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1
Universidade Federal do ABC
Bacharelado em Ciência e Tecnologia
JOÃO VICTOR DA ROCHA PASQUALETO
RODRIGO THIAGO PASSOS SILVA
CRIMINALIDADE EM SÃO PAULO: uma visão realista do último lustro
Santo André - SP
2010
2
JOÃO VICTOR DA ROCHA PASQUALETO
RODRIGO THIAGO PASSOS SILVA
CRIMINALIDADE EM SÃO PAULO: uma visão realista do último lustro
Projeto final apresentado à Universidade
Federal do ABC, como parte dos requisitos
para aprovação na disciplina de Bases
Computacionais da Ciência, do
Bacharelado em Ciência e Tecnologia,
orientado pela Profa. Dra. Christiane Marie
Schweitzer.
Santo André - SP
2010
3
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
CASA – Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente
CP – Código Penal
DAS – Delegacia Anti-sequestro
Deic – Departamento de investigações sobre o crime organizado
ECA – Estatuto da criança e do adolescente
IC-IML – Instituto de criminalística e Instituto Médico Legal
LF – Lei Federal
NP – Não possui
OMS – Organização mundial de saúde
PM – Polícia Militar
R² - “r-quadrado” – coeficiente de determinação
SEADE – Sistema Estadual de Análise de Dados
SSP – Secretaria de Segurança Pública
4
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................5
1.1 Revisão bibliográfica..........................................................................................5
1.2 Fonte dos dados e forma de interpretação ........................................................6
1.3 Conceito de segurança pública..........................................................................7
2 OBJETIVOS ............................................................................................................8
3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................8
4 METODOLOGIA......................................................................................................8
5 RESULTADOS........................................................................................................9
5.1 Homicídios dolosos..........................................................................................10
5.2 Roubos.............................................................................................................11
5.3 Estupro.............................................................................................................12
5.4 Latrocínio .........................................................................................................13
5.5 Roubo e Furto de Veículos ..............................................................................14
5.6 Prisões efetuadas ............................................................................................15
5.7 Armas apreendidas..........................................................................................16
5.8 Apreensões de menores ..................................................................................16
5.9 Veículos recuperados ......................................................................................17
6 DISCUSSÃO .........................................................................................................17
6.1 Análise e interpretação ....................................................................................17
6.2 Covariâncias e correlação................................................................................20
6.2.1 Homicídios, armas apreendidas e prisões efetuadas ................................20
6.2.2 Roubos, armas apreendidas, prisões efetuadas e apreensões .................21
6.2.3 Roubo e furto de veículos e recuperação de veículos ...............................22
6.2.4 Estupros e prisões .....................................................................................23
6.3 Inferências .......................................................................................................23
6.3.1 Taxa de homicídios em 10 por 100 mil habitantes.....................................23
7 CONCLUSÕES .....................................................................................................25
8 REFERÊNCIAS.....................................................................................................26
9 ANEXOS ................................................................................................................28
9.1 Bases de dados dos delitos .............................................................................28
9.2 Base de dados das atividades policiais............................................................29
5
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho apresentará um estudo da criminalidade na cidade de São
Paulo por meio da análise de dados estatísticos.
Serão abordadas informações sobre roubos, latrocínios, estupros, homicídios
dolosos, roubos e furtos de veículos, além das prisões efetuadas, apreensões de
menores e de armas e veículos recuperados. A base de dados será dos últimos
cinco anos, do 1º trimestre de 2005 até o 4º trimestre de 2009.
1.1 Revisão bibliográfica
É de fundamental importância o para o entendimento estatístico a
conceituação de crime, genericamente, e dos crimes anteriormente referenciados.
Crime é uma transgressão da lei penal, portanto não há crime sem lei anterior
que o defina. (CP, art. 1 e Dic. Houaiss)
Furto é a subtração de coisa móvel alheia. Roubo agrega a definição de furto
adicionado a: mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou se reduzida a
possibilidade de resistência. (CP, art. 155, 157)
Latrocínio é o homicídio cometido com fim de lucro, isto é, o agente tem o
intuito de subtrair coisa alheia móvel. iii
Estupro é o constrangimento de uma mulher para conjugação carnal,
mediante violência ou grave ameaça. Após agosto de 2009, foi incluída na
conceituação legal a prática de ato libidinoso. (CP, art. 213; LF 12015/09)
Homicídio é o ato de matar alguém, é doloso quando o agente quis o
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. (CP, art. 18I, 121)
Apreensão de menores pode ocorrer mediante flagrante ato infracional,
violência ou grave ameaça. (ECA, art. 106, 173)
Os conceitos estatísticos são igualmente fundamentais para a compreensão
deste, portanto seguem abaixo os principais.
Média aritmética , ou simplesmente, média é o resultado da soma dos
valores das observações ou dados da amostra X pela quantidade de dados n:
6
Mediana é um valor localizado na posição central de modo que 50% dos
valores são menores e os demais 50% maiores.
Moda é o valor da amostra que mais se repete, ou seja, o valor com maior
frequência.
Desvio é a diferença entre um valor xi e a média . Variância é a soma dos
quadrados dos desvios, resultando um valor mínimo. A variância tem a desvantagem
de a unidade de medida ser elevada ao quadrado, não resultando num valor com
significância. Estabelece-se, portanto, o desvio padrão (S) como a raiz quadrada da
variância:
1.2 Fonte dos dados e forma de interpretação
O órgão responsável por colher as informações numéricas é a Secretaria de
Segurança Pública (SSP), que em cumprimento da lei 9 155 de 15 de maio de 1995
divulga trimestralmente os dados sobre as atividades policiais e criminais de todo o
estado de São Paulo. A SSP divulga trimestralmente dados de diversos crimes e
atuações policiais. i,ii
As estatísticas oficiais não refletem com exatidão a criminalidade de
determinada região, mas um processo social de notificação. Para os crimes
entrarem na estatística é necessário que seja detectado, notificado às autoridades
policiais e registrado boletim de ocorrência.
As informações devem ser entendidas levando-se em conta, entre outros
fatores: x
a) sazonalidade: os índices criminais estão sujeitos a variações cíclicas, por
exemplo, nas férias as pessoas saem de casa para viajar, deixando-a
desprotegida;
b) notificações: a quantidade de notificações não implica em quantidade de
crimes, cerca de um terço das ocorrências são registradas, aproximadamente;
7
c) taxa por cem mil: relativização para permitir comparabilidade com diferentes
locais e para acompanhar a ideia de que quanto maior a população maior a
taxa criminal.
1.3 Conceito de segurança pública
Numa sociedade em que se exerce democracia plena, a segurança pública
garante a proteção dos direitos individuais e assegura o pleno exercício da
cidadania. Neste sentido, a segurança não se contrapõe à liberdade e é condição
para o seu exercício, fazendo parte de uma das inúmeras e complexas vias por onde
trafega a qualidade de vida dos cidadãos.
Quanto mais improvável a disfunção da ordem jurídica maior o sentimento de
segurança entre os cidadãos.
As forças de segurança buscam aprimorar-se a cada dia e atingir níveis que
alcancem a expectativa da sociedade como um todo, imbuídos pelo respeito e à
defesa dos direitos fundamentais do cidadão e, sob esta óptica, compete ao Estado
garantir a segurança de pessoas e bens na totalidade do território brasileiro, a
defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas leis e a manutenção da paz e
ordem pública.
Paralelo às garantias que competem ao Estado, o conceito de segurança
pública é amplo, não se limitando à política do combate à criminalidade e nem se
restringindo à atividade policial.
A segurança pública enquanto atividade desenvolvida pelo Estado é
responsável por empreender ações de repressão e oferecer estímulos ativos para
que os cidadãos possam conviver, trabalhar, produzir e se divertir, protegendo-os
dos riscos a que estão expostos.
As instituições responsáveis por essa atividade atuam no sentido de inibir,
neutralizar ou reprimir a prática de atos socialmente reprováveis, assegurando a
proteção coletiva e, por extensão, dos bens e serviços. v
8
2 OBJETIVOS
Realizar um estudo estatístico da criminalidade na cidade de São Paulo.
Apresentar de forma mais inteligível os dados criminais e da atividade policial.
Comparar informações dos últimos cinco anos. Estudar correlação de atividades
policiais com os índices de criminalidade e fazer estimativas. Criar familiarização
com ferramentas computacionais e estatísticas.
3 JUSTIFICATIVA
A motivação deste trabalho surgiu do interesse em demonstrar, com fácil
visualização e entendimento, a real situação dos índices de violência. Foram
escolhidos apenas dados da capital paulista por ser o maior centro populacional do
país, por ter dados mais precisos e de fácil acesso em diversas fontes. Também
porque parcela significativa do corpo discente e docente desta universidade é
morador da capital e realiza diariamente o trajeto São Paulo/Santo André, ficando
expostos ao perigo.
Certamente, é de suma importância estarem todos cientes do que mudou nos
últimos anos: se houve aumentos ou reduções no número de ocorrências. A partir
deste trabalho, os eleitores podem ter acesso às informações oficiais de forma mais
inteligível, em virtude da utilização de meios gráficos. E para todos poderem ter
consciência e poderem cobrar melhoras do poder executivo.
Este projeto visa explanar sobre os dados sem abordar profundamente para a
significância política deles, mas, apenas com o intuito de mostrar a real situação da
violência na capital do estado de São Paulo.
Espera-se êxito na demonstração gráfica e na descrição estatística conceitual
e numérica, além das estimativas futuras que serão executadas.
4 METODOLOGIA
As informações foram obtidas por meio das ocorrências registradas pelas
delegacias da Polícia Civil, dos formulários da Polícia Militar, dos dados do DAS, do
Deic e do IC-IML, respaldados pela lei 9 155 e pela resolução 160/01. vii
9
Os dados serão apresentados em forma de tabelas e gráficos, sobretudo de
barras e linhas. Foram calculados parâmetros estatísticos de tendência central,
como média, mediana e moda, além de parâmetros de dispersão, como desvio
padrão. Foram traçadas as linhas de tendências e obtidos os coeficientes de
determinação (“r-quadrado”) e as funções que melhor representam, a fim de
determinar correlação e estimativas futuras. Algumas informações podem ser
apresentadas na relação “por 100 mil habitantes”, como forma de relativizar os
números no universo dos habitantes da cidade de São Paulo. Para este cálculo
serão utilizadas as informações da tabela 1 e da fórmula ii
:
Os gráficos foram plotados e os cálculos executados com o auxílio de uma
ferramenta computacional, o software Microsoft Office Excel. O software Scilab foi
uma ferramenta também utilizada pela sua capacidade em resolver equações, das
mais simples às de elevado grau.
Tabela 1 – População absoluta da Cidade de São Paulo
Ano População absoluta em São Paulo
2005 10 766 673
2006 10 824 242
2007 10 882 121
2008 10 940 311
2009 10 998 813
2010 11 054 629
Fonte: Fundação Seade vi
5 RESULTADOS
Em todas as seções deste capítulo serão apresentadas os gráficos de barra,
as equações das linhas de tendência e algumas informações estatísticas.
A equação da curva de regressão é dada pela relação entre a variável y
dependente da variável x. x representa o trimestre da seguinte forma: 1º trimestre de
2005 corresponde a x = 1, 2º trimestre de 2005 corresponde a x = 2, , 1º trimestre
de 2006 corresponde a x = 5, e assim sucessivamente.
De modo geral, as linhas de tendência foram polinomiais de 6º grau, isso
devido ao maior número de inflexões, ou seja, maiores quantidades de mudança na
concavidade, permitindo maior “flexibilidade” da curva sobre as barras de dados.
10
Em todos os gráficos a fonte de informações são as estatísticas trimestrais da
SSP e a plotagem dos gráficos e linhas de tendência é dos autores. Tal informação
é colocada a fim de evitar que seja repetitivamente inserida no rodapé dos gráficos.
5.1 Homicídios dolosos
Gráfico 1 – Número absoluto de homicídios dolosos
A curva que melhor define essa tendência é polinomial de grau 6. Possui R² =
0,9647 e equação
.
Os valores da amostra possuem média de 424,6 homicídios dolosos por
trimestre e desvio padrão de 131,4. É amodal e a mediana vale 381.
Gráfico 2 – Número relativo de homicídios dolosos (por 100 mil habitantes)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
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5.2 Roubos
Gráfico 3 – Quantidade absoluta de roubos
Novamente, a curva de regressão que melhor define o comportamento da
amostra é polinomial de sexto grau, entretanto sem muita fidelidade. Seu r-quadrado
equivale a 0,5973 e a equação é
.
Os valores da amostra possuem média de 27 950,8 roubos por trimestre e
desvio padrão de 2052,7. É amodal e possui mediana 27 446.
Gráfico 4 – Quantidade relativa de roubos (por 100 mil habitantes)
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
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5.3 Estupro
Gráfico 5 – Quantidade absoluta de estupros
Mais uma vez, a curva de regressão que melhor descreve o comportamento
da amostra é polinomial de sexto grau. Seu coeficiente de determinação equivale a
0,9243 e a equação é
.
Os valores da amostra possuem média de 299,55 estupros por trimestre e
desvio padrão de 92,2. Possui moda 262 e mediana 274.
Gráfico 6 – Quantidade relativa de estupros (por 100 mil habitantes)
0
100
200
300
400
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5.4 Latrocínio
Gráfico 7 – Quantidade absoluta de latrocínios
A curva que melhor explica os dados é uma regressão polinomial de grau 5.
Seu coeficiente de determinação equivale a 0,8423 e a função que descreve é:
.
Os valores da amostra possuem média de 16,85 latrocínios por trimestre e
desvio padrão de 7,118. A mediana e a moda valem 15.
Gráfico 8 – Quantidade absoluta de latrocínios (por 100 mil habitantes)
0
5
10
15
20
25
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0,15
0,2
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5.5 Roubo e Furto de Veículos
Gráfico 9 – Quantidade absoluta de roubos e furtos de veículos
As curvas de regressão plotadas no gráfico 9 são polinomiais de grau 6. Os
coeficientes r-quadrado valem 0,9204, 0,7226 e 0,8388 para roubos, furtos e total,
respectivamente. Suas equações são:
A tabela 2 apresenta as médias e desvios-padrão.
Tabela 2 - Médias e desvios-padrão de roubos e furtos
Média Desvio-Padrão Moda Mediana
Roubos 9186 1213,13 NP 9040
Furtos 12042,55 1957,36 NP 11847,5
Total 21228,55 3046,76 NP 20621,5
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
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Roubos
Furtos
Total
Roubos
Furtos
Total
15
Gráfico 10 – Quantidade relativa de furtos e roubos (por 100 mil habitantes)
5.6 Prisões efetuadas
Gráfico 11 – Quantidade absoluta de prisões efetuadas
A curva de tendência é polinomial de sexto grau. Possui r-quadrado igual a
0,8913 e é descrita pela equação matemática:
A média de prisões efetuadas por cada período de três meses é 5757,6 e o
desvio padrão é 553,3. Possui mediana de 5667 e não existe moda.
0
50
100
150
200
250
300
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Roubos por 100 mil
Furtos por 100 mil
Total por 100 mil
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Total
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4000
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6000
7000
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2005 2006 2007 2008 2009
16
5.7 Armas apreendidas
Gráfico 12 – Quantidade absoluta de armas apreendidas
Novamente, a curva que melhor se ajustou aos dados foi a polinomial de
sexto grau. O coeficiente de regressão é 0,9288. Sua equação é:
A média de armas apreendidas por trimestre é 1889,4 com desvio padrão de
423,8. A mediana é igual a 1790 e a distribuição é amodal.
5.8 Apreensões de menores
Gráfico 13 – Quantidade absoluta de menores apreendidos
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
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0
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2005 2006 2007 2008 2009
17
A curva que melhor explica os dados é uma regressão polinomial de grau 6.
Seu coeficiente de determinação equivale a 0,794 e a função que descreve é:
Os valores da amostra possuem média de 560 apreensões por trimestre e
desvio padrão de 76,4.
5.9 Veículos recuperados
Gráfico 14 – Quantidade absoluta de veículos recuperados
O r-quadrado mais próximo de um neste caso foi obtido com uma curva
polinomial de grau 6. O coeficiente é 0,9266. É descrita pela função:
A média trimestral de veículos recuperados é 7754,94 e o desvio-padrão
936,12. A distribuição é modal de moda 6422 e o número central é 7655.
6 DISCUSSÃO
6.1 Análise e interpretação
O número de homicídios na capital de São Paulo apresentou uma enorme
diminuição no período estudado. Seu valor absoluto final ficou abaixo da média em
quase 100 unidades. A quantidade relativa, do ano de 2009, 11 homicídios/100
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
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1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
2005 2006 2007 2008 2009
18
habitantes, é próxima do considerado aceitável pela OMS, que é de 10 mortes por
100 mil habitantes. ix
O gráfico da distribuição dos roubos é quase uma constante, o valor oscila
numa faixa de 7 937 roubos. Considerando que a maior quantidade registrada foi 31
445 e a menor 24 221, o valor da faixa de variação não é elevado. O mais
importante é que o gráfico não demonstra uma tendência clara de aumento ou
redução, mas de simples variação numa determinada faixa. Quando a comparação é
feita com os mesmos trimestres, mudando apenas o ano, nota-se claramente uma
tendência de estabilidade do número deste delito. Para essas estatísticas, roubo
inclui subtração de cargas e roubo a bancos, mas não de veículos, que são
contabilizados separadamente.
O número de estupros manteve-se, assim como o de roubos, em estabilidade.
O valor da média, 299,55, é bastante representativo até o último trimestre exclusive,
quando a quantidade de ocorrências de estupro mais que dobrou o valor da média.
Se o valor do último trimestre fosse a média da amostra, a nova média seria 281,93,
número que seria ainda mais representativo da quantidade. O elevado crescimento
da quantidade de ocorrências de estupro no último trimestre da análise é devido à
mudança da legislação, que entrou em vigor a partir de 10 de agosto de 2009. Esta
lei ampliou o conceito de estupro. Os dados do 3º quadrimestre de 2009, por já estar
em curso, não foram afetados. viii
Os casos de latrocínio parecem ser totalmente aleatórios. Houve altos índices
nas primeiras amostras, diminuindo quase que pela metade nos próximos e voltando
a aumentar a partir da segunda metade de 2008. Se os dois primeiros valores e os
seis últimos fosse iguais a média da amostra a nova média seria 13,79 e ilustraria
uma situação melhor situação de seguridade pública. A comparação por trimestres
iguais também não produz resultados ou tendências significativas, uma vez que os
valores são muito variáveis, não apresentando monotonicidade de fato, ou seja, não
são valores sempre crescentes ou sempre decrescentes, mas apresentam uma
dessas características em períodos muito restritos, impedindo uma indução.
Roubos e furtos de veículo, como sugere uma cuidadosa observação da linha
de tendência, seguem os mesmos padrões de crescimento, decrescimento e
estabilidade, pois o formato da curva é praticamente igual, sendo a de furtos
deslocada para cima em 2856,6 unidades, em média. Tal observação permite as
constantes da amostra sejam analisadas como uma única, na forma do total.
19
Convém apenas ressaltar que em todo período observado a quantidade de furtos foi
sempre maior que a de roubo. Essa diferença se justifica, provavelmente pela
diferença de penas, no primeiro caso é de um a quatro anos de reclusão e no
segundo de quatro a dez. Apesar do leve aumento no segundo e no terceiro
trimestre de 2009, possivelmente devido à sazonalidade, esses delitos vêm, de
modo geral, sofrendo queda gradual. Neste caso, os valores das médias
representam bem o que ocorre, apesar de os valores não ficarem fixos no valor
médio, eles não divergem muito dele, divergem o suficiente apenas para indicar leve
queda.
As prisões efetuadas, de modo geral, apresentam a tendência de crescerem,
apesar de algumas concavidades para cima na linha de tendência. O trimestre de
2009 apresentou uma das maiores altas na quantidade de prisões quando a
comparação se dá com o trimestre anterior. Mais uma vez, a média descreve bem a
tendência de valores, apesar de não ser linear, isso porque os números variam
dentro de uma faixa de valores muito pequena, para cima e para baixo da média. As
prisões incluem as em flagrante e as por mandato.
A quantidade de armas apreendidas decresceu, mas nos últimos trimestres,
sobretudo a partir do primeiro de 2008, vem formando tendência estável.
Considerando números deste trimestre, inclusive, adiante, a média seria 1607, ante
os 1900 com todos os números.
A apreensão de menores não apresenta comportamento unidirecional, na
maior parte do início decresce e volta a crescer a partir do quarto trimestre de 2008.
Naturalmente, há alguns valores fora dessa tendência, mas que não prejudicam o
entendimento global das apreensões. Pondo a salvo alguns valores, que são
exceções, a comparação por trimestres mantêm o mesmo parecer: primeiramente
decrescimento, depois crescimento.
As recuperações de veículos subtraídos cresceram bastante nos últimos
trimestres, especialmente a partir do segundo de 2008. No último trimestre da
amostra o valor decresceu, mas é exatamente o mesmo valor da média dos quartos
trimestres, portanto é pode-se inferir que nos últimos trimestres do ano a
recuperação de veículos é menor.
20
6.2 Covariâncias e correlação
A covariância mede a tendência e a força da relação linear entre duas
variáveis. Ela pode ser positiva, negativa ou nula com unidade de medida referente
ao produto das unidades de medida das duas variáveis, que não tem nenhum
significado prático. Para facilitar a relação entre duas variáveis e evitar a unidade de
medida da covariância, foi definido o coeficiente de correlação (r), também chamado
de coeficiente de Pearson, que possui as seguintes propriedades: o valor é limitado
entre -1 e 1 e não possui unidade. iv
Os gráficos apresentados serão de linhas para facilitar a visualização da
correlação. Ela ocorre quando as linhas “fazem o mesmo caminho”, mesmo que em
locais diferentes do gráfico, acima ou abaixo.
6.2.1 Homicídios, armas apreendidas e prisões efetuadas
Gráfico 15 – Quantidade de homicídios dolosos, armas apreendidas e prisões efetuadas
Os coeficientes de Pearson obtidos nos testes foram: 0,82 para a correlação
entre homicídios e armas apreendidas e -0,68 para correlação entre homicídios e
prisões efetuadas.
O número de homicídios dolosos efetuados acompanha de modo muito
próximo a quantidade de armas apreendidas. Provavelmente a cada homicídio
doloso as forças policiais conseguem recuperar a arma do crime, quando para a
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
2005 2006 2007 2008 2009
Homicidios
Armas apreendidas
Prisões
21
infração utiliza-se uma arma de fogo. O valor não é acompanhado pois as armas de
fogo são utilizadas em vários outros crimes, não somente o homicídio.
Entre homicídios e prisões efetuadas não há correlação muito forte, mas a
pouca que existe é negativa, ou seja, aumentam os homicídios e diminuem as
prisões, e vice-versa. Na prática o co-relacionamento deve ser ainda menor, pois a
maioria das prisões efetuadas são em flagrante e a maioria das prisões dos
homicidas não é deste modo. x
6.2.2 Roubos, armas apreendidas, prisões efetuadas e apreensões
Gráfico 16 – Quantidade de roubos, armas apreendidas, prisões efetuadas e apreensões
Os coeficientes de correlação obtidos foram: -0,014 para roubos e armas
apreendidas; 0,65 para roubos e prisões; 0,21 para roubos e apreensões.
A maior quantidade de armas de fogo apreendidas não implica em menos
roubos, é o que sugerem as estatísticas. As duas grandezas criminais não tem
correlação ou a correlação é fraquíssima.
Roubos e prisões mantém certa correlação. Quando ocorre aumento na
criminalidade, de modo geral, a atividade policial aumenta conjuntamente, efetuando
mais prisões. Além disso, roubo é a infração mais constatada em flagrante. A
correlação não é maior pois roubo não é único delito que leva o infrator à prisão.
Roubos e apreensões de menores tem baixa correlação. Roubo é um dos
delitos mais praticados por menores de idade, entretanto são minorias se
comparados com adultos. Adolescentes infratores roubam objetos de baixo valor,
normalmente, e a população registra poucos boletins de ocorrência para esse tipo
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
1ºtrimestre
2ºtrimestre
3ºtrimestre
4ºtrimestre
2005 2006 2007 2008 2009
Roubos
Armas apreendidas
Prisões
Apreensões
22
de bem subtraído. E também devido às poucas Fundações CASAs instaladas no
estado impossibilita a apreensão de mais menores.
6.2.3 Roubo e furto de veículos e recuperação de veículos
Gráfico 17 – Quantidade de roubos e furtos de veículos e veículos recuperados
Obteve-se coeficientes de correlação: 0,95 para roubos e veículos
recuperados e 0,78 para furtos e veículos recuperados.
Roubos e furtos de veículos tem grande correlação com sua recuperação.
Mais uma vez, a atividade policial é influenciada pela quantidade de delitos de forma
proporcional. Os dados não mostram que todo, ou grande parcela, dos veículos
roubados sejam recuperados, mas sim que eles têm grande chance de serem
recuperados, chances maiores que dos carros furtados.
Possivelmente isso ocorra pelo fato de nos roubos, a vítima possuir mais
informações a respeito do assaltante, como a memória do rosto dele, facilitando o
trabalho policial.
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
1ºtrimestre
3ºtrimestre
1ºtrimestre
3ºtrimestre
1ºtrimestre
3ºtrimestre
1ºtrimestre
3ºtrimestre
1ºtrimestre
3ºtrimestre
2005 2006 2007 2008 2009
Roubos
Furtos
Veículos recuperados
23
6.2.4 Estupros e prisões
Gráfico 18 – Quantidade de prisões efetuadas e estupros
Obteve-se coeficiente de Pearson igual a 0,43.
O baixo co-relacionamento entre esses dois fenômenos é devido ao fato de
que a maioria das mulheres, por uma questão social e psicológica, não registram a
ocorrência de estupro, mesmo havendo delegacias especializadas para crimes
contra a mulher. E também devido ao baixo número de casos de estupro, de fato
(não só os registrados), em comparação com os demais delitos.
6.3 Inferências
6.3.1 Taxa de homicídios em 10 por 100 mil habitantes
A referência que se possui sobre valores aceitáveis internacionalmente é
somente da dada em relação a um ano todo, portanto, foi plotado o gráfico da
quantidade de homicídios por ano, juntamente com sua linha de tendência.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1ºtrimestre
3ºtrimestre
1ºtrimestre
3ºtrimestre
1ºtrimestre
3ºtrimestre
1ºtrimestre
3ºtrimestre
1ºtrimestre
3ºtrimestre
2005 2006 2007 2008 2009
Prisões efetuadas
Número de estupros
24
Gráfico 18 – Quantidade de homicídios, por ano
A equação da curva obtida foi: . A curva se ajustou
quase perfeitamente aos dados, pois apresentou coeficiente de regressão igual a
0,9824.
Considerando que ela representa a tendência dos dados, pode-se por meio
dela, fazer inferências sobre valores futuros, utilizando apenas a manipulação das
variáveis x e y.
Para realização da estimativa será considerada a população estimada da
capital em 2010 (Tabela 1). Utilizando este dado, conclui-se que para a capital
possuir a taxa relativa de homicídios aceitável deverá ter, em valor absoluto, no ano,
1106 homicídios. É necessário, portanto, calcular o valor de x para y = 1106.
Isso significa que entre o 5º e o 6º, contado a partir do inicio da amostra
haverá, se a tendência se confirmar, o nível aceitável de homicídios por grupo de
100 mil habitantes. Corresponde ao 2º trimestre de 2010. Entretanto, para relativizar
os dados é necessário o conhecimento da amostra toda de 2010, não se pode
afirmar que a taxa relativa chegará ao aceitável no segundo trimestre.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
2005 2006 2007 2008 2009
25
7 CONCLUSÕES
Este projeto alcançou o objetivo que propunha em transformar os dados
numéricos em dados gráficos, de fácil visualização. Êxito foi também obtido na
aplicação prática, a partir de uma amostra, dos conceitos estatísticos fundamentais e
de técnicas de estimação. A comparação dos últimos cinco anos conseguiu retratar
bem o avanço e/ou a redução da criminalidade da cidade, seguindo padrões de
comparação entre trimestres e de forma geral.
Apesar de as informações não retratarem fielmente a situação criminal da
capital de São Paulo devido às falhas que o registro estatístico apresenta, elas são
úteis para o entendimento básico dela e de suas tendências.
Os testes de correlação são fundamentais para se compreender a eficácia do
trabalho policial, apesar, como toda estatística não totalmente descritiva, apresentar
falhas.
O estudo estatístico de situações, sobretudo de políticas públicas, são
essenciais para a visualização das situações atuais, para assim, poder haver um
melhor planejamento de situações futuras. Ao observar, por exemplo, o elevado
aumento, além de um erro permitido, nos últimos anos, de um determinado crime
podem ser tomadas, pelo poder público e pelas autoridades policiais as devidas
providências.
Conclui-se, por fim, que o trabalho estatístico descritivo e inferencial é de
suma importância para diversos ramos da ciência, sejam sociais, humanas ou
exatas, e que a utilização do ferramental computacional apropriado pode transformar
esse trabalho, tornando-o mais simples, mais visual, mais rápido e mais confiável.
26
8 REFERÊNCIAS
[i] BRASIL. Lei 9155 de 15 de maio de 1995. Dispões sobre obrigatoriedade da
publicação trimestral de informações que especifica. Portal JusBrasil. Disponível
em: <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/173878/lei-9155-95-sao-paulo-sp>.
Acesso em: 7 ago. 2009.
[ii] SSP. Estatísticas trimestrais. Disponível em: < http://www.ssp.sp.gov.br/
estatistica/ trimestrais.aspx> Acesso em: 7 ago. 2010.
[iii] Dicionário jurídico – Latrocínio. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/
dicionario/exibir/736/Latrocinio>. Acesso em: 7 ago. 2010.
[iv] LAPPONI, Juan C. Estatística usando Excel. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2005. p. 79-82, 109-114, 173-175. ISBN 85-352-1574-3.
[v] SANTOS, Emerson C. R. Conceito de segurança pública. < http://br.monografias.
com/trabalhos2/seguranca-publica/seguranca-publica.shtml>. Acesso em: 8 ago.
2010.
[vi] SEADE. Sistema de projeções populacionais. Disponível em: < http://www.
seade.gov.br/produtos/projpop/index.php>. Acesso em: 07 ago. 2010.
[vii] SSP. Resolução nº 160 de 8 de maio de 2001. Cria o sistema estadual de coleta
de estatísticas criminais. OAB SP. Disponível em: < http://www2.oabsp.org.br/asp/
clipping_jur/ClippingJurDetalhe.asp?id_noticias=10663&AnoMes=20015>. Acesso
em: 7 ago. 2010.
[viii] BRASIL. Lei 12015 de 7 de agosto de 2010. Altera titulo VI da Parte Especial do
Decreto-Lei 2.848. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-
2010/2009/Lei/L12015.htm>. Acesso em: 9 ago. 2010.
[ix] Preite, Wanderley. Sexta-feira santa. Veja. Disponível em: < http://veja.abril
.com.br/191207/p_114.shtml>. Acesso em: 9 ago. 2010.
[x] KANH, Túlio. Estatística de criminalidade: manual de interpretação.
Disponível em: <http://www.ssp.sp.gov.br/estatistica/downloads/manual.pdf>.
Acesso em: 8 ago. 2010.
27
[xi] BRASIL. Decreto-lei nº 2848 de 7 de dezembro de 1940. Código Penal.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/del2848.htm>. Acesso
em: 7 ago. 2010.
[xii] BRASIL. Lei 8069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do adolescente.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 7
ago. 2010 .
[xiii] SP NOTÍCIAS. São Paulo: Governo de São Paulo. n. 16. Disponível em: <http://
www.saopaulo.sp.gov.br/usr/share/revistaSPnoticias/documents/revista_spnoticias_
16.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2010.
28
9 ANEXOS
9.1 Bases de dados dos delitos
Ano Trimestre Homicidios Roubos Estupros Latrocínios
Roubos de
veículos
Furto de
veículos
2005
1º trimestre 761 26013 303 28 11029 14467
2º trimestre 652 29034 324 28 11480 14974
3º trimestre 521 28817 337 12 11373 15618
4º trimestre 535 27200 327 13 10236 12566
2006
1º trimestre 524 26176 312 10 9900 13977
2º trimestre 562 27255 267 15 9801 13742
3º trimestre 479 26806 262 8 9394 13553
4º trimestre 420 25676 256 12 8677 11562
2007
1º trimestre 399 26060 251 8 9132 11872
2º trimestre 378 28541 191 8 8948 12872
3º trimestre 380 27868 260 11 8887 11012
4º trimestre 381 26432 273 15 7357 8397
2008
1º trimestre 326 27624 236 15 7688 9651
2º trimestre 304 29316 262 14 7852 12157
3º trimestre 296 28476 275 22 7775 11823
4º trimestre 337 24221 262 18 8222 9449
2009
1º trimestre
2º trimestre
306
325
31254
32158
323
281
27
25
9670
9443
10554
11717
3º trimestre 278 31445 331 27 8840 11190
4º trimestre 328 28644 658 21 8016 9698
29
9.2 Base de dados das atividades policiais
Ano Trimestre
Prisões
efetuadas
Armas
apreendidas
Apreensões
Veículos
recuperados
2005
1º trimestre 5482 2559 672 9301
2º trimestre 5479 2918 661 9473
3º trimestre 5414 2899 630 9264
4º trimestre 5132 2131 612 8493
2006
1º trimestre 5035 1876 596 8075
2º trimestre 4962 2014 564 8059
3º trimestre 5160 1904 536 7442
4º trimestre 5328 1839 522 7512
2007
1º trimestre 5783 1720 472 7534
2º trimestre 6083 1799 598 7776
3º trimestre 5687 1781 526 7441
4º trimestre 5573 1687 470 6439
2008
1º trimestre 5789 1578 502 6422
2º trimestre 6026 1503 469 6995
3º trimestre 6241 1530 485 6422
4º trimestre 5647 1549 489 6670
2009
1º trimestre 6222 1726 488 7954
2º trimestre 6582 1826 642 8472
3º trimestre 6572 1611 561 8114
4º trimestre 6955 1538 717 7241

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  • 1. 1 Universidade Federal do ABC Bacharelado em Ciência e Tecnologia JOÃO VICTOR DA ROCHA PASQUALETO RODRIGO THIAGO PASSOS SILVA CRIMINALIDADE EM SÃO PAULO: uma visão realista do último lustro Santo André - SP 2010
  • 2. 2 JOÃO VICTOR DA ROCHA PASQUALETO RODRIGO THIAGO PASSOS SILVA CRIMINALIDADE EM SÃO PAULO: uma visão realista do último lustro Projeto final apresentado à Universidade Federal do ABC, como parte dos requisitos para aprovação na disciplina de Bases Computacionais da Ciência, do Bacharelado em Ciência e Tecnologia, orientado pela Profa. Dra. Christiane Marie Schweitzer. Santo André - SP 2010
  • 3. 3 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS CASA – Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente CP – Código Penal DAS – Delegacia Anti-sequestro Deic – Departamento de investigações sobre o crime organizado ECA – Estatuto da criança e do adolescente IC-IML – Instituto de criminalística e Instituto Médico Legal LF – Lei Federal NP – Não possui OMS – Organização mundial de saúde PM – Polícia Militar R² - “r-quadrado” – coeficiente de determinação SEADE – Sistema Estadual de Análise de Dados SSP – Secretaria de Segurança Pública
  • 4. 4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................5 1.1 Revisão bibliográfica..........................................................................................5 1.2 Fonte dos dados e forma de interpretação ........................................................6 1.3 Conceito de segurança pública..........................................................................7 2 OBJETIVOS ............................................................................................................8 3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................8 4 METODOLOGIA......................................................................................................8 5 RESULTADOS........................................................................................................9 5.1 Homicídios dolosos..........................................................................................10 5.2 Roubos.............................................................................................................11 5.3 Estupro.............................................................................................................12 5.4 Latrocínio .........................................................................................................13 5.5 Roubo e Furto de Veículos ..............................................................................14 5.6 Prisões efetuadas ............................................................................................15 5.7 Armas apreendidas..........................................................................................16 5.8 Apreensões de menores ..................................................................................16 5.9 Veículos recuperados ......................................................................................17 6 DISCUSSÃO .........................................................................................................17 6.1 Análise e interpretação ....................................................................................17 6.2 Covariâncias e correlação................................................................................20 6.2.1 Homicídios, armas apreendidas e prisões efetuadas ................................20 6.2.2 Roubos, armas apreendidas, prisões efetuadas e apreensões .................21 6.2.3 Roubo e furto de veículos e recuperação de veículos ...............................22 6.2.4 Estupros e prisões .....................................................................................23 6.3 Inferências .......................................................................................................23 6.3.1 Taxa de homicídios em 10 por 100 mil habitantes.....................................23 7 CONCLUSÕES .....................................................................................................25 8 REFERÊNCIAS.....................................................................................................26 9 ANEXOS ................................................................................................................28 9.1 Bases de dados dos delitos .............................................................................28 9.2 Base de dados das atividades policiais............................................................29
  • 5. 5 1 INTRODUÇÃO Este trabalho apresentará um estudo da criminalidade na cidade de São Paulo por meio da análise de dados estatísticos. Serão abordadas informações sobre roubos, latrocínios, estupros, homicídios dolosos, roubos e furtos de veículos, além das prisões efetuadas, apreensões de menores e de armas e veículos recuperados. A base de dados será dos últimos cinco anos, do 1º trimestre de 2005 até o 4º trimestre de 2009. 1.1 Revisão bibliográfica É de fundamental importância o para o entendimento estatístico a conceituação de crime, genericamente, e dos crimes anteriormente referenciados. Crime é uma transgressão da lei penal, portanto não há crime sem lei anterior que o defina. (CP, art. 1 e Dic. Houaiss) Furto é a subtração de coisa móvel alheia. Roubo agrega a definição de furto adicionado a: mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou se reduzida a possibilidade de resistência. (CP, art. 155, 157) Latrocínio é o homicídio cometido com fim de lucro, isto é, o agente tem o intuito de subtrair coisa alheia móvel. iii Estupro é o constrangimento de uma mulher para conjugação carnal, mediante violência ou grave ameaça. Após agosto de 2009, foi incluída na conceituação legal a prática de ato libidinoso. (CP, art. 213; LF 12015/09) Homicídio é o ato de matar alguém, é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. (CP, art. 18I, 121) Apreensão de menores pode ocorrer mediante flagrante ato infracional, violência ou grave ameaça. (ECA, art. 106, 173) Os conceitos estatísticos são igualmente fundamentais para a compreensão deste, portanto seguem abaixo os principais. Média aritmética , ou simplesmente, média é o resultado da soma dos valores das observações ou dados da amostra X pela quantidade de dados n:
  • 6. 6 Mediana é um valor localizado na posição central de modo que 50% dos valores são menores e os demais 50% maiores. Moda é o valor da amostra que mais se repete, ou seja, o valor com maior frequência. Desvio é a diferença entre um valor xi e a média . Variância é a soma dos quadrados dos desvios, resultando um valor mínimo. A variância tem a desvantagem de a unidade de medida ser elevada ao quadrado, não resultando num valor com significância. Estabelece-se, portanto, o desvio padrão (S) como a raiz quadrada da variância: 1.2 Fonte dos dados e forma de interpretação O órgão responsável por colher as informações numéricas é a Secretaria de Segurança Pública (SSP), que em cumprimento da lei 9 155 de 15 de maio de 1995 divulga trimestralmente os dados sobre as atividades policiais e criminais de todo o estado de São Paulo. A SSP divulga trimestralmente dados de diversos crimes e atuações policiais. i,ii As estatísticas oficiais não refletem com exatidão a criminalidade de determinada região, mas um processo social de notificação. Para os crimes entrarem na estatística é necessário que seja detectado, notificado às autoridades policiais e registrado boletim de ocorrência. As informações devem ser entendidas levando-se em conta, entre outros fatores: x a) sazonalidade: os índices criminais estão sujeitos a variações cíclicas, por exemplo, nas férias as pessoas saem de casa para viajar, deixando-a desprotegida; b) notificações: a quantidade de notificações não implica em quantidade de crimes, cerca de um terço das ocorrências são registradas, aproximadamente;
  • 7. 7 c) taxa por cem mil: relativização para permitir comparabilidade com diferentes locais e para acompanhar a ideia de que quanto maior a população maior a taxa criminal. 1.3 Conceito de segurança pública Numa sociedade em que se exerce democracia plena, a segurança pública garante a proteção dos direitos individuais e assegura o pleno exercício da cidadania. Neste sentido, a segurança não se contrapõe à liberdade e é condição para o seu exercício, fazendo parte de uma das inúmeras e complexas vias por onde trafega a qualidade de vida dos cidadãos. Quanto mais improvável a disfunção da ordem jurídica maior o sentimento de segurança entre os cidadãos. As forças de segurança buscam aprimorar-se a cada dia e atingir níveis que alcancem a expectativa da sociedade como um todo, imbuídos pelo respeito e à defesa dos direitos fundamentais do cidadão e, sob esta óptica, compete ao Estado garantir a segurança de pessoas e bens na totalidade do território brasileiro, a defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas leis e a manutenção da paz e ordem pública. Paralelo às garantias que competem ao Estado, o conceito de segurança pública é amplo, não se limitando à política do combate à criminalidade e nem se restringindo à atividade policial. A segurança pública enquanto atividade desenvolvida pelo Estado é responsável por empreender ações de repressão e oferecer estímulos ativos para que os cidadãos possam conviver, trabalhar, produzir e se divertir, protegendo-os dos riscos a que estão expostos. As instituições responsáveis por essa atividade atuam no sentido de inibir, neutralizar ou reprimir a prática de atos socialmente reprováveis, assegurando a proteção coletiva e, por extensão, dos bens e serviços. v
  • 8. 8 2 OBJETIVOS Realizar um estudo estatístico da criminalidade na cidade de São Paulo. Apresentar de forma mais inteligível os dados criminais e da atividade policial. Comparar informações dos últimos cinco anos. Estudar correlação de atividades policiais com os índices de criminalidade e fazer estimativas. Criar familiarização com ferramentas computacionais e estatísticas. 3 JUSTIFICATIVA A motivação deste trabalho surgiu do interesse em demonstrar, com fácil visualização e entendimento, a real situação dos índices de violência. Foram escolhidos apenas dados da capital paulista por ser o maior centro populacional do país, por ter dados mais precisos e de fácil acesso em diversas fontes. Também porque parcela significativa do corpo discente e docente desta universidade é morador da capital e realiza diariamente o trajeto São Paulo/Santo André, ficando expostos ao perigo. Certamente, é de suma importância estarem todos cientes do que mudou nos últimos anos: se houve aumentos ou reduções no número de ocorrências. A partir deste trabalho, os eleitores podem ter acesso às informações oficiais de forma mais inteligível, em virtude da utilização de meios gráficos. E para todos poderem ter consciência e poderem cobrar melhoras do poder executivo. Este projeto visa explanar sobre os dados sem abordar profundamente para a significância política deles, mas, apenas com o intuito de mostrar a real situação da violência na capital do estado de São Paulo. Espera-se êxito na demonstração gráfica e na descrição estatística conceitual e numérica, além das estimativas futuras que serão executadas. 4 METODOLOGIA As informações foram obtidas por meio das ocorrências registradas pelas delegacias da Polícia Civil, dos formulários da Polícia Militar, dos dados do DAS, do Deic e do IC-IML, respaldados pela lei 9 155 e pela resolução 160/01. vii
  • 9. 9 Os dados serão apresentados em forma de tabelas e gráficos, sobretudo de barras e linhas. Foram calculados parâmetros estatísticos de tendência central, como média, mediana e moda, além de parâmetros de dispersão, como desvio padrão. Foram traçadas as linhas de tendências e obtidos os coeficientes de determinação (“r-quadrado”) e as funções que melhor representam, a fim de determinar correlação e estimativas futuras. Algumas informações podem ser apresentadas na relação “por 100 mil habitantes”, como forma de relativizar os números no universo dos habitantes da cidade de São Paulo. Para este cálculo serão utilizadas as informações da tabela 1 e da fórmula ii : Os gráficos foram plotados e os cálculos executados com o auxílio de uma ferramenta computacional, o software Microsoft Office Excel. O software Scilab foi uma ferramenta também utilizada pela sua capacidade em resolver equações, das mais simples às de elevado grau. Tabela 1 – População absoluta da Cidade de São Paulo Ano População absoluta em São Paulo 2005 10 766 673 2006 10 824 242 2007 10 882 121 2008 10 940 311 2009 10 998 813 2010 11 054 629 Fonte: Fundação Seade vi 5 RESULTADOS Em todas as seções deste capítulo serão apresentadas os gráficos de barra, as equações das linhas de tendência e algumas informações estatísticas. A equação da curva de regressão é dada pela relação entre a variável y dependente da variável x. x representa o trimestre da seguinte forma: 1º trimestre de 2005 corresponde a x = 1, 2º trimestre de 2005 corresponde a x = 2, , 1º trimestre de 2006 corresponde a x = 5, e assim sucessivamente. De modo geral, as linhas de tendência foram polinomiais de 6º grau, isso devido ao maior número de inflexões, ou seja, maiores quantidades de mudança na concavidade, permitindo maior “flexibilidade” da curva sobre as barras de dados.
  • 10. 10 Em todos os gráficos a fonte de informações são as estatísticas trimestrais da SSP e a plotagem dos gráficos e linhas de tendência é dos autores. Tal informação é colocada a fim de evitar que seja repetitivamente inserida no rodapé dos gráficos. 5.1 Homicídios dolosos Gráfico 1 – Número absoluto de homicídios dolosos A curva que melhor define essa tendência é polinomial de grau 6. Possui R² = 0,9647 e equação . Os valores da amostra possuem média de 424,6 homicídios dolosos por trimestre e desvio padrão de 131,4. É amodal e a mediana vale 381. Gráfico 2 – Número relativo de homicídios dolosos (por 100 mil habitantes) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 0 1 2 3 4 5 6 7 8 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009
  • 11. 11 5.2 Roubos Gráfico 3 – Quantidade absoluta de roubos Novamente, a curva de regressão que melhor define o comportamento da amostra é polinomial de sexto grau, entretanto sem muita fidelidade. Seu r-quadrado equivale a 0,5973 e a equação é . Os valores da amostra possuem média de 27 950,8 roubos por trimestre e desvio padrão de 2052,7. É amodal e possui mediana 27 446. Gráfico 4 – Quantidade relativa de roubos (por 100 mil habitantes) 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 0 50 100 150 200 250 300 350 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009
  • 12. 12 5.3 Estupro Gráfico 5 – Quantidade absoluta de estupros Mais uma vez, a curva de regressão que melhor descreve o comportamento da amostra é polinomial de sexto grau. Seu coeficiente de determinação equivale a 0,9243 e a equação é . Os valores da amostra possuem média de 299,55 estupros por trimestre e desvio padrão de 92,2. Possui moda 262 e mediana 274. Gráfico 6 – Quantidade relativa de estupros (por 100 mil habitantes) 0 100 200 300 400 500 600 700 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 0 1 2 3 4 5 6 7 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009
  • 13. 13 5.4 Latrocínio Gráfico 7 – Quantidade absoluta de latrocínios A curva que melhor explica os dados é uma regressão polinomial de grau 5. Seu coeficiente de determinação equivale a 0,8423 e a função que descreve é: . Os valores da amostra possuem média de 16,85 latrocínios por trimestre e desvio padrão de 7,118. A mediana e a moda valem 15. Gráfico 8 – Quantidade absoluta de latrocínios (por 100 mil habitantes) 0 5 10 15 20 25 30 35 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009
  • 14. 14 5.5 Roubo e Furto de Veículos Gráfico 9 – Quantidade absoluta de roubos e furtos de veículos As curvas de regressão plotadas no gráfico 9 são polinomiais de grau 6. Os coeficientes r-quadrado valem 0,9204, 0,7226 e 0,8388 para roubos, furtos e total, respectivamente. Suas equações são: A tabela 2 apresenta as médias e desvios-padrão. Tabela 2 - Médias e desvios-padrão de roubos e furtos Média Desvio-Padrão Moda Mediana Roubos 9186 1213,13 NP 9040 Furtos 12042,55 1957,36 NP 11847,5 Total 21228,55 3046,76 NP 20621,5 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 Roubos Furtos Total Roubos Furtos Total
  • 15. 15 Gráfico 10 – Quantidade relativa de furtos e roubos (por 100 mil habitantes) 5.6 Prisões efetuadas Gráfico 11 – Quantidade absoluta de prisões efetuadas A curva de tendência é polinomial de sexto grau. Possui r-quadrado igual a 0,8913 e é descrita pela equação matemática: A média de prisões efetuadas por cada período de três meses é 5757,6 e o desvio padrão é 553,3. Possui mediana de 5667 e não existe moda. 0 50 100 150 200 250 300 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 Roubos por 100 mil Furtos por 100 mil Total por 100 mil Roubos Furtos Total 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009
  • 16. 16 5.7 Armas apreendidas Gráfico 12 – Quantidade absoluta de armas apreendidas Novamente, a curva que melhor se ajustou aos dados foi a polinomial de sexto grau. O coeficiente de regressão é 0,9288. Sua equação é: A média de armas apreendidas por trimestre é 1889,4 com desvio padrão de 423,8. A mediana é igual a 1790 e a distribuição é amodal. 5.8 Apreensões de menores Gráfico 13 – Quantidade absoluta de menores apreendidos 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 0 100 200 300 400 500 600 700 800 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009
  • 17. 17 A curva que melhor explica os dados é uma regressão polinomial de grau 6. Seu coeficiente de determinação equivale a 0,794 e a função que descreve é: Os valores da amostra possuem média de 560 apreensões por trimestre e desvio padrão de 76,4. 5.9 Veículos recuperados Gráfico 14 – Quantidade absoluta de veículos recuperados O r-quadrado mais próximo de um neste caso foi obtido com uma curva polinomial de grau 6. O coeficiente é 0,9266. É descrita pela função: A média trimestral de veículos recuperados é 7754,94 e o desvio-padrão 936,12. A distribuição é modal de moda 6422 e o número central é 7655. 6 DISCUSSÃO 6.1 Análise e interpretação O número de homicídios na capital de São Paulo apresentou uma enorme diminuição no período estudado. Seu valor absoluto final ficou abaixo da média em quase 100 unidades. A quantidade relativa, do ano de 2009, 11 homicídios/100 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009
  • 18. 18 habitantes, é próxima do considerado aceitável pela OMS, que é de 10 mortes por 100 mil habitantes. ix O gráfico da distribuição dos roubos é quase uma constante, o valor oscila numa faixa de 7 937 roubos. Considerando que a maior quantidade registrada foi 31 445 e a menor 24 221, o valor da faixa de variação não é elevado. O mais importante é que o gráfico não demonstra uma tendência clara de aumento ou redução, mas de simples variação numa determinada faixa. Quando a comparação é feita com os mesmos trimestres, mudando apenas o ano, nota-se claramente uma tendência de estabilidade do número deste delito. Para essas estatísticas, roubo inclui subtração de cargas e roubo a bancos, mas não de veículos, que são contabilizados separadamente. O número de estupros manteve-se, assim como o de roubos, em estabilidade. O valor da média, 299,55, é bastante representativo até o último trimestre exclusive, quando a quantidade de ocorrências de estupro mais que dobrou o valor da média. Se o valor do último trimestre fosse a média da amostra, a nova média seria 281,93, número que seria ainda mais representativo da quantidade. O elevado crescimento da quantidade de ocorrências de estupro no último trimestre da análise é devido à mudança da legislação, que entrou em vigor a partir de 10 de agosto de 2009. Esta lei ampliou o conceito de estupro. Os dados do 3º quadrimestre de 2009, por já estar em curso, não foram afetados. viii Os casos de latrocínio parecem ser totalmente aleatórios. Houve altos índices nas primeiras amostras, diminuindo quase que pela metade nos próximos e voltando a aumentar a partir da segunda metade de 2008. Se os dois primeiros valores e os seis últimos fosse iguais a média da amostra a nova média seria 13,79 e ilustraria uma situação melhor situação de seguridade pública. A comparação por trimestres iguais também não produz resultados ou tendências significativas, uma vez que os valores são muito variáveis, não apresentando monotonicidade de fato, ou seja, não são valores sempre crescentes ou sempre decrescentes, mas apresentam uma dessas características em períodos muito restritos, impedindo uma indução. Roubos e furtos de veículo, como sugere uma cuidadosa observação da linha de tendência, seguem os mesmos padrões de crescimento, decrescimento e estabilidade, pois o formato da curva é praticamente igual, sendo a de furtos deslocada para cima em 2856,6 unidades, em média. Tal observação permite as constantes da amostra sejam analisadas como uma única, na forma do total.
  • 19. 19 Convém apenas ressaltar que em todo período observado a quantidade de furtos foi sempre maior que a de roubo. Essa diferença se justifica, provavelmente pela diferença de penas, no primeiro caso é de um a quatro anos de reclusão e no segundo de quatro a dez. Apesar do leve aumento no segundo e no terceiro trimestre de 2009, possivelmente devido à sazonalidade, esses delitos vêm, de modo geral, sofrendo queda gradual. Neste caso, os valores das médias representam bem o que ocorre, apesar de os valores não ficarem fixos no valor médio, eles não divergem muito dele, divergem o suficiente apenas para indicar leve queda. As prisões efetuadas, de modo geral, apresentam a tendência de crescerem, apesar de algumas concavidades para cima na linha de tendência. O trimestre de 2009 apresentou uma das maiores altas na quantidade de prisões quando a comparação se dá com o trimestre anterior. Mais uma vez, a média descreve bem a tendência de valores, apesar de não ser linear, isso porque os números variam dentro de uma faixa de valores muito pequena, para cima e para baixo da média. As prisões incluem as em flagrante e as por mandato. A quantidade de armas apreendidas decresceu, mas nos últimos trimestres, sobretudo a partir do primeiro de 2008, vem formando tendência estável. Considerando números deste trimestre, inclusive, adiante, a média seria 1607, ante os 1900 com todos os números. A apreensão de menores não apresenta comportamento unidirecional, na maior parte do início decresce e volta a crescer a partir do quarto trimestre de 2008. Naturalmente, há alguns valores fora dessa tendência, mas que não prejudicam o entendimento global das apreensões. Pondo a salvo alguns valores, que são exceções, a comparação por trimestres mantêm o mesmo parecer: primeiramente decrescimento, depois crescimento. As recuperações de veículos subtraídos cresceram bastante nos últimos trimestres, especialmente a partir do segundo de 2008. No último trimestre da amostra o valor decresceu, mas é exatamente o mesmo valor da média dos quartos trimestres, portanto é pode-se inferir que nos últimos trimestres do ano a recuperação de veículos é menor.
  • 20. 20 6.2 Covariâncias e correlação A covariância mede a tendência e a força da relação linear entre duas variáveis. Ela pode ser positiva, negativa ou nula com unidade de medida referente ao produto das unidades de medida das duas variáveis, que não tem nenhum significado prático. Para facilitar a relação entre duas variáveis e evitar a unidade de medida da covariância, foi definido o coeficiente de correlação (r), também chamado de coeficiente de Pearson, que possui as seguintes propriedades: o valor é limitado entre -1 e 1 e não possui unidade. iv Os gráficos apresentados serão de linhas para facilitar a visualização da correlação. Ela ocorre quando as linhas “fazem o mesmo caminho”, mesmo que em locais diferentes do gráfico, acima ou abaixo. 6.2.1 Homicídios, armas apreendidas e prisões efetuadas Gráfico 15 – Quantidade de homicídios dolosos, armas apreendidas e prisões efetuadas Os coeficientes de Pearson obtidos nos testes foram: 0,82 para a correlação entre homicídios e armas apreendidas e -0,68 para correlação entre homicídios e prisões efetuadas. O número de homicídios dolosos efetuados acompanha de modo muito próximo a quantidade de armas apreendidas. Provavelmente a cada homicídio doloso as forças policiais conseguem recuperar a arma do crime, quando para a 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 Homicidios Armas apreendidas Prisões
  • 21. 21 infração utiliza-se uma arma de fogo. O valor não é acompanhado pois as armas de fogo são utilizadas em vários outros crimes, não somente o homicídio. Entre homicídios e prisões efetuadas não há correlação muito forte, mas a pouca que existe é negativa, ou seja, aumentam os homicídios e diminuem as prisões, e vice-versa. Na prática o co-relacionamento deve ser ainda menor, pois a maioria das prisões efetuadas são em flagrante e a maioria das prisões dos homicidas não é deste modo. x 6.2.2 Roubos, armas apreendidas, prisões efetuadas e apreensões Gráfico 16 – Quantidade de roubos, armas apreendidas, prisões efetuadas e apreensões Os coeficientes de correlação obtidos foram: -0,014 para roubos e armas apreendidas; 0,65 para roubos e prisões; 0,21 para roubos e apreensões. A maior quantidade de armas de fogo apreendidas não implica em menos roubos, é o que sugerem as estatísticas. As duas grandezas criminais não tem correlação ou a correlação é fraquíssima. Roubos e prisões mantém certa correlação. Quando ocorre aumento na criminalidade, de modo geral, a atividade policial aumenta conjuntamente, efetuando mais prisões. Além disso, roubo é a infração mais constatada em flagrante. A correlação não é maior pois roubo não é único delito que leva o infrator à prisão. Roubos e apreensões de menores tem baixa correlação. Roubo é um dos delitos mais praticados por menores de idade, entretanto são minorias se comparados com adultos. Adolescentes infratores roubam objetos de baixo valor, normalmente, e a população registra poucos boletins de ocorrência para esse tipo 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 1ºtrimestre 2ºtrimestre 3ºtrimestre 4ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 Roubos Armas apreendidas Prisões Apreensões
  • 22. 22 de bem subtraído. E também devido às poucas Fundações CASAs instaladas no estado impossibilita a apreensão de mais menores. 6.2.3 Roubo e furto de veículos e recuperação de veículos Gráfico 17 – Quantidade de roubos e furtos de veículos e veículos recuperados Obteve-se coeficientes de correlação: 0,95 para roubos e veículos recuperados e 0,78 para furtos e veículos recuperados. Roubos e furtos de veículos tem grande correlação com sua recuperação. Mais uma vez, a atividade policial é influenciada pela quantidade de delitos de forma proporcional. Os dados não mostram que todo, ou grande parcela, dos veículos roubados sejam recuperados, mas sim que eles têm grande chance de serem recuperados, chances maiores que dos carros furtados. Possivelmente isso ocorra pelo fato de nos roubos, a vítima possuir mais informações a respeito do assaltante, como a memória do rosto dele, facilitando o trabalho policial. 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 1ºtrimestre 3ºtrimestre 1ºtrimestre 3ºtrimestre 1ºtrimestre 3ºtrimestre 1ºtrimestre 3ºtrimestre 1ºtrimestre 3ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 Roubos Furtos Veículos recuperados
  • 23. 23 6.2.4 Estupros e prisões Gráfico 18 – Quantidade de prisões efetuadas e estupros Obteve-se coeficiente de Pearson igual a 0,43. O baixo co-relacionamento entre esses dois fenômenos é devido ao fato de que a maioria das mulheres, por uma questão social e psicológica, não registram a ocorrência de estupro, mesmo havendo delegacias especializadas para crimes contra a mulher. E também devido ao baixo número de casos de estupro, de fato (não só os registrados), em comparação com os demais delitos. 6.3 Inferências 6.3.1 Taxa de homicídios em 10 por 100 mil habitantes A referência que se possui sobre valores aceitáveis internacionalmente é somente da dada em relação a um ano todo, portanto, foi plotado o gráfico da quantidade de homicídios por ano, juntamente com sua linha de tendência. 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 1ºtrimestre 3ºtrimestre 1ºtrimestre 3ºtrimestre 1ºtrimestre 3ºtrimestre 1ºtrimestre 3ºtrimestre 1ºtrimestre 3ºtrimestre 2005 2006 2007 2008 2009 Prisões efetuadas Número de estupros
  • 24. 24 Gráfico 18 – Quantidade de homicídios, por ano A equação da curva obtida foi: . A curva se ajustou quase perfeitamente aos dados, pois apresentou coeficiente de regressão igual a 0,9824. Considerando que ela representa a tendência dos dados, pode-se por meio dela, fazer inferências sobre valores futuros, utilizando apenas a manipulação das variáveis x e y. Para realização da estimativa será considerada a população estimada da capital em 2010 (Tabela 1). Utilizando este dado, conclui-se que para a capital possuir a taxa relativa de homicídios aceitável deverá ter, em valor absoluto, no ano, 1106 homicídios. É necessário, portanto, calcular o valor de x para y = 1106. Isso significa que entre o 5º e o 6º, contado a partir do inicio da amostra haverá, se a tendência se confirmar, o nível aceitável de homicídios por grupo de 100 mil habitantes. Corresponde ao 2º trimestre de 2010. Entretanto, para relativizar os dados é necessário o conhecimento da amostra toda de 2010, não se pode afirmar que a taxa relativa chegará ao aceitável no segundo trimestre. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 2005 2006 2007 2008 2009
  • 25. 25 7 CONCLUSÕES Este projeto alcançou o objetivo que propunha em transformar os dados numéricos em dados gráficos, de fácil visualização. Êxito foi também obtido na aplicação prática, a partir de uma amostra, dos conceitos estatísticos fundamentais e de técnicas de estimação. A comparação dos últimos cinco anos conseguiu retratar bem o avanço e/ou a redução da criminalidade da cidade, seguindo padrões de comparação entre trimestres e de forma geral. Apesar de as informações não retratarem fielmente a situação criminal da capital de São Paulo devido às falhas que o registro estatístico apresenta, elas são úteis para o entendimento básico dela e de suas tendências. Os testes de correlação são fundamentais para se compreender a eficácia do trabalho policial, apesar, como toda estatística não totalmente descritiva, apresentar falhas. O estudo estatístico de situações, sobretudo de políticas públicas, são essenciais para a visualização das situações atuais, para assim, poder haver um melhor planejamento de situações futuras. Ao observar, por exemplo, o elevado aumento, além de um erro permitido, nos últimos anos, de um determinado crime podem ser tomadas, pelo poder público e pelas autoridades policiais as devidas providências. Conclui-se, por fim, que o trabalho estatístico descritivo e inferencial é de suma importância para diversos ramos da ciência, sejam sociais, humanas ou exatas, e que a utilização do ferramental computacional apropriado pode transformar esse trabalho, tornando-o mais simples, mais visual, mais rápido e mais confiável.
  • 26. 26 8 REFERÊNCIAS [i] BRASIL. Lei 9155 de 15 de maio de 1995. Dispões sobre obrigatoriedade da publicação trimestral de informações que especifica. Portal JusBrasil. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/173878/lei-9155-95-sao-paulo-sp>. Acesso em: 7 ago. 2009. [ii] SSP. Estatísticas trimestrais. Disponível em: < http://www.ssp.sp.gov.br/ estatistica/ trimestrais.aspx> Acesso em: 7 ago. 2010. [iii] Dicionário jurídico – Latrocínio. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/ dicionario/exibir/736/Latrocinio>. Acesso em: 7 ago. 2010. [iv] LAPPONI, Juan C. Estatística usando Excel. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 79-82, 109-114, 173-175. ISBN 85-352-1574-3. [v] SANTOS, Emerson C. R. Conceito de segurança pública. < http://br.monografias. com/trabalhos2/seguranca-publica/seguranca-publica.shtml>. Acesso em: 8 ago. 2010. [vi] SEADE. Sistema de projeções populacionais. Disponível em: < http://www. seade.gov.br/produtos/projpop/index.php>. Acesso em: 07 ago. 2010. [vii] SSP. Resolução nº 160 de 8 de maio de 2001. Cria o sistema estadual de coleta de estatísticas criminais. OAB SP. Disponível em: < http://www2.oabsp.org.br/asp/ clipping_jur/ClippingJurDetalhe.asp?id_noticias=10663&AnoMes=20015>. Acesso em: 7 ago. 2010. [viii] BRASIL. Lei 12015 de 7 de agosto de 2010. Altera titulo VI da Parte Especial do Decreto-Lei 2.848. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007- 2010/2009/Lei/L12015.htm>. Acesso em: 9 ago. 2010. [ix] Preite, Wanderley. Sexta-feira santa. Veja. Disponível em: < http://veja.abril .com.br/191207/p_114.shtml>. Acesso em: 9 ago. 2010. [x] KANH, Túlio. Estatística de criminalidade: manual de interpretação. Disponível em: <http://www.ssp.sp.gov.br/estatistica/downloads/manual.pdf>. Acesso em: 8 ago. 2010.
  • 27. 27 [xi] BRASIL. Decreto-lei nº 2848 de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/del2848.htm>. Acesso em: 7 ago. 2010. [xii] BRASIL. Lei 8069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do adolescente. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 7 ago. 2010 . [xiii] SP NOTÍCIAS. São Paulo: Governo de São Paulo. n. 16. Disponível em: <http:// www.saopaulo.sp.gov.br/usr/share/revistaSPnoticias/documents/revista_spnoticias_ 16.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2010.
  • 28. 28 9 ANEXOS 9.1 Bases de dados dos delitos Ano Trimestre Homicidios Roubos Estupros Latrocínios Roubos de veículos Furto de veículos 2005 1º trimestre 761 26013 303 28 11029 14467 2º trimestre 652 29034 324 28 11480 14974 3º trimestre 521 28817 337 12 11373 15618 4º trimestre 535 27200 327 13 10236 12566 2006 1º trimestre 524 26176 312 10 9900 13977 2º trimestre 562 27255 267 15 9801 13742 3º trimestre 479 26806 262 8 9394 13553 4º trimestre 420 25676 256 12 8677 11562 2007 1º trimestre 399 26060 251 8 9132 11872 2º trimestre 378 28541 191 8 8948 12872 3º trimestre 380 27868 260 11 8887 11012 4º trimestre 381 26432 273 15 7357 8397 2008 1º trimestre 326 27624 236 15 7688 9651 2º trimestre 304 29316 262 14 7852 12157 3º trimestre 296 28476 275 22 7775 11823 4º trimestre 337 24221 262 18 8222 9449 2009 1º trimestre 2º trimestre 306 325 31254 32158 323 281 27 25 9670 9443 10554 11717 3º trimestre 278 31445 331 27 8840 11190 4º trimestre 328 28644 658 21 8016 9698
  • 29. 29 9.2 Base de dados das atividades policiais Ano Trimestre Prisões efetuadas Armas apreendidas Apreensões Veículos recuperados 2005 1º trimestre 5482 2559 672 9301 2º trimestre 5479 2918 661 9473 3º trimestre 5414 2899 630 9264 4º trimestre 5132 2131 612 8493 2006 1º trimestre 5035 1876 596 8075 2º trimestre 4962 2014 564 8059 3º trimestre 5160 1904 536 7442 4º trimestre 5328 1839 522 7512 2007 1º trimestre 5783 1720 472 7534 2º trimestre 6083 1799 598 7776 3º trimestre 5687 1781 526 7441 4º trimestre 5573 1687 470 6439 2008 1º trimestre 5789 1578 502 6422 2º trimestre 6026 1503 469 6995 3º trimestre 6241 1530 485 6422 4º trimestre 5647 1549 489 6670 2009 1º trimestre 6222 1726 488 7954 2º trimestre 6582 1826 642 8472 3º trimestre 6572 1611 561 8114 4º trimestre 6955 1538 717 7241