O documento descreve a teoria sociológica de Talcott Parsons e seu conceito de sociedade. Parsons via a sociedade como um sistema autossuficiente que mantém sua estabilidade através da integração, adaptação, manutenção de padrões e realização de objetivos. Ele analisava a estrutura social considerando valores, normas, coletividades e papéis.
3. T. Parsons (1902-1979) foi seguramente o
sociólogo norte-americano mais conhecido em
todo o mundo.
Parsons trabalhou no Departamento de Sociologia
na Universidade de Havard entre 1927 a 1973 e no
Departamento de Relações Sociais.
Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
4. Em geral, seus críticos entenderam-no como
um pensador conservador, preocupado
basicamente com o bom ordenamento da
sociedade, sem ter muita tolerância para com
a desconformidade ou a dissidência dos que
podiam manifestar-se contra ela.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
5. Considera-se que a concepção social dele
tenha sido influenciada diretamente pelo
antropólogo Bronislaw Malinowski,
fortemente marcado pela biologia, daí verem
em Parsons um admirador da organização de
um formigueiro, no qual o papel dos
indivíduos (das operárias à rainha-mãe) esta
devidamente pré-determinado e ordenado
em função da manutenção e aperfeiçoamento
de um sistema maior.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
6. Bronislaw Malinowski-Antropólogo inglês, de
origem polaca, nascido em 1884, em Cracóvia, e
falecido em 1942, no Connecticut.
Foi o fundador da escola funcionalista,
defendendo que todos os elementos de uma
dada cultura (crenças, rituais, objetos, etc.) têm
uma função e um sentido específicos dentro do
sistema cultural em que se integram.
Entre outros estudos, publicou Myth in Primitive
Psychology (1926), Sex and Repression in Savage
Society (1927) e A Scientific Theory of Culture
(1944).
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
7. A obsessão de Parsons era determinar a
função que os indivíduos desempenhavam na
estrutura social visando a excelência das
coisas. Era um estudioso da Estratificação
Social não da mudança ou da transformação.
Intelectual do fordismo
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
8. Parsons, que também foi tradutor da obra de
Max Weber e seu difusor nos Estados Unidos,
foi contemporâneo das linhas de montagem,
a Scientific Management, o chamado
Gerenciamento Científico, introduzidas por
F.Taylor (1856-1915) e por Henry Ford
(1863-1947), cujas espantosas modificações
no processo produtivo, verdadeiramente
revolucionárias, foram necessárias à
produção em massa.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
9. A nova maneira de produzir os
manufaturados começou a ser adotada em
larga escala a partir da Primeira Guerra
Mundial, difundindo-se de modo
impressionante nos anos de 1920 por boa
parte do mundo. Pode-se então dizer que
Talcott Parsons foi, antes de tudo, o
intelectual orgânico (termo gramisciano) das
novas técnicas produtivas adotadas pelas
industrias: o taylorismo e o fordismo.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
10. Desinteressando-se dos aspectos da
transformação social sua inclinação deu-se
em favor do equilíbrio e do consenso.
Naturalmente que isso o posicionou a
entender o indivíduo como expressão das
estruturas, as quais ele devia manter e
preservar. Caso isso não ocorresse entravam
em ação os mecanismos do Controle Social
(moral, ética, sistema jurídico e penal, etc.),
como um instrumento preventivo, corretivo
ou coercivo.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
11. O objetivo de qualquer sociedade, pois, como ele
defendeu no seu mais conhecido livro The Social
System (O Sistema Social, 1952) era alcançar a
homeostasis, a manutenção da estabilidade, do
equilíbrio permanente, fazendo com que só
pudéssemos entender uma parte qualquer a ser
estudada em função do todo. Se bem que a
organização de formigueiro pudesse atraí-lo,
seguramente foi a racionalidade da produção
fabril quem determinou a concepção da Teoria
Social dele.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
12. Expressões como “adaptação”, “integração”,
“ manutenção”, largamente utilizadas por
Talcott Parsons, colocam-no claramente no
campo conservador do pensamento
sociológico, alguém que via a política apenas
como um instrumento de garantia do bom
andamento do todo, jamais como
instrumento da transformação.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
13. O pensamento parsoniano foi visto também
como expressão da sua época, especialmente os
Estados Unidos dos anos de 1950-60. Além de
ter sido testemunha da revolução gerencial dos
anos 20, ele, atingindo a maturidade intelectual
no período do após-guerra, momento em que
os Estados Unidos viviam uma situação de
estabilidade e cooperação (resultado do clima
patriótico e das necessidades ideológicas da
Guerra Fria), fez por tornar inevitável que sua
teoria privilegiasse a coesão, a adaptação, e a
estabilidade familiar.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
14. Adaptação (base
material)
Objetivos a
alcançar (sistema
político)
Integração (sistema
educacional)
Manutenção pela
educação dos
modelos culturais
(na família/pela
elite do poder)
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
16. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Raízes intelectuais do livro: Idealismo alemão de
Hegel a Marx e Weber Hegel
Hegel > teoria complexa da evolução societária
geral
Hegel, Marx > fechamento temporal muito
definido
Weber > modernidade ocidental & outras
civilizações (p.11)
17. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Sistema moderno (para além da Europa) >
Colonização
No Japão > Ocidente como modelo
O Ocidente Moderno tem, ou não, significação
universal?
Ciência + belas artes + sistema racional de direito
+ capitalismo burguês racional = “sistema
sociocultural singular com capacidade adaptativa
sem igual” (p.12)
18. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Evolução orgânica > Evolução da sociedade >
Evolução da cultura humana
“Os desenvolvimentos na Teoria Biológica e nas
Ciências Sociais criaram bases sólidas para a
aceitação da continuidade fundamental da
sociedade e da cultura como parte de uma
teoria mais geral da evolução dos sistemas
vivos” (p.12).
20. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Subsistemas
Social
Cultural
Personalidade
Org. Comportamental
Funções primárias
Integração
Manutenção de Padrão
Realização de Objetivo
Adaptação
Ação
“Esta tabela apresenta o esquema mais simples dos subsistemas
primários e suas referências funcionais para o Sistema Geral de
Ação, do qual o sistema social é um dos quatro subsistemas
primários, o concentrado na função integradora” (p.16).
21. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Sistemas de ação (ambientais) para a ação em
geral
o Ambiente físico (fenômenos > Física,
Química e o mundo de organismos vivos)
o “Realidade última” (“problema do sentido”
de Weber)
22. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Interpenetração
Sistemas de ação (ambientais) para a ação em geral
Ambiente físico (fenômenos > Física, Química e o
mundo de organismos vivos)
“Realidade última” (problema do sentido de Weber)
X
Subsistemas de ação (Social, Cultural,
Personalidade e Organismo Comportamental)
23. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A interpenetração pode ser caracterizada por meio
da interiorização de objetos sociais e normas
culturais pela personalidade do indivíduo e,
também, pelo conteúdo aprendido da experiência,
organizado e guardado nos mecanismos de
memória do organismo, “(...) tal como ocorre com
a institucionalização dos componentes normativos
de sistemas culturais como estruturas
constitutivas de sistemas sociais. (...) É em virtude
das zonas de interpenetração que podem ocorrer
processos de intercâmbio entre sistemas” (p.17).
24. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Os sistemas sociais são “’abertos’, participando
de um intercâmbio contínuo de recepções e
apresentações com seus ambientes. Além disso,
pensamos que sejam internamente diferenciados
em várias ordens de subcomponentes que
também participam continuamente dos processos
de intercâmbio” (p.17).
25. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
“A estrutura dos sistemas sociais pode ser analisada
através de quatro tipos de componentes
independentemente variáveis: valores, normas,
coletividades e papéis” (p.18).
Valores > manutenção de padrão dos sistemas sociais
Normas > integração dos sistemas sociais
Coletividades > realização de objetivo (dois critérios:
status definido de participação e diferenciação entre
os participantes nessa coletividade)
Papéis > função adaptativa (interpenetração entre
sistemas sociais e a personalidade)
26. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
O Conceito de Sociedade
“Definimos a sociedade como o tipo de sistema social
caracterizado pelo nível mais elevado de autossuficiência com
relação ao seu ambiente, onde se incluem outros sistemas
sociais. No entanto, a autossuficiência total seria incompatível
com o status de uma sociedade como um subsistema de ação.
Para sua continuidade, qualquer sociedade depende de um
sistema de ‘recepções’ que a atingem através de intercâmbio
com seus sistemas ambientais. Portanto, a autossuficiência,
com relação aos ambientes, significa estabilidade de relações
de intercâmbio e capacidade para controlar estes últimos em
benefício do funcionamento societário. Esse controle pode
variar, desde a capacidade de impedir ou “enfrentar”
perturbações, até capacidade para conformar, de maneira
favorável, as relações ambientais” (p.19).
27. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Sociedade e ambiente físico
Ambiente físico > significação adaptativa >
fonte de recursos humanos > Produção
(divisão de trabalho)
28. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Ambiente físico
X
Autossuficiência da sociedade
Funcionamento econômico > tecnologia
Funcionamento político > uso organizado de
forças (militares e policiais)
29. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Personalidades (interpenetração)
X
Autossuficiência da sociedade
“Uma sociedade só pode ser autossuficiente na medida em
que de modo geral seja capaz de ‘contar’ com as realizações
de seus participantes como ‘contribuições’ adequadas para
o funcionamento societário. Tal como ocorre nos outros
intercâmbios necessários para a auto suficiência, essa
integração entre personalidade e sociedade não precisa ser
absoluta. No entanto, não se pode dizer que uma sociedade
seja autossuficiente se a grande maioria, de seus
participantes for ‘alienada’” (p.20).
30. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Personalidades
X
Sistema cultural e Sistema Social
Nível Social: (padrões de valor = representações coletivas –
consenso)
Nível Cultural: valores relacionam-se ao conhecimento
empírico, aos sistemas simbólicos expressivos e estruturas
simbólicas dos sistemas religiosos. Os valores são
legitimados principalmente em termos religiosos (p.21).
31. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
“Portanto, no contexto de legitimação cultural,
uma sociedade é autossuficiente na medida em
que suas instituições são legitimadas por valores
que seus participantes aceitam com relativo
consenso e que, por sua vez, são legitimados
por sua coerência com outros elementos do
sistema, sobretudo seu simbolismo constitutivo”
(p.21).
32. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
“É fundamental lembrar que os sistemas culturais
não correspondem exatamente aos sistemas sociais,
onde se incluem as sociedades. Os sistemas culturais
mais importantes geralmente se tornam
institucionalizados em diferentes padrões, em certo
número de sociedades, embora também existam
subculturas dentro das sociedades. Por exemplo, o
sistema cultural centralizado na cristandade
ocidental tem sido, com muitas restrições e muitas
variações, comum a todo o sistema europeu de
sociedades modernizadas” (p.21)
33. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Relações entre sociedades
“(...) todas as sociedades que denominamos
‘politicamente organizadas’ participam, com
várias outras sociedades, de ‘relações
internacionais’ de vários tipos; amistosos ou
hostis. (...) um sistema social pode interferir na
estrutura social e nos participantes ou na
cultura de duas ou mais sociedades” (p.22).
34. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Subsistemas Componentes Aspectos de processo Função primária
(estrut. básicos de desenvolvimento (categorias
sistema sociais) funcionais)
Comunidade
societária
(subsistema normas inclusão integração
integrador de
uma sociedade)
Manutenção de
padrão ou fiduciário valores generalização de valores manutenção de Padrão
(sistema cultural >
realidade última)
Governo (subsistema
de realização de coletividade diferenciação realização de objetivos
objetivos –
personalidades)
Economia (organismo papeis ascensão adaptativa adaptação
comportamental –
mundo físico)
35. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
O Núcleo: A Comunidade Societária
Pouco conhecida (discutida em termos religiosos e políticos e não
sociais)
Função integradora (definir obrigações de lealdade)
“A lealdade é uma prontidão para responder a chamados
adequadamente ‘justificados’ em nome da coletividade ou da
necessidade e interesse ‘públicos’” (p.24).
“Uma comunidade societária é uma rede complexa de
coletividades interpenetrantes e lealdades coletivas (...). O
sistema de normas, que governa as lealdades, precisa integrar os
direitos e as obrigações de várias coletividades e seus
participantes não apenas entre si, mas também com as bases de
legitimação da ordem como um todo” (p.25).
36. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A Comunidade Societária e o governo
O governo > “órgão especializado da sociedade que está no
núcleo da política” (p.29).
Responsabilidade para a manutenção da integridade da
comunidade societária contra ameaças generalizadas (inclui a
função de coerção e participação na função de interpenetração)
Refere-se ao executivo – ações para defender o interesse
“público” (controle territorial, manutenção da ordem pública)
No nível das sociedades integralmente modernas há uma
tendência de que o poder de liderança política dependa do apoio
de partes amplas da população (p.29).
37. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A Comunidade Societária e a Economia
“Mesmo quando não há interferência dos problemas de
lealdade coletiva, obrigações impostas e moralidade, a ação
de um indivíduo ou de uma coletividade, será desaprovada se
for desnecessariamente descuidada ou de ‘esbanjamento’”
(p.30). O aspecto normativo nesse sentido “fica claro na
regulamentação do uso de trabalho como um fator de
produção em sentido econômico. O compromisso com a força
de trabalho inclui uma obrigação de trabalhar eficientemente
dentro das condições legítimas de emprego” (p.30).
38. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Métodos de integração em sociedades cada vez
mais diferenciados
O sistema jurídico
Direito: “código geral que regula a ação das
unidades de uma sociedade que, para elas, define
a situação”. (p.31).
Sistemas jurídicos modernos: componentes
constitucionais escritos (EUA) e não-escritos (Grã-
Bretanha) (p.31).
39. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Participação na Comunidade Societária
“O governo não pode simplesmente ‘governar’,
mas precisa ser legitimado para governar uma
comunidade relativamente comprometida, ao
assumir responsabilidades pela manutenção de
sua ordem normativa” (p.33).
40. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Participação na Comunidade Societária / Cidadania
1a fase: modelo legal ou civil que definia a fronteira entre a
comunidade societária e o governo.
2a fase: participação nos problemas públicos,
institucionalização do direito ao voto.
3a fase: caracterizada pelo interesse “social” pelo “bem-
estar” dos cidadãos (responsabilidade pública sobre a saúde
e educação para a população).
“É notável que a difusão da educação para círculos cada vez
mais amplos da população, bem como a elevação dos níveis
da educação, tenham estado muito ligadas ao
desenvolvimento complexo de cidadania” (p.35).
41. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Comunidade Societária, Sistemas de Mercado e
Organização Burocrática
“A categoria econômica refere-se, acima de tudo, ao
desenvolvimento de mercados e a instrumentos
monetários essenciais às funções que, como já notamos,
pressupõem a institucionalização sob novas formas de
contrato e relações de propriedade. Por isso, dependem
dos ‘direitos’ de cidadania, pois uma economia que seja
puramente ‘administrada’ por repartições ou pelo governo
central violaria a liberdade de grupos particulares para
participar, autonomamente, de transações de mercado”
(p.35).
42. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Organização de associações
Tendências das associações
• Busca de igualitarismo manifestado pela
cidadania
• “Livre arbítrio” (decisão para aceitar e
conservar a participação).
• Importância das instituições processuais.
43. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Associações
“Juntamente com o desenvolvimento de
associação no governo, tem havido uma
grande proliferação de associações em
outros setores da sociedade. Os partidos
políticos se ligam aos processos
governamentais, mas também a muitos tipos
de ‘grupos de interesse’ associados, os
quais, quase todos representam diferentes
coletividades operativas” (p.30).
44. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Processos de mudança evolutiva
Diferenciação (interação conjunta)
Ascenção adaptativa
Inclusão
Generalização (na aplicação a sistemas sociais
45. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Processos de mudança evolutiva
Diferenciação (interação conjunta) “É a divisão de uma
unidade ou estrutura num sistema social, em duas ou
mais unidades ou estruturas que diferem em suas
características e significação funcional para o sistema”
(p.40).
Ascenção adaptativa: “é o processo pelo qual uma
amplitude maior de recursos se torna disponível para
as unidades sociais, de forma que seu funcionamento
pode ser liberado de alguma das restrições de seus
predecessores”(p.40).
46. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Processos de mudança evolutiva
Inclusão: “A maior complexidade de um sistema que passa por
diferenciação e ascensão necessariamente apresenta problemas de
integração. De modo geral, tais problemas só podem ser
enfrentados pela inclusão de novos mecanismos, unidades e
estruturas no esquema normativo da comunidade societária (p.40).
Generalização (na aplicação a sistemas sociais): Os processos de
diferenciação, de ascensão e inclusão “precisam ser
complementados por generalização de valor, para que as várias
unidades da sociedade conquistem legitimação adequada e modos
de orientação para seus novos padrões de ação. (...) Quando a rede
de situações socialmente estruturadas se torna mais complexa, o
padrão de valor precisa ser apoiado num nível mais elevado de
generalidade, a fim de assegurar estabilidade social” (p.40).
48.
Discute o desenvolvimento da inovação
cultural nas pequenas sociedades
“ germinativas” de Israel e Grécia da
Antiguidade.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
49. Seu foco foi o Cristianismo. Como um sistema
cultural , o cristianismo revelou-se capaz de, a
longo prazo, absorver componentes fundamentais
da cultura secular da Antiguidade e de forma
matriz a partir da qual foi possível a diferenciação
de uma nova ordem de cultural secular.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
50. Onde se incluem seus componentes seculares -
pôde conservar diferenciação mais claras e
coerente, em relação aos sistemas sociais com os
quais tinham relações de interdependências, do
que as culturas antecedentes.
Por causa dessa diferenciação com relação à
sociedade, a cultura cristã passou a servir como
uma força inovadora mais eficiente no
desenvolvimento do sistema sociocultural total
do que qualquer outro complexo cultural até
então criado.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
51. Nesta perspectivas, o Império Romano adquire uma dupla
significação para a nossa análise.
⇚⇛ Em primeiro lugar, constituía o principal ambiente social em que
o cristianismo se desenvolveu.
Como a sociedade romana tinha um imenso debito com relação à
civilização grega a influencia grega entrou no sistema moderno , não
apenas “culturalmente”, através da teologia cristã e da cultura secular
do Renascimento, mas através da estrutura da sociedade romana,
sobretudo no oriente , onde as classes educadas continuaram
helenizadas depois da conquista por Roma.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
52. ⇚⇛Em segundo lugar, o legado das instituições romanas
foi incorporando aos fundamentos do mundo moderno;
Começaremos esta análise com esquemas das duas “pontes”
sociais básicas entre o mundo antigo e o moderno: o
cristianismo e algumas instituições do Império romano.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
53. O Cristianismo surgiu como um movimento de
seita no judaísmo da Palestina. No entanto ele
rompeu com essa sociedade étnica e religiosa:
o acontecimento decisivo foi a decisão de Paulo
de que o gentio poderia tornar-se cristão sem
juntar-se à comunidade judaica e sem obter o
direito judaico.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
54. se desenvolveu como um grupo religioso
associativo independente de qualquer comunidade.
Sua missão foi com os mais humildes – artesãos,
pequenos comerciantes e assim por adiante – que
não estavam ligados pelo tradicionalismo de
grupos camponeses e nem por interesses
adquiridos das classes superiores no status quo.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
55. Que foi mais do que um profeta . Cristo é humano
e divino – o único filho criado por Deus Pai, mas
também um homem de carne e sangue.
Trindade – as três pessoas – Uma ordenação
teológica que não existiam no judaísmo profético.
Foi aqui que a cultura grega apresentou
contribuição decisiva.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
56. Os teólogos cristãos do século III ( sobretudo os
padres alexandrinos Orígenes e Clemente )
mobilizaram recursos muito desenvolvidos da
filosofia, para lidar com tais problemas intelectuais
complexos.
A indiferença cristã em relação aos interesses
mundanos foi posta a prova, à medida eu a
população era convertida.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
57. No século IV Constantino se converteu e adotou o
cristianismo como religião do Estado. A partir daí a
Igreja tornou se instrumento da autoridade política
secular.
É significativo que, nessa época, se tenha
estabelecido o monasticismo.
O movimento monástico estabeleceu outro tipo de
movimento “ germinativo” dentro do cristianismo,
exercendo uma grande e crescente influencia ,
tanto na igreja e na sociedade.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
58. A estruturação institucional da missão para o
mundo, em que o monasticismo
desempenhou por toda a parte um papel
importante, passou a ligar-se
fundamentalmente, com amplo processo de
diferenciação entre o ramo ocidental e o
ramo oriental da igreja.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
59. Em primeiro lugar, uma parte muito legitima
foi estabelecida no nível teológico mais
elevado, par a “cidade dos homens” distinta
da “cidade de Deus”.
Em segundo lugar ,com o estabelecimento da
ordem beneditina, o monasticismo ocidental
passou a ter interesse muito maior para os
problemas do mundo.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
60. Em terceiro lugar, a organização da Igreja foi
consolidada através dos sacramentos. O
sacerdócio foi transformado em cargo.
O legado Institucional de Roma
A legitimação do Regime de Carlos Magno
gerou em tornou da sua relação com a Igreja.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
61. Dentro deste esquema institucional a grande
síntese medieval se caracterizou por
diferenciação entre igreja e estado – no
sentido medieval do termo. Essa
diferenciação chegou a ser definida como
existente entre as armas espirituais e
temporais da missão cristã.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
62. A Igreja adotou grande parte do Direito
Romano para a regulamentação de seus
problemas, através do Direito Canônico.
Base territorial das institucional é um
componente fundamental das sociedades
modernas que deve mais ao legado romano
do que a qualquer outra fonte.
Um legado institucional básico do mundo
antigo foi o modelo de organização
municipal.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
63. A sociedade Medieval
O período muito consideravel de
desenvolvimento desigual e de transição
entre o fim da Idade Média e a primeira
cristalização da sociedade moderna, resultou
, em grande parte, da sutil combinação, na
sociedade medieval, de aspectos que
favoreciam a modernização e de aspectos
basicamente incompatíveis com a
modernidade.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
64. A tendência geral do feudalismo era a
eliminação de uma base universalista de
ordem, em favor de lealdades particularistas,
originalmente “tribais” e locais.
Para os camponeses o sistema feudal
estabeleceu a sujeição hereditária através da
instituição da servidão.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
65. A organização territorial do estado,
estreitamente ligada ao principio da
monarquia, ganhava constantemente
importância, embora de maneira desigual.
Em seu desenvolvimento completo, a
aristocracia foi um fenômeno do fim da Idade
Media.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
66. Admitimos que , em termos gerais, a
estrutura social da igreja era a principal ponte
institucional entre a sociedade ocidental
antiga e a moderna.
A natureza do componente religiosos na
organização urbana se demonstrava, de
maneira mais tangível, pela catedral, que
nunca era apenas um edifício; era uma
instituição que, tanto como sede do bispado
e como foco do cabido da catedral.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
67. Principal inovação de Gregório foi sua
insistência quanto ao celibato do clero
secular.
Qualquer fosse a moralidade sexual dos
padres seculares não poderiam ter herdeiros.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
68. A Diferenciação do Sistema Europeu
O ambiente social do sistema europeu
consistia de relações com outras sociedades,
e que variavam muito de acordo com a
localização geográfica.
A Espanha ocupada pelos os mouros durante
maior parte do Império Medieval;
Os poloneses , os ciganos e os croatas se
tornaram fundamentalmente católicos.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
69. Portanto havia uma ampla diferença
Ocidente-Oriente nos ambientes limítrofes da
Europa.
A Italia desempenhou um papel especifico na
constituição da sociedade medieval –
continha a sede da Igreja católica – maior
área de influencia católica.
As instituições romanas estavam mais
firmemente enraizadas na Itália e, por isso ,
puderam recuperar-se mais rapidamente
depois de um mínimo de feudalismo.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
70. Renascimento e a Reforma
O renascimento provocou uma cultura secular
muito desenvolvida que se diferenciava da
matriz fundamentalmente religiosa.
A arte renascentista voltou-se cada vez mais
para temas seculares
O Renascimento não foi, fundamentalmente,
um movimento de síntese; ao contrário foi
um período de rápida inovação cultural
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
72. Inicio do sistema de sociedades modernas
século XVII na comunidade societária,
sobretudo a significação da religião para a
legitimação da sociedade.
Depois de a Reforma ter destruído a unidade
religiosa da cristandade ocidental, surgiu
uma divisão relativamente estável - um eixo
norte-sul
A Contra Reforma impôs uma aliança muito
estreita entre a Igreja e Estado.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
73. O resultado do conflito entre Reforma e
contra Reforma foi um duplo passo para a
pluralização e a diferenciação. A ala anglo-
holandesa era mais adiantada, precursora do
futuro.
A pluralização religião era parte de um
processo de diferenciação entre sistema
cultural e o societário, capaz de reduzir a
rigidez e a sua interpenetração.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
74. De modo geral, nesse período a cultura
secular encontrava no protestantismo um
solo mais adequado do que o catolicismo.
A Região Noroeste da Europa
A Inglaterra, a França e a Holanda, cada uma
delas de uma forma diferente, assumiram a
liderança do sistema de poder no século XVII
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
75. Essas três nações foram as “ pontas de
lanças” da modernidade inicial.
Religião e a Comunidade Societária
Na Inglaterra do século XVII, a diferenciação
do sistema religioso com relação à
comunidade societária não poderia ocorrer
sem a grande participação na política.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
76. Quanto a tolerância religiosa, a Holanda do
século XVII foi consideralvemente mais longe
do que na Inglaterra.
A França de maneira ainda mais radical do
que a Holanda, não conseguiu resolver o seu
problema religioso.
O resultado da grande luta da reforma foi a
vitória do cristianismo romano e a supressão
do movimento protestante.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
77. O Governo e a Comunidade Societária
Na realidade , a filiação religiosa e a étnica
foram bases primárias em que a sociedade
européia se dividiu em unidades territoriais
políticas no inicio da época moderna.
Dentro de uma comunidade societária , as
diferenças regionais e étnicas são atravessadas
por eixos verticais de diferenciação baseada em
poder prestigio e riqueza.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
78. A Economia e a Comunidade Societária
Em primeiro lugar, tinha diminuído a
proporção de camponeses que eram
rendeiros individuais ou mesmo proprietário
independentes.
Em segundo lugar, as classes proprietária de
terras tendiam a “desfeudalizar-se.”
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
79. Conclusão
Nossa principal tese é que a Inglaterra tinha-se
tornado, por volta dos fins do século XVII a
sociedade mais diferenciada no sistema europeu
tendo avançado mais nessa direção, do que
qualquer sociedade anterior
Na Inglaterra o compromisso religioso especifico
estava diferenciado do consenso moral ao nível
societário.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
80. Surge um compromisso comum com valor de
conhecimento racional do mundo.
O século XVII foi um período de consideravel
progresso econômico.
Houve aumentos progressivos na “ extensão
de mercado” tanto na interna quanto
externamente, para cada unidade Política.
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
82. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A Revolução Industrial
No século XVIII ocorreram mudanças denominadas revolução
industrial e revolução democrática. A primeira na Grã-Bretanha e
a segunda na França, 1789.
A revolução industrial fazia parte da tendência ativista de valor,
pois grandes aumentos de produtividade econômica exigiam
extraordinária extensão de divisão de trabalho social. Assim,
pode-se ver mudanças tecnológicas, econômicas e sociais.
A chave estrutural para a revolução industrial é a extensão do
sistema de mercado e diferenciação no setor econômico da
estrutura social.
A organização ou companhia fica entre o trabalhador e o mercado
de consumo.
O governo e a economia são interdependente, a qual inclui o
intercâmbio de dinheiro e poder entre o sistema de mercado e o
sistema de organização formal.
83. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A Revolução Democrática
Foi parte do processo de diferenciação entre o governo e a
comunidade societária.
Teve como acontecimento determinante a Revolução Francesa,
cujo slogan Liberté, Égalité, Fraternité, representava a nova
concepção de comunidade.
Thomas Marshall analisou a igualdade de participação por meio
de três componentes básicos: civil, político e social.
Com relação a Revolução Francesa o primeiro componente de
igualdade é a universalidade do eleitorado. O segundo
representa certa forma de igualdade de condição social como
um aspecto de justiça social e, o terceiro, sugere uma síntese
das outras duas, em certo sentido é corporificação final das
consequências.
84. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A revolução industrial e democrática
enfraqueceram as instituições do sistema moderno
inicial. A primeira estimulou a economia e a
segunda a administração.
Os Estados Unidos constituíram um solo fértil,
tanto para a revolução democrática quanto para a
industrial.
86. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A estrutura da Comunidade Societária
O pluralismo religioso das treze colônias e a
cultura racionalista, influenciada pelo Iluminismo,
preparam o ambiente para a primeira Emenda
Constitucional.
Este pluralismo formou a base da tolerância e
inclusão de elementos não-protestantes. A
educação secular teve um papel definitivo para
essa característica.
A população norte-americana era em sua maioria
não-aristocrática em sua origem, e não criou uma
aristocracia.
87. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Também não possuía uma classe industrial,
como o nível de consciência de classe do
operariado industrial europeu.
Os negros ainda estão no primeiro estágio de
inclusão.
A língua é um foco decisivo para a
participação étnica. É difícil ver como os
interesses católicos romanos poderiam ter
sido defendidos se a população com essa
religião se dividisse em grupo de fala
diferente.
88. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Por isso, os Estados Unidos conservaram o inglês como a
língua comum da comunidade societária sem um
sentimento difuso de que represente a imposição de
uma hegemonia anglo-saxônica.
A nação independente optou por uma forma republicana
de governo ligada a comunidade societária por meio da
eleição.
A comunidade societária deve ser articulada com os
sistemas religiosos e políticos, assim como também com
a economia.
O esquema constitucional acentua muito os critérios
universalistas de cidadania, que se desenvolveu em
estreita ligação com a revolução democrática e, em
linhas gerais, com o esquematizado por Marshall para a
Grã-Bretanha.
89. Assim, parece correto dizer, que pelo menos em
princípio, a nova comunidade societária passou a
ser definida como sociedade de iguais e, se
comparada com as sociedade medievais, assume
um caráter totalmente novo.
Um aspecto desta nova sociedade é difusão da
educação primária. Assim, um aspecto básico da
revolução educacional foi a contínua extensão da
educação, para além da alfabetização básica,
para toda a população. Decorre daí, a expansão
da educação secundária.
Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
90. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A acentuação dada, nos Estados Unidos a um
padrão associativo de desenvolvimento, favoreceu
a imitação inicial da revolução educacional e
extensão maior do que em qualquer outra
sociedade.
O princípio hereditário foi lentamente afastado. O
século XX inaugurou uma nossa fase na transição
de estratificação hereditária atribuída para a
estratificação totalmente não-atribuída.
91. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Nesse contexto, temos: na revolução industrial a
ideologia exaltava a busca de interesse pessoal
par ao progresso econômico; na revolução
democrática havia a ideologia da igualdade
política entre os cidadãos e na revolução
educacional há uma sintetização das outras duas
a partir da igualdade de oportunidades e
igualdade na cidadania.
A revolução educacional proporciona a ascensão
geral. A profissão liberal, é por excelência, a
acadêmica, isto é, a que pretende transmitir o
conhecimento.
92. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Manutenção de Padrão e Comunidade Societária
A manutenção do padrão é exigência de qualquer
sociedade. Dentro dele está, em primeiro lugar, a
manutenção dos valores institucionalizados e, em segundo,
a conformação dos compromissos motivacionais adequados
de indivíduos na sociedade.
A sociedade norte-americana e, em formas pouco diversas
outras sociedades modernas, mantém intensos
compromissos morais que sobreviveram ao pluralismos
religioso e à secularização e forma até fortalecidos por
esses dois movimentos.
A dependência da família para status ou renda, com relação
ao que ganha na profissão, dá valor muito grande a
mobilidade de residência.
93. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
É os sistema educacional e não a família, que
cada vez mais serve como fonte direta de
trabalho para a economia. Também é o
sistema educacional e não a família, que
cada vez mais determina a distribuição dos
indivíduos no sistema de estratificação.
A revolução educacional é o clímax de
mudanças semelhantes entre a comunidade
societária e o sistema de manutenção de
padrão e, por meio deste, o sistema cultural.
94. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
O Governo e a Comunidade Societária
Quando o cargo eletivo é um complemente da
cidadania, o governo se diferencia da
comunidade societária, e os membros dessa
comunidade se tornam eleitores.
A escolha entre a centralização que acentua a
eficiência coletiva e a descentralização, que
permite a “representatividade”, liberdade de
expressão e realização de interesses para os
grupos, é um dilema geral para as associações
democráticas.
95. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A difusão da burocracia tanto particular quanto
pública, tem sido um sinal distintivo da última fase de
modernização na Europa do século XIX.
As profissões liberais participam cada vez mais da
área comercial, outras áreas do setor privado e do
governo.
Hoje o padrão colegiado talvez seja mais
integralmente institucionalizado no mundo acadêmico
que, ao contrário do que muitos pensam, não dá lugar
à burocratização, embora a educação superior tenha
recentemente passado por uma expansão
extraordinária.
96. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
gisele
“Ao passar para a fase contemporânea , a
economia se afastou do modelo clássico,
delineado na ideologia capitalista do século XlX.”
(p.130)
Se encontra sujeita não apenas ao controle
institucional, mas também a sistema de coerção,
regulamentação, contratos, práticas
oligopolistas, e redistribuição de recursos através
de impostos.
97. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
“O sistema de mercado é ainda subsistema
autônomo e diferenciado da sociedade norte-
americana”. (p. 130)
“Sob dois aspectos o padrão norte americano de capitalismo foi
bem sucedido.” (p. 130)
• O programa de elevados salários instituídos por Henry Ford
sem pressão dos sindicatos.
• A utilização do conhecimento cientifico para a produção
industrial ( apesar de este ter surgido inicialmente na
Alemanha).
98. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Também fortaleceram o crescimento econômico nos EUA:
Sistema jurídico
Sistema baseado em emprego e não na propriedade
Mão de obra feminina
Movimento sindical democratizado diferente do movimento
socialista.
Funções de competência e responsabilidades estimulados pela
educação, principalmente aumentando do numero de pessoas na
educação superior.
Maior consumo de bens.
99. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
“O novo tipo de comunidade societária dos
Estados Unidos, mais do que qualquer outro
fator isolado, justifica que lhe demos a
primazia na ultima fase de modernização. [...]
Institucionalizou uma amplitude muito maior
de liberdade do que qualquer sociedade
anterior” [...] (p. 139)
100. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
“Evidentemente, existem deficiências
importantes. Uma delas é certamente a guerra,
ou o perigo de guerra [...]
No entanto, existe um contexto claro em que o
problema de igualdade-justiça é central nos
Estados Unidos: a existência de considerável
pobreza, combinada com a grande maioria
negra [...]” ( p. 140)
A “burocracia” tornou-se um proeminente
símbolo negativo [...] (p.141)
101. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
O autor fala das 3 revoluções na sociedade
moderna: Revolução Francesa, Revolução
Industrial e a revolução educacional. Essa ultima
cita o autor que os estudantes da nova esquerda
( New Left) desempenharam um papel análogo
de revolução.
102. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
“O principio da igualdade chegou a um novo nível de
difusão e generalidade. [...] Uma comunidade
societária composta basicamente por iguais parece
ser o “fim da linha” no longo processo de destruição
da legitimidade de algumas bases antigas e
particularistas de atribuição de participação.
Algumas ideologias radicais atualmente muito
aceitas parecem exigir que a igualdade autentica
elimine totalmente todas as distinções hierárquicas
de status [...]” (p. 144)
103. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A principal direção do
desenvolvimento societário moderno
encaminha-se para o padrão
essencialmente novo de estratificação
[...] portanto os resultados diferentes
do processo educacional competitivo
deve ser legitimado através de
interesse societário”. [ p. 145]
104. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
“[...] o direito de censurar os norte
americanos por sua insensibilidade no
tratamentos dos negros, ou que pequenos
países independentes bradem contra o
imperialismo. Deste ponto de vista, a
institucionalização inter-societária de um
novo sistema de valores, onde se inclui sua
significação para a estratificação, se torna
decisivo.” (p. 147)
105. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
106. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A União Soviética
-ditadura do proletariado.
-revolução industrial diminuiu seu ritmo de
crescimento.
-poucos aspectos da revolução democrática.
- Regime czarista maior do que qualquer relação
igreja-estado do ocidente.
- Emprego e liberdade restritas.
- Desigualdade
- Família , divorcio, poupança.
107. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
- Sistema de decisões hierárquicas
substituiu o mercado.
- Dificuldade entre o direito do governo e o
direito do cidadão.
- Embora universalizou o direito ao voto,
esse se restringe ao sim e não. O partido
sua liderança é auto-escolhida.
- Instabilidades intrínsecas na ditadura do
partido comunista.
- Embora a educação formal atingisse uma
minoria com seu esforço atingiu a
educação de massa e esta entre os mais
educados países do mundo moderno.
108. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
A Nova Europa
-A França, o foco original da revolução democrática,
ficou para traz na revolução industrial.
- Embora a Alemanha tenha sido pioneira na
previdência social e tenha sido a sede de
movimentos sindicais ativos, sua revolução
democrática foi retardada e limitada as
oportunidades para educação superior.
- O novo sistema democrático alemão depois de 15
anos deu lugar ao movimento nazista, que parece
ter sido somente uma perturbação sociopolítica.
109. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
- As relações franco-alemãs foram nucleares para as
perturbações que iniciaram as 2 guerras mundiais.
- França, Alemanha e Itália intelectuais proeminentes
ligados a aristocracia e a igreja.
- Embora a revolução industrial e a revolução
democrática ainda sejam fortes na nova Europa,
revolução educacional será a mais importante.
- A inquietação estudantil surgiu tanto nas
sociedades capitalistas quanto nas sociedades
socialistas.
110. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
Modernização das Sociedades Não – Ocidentais
-Japão se tornou modernizado sem cultura ou população
europeia.
-Regime tolerava concentração de renda nas firmas
zaibatsu.
- Apesar de ajustamento entre elementos autóctones e
os estrangeiros criou-se grave tensão.
- Depois da guerra, sob influencia dos EUA criou regime
parlamentar democrático.
111. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS
O declínio dos impérios colonialistas a
partir da guerra fria, criou um clima para o
aparecimento do bloco do terceiro mundo,
como fator de estabilidade no mundo e na
difusão do modernismo. (p. 166)
112. Aílton Reis, Ana Consuelo Ramos, Gisele Boucherville, Maria Helena Morra
Os Sistemas da Sociedades Modernas
TALCOTT PARSONS