, na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. 3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Ao final da execução do projeto os objetivos, para fins contribuitivos, são:  Acompanhar a mobilização social envolvida na comunidade;  Descrever sugestões para a concepção das leiras de compostagem e soluções para os problemas de geração e tratamento do chorume;  Apresentar as patologias e os vetores que vêm acompanhados da incorreta disposição de matéria orgânica.
  • 8. 8 4 JUSTIFICATIVA A implantação de um processo de compostagem reduz a quantidade de lixo orgânico que é enviado para os aterros e diminui os custos da coleta. Coletar, transportar e dispor uma tonelada de lixo custa à COMCAP - Companhia de Melhoramentos da Capital – R$ 196,00. É possível, também, fazer o reaproveitamento orgânico de tudo que é consumido e que, de outra maneira, apodreceria em montanhas de lixo nos aterros sanitários. O lixo orgânico pode ser visto como fonte de riqueza, pois enriquece o solo com nutrientes para as plantas, ajuda na aeração e retenção de água, melhora a drenagem da terra como combate a enchentes em áreas de difícil absorção de água e reduz a necessidade do uso de herbicidas e pesticidas, visto que os animais e agentes vetores de doenças são imediatamente eliminados. Outro aspecto a ser observado é o envolvimento da comunidade na execução do projeto. Quem atua em qualquer uma das etapas está ajudando de forma voluntária. Pouco se ganha, financeiramente, na comunidade destacada, devido à falta de apoio de entidades governamentais, porém o conhecimento, as ações sustentáveis e a preservação do meio ambiente são ganhos eternos para todos os envolvidos. Segundo Dantes Torres (APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA AGRICULTURA URBANA, 1ª Ed., 2003), “A separação na fonte dos RSU (resíduos sólidos urbanos) poupa gastos de transporte, aumenta a vida útil dos sistemas de tratamento sanitários e facilita o aproveitamento dos resíduos orgânicos.” A educação ambiental e a sensibilização da comunidade permitem incorporar a população nestes processos. Nesse sentido, propostas de manejo dos resíduos sólidos produzidos nessas comunidades devem ser adotadas levando em conta o baixo custo, a adaptação à realidade local, a autonomia, a utilização de equipamentos de fácil manuseio e de mão de obra local com gestão comunitária.
  • 9. 9 5 COMUNIDADE CHICO MENDES Não só em Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, como na maioria das grandes cidades, a ocupação da população pobre aconteceu de forma mais intensa nas áreas de relevos altos e acidentados, com riscos de deslizamentos e alagamentos. De acordo com ALVES (2009), de 1987 a 1996, a população nas comunidades periféricas da Ilha e do Continente, em Florianópolis, aumentou em cerca de 20 mil moradores, passando de 20 para 40 mil pessoas. Em 2004, esse número cresceu para 61.445, representando um percentual de 15,8%, em relação à população total do município nesse período, que era de 386.913 habitantes. A população de Florianópolis cresce intensamente todos os anos e, segundo IBGE, a população chegou a 421.203 pessoas no ano de 2010, aumentando em 35 mil o número de habitantes em apenas 6 anos. A acelerada urbanização da cidade consolidou o processo de periferização nos morros da capital catarinense, em especial da comunidade Chico Mendes, que junto com outras comunidades, formam o bairro Monte Cristo. O processo de ocupação do local teve início em 1970, e vem crescendo desde então. Segundo dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Florianópolis apresenda índice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual a 0,875. A região da comunidade Chico Mendes apresenta IDH menor que a média das outras microregiões do estado, 0, 765. Mesmo com inúmeros programas de urbanização implantados pela prefeitura da capital, observam-se problemas diversos envolvendo pobreza, violência e falta de saneamento básico, tais como mau cheiro, excesso de lixo orgânico espalhado nas ruas e a consequente infestação de animais e vetores de doenças.
  • 10. 10 6 DADOS E CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE O projeto Chico Mendes compreende uma área caracterizada como favela, localizada no Bairro Monte Cristo (Figura 1). A área abrange três comunidades com associações distintas: Nossa Senhora da Glória, Chico Mendes e Novo Horizonte. Figura 1: Bairro Monte Cristo – Florianópolis/SC
  • 11. 11 Figura 2: Localização da comunidade (GOOGLE EARTH, 2009). 6.1 Origem da comunidade A formação das comunidades apresenta três momentos distintos: Nossa Senhora da Glória (1975), Chico Mendes (1980) e Novo Horizonte (1985). 6.2 Procedência dos moradores As famílias procedem de diversos pontos do país, e o processo de ocupação inicou-se com famílias oriundas sobretudo do oeste-catarinense.
  • 12. 12 6.3 Organização comunitária As três comunidades que constituem o bairro Monte Criste possuem associações de moradores, porém apresentam problemas de organização. Estes problemas incluem falta de apoio de entidades públicas, como a Prefeitura Municipal, ausência de verba ou bolsas de apoio a voluntários e, consequentemente, número insuficiente de pessoas dispostas a trabalhar de modo voluntário em projetos comunitários. 6.4 População A associação de moradores do bairro Monte Cristo realizou um cadastro de moradores nos anos de 1998 e 2000. Em 1998, o bairro apresentava 1.109 famílias, o que representa 4.800 pessoas. Em 2000, a comunidade já somava 1.360 famílias, cerca de 5000 pessoas. Com o crescimento populacional apresentado nos dados da pesquisa, observa-se grande mobilidade urbana. 6.5 Problemas sociais mais comuns Os problemas sociais mais comuns observados na comunidade Chico Mendes são o alto índice de violência, o tráfico de drogas e baixos níveis de escolaridade e de renda médios apresentados pelos moradores da comunidade como um todo. Tais problemas, entretanto, não são exclusivos desta comunidade, sendo observados na maioria das localidades que apresentam situação socioeconômica semelhante à de Chico Mendes.
  • 13. 13 6.6 Características da área Tamanho da área Área aproximada: 127.000,00 m2 Condições Urbanísticas A comunidade apresenta malha viária caótica, grande quantidade de terrenos irregulares com co-habitações, existência de grande número de habitações precárias e considerável número de pessoas vivendo sob situação de risco. Condições da Infra-estrutura urbana Parte da infra-estrutura urbana funciona de forma precária, especialmente as redes de esgoto sanitário e de drenagem pluvial. Condições da Infra-estrutura social Existência de uma escola, creche, entidades assistenciais e diversas igrejas. As maiores carências são em relação à saúde e educação infantil, geração de renda e espaço comunitário.
  • 14. 14 7 BREVE HISTÓRICO SOBRE O PROJETO REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS Em outubro de 2008, profissionais do Centro de Saúde do Bairro Monte Cristo convocaram uma reunião com representantes da comunidade e técnicos da CEPAGRO para debater a presença de animais indesejáveis na comunidade, entre eles os ratos, evidenciada por muitos casos de doenças causadas por esses animais. Nesta reunião chegou-se à conclusão de que não bastava apenas eliminar os ratos, mas também tomar medidas preventivas, através da conscientização da população em diminuir o hábito de jogar restos alimentares nas ruas, em sacolas ou sem acondicionamento. Este ato provoca mau cheiro, denigre a imagem do bairro e favorece a proliferação de doenças. Visto que a CEPAGRO já realizava compostagem de resíduos em outras instituições educativas da comunidade e que nestes locais observou-se a diminuição da incidência de ratos, sugeriu-se a idéia da extensão deste projeto para toda a comunidade, através do recolhimento de resíduos orgânicos gerados pelas famílias do local em bombonas de plástico. Em troca, as famílias contribuintes receberiam adubo e fertilizante provenientes das leiras de compostagem para abastecer as hortas individuais de cada residência. A idéia foi aceita e começou a ser implantada na comunidade com participação de jovens voluntárias do local. Duas moradoras da comunidade, Eunice Brasil e Rose Helena Oliveira Rodrigues, receberam instruções teóricas e práticas de técnicos e estagiários do CEPAGRO sobre trabalhos ambientais e compostagem e mostraram-se dispostas a participar do grupo gestor para a concepção e implantação do movimento. A prefeitura também auxiliou o projeto com a doação de um terreno, ao lado do Hipermercado BIG, para a construção das leiras de compostagem. Porém, o local que foi ocupado pelo projeto não é o correto, o que significa que uma mudança de local será necessária em breve. Desde a implantação do projeto, as agentes comunitárias visitam as famílias, estimulando a participação dos moradores.
  • 15. 15 O trabalho de mobilização social que precedeu a implantação do projeto foi realizado voluntariamente pelo período de 3 meses, de dezembro de 2008 a fevereiro de 2009. O projeto foi escrito e recebeu apoio do fundo social de uma empresa catarinense de energia, possibilitando o pagamento de bolsas no valor de R$ 216,35 para duas agentes locais pelo período de 6 meses a partir de março de 2009. Atualmente, participam deste projeto cerca de 90 famílias e 9 instituições públicas da comunidade. As famílias participantes utilizam o composto nas hortas mantidas nos fundos das casas, e instituições educativas como creches e escolas utilizam-no em seu processo pedagógico, mantendo hortas nos pátios.
  • 16. 16 8 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS URBANOS 8.1 Caracterização dos resíduos orgânicos no Brasil (ABRELPE, 2010) Em média, o material orgânico produzido pela população brasileira é constituído em 52% de matéria orgânica, 25% de papel, 2% de metal, 2% de vidro, 3% de plástico e 16% outros materiais. Em se tratando de resíduos orgânicos, apenas 3% destes são reciclados. 8.2 Caracterização dos resíduos orgânicos em Florianópolis (COMCAP, 2002) A cidade de Florianópolis gera diariamente 347 toneladas de resíduos sólidos, em média 0,851 Kg por habitante. Deste valor, 42% correspondem ao material orgânico. No ano de 2010, foi aprovada a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos que, segundo o Ministério do Meio Ambiente, promete revolucionar a gestão destes resíduos, ampliando a reciclagem e acabando com os lixões a céu aberto. No prazo de 4 anos, todos os municípios brasileiros deverão construir um plano de gestão de acordo com a lei. Esta política determina que os sistemas públicos de limpeza e manejo de resíduos sólidos priorizem a geração de trabalho e renda para cooperativas de catadores, através da implantação e incentivo de um sistema de coleta seletiva. Quanto ao lixo orgânico, deve ser implantado um sistema de compostagem, utilizando o composto produzido de forma que seja útil em programas que visam à melhoria econômica e social. (TRS AMBIENTAL, 2010)
  • 17. 17 9 ANÁLISE DO SISTEMA DE MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EXISTENTES Em 2010 foi lançado o Plano Nacional de Resíduos sólidos urbanos, que deverá ter implantação completa no país até o ano de 2014. Este tem como principal objetivo conscientizar e mover a sociedade a uma melhoria na produção e, também, na redução de resíduos. A quantidade de resíduos sólidos coletados pela empresa responsável em Florianópolis aumentou cerca de 4% no ano de 2010 quando comparada a 2009, segundo análise realizada pela COMCAP. Também segundo dados obtidos no endereço virtual da COMCAP, foram coletadas pelo sistema porta-a-porta 155.123,82 toneladas de resíduos sólidos no ano. Deste total, 149.020,26 toneladas foram recolhidas pela coleta convencional e destinadas ao aterro sanitário (96%), e 6.103,56 toneladas foram recolhidas pela coleta seletiva e destinadas às associações de catadores de materiais recicláveis do município e, depois, à indústria da reciclagem (4%). A coleta seletiva também aumentou gradativamente de 2009 para 2010, cerca de 35% somente em Florianópolis. Este aumento mostra a preocupação da sociedade e os investimentos que estão sendo feitos para manter o potencial dos produtos recicláveis e a vida útil dos aterros sanitários. Os resíduos sólidos urbanos são classificados pelas Normas da ABNR (NBRs) NBR 10.004; NBR 10.005 e NBR 10.006. Conforme a NBR 10.004, a classificação é feita pela origem dos materiais que constituintes e características do resíduo. Os impactos ambientais (depois de depositados no solo) e de saúde gerados por este produto também levam a uma classificação nesta norma. Conforme a NBR 10.005, a classificação realizada é pelos riscos que estes materiais podem causar ao meio ambiente e a saúde da sociedade, com a finalidade de possibilitar a movimentação e também um destino adepto ao material. Os produtos são classificados em:  Resíduos de Classe I, perigosos;  Resíduos de Classe II, não inertes e;
  • 18. 18  Resíduos de Classe III, inertes. Conforme a NBR 10.006, a classificação é feita para obter a concentração dos resíduos sólidos com o objetivo de diferenciar os resíduos da NBR 10.004. Ainda existem algumas leis que regem a forma que or resíduo é atrado antes de chegar a sua destinação final. A Lei nº 03.290/89 diz que devem existir lixeiras rentes as muros e na parte interna da propriedade em todas as residências uni familiares e multifamiliares. A Lei nº 3.812/92 fala sobre a separação dos resíduos conforme suas características químicas ou físicas. Todos os resíduos devem ser separados em lixo seco, orgânico e os rejeitos. Há, além disso, um Programa de Educação e Orientação que poderá ser futuramente implantado nesta Lei. A Resolução CONAMA nº 5 de 05/08/93 define a destinação final do resíduo de acordo com sua origem. Em seus conformes, são classificados em Grupo A (que possuem agentes biológicos), Grupo B (que possuem características químicas), Grupo C (rejeitos radioativos) e Grupo D (resíduos comuns que não entram em nenhum grupo anterior). A construção de aterros sanitários e incineradores, juntamente com a produção de composteiras e a reciclagem, são dados pelo PNRSU como a melhor forma de destinação final.
  • 19. 19 10 ESTUDO DE CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS A compostagem é o método mais antigo de reciclagem e tratamento de lixo orgânico. Neste processo ocorre a decomposição da matéria orgânica através da ação de microorganismos com a adição de oxigênio. Temperaturas elevadas e a liberação de energia são características fortes da compostagem. O composto gerado esta estabilizado e poderá ser utilizado também como fertilizante. Os materiais que devem ser lançados nas leiras podem ser de dois tipos. Alguns contem mais carbono, como palha, serradura, relva seca. Outros possuem mais azoto, que são restos de cozinha e relva fresca. O composto final de boa qualidade do processo de compostagem é proporcional aos materiais depositados nas leiras. Ou seja, quando os resíduos são separados corretamente, e chegam às leiras somente os orgânicos (comida, vegetais), o adubo produzido é de ótima qualidade. Conforme a NBR 13951 são usados alguns critérios para a instalação de uma leira. Na manutenção o planejamento, supervisão, fiscalização, coleta, transporte, entre outros. A aeração pode ser feita manual ou mecanicamente e tem como principal objetivo a adição de ar ao composto. No Projeto Revolução dos Baldinhos esta aeração é feita manualmente. O local escolhido deve ser adequado para as composteiras, para proteção ao meio ambiente e também a população que residir próximo. Pede-se que seja uma construção fechada, projetada para que atenda as exigências de proteção ao meio ambiente, com equipamentos e tecnologia apropriados para o desenvolvimento do processo nas composteiras. Ainda na etapa de elaboração do projeto deve ser calculada a quantidade de resíduos tratados por hora, dia e ano. Este cálculo é essencial para obter um controle de volume de resíduos e, conseqüentemente, a qualidade do processo de compostagem. O acompanhamento de temperaturas termófilas (próxima a 60º C) até determinado momento do processo, no mínimo 20 dias, é feito para garantir que microorganismos patógenos sejam totalmente eliminados e, conseqüentemente, o composto terá resultado aprovado. Com resultados de qualidade, este processo tem
  • 20. 20 grandes vantagens. A quantidade de lixo que é encaminhado ao aterro diminui significativamente, levando ao aumento de vida útil dos aterros. Com relação ao meio ambiente, não há impactos negativos, já que controlado, representa uma solução eficiente para o material orgânico. Ainda tem a vantagem de resultar em um produto com aplicação direta na agricultura. Este processo gera uma valorização dos resíduos com baixo custo, sem necessitar de grande espaço ou grande investimento, e é economicamente viável para sua construção e manutenção.
  • 21. 21 11 O LIXO E A COMPOSTAGEM A maior parte dos resíduos orgânicos gerados no Brasil é descartada em aterros sanitários. Diariamente no país são geradas 170 toneladas de resíduos sólidos urbanos, o que permite estabelecer uma relação de produção de 1 kg de resíduos orgânicos por habitante, sem contar com os resíduos líquidos correspondentes às fezes e a urina diluídas (ABRELPE, 2010). Desde 1990, o pensamento voltado para o desenvolvimento sustentável vem sendo difundido entre as organizações ambientais, e o processo de utilização de resíduos orgânicos para geração de fertilizantes tem alcançado novos patamares, principalmente pela falta de locais para destinação correta desses resíduos e pela pressão exercida por entidades ambientais para utilização de métodos com menor impacto ambiental (BRITO, 2006).
  • 22. 22 12 O COMPOSTO ORGÂNICO NA AGRICULTURA O composto orgânico apresenta nutrientes fornecidos pelos vegetais vindos do processo de decomposição, fornecendo estrutura nutricional às plantas, através das raízes. Com relação às propriedades químicas, o composto orgânico condiciona o solo por conter todos os macro e micronutrientes interessantes para as plantas (KIEHL, 1985) como Ferro, Zinco, Cobre, Manganês e outros. O composto orgânico ainda tem efeito de aumentar a capacidade do solo de reter água, controlando a erosão, aumentando a diversidade da vida no solo, a saúde das plantas e do ambiente. Além disso, a presença de matéria orgânica no solo aumenta o número de minhocas, insetos e microorganismos desejáveis, o que reduz a incidência de doenças nas plantas (MARÍN et al., 2005).
  • 23. 23 13 HISTÓRIA DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM Desde a idade antiga a compostagem era utilizada, porém sua pratica não tinha nenhum embasamento técnico. Povos como os gregos e romanos perceberam que os resíduos de seus alimentos, poderiam ajudar a enriquecer o solo. Permitindo, assim, uma melhora, significativa, na agricultura. Em 1920 Albert Howard começou a fazer estudos do processo de compostagem. Os estudos de Howard acrescentaram um caráter cientifico ao processo. As décadas seguintes foram de suma importância, surgiram muitos estudos científicos direcionada a compostagem. Estudos esse que contribuíram para que essa tecnologia, nos tempos atuais, pudesse ser utilizada, ate mesmo, em escala industrial.
  • 24. 24 14 COMPOSTAGEM Pode-se definir compostagem como “bio-oxidação aeróbia exotérmica de um substrato orgânico heterogêneo, no estado sólido, caracterizado pela produção de CO2, água, liberação de substâncias minerais e formação de matéria orgânica estável. (Manual Prático para a Compostagem de Biossólidos). Esse processo nada mais é que a transformação de resíduos orgânicos em condicionante de solo. Uma característica importante do composto é a ausência de microorganismos patogênicos e características físicas como o odor desagradável. A compostagem é um processo bioquímico de alta complexidade, onde a matéria orgânica biodegradável sobre transformações ao longo do processo através de microorganismos. Nesse processo a aeração das leiras, os nutrientes e a umidade são fatores decisivos na eficácia da compostagem. Outro fator importante é a temperatura. Ela é decisiva, principalmente, na eliminação dos patógenos e na aceleração do processo. Carbono, principal fonte energética, e o nitrogênio, de suma importância para a síntese celular, são os principais nutrientes envolvidos na compostagem, os principais responsáveis pelo crescimento das bactérias presentes no processo. Outros nutrientes presentes são o fósforo e o enxofre e os micronutrientes (Ferro, Magnésio, Zinco e Sódio). A metodologia da compostagem é representada de forma simplificada através do seguinte esquema: Figura 3 - Esquema simplificado do processo de compostagem(manual prático para compostagem de biossolo) No decorrer do processo de compostagem ocorre a proliferação de organismos, os mais comuns são os fungos e bactérias. O desenvolvimento desses organismos é propiciado através da característica do meio. Os microorganismos, com base na temperatura, são classificados em psicrófilos ( 0 a 20°C), mesófilos (15 a 43°C) e termófilos(40 a 85°C). Estas temperaturas para cada micrrorganismo
  • 25. 25 possuem uma faixa ótima, que é a que geralmente se alcança no processo de compostagem. Estas faixas estão expressas na tabela abaixo: Tabela 1 – Temperaturas mínimas, ótimas e máximas para as bactérias em ºC (Fonte: Institute Solid Wastes of American Public Works Association, 1970) Os microorganismos mesófilos existem em quantidade considerável na fase inicial da compostagem, isso ocorre, pois esses microorganismos têm uma faixa de temperatura mais baixa. Com o decorrer do processo a temperatura na leira vai aumentando gradativamente, propiciando assim, uma queda considerável na população dos mesófilos. Alem disso o aumento na temperatura eleva a quantidade de microorganismos termófilos. Este aumento da população termófila é de suma importância, pois, esta população acelera a degradação dos resíduos orgânicos e eleva a temperatura na leira. Este aumento de temperatura é como já vimos antes, extremamente importantes para a eliminação dos microorganismos patogênicos. Quando a maior parte da matéria orgânica for transformada, ocorre então, a queda de temperatura. Com essa queda a população termófila também diminui, reaparecendo os microorganismos mesófilos. Neste ponto do processo a grande maioria das moléculas que são facilmente biodegradáveis já foi transformada. Ocorre, também, o inicio da humificação no composto caracterizando assim o inicio da fase de maturação.
  • 26. 26 Figura 4 - Exemplo genérico da evolução da temperatura de uma leira em compostagem (Manual pratico para compostagem de biosolo) Como visto anteriormente a compostagem tem duas fases a degradação rápida e a maturação. Na primeira fase a atividade dos microorganismos é bem como o consumo de oxigênio é intenso. Nessa fase a matéria orgânica se transforma rapidamente, a temperatura é elevada e o composto sobre mudanças visíveis. Mesmo com essa mudança o composto ainda não está pronto ele tem que passar pela fase da maturação. Na maturação a atividade microbiológica e o consumo de oxigênio caem consideravelmente. Essa fase a temperatura na leira é a mesma que a ambiente e as transformação ocorridas são, em sua maioria, químicas. Transformação que se resume a “polimerização de moléculas orgânicas estáveis no processo conhecido como humificação”. Na degradação rápida o volume de matéria orgânica diminui consideravelmente, fato este, que diminui a área necessária para a maturação. Com isso é possível perceber que as etapas bem executadas influenciam diretamente na estrutura do pátio ou usina de compostagem. Na fase seguinte, maturação, são realizados alguns testes capazes de definir o grau de maturação do material. Dependendo do grau o composto pode ou não ser liberado para o uso. Se liberado o composto é peneirado e acondicionado, para depois ser utilizado. Para um resultado satisfatório no processo de compostagem alguns parâmetros físicos químicos devem ser respeitados. Esse parâmetros são
  • 27. 27 importantes para proporcionar aos microorganismos condições adequadas para seu desenvolvimento.
  • 28. 28 15 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS FUNDAMENTAIS NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM Para que o processo de compostagem se desenvolva de maneira satisfatória, é necessário que alguns parâmetros físico-químicos sejam respeitados, permitindo que os microrganismos encontrem condições favoráveis para se desenvolverem e transformarem a matéria orgânica. 15.1 Aeração A compostagem depende dos processos aeróbios para o desenvolvimento da atividade microbiana, que irá desempenhar papel importante na bio-degradação; para a oxidação da matéria orgânica, que servirá como fonte de energia; e para a diminuição dos maus odores. A presença de ar na massa do composto é, portanto, de importância primordial para a compostagem rápida e eficiente. Para que a circulação de ar nas leiras ocorra, a estrutura deve ser devidamente montada, de forma a permitir a passagem de ar internamente. 15.2 Temperatura Durante o processo de compostagem, como dito anteriormente, ocorrem estágios de aquecimento e resfriamento interno das leiras. As temperaturas termofílicas (45 a 85ºC) e mesofílicas (25 a 43ºC) possibilitam o surgimento de bactérias fundamentais para a bio-degradação. O equilíbrio de todas as fases térmicas das leiras é de suma importância, tanto para a eliminação de microorganismos patogênicos no aquecimento, quanto para a maturação do composto no resfriamento. A eficiência do processo depende do monitoramento
  • 29. 29 periódico da temperatura, que pode ser controlada e ajustada com a aeração, caso não esteja adequada. 15.3 Umidade A presença de água é fundamental para o desenvolvimento da vida microbiana. Durante o processo é preciso manter o teor de umidade em ótimos níveis, com a recirculação de chorume e a aeração. A umidade do composto inicia alta nos primeiros dias de montagem da leira, e vai diminuindo conforme o composto for maturado. Este parâmetro deve ser monitorado periodicamente durante o processo, para que o processo se desenvolva satisfatoriamente. 15.4 Relação Carbono/Nitrogênio (C/N) Os microorganismos necessitam de carbono, como fonte de energia, e de nitrogênio para síntese de proteínas. É por esta razão que a relação C/N é considerada como fator que melhor caracteriza o equilíbrio dos substratos. A falta de nitrogênio ou de carbono limita a atividade microbiológica. Como resultado, o processo de compostagem será mais lento. 15.5 Estrutura Antes da montagem das leiras é necessário um estudo do solo, para verificação da granulometria do local onde as composteiras serão instaladas. Dependendo do tipo de solo a ser trabalhado, não é necessária impermeabilização.
  • 30. 30 Para dar sustentação as leiras, são usados resíduos vegetais, como serragem, palha e galhos. 15.6 pH Assim como todos os outros parâmetros, o pH deve ser mantido totalmente em equilíbrio, porque dele depende a atividade microbiana. Níveis muito baixos ou muito altos reduzem ou até inibem este processo. Um teor aceitável para a manutenção do pH é entre 5.5 e 6.0.
  • 31. 31 16 MONTAGEM DAS LEIRAS (FARIAS, Eduardo. ABREU, Marcos José de. 2011) O sistema de leiras montadas na comunidade Chico Mendes, pelo projeto Revolução dos Baldinhos, utiliza galhos, serragem, resíduos orgânicos e palha. O material orgânico, como já é conhecido, é recolhido pelos voluntários do projeto. A aquisição dos outros materiais é feita pelo CEPAGRO. O método foi escolhido por ser mais eficiente e necessitar de poucos recursos financeiros para a implantação. GALHOS A colocação dos galhos nas leiras é responsável pela aeração. O fluxo de ar no monte de composto acontece de baixo para cima, gerado pelo aquecimento do ar no interior da leira, que mais leve que o do exterior, sobe e força a renovação do ar. SERRAGEM A serragem é responsável por dar estrutura de aeração e diminuir a perda de água por lixiviação. Também contribui para a relação C/N por misturar-se aos restos de alimento e equilibrar os níveis significantes de nitrogênio e carbono. O material é proveniente da cavalaria de Barreiros, São José –SC. PALHA A palha é utilizada na parede e cobertura externa de leira. O material evita a entrada de moscas no interior do monte, além de auxiliar na retenção do calor produzido, juntamente à aeração. O recolhimento deste estruturante é feito no CEASA (Central de Abastecimento do Estado de Santa Catarina).
  • 32. 32 16.1 Impermeabilização do solo e drenagem A Impermeabilização do solo é importante para evitar que o chorume gerado nos dias de chuvas intensas não percole e atinja o lençol freático. Por isso antes de se preparar as leiras, é importante fazer um estudo do solo e uma sistematização do local onde se deseja implantá-las. Em pátios de compostagem de pequeno porte onde o solo é argiloso e de difícil percolação pode-se montar as leiras diretamente no solo. Em caso de pátios de grande porte, como os industriais e terrenos que tenham solo mais permeável, pode-se realizar a terraplanagem e colocar uma manta de fibra impermeabilizante. Para a drenagem de chorume das leiras é necessário a construção de uma vala á ser escavada no sentido do escoamento do chorume, passando por baixo das leiras. Essa vala pode ser impermeabilizada, para que se obtenha o máximo de recolhimento de chorume liberado pelas leiras. Dentro da vala deve-se colocar britas dentro das valas por cima da manta para que no escoamento, não venha junto materiais que possam obstruir a passagem, como palha, serragem, pedaços de galhos, entre outros. Outra vala deve ser feita transversalmente á frente das leiras conduzindo o chorume a um reservatório. Do reservatório esse líquido poderá ser coletado e recirculado na leira, ou então ser utilizado como biofertilizante com a adição de 1 litro de água para 2 mL de chorume. Como biofertilizante diluído, o chorume pode ser utilizado em hortaliças e plantas mais sensíveis, ainda no seu estado mais concentrado pode ser usado na fertilização de bananeiras, ou plantas do tipo. O sistema de construção de valas descrito acima, é um bom sistema pelo qual o projeto da “Revolução dos baldinhos” poderia adequar-se ao seu sistema atual. Visto que no local onde estão instaladas as leiras do projeto, as valas são rasas, sem impermeabilização e existe dificuldade em se coletar o chorume.
  • 33. 33 16.2 Armazenamento do composto produzido O final do processo termofílico de compostagem é evidenciado pela diminuição da temperatura da leira e pela humificação, com o aparecimento de minhocas, tatus-bola, baratas-da-terra, entre outros. Após este processo, a leira pode ser desmontada, o composto é separado dos animais por peneiramento e enviado para as famílias e instituições participantes.
  • 34. 34 17 ALTERNATIVAS DE CONCEPÇÃO DAS LEIRAS Um bom composto pode ser obtido tanto por tecnologias simples quanto complexas, desde que os resíduos sejam adequados e o processo biológico ocorra em equilíbrio. Os processos de compostagem podem ser divididos em três grandes grupos: • Sistema de leiras revolvidas (windrow): a mistura de resíduos é disposta em leiras, com a aeração fornecida pelo revolvimento dos resíduos e pela entrada de ar em contato com o composto. Este processo é o utilizado atualmente nas leiras do projeto “Revolução dos Baldinhos”. • Sistema de leiras estáticas aeradas (static pile): onde a mistura a ser compostada é colocada sobre uma tubulação perfurada que injeta o ar na massa do composto, não sendo necessário o revolvimento mecânico das leiras. • Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-vessel): onde os resíduos são colocados dentro de sistemas fechados, que permitem o controle de todos os parâmetros do processo de compostagem. Os dois primeiros sistemas geralmente são realizados ao ar livre, sendo possível a realização em áreas cobertas. A compostagem em reatores biológicos, representada no terceiro sistema citado, apresenta várias alternativas de reatores.
  • 35. 35 17.1 Sistema de leiras revolvidas (windrow) O sistema de leiras revolvidas é o mais simples. A mistura de resíduos orgânicos com palha e serragem é disposta em leiras que são periodicamente revolvidas. A aeração é feita pela entrada do ar naturalmente na massa do composto, ou através do revolvimento. No momento em que é feito o revolvimento, o composto entra em contato com a atmosfera rica em O2, o que permite suprir momentaneamente as necessidades de aeração do processo biológico. A compostagem da matéria orgânica pelo sistema de leiras revolvidas segue o fluxo mostrado na Figura 5. Figura 5 - Esquema genérico aplicável à compostagem de resíduos orgânicos pelo sistema de leiras revolvidas. Existe a possibilidade de realizar o revolvimento mecânico, através de máquinas específicas para misturar e revolver o composto: • Implementos tracionados por tratores agrícolas; • Pás carregadeiras convencionais;
  • 36. 36 Figura 6 - Exemplo de sistema de leiras revolvidas “Durante a compostagem, as leiras devem ser revolvidas no mínimo três vezes por semana, sendo que esta operação tem vários objetivos: • Aerar a massa de resíduos em compostagem; • Aumentar a porosidade do meio, que sofre uma compactação natural devido ao peso próprio; • Homogeneizar a mistura; • Expor as camadas externas às temperaturas mais elevadas do interior da leira, melhorando a eficiência da desinfecção; • Em alguns casos, reduzir a granulometria dos resíduos; • Diminuir o teor de umidade do composto;” (KUTER, 1995). 17.2 Sistema de leiras estáticas aeradas (static pile) Neste sistema a leira é colocada sobre uma tubulação perfurada, conectada a um soprador, que injeta ar sob pressão ou sucção.
  • 37. 37 Figura 7 - Esquema simplificado do sistema de compostagem em leiras estáticas aeradas “A aeração deve ser dimensionada de acordo com os objetivos visados: a) Satisfazer às demandas de oxigênio do processo de bio- degradação aeróbia; b) Remover o excesso de umidade; c) Remover o excesso de calor para manter a temperatura em torno de 600 C; ’’ (EPA, 1995). O sistema de aeração também pode alternar injeção e aspiração de ar. A tubulação de aeração pode ser constituída por tubos de PVC branco de 100 mm de diâmetro, sendo os orifícios de saída de ar espaçados de no máximo 18 cm (EPA, 1978). Este sistema de compostagem também permite a formação de leiras em duas configurações: a) Leiras isoladas, como as descritas para o sistema de leiras revolvidas; b) Leiras agrupadas, onde a massa de resíduos é colocada em blocos compactados de grandes dimensões (Figura 8).
  • 38. 38 Figura 8 – Compostagem em leiras aeradas agrupadas 17.3 Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-vessel) A compostagem realizada em reatores biológicos (In-Vessel) oferece a possibilidade de maior controle sobre todos os parâmetros importantes para o processo de compostagem, e o ciclo de aquecimento das leiras é maior, o que reduz o tempo de maturação do composto e atribui o nome a este sistema de “compostagem acelerada”. Também pelo fato do maior tempo de aquecimento, este sistema é mais eficiente no controle contra patógenos e agentes causadores de odor. A aeração é controlada, feita sob pressão, com atributos tecnológicos mais desenvolvidos. (UEL, 2008) De modo geral os vários tipos de reator se enquadram em três grandes categorias:
  • 39. 39 17.4 Reatores de fluxo vertical São constituídos por aberturas verticais onde os resíduos geralmente entram pela parte superior e percorrem o reator no neste sentido. O ar pode ser injetado em vários níveis ou apenas na parte inferior do reator. O dimensionamento é feito de tal forma que quando o composto chega á parte inferior do reator, a fase termófila terminou. O composto então é descarregado e transportado ao pátio de maturação. 17.5 Reatores de fluxo horizontal São dispostos horizontalmente, como túneis, no mesmo sentido da injeção de ar. Os resíduos entram por uma extremidade do reator e saem pela outra, com tempo de detenção suficiente para a realização da fase termófila. O ar é injetado sob pressão ao longo do trajeto. 17.6 Reatores de batelada Diferem dos anteriores pelo fato do composto ficar confinado no mesmo local, sem se deslocar. O reator geralmente é dotado de um sistema de agitação da massa de resíduos, que rotaciona em torno de seu próprio eixo. O revolvimento é feito por um dispositivo específico desses tipos de reatores, de forma automatizada.
  • 40. 40 18 CHORUME - LIXIVIADO (FARIAS, Eduardo. ABREU de, Marcos José. 2011) É gerado pela da decomposição, juntamente com a ação da infiltração da água da chuva, no meio dos resíduos orgânicos. Em geral é composto por muitos nutrientes que, em grande concentração, se tornam poluentes do solo e também de lençóis freáticos. Alguns desses nutrientes são: Fósforo, Amônia, Nitrato, e outros. No caso das leiras, quando liberada grande quantidade de chorume sem que essa mesma não tenha sido encharcada com água da chuva, pode ser um indicador de que há algum problema de temperatura. Nesse caso deve-se adicionar mais palha ou mais serragem para que ela possa absorver o máximo possível de umidade. 18.1 Resultados da caracterização química do composto orgânico Os resultados das análises mostraram valores aproximados, até mesmo com qualidades superiores a insumos agrícolas muito utilizados como esterco bovino e substrato comercial. Como na comunidade Chico Mendes há baixa disponibilidade de solo para plantio, fez-se a interpretação do laudo tratando o composto orgânico produzido como substrato para cultivo, considerando-o um solo. 18.2 Textura A textura refere-se ao tamanho das partículas presentes no composto, mais precisamente o teor de argila, silte e areia no material. Dessas diferentes frações foi analisada a argila (partículas de diâmetro < 0,002 mm) que possui maior
  • 41. 41 superfície específica (área de contato) e é de natureza coloidal com alta retenção de cátions e adsorção de fósforo. (ROLAS, 2004) Este material tem baixo teor de argila 10%, o que poderia indicar baixa capacidade de retenção de nutrientes e água, porém além da argila há grande teor de matéria orgânica, que também confere alta retenção de cátions. 18.3 pH O pH do composto em torno de 6,5 encontra-se próximo da zona mais indicada para o desenvolvimento das principais culturas agrícolas, na faixa entre 6 e 7, aonde há maior disponibilidade dos principais nutrientes, além disso o pH nessa faixa lixivia o Alumínio, que poderia provocar toxidez para as raízes das plantas. O pH do material no início da compostagem é ácido, causado pelo acúmulo de ácidos orgânicos existentes. Valores baixos de pH são indicativos de falta de maturação devido a curta duração do processo ou à ocorrência de processos anaeróbios no interior da pilha em compostagem (KIEHL, 2002). Ao longo do processo de compostagem estes ácidos são metabolizados, provocando aumento no valor de pH, indicando que este composto encontra-se bem maturado. (JAHNEL et al, 1999) 18.4 Fósforo O fósforo trata-se de um recurso natural finito (ODUM, 1988). É um elemento essencial a todas as formas de vida, pois faz parte de moléculas de ácidos nucléicos e ATP. Portanto sua reciclagem se mostrou eficiente no reaproveitamento deste nutriente, com mais de 50 ppm de P retidos. A interpretação do teor de fósforo acontece conforme o teor de argila e segundo ROLAS (2004), é muito alto e portando supre com sobra altas produções
  • 42. 42 se utilizado como substrato em culturas de sequeiro. Porém, RAIJI (1996) diz que para hortaliças, muito exigentes em fósforo, valores muito altos são apenas aqueles acima de 120 ppm de P.Níveis exagerados desse nutriente podem diminuir o rendimento, pois o excesso de fósforo inibe a absorção, por exemplo, de Zn e Cu, mesmo que o nível do nutriente no solo seja adequado para a planta. 18.5 Potássio Segundo Kiehl (1985), o potássio, mesmo constituindo até 10% do peso seco de algumas plantas, não forma compostos orgânicos, está presente nas plantas somente ativas, influenciando na respiração, transpiração, ativação de enzimas e sendo facilmente liberados de restos mortos vegetais. Fator que explica elevados teores desse nutriente no composto. ROLAS (2004) recomenda interpretação das quantidades de Potássio observando-se a CTC, levando isto em conta, as análises indicaram valores muito altos, bem acima de 180 ppm de k, considerado valor mais que suficiente. O excesso de K disponível no solo pode intensificar o efeito competitivo sobre a absorção do Ca e do Mg, uma vez que durante o processo de absorção radicular estes nutrientes utilizaram os mesmos sítios carregadores (Malavolta et al., 1997). Mas, o teor desses nutrientes encontra-se com altos valores no composto, amenizando esse efeito. 18.6 Outros Atributos Nos demais atributos, o composto se mostrou um substrato com alta e boa CTC, devido a alta saturação de bases, baixa concentração de H+, ausência de alumínio e pH próximo da neutralidade. Este substrato tem nas superfícies das partículas coloidais da fração argila, do húmus e nos organismos vivos que o
  • 43. 43 habitam uma boa quantidade de nutrientes fixados, ótimos requisitos para o crescimento das principais plantas cultivadas. Os micronutrientes encontram-se em teor médio no solo. No caso do Zinco e do Cobre, que além de funcionarem como nutrientes para as plantas, também são metais pesados, encontram-se em teor baixo, muito aquém do limites delimitados por países europeus. Análises Referências DETERMINAÇÃO Amostra 1 Amostra 2 Esterco Bov.* Plantmax* Unidade Textura 13 12 % Argila PH 6.7 6.5 8.3 5.2 Fósforo >50.00 >50.00 20.6 130 Ppm Potássio 349.00 527.00 100 6.7 Ppm Mat. Orgânica > 10.00 > 10.00 15.5 12.9 % (m/v) Alumínio 0.00 0.00 0.00 cmolc/L Cálcio 8.90 9.2 3,0 11.5 cmolc/L Magnésio 2.2 2.5 8.9 3.8 cmolc/L Sódio 97.00 187.00 3.0 Ppm H + Al 1.74 1.95 0.7 cmolc/L CTC 14.17 15.84 cmolc/L Saturação Bases 87.72 87.69 95.6 77.26 % Ferro 0.004 0.012 0.05 0,027 % Zinco 9.64 5.76 19,2 3.5 Ppm Manganês 14.04 13.32 165 24.5 Ppm Boro 0.19 0.87 12.5 0.3 Ppm Cobre 0.17 0.07 0.5 0.8 Ppm Tabela 2: Resultado análises composto e comparação com outros substratos* (Santos et al, 2009)
  • 44. 44 18.7 Resultados da caracterização do lixiviado Data de início: 26/09 Data de término: 29/09 Coliformes fecais: 2000 = NMP/100 ml = 2000 Coliformes totais: 110000 = NMP / 100 mL = 110000 Nos resultados das análises do lixiviado é possível observar a grande quantidade de nutrientes que podem ser perdidos na ocasião de chuvas intensas. O nitrogênio (N) e o fósforo (P) são importantes constituintes do lixiviado sob o ponto de vista nutricional de plantas, mas, preocupam com relação ao risco de contaminação das águas. A maior parte do nitrogênio encontra-se na fase amoniacal, proveniente da transformação de compostos orgânicos nitrogenados e da redução de nitratos em condições anaeróbicas. O lixiviado pode ser utilizado como biofertilizante líquido pois possui menores concentrações de nutrientes em comparação com fertilizantes líquidos comumente usados na agricultura, como o esterco líquido suíno e bovino. DETERMINAÇÃO Análise Referências Lixiviado ¹Esterco Líq. Suíno ²Esterco Líq. Bovino ³Lixiviado UFSC Nitrito NO-2 (mg/L) 0 - - Nitrato NO-3 (mg/L) 5.5 - - Amônia NH4 (mg/L) 468 - - Nitrogênio Total (mg/L) 473.5 2.374.3 870 970 Fósforo Total (mg/L) 252.166 577.8 550 190 Tabela 3: Resultado análises do lixiviado e comparação com outros substratos (¹ SILVA, 1996; ² MORI et al, 2009; Miller et al, 2005)
  • 45. 45 19 CONTROLES AMBIENTAIS As comunidades mais pobres de Florianópolis sofrem com o descaso do poder público. No caso da comunidade Chico Mendes, a prefeitura auxiliou o projeto "Revolução dos Baldinhos" com a doação de um terreno aberto, ao lado do hipermercado BIG, para a instalação das leiras de compostagem. O fato de o terreno ser aberto contribui para que vários animais, entre eles cachorros, entrem no local e mexam nas leiras em busca de alimento. A solução para isso seria o fechamento do terreno. Porém, como dito anteriormente, o terreno ocupado não é o correto, o que não permite os cercamentos. Como contribuição ao projeto aqui descrito, apresenta-se uma proposta de adequação para um novo pátio de compostagem: 19.1 Pátio de compostagem Será necessária uma área de 1.500 m2 de área, devidamente cercada, com portão de acesso e sinalização. O novo local deve contar com: • Sistema de coleta do chorume das leiras de compostagem; • Drenagem e impermeabilização nas leiras; • Tratamento do efluente gerado no pátio por filtro plantado; • Geração de condicionador de solo; • Geração de biofertilizante através do lixiviado recirculado; • Cobertura da leira com telhas transparentes para proteção dos trabalhadores e redução na produção de líquidos percolados; • Controle da temperatura das leiras para garantir higienização do composto;
  • 46. 46 • Equipamento e instrumentação adequada para os operadores; • Banheiro ecológico. 19.2 Materiais necessários - Muro para cercar a área: 52 metros lineares de 1,5m de altura, mais divisórias; - Portões: 1 portão de 4 metros de ferro de duas folhas com cadeados e travas, 1 portão 1 metro de ferro com cadeados e travas; - Piso para lavação das bombonas: 4 metros quadrados de piso, 2 m² com drenagem para um tratamento de zona de raízes; - Ponto de água: dois pontos de água, um na lavação de bombonas e outro próximo da horta para irrigação; - Lona de impermeabilização: 94 m² de PEAD 0,8 mm para impermeabilização do lixiviado das leiras e do filtro plantando; - Bombonas de 50 litros; - Serviço de máquinas para fazer os canais de drenagem e escavação de 1 metro para tratamento com filtro de plantas; - Bambu, telas e peneiras para os canais de drenagem; - Ponto de luz: lâmpada geral do pátio e iluminação no banheiro ou para uma bomba de irrigação da horta ou para bombear o chorume na recirculação; - Local para armazenamento de palha, ferramentas e afins: Necessidade de cobertura destes materiais para proteção de chuvas e desgaste no tempo; - Lona para Cobertura das Leiras: 8 m² de lonas para cobrir as leiras quando há chuvas torrenciais. Reduz o alto volume de lixiviados;
  • 47. 47 - Termômetro: monitoramento da temperatura nas leiras, verificação da higienização do composto;
  • 48. 48 20 ASPECTOS SANITÁRIOS EPIDEMIOLÓGICOS 20.1 Epidemiologia A sociedade descarta seus resíduos sem se preocupar de que maneira e, principalmente, onde estão descartando. Essa prática irracional favorece o aparecimento de vetores de doenças, como ratos, baratas, moscas pombos, etc. O descarte incorreto de resíduos orgânicos causa impacto, não só na saúde pública, mas também no meio ambiente, porque favorece a proliferação de patógenos, causa mau cheiro e, principalmente, a poluição do solo e de águas subterrâneas e superficiais. No chorume, que é gerado pela decomposição de matéria orgânica, existem algumas substancias tóxicas que colaboram para o aparecimento de vetores de doenças. O projeto de adequação da “Revolução dos Baldinhos” aqui descrito visa colaborar com a comunidade através da análise de chorume e dos possíveis riscos do contato com o lixiviado. O projeto também tem como objetivo chamar a atenção dos moradores para alguns cuidados necessários, como a correta disposição dos resíduos orgânicos e o uso de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual). Estes acessórios são de suma importância, porém a comunidade enfrenta problemas financeiros, o que impede a aquisição desses instrumentos. Acredita-se que a conscientização é a melhor maneira de trazer melhorias ao projeto, portanto, foram feitas pesquisa de mobilização social, epidemiológica e a realização de visitas na comunidade. Nos locais atendidos pelo projeto houve diminuição considerável do número de ratos. Quanto mais famílias forem atendidas, melhores serão as condições da comunidade, quando considerados os combates às patologias e infestação de animais. Ainda existem muitas famílias mal orientadas, mas são necessários mais investimentos, para o melhor atendimento da comunidade.
  • 49. 49 “As ruas agora estão mais limpas não se vêem mais ratos como antes e nem lixo pelas ruas”. Moradores da comunidade 20.2 Aplicação de questinário Abaixo seguem os gráficos da pesquisa realizada na comunidade com vinte moradores. O gráfico mostra a atual situação dos ratos na comunidade. Segundo a pesquisa, 85% dos entrevistados disseram que houve significativa redução no número dos roedores, e 15% afirmaram que não houve mudanças, pois, próximo às suas residências, ainda há grande quantidade de resíduos deixados por famílias mal orientadas.
  • 50. 50 Nesse gráfico observa-se que 75% da população afirma que ainda há a presença de ratos na comunidade. Essas pessoas, além de apoiarem o projeto, são a favor da expansão e divulgação da idéia. A outra porcentagem, representada em números de 25% dos entrevistados, disse que não há mais indícios de ratos. “Antes se via muitos ratos pelas ruas.” Moradora Mais da metade das pessoas entrevistadas acham que o posto de saúde não atende as necessidades da comunidade, pois existem casos de doenças causadas pela falta de saneamento. Ainda segundo as pessoas pesquisadas, há falta de médicos e os atendentes do posto de saúde não prestam a devida atenção.
  • 51. 51 Neste gráfico percebe-se que o número de mortes em relação ao número de pessoas entrevistadas é significativo, portanto, a quantidade de pessoas que perdem a vida por falhas no sistema de saneamento e vetores, é preocupante. O problema mais comum é a morte causada por Leptospirose. “A Leptospirose é uma doença infecciosa, febril, aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina do rato, que contamina através do contato com a pele. É considerada uma zoonose, transmitida por animais, que tem casos no mundo inteiro, com exceção das regiões polares. Nos seres humanos, todas as pessoas, de ambos os sexos e idades podem ser atingidos.” (VARELLA, Dráuzio. 2009) Outra doença existente na comunidade é a Criptococose, transmitida por pombos. Criptococose é uma doença causa pelo fungo Cyptococus neoformans. É transmitida pela inalação da poeira contendo fezes secas de pombos e canários. Compromete o pulmão e pode afetar o sistema nervoso central, causando alergias, micose profunda e até meningite subaguda ou crônica. Seus sintomas são: febre, tosse, dor torácica, podendo ocorrer também dor de cabeça, sonolência, rigidez da nuca, acuidade visual diminuída, agitação e confusão mental. (GARCIA, Maurício. MARTINS, Luciana Sutti. 2011).
  • 52. 52 20.3 Origem e formação do lixo 20.3.1 Definição Para definir o lixo gerado por uma comunidade, ou até mesmo no meio urbano, é preciso reunir algumas informações do local a ser estudado. Tais como:  Variações sazonais;  Condições climáticas;  Variações na economia;  Hábitos e costume das pessoas que ali vivem. Erroneamente, mas de forma comum, definimos como “lixo” todo e qualquer resíduo resultante das atividades diárias humanas na sociedade. Nestes resíduos descartados pelo homem no meio ambiente, estão presentes:  Restos de alimento;  Papéis;  Papelões;  Plásticos;  Trapos;  Madeira;  Lata;  Vidro;  Gases;  Vapores;  Poeiras;  Sabões;  Detergente;
  • 53. 53 53 20.3.2 Fatores que influenciam a origem e formação do lixo Alguns fatores já foram citados anteriormente, mas para título de informação, citam-se outros abaixo:  Número de habitantes do local;  Área relativa de produção;  Condições climáticas;  Hábitos e costumes da população;  Nível educacional;  Poder aquisitivo;  Tipo de equipamento de coleta;  Segregação na origem;  Sistematização da origem e etc. 20.4 Conceito de poluição É qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente (ar, água e solo), causado por qualquer forma de energia ou por qualquer substância sólida, líquida ou gasosa, ou combinação de elementos, despejados no meio ambiente em níveis de, direta ou indiretamente: I. Prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II. Criar condições inadequadas para fins domésticos, agropecuários, industriais, prejudicando as atividades sociais ou econômicas; III. Ocasionar danos relevantes à fauna, à flora e a outros recursos naturais. (ART.1 DECRETO 76.389 DE 03/10/1975), DOU 06/10/1975 – RET EM 13/10/1975.
  • 54. 54 54 20.5 Lixo e poluição 20.5.1 Poluição do solo A disposição inadequada do lixo, sem qualquer tipo de tratamento preliminar até sua disposição final, acarreta na poluição do solo, alterando suas características físicas, químicas e biológicas e, principalmente, constitui um grava problema à saúde pública. O lixo, por conter substâncias de alto valor energético e, por ser simultaneamente de fácil disponibilidade à água, alimento e abrigo; é preferido por inúmeros organismos vivos, desde patogênicos até saprófitos (decompositores), utilizando-o como nicho ecológico. Podemos então destacar dois grupos de seres que atuam constantemente nos lixos: macrovetores e microvetores. Os primeiros se referem a ratos, baratas, moscas, cães, aves, e até mesmo o próprio ser homem, o catador de lixo. No segundo grupo estão englobados vermes, bactérias, fungos, actinomicetos (procarióticos e aeróbios) e, vírus; organismos patogênicos, portanto, nocivos à saúde pública. “O lixo passa a ser uma fonte contínua de agentes patogênicos e, por tanto,uma ameaça à sobrevivência do homem.”(LIMA QUEIROZ. Luiz Mário), p. 29 - Tratamento e Biorremediação. A tabela 4 mostra o tempo de vida de alguns desses microvetores. Organismos Tempo (dias) Salmonella Typhi 29 - 70 Endamoeba Histolytica 8 - 12 Ascaris Lumbricoides 2000 - 2500 Leptospira Interrogans 15 - 43 Polio Virus 20 - 170
  • 55. 55 55 Bacilo Tuberculose 150 - 180 Larvas de vermes 25 - 40 Tabela 4 - Tempo de sobrevivência de microvetores no lixo. Fonte: K.F. Suberkropp & M. J. Klug. O contado dos seres humanos com estes vetores causa o surgimento de doenças respiratórias, epidérmicas, intestinais e outras mais lesivas e até letais.  - Salmonella Typhi: agente da febre tifóide;  - Endamoeba Histolytica: responsável pela amebíase;  - Ascaris Lumbricoides: surgimento de lumbrigas intestinais;  - Leptospira Interrogans: um dos tipos de leptospirose;  - Polio Virus: entrovírus responsável pela poliomelite;  - Bacilo Tuberculose: bactéria mais frequente que provoca a tuberculose. Quanto aos macrovetores, os que apresentam maior risco ao ser humano e ao meio ambiente são ratos, moscas e baratas. Devido ao alto índice de reprodução dos ratos, somado às condições favoráveis que o lixo oferece, lhes dá vantagem para a formação de uma grande família; podendo ser chamado de proliferação e infestação se concentrado em lugar único; caso da comunidade Monte Cristo, que com a implementação do projeto Revolução dos Baldinhos, a proliferação destes macrovetores está sob controle, porém não esento da manifestação desses roedores. Para explicar de uma maneira simplificada, o desenvolvimento da população de ratos é exposto pelo ciclo na figura 9.
  • 56. 56 56 Figura 9 : Ciclo de desenvolvimento da população de ratos Para mostrar que essa entidade epidemiológica não é da idade contemporânea, alguns fatos históricos serão citados:  Peste Bubônica ou Peste Negra, no Egito (anos 540 – 542);  Povo europeu vitimado pela peste (meados do século XIV), 43 milhões de pessoas vieram a falecer;  O povo brasileiro também foi vítima da Peste Bubônica, sendo o maior número de casos registrados nas cidades litorâneas. A seguir, na tabela 5, serão mostrados algumas características das famílias dos ratos: Muridae, Equinimidae e Cricetidae. Tabela 5 - Características de alguns roedores Nome científico Nome vulgar Gestação (em dias) Nº de filhos (p/ cria) Nº procriações (p/ ano) Rattus Rattus R. Telhado 18 - 22 4 - 8 2 - 3
  • 57. 57 57 R. Novergicus R. Esgoto 22 - 30 8 - 12 2 - 3 M. Muscullus Camundongo 19 - 24 4 - 8 1,5 - 2 M. Minutus R. do mato 20 - 30 8 - 12 2 - 3 Fonte: (LIMA QUEIROZ. Luiz Mário), p. 30 - Tratamento e Biorremediação. Tabela 6 - Algumas doenças propagadas pelos roedores. Enfermidade Agente pidemiológico Transmissão Meningite Linfocitária Vírus Linfócito Coriomeningite Urina e secreção nasal Gastrenterite Salmonellas SP Fezes Riquetiose Vesicular Rickettsia Akari Mordedura Leptospirose Leptospira Icterohemorragiae Urina Tifo Murino Rickettsia Typhi Pulga (sugamento) Brucelose Brucella Melintensis Urina Triquinose Trichinella Spirallis Rato-suíno-homem Tularemia Pasteurella Tularensis Mordedura Febre Haverhill Streptobacillus Monilifomis Mordedura Febre Sôdoku Spirillum Minus Mordedura Fonte: : (LIMA QUEIROZ. Luiz Mário), p. 30 - Tratamento e Biorremediação.
  • 58. 58 58 Considerando os fatos históricos, literatura técnica e aprendizagem, não há dúvidas de que a disposição inadequada do lixo é nociva ao homem e ao meio ambiente.
  • 59. 59 59 21. SISTEMAS DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS O manejo de resíduos sólidos depende de como são gerados, acondicionando na fonte, coleta, transformação, transporte, processamento, recuperação e disposição final. Exige um sistema, com princípios de engenharia e técnicas de projeto, que possibilite a construção de obras e dispositivos a proporcionar segurança sanitária às comunidades contra os efeitos danosos do lixo. A importância deste sistema é notada quando se leva em conta o problema do manejo considerando os impactos ecológicos produzidos pelo lixo, o modo de geração na sociedade e sua grandeza em termos de quantidade produzida. Nas sociedades primitivas os impactos ecológicos não eram notados, porque sua produção de lixo era bem menor comparado após o desenvolvimento tecnológico proveniente da revolução industrial no século XIX. 21.1 Lixo e sua geração Os resíduos sólidos, constituídos de lixo, se apresentam nos estados sólidos e semi-sólidos, resultantes das atividades diárias do homem e até, muitas vezes, de animais abandonados. A produção desse residual deve-se a um ciclo: aproveitamento inicial das matérias-primas, confecção de utensílios primários, secundários e na decorrência de consumo e disposição final.
  • 60. 60 60 Embalagens plásticas, por exemplo, influem diretamente para a disposição final após o seu período de uso, já que são materiais não- biodegradáveis. 21.2 Tipos e quantidades de lixo Os lixos produzidos pelas comunidades é uma mistura heterogênea constituída dos seguintes resíduos sólidos:  Restos de alimentos;  Cisco que compreendem materiais diversos como panos, metais, vidros e varreduras de residências;  Cinzas;  Entulhos provenientes de demolições e construções;  Cadáveres de pequenos animais;  Excrementos humanos e de animais. A quantidade de lixo resultante de uma comunidade é estimada em função da sua população, considerando-se uma contribuição per capita.
  • 61. 61 61 22. MOBILIZAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Para que o projeto fosse divulgado à toda a comunidade e para que mais participantes aderissem, foi realizada a mobilização social e a educação ambiental por meio dos alunos. Uma é complemento do outra; a educação ambiental serve para ensinar as pessoas, através do projeto, como colaborar com o meio ambiente, e que contribuições sustentáveis esse projeto produz. A mobilização social é uma ação que integra a sociedade ao projeto e motiva os moradores a participarem dele. A educação ambiental, realizada pelos voluntários da comunidade, foi feita através de palestras nas escolas e nas creches. Foram feitas, também, visitas nas casas dos moradores, para ensinar como deve ser feita a separação dos compostos. A mobilização social foi realizada durante as palestras, onde as agentes apresentavam o projeto aos moradores e, caso a família aceite, um cadastro da família é realizado e ela passa a receber um balde para recolher seus resíduos, assinando um termo de responsabilidade por este. Hoje existem, contribuindo com o projeto, cerca de 200 famílias. Visto que a demanda de resíduos orgânicos é maior do que a que o projeto esta conseguindo suportar, a mobilização social e o cadastramento de novas famílias não esta sendo realizado. No projeto atual, aqui descrito, um acompanhamento foi realizado acerca da mobilização social e da educação ambiental para verificar se a forma realizada anteriormente era satisfatória aos moradores, e em que aspectos as mobilizações poderiam melhorar. Um questionário com 8 questões sobre o conceito do projeto foi aplicado para 20 moradores da comunidade Chico Mendes, a fim de saber a opinião deles sobre o projeto. (Anexo)
  • 62. 62 62 Conhece o projeto 95% 5% SIM NAO Escolaridade 50% 45% 5% 1 A 4 SERIE 5 A 8 SERIE ANALFABETOS 21 ANEXOS 21.1 - Questionário de Mobilização Social e Educação Ambiental Número de entrevistados: 20 pessoas Faixa etária: De 15 a 68 anos Grau de Escolaridade: PERGUNTAS: 1) Conhece o projeto?
  • 63. 63 63 3) Utiliza o composto? Utiliza o composto 70% 30% SIM NAO Além dos resultados acima apresentados, os entrevistados foram unânimes ao responder que consideravam o projeto Revolução dos Baldinhos bom, que têm resultado satisfatório na utilização do composto proveniente da compostagem, que a mobilização social é realizada de maneira satisfatória sobre o projeto e que é importante o trabalho de mobilização em escolas e creches. 21.1.1 Conclusão do questionário A maior parte das pessoas entrevistadas disse que seria bom se as agentes as levassem para ver o funcionamento das leiras no local em que estas estão instaladas. Em todas as entrevistas, não foi relatado nenhum problema sobre a implantação delas.
  • 64. 64 64 21.2 Orçamento do Projeto Os números exatos da venda do composto pronto não estão disponíveis, porque não existe nenhum controle por parte do projeto, sendo que seria necessário um período maior que o fornecido para este levantamento. Quanto ao volume do lixiviado, este varia de acordo com a quantidade de chuvas e do tipo de solo. O controle para este parâmetro também não é realizado. Segue em anexo a planilha com um orçamento completo dos custos de implantação do projeto.
  • 65. 65 65 ORÇAMENTO DAS OBRAS DE MELHORIAS PROPOSTAS Atividade: Custo Unitário(R$) Quantidade 1. Implantação 1.1 Construção da sede do projeto 300.000,00 1 1.2 Construção do pátio de compostagem 150.000,00 1 1.3 Automóveis 80.000,00 - Total 530.000,00 2. Manutenção 2.1 Bolsa no valor de R$ 500,00 (mensal) 10.000,00 20 2.2 Bolsa no valor de R$ 1.000,00 (mensal) 5.000,00 5 2.3 Alimentação no valor de R$ 80,00 (mensal) 2.000,00 25 2.4 Administração (mensal) 4.000,00 - 2.5 Logística (mensal) 2.000,00 - 2.6 Assessoria Técnica (mensal) 4.000,00 - Total 27.000,00 3. Monitoramento dos Impactos Sociais 3.1 Contratação de sociólogo semestralmente para monitoramento 1.500,00 1 4. Gestão 4.1 Administrativo 1.800,00 1 4.2 Materiais de escritório 1.450,00 - 4.3 Estagiário em administração 500,00 1 Total 3.750,00 5. Materiais e Equipamentos 5.1 Capas de Chuva (transparente) 20,00 25 un. 5.2 Botas de borracha 30,00 25 pares 5.3 Luvas Palma borracha 6,90 25 pares 5.4 Mascara Respirador Facial 2,90 25 un. 5.5 Avental de segurança em raspa de couro 17,90 50 un.
  • 66. 66 66 Total geral: R$ 565.850,60 Fonte Itens 1 a 4.3 e 6: NATURA '' Plano de trabalho Revolução dos Baldinhos'' Página 1- Projeto Energético. 201; Fonte Item 5: Pesquisas de mercado; 5.6 Ancinho 11,9 10 un. 5.7 Pá Dobrável Nautika de Aço Militar 4x4 43,00 10 un. 5.8 Enxada 68,00 5 un. 5.9 Carrinhos 80,00 5 un. Total 280,60 6. Outros 6.1 Materiais de limpeza 120,00 - 6.2 Impostos 3.200,00 - Total 3.320,00
  • 67. 67 67 22 CONCLUSÃO Assunto que vem ganhando espaço na mídia ultimamente, o acondicionamento de resíduos sólidos urbanos é um dos principais problemas enfrentados no que diz respeito ao saneamento básico. Com o volume de lixo crescendo proporcionalmente ao aumento da população, lixões e aterros sanitários vêm deixado de ser suficientes para armazenar os rejeitos produzidos pela atividade humana. O Projeto Revolução dos Baldinhos, responsável pela compostagem do lixo orgânico na comunidade Chico Mendes, localizada em Florianópolis, Santa Catarina, é um exemplo de medida que deve ser tomada senão para erradicar o problema, ao menos suavizá-lo. Ao reciclar a matéria orgânica produzida no local, toneladas de lixo deixam de serem mandadas ao aterro sanitário, contribuindo para o aumento da vida útil do mesmo. A partir de dados existentes e pesquisas realizadas em campo, estudou-se o projeto existente atualmente, a fim de propor propostas de melhoria ao sistema de reciclagem empregado. Foram utilizados materiais bibliográficos da área técnica, aplicados questionários e realizadas diversas entrevistas com os principais responsáveis e com moradores do local, no intuito de recolher material suficiente que permitisse a realização de estudo de caso e conseguinte sugestão de melhorias técnicas. Como contribuições de ordem social, sugere-se a realização de visitas com os moradores, participantes do projeto e escolas ao local de instalação das leiras. Com a visita, o compreendimento e envolvimento dos moradores com o processo aumentaria, assim como o interesse e, talvez, de famílias contribuintes. No âmbito econômico, foram propostas alternativas de concepção de leiras e de um novo pátio de compostagem, visando o aumento da produtividade do processo e a melhoria das condições de higiene e segurança dos voluntários.
  • 68. 68 68 Ambientalmente, aponta-se a importância da execução de processos de impermeabilização das valas coletoras de chorume, evitando assim a sua percolação no solo e possibilitando a coleta de modo mais eficiente. Deixa-se também registrada a necessidade de realizar periodicamente a análise laboratorial do líquido lixiviado, a fim de determinar se o produto obtido encontra-se dentro das normas estabelecidas e se é seguro para o uso. Devido a problemas no local de instalação das leiras, não foi possível a realização do ensaio de percolação do solo, a fim de determinar a necessidade ou não da impermeabilização do mesmo. Tal procedimento seria, contudo, de essencial importância para medir a infiltração do chorume no solo e, a partir dos resultados, determinar o tipo de impermeabilização a ser adotado no local.
  • 69. 69 69 23 REFERÊNCIAS Universidade Estadual de Londrina - UEL - PROSAB - programa de Pesquisa em saneamento Básico - MANUAL PRÁTICO PARA A COMPOSTAGEM DE BIOSSÓLIDOS - 2008 - Londrina/PR. CEPAGRO – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo - Comunidade Chico Mendes - PROJETO: REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS - 2010 -Florianópolis/SC. Universidade Federal de Santa Catarina - Centro de Ciências Agrárias - Curso de Agronomia - REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS: UM MODELO DE GESTÃO COMUNITÁRIA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS QUE PROMOVE A AGRICULTURA URBANA - FARIAS, Eduardo; ABREU de, Marcos José. 2011. Florianópolis/SC. Prefeitura Municipal de Florianópolis - Secretaria Municipal de Habitação e Saneamento Ambiental - Programa Habitar Brasil - PROJETO: URBANIZAÇÃO, HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO DA REGIÃO CHICO MENDES - 2004 - Florianópolis/SC. LOPES, João Maria. - PROJETO CHICO MENDES: UMA EXPERIÊNCIA DE URBANIZAÇÃO, HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS - Pesquisa de Avaliação apresentada como requisito parcial à obtenção do Certificado de Conclusão do Curso de Especialização em Gestão Pública Municipal, Faculdade de Administração da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, 2004. RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005: capítulo IV.
  • 70. 70 70 BARROS, R. T. et al – MANUAL DE SANEAMENTO E PROTEÇÃO AMBIENTAL PARA MUNICÍPIOS – vol.2 – Saneamento. Belo Horizonte. Escola de Engenharia da UFMG, 1995, 221 p. EME, Francílio Paes. ENGENHARIA DO SANEAMENTO AMBIENTAL, LTC - Livros técnicos e científicos, 1982.