Este relatório descreve um estudo realizado em uma comunidade da cidade de Florianópolis sobre agricultura urbana. O objetivo foi diagnosticar as práticas agrícolas dos moradores, formar um grupo de troca de experiências e promover a agricultura sustentável. Inicialmente, o relatório apresenta uma revisão bibliográfica sobre agricultura urbana e suas metodologias. Em seguida, descreve a metodologia utilizada, que incluiu entrevistas e formação de um grupo. Por fim, apresenta os resultados do diagnóstico realizado e
O documento discute a agroindústria familiar rural na região da Campanha no Rio Grande do Sul, abordando três tópicos principais: 1) Resgate histórico das agroindústrias na região, 2) Produção caseira realizada por famílias rurais e 3) Programa da Agroindústria Familiar criado pelo estado para apoiar e regularizar agroindústrias familiares.
Este manual trata dos principais distúrbios fisiológicos, pragas e doenças que acometem o cafeeiro (Coffea arabica L.). É dividido em seções sobre distúrbios fisiológicos, pragas e doenças, abordando o diagnóstico, causas, prevenção e controle de cada problema.
Adubação Alternativa e Plantas de CoberturaGeagra UFG
Esta apresentação diz respeito às principais formas de adubação alternativa e plantas de cobertura. Foi vista adubações alternativas, provenientes de resíduos produzidos no Brasil, que são aplicadas na agricultura de grande proporção. Exemplos como: a cama de frango, vinhaça, torta de filtro, lodo de esgoto, escória de siderurgia, biochar e pó de rocha foram comentados. Por fim, mostrou-se as principais plantas de cobertura e como são utilizadas.
O documento discute a importância econômica e produção da mandioca no Brasil. Apresenta informações sobre os principais estados produtores, cultivares recomendadas, processos de cultivo como preparo do solo, plantio, colheita e processamento. Também aborda pragas e doenças comuns e métodos de controle.
O documento discute defensivos agrícolas, incluindo sua definição, classificação, histórico e modo de ação. Aborda especificamente inseticidas, como organofosforados e carbamatos, que atuam inibindo a acetilcolinesterase.
O documento discute os conceitos de resistência e suscetibilidade de plantas a insetos. A resistência é hereditária e específica a determinados insetos, variando de imunidade a alta suscetibilidade. Existem também formas de pseudo-resistência como escape e resistência induzida. Os tipos de resistência incluem antixenose, antibiose e tolerância.
O documento discute a importância do solo para a agricultura, as ameaças à sua fertilidade como erosão e queimadas, e práticas conservacionistas como rotação de culturas e reflorestamento para proteger este recurso não renovável.
O documento discute a agroindústria familiar rural na região da Campanha no Rio Grande do Sul, abordando três tópicos principais: 1) Resgate histórico das agroindústrias na região, 2) Produção caseira realizada por famílias rurais e 3) Programa da Agroindústria Familiar criado pelo estado para apoiar e regularizar agroindústrias familiares.
Este manual trata dos principais distúrbios fisiológicos, pragas e doenças que acometem o cafeeiro (Coffea arabica L.). É dividido em seções sobre distúrbios fisiológicos, pragas e doenças, abordando o diagnóstico, causas, prevenção e controle de cada problema.
Adubação Alternativa e Plantas de CoberturaGeagra UFG
Esta apresentação diz respeito às principais formas de adubação alternativa e plantas de cobertura. Foi vista adubações alternativas, provenientes de resíduos produzidos no Brasil, que são aplicadas na agricultura de grande proporção. Exemplos como: a cama de frango, vinhaça, torta de filtro, lodo de esgoto, escória de siderurgia, biochar e pó de rocha foram comentados. Por fim, mostrou-se as principais plantas de cobertura e como são utilizadas.
O documento discute a importância econômica e produção da mandioca no Brasil. Apresenta informações sobre os principais estados produtores, cultivares recomendadas, processos de cultivo como preparo do solo, plantio, colheita e processamento. Também aborda pragas e doenças comuns e métodos de controle.
O documento discute defensivos agrícolas, incluindo sua definição, classificação, histórico e modo de ação. Aborda especificamente inseticidas, como organofosforados e carbamatos, que atuam inibindo a acetilcolinesterase.
O documento discute os conceitos de resistência e suscetibilidade de plantas a insetos. A resistência é hereditária e específica a determinados insetos, variando de imunidade a alta suscetibilidade. Existem também formas de pseudo-resistência como escape e resistência induzida. Os tipos de resistência incluem antixenose, antibiose e tolerância.
O documento discute a importância do solo para a agricultura, as ameaças à sua fertilidade como erosão e queimadas, e práticas conservacionistas como rotação de culturas e reflorestamento para proteger este recurso não renovável.
O documento discute a implantação da cultura do feijoeiro no Brasil, abordando tópicos como clima, solo, preparo do solo, semeadura, adubação, cultivares e deficiências nutricionais. Fatores como temperatura, precipitação e radiação solar influenciam a produção. O feijoeiro deve ser cultivado em solos arenosos bem drenados, com correção do pH e dosagem adequada de fertilizantes como nitrogênio, fósforo e potássio. Existem diferentes métodos de preparo do solo
A agricultura familiar é uma forma de produção agrícola dominada pela família, que ocupa 30,5% da área rural brasileira e produz 38% do valor da produção agropecuária nacional. O Pronaf é um programa do governo que fornece crédito, assistência técnica e seguro para apoiar a agricultura familiar.
1. O documento discute os conceitos e princípios da agroecologia, destacando-a como uma ciência para o desenvolvimento de agriculturas sustentáveis.
2. A agroecologia não deve ser confundida com modelos de agricultura ou práticas específicas, mas sim como um enfoque científico que apoia processos de transição para estilos de agricultura de base ecológica.
3. Existem diferentes tipos de agriculturas alternativas, mas a agroecologia se distingue por propor uma mudança fundamental
Cultivo da Mandioca na Região Centro-Sul do Brasiljoseagro18
Atualmente, o Brasil produz mais de 23 milhões de toneladas de mandioca, sendo que a Região Centro-Sul, onde estão os Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, detem 23% da produção. O rendimento médio brasileiro é de aproximadamente 13,3 t/ha, sendo
que os três Estados dos quais destina-se este
têm produtividade média superior a 22 t/ha.
Com esta publicação pretende-se fornecer subsídios técnicos para incrementar a produção e a produtividade em uma área, que além da produção para consumo vem destacando-se na produção de raiz para a agroindústria.
A elaboração do Sistemas de Produção 3 - Cultivo da Mandioca na Região Centro-Sul do Brasil, foi possível visto a parceria estabelecida entre a Embrapa, através dos centros de pesquisa Agropecuária Oeste e Mandioca e Fruticultura e o Instituto Agronômico - Centro de
Horticultura.
O documento discute práticas culturais para hortaliças como tomate, couve, alface, cebola e repolho. Detalha etapas como preparação do solo, semeadura, transplantio, rega, adubação e colheita. O objetivo é maximizar rendimentos por meio de atividades desde o preparo do terreno até a colheita.
O documento descreve a história do Seu Carlos, um agricultor familiar que precisava aumentar sua produção de cacau para sustentar sua nova família de seis pessoas. Ele soube do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) através de um amigo e procurou o Banco do Brasil para pedir financiamento. Lá, um gerente explicou como o PRONAF oferece empréstimos com baixas taxas de juros para projetos que gerem renda para agricultores familiares. No final, o Seu Carlos
O documento discute os princípios da agroecologia como uma abordagem científica para o estabelecimento de sistemas agrícolas mais sustentáveis. Apresenta a agroecologia como um campo transdisciplinar que busca o desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis levando em conta fatores socioeconômicos e ecológicos locais. Defende que a agroecologia visa uma gradual transformação das bases produtivas e sociais da agricultura para alcançar sustentabilidade e justiça social.
Este documento é uma apostila sobre pedologia produzida pela Universidade Federal do Paraná. A apostila introduz os principais conceitos da pedologia, abordando tópicos como a composição do solo, noções de geologia, intemperismo, perfil do solo, morfologia, formação do solo, atributos químicos, físicos e uma classificação de solos.
Apresentação
· Unidade 1 - Conceito e história da Fitopatologia .......................................... 1
· Unidade 2 - Conceito e importância das doenças de plantas ........................ 5
· Unidade 3 - Classificação de doenças de plantas ......................................... 12
· Unidade 4 - Etiologia e classificação de patógenos ....................................... 17
· Unidade 5 - Sintomatologia de doenças de plantas ...................................... 19
· Unidade 6 - Fungos como agentes de doenças de plantas ............................ 24
· Unidade 7 - Bactérias como agentes de doenças de plantas.......................... 43
· Unidade 8 - Vírus como agentes de doenças de plantas ............................... 52
· Unidade 9 - Nematóides como agentes de doenças de plantas ...................... 61
· Unidade 10 - Outros agentes de doenças de plantas ...................................... 68
· Unidade 11 - Variabilidade de agentes fitopatogênicos ................................... 75
· Unidade 12 - Ciclo das relações patógeno-hospedeiro .................................... 81
· Unidade 13 - Epidemiologia de doenças de plantas ........................................ 89
· Unidade 14 - Princípios gerais de controle de doenças de plantas .................. 102
· Unidade 15 - Controle genético de doenças de plantas ................................... 109
· Unidade 16 - Controle cultural de doenças de plantas ................................... 119
· Unidade 17 - Controle biológico de doenças de plantas .................................. 123
· Unidade 18 - Controle físico de doenças de plantas ....................................... 129
Este documento é um livro publicado pela Embrapa que responde a 500 perguntas frequentes sobre milho. Contém informações sobre diversos tópicos como variedades, nutrição, controle de pragas e doenças, irrigação e zoneamento agrícola. Foi organizado por pesquisadores da Embrapa e de outras instituições para esclarecer dúvidas de produtores rurais.
I. O documento discute classificação, impactos e métodos de controle de plantas daninhas. II. Plantas daninhas podem prejudicar culturas competindo por recursos ou abrigando pragas. III. Fatores como espécie, densidade e período de emergência influenciam o grau de interferência das plantas daninhas.
Este documento discute a introdução à agroecologia. Primeiro, define agricultura e explica sua origem quando os humanos se tornaram sedentários. Em seguida, descreve a evolução histórica da agricultura, desde quando era considerada uma arte até se tornar uma ciência. Por fim, contrasta a agricultura convencional com as agriculturas de base ecológica, como a agroecologia, que buscam maior sustentabilidade.
Este documento descreve a Lei no 11.947 de 2009, que estabelece diretrizes para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O PNAE tem como objetivo promover a alimentação escolar saudável e adequada para estudantes da educação básica pública, por meio da oferta de refeições nutricionalmente balanceadas durante o período letivo. A lei define responsabilidades da União, Estados e Municípios na execução do programa.
TCC COLETANEA TECNICO EM AGROPECUARIA VOLUME 1Evangela Gielow
Coletânea de artigos científicos dos técnicos em agropecuária formados em 2018. Turma Agropotência - 2016 da escola Técnica SECITEC de Sinop-MT, sob coordenação e orientação Prof. Esp. Rafael Alanis Clemente a quem dedicamos e felicitamos os resultados das pesquisas. Agradecemos também de forma direta ao Prof. Masc. Leandro Ferreira Moreno que nos incentivou e auxiliou durante o andamento do curso.
Este documento discute a evolução da assistência técnica no Brasil e a construção de uma nova abordagem participativa. A assistência técnica tradicional era produtivista e não levava em conta aspectos sociais e culturais. Mais recentemente, adotou-se uma abordagem sistêmica baseada na realidade local e no diálogo com agricultores. Apesar disso, ainda há desafios como a falta de participação efetiva dos agricultores e a desconexão entre diagnósticos e planos.
O documento discute técnicas de irrigação para modificar as condições agrícolas de uma região. A irrigação visa corrigir a distribuição natural das chuvas e inclui métodos como irrigação por superfície, por aspersão e localizada. O documento também fornece estatísticas sobre irrigação no Brasil, como os 5,5 milhões de hectares irrigados e os principais estados e culturas.
1) O planejamento em extensão rural tem como objetivo principal organizar as atividades de extensão para atender às necessidades e problemas dos produtores rurais.
2) O planejamento deve começar com um diagnóstico da realidade para identificar as prioridades dos produtores, e então definir objetivos, conteúdos e métodos adequados.
3) As principais etapas do planejamento incluem diagnóstico, elaboração de plano de trabalho definindo público-alvo, objetivos, ações e cronograma, e avaliação
Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...Cepagro
1) O documento apresenta técnicas e práticas da agroecologia para agricultores familiares, incluindo a conservação dos solos, controle biológico de pragas e diversificação da produção.
2) É destacada a importância da agroecologia para a transição da monocultura de fumo para sistemas mais sustentáveis e saudáveis.
3) Técnicas como compostagem, adubação verde e canteiros elevados são apresentadas como formas de melhorar a fertilidade dos solos de forma orgânica.
Este documento apresenta as linhas de crédito do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) para a safra 2019/2020, incluindo taxas de juros e prazos. Uma nova linha foi criada para construção ou reforma de casas rurais, com R$ 500 milhões destinados. O documento também explica os requisitos para obter a DAP (Declaração de Aptidão ao PRONAF) e os tipos de beneficiários do programa.
cartilha-liberdade_e_vida_com_agrofloresta.pdfLidia Sena
O documento descreve um projeto de capacitação em sistemas agroflorestais sustentáveis para agricultores assentados no estado de São Paulo, Brasil. O projeto teve como objetivo formar multiplicadores para desenvolver sistemas de produção diversificados baseados em princípios agroecológicos. Foram realizados cursos, visitas a experiências e unidades de observação participativa em assentamentos para promover a agrofloresta como alternativa de desenvolvimento sustentável que gera renda e recupera a paisagem rural.
1. O documento agradece aos agricultores de Capistrano pelo apoio ao projeto Inovando em Agroecologia e aos parceiros que apoiaram a criação da cartilha agroecológica.
2. A cartilha foi criada pelo Instituto Antonio Conselheiro para difundir práticas agroecológicas sustentáveis para agricultores familiares do Sertão Central do Ceará.
3. A cartilha aborda princípios e práticas agroecológicas como cuidados com o solo, compostagem, adubação ver
O documento discute a implantação da cultura do feijoeiro no Brasil, abordando tópicos como clima, solo, preparo do solo, semeadura, adubação, cultivares e deficiências nutricionais. Fatores como temperatura, precipitação e radiação solar influenciam a produção. O feijoeiro deve ser cultivado em solos arenosos bem drenados, com correção do pH e dosagem adequada de fertilizantes como nitrogênio, fósforo e potássio. Existem diferentes métodos de preparo do solo
A agricultura familiar é uma forma de produção agrícola dominada pela família, que ocupa 30,5% da área rural brasileira e produz 38% do valor da produção agropecuária nacional. O Pronaf é um programa do governo que fornece crédito, assistência técnica e seguro para apoiar a agricultura familiar.
1. O documento discute os conceitos e princípios da agroecologia, destacando-a como uma ciência para o desenvolvimento de agriculturas sustentáveis.
2. A agroecologia não deve ser confundida com modelos de agricultura ou práticas específicas, mas sim como um enfoque científico que apoia processos de transição para estilos de agricultura de base ecológica.
3. Existem diferentes tipos de agriculturas alternativas, mas a agroecologia se distingue por propor uma mudança fundamental
Cultivo da Mandioca na Região Centro-Sul do Brasiljoseagro18
Atualmente, o Brasil produz mais de 23 milhões de toneladas de mandioca, sendo que a Região Centro-Sul, onde estão os Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, detem 23% da produção. O rendimento médio brasileiro é de aproximadamente 13,3 t/ha, sendo
que os três Estados dos quais destina-se este
têm produtividade média superior a 22 t/ha.
Com esta publicação pretende-se fornecer subsídios técnicos para incrementar a produção e a produtividade em uma área, que além da produção para consumo vem destacando-se na produção de raiz para a agroindústria.
A elaboração do Sistemas de Produção 3 - Cultivo da Mandioca na Região Centro-Sul do Brasil, foi possível visto a parceria estabelecida entre a Embrapa, através dos centros de pesquisa Agropecuária Oeste e Mandioca e Fruticultura e o Instituto Agronômico - Centro de
Horticultura.
O documento discute práticas culturais para hortaliças como tomate, couve, alface, cebola e repolho. Detalha etapas como preparação do solo, semeadura, transplantio, rega, adubação e colheita. O objetivo é maximizar rendimentos por meio de atividades desde o preparo do terreno até a colheita.
O documento descreve a história do Seu Carlos, um agricultor familiar que precisava aumentar sua produção de cacau para sustentar sua nova família de seis pessoas. Ele soube do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) através de um amigo e procurou o Banco do Brasil para pedir financiamento. Lá, um gerente explicou como o PRONAF oferece empréstimos com baixas taxas de juros para projetos que gerem renda para agricultores familiares. No final, o Seu Carlos
O documento discute os princípios da agroecologia como uma abordagem científica para o estabelecimento de sistemas agrícolas mais sustentáveis. Apresenta a agroecologia como um campo transdisciplinar que busca o desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis levando em conta fatores socioeconômicos e ecológicos locais. Defende que a agroecologia visa uma gradual transformação das bases produtivas e sociais da agricultura para alcançar sustentabilidade e justiça social.
Este documento é uma apostila sobre pedologia produzida pela Universidade Federal do Paraná. A apostila introduz os principais conceitos da pedologia, abordando tópicos como a composição do solo, noções de geologia, intemperismo, perfil do solo, morfologia, formação do solo, atributos químicos, físicos e uma classificação de solos.
Apresentação
· Unidade 1 - Conceito e história da Fitopatologia .......................................... 1
· Unidade 2 - Conceito e importância das doenças de plantas ........................ 5
· Unidade 3 - Classificação de doenças de plantas ......................................... 12
· Unidade 4 - Etiologia e classificação de patógenos ....................................... 17
· Unidade 5 - Sintomatologia de doenças de plantas ...................................... 19
· Unidade 6 - Fungos como agentes de doenças de plantas ............................ 24
· Unidade 7 - Bactérias como agentes de doenças de plantas.......................... 43
· Unidade 8 - Vírus como agentes de doenças de plantas ............................... 52
· Unidade 9 - Nematóides como agentes de doenças de plantas ...................... 61
· Unidade 10 - Outros agentes de doenças de plantas ...................................... 68
· Unidade 11 - Variabilidade de agentes fitopatogênicos ................................... 75
· Unidade 12 - Ciclo das relações patógeno-hospedeiro .................................... 81
· Unidade 13 - Epidemiologia de doenças de plantas ........................................ 89
· Unidade 14 - Princípios gerais de controle de doenças de plantas .................. 102
· Unidade 15 - Controle genético de doenças de plantas ................................... 109
· Unidade 16 - Controle cultural de doenças de plantas ................................... 119
· Unidade 17 - Controle biológico de doenças de plantas .................................. 123
· Unidade 18 - Controle físico de doenças de plantas ....................................... 129
Este documento é um livro publicado pela Embrapa que responde a 500 perguntas frequentes sobre milho. Contém informações sobre diversos tópicos como variedades, nutrição, controle de pragas e doenças, irrigação e zoneamento agrícola. Foi organizado por pesquisadores da Embrapa e de outras instituições para esclarecer dúvidas de produtores rurais.
I. O documento discute classificação, impactos e métodos de controle de plantas daninhas. II. Plantas daninhas podem prejudicar culturas competindo por recursos ou abrigando pragas. III. Fatores como espécie, densidade e período de emergência influenciam o grau de interferência das plantas daninhas.
Este documento discute a introdução à agroecologia. Primeiro, define agricultura e explica sua origem quando os humanos se tornaram sedentários. Em seguida, descreve a evolução histórica da agricultura, desde quando era considerada uma arte até se tornar uma ciência. Por fim, contrasta a agricultura convencional com as agriculturas de base ecológica, como a agroecologia, que buscam maior sustentabilidade.
Este documento descreve a Lei no 11.947 de 2009, que estabelece diretrizes para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O PNAE tem como objetivo promover a alimentação escolar saudável e adequada para estudantes da educação básica pública, por meio da oferta de refeições nutricionalmente balanceadas durante o período letivo. A lei define responsabilidades da União, Estados e Municípios na execução do programa.
TCC COLETANEA TECNICO EM AGROPECUARIA VOLUME 1Evangela Gielow
Coletânea de artigos científicos dos técnicos em agropecuária formados em 2018. Turma Agropotência - 2016 da escola Técnica SECITEC de Sinop-MT, sob coordenação e orientação Prof. Esp. Rafael Alanis Clemente a quem dedicamos e felicitamos os resultados das pesquisas. Agradecemos também de forma direta ao Prof. Masc. Leandro Ferreira Moreno que nos incentivou e auxiliou durante o andamento do curso.
Este documento discute a evolução da assistência técnica no Brasil e a construção de uma nova abordagem participativa. A assistência técnica tradicional era produtivista e não levava em conta aspectos sociais e culturais. Mais recentemente, adotou-se uma abordagem sistêmica baseada na realidade local e no diálogo com agricultores. Apesar disso, ainda há desafios como a falta de participação efetiva dos agricultores e a desconexão entre diagnósticos e planos.
O documento discute técnicas de irrigação para modificar as condições agrícolas de uma região. A irrigação visa corrigir a distribuição natural das chuvas e inclui métodos como irrigação por superfície, por aspersão e localizada. O documento também fornece estatísticas sobre irrigação no Brasil, como os 5,5 milhões de hectares irrigados e os principais estados e culturas.
1) O planejamento em extensão rural tem como objetivo principal organizar as atividades de extensão para atender às necessidades e problemas dos produtores rurais.
2) O planejamento deve começar com um diagnóstico da realidade para identificar as prioridades dos produtores, e então definir objetivos, conteúdos e métodos adequados.
3) As principais etapas do planejamento incluem diagnóstico, elaboração de plano de trabalho definindo público-alvo, objetivos, ações e cronograma, e avaliação
Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...Cepagro
1) O documento apresenta técnicas e práticas da agroecologia para agricultores familiares, incluindo a conservação dos solos, controle biológico de pragas e diversificação da produção.
2) É destacada a importância da agroecologia para a transição da monocultura de fumo para sistemas mais sustentáveis e saudáveis.
3) Técnicas como compostagem, adubação verde e canteiros elevados são apresentadas como formas de melhorar a fertilidade dos solos de forma orgânica.
Este documento apresenta as linhas de crédito do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) para a safra 2019/2020, incluindo taxas de juros e prazos. Uma nova linha foi criada para construção ou reforma de casas rurais, com R$ 500 milhões destinados. O documento também explica os requisitos para obter a DAP (Declaração de Aptidão ao PRONAF) e os tipos de beneficiários do programa.
cartilha-liberdade_e_vida_com_agrofloresta.pdfLidia Sena
O documento descreve um projeto de capacitação em sistemas agroflorestais sustentáveis para agricultores assentados no estado de São Paulo, Brasil. O projeto teve como objetivo formar multiplicadores para desenvolver sistemas de produção diversificados baseados em princípios agroecológicos. Foram realizados cursos, visitas a experiências e unidades de observação participativa em assentamentos para promover a agrofloresta como alternativa de desenvolvimento sustentável que gera renda e recupera a paisagem rural.
1. O documento agradece aos agricultores de Capistrano pelo apoio ao projeto Inovando em Agroecologia e aos parceiros que apoiaram a criação da cartilha agroecológica.
2. A cartilha foi criada pelo Instituto Antonio Conselheiro para difundir práticas agroecológicas sustentáveis para agricultores familiares do Sertão Central do Ceará.
3. A cartilha aborda princípios e práticas agroecológicas como cuidados com o solo, compostagem, adubação ver
Este documento apresenta um resumo de três experiências de sistemas agroflorestais no estado de São Paulo: 1) Uma unidade de observação participativa em um assentamento em Ribeirão Preto; 2) Uma unidade em um assentamento em Itapeva; 3) Duas experiências visitadas de agrofloresta em Barra do Turvo e São Joaquim da Barra. O objetivo é compartilhar conhecimentos sobre agrofloresta de forma a promover a sustentabilidade ambiental e a melhoria da renda dos agricultores assentados.
1. O documento apresenta uma análise da atual crise ecológica global, discutindo diferentes perspectivas sobre seu início e desenvolvimento ao longo da história.
2. Embora impactos ambientais causados pela ação humana sempre tenham existido, a crise atingiu proporções globais com a modernidade, em função dos valores que nortearam esse período histórico, relacionados especialmente ao domínio sobre a natureza.
3. O texto ressalta a urgência de se enfrentar as ameaças sem precedentes à existência
Este documento fornece orientações sobre como promover a alimentação saudável por meio da Pastoral da Criança. Ele discute três momentos principais: 1) sensibilizar as mães sobre a importância de uma alimentação saudável, 2) ensinar práticas culinárias saudáveis, e 3) ensinar sobre hortas caseiras. O documento também fornece dicas, receitas e anexos sobre nutrição, higiene alimentar, cultivo de hortaliças e controle de pragas.
Está cartilha é o produto final do curso de Pós Graduação “Educação Ambiental com Ênfases em Espaços Educadores Sustentáveis, oferecido pela Unifesp Diadema.
1. O documento discute a importância de seis fatores essenciais para o solo e culturas, incluindo profundidade da raiz, composição do solo, fertilidade, capacidade de troca catiônica, aeração e agregação, e microrganismos.
2. É explicado que microrganismos do solo desempenham papéis importantes no ciclo de nutrientes como nitrogênio, agregação do solo, e disponibilidade de nutrientes para plantas.
3. Os elementos macro e micronutrientes importantes para culturas são descrit
This study compared the vegetation and soil parameters of a 12-year-old agroforestry system directed by natural succession (A12) to an abandoned pasture area (A0) to evaluate the effects of management. The results showed that the A12 area had more advanced successional vegetation with higher diversity and soil nutrients compared to the A0 area. The agroforestry system directed by natural succession was effective in improving soil and vegetation conditions and has potential as a more sustainable production model.
Este trabalho apresenta uma experiência prática de agroecologia e diálogo de saberes realizada na comunidade de Itatuba, município de Embu das Artes. O objetivo foi implantar um sistema agroflorestal a partir do conhecimento tradicional camponês e da agroecologia, promovendo a conservação da diversidade cultural e natural local. Inicialmente, contextualiza a proposta teórica da agroecologia e seu enfoque sustentável, além de abordar o saber tradicional camponês e a migração cultural no Brasil. Em seguid
Maciel, m.s.m. costa, m. l. hippies na ilha de caratateuacarolmacmac
Este trabalho analisa a relação entre os movimentos hippies e a sustentabilidade, buscando compreender as interlocuções entre o discurso sustentável e as práticas desses grupos. O trabalho se baseia em uma pesquisa bibliográfica e questionários aplicados a uma comunidade hippie chamada "Refúgio da Tribo". O objetivo principal é mostrar que sociedades baseadas em uma utopia/ideologia ecológica, apesar de serem discriminadas, possuem práticas ambientais que se tornaram modelo de desenvolvimento sustentável.
Este documento resume as experiências do Programa Meios de Vida Sustentáveis (PMVS) da Oxfam em promover a igualdade de gênero e as relações igualitárias entre homens e mulheres nas áreas rurais do Semi-Árido Nordestino. O documento descreve a metodologia utilizada pela assessoria de gênero contratada para trabalhar com as organizações parceiras do PMVS e apresenta exemplos concretos das ações realizadas pela ONG Diaconia e pela organização Caatinga para fortalecer as relações de gê
Grupo de Trabalho de Agricultura Urbana e Educação Alimentarredeeco
O documento descreve as atividades de um grupo de trabalho sobre agricultura urbana e educação alimentar no município, incluindo mapeamento de iniciativas, oficinas realizadas e propostas para políticas públicas.
Apresentacao gt agricultura urbana e educacao escolar v16set2011Monicachiffo
O documento descreve as atividades de um grupo de trabalho sobre agricultura urbana e educação alimentar no município, incluindo mapeamento de iniciativas, oficinas realizadas e propostas para políticas públicas.
Here is a three sentence summary of the document:
[SUMMARY] The document discusses the action of lignolytic enzymes produced by Aspergillus niger and Penicillium sp. on chemically treated sugarcane bagasse. It analyzes the effect of alkaline chemical treatments and biological treatments on the physical structure of sugarcane bagasse fibers using microscopy techniques. The results show that chemical treatments, especially with NaOH + Ca(OH)2, promoted efficient loss of fiber structure compared to other treatments.
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...Cepagro
Este documento discute o crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola, analisando o caso da agricultura urbana na comunidade Chico Mendes. Apresenta um breve panorama geográfico de Florianópolis e discute os impactos da modernização agrícola. Aborda a formação da comunidade Chico Mendes no contexto da urbanização da cidade e analisa as práticas de agricultura urbana promovidas pelo CEPAGRO, incluindo hortas escolares, compostagem e produção de
O documento discute a experiência do Projeto Horta Viva em escolas municipais de Florianópolis, que usa hortas escolares para educação ambiental e alimentar. O projeto envolve 46 escolas de educação infantil e 20 de ensino fundamental, totalizando 66 unidades. A autora descreve o diagnóstico das escolas participantes, a metodologia adotada e as atividades realizadas, além de discutir desafios como a implantação e manutenção das hortas.
Este documento descreve uma pesquisa sobre o impacto social e ambiental do lixo descartado no povoado de Rômulo Campos, Itiúba, Bahia. O estudo investiga as percepções da comunidade local sobre o lixo, buscando sensibilizá-los sobre a importância da coleta, tratamento e descarte adequado do lixo. A pesquisa utilizou entrevistas com moradores e autoridades para analisar os resultados do descaso com o lixo na região. Constatou-se a falta de educação ambiental e a necessidade de projet
Este documento apresenta uma dissertação de mestrado sobre a produção de biogás a partir da digestão anaeróbia da manipueira, caracterização do biofertilizante gerado e seu aproveitamento agrícola. O trabalho avaliou diferentes concentrações de sólidos totais no processo de digestão e caracterizou o biofertilizante produzido. Além disso, testou a aplicação do biofertilizante em solo cultivado com milho, avaliando parâmetros químicos do solo e nutricionais da planta.
- Projeto de Intervenção Pedagógica – PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL – ECOLÓGICA: “Nossa Escola, Nossa Casa Comum”. A ESCOLA MUNICIPAL ANTENOR GOMES VIANA JÚNIOR atua há 10 anos na área do Ensino Fundamental Anos Iniciais (E. F. I), Anos Finais (E.F II) e Educação de Jovens e Adultos (EJA Presencial) e fomenta o cuidado pela natureza e pelo meio ambiente através concretamente da horta escolar e/ou comunitária apoiada pelo Programa Mais Educação (PME).
Semelhante a AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia das Areias do Campeche – Florianópolis (SC) (20)
Comida de Engenho: celebrando histórias à mesaCepagro
Este livro apresenta a história e a importância dos engenhos de farinha em Santa Catarina, reunindo receitas típicas desses locais. O documento explica o que é um engenho de farinha, como se formou uma rede para preservar esses espaços e suas tradições culinárias, e traz dezenas de receitas baseadas na mandioca e outros ingredientes da região.
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...Cepagro
O livro é fruto do trabalho e das reflexões desenvolvidas pelo Projeto “Promoção da articulação entre o campo e a cidade em dinâmicas locais e regionais de abastecimento agroecológico, conjugado com incidência política em soberania e segurança
alimentar e nutricional”, apoiado pela Misereor. Esse projeto tem como Entidades executoras o Centro Vianei de Educação
Popular (VIANEI), o Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO), o Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP) e a Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA) que se articulam na Rede Ecovida de Agroecologia por meio dos seus trabalhos nos Núcleos Regionais e também no “Coletivo Triunfo”.
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaCepagro
1. O documento descreve o trabalho da Rede SAFAS, que visa compartilhar experiências de Sistemas Agroflorestais Agroecológicos no Sul do Brasil para apoiar seu desenvolvimento.
2. A Rede SAFAS conecta agricultores, pesquisadores e organizações para promover o diálogo entre conhecimentos teóricos e práticos sobre agroflorestas.
3. Os Sistemas Agroflorestais Agroecológicos combinam produção de alimentos com conservação ambiental, utilizando consórcios de culturas ag
Boletim "Critérios Técnicos para Elaboração de Projeto, Operação e Monitoram...Cepagro
O Boletim Técnico visa fomentar modelos descentralizados
de gestão de resíduos sólidos orgânicos e a
conseqüente adequação de comunidades e municípios à
Lei 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos
– PNRS), com a valorização da fração orgânica dos resí-
duos, a educação ambiental, melhorias na limpeza pública
e promoção de geração de renda local, além do estímulo
ao consumo de alimentos saudáveis através da Agricultura
Urbana de base agroecológica.
O passo-a-passo de uma Revolução – compostagem e agricultura urbana na gestão...Cepagro
1. O documento descreve o passo-a-passo da Revolução dos Baldinhos, um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânicos urbana em Florianópolis.
2. A Revolução dos Baldinhos surgiu para combater um surto de ratos causado pelo lixo acumulado em uma comunidade. Foi proposta a separação dos resíduos orgânicos em "baldinhos" para compostagem na própria comunidade.
3. O modelo tornou-se um sucesso e é hoje referência nacional em compost
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...Cepagro
Este documento fornece informações sobre a implementação da tecnologia social de gestão comunitária de resíduos orgânicos e agricultura urbana chamada "Revolução dos Baldinhos". Ele descreve o passo a passo para comunidades receberem apoio técnico e financeiro para adotar este método, incluindo a formação de um grupo gestor, aquisição de equipamentos e capacitação inicial.
"Certificação Participativa em rede: um processo de certificação adequado à a...Cepagro
Este relatório técnico final descreve o projeto "Certificação Participativa em Rede: Um Processo de Certificação Adequado à Agricultura Familiar Agroecológica no Sul do Brasil", executado pela Rede Ecovida de Agroecologia com apoio do CNPq e CEPAGRO. O projeto sistematizou a metodologia de certificação participativa em rede desenvolvida pela Ecovida para fortalecer a rede internamente e caracterizá-la externamente. O relatório apresenta detalhes sobre a história, estrutura e funcionamento da rede,
“A Certificação Participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede E...Cepagro
1. O documento discute a certificação participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede Ecovida de Agroecologia no Sul do Brasil.
2. A Rede Ecovida surgiu nos anos 1990 e desenvolveu um processo de certificação participativa em rede que envolve produtores, consumidores e organizações da sociedade civil.
3. O documento analisa os limites e desafios da certificação participativa em rede, incluindo questões internas à rede e fatores externos como o reconhecimento do modelo.
"As implicações da lei da agricultura orgânica no atual processo de certficaç...Cepagro
Este documento discute a implantação da Lei da Agricultura Orgânica no processo de certificação participativa da Rede Ecovida de Agroecologia. Apresenta o histórico e funcionamento da Rede Ecovida e do seu núcleo no litoral catarinense. Analisa os pontos da nova lei que afetarão a certificação da rede, como a criação de um Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade e novas exigências de rastreabilidade e documentação. Discute também os avanços e desafios que a rede enfrentará com
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária” Cepagro
Este documento apresenta o desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária (UAC) em área urbana no município de Niterói, RJ. Foram identificados os principais aspectos biofísicos e socioculturais envolvidos e desenvolvidas práticas agroecológicas como cultivo em canteiros, integração lavoura-pecuária e compostagem. As práticas tiveram sucesso individualmente e na formação de um sistema sustentável, demonstrando alternativas para melhorar a segurança alimentar e nut
“Rede Ecovida e a Certificação Participativa no litoral catarinense” Cepagro
1. O documento descreve a história da agricultura industrial e suas consequências negativas no meio ambiente e sociedade.
2. Surgiram então modelos alternativos de agricultura como a agroecologia, orgânica e biodinâmica que se opõem ao modelo convencional.
3. A Rede Ecovida e a certificação participativa são apresentadas como exemplos desses novos modelos que promovem a sustentabilidade.
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...Cepagro
1. O documento é um trabalho de conclusão de curso sobre as contribuições do design para o meio rural, realizado com um grupo de agricultores agroecológicos em Garopaba, Santa Catarina.
2. A pesquisa analisa o contexto agrícola brasileiro e da agricultura familiar em Santa Catarina, além de discutir conceitos como agroecologia e desenvolvimento rural.
3. O objetivo é identificar demandas dos agricultores onde o design pode contribuir para a sustentabilidade da agricultura agroecológica local.
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...Cepagro
SUMÁRIO: Este documento caracteriza o projeto "Revolução dos Baldinhos" como um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânicos na comunidade Chico Mendes em Florianópolis que promove a agricultura urbana através da compostagem. O projeto envolve a coleta seletiva de resíduos orgânicos por famílias, produção de composto orgânico e realização de hortas comunitárias utilizando o composto produzido. Um diagnóstico participativo identificou benefícios como gera
“AGRICULTURA URBANA: Um estudo de caso nas comunidades Chico Mendes e Jardim ...Cepagro
1. O documento descreve projetos de agricultura urbana nas comunidades Chico Mendes e Jardim Janaina em Florianópolis.
2. O objetivo é acompanhar o desenvolvimento dos projetos e avaliar seus resultados, utilizando práticas agroecológicas para melhorar a qualidade de vida das comunidades.
3. O documento revisa conceitos de agricultura urbana e agroecologia e justifica como esses projetos podem promover segurança alimentar, geração de renda e educação ambiental.
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...Cepagro
1. A agricultura itinerante é uma prática tradicional na região que envolve o cultivo da mandioca de forma rotativa em diferentes áreas.
2. A mandioca foi domesticada pelos povos indígenas na América do Sul e sua diversidade varietal é ampliada pelas práticas agrícolas tradicionais.
3. O estudo analisará como os agricultores locais manejam a mandioca e contribuem para a conservação da diversidade genética da espécie por meio do cultivo de diferentes "etnovariedades".
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"Cepagro
Este documento apresenta uma dissertação de mestrado sobre a agricultura urbana no município de Itajaí, Santa Catarina. A autora investigou as práticas de agricultura urbana na cidade, analisando seus principais potenciais e obstáculos para o desenvolvimento territorial sustentável. A metodologia incluiu entrevistas com agricultores urbanos, observação participante e revisão bibliográfica sobre o tema. Os resultados apontam para as interfaces entre a agricultura urbana e conceitos como agroecologia, economia solidária
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...Cepagro
O documento discute a organização de uma central de reunião e distribuição de produtos orgânicos da agricultura familiar na Grande Florianópolis através de uma cooperativa central. Ele analisa o contexto da agricultura familiar e da produção orgânica no Brasil, os canais de comercialização de produtos orgânicos e o cooperativismo. O objetivo é avaliar as condições para ampliar a comercialização desses produtos por meio de uma central que reunirá e distribuirá itens entre produtores e consumidores da região.
O documento descreve a história da Revolução dos Baldinhos, um projeto de compostagem comunitária na favela Chico Mendes em Florianópolis. O projeto começou em 2007 após a morte de duas crianças por doenças transmitidas por ratos, incentivando a separação do lixo orgânico. Desde então, o projeto cresceu, recebendo prêmios e capacitando outros grupos sobre gestão sustentável de resíduos.
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Lições Bíblicas, 2º Trimestre de 2024, adultos, Tema, A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA, O CAMINHO DA SALVAÇÃO, SANTIDADE E PERSEVERANÇA PARA CHEGAR AO CÉU, Coment Osiel Gomes, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, de Almeida Silva, tel-What, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique, https://ebdnatv.blogspot.com/
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia das Areias do Campeche – Florianópolis (SC)
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação
Ambiental na Comunidade da Praia das Areias do
Campeche – Florianópolis (SC)
Relatório de Estágio de Conclusão do
Curso de Agronomia para a obtenção
do título de Engenheiro Agrônomo.
Orientador: Prof. Dr. Ademir A. Cazella
Acadêmico: Marcos José de Abreu
Florianópolis, Abril de 2006.
´
2. 2
AGRADECIMENTOS
Agradeço por ter “la alegria de vivir ao cuerpo”, como diz “la chica Côco”. Por
minhas motivações, inquietudes e paixões. Também agradeço ao grande criador por
existir no meu coração e reger este universo. Ao inesperado, o novo, o verdadeiro, a
mudança e a busca pelo que de fato dá sentido a vida.
Aos meus pais, José e Ana, que com tanto trabalho, luta, dedicação e esmero
me geraram, cuidaram e fizeram-me crescer com valores simples, respeito e amor.
Às minhas irmãs, Joseana e Mariana, á Isabelinha por compartilharem suas vidas
comigo. E ainda agradeço aos meus familiares, que são dezenas, por contribuírem
na minha formação humana, pelo amor e por suas referências de vida.
Aos moradores da Praia das Areias, em especial ao Luiz e a Liu pela atenção
e carinho com esta comunidade.
A Grande família da Base do Morro das Pedras, Evandro, Rafa, Dani, Cainã,
Jú, Côco, Ágata e todas aquelas pessoas que passam por nossas vidas e as
constroem, dividem, somam e sempre deixam suas contribuições. Sem esquecer
dos Sacis e suas peripécias.
Ao pessoal do Cepagro, em especial ao Bagé e Luiz, que participaram muito
da minha vida e formação acadêmica, sendo exemplos de vida e trabalho pra mim.
Agradeço também a Cordélia, Inês, Prof Abdon, Liliam, e a galera do Pastoreio
Voisin..
Ao povo da Agricultura Urbana da AS-PTA e da Cidades Sem Fome, os
“rapazi” da Associação Orgânica e a família Harmonia Na Terra.
Aos companheiros da faculdade e da vida, Enrico, Júlio, Paulinho, Ogata,
Pedrão, Raoni, Tiaguinho, Carol, Hatsi, Rafaéis, Rodrigo, etc.. etc...etc... aqueles e
aquelas que participaram intensivamente em algum momento destes 5 anos e meio.
Pela atenção do Henrique da Inês e orientação do Kito neste trabalho.
À vida........
3. 3
ÍNDICE
1 – INTRODUÇÃO.......................................................................................................5
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................8
2.1 – Contextualizando a Agricultura Urbana....................................................8
2.2 – Aspectos da Agricultura Urbana.............................................................10
2.3 – Metodologias de trabalho em Agricultura Urbana..................................12
3 – METODOLOGIA..................................................................................................17
3.1 – Como construímos um panorama sócio-econômico e Histórico da
Comunidade...............................................................................................................17
3.2 – Métodos utilizados para fazer a Pesquisa (Diagnóstico) e a formação do
Grupo de Trocas de Experiências em Agricultura em Quintais..................................18
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................................20
4.1 – Comunidade da Praia das Areias do Campeche: aspectos históricos,
sócio-econômicos, culturais e estruturais...................................................................20
4.2 – Principais elementos do diagnóstico sócio-econômico das famílias e
suas experiência em Agricultura Urbana....................................................................26
4.3 – Aspectos dos entrevistados que “NÃO” praticam Agricultura Urbana... 31
4.4 – Aspectos dos entrevistados que responderam que já praticaram
Agricultura Urbana, mas pararam..............................................................................34
4.5 – Aspectos dos entrevistados que responderam que fazem Agricultura
Urbana........................................................................................................................35
4.5.1 – Panorama da Agricultura Urbana demonstrado pelos
entrevistados..............................................................................................................36
4.5.2 – Manejo dos Quintais.................................................................39
a) Construção dos Canteiros......................................................39
b) Adubação...............................................................................40
c) Cobertura de solo...................................................................41
d) O solo dos quintais................................................................42
e) O uso da Água.......................................................................43
f) “Pragas” e “Doenças”..............................................................44
4. 4
g) Lixo doméstico.......................................................................45
4.6 – Aspectos do Grupo de Trocas de Experiências em Agricultura em
Quintais......................................................................................................................46
5 – CONCLUSÕES....................................................................................................48
6 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................51
7 – ANEXOS..............................................................................................................55
Anexo I............................................................................................................55
Anexo II...........................................................................................................57
Anexo III..........................................................................................................61
Anexo IV..........................................................................................................65
5. 5
“ E a história humana não se desenrola apenas
nos campos de batalhas e nos gabinetes
presidenciais.
Ela se desenrola também nos quintais, entre
plantas e galinhas, nas ruas dos subúrbios, nas
casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios,
nas usinas, nos namoros de esquinas.
Disso eu quis fazer a minha poesia. Dessa
matéria humilde e humilhada, dessa vida
obscura e injustiçada, porque o canto não pode
ser uma traição a vida, e só é justo cantar se o
nosso canto arrasta consigo as pessoas e as
coisas que não tem voz.”
(Ferreira Gullar)
1. INTRODUÇÃO
Entre setembro e dezembro de 2005 foi realizado este Estágio de Conclusão
de Curso, sendo desempenhado as atividades através do Centro de Estudos e
Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro). Utilizando métodos de pesquisa-ação,
pretendíamos diagnosticar as diferentes práticas de agricultura urbana, bem como, a
estrutura social que envolve este tema na comunidade que faz parte da Associação
dos Moradores da Praia da Areias (AMPA), bairro Campeche, municípios de
Florianópolis/SC, com o propósito de empreender ações que promovam esse tipo de
agricultura de forma associada à princípios de preservação ambiental e segurança
alimentar.
Antecedendo este Estágio algumas ações e vivências construíram um
panorama da Agricultura Urbana na minha vida acadêmica. Primeiramente,
participamos de um trabalho prático na Comunidade da Praia das Areias do
Campeche, executado entre maio e dezembro de 2004, chamado de Agroecologia
Urbana. Esse trabalho contou com a participação do Cepagro, da Associação dos
6. 6
Moradores da Praia das Areias (AMPA), do Instituto Harmonia Na Terra1, da
Associação Orgânica2 e voluntários.
Através de um grupo de mães que participavam do Projeto Aplysia3 na
comunidade, demonstraram interesse em aprender a fazer pão integral. A partir
deste fato foi planejada e estruturada as estratégias de atuação nesta comunidade.
A Oficina do Pão foi tema gerador de discussões e propostas para outras atividades;
o local de encontros era a sede da AMPA e a demanda do grupo foi de se fazer
oficinas de pão integral e alimentação saudável, organização de um grupo de
produção para geração de renda e o trabalho denominado por elas de “Hortas
Caseiras”.
Nos encontros das Oficinas do Pão e das Hortas Caseiras participamos na
condição de responsável por este último tema. Assim, o projeto iniciou em maio com
discussões internas sobre a metodologia, as ações a desenvolver e a identificação
do local de implementação do projeto. Teve sua primeira atividade concreta em
agosto, junto à diretoria da Associação dos Moradores das Areias que aceitou ceder
o espaço físico para a discussão das atividades com a comunidade interessada e
para a realização das primeiras oficinas do pão. A partir de então foram realizadas
as seguintes atividades:
• 4 encontros na comunidade para divulgação, planejamento e avaliação
de atividades futuras;
• 6 Oficinas do pão, com uma participação média de 8 mulheres por
oficina;
• produzidos mais de 100 pães integrais e 20 tortas integrais de banana
e realizado demonstrações de receita e degustação de carne de soja;
• implantadas 3 hortas, sendo 2 nas residências de participantes da
Oficina do pão e 1 no quintal da AMPA. Esse trabalho foi realizado com
as crianças do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).
1 OSCIP de Florianópolis que trabalha com Ecopedagogia, Educação Ambiental e trabalhos de geração de renda
em comunidades. Atuou no Projeto promovendo um trabalho chamado de “Comunidade Viva”, revitalizando a
AMPA.
2 Através de práticas em agricultura orgânica, diversos profissionais e produtores a compõe e praticam atividades
como: certificação de produtos orgânicos, gerenciamento de resíduos sólidos, educação ambiental e produção de
alimentos orgânicos. Contribuiu com o trabalho doando composto proveniente do trabalho desenvolvido junto ao
CEASA/SC.
3 ONG que promove oficinas de Dança Contemporânea em comunidades periféricas de Florianópolis.
7. 7
• 1 oficina de brinquedos com material reciclável com as crianças do
PETI e um “teatrinho” com os bonecos elaborados na oficina.
• Plantio de árvores frutíferas no espaço da AMPA.
• Implantação de 2 composteiras para resíduos orgânicos na residência
de duas famílias participantes do projeto.
• Em parceria com o Instituto Harmonia Na Terra, realizamos a
recuperação da sede da AMPA, através do azulejamento da cozinha,
construção de um forno a lenha e recuperação da instalação elétrica da
sede.
• Realização de um trabalho contínuo de educação ambiental junto às
crianças que participam do PETI, através de diversas atividades como
caminhadas de observação, trabalhos em grupo, oficinas de
reciclagem, visitas a composteiras e atividades fora da comunidade e a
produção e consumo de produtos da horta.
Este trabalho motivou-nos em saber mais sobre a Agricultura Urbana, por
isso, durante os meses de julho e agosto de 2005 realizamos estágios extra-curriculares
na Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA),
que desenvolve um projeto de agricultura urbana na cidade do Rio de Janeiro
há seis anos. Outro local de estágio foi junto à Prefeitura de São Paulo através da
organização Cidades Sem Fome4, onde tivemos a oportunidade de conhecer o
Projeto de Agricultura Urbana na Cidade de São Paulo executado durante o
mandato da ex-prefeita Marta Suplicy. Estes estágios extra-curriculares nos
motivaram a executar o estágio de conclusão de curso sobre o tema da Agricultura
Urbana na Comunidade da Praia das Areias do Campeche, adaptando e
aprimorando metodologias de trabalho utilizadas nas ações anteriores executadas
pelo Projeto Agroecologia Urbana.
Assim, esta etapa do estágio partiu do propósito de realizar um diagnóstico
socioeconômico das famílias desta comunidade, visando a promoção da Agricultura
Urbana e educação ambiental, através de métodos de pesquisa-ação. Sendo assim,
este trabalho apresenta três focos principais:
4 ONG formada por técnicos que trabalhavam no Programa de Agricultura Urbana da Cidade de São Paulo,
despedidos formaram esta ONG para captar recursos com a finalidade da promoção da Agricultura Urbana.
8. 8
a) conhecer melhor a Comunidade da Praia das Areias, traçando um perfil
sócio-econômico e resgatar a História de formação desta comunidade, identificando
as pessoas que participam ou participaram de algum movimento social ou
comunitário;
b) Fazer um levantamento sobre agricultura urbana com seus moradores,
identificando as pessoas da comunidade que não praticam ou que já praticaram
Agricultura Urbana e pararam. Na forma quantitativa e qualitativa saber quem são as
pessoas que praticam agricultura em seus quintais, de que forma a praticam e quais
são suas motivações e limitações. Também procuramos conhecer das práticas de
agricultura em quintais através do manejo de solo, irrigação, adubação, controle de
pragas e doenças, espécies cultivadas, bem como, saber se os cultivos apresentam
significativos incrementos na renda familiar ou importância na segurança alimentar
destas famílias;
c) constituir um Grupo de Trocas de Experiências em Agricultura em Quintais
nesta comunidade, convidando os entrevistados a participar deste Grupo para
tratarmos de assuntos temáticos como: compostagem, controle de pragas e
doenças, banco de sementes, agroecologia, economia solidária através de oficinas.
Também pretendemos fazer mutirões de trabalhos nos quintais dos envolvidos.
. Mas antes de discutirmos esses focos, apresentamos alguns elementos
referentes à agricultura urbana a partir de bibliografias e das experiências dos
estágios extra-curriculares mencionados acima.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 - Contextualizando a Agricultura Urbana
Devido ao rápido crescimento das cidades no mundo, o interior e a periferia
das áreas urbanas executariam um papel cada vez mais importante na alimentação
de sua população. (FAO, 2005)
O crescimento da população no planeta nos próximos 30 anos estará
concentrado nas áreas urbanas dos países em desenvolvimento, isto significa que
em torno de 60% da população destes países viverão em cidades. Atualmente, a
agricultura em áreas urbanas e peri-urbanas proporcionam comida a cerca de
9. 9
700 milhões de moradores nas cidades, ou seja, um quarto da população urbana
mundial. (FAO, 2005)
Ainda segundo a FAO, a produção agrícola em cidades é um fenômeno
crescente no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, onde a
possibilidade de acesso aos alimentos é muito desigual e o sistema de
abastecimento inadequado. A FAO define agricultura urbana ou intra-urbana como
aquela referente ao cultivo dentro das cidades; já a agricultura peri-urbana como
sendo aquela praticada em unidades periféricas, no entorno das cidades. Ambas
são realizadas principalmente por ex-camponeses, trabalhadores da terra que,
devido ao êxodo rural, vieram para os centros urbanos em busca de emprego. Ao
produzir alimento para seu próprio consumo, esses moradores também reforçam sua
renda com a comercialização do excedente da colheita, proporcionando à
comunidade local maior acesso a alimentos de qualidade e a preços mais baixos.
Este debate conceitual sobre agricultura peri-urbana e intra-urbana é motivo
de muitas controvérsias, Mougeot (2000), em revisão de estudos de todo o mundo
sobre agricultura urbana, diz que os critérios utilizados para definir a "agricultura
intra-urbana" são: o número de habitantes; a densidade mínima; os limites oficiais da
cidade; os limites municipais da cidade; o uso agrícola da terra zonificada para outra
atividade; e a agricultura dentro da competência legal e regulamentar das
autoridades urbanas. Já para a agricultura peri-urbana, sua definição quanto ao local
é mais problemática. Os sítios peri-urbanos estão em contato mais próximo com as
áreas rurais e tendem a sofrer, no decorrer do tempo, mudanças agrícolas mais
profundas que os locais mais centrais e as partes construídas da cidade. Os autores
têm buscado traçar o limite externo da área peri-urbana, identificando por exemplo
as zonas urbanas, suburbanas e peri-urbanas com relação à sua porcentagem de
edificações, à infraestrutura viária e aos espaços abertos por km². Outros usam a
distância máxima entre o centro urbano e as áreas que podem abastecer, com bens
perecíveis, a cidade, de modo cotidiano; ou a área até a qual as pessoas que vivem
dentro dos limites administrativos da cidade podem deslocar-se para se dedicarem a
atividades agrícolas. O importante é que para estas definições foram analisados
estudos feitos a partir de casos conduzidos em grandes cidades, freqüentemente
10. 10
capitais nacionais ou de províncias/estados e, portanto, que não se confunde com a
agricultura localizada em áreas rurais típicas dos países.
Na busca de uma definição para estes conceitos afino minhas inclinações
conceituais com a revisão feita por Monteiro, Mendonça e Silva (2004) que propõe o
conceito dado por Mougeot (2000), dizendo que “a agricultura urbana se situa dentro
(intra) ou na periferia (peri) de um povoado, uma cidade ou uma metrópole, e cultiva
ou cria, processa e distribui uma diversidade de produtos alimentares e não
alimentares, (re)utilizando em grande medida recursos humanos e materiais,
produtos e serviços que se encontram dentro e ao redor dessa zona, e por sua vez
provê recursos humanos e materiais, produtos e serviços em grande parte a essa
mesma zona”.
2.2. – Aspectos da Agricultura Urbana
Segundo Roese (2005), o principal aspecto no qual a agricultura
urbana difere da rural, no entanto, é o ambiente. A agricultura urbana pode ser
realizada em qualquer ambiente intra-urbano ou peri-urbano, podendo ser praticada
diretamente no solo, em canteiros suspensos, em vasos, ou onde a criatividade
sugerir. Qualquer área disponível pode ser aproveitada, desde um vaso dentro de
um apartamento até extensas áreas de terra, sob luz natural ou artificial. Exige, no
entanto, alguns cuidados especiais, como sombreamento parcial, especialmente
para a formação de mudas e onde ocorra alto insolação, e irrigação cuidadosa e
freqüente. Desta forma o autor fala que existem muitas maneiras e motivos para se
praticar a agricultura urbana, e diversas vantagens podem ser obtidas através dessa
prática, dentre elas citamos as mais comumente observadas: produção de
alimentos, reciclagem de lixo, utilização racional de espaços, educação ambiental,
desenvolvimento humano, segurança alimentar, desenvolvimento local, recreação e
lazer, farmácias caseiras, formação de micro-climas e manutenção da
biodiversidade, escoamento de águas das chuvas, embelezamento dos ambientes,
diminuição da pobreza, atividade ocupacional e aumento da renda. Todos estes são
conseqüências e características de práticas em Agricultura Urbana citadas pelo
autor.
11. 11
Desta forma percebemos que a Agricultura Urbana desempenha múltiplas
funções além da produção de alimentos. Em diversos estudos no mundo observa-se
que esta prática proporciona aumento na qualidade de vida, segurança alimentar,
benefícios ambientais, desenvolvimento local, organização e perspectivas através do
aumento da auto-estima dos praticantes.
Como relata Almeida (2004, p.26), “o uso produtivo de áreas urbanas
proporciona a limpeza destas áreas e uma melhoria considerável ao ambiente local,
diminuindo a proliferação de vetores de doenças. Muitos materiais como
embalagens, pneus e entulhos, também são utilizados para a contensão de
pequenas encostas e canteiros. Os resíduos orgânicos domiciliares são
aproveitados na produção de composto empregado nas atividades de agricultura
urbana”.
Em pesquisa realizada com moradores da periferia do Rio de Janeiro
Monteiro, Mendonça e Silva (2004) dizem que as agriculturas desenvolvidas no meio
urbano tendem a ser diversificadas, com cultivos de diversas espécies numa mesma
área, como estratégia de maximização dos pequenos espaços disponíveis...”, e
complementam dizendo, “além disso, muitas vezes são cultivadas espécies e
variedades não encontradas facilmente nos mercados, reflexos de hábitos culturais
trazidos de outras regiões e mantidos no meio urbano. Esta citação é mencionada
para percebermos como a Agricultura Urbana também promove agrobiodiversidade,
bem como, mantém práticas que justificam um verdadeiro resgate cultural através do
cultivo de determinadas plantas e seus respectivos consumos, que de certa forma,
contribuem para uma soberania cultural através da manutenção de seus costumes e
hábitos apesar de estarem fora de seus locais de origem.
A Agricultura Urbana, desenvolvida de forma planejada, promove diversas
melhorias nas estruturas sociais de uma região, pois favorece o diálogo e a
integração familiar, assim como, estimula o trabalho comunitário e coletivo, além de
ser um trabalho recreativo e útil como afirma (SIAU & YURJEVIC,1993). Ainda neste
fluxo de reflexão, Dias (s.d) relata experiências, através de trabalhos realizados na
zona leste de Belo Horizonte, de aumento significativo da saúde física e mental de
famílias pelo fato de estarem em contato com as plantas e o que isso traz como
valorização em saúde mental e espiritual, proporcionado através da fonte energética
12. 12
que é a terra. Dias (s.d.) também fala que outro aspecto relevante é a potencialidade
dos quintais em estar gerando uma economia familiar, dispensando as compras
feitas em sacolões, e com a garantia do consumo de alimentos isentos de
agrotóxicos e coliformes fecais. Além dessa economia familiar, alguns quintais,
principalmente os de maior tamanho, podem se tornar fonte de geração de renda
pela venda dos alimentos excedentes ao consumo das famílias. Estes autores
mostram que a Agricultura Urbana é realmente fonte de desenvolvimento seja para
uma região através de mudanças significativas numa comunidade, numa família por
melhores condições de relacionamentos e econômicas ou individuais através de
percepções de valores espirituais e emocionais.
Sendo assim, a Agricultura Urbana, se praticada sem a utilização de
Agrotóxicos para o controle de “pragas e doenças”, não utilizando de adubos
químicos sintéticos, pode ser considerada uma prática Agroecológica, como define
Altieri (2002, p.26) “a Agroecologia geralmente representa uma abordagem agrícola
que incorpora cuidados especiais relativos ao ambiente, assim como os problemas
sociais, enfocando não somente a produção, mas também a sustentabilidade
ecológica do sistema de produção.”
2.3 – Metodologias de trabalho em Agricultura Urbana
Ao estudar este tema percebemos que existem diversas experiências
acontecendo em vários lugares de todo o mundo, principalmente em países em
desenvolvimento, como menciona a FAO. Países desenvolvidos também
apresentam projetos de Agricultura Urbana, mas a Ilha de Cuba é a expoente
máxima, com seu Projeto de Agricultura Urbana. Isto acontece devido sua estrutura
política e social, bem como, suas limitações comerciais e o histórico de seu modelo
de agricultura.
“Desde os anos 50 a agricultura cubana havia se modernizado e os
monocultivos de exportação tinham maior importância que a produção de alimentos.
Além disso, os métodos de produção dependiam de insumos e matérias primas
importadas, e muitos componentes dos produtos agrícolas eram importados o que
intensificava a dependência das importações” Aquino (2002, p.08).
13. 13
Com o forte bloqueio econômico dos Estados Unidos, o desmantelamento da
União Soviética, com que mantinha 85% de seu intercambio comercial, e com a
queda do socialismo em outros países, no final de 1989 e início de 1990, Cuba
apresenta-se numa situação de não dispor de recursos energéticos suficientes e
nem capital abundante. Devido a estes fatos ocasiona-se uma crise generalizada.
Em 1991 os cubanos tiveram um marco na sua História que chamaram de “Período
especial em tempos de paz” e segundo Aquino (2002), neste período o governo
cubano começou a somar forças para estudar saídas da crise que o país vivia, desta
forma chamaram pesquisadores do INIFAT (Instituto de Investigaciones
Fundamentales em Agricultura Tropical) que já realizavam pesquisas com substratos
orgânicos para a produção agrícola e em 1994 com a produção de hortaliças,
mediante um movimento de popularização, incorporando grandes massas da
população para produzir alimentos em cada m² das cidades e assentamentos
populacionais, utilizando o máximo dos recursos territoriais, com princípios de
agricultura sustentável, objetivando reduzir a cadeia fundamental de produção e
comercialização.
Antes desta revolução da Agricultura Cubana, a produção de hortaliças em
Cuba era de 4.200t/ha por ano, isto é, 1g per capta de hortaliças diárias, quando a
recomendação da FAO é de no mínimo 300g por dia. Conforme o Gráfico 1,
percebemos o impacto na produção de hortaliças e condimento após esta medida
que culminou na criação do GNAU (Grupo Nacional de Agricultura Urbana de Cuba).
Gráfico 1: Impacto da Agricultura Urbana na produção de hortaliças e
condimentos frescos.
14. 14
876
1680
2360
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
4,2 16 58 140
2500
2000
1500
1000
500
0
1 2 3 4 5 6 7 8
milhões de toneladas
Fonte: Aquino (2002, p.12).
480
anos
O movimento da Agricultura Urbana em Cuba, dirigido pelo GNAU é
altamente organizado hierarquicamente, apoiado por todos os setores envolvidos na
produção de alimentos executa suas atividades através de diferentes subprogramas
que são: 12 cultivos, 7 de pecuária e 9 de apoio. Os subprogramas englobam temas
específicos como a produção de hortaliças, plantas medicinais, condimentos, plantas
ornamentais, frutíferas, arroz popular, café, cacau, banana popular, raízes e
tubérculos tropicais, oleaginosas, feijões, milho, sorgo, criação de animais (galinhas,
coelhos, caprinos, porcos, abelhas e peixes) que desenvolvem em todo o país.
No Brasil podemos verificar que existem vários projetos de Agricultura Urbana
acontecendo como em: Minas Gerais, Belém, São Paulo, Curitiba, Rio Grande do
Sul, Recife, Florianópolis, entre outros. Neste relatório citaremos as experiências
vividas através de estágios em três diferentes instituições com diferentes
metodologias de trabalho em Agricultura Urbana.
Inicialmente mostraremos o trabalho da AS-PTA, desenvolvido na cidade do
Rio de Janeiro, tendo como prioridade os quintais urbanos e eventualmente
trabalhos com hortas coletivas ou comunitárias. Embasados no que diz Monteiro e
Mendonça (2004), técnicos deste projeto, dizem que quando é abordado o tema da
agricultura na cidade, é comum a imediata referência às hortas comunitárias. De
fato, muitos projetos de incentivo às práticas agrícolas no meio urbano utilizam a
15. 15
lógica da promoção exclusiva de hortas comunitárias. Isso ocorre porque, em
primeiro lugar, a palavra horta é entendida como sinônimo de hortaliças em
canteiros, o que exclui de antemão diversas possibilidades de aproveitamento
produtivo integrado dos espaços urbanos, como a utilização de árvores frutíferas, o
plantio em recipientes (potes, vasos, etc.) e a criação de animais. A perspectiva
agroecológica, por outro lado, não restringe o olhar a um sistema padronizado de
produção, com espécies predefinidas, mas procura incorporar ampla diversidade às
condições específicas de cada espaço disponível. Outro aspecto se refere ao caráter
comunitário. Na prática, ocorrem poucas experiências espontâneas deste tipo e,
além disso, existem outras formas de trabalho cooperativo e de socialização de
informações, como mutirões, os bancos de sementes, os encontros formais e
informais, etc. A horta comunitária, portanto, deve ser vista como mais uma das
possibilidades, que demanda certo grau de organização e mobilização e não tida
como fórmula única.
Madaleno (2002), em pesquisa sobre a agricultura intraurbana em Belém,
identificou que os quintais domésticos são os espaços predominantes. Na pesquisa,
cerca de 71% dos entrevistados cultivam lotes adquiridos legalmente, 20% são
ocupações ilegais, em terras públicas ou privadas e os demais se valem de espaços
emprestados. A pesquisa mostrou ainda que a maioria das iniciativas de agricultura
nos espaços intraurbanos é realizada por mulheres.
Segundo Monteiro, Mendonça e Silva (2004), a partir da análise do Programa
de Agricultura Urbana desenvolvido pela Assessoria e Serviços a Projetos em
agricultura Alternativa (AS-PTA), na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a agricultura
praticada nos espaços urbanos (intraurbana) convive com diversas outras atividades
econômicas, e geralmente é ocupação de tempo parcial, escapando, na maioria dos
casos, das estatísticas oficiais. Quanto aos espaços em que é praticada, tipicamente
são áreas menores e mais dispersas do que no meio rural. São relevantes os
pequenos espaços domésticos (quintais) - algumas vezes sem disponibilidade de
solo - e comunitários, sendo freqüente a insegurança com relação à posse ou
usufruto da terra, com mecanismos variados com relação a essa questão. A falta de
espaço disponível é uma das principais limitações identificadas para a prática da
agricultura nos espaços urbanos.
16. 16
Este Programa de agricultura urbana desenvolvido pela AS-PTA é executado
através de parcerias com outras organizações, entidades e movimentos sociais
populares que possibilitam uma maior credibilidade e base de apoio nas
comunidades. Ou seja, existe um respaldo de que já executam atividades
comunitárias há algum tempo. Estas entidades são: a Prefeitura do Rio de Janeiro,
Rede Fitovida, Pastoral da Criança e da Saúde, Associações de Moradores e
Igrejas. Organizando suas atividades e ações conjuntamente com estas instituições,
seu foco de trabalho é sempre a formação de grupos, nunca trabalhos com
indivíduos isoladamente.
Estes grupos passam por formações e trocas de experiências temáticas,
como: farmácias caseiras, banco de sementes, compostagem, educação ambiental
com crianças, entre outras atividades. Para uma melhor compreensão da realidade
de onde estão inseridos costumam fazer diagnósticos participativos e pesquisas
para traçarem um perfil dos participantes. (ver fotos desse programa, em anexo).
Em cidades como São Paulo, as hortas urbanas têm sido alternativa para
uma alimentação mais saudável e barata. Locais como a Avenida Radial Leste, uma
das mais movimentadas da capital paulista, abrigam hortas que alimentam dezenas
de famílias de baixa renda. Essa atividade está prevista, também, no Plano Diretor
do município, pois, além de combater a fome e promover a inclusão social, contribui
para a melhoria das condições ambientais, possibilitando a ocupação de terrenos
vazios, que ao invés de acumular mato e lixo, são tratados e cultivados, fornecendo
alimento fresco e sem agrotóxicos. A lei permite redução do Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU) aos donos dos locais escolhidos, e estimula a formação de
cooperativas de agricultores das hortas urbanas e a venda dos produtos cultivados
de forma orgânica, ou seja, sem o uso de agrotóxicos e demais insumos sintéticos.
(FOME ZERO, 2005)
Esta, na verdade, é uma outra metodologia de trabalho onde o poder público
está diretamente participando das decisões. Neste caso a Prefeitura de São Paulo
na Gestão da ex-Prefeita Marta Suplicy criou uma Secretaria de Agricultura Urbana,
a partir de intercâmbios e formações em projetos de Agricultura Urbana em Cuba.
Com isto, parte do orçamento municipal foi alocado para estas atividades. A
metodologia utilizada tem como foco as hortas comunitárias para o trabalho de
17. 17
Agricultura Urbana, formação de cooperativas de agricultores urbanos e sistemas de
comercialização. O procedimento acontecia da seguinte forma: inicialmente
escolhiam um terreno baldio preferencialmente público; se for particular se negocia
sua regularidade com o IPTU. Posteriormente inicia-se a limpeza do terreno,
retirando lixo, entulhos, capinando e até mesmo passando máquinas de
terraplanagem; O segundo passo consiste em cercar o terreno com muros ou telas,
em seguida convoca-se a comunidade para a formação da cooperativa de
agricultores urbanos; a partir disso promove-se cursos de agricultura urbana e
acompanha-se tecnicamente este grupo. Em alguns casos estes grupos já existiam
para outras finalidades, como por exemplo: grupos de mães que recebiam
benefícios da Prefeitura, ou grupos que trabalhavam com agricultura em terrenos da
igreja, ou outras instituições. Além de receber acompanhamento técnico, os
membros dos grupos têm acesso aos materiais para o trabalho, mudas e terra
adubada, que neste caso era cama de aviário proveniente de áreas próximas do
município de São Paulo. No período em que estivemos fazendo estágio neste
programa o governo da Marta Suplicy havia encerrado e o programa havia sido
abandonado na maior parte dos locais. Em apenas dois lugares dos tantos visitados
haviam atividades sendo desenvolvidas. Em anexo, apresenta-se fotos ilustrativas
dessa iniciativa pública.
Em Florianópolis, durante o período de maio a dezembro de 2004, o Centro
de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo desenvolveu o projeto chamado de
Agroecologia Urbana que teve como objetivo principal a divulgação de idéias da
agroecologia no meio urbano, a utilização de espaços/quintais urbanos para a
produção de alimento, bem como a criação de possibilidades de geração de renda
através da elaboração de produtos ecológicos como o pão e as tortas integrais,
artesanato ou outros produtos que possam ser produzidos de forma ética, solidária e
ecológica (Cepagro, 2004). Numa fase inicial, e tendo em conta os escassos
recursos financeiros, optou-se por realizar Oficinas de produção de pão integral e
Oficinas de hortas caseiras, assim denominados, como forma de aproximação e
discussão na comunidade.
3. METODOLOGIA
18. 18
3.1 – Como construímos um panorama sócio econômico e Histórico da
Comunidade.
Este trabalho de conclusão de curso inicia-se após praticamente um ano do
Projeto Agroecologia Urbana desenvolvido pelo Cepagro nesta comunidade.
Portanto, para estar mais próximo das estruturas que compõe o universo desta
comunidade procuramos a Direção da Associação dos Moradores da Praia das
Areias com o objetivo de apresentar o projeto deste estágio de conclusão de curso
e identificar outras pesquisas já realizadas na comunidade. Uma reunião com a
diretoria da AMPA representou o marco inicial das atividades.
O segundo passo do trabalho foi resgatar um pouco do que já havia sido
empreendido na comunidade em etapas anteriores e que tivesse alguma relação
com este tema, como o Projeto Agroecologia Urbana, por exemplo. Isto se deu
através da preparação e realização do que chamamos de “Encontro de Um ano Pós-
Projeto Agroecologia Urbana”, convidamos todas as pessoas que participaram deste
Projeto como os moradores, equipe técnica do Cepagro e lideranças da
comunidade. A participação foi pequena com 10 pessoas e na oportunidade foi
discutido sobre a pesquisa que seria realizada na comunidade, pelo estágio de
conclusão de curso, através do Questionário: Diagnóstico – Agricultura Urbana na
Comunidade da Praia das Areias (em Anexo). Este momento serviu também para
avaliarmos um pouco da importância e conseqüências nas vidas destas pessoas
que participaram do Projeto Agroecologia Urbana desenvolvido há um ano.
Na busca do envolvimento comunitário tentamos inserir outros segmentos da
comunidade na execução da pesquisa, bem como, otimizar o tempo de pesquisa e
facilitar a obtenção de respostas fidedignas a partir da proximidade existente entre o
pesquisador e o entrevistado. Este envolvimento foi através dos jovens que fazem
parte do Projeto Agente Jovem da Prefeitura Municipal de Florianópolis. Seis jovens
entre 15 e 17 anos de idade que, num primeiro momento, receberam uma
capacitação para a aplicação do questionário (em anexo) e, num segundo momento,
aplicaram os questionários junto às famílias. Note-se que no decorrer do processo,
surgiu a proposta desses jovens executarem essa tarefa sob a coordenação da
Associação dos Moradores da Praia das Areias. Deste modo, os jovens dedicaram-
19. 19
se exclusivamente ao trabalho deste questionário proposto pela AMPA. Dados desta
pesquisa foram utilizados para este trabalho.
3.2 – Métodos utilizados para fazer a Pesquisa (Diagnóstico) e a
formação do Grupo de Trocas de Experiências em Agricultura em Quintais
Com a ajuda de três estudantes do curso de agronomia da UFSC, que já
estavam inseridos nesta comunidade através de outras atividades, 60 questionários
foram aplicados num espaço de tempo de um mês. Utilizando um método onde cada
entrevistador era responsável por determinadas ruas da comunidade preencheu-se
os questionários sempre que houvesse algum morador apto a respondê-lo. Deste
modo foram pesquisados aproximadamente 50% das residências da Comunidade da
Praia das Areias, sendo satisfatório para levantar informações sociais e econômicas
das famílias e criar um panorama da Agricultura Urbana nesta comunidade.
Os objetivos principais do questionário são: conhecer aspectos
socioeconômicos dos(as) moradores(as); saber se os moradores já fizeram algum
tipo de cultivo (agricultura) no quintal, se continuam ou se pararam e porque o
fizeram; saber se o entrevistado(a) havia participado ou ainda participa de algum
movimento social ou mantém algum envolvimento de cunho comunitário. Entre os
que responderam que continuam fazendo agricultura urbana, uma série de
perguntas foram feitos para desenharmos um panorama destas práticas na
comunidade. As questões nessa área tiveram como objetivo explorar os seguintes
aspectos:
• As práticas de agricultura urbana são relevantes no contexto familiar,
contribuindo especialmente na alimentação destas pessoas? Além da
alimentação, que outra(s) importância(s) é/são atribuída(s) à prática de
cultivos em quintais?
• Quais são as motivações que levam as pessoas a essas práticas?
• Quais os fatores limitantes a essas práticas (materiais, conhecimento,
motivação, espaço físico, etc.)?
• Que tipos de cultivos/práticas e estratégias de ocupação dos espaços
são adotados pelos moradores?
20. 20
• Conhecer o que estes moradores plantam através de grupos de
espécies como frutíferas, ornamentais ou hortaliças.
• Qual a relação destes moradores com o lixo gerado nas suas
residências.
Outro importante aspecto do questionário foi o de perceber o interesse dos
moradores em participar do que chamamos de “primeiro encontro de trocas de
experiência em agricultura em quintais”. Além de convidá-los para esse evento se
identificou os melhores dias e horários para esta prática. No próprio questionário da
pesquisa existem algumas perguntas destinadas ao interesse e disponibilidade da
formação deste grupo de trocas de experiências, inclusive com um chamado para o
primeiro encontro deste grupo. Este chamado acontecia no momento da entrevista
com os moradores.
A proposta metodológica consistia em planejar, após este primeiro encontro,
uma agenda de encontros e atividades, onde o objetivo seria a realização de
mutirões de trabalho nos quintais, encontros técnico/teórico sobre agroecologia,
compostagem, manejo de solo, práticas alternativas de controle de pragas e
doenças, economia solidária e plantas medicinais. Sem nenhum recurso financeiro
para custear essas ações contamos somente com o interesse pelo tema, bem como
em fortalecer as bases comunitárias de organização.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 – Comunidade da Praia das Areias do Campeche: aspectos
históricos, sócio-econômicos, culturais e estruturais
A população de Florianópolis passou de 138.337 habitantes em 1970 para
342.315 em 2000. Verifica-se, portanto, que em 30 anos a população quase que
triplicou, prejudicando, principalmente, as pessoas com baixa renda e pouca
qualificação profissional que acabam sentindo, com maior intensidade, os problemas
de saneamento básico5, acesso aos serviços de saúde, carência alimentar, violência
urbana entre outros problemas. A cidade de Florianópolis, apesar de ostentar o título
5 Somente 32,79% do esgoto é tratado e 2,18% do lixo é coletado de maneira seletiva (Prefeitura Municipal de
Florianópolis).
21. 21
de capital com melhor qualidade de vida do Brasil, esconde um conjunto de mais de
50 favelas onde vivem cerca de 10% da população6, texto extraído do Projeto
enviado para Miserior (Cepagro, 2004)
A Comunidade onde se realizou esta etapa do estágio está localizada no sul
da ilha de Santa Catarina, entre os bairros Campeche e Morro das Pedras,
conhecida popularmente como Areias do Campeche. O acesso ao se dá através da
Rua Francisco Vieira, que se situa a 100 metros do Trevo do Erasmo, bifurcação da
SC-405, que dá acesso aos bairros Ribeirão da Ilha e Morro das Pedras. Situada a
100 metros da Praia do Campeche, junto à faixa de dunas de areia. Os moradores
denominam o local onde residem de Praia das Areias.
O aglomerado residencial principal ocupa uma área de 29.000 m²,
relativamente plana (declividade média de aproximadamente 4%), cuja altitude varia
entre 5 e 10 metros. Apenas na faixa voltada para as dunas existem trechos com
declividades acentuadas (em torno de 20%). É nesta faixa que ocorrem os pontos
mais elevados e os mais baixos do sítio. A intensa ocupação das dunas limítrofes
impede que se tenha visuais diretos para o mar a partir das residências. A inserção
das mesmas numa área litorânea de relevo pouco acidentado, permite uma boa
captação dos ventos, configurando um microclima adequado para o uso
habitacional.
Para uma melhor compreensão das relações sociais existentes entre esta
Comunidade (expressão que passamos a utilizar como referência à área em estudo)
e seu entorno levantamos os pontos orientadores e sua ocupação:
Ao sul existem condomínios horizontais de padrão elevado, que se estendem
até a praia. O condomínio voltado para a Rua Francisco Vieira – Village das Azaléias
– possui um muro alto em toda a sua extensão, impedindo as relações entre os
moradores das duas áreas residenciais. A maioria das casas destes condomínios
fica fechada fora da temporada, servindo apenas para o veraneio de seus
proprietários.
6 O critério utilizado neste estudo realizado pela Prefeitura Municipal, baseia-se nos padrões determinados pelo Instituto de
Administração Municipal (Ibam), que considera favela local onde há deficiência de infra-estrutura que comprometa a
qualidade de vida dos moradores, precariedade de habitação e renda familiar inferior a três salários mínimos, entre outros
aspectos.
22. 22
No lado oeste foi implantado há pouco mais de um ano um grande loteamento
destinado à classe média. Até o momento, poucas residências foram construídas.
Os lotes limítrofes têm seus fundos voltados para a Rua dos Eucaliptos, o que não
favorece a relação entre os moradores da comunidade e do novo loteamento. O
bairro Castanheira, mais a oeste, é composto por vários loteamentos compridos e
estreitos, ocupados em geral por classe média. Os moradores deste bairro
praticamente não se relacionam com a comunidade em questão.
Ao norte, há um amplo terreno desocupado destinado à área verde do
loteamento recém implantado a oeste. Até pouco tempo atrás, este terreno era
aproveitado pelos moradores da comunidade para atividades esportivas e
comunitárias, porém a colocação de cercas de arame farpado impediu a
continuidade destes usos.
A leste, encontram-se as dunas da Praia do Campeche, intensamente
ocupadas por residências de veraneio de padrão elevado e também por residências
precárias. As dunas estão entre a Comunidade e o mar. A população que freqüenta
aquela praia se restringe aos moradores locais e surfistas, pois o mar ali é muito
agitado. O mar é utilizado pela comunidade do assentamento tanto para o lazer no
verão, quanto para a pesca, servindo assim como fonte de alimento.
Sobre a história desta comunidade, faremos um resgate desde o uso inicial
destas terras que originariamente integravam uma vasta área de reflorestamento de
espécies exóticas -pinnus e eucaliptos-, de propriedade do Governo do Estado de
Santa Catarina. Há algumas décadas, uma grande área deste reflorestamento
passou para a propriedade de um particular, incluindo toda a área da Comunidade e
do loteamento vizinho recém implantado.
A ocupação do terreno pela população de baixa renda se iniciou nos anos
1980, quando surgiram as primeiras casas, bastante precárias. Desde então, uma
série de intervenções sociais e judiciais aconteceram, seguidos de uma forte
mobilização social desta Comunidade. A seguir apresentamos alguns momentos
marcantes desse processo de ocupação da área:
• A Prefeitura Municipal, através da Divisão de Ação Comunitária,
começou a atuar na Comunidade em 1991, época em que fez o
23. 23
primeiro cadastramento dos moradores, registrando um total de 104
famílias;
• No mesmo período, o proprietário do terreno havia acionado a Justiça
para requisitar a reintegração de posse;
Como relata uma matéria publicada no Jornal Diário Catarinense de 18/08/94:
“O prefeito de Florianópolis, Sérgio Grando (PPS), anunciou ontem a
desapropriação de uma área localizada na Rua dos Eucaliptos... para o
assentamento definitivo de 80 famílias. O terreno é reivindicado pelo advogado
Henrique Berenhausen, que em 1986 entrou com processo de reintegração de
posse, alegando invasão clandestina no local. Ontem de manhã, por decisão judicial,
oficiais da Justiça iriam executar o despejo das famílias...”;
No dia seguinte, o Jornal “O ESTADO” noticiou o assunto da seguinte forma:
... “Durante toda a manhã de ontem, mais de 100 pessoas permaneceram no
auditório da prefeitura aguardando a assinatura do decreto. ... Depois da tentativa
frustrada de reintegração de posse, na última terça-feira, o prefeito Sérgio Grando
havia garantido aos moradores que desapropriaria o terreno. Acontece que o
proprietário do terreno apresentou uma nova proposta que transferiria as famílias
para uma área sem infra-estrutura. O caso foi estudado por técnicos da prefeitura e
a decisão sairá hoje. O presidente da Associação de Moradores, Marta Reis,
garantiu que as famílias estão dispostas a pagarem seus lotes para a prefeitura,
caso saia a desapropriação. ‘Pagaremos duas vezes pelo lugar, já que todos que
moram lá, compraram o terreno e têm escritura de posse’, frisou.”
A desapropriação da área em litígio só se efetivou em março do ano seguinte,
através do Decreto Municipal nº 85/95, destinando-a para o assentamento das
famílias carentes que ali moravam. Esta grande conquista dos moradores só foi
possível graças ao seu engajamento para fazer pressão junto à prefeitura, para não
serem expulsos do local.
Mesmo com a desapropriação, nem todas as famílias conseguiram manter as
suas casas. Isto ocorreu porque algumas moradias se localizavam fora dos limites
da área desapropriada. O Jornal “O ESTADO” de 23/05/95 noticiou a demolição de
residências no local:
24. 24
“A Prefeitura de Florianópolis determinou, ontem pela manhã, a demolição de
aproximadamente 20 casas construídas ilegalmente no terreno de propriedade de
Henrique Berenhausen na Praia do Campeche. Algumas das famílias desalojadas
foram transferidas para o terreno que a prefeitura desapropriou do próprio
Berenhausen no começo deste ano. ... A força policial presente à ação de demolição
– quase 100 homens – foi justificada como ‘de rotina’. Todas as famílias já haviam
sido avisadas da demolição, a tempo de retirarem os móveis dos interiores das
casas. ... A ação demolitória de ontem transcorreu sem qualquer incidente. A única
dificuldade foi causada pela qualidade de algumas casas, construídas de alvenaria.
... A Prefeitura agora concentra esforços para a realização do projeto de
urbanização, concebido ao mesmo tempo em que a desapropriação era feita. A
intenção é oferecer toda a infra-estrutura às famílias assentadas. ...”
Mais uma vez, a comunidade demonstrou união e solidariedade, empenhando
agora esforços coletivos para construir novas casas, nos vazios existentes no interior
da área desapropriada, para abrigar as famílias que foram alvo da demolição.
Nesta época, às pressas, os moradores fizeram a redemarcação dos lotes,
atribuindo a cada família um lote entre 180 e 220 m². Nenhuma das casas existentes
dentro dos limites da desapropriação foi demolida. Não houve sorteio dos lotes; cada
família escolhia o lote onde iria construir a sua casa. Em algumas casas, residiam
várias famílias de parentes. Mesmo assim, sobraram alguns lotes, que
posteriormente foram destinados pela prefeitura a famílias que residiam em áreas
ocupadas no continente.
Os moradores entrevistados relataram que nesse período não havia
abastecimento público de água; a energia elétrica era obtida clandestinamente; o
local era esconderijo de bandidos, sendo visto até hoje pelas comunidades vizinhas
como uma área marginalizada, denominada de favela.
Depois de garantida a permanência no local, a luta da comunidade
prosseguiu, desta vez para conseguir a implantação da infra-estrutura urbana. A
Associação de Moradores da localidade conseguiu organizar uma equipe de
técnicos voluntários para elaborar um projeto de urbanização da área. Porém, essa
equipe não chegou a desenvolver o projeto, frustrando os anseios da população.
25. 25
O poder de mobilização da comunidade também se fez notar através da sua
atuação no orçamento participativo de 1996, no qual foram destinadas verbas para a
urbanização e construção de moradias populares nas Areias do Campeche. Porém,
o governo federal não enviou a verba destinada a estes projetos, deixando a
comunidade mais uma vez frustrada e desmotivada.
Apenas recentemente, surgiram novas perspectivas de que a Comunidade
seria alvo de um projeto de urbanização, através do convite dirigido pela prefeitura
municipal, através da sua Secretaria da Saúde e Desenvolvimento Social, à
Universidade Federal de Santa Catarina (Departamento de Arquitetura e Urbanismo/
Grupo de Estudos da Habitação e Departamento de Engenharia Civil) para
estabelecerem uma parceria entre as duas instituições e a Associação dos
Moradores da Praia das Areias.
Atualmente cerca de 120 famílias residem no assentamento da Praia das
Areias. Trata-se de uma população heterogênea, com acentuadas diferenças quanto
à origem, nível socioeconômico e composição do grupo familiar. Os levantamentos
cadastrais da prefeitura revelam que mais da metade dos moradores é procedente
de outros estados, e que aproximadamente 30% vieram de cidades do interior do
estado, principalmente do sul e do oeste de Santa Catarina. Embora em menor
quantidade, há também moradores naturais de Florianópolis. Outro dado é que mais
de 70% dos moradores atuais residem na Comunidade desde a época da
desapropriação.
A situação econômica das famílias em geral é precária, sendo que a maioria
dos moradores exerce atividade autônoma sem qualificação. Predominam os
serventes de pedreiro, artesãos, faxineiras e biscateiros. Além dos autônomos,
existem alguns moradores que são empregados em pequenas empresas, outros são
funcionários públicos e há ainda os que possuem um pequeno comércio na própria
localidade. Durante os dias de folga, é comum os moradores trabalharem na reforma
de suas casas ou ajudarem na reforma das casas dos vizinhos. A Comunidade
parece um canteiro de obras que nunca acaba.
Em relação às famílias percebe-se que os núcleos tradicionais predominam,
porém há também casos de mulheres viúvas ou separadas residindo sozinhas ou
com os filhos; de filhos casados morando com os pais; de indivíduos ou casais
26. 26
morando sozinhos. A maioria das famílias é jovem e têm-se muitas crianças e
adolescentes. A maioria das mulheres não exerce atividade remunerada. Algumas
delas fazem trabalhos eventuais como faxineiras, principalmente quando os maridos
estão sem trabalho.
Com relação aos problemas sociais destacamos o desemprego ou
subemprego que atingem várias famílias, gerando muitas carências, havendo
inclusive casos de subnutrição. Uma equipe da pastoral da criança vem realizando a
distribuição de leite e o acompanhamento mensal do peso das crianças. Além disto
também as Agentes de Saúde comunitária da Prefeitura Municipal de Florianópolis
executam trabalhos desta natureza. Aliado ao problema do desemprego e da falta
de ocupação, há um índice elevado de pessoas dependentes de drogas e/ou de
álcool. A área é um importante ponto de tráfico de drogas. Outro dado é que existem
diversos casos de analfabetismo entre os moradores.
Vale ressaltar ainda que esta análise da comunidade foi elaborada a partir
das conversas com moradores e diretoria da AMPA, bem como pela leitura de
documentos dessa Associação e da “Caracterização das Moradias da Praia das
Areias”, elaborado em novembro de 1998 pelo Grupo de estudos em Habitação
(GHab) do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade federal de
Santa Catarina.
A Comunidade da Praia das Areias do Campeche é marcada por uma forte
luta pela posse e uso da terra que compreende este assentamento, assim, um
histórico de aquisições, relocações, brigas jurídicas e negociações como poder
público resume a constituição deste assentamento. Também vale ressaltar que por
ser uma área de dunas, mais precisamente, num ecossistema de restinga, esta é
uma área ilegal para a ocupação humana como delimita o Plano Diretor da
Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF).
Segundo estudos da PMF esta é uma área de risco social, devido ao alto
índice de desemprego, baixa escolaridade e índices crescentes de consumo de
drogas, bem como, o aumento dos pequenos furtos que acontecem nas regiões
adjacentes ao assentamento que sempre se dirigem a esta comunidade como
oriunda dos fatos.
27. 27
Por estar situada no meio de condomínios residenciais de classe média alta,
sofrem discriminações e também grande pressão por conta da especulação
imobiliária, que é um fato marcante em Florianópolis, principalmente em áreas de
balneário como as Areias do Campeche. Conseqüência disto, a instabilidade e
insegurança dos moradores em relação ao uso e posse da terra é marcante entre os
moradores, atingindo diretamente a sua relação com o seu quintal ou terreno.
O fato de pesquisas anteriores feitas na comunidade não considerarem os
cultivos dos quintais como práticas e ocupações dos moradores, desconsidera-se
qualquer possibilidade destas informações estarem contidas em estratégias e
políticas públicas voltadas para esta comunidade. Esta seria uma ótima estratégia
de atuação na comunidade para ocupação de mulheres e homens
desempregadas/os, jovens e crianças.
4.2 – Principais elementos do diagnóstico sócio-econômico das famílias
e suas experiência em Agricultura Urbana
A partir do questionário “Diagnóstico – Agricultura Urbana na Praia das Areias
do Campeche” foi possível observar o perfil sócio-econômico dos entrevistados e
suas relações com a temática deste trabalho. Através de perguntas chaves do
questionário que está em anexo, temos o objetivo de analisar as potencialidades em
Agricultura Urbana desta comunidade. Através de gráficos, citações de outras
pesquisas e observações serão demonstrados os principais elementos do
diagnóstico, onde, 62 entrevistados, que respondem por sua família, irão
representar as relações existentes entre Agricultura Urbana e as características da
comunidade em questão .
Inicialmente dividimos os resultados das repostas negativas e afirmativas para
os cultivos nos quintais, encontrando nas respostas positivas casos de pessoas que
pararam e que continuam a produzir.
Figura 1: Gráfico que mostra a proporção de moradores em relação a
prática de Agricultura Urbana.
28. 28
12
40
10
Dos 62 entrevistados, doze (20%) responderam que “Não”, não fazem
nenhum tipo de cultivo em seus quintais. Dez (17%) responderam que “Sim”, já
fizeram algum tipo cultivo em seus quintais mas pararam por diversos motivos.
Quarenta (63%) responderam que “Sim” e continuam fazendo algum tipo de cultivo
em seus quintais. Observamos que 80% dos entrevistados tem alguma relação
agrícola com seus quintais. Estes, inicialmente são alvo desta pesquisa que tem
como objetivo conhecer melhor destes moradores para posteriormente formar um
grupo que trate deste tema na comunidade.
Para melhor conhecer a situação econômica dos entrevistados e suas
respectivas famílias, um quadro com o panorama da renda mensal dos integrantes
da família, foi aplicado ao entrevistado.
Figura 2: Renda familiar mensal.
não
sim e continua
sim e parou
29. 29
16
22
n° de famílias
5 4
15
menos de
R$400,00
R$600,00 -
R$1000,00
R$1000,00 -
R$1500,00
mais de
R$1500,00
não
declarou
Renda mensal
Como resultados, obtivemos 16 famílias que vivem com menos de R$ 400,00
mensais e 22 famílias que vivem com uma renda mensal entre R$600,00 e
R$1000,00 representando 61% dos entrevistados. Apenas 5 famílias vivem com
uma renda entre R$1000,00 e R$1500,00 mensais e 4 famílias vivem com mais de
R$1500,00 por mês, representando 15% dos entrevistados. Compreendemos que as
15 pessoas, representando 24% dos entrevistados, que não declaram sua renda não
o fizeram por não se sentirem confortáveis ao declararem o quanto ganham ou por
desconhecerem o valor da renda familiar.
Sabendo que quase 50% dos entrevistados têm renda mensal família menor
que R$1.000,00, pela baixa renda mensal destas famílias, percebemos que a
comunidade é realmente alvo de um projeto que vise melhorias e garantias na
qualidade de vida através da segurança alimentar, melhores condições ambientais e
um cuidado especial com a saúde desta população como objetiva um Projeto de
Agricultura Urbana.
Segundo Siau & Yurjevic (1993, p.44) “um aspecto importante da relação
entre o urbano e o rural é a migração de pessoas. O principal fluxo é o que parte do
rural, e que está constituído principalmente por jovens”. Estes jovens que o autor se
refere, foram aqueles que há 10 – 15 anos vieram de suas cidades originárias rurais
e constituíram suas famílias nos centros urbanos. Também existem os casos de
famílias que vieram já formadas para as cidades oriundas do meio rural, todas
reflexos do êxodo rural, que na sua maioria se instalam nas periferias dos centros.
Na comunidade da Praia das Areias isto está representado na Figura 3.
30. 30
Figura 3: Gráfico da origem das famílias entrevistadas
40
n° de famílias
20
2
40
35
30
25
20
15
10
5
0
rural urbana não declarou
A migração de pessoas do rural para urbano nessa comunidade tem uma
representatividade bastante significativa, onde 65% dos entrevistados é de origem
rural. Este fato acaba acarretando uma série de fatores em relação ao manejo dos
quintais, espécies plantadas e motivações de cultivarem nos quintais, sendo melhor
apresentados no decorrer desta analise do diagnóstico.
Um dos objetivos do questionário era sabermos se os entrevistados tinham
algum histórico de participações em trabalhos comunitários ou movimentos sociais e
populares, a fim de constatar facilidade ou dificuldade de empreender atividades
deste caráter na comunidade da Praia das Areias. Para isto construímos uma
pergunta que esclareceria estas dúvidas.
Figura 4: Representa a participação do entrevistado em algum trabalho
comunitário, formação de grupos ou movimentos populares sociais.
31. 31
48%
52%
Sim, já participou
Não, nunca participou
A partir desta figura observamos que 48% dos entrevistados nunca participou
de atividades coletivas e 52% já participou, sendo assim, com uma diferença tão
pequena entre os resultados, não sendo parâmetro para a identificação de
potenciais para a atividade a ser proposta na comunidade sob forma de um Grupo
de Trocas de Experiência em Agricultura Urbana.
Apesar de não serem representativos para este objetivo do diagnóstico,
observamos que 52% de participação é um número bem significativo para uma
comunidade, reforçando e refletindo todo processo de lutas e mobilizações em prol
de suas moradias, já constatado neste capítulo.
Pensando nas estratégias e ações do Grupo de Trocas de Experiência Sobre
Agricultura em Quintais da comunidade, concluímos que seria de fundamental
importância sabermos do interesse dos entrevistados de estar participando, ou não.
Daqueles que responderam que teriam interesse, buscamos verificar um dia comum
para as atividades,
Figura 5: Percentagem de interessados em participar do Grupo de Trocas de
Experiências Sobre Agricultura em Quintais na Comunidade.
32. 32
10%
34% 56%
Sim
Não
Talvez
Figura 6: Dias disponíveis para os encontros e atividades.
9
1 1 1
5 6
2
3
2
Sábado
qualquer dia
fim de semana
dia de semana
Segunda
Quinta
Terça
Sexta
quando o filho crescer
Como constatamos nas Figuras 5 e 6, existe um grande percentual de
interessados para a atividade. A escolha do melhor dia para estes encontros foi feita
analisando que a maioria das pessoas tem disponibilidade nos finais de semana,
especialmente aos sábados, desta forma quando realizamos o primeiro encontro do
Grupo de Trocas de Experiência Sobre Agricultura em Quintais da comunidade,
escolhemos o Sábado.
4.3 – Aspectos dos entrevistados que “NÃO” praticam Agricultura
Urbana
Aproximadamente 19% dos entrevistados respondeu que nunca tiveram
nenhum tipo de cultivo em seus quintas, nessa comunidade. A partir dessa reposta
33. 33
devemos ser cuidadosos pois o fato de não terem experiências na atual residência
não podemos excluir a possibilidade de um dia surgir o interesse pelo assunto.
Seguindo a resposta negativa analisamos outros elementos do diagnóstico
para justificar esta posição de não praticar Agricultura Urbana, pois, estes também
são moradores que devem ser considerados. Conhecê-los é fundamental para
construirmos melhores estratégias de aproximação.
Figura 7: Renda familiar mensal das famílias que não praticam
Agricultura Urbana
6
4
2
0
menos de
400,00
600,00 -
1000,00
acima de
1000,00
Não declarou
EM R$ POR FAMÍLIA
Nº
DE
FA
MÍ
LI
AS
Conforme Figura 7, das 12 pessoas que responderam esta categoria, 05
delas tem renda familiar mensal inferior a R$400,00, computando 42% do total.
Este resultado mostra que estas famílias seriam realmente o alvo de ações
que promovessem segurança alimentar como faz a prática de agricultura urbana.
Em experiências com moradores da periferia do Rio de Janeiro em Agricultura
Urbana Monteiro e Mendonça (2004) falam que é comum nas famílias de baixa
renda se observar uma baixa auto-estima, o que restringe fortemente a participação
em atividades comunitárias e as desmotiva a cuidar de seus quintais.
Outro ponto relevante para a ação a ser proposta na comunidade, é o fato de
que 66% dos entrevistados que não praticam Agricultura Urbana, tem origem rural,
num trabalho de sensibilização esse indicativo pode ser utilizado como um grande
potencial para o resgate cultural.
Saber que 07 dos 12 entrevistados nunca participaram de trabalhos
comunitários ou movimentos sociais e populares, foi de fundamental importância
34. 34
para concluirmos que a maioria realmente tem um histórico de desmobilização
comunitária. Como já esperávamos 08 dos 12 não têm interesse em participar do
Grupo de Trocas de Experiência Sobre Agricultura em Quintais da comunidade.
Também foram observados pontos que são negativos nesse grupo de
entrevistados para uma articulação de trabalhos coletivos, o fato de da maioria
nunca ter participado de trabalhos comunitários ou movimentos sociais e populares,
07 dos 12 entrevistados, mostrando que a maioria realmente tem um histórico de
desmobilização comunitária, e ainda, 08 dos 12 não têm interesse em participar do
Grupo de Trocas de Experiência Sobre Agricultura em Quintais da comunidade.
Figura 8: Representação das causas levantadas pelos moradores ao fato
de não plantarem em seus quintais.
3
2
2
2
1
1
1
1
não têm espaço
moradores novos
a terra é muito ruim
não responderam
casa para veraneio
não gosta de plantar
mora de aluguel
nunca pensou
A pergunta chave para esta categoria era saber por que estas famílias não
plantavam em seus quintais. Com estas respostas poderíamos criar melhores
estratégias de aproximação a estas famílias, pois sabemos que são alvo de
trabalhos com Agricultura Urbana como justificado acima. Na Figura 8 mostramos
que as justificativas para não plantar nos quintais são as mais diversas, no entanto,
as questões de falta de espaço, baixa fertilidade do solo e moradias novas são as
mais encontradas. Devemos considerar esta diversidade de motivos para
planejarmos e promoção ações em Agricultura Urbana nesta comunidade. Também,
35. 35
vale salientar que mantivemos as respostas na íntegra para haver uma maior
transparência nos resultados.
4.4 – Aspectos dos entrevistados que responderam que já praticaram
Agricultura Urbana, mas pararam.
Com 10 respostas nesta categoria, computou aproximados 16% dos totais
que responderam ao questionário. Temos um interesse principal em saber o que
levaram a parar com estas práticas em suas residências. Assim verificamos que 04
entrevistados perderam o espaço que tinham para cultivar, principalmente para
construções. Como já mostramos neste trabalho, os terrenos geralmente são muito
pequenos, assim quando as famílias precisam aumentar as construções, muitas
vezes é porque os filhos casam, ou outros familiares vêm morar junto destas
famílias. Com o aumento do número de integrantes da família acabam utilizando de
todo o terreno para construírem. Ainda dentro destes 04 alguns perderam o espaço
para animais, principalmente cachorros. Vale salientar que duas destas pessoas
participaram do Projeto Agroecologia Urbana. Dos entrevistados, 04 dizem que seus
cultivos foram acabando, como justificativa falam que a terra é ruim ou faltou um
muro para proteger. Um entrevistado diz que não tem sorte e o outro fala que ainda
não fez nesta comunidade e sim onde morava antes de vir morar ali.
Em relação à Renda mensal familiar, constatou que 60% dos entrevistados
recebem entre R$600,00 e R$1000,00, o que de fato não os coloca numa categoria
muito desprivilegiada economicamente, tranqüilizando os ânimos de quem avalia
que a Agricultura Urbana é uma ótima ferramenta no combate a pobreza e geração
de soberania alimentar para as famílias praticantes.
Estas famílias são na sua maioria de origem urbana, com 60% dos
entrevistados. Também verificamos que 08 entrevistados já participaram de
trabalhos comunitários ou movimentos sociais e populares e 07 deles têm interesse
em participar do Grupo de Trocas de Experiência Sobre Agricultura em Quintais da
comunidade. Resultados que mostram um grande potencial destes famílias
retomarem às práticas de Agricultura Urbana devido à formação do Grupo e ao
envolvimento comunitário que seus históricos apresentam.
36. 36
4.5 – Aspectos dos entrevistados que responderam que fazem
Agricultura Urbana.
Foram 40 entrevistas que responderam que já fez algum tipo de cultivo
(agricultura) no seu quintal e continuam fazendo, representando cerca de 60% do
total de entrevistados. Neste eixo da pesquisa observamos que a origem das
famílias exerce influência na prática da Agricultura Urbana, pois 70% destes 40
entrevistados são de origem rural e apenas 30% de origem urbana que nunca
moraram em zonas rurais ou tivessem vivido da agricultura.
Figura 9: Renda familiar mensal dos que responderam que fazem
Agricultura Urbana.
10
13
n° de famílias
4 3
10
menos de
R$400,00
(16)
R$600,00 -
R$1000,00
(22)
R$1000,00 -
R$1500,00
(5)
mais de
R$1500,00
(4)
não
declarou
(15)
Renda mensal
Como mostra a Figura 9, a renda familiar mensal de 48% dos entrevistados é
inferior a R$1000,00, não mostrando relação direta entre os praticantes de
Agricultura Urbana e índices de pobreza. Quando mostrarmos os resultados das
motivações a praticarem agricultura urbana, serão observadas várias motivações
que não estão relacionados à carência econômica destas famílias.
Percebemos que a participação em trabalhos comunitários ou movimentos
sociais e populares teve um grande equilíbrio nas respostas com 21 respostas que
nunca participaram e 19 que já participaram. O interesse em participar do Grupo de
Trocas de Experiência Sobre Agricultura em Quintais da comunidade foi bem
relevante pois, 24 entrevistados responderam que tinham interesse, 10 não tinham e
06 talvez o tivessem, dependendo do dia, horário ou disponibilidade.
37. 37
4.5.1 – Panorama da Agricultura Urbana demonstrado pelos
entrevistados.
Neste momento entramos numa das partes mais importantes deste
diagnóstico, a constatação das práticas em Agricultura Urbana. Poderemos traçar
um perfil destas pessoas que praticam Agricultura Urbana, para que de certa forma,
possamos compreender melhor este universo na Comunidade da Praia das Areias.
“Nos espaços urbanos, são comuns pequenas parcelas que mantêm diversas
categorias de cultivos, frutíferas, medicinais, cereais, hortaliças e ornamentais.”
(MONTEIRO, MENDONÇA E SILVA. s.d.)
Figura 10: Gráfico que mostra as proporções de espécies vegetais
encontradas nos quintais.
19%
18%
22%
21%
20%
Temperos
Chás
(medicinais)
Frutíferas
Flores ou
Ornamentais
Hortaliças ou
Legumes
Inicialmente foi identificado o que estava plantado nos quintais dos
entrevistados, procuramos categorizar as respostas em: Temperos, Chás, Frutíferas,
Flores/Ornamentais e Hortaliças ou Legumes, já que os entrevistadores eram todos
estudantes de agronomia, conseguindo assim homogeneizar a linguagem para
traduzir as respostas. Desta forma, não pudemos citar as espécies mais cultivadas
nem mesmo os casos de maior ou menor diversidade nos quintais, isto foi apenas
presenciado pelos entrevistadores nas suas visitas aos quintais. Como mostra a
Figura 10 há um equilíbrio entre as espécies plantadas nos quintais, caracterizando
quintais com uma boa diversidade vegetal.
Quando perguntados sobre o porquê ou para que fazia o cultivo em seu
quintal, vimos que o fato de serem maioria de origem rural acaba plantando porque
38. 38
gostam. Isto na verdade, é conseqüência das heranças rurais que os fazem gostar
desta prática, pois, oriundos do êxodo rural chagam nas cidades e no processo de
adaptação ao modo de vida da cidade acabam praticando costumes do local de
origem, sendo a agricultura uma delas. Como o espaço é bem mais reduzido, fazem
justamente pela satisfação da prática.
Figura 11: Respostas quanto aos objetivos em plantar nos quintais.
13
15
7
4
1
DOAR AOS VISINHOS E
AMIGOS
OCUPAR O TEMPO
EMBELEZAR
UTILIZAR NA CASA
GOSTAM
Cumprindo com dois objetivos da Agricultura Urbana, segurança alimentar e
qualidade nutricional na alimentação, 13 entrevistados responderam que utilizam
seus cultivos na casa, isto é, na cozinha para sua alimentação. Desta forma
diminuem suas despesas, pois deixam de comprar quando passam a consumir de
seus próprios quintais, bem como acessar alimentos que não teriam condições de
adquirir. Isto é evidenciado também na pesquisa participativa em segurança
alimentar e agricultura urbana realizada em Belo Horizonte nos bairros do Taquaril e
Granja de Freitas desenvolvido pela Rede de Intercâmbio em Tecnologias
Alternativas. (REDE DE INTERCAMBIO EM TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS, s.d.).
Sobre os principais problemas encontrados pelos agricultores de quintais na
comunidade das Areias do Campeche são quase os mesmos que fizeram as
pessoas que praticavam Agricultura nos Quintais a desistirem, que são: a falta de
39. 39
espaço, o fato da terra muito arenosa e consequentemente muito fraca; e problemas
com animais como cachorros e gatos.
Figura 12: Principais problemas encontrados ao fazer Agricultura Urbana
na Praia das Areias do Campeche.
40%
17%
3%
10%
7%
10%
13%
falta de espaço
terra fraca
animais
pragas
maresia
falta de tempo
não têm problemas
Com estes dados, sabemos que para implementar um trabalho com
agricultura nos quintais desta comunidade é importante estudarmos técnicas e
práticas para otimizar os pequenos e restritos espaços, além de práticas que
melhorem a qualidade do solo com adubação a partir da produção de composto e
utilização de palhada. Como mostra a Figura 12 existem também outros principais
problemas, bem como a inexistência dos mesmos. Problemas com pragas e
doenças que poderiam dificultar a Agricultura Urbana aparecem em 4° lugar,
mostrando que esta prática é diferente da Agricultura Rural que, quando
convencional, gasta uma grande quantidade de dinheiro com venenos. Quando
ecológica, é sempre motivo de grande atenção e preocupação para quem planta.
As motivações a cultivarem em seus quintais confunde-se bastante com o
porquê ou para que o entrevistado cultiva em seu quintal.
Figura 13: As motivações dos moradores em praticar Agricultura Urbana
40. 40
27%
10% 8%
15% 20%
10%
10%
gostam
já foi agricultor
terapia
desenvolvimento das plantas
sonham em ter uma horta
grande
gostam de comer o que
plantam
Percebemos que é de fundamental importância sabermos das motivações
destes moradores, portanto, a origem rural e o gosto por plantar na maioria das
famílias são fatores de motivação da prática de agricultura também nos espaços
urbanos. Com 15% das respostas o fato de ser uma terapia plantar, torna-se o
agente motivador desta prática, merecedor de uma atenção especial para
planejamento das atividades, pois mostra uma relação direta com a qualidade da
saúde mental e o bem estar dos praticantes de Agricultura Urbana como cita
Almeida (2004), “O ato de plantar, mexer na terra, conversar com as plantas e
animais é muito relacionado com a manutenção da saúde. Casos de melhoria de
pressão alta, depressão, aumento da sociabilidade e de menor necessidade de
procurar o centro de saúde são relatados.”
4.5.2 – Manejo dos quintais
a) Construção dos Canteiros
Como mostra na pesquisa participativa em segurança alimentar e agricultura
urbana em Belo Horizonte no bairro do Taquaril desenvolvido pela Rede de
Intercâmbio em Tecnologias Alternativas, experiências de plantios em lajes de
casas, não havendo problemas com infiltrações. Como formas de reaproveitamento
de recipientes, encontramos: geladeiras velhas, carcaças de televisão, vasos
sanitários, pneus, latas, bacias e vasilhas velhas. (REDE DE INTERCAMBIO EM
TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS, s.d.)
41. 41
Figura 14: Formas utilizadas por moradores da comunidade para
construção de canteiros.
27%
8% 8% 3%
14% 19%
8%
13%
qualquer lugar
com tijolos
madeira
em vasos
caixas
garrafas PET
pneus
onde foi um galinheiro
Conforme Figura 14, na comunidade da Praia das Areias do Campeche,
também encontramos diversas formas de reaproveitamento de recipientes, bem
como delimitação dos canteiros com madeira ou tijolos e até mesmo sem apresentar
delimitações. Vale ressaltar que, para intervenções nesta comunidade com trabalhos
em Agricultura Urbana devemos incentivar a utilização alternativa de espaços como,
utilização de floreiras, plantios em vasos, cultivos nem cima das lajes e utilização de
espaços públicos e abandonados.
b) Adubação
Segundo, a Rede de Intercambio em Tecnologias Alternativas (s.d.) em
Diagnóstico nas comunidades do Taquaril e Granja do Freitas, Belo Horizonte/MG,
“quase todos os moradores fazem algum tipo de adubação, utilizando esterco
bovino, que pegam nos arredores ou utilizam o lixo doméstico para adubação, de
formas diferenciadas.” Isto também acontece na comunidade da Praia das Areias,
no Figura 15 mostraremos os resultados das formas de adubação encontradas
durante a pesquisa.
42. 42
Figura 15: Formas encontradas de adubação dos quintais.
25%
20%
10%
20% 25%
esterco que compram ou
que catam no pasto
enterram os restos vegetais
compram terra preta em
agropecuárias
não têm nenhuma forma de
adubação
utilizam composto, que são
produzidos nos próprios
quintais
Como a comunidade está próxima de alguns terrenos grandes, onde existem
cavalos, bois ou vacas pastando, existe a possibilidade da catação do esterco
destes animais. Outro fator importante é a presença do “Seu Chinico” que cria
alguns animais na região e tem um curral onde coleta os estercos e vende
“carroçadas” para os moradores da Praia das Areias e bairros próximos, sendo ele o
maior ou único fornecedor de esterco da região. A utilização do composto produzido
na própria casa ou o fato de enterrar os restos vegetais da cozinha, mostra a
consciência dos moradores sobre a importância da reciclagem de lixo orgânico na
própria residência.
c) Cobertura de solo
Para ser sustentada nos princípios ecológicos na Agricultura Urbana devem
constar práticas conservacionistas do solo como a utilização de palhada para
diminuição das perdas de água por evapotranspiração, bem como, aumentar a
quantidade de matéria orgânica do solo.
Figura 16: Presença de cobertura do solo nos quintais.
43. 43
57%
25%
18%
não
apresentam
apresentaram
cobertura
não
identificado
Como está explicito no Gráfico a maioria dos entrevistados não utilizam
palhada ou qualquer outro tipo de cobertura do solo. Os quintais são capinados e os
restos culturais na maioria dos casos ficam “amontoados” num canto do quintal,
viram composto ou são enterrados. Estas são, muitas vezes, reflexos de práticas
que desenvolviam quando eram trabalhadores rurais no manejos de suas hortas,
pomares ou lavouras. Através de um diagnóstico, dentre outras, esta reflexão foi
feita por Almeida (2004, p.27) “Em Belo Horizonte, os moradores das comunidades
urbanas e periurbanas de baixa renda são, principalmente, oriundos da zona rural de
outras regiões do estado. Muitos deles relacionam o conhecimento sobre manejo
dos quintais a uma experiência rural anterior, na qual aprenderam com os pais,
mães ou avós, sobre cultivo das roças, o uso de plantas medicinais e nativas na
alimentação e a criação de animais. Por outro lado, observamos limitações de
conhecimento sobre compostagem, cultivo em pequenos espaços, planejamento da
produção, armazenamento de sementes, manejo do solo, alelopatia, podas,
enxertia, controle de erosão e de insetos e doenças.”
d) Os solo dos quintais
Já citado neste trabalho, a comunidade da Praia das Areias do Campeche
está localizada numa área de restinga, num ecossistema de dunas, caracterizando
um solo arenoso de origem. Muitos dos quintais obtiveram um incremento de “barro”
ou algum material orgânico desde a sua ocupação original modificando parte de sua
composição.
44. 44
Figura 17: característica do solo dos quintais.
25% Arenoso
Esta figura representa estas características, sabemos que o fato dos lotes
apresentarem na sua maioria solos arenosos, e que justamente este fato é causa de
desistência e limitação para a Agricultura Urbana, em metodologias de trabalho
nesta comunidade deve-se estrategiar formas de aumentar os teores de argila e
matéria orgânica destes solos.
e) O uso da Água
Com o passar do tempo a escassez de água potável é cada vez maior, seu
custo está aumentando e em determinados períodos do ano é comum a falta de
água em locais urbanos. Na comunidade da Praia das Areias este fato não é
diferente, a falta de água é muito comum especialmente no verão. Isto acontece por
ser uma região de balneário onde a população aumenta consideravelmente nesta
estação e também pelo fato de acontecerem “trombas d’agua” chovendo uma
grande quantidade em pouco tempo fazendo com que a água fique turva e ocasione
problemas nas tubulações sendo necessário o que o fornecimento seja interrompido.
Figura 18: Gráfico dos moradores quanto ao costumes de regar seus
quintais
50%
25%
Areno-argiloso
Não
identificaram
45. 45
20
10
9
1
não identificou
solta a água
da máquina de
lavar
não regam
regam
Esta figura mostra se a prática de irrigação é feita ou não nos quintais, dos
49% que irrigam seus quintais todos utilizam mangueiras ou regadores para fazerem
a rega, isto é, utilizando água tratada e de alto custo para a mesma. Para uma
futura intervesão devemos pensar em alternativas de captação de água para estas
práticas como a captação de água dos telhados. Também devemos promover
praticas que diminuam a necessidade de irrigação.
f) “Pragas” e “Doenças”
Aparecendo em 4° lugar na escala de importância nas maiores dificuldades
encontradas na prática da Agricultura Urbana. Esta despreocupação dos moradores
é explícita nesta questão do questionário onde poucas espécies de insetos, fungos
ou bactérias apareçam como causadores de problemas e com a grande maioria dos
entrevistados respondendo que não têm problemas.
Figura 19: Problemas encontrados nos quintais.
46. 46
PRAGAS E DOENÇAS
6 3 1
30
30
20
10
0
Lagartas Pulgões Lesma Não têm
problemas
Os tratamentos, ou formas de controle na maioria dos casos eram com caldas
de sabão e fumo e em poucos casos compravam venenos na Agropecuária.
g) Lixo doméstico
Uma das preocupações e intenções deste trabalhos foi de seber o que
os moradores faziam com o lixo produzido em suas propriedade. Se a prática de
separação ou compostagem era aplicada entre os moradores. Como mostra a Figura
20, grande parte dos moradores separa seu lixo.
Figura 20: Manejo do lixo doméstico.
38%
62%
não separam o lixo
separam o Lixo
A separação feita por eles é enterrando cascas, dando o restante da
comida para os gatos e cachorro. Mas, não constatamos separação por materiais
papel, vidro, plástico e rejeito. Em muitos casos, metais, papel, papelão e latinhas
são separados para os catadores que passam recolhendo com suas carroças e
carrocinhas.
47. 47
4.6 – Aspectos do Grupo de Trocas de Experiências em Agricultura em
Quintais.
Após o convite realizado durante as entrevistas, no dia 24 de setembro de
2004, um sábado às 15:00h estávamos na AMPA a espera dos participantes,
tínhamos preparado uma exposição de fotos e a apresentação de um vídeo
produzido pela AS-PTA sobre Agricultura Urbana, mostrando relatos de moradores
da periferia do Rio de Janeiro.
Para nossa maior surpresa apenas três pessoas vieram para o encontro que
chamamos de “trocas de experiência em Agricultura em Quintais”. Das três pessoas,
duas haviam participado do Projeto Agroecologia Urbana desenvolvido na
comunidade.
Conversamos um pouco sobre as motivações e os reais anseios das pessoas,
comentando um pouco sobre a falta de participação nas atividades comunitárias,
falamos sobre a pesquisa realizada introduzindo o tema da Agricultura Urbana,
assistimos ao filme e planejamos as atividades posteriores.
No planejamento buscamos saber o que de fato era importante para cada
participante, e o que elas buscavam daquele grupo. Vimos que o principal interesse
era em aumentar o espaço de plantio que haviam em seus terrenos ou quintais.
Assim, combinamos de no próximo encontro, que seria no próximo sábado, faríamos
mudas de hortaliças e temperos, além de visitas aos quintais.
No segundo encontro, como combinado, fizemos as mudas, algumas
sementes elas levaram outras fomos nós quem levamos. Falamos um pouco sobre o
“poder” das sementes, transgenia e a importância de produzir a própria semente.
Visitamos os quintais e cada participante levou a bandeja de mudas que havia
plantado. Neste encontro já havia indicativos que o grupo não continuaria, devido ao
forte desinteresse das participantes, para combinarmos o terceiro encontro através
de vários obstáculos e limites que foram apontados. Mesmo assim marcamos o
terceiro encontro para fazermos um mutirão numa das casas.
Neste encontro não apareceu ninguém exceto a dona da casa, este foi o
terceiro e último encontro, devido ao desânimo e falta de interesse dos participantes
o grupo de trocas de experiência em agricultura em quintais terminou.
48. 48
O fracasso na formação do “Grupo de Trocas de Experiências em Agricultura
Urbana” tem algumas hipotéticas causas que foram sendo construídas e sintetizadas
ao longo do trabalho através de conversas informais com pessoas envolvidas com a
comunidade, educadores, extensionistas e moradores.
Destas causas, a que mais chama atenção é o que diz um morador da
comunidade:
“...o pessoal já não sai mais de casa para se reunir e discutir os
assuntos da comunidade como antigamente, eles preferem ficar em
casa vendo televisão ou jogando no bar. Só aparecem se
receberem bolsa ou cesta básica, como faz a Prefeitura...”.
Este depoimento foi muito importante, pois retratou o processo de alienação e
comodismo que sofre nossa sociedade, principalmente urbana, com acesso ao
entretenimento facilitado pela televisão através de programas que não os fazem
refletir sobre sua realidade, e mais, não havendo um envolvimento com os assuntos
coletivos.
Projetos sociais ligados às políticas governamentais onde a participação
corresponde ao recebimento de bolsas ou cestas básicas, são também, fatores que
influenciaram de forma direta a dificuldade de formação deste grupo. O fato de o
participante não receber nenhum benefício não os fez interessados estimulados por
outros fatores. Estas pessoas, na sua maioria, procuram ocupações que o tragam
retornos econômico ou materiais e o fato de trocas de experiências, organização
comunitária e a temática da educação ambiental não foram suficientes para animá-los
à participação deste Grupo.
Outro depoimento foi de um educador que trabalhou no Projeto Agroecologia
Urbana e em outros projetos que acontecem na comunidade, que diz o seguinte:
“...o problema está na descontinuidade dos projetos, falta de
estrutura e de dinheiro para tocá-los, assim a comunidade não
percebe nem acompanha o desenvolvimento das atividades e dizem:
lá vem aqueles novamente, será que desta vez vai dar certo? Por
fim, acabam participando mais pela relação pessoal e afetiva que
criamos, do que pela proposta do trabalho...”
49. 49
Este educador refere-se ao Projeto Agroecologia Urbana que de certa forma
foi executado sem recursos financeiros e estruturais para a continuidade das
atividades. Quase um ano depois aparecemos para fazer a pesquisa e propor a
formação do Grupo de Trocas de Experiências em Agricultura Urbana. A pesquisa
foi tranqüila, mas para o Grupo apareceram três pessoas, sendo duas destas, com
fortes relações pessoais e afetivas construídas com o tempo. O cuidado que
devemos tomar ao estarmos nos inserindo nas comunidades deve ser planejado
com muita atenção e sensibilidade, mesmo que não prometemos nada e sempre
deixamos as pretensões, objetivos e planos futuros da forma mais clara possível,
devem ser intervenções muito bem estrategiadas para não serem criados traumas,
vícios ou mau entendimentos. Sabemos que o Projeto Agroecologia Urbana não foi
assim catastrófico, nem mesmo causador de má impressão pelos moradores, a ao
perceberem que esta pesquisa-ação estava sendo feita novamente sem recursos
financeiros nem estruturais, não os causou uma boa impressão, portanto não foi
estimulador o suficiente para a continuidade do Grupo.
Quando citados os problemas estruturais é para referenciar as redes de
relações que foram estabelecidas para este trabalho. O Cepagro neste momento
estava passando por dificuldades em seu quadro de funcionários, bem como, não
tendo um projeto desta natureza implementado, apenas idealizado e apresentado
para agências financiadoras. A AMPA também passava por sérios problemas com
sua direção segmentada, por um momento ficando inclusive sem Diretoria além do
baixo envolvimento dos moradores nas tomadas de decisões, ficando poucos
responsáveis respondendo pelas atividades lá desenvolvidas. Programas sociais da
Prefeitura sendo aplicados sem critérios para tornar os moradores agentes
participativos do processo, apenas cumprimento de metas. Enfim, esta era a
estrutura no qual este Estágio desenvolveu-se, acarretando suas conseqüências.
5. CONCLUSÕES
Avaliando os diferentes métodos de trabalhos com Agricultura Urbana
apresentados neste Relatório, percebemos distintas formas de tratar o tema.
Algumas com sucessos numéricos, como o caso do Projeto da Prefeitura de São
50. 50
Paulo. Outros preocupados em fortalecer as bases e construir processos
gradativamente como faz a AS-PTA. Também apresentamos experiências que
apresentam dificuldades financeiras, estruturais e organizacionais não conseguindo
se estabelecer como o Projeto de Agroecologia Urbana do Cepagro.
Este trabalho serviu para refletimos sobre estas metodologias, suas
potencialidades e limitações, bem como, para conhecer melhor a Comunidade da
Praia das Areias do Campeche em relação as suas práticas de Agricultura Urbana,
principalmente as espontâneas.
As metodologias que valorizem processos de construções coletivas,
envolvendo estruturas e atores já estabelecidos nas comunidades como os
movimentos sociais e entidades comprometidas com os cidadãos da região de
trabalho, são realmente as mais sustentáveis, dentre as pesquisadas. Desta forma,
é importante frisarmos que os projetos que promovem inclusão e valorizem as
diferenças locais e organizacionais que cada comunidade possui, contribui com a
criação de redes comprometidas com a promoção do desenvolvimento local
humano partir de um trabalho de Agricultura Urbana. Diferente de uma visão
produtivista de Agricultura Urbana que acaba não se comprometendo com estes
aspectos.
O fato de Cuba apresentar um modelo de sucesso em Agricultura Urbana
acaba sendo fonte de metodologias para estes trabalhos em todo mundo, mas como
mostra este relatório, sabemos que Cuba apresenta diversas peculiaridades em
suas estruturas políticas, econômicas e sociais que a faz ter um Projeto de
Agroecologia Urbana tão bem sucedido.
Diferente do Brasil, e de quase toda a população mundial restante, Cuba deve
sim, ser fonte de inspiração para estes projetos e não de cópias de modelos em
Agricultura Urbana. Por constituirmos uma sociedade capitalista de consumo, nossa
população apresenta e têm acesso a diferentes bens de consumo e padrões de
desenvolvimento bem diferentes de Cuba, portanto primeiramente, devemos levar
este fator como um grande diferencial.
Um aspecto importante a levantarmos nesta conclusão é o fato de
confundirmos a Agricultura Urbana com o trabalho de hortas comunitárias, onde as
hortas comunitárias são mais um elemento da Agricultura Urbana e não a sua
51. 51
integridade. Devemos sim, valorizar as expressões espontâneas de agricultura
existentes nas comunidades, bem como, estarmos atentos às comunidades que
realmente demandam este trabalho, estando minimamente organizadas e
sensibilizadas para este tema ao iniciarmos um trabalho.
A comunidade da Praia das Areias é realmente uma comunidade em
potencial para o tema da Agricultura Urbana, por vários motivos que são:
• Sua forte mobilização política para a conquista de seus lotes;
• Ser uma comunidade com a maioria dos moradores de origem rural;
• Apresentar um nível socioeconômico relativamente baixo;
• Mostrar interesse e práticas significativas em cultivo nos seus quintais.
Embora não tenha sido efetivado e estabelecido o Grupo de Trocas de Experiências
em Agricultura nos Quintais da comunidade, concluo que este fato é devido há uma
série de elementos que de alguma forma já foram descritos neste trabalho, mas que
reforço em apresenta-los:
• Problemas existentes nos atores de base da comunidade como associação
de moradores;
• Metodologias assistencialistas de trabalho da Prefeitura Municipal de
Florianópolis junto às comunidades, acarretando a desmobilização das
mesmas;
• Falta de estrutura financeira, técnica e organizacional do Cepagro, durante a
execução do Projeto Agroecologia Urbana, acarretando num possível
descrédito perante a comunidade.
Todos estes aspectos se forem trabalhados estrategicamente na comunidade
podem fortalecê-la e torná-la apta e capaz de ancorar um trabalho de Agroecologia
Urbana que traga grandes benefícios sócio-econômicos, ambientais e estruturais
para a Comunidade da Praia das Areias do Campeche.
Fazendo parte de um quadro de poucas entidades no Brasil dispostas a
refletirem, planejarem e implementarem projetos, o Cepagro com este trabalho,
recebe subsídios para reflexões sobre metodologias e estratégias de atuação em
comunidades, principalmente periféricas e excluídas. No intuito de desenvolver
trabalhos de Agricultura Urbana, este Relatório faz uma série de reflexões técnicas e
metodológicas sobre o tema de grande valia ao Cepagro.
52. 52
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
AQUINO, A. M. Agricultura Urbana em Cuba: análise de alguns aspectos
técnicos. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, dez. 2002. 25p.
ALMEIDA, D. Agricultura Urbana e Segurança Alimentar em Belo Horizonte:
cultivando uma cidade sustentável. Revista Agriculturas: experiências em
agroecologia, Rio de Janeiro, v.1, n.0, p.25-28, set.2004.
ALTIERI, M. Agroecologia: Bases científicas para uma agricultura
sustentável. Guaíba: Agropecuária, 2002. 592p.
ARMAR-KLEMESU, M. Urban Agriculture and Food Security, Nutrition and
Health. In: BAKKER, Nico et al. (eds.) Growing cities, growing food: Urban
agriculture on the policy agenda. Feldafing: DSE, 2000, p. 99-117.
BACKWELL, B. Grow your own democracy. The ecologist. S.l, v. 32, n. 8,
out. 2002. Disponível em http://www.mindfully.org. Acesso em : 01 abr. 2004.
BOURQUE, M.; CANIZARES, K. Urban agriculture in Havana, Cuba. Urban
agriculture magazine. S. l.: RUAF, v. 1, n. 1, jul. 2000.
CENTRO DE PROMOÇÃO DA AGRICULTURA DE GRUPO. Proposta de
Projeto à Miserior: rede de iniciativas rurais e urbanas de Santa Catarina.
Florianópolis, Santa Catarina, 2004. 15p.
CENTRO DE PROMOÇÃO DA AGRICULTURA DE GRUPO. Relatório de
Atividades. Florianópolis, Santa Catarina, 2004. 57p.
DIAS, J. E. Práticas e Estratégias Participativas de Desenvolvimento Local no
Campo e na Cidade: que tal nosso quintal? Revista Sociedade Sustentável. s.d.
p. 36-42.
53. 53
DRESCHER, A. W.; JACOBI, P.; AMEND, J. Urban food security: urban
agriculture, a response to crisis? Urban agriculture magazine. S. l.: RUAF, v. 1, n.
1, jul. 2000.
GOMES, G. Plantio Direto de Hortaliças Orgânicas: estudo de caso em
uma propriedade periurbana em Florianópolis, SC. Dissertação de Mestrado.
Florianópolis: UFSC: 2004
GRUPO DE ESTUDOS EM HABITAÇÃO, DEPARTAMENTO DE
ARQUITETURA E URBANISMO – UFSC. Caracterização das Moradias da Praia
das Areias (Situação em 11/98): caracterização do assentamento. Santa Catarina.,
s.d. 28p.
JORDAN, D. Plantações em meio ao concreto: a agricultura urbana ganha
espaço nas cidades brasileiras. Ambientebrasil. Disponível em:
http://www.ambientebrasil.com.br/noticias. Acesso em: 17 novembro 2005.
MACIEL, M. Agricultura Urbana: Como e por que produzir na cidade.
Instituto Solo Vivo. Joinville, Santa Catarina, 2004. 40p.
MADALENO, I. M. A cidade das mangueiras: agricultura urbana em Belém
do Pará. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, Fundação para a Ciência e a
Tecnologia, 2002. 193 p.
MARIN, A; OUDWATER, N; GÜNDEL, S. Metodologías para el Análisis de
Situación. RUAF, v. 1, n. 5, out. 2002. p.7-9.
MENDONÇA, M. M; LUNARDI, V. C. Conhecendo os Quintais do
Loteamento Ana Gonzaga: texto reflexivo – AS-PTA. Rio de Janeiro, 2003. 14p.
(mimeografado).
54. 54
MONTERO, A. Desarrollo Local Sustentable: agricultura urbana,
microempresas y manejo de residuos solidos. Agroecologia y Desarollo. Santiago:
Clades, n. 11/12, nov. 1997. p. 89-98.
MONTEIRO, D; MENDONÇA, M. M. Quintais na cidade: a experiência de
moradores da periferia do Rio de Janeiro. Revista Agriculturas: experiências em
agroecologia, Rio de Janeiro, v.1, n.0, p.29-31, set.2004.
MONTEIRO, D; MENDONÇA, M. M; SILVA, R. M. Agricultura Urbana:
ensaio exploratório e pequeno mosaico de experiências. Rio de Janeiro, 2004. 17p.
MOUGEOT, L. J. A. Urban Agriculture: concept and definition. Urban
agriculture magazine. S. l.: RUAF, v. 1, n. 1, jul. 2000.
MÜHLBACH, R. Plantar, pescar… cozinhar e comer: estudando o sabor
local. Dissertação de Mestrado: UFSC: 2004.
MURPHY, C. Cultivating Havana: urban agriculture and food security in the
years of crisis. Oakland: Institute for Food and Development Policy, 1999. 51 p.
NUGENT, R. A. Measuring the sustainability of urban agriculture. In: KOC,
Mustafa, MacRAE, Rod, MOUGEOT, Luc J. A. e WELSH, Jennifer. For hunger
proof cities: sustainable urban food systems. Toronto: IDRC, 1999. p. 95-99.
REDE DE INTERCÂMBIO EM TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS. Relatório:
diagnóstico urbano participativo em segurança alimentar e agricultura urbana.
Belo Horizonte, s.d. 39p.
REDE DE INTERCÂMBIO EM TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS. Agricultura
Urbana: contexto e importância. Belo Horizonte, s.d. 6p.