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Parnasianismo “ a arte pela arte”
[object Object],[object Object],[object Object],Le Parnasse, Nicolas Pousssin,
Baudelaire,   Charles - Pierre Baudelaire foi um dos primeiros a compreender o declínio da arte no mundo capitalista. O artista moderno nasce ao cair das alturas. Exilado no meio da multidão, fabrica flores do mal. Toda a sua força vem justamente dessa negatividade. 
Num dos poemas mais famosos do livro “As flores do mal”,  Baudelaire compara o poeta ao albatroz , a imensa ave dos mares. Atingido pelos marinheiros, o “príncipe das alturas” perde toda a sua beleza e majestade. Baudelaire foi bastante influenciado por Edgar Allan Poe, que ele traduziu na França.  Segundo a teoria de Poe ,   “ o poema é um objeto em si próprio. Não precisa representar e nem comunicar coisa alguma. Para a poesia, basta ser ela mesma.” E Baudelaire vai ainda mais longe: ele define a poesia como um “produto do ódio”, algo feito pra chocar e irritar o leitor. Ainda no século XIX, sua influência se espalhou por toda uma linhagem de poetas “malditos”: Rimbaud, Verlaine, Mallarmé, Lautréamont. “ Exilado no chão, em meio à turba obscura, as asas de gigante impedem-no de voar.”
[object Object],Le Fleurs du Mal
O Vampiro   em As flores do Mal  tradução Jamil Almansur Haddad Tu que, como uma punhalada, Entraste em meu coração triste; Tu que, forte como manada De demônios, louca surgiste, Para no espírito humilhado Encontrar o leito e o ascendente; - Infame a que eu estou atado Tal como o forçado à corrente, Como ao baralho o jogador, Como à garrafa o borrachão, Como os vermes a podridão, - Maldita sejas, como for! Implorei ao punhal veloz Que me concedesse a alforria, Disse após ao veneno atroz Que me amparasse a covardia. Ah! pobre! o veneno e o punhal Disseram-me de ar zombeteiro: "Ninguém te livrará afinal De teu maldito cativeiro. Ah! imbecil - de teu retiro Se te livrássemos um dia, Teu beijo ressuscitaria O cadáver de teu vampiro!
Rimbaud, Jean Arthur Flores De um pequeno degrau dourado -, entre os cordões  de seda, os cinzentos véus de gaze, os veludos verdes  e os discos de cristal que enegrecem como bronze  ao sol -, vejo a digital abrir-se sobre um tapete de filigranas  de prata, de olhos e de cabeleiras.  Peças de ouro amarelo espalhadas sobre a ágata, pilastras  de mogno sustentando uma cúpula de esmeraldas,  buquês de cetim branco e de finas varas de rubis  rodeiam a rosa d'água.  Como um deus de enormes olhos azuis e de formas  de neve, o mar e o céu atraem aos terraços de mármore  a multidão das rosas fortes e jovens.
Verlaine ,  Paul “ Aqueles que vêem diferença entre a alma e o corpo não têm nem uma coisa nem outra”  “ Não há nada melhor para uma alma do que tornar menos triste outra alma”
No Brasil ,[object Object],[object Object]
Tríade Parnasiana Raimundo Correia (Sinfonias. 1883) Alberto de Oliveira (Meridionais. 1884)  Olavo Bilac (Relicário. 1888).
(...) Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo  Faz de uma flor.(...) Torce, aprimora, alteia, lima  A frase; e, enfim,  No verso de ouro engasta a rima,  Como um rubim. Quero que a estrofe cristalina,  Dobrada ao jeito  Do ourives, saia da oficina  Sem um defeito: (...) E horas sem conto passo, mudo,  O olhar atento, A trabalhar, longe de tudo  O pensamento. Porque o escrever - tanta perícia,  Tanta requer, Que oficio tal... nem há notícia  De outro qualquer. Assim procedo. Minha pena  Segue esta norma, Por te servir, Deusa serena,  Serena Forma! (...) Celebrarei o teu oficio    No altar: porém,   Se inda é pequeno o sacrifício ,    Morra eu também! Caia eu também, sem esperança,  Porém tranqüilo, Inda, ao cair, vibrando a lança,  Em prol do Estilo! Olavo Bilac
Via Lactea Ora (direis) ouvir estrelas! Certo, Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, Que, para ouví-las, muita vez desperto E abro a janela, pálido de espanto.  E conversamos longo tempo, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Ainda as procuro pelo céu deserto.  Direis agora: - Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem quando estão contigo?  E eu vos direi: - Amai para entendê-las, Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas!  Olavo Bilac Via Lactea é composto por 35 sonetos. Este  é o soneto XIII, o mais conhecido.
Ouvir estrelas Direi ouvir estrelas Certo perdestes o senso E eu vos direi, no entanto Que, para ouvi- lás Muita vez desperto E abro as janelas, Pálido de espanto Enquanto conversamos Cintila via láctea Como um pálido aberto E ao vir do sol, Saudoso e em pranto Inda as procuro pelo céu deserto Que conversas com elas O que te dizem Quando estão contigo Ah... Amai para entendê-las Ah... Pois só que ama pode ouvir estrelas http://www.youtube.com/watch?v=LJDY91sWTFs&feature=related
Parnasianismo Brasileiro X Francês Embora Parnasianismo brasileiro tenha tido grande influência  do Parnasianismo francês,  não é uma exata reprodução dele , pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas. Foge do sentimentalismo romântico, mas  não exclui o subjetivismo .  Sua preferência  dominante  é  pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o  soneto .  Quanto ao assunto, caracteriza-se pela objetividade e pelo  universalismo,  exige uma forma perfeita (formalismo)  quanto à construção e à sintaxe. Uma das maiores preocupações na composição poética dos parnasianos era a  precisão das palavras.  Esses poetas chegaram ao ponto de criar verdadeiras  línguas artificiais  para obter o vocabulário adequado ao tema de cada poema.
Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,  Casualmente, uma vez, de um perfumado  Contador sobre o mármor luzidio,  Entre um leque e o começo de um bordado.  Fino artista chinês, enamorado,  Nele pusera o coração doentio  Em rubras flores de um sutil lavrado,  Na tinta ardente, de um calor sombrio.  Mas, talvez por contraste à desventura,  Quem o sabe?... de um velho mandarim  Também lá estava a singular figura.  Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,  Sentia um não sei quê com aquele chim  De olhos cortados à feição de amêndoa.  Alberto de Oliveira
Poetas Parnasianos O movimento teve outros grandes poetas no Brasil, como  Francisca Júlia Vicente de Carvalho  Artur Azevedo
Eu cantarei de amor tão fortemente Com tal celeuma e com tamanhos brados Que afinal teus ouvidos, dominados, Hão de à força escutar quanto eu sustente. Quero que meu amor se te apresente - Não andrajoso e mendigando agrados, Mas tal como é: risonho e sem cuidados, Muito de altivo, um tanto de insolente. Nem ele mais a desejar se atreve Do que merece: eu te amo, e o meu desejo Apenas cobra um bem que se me deve. Clamo, e não gemo; avanço, e não rastejo; E vou de olhos enxutos e alma leve À galharda conquista do teu beijo. Vicente   Augusto   de Carvalho ,  o "Poeta do Mar", nasceu em  Santos  (SP), em 05/04/1866, lá falecendo no dia 22/04/1924.
Francisca Júlia Muito pouco se escreveu sobre o maior vulto feminino do parnasianismo brasileiro. Num universo inteiramente dominado por poetas do chamado sexo forte, Francisca Júlia provou que mulher também sabia fazer poesia de qualidade.  Desde o dia 13 de dezembro de 2006, a escultura de Victor Brecheret,  Musa Impassível , foi transferida do Cemitério do Araçá para a Pinacoteca do Estado. O monumento, concebido em data desconhecida, tem 2,80m e trata-se de uma homenagem póstuma à poetisa parnasiana Francisca Júlia da Silva - falecida em 1920.
Musa Impassível Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero Luto jamais te afeie o cândido semblante! Diante de Jó, conserva o mesmo orgulho; e diante De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.    Em teus olhos não quero a lágrima; não quero Em tua boca o suave e idílico descante. Celebra ora um fantasma anguiforme de Dante, Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero.    Dá-me o hemistíquio d ouro, a imagem atrativa; A rima, cujo som, de uma harmonia crebra, Cante aos ouvidos d alma; a estrofe limpa e viva;   Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos, Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra, Ora o surdo rumor de mármores partidos.  Esta estátua foi feita para o túmulo de Francisca Júlia e hoje está em exposição na Pinacoteca do Estado (SP). Esculpida em mármore carrara, por Victor Brecheret; mede 2,80 de altura e pesa 3 toneladas.
Fontes ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Pesquisa e Organização Profa. Cláudia Heloísa Cunha Andria Contato: clauheloisa@yahoo.com.br

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Parnasianismo

  • 1. Parnasianismo “ a arte pela arte”
  • 2.
  • 3. Baudelaire, Charles - Pierre Baudelaire foi um dos primeiros a compreender o declínio da arte no mundo capitalista. O artista moderno nasce ao cair das alturas. Exilado no meio da multidão, fabrica flores do mal. Toda a sua força vem justamente dessa negatividade. 
  • 4. Num dos poemas mais famosos do livro “As flores do mal”, Baudelaire compara o poeta ao albatroz , a imensa ave dos mares. Atingido pelos marinheiros, o “príncipe das alturas” perde toda a sua beleza e majestade. Baudelaire foi bastante influenciado por Edgar Allan Poe, que ele traduziu na França. Segundo a teoria de Poe , “ o poema é um objeto em si próprio. Não precisa representar e nem comunicar coisa alguma. Para a poesia, basta ser ela mesma.” E Baudelaire vai ainda mais longe: ele define a poesia como um “produto do ódio”, algo feito pra chocar e irritar o leitor. Ainda no século XIX, sua influência se espalhou por toda uma linhagem de poetas “malditos”: Rimbaud, Verlaine, Mallarmé, Lautréamont. “ Exilado no chão, em meio à turba obscura, as asas de gigante impedem-no de voar.”
  • 5.
  • 6. O Vampiro em As flores do Mal tradução Jamil Almansur Haddad Tu que, como uma punhalada, Entraste em meu coração triste; Tu que, forte como manada De demônios, louca surgiste, Para no espírito humilhado Encontrar o leito e o ascendente; - Infame a que eu estou atado Tal como o forçado à corrente, Como ao baralho o jogador, Como à garrafa o borrachão, Como os vermes a podridão, - Maldita sejas, como for! Implorei ao punhal veloz Que me concedesse a alforria, Disse após ao veneno atroz Que me amparasse a covardia. Ah! pobre! o veneno e o punhal Disseram-me de ar zombeteiro: "Ninguém te livrará afinal De teu maldito cativeiro. Ah! imbecil - de teu retiro Se te livrássemos um dia, Teu beijo ressuscitaria O cadáver de teu vampiro!
  • 7. Rimbaud, Jean Arthur Flores De um pequeno degrau dourado -, entre os cordões de seda, os cinzentos véus de gaze, os veludos verdes e os discos de cristal que enegrecem como bronze ao sol -, vejo a digital abrir-se sobre um tapete de filigranas de prata, de olhos e de cabeleiras. Peças de ouro amarelo espalhadas sobre a ágata, pilastras de mogno sustentando uma cúpula de esmeraldas, buquês de cetim branco e de finas varas de rubis rodeiam a rosa d'água. Como um deus de enormes olhos azuis e de formas de neve, o mar e o céu atraem aos terraços de mármore a multidão das rosas fortes e jovens.
  • 8. Verlaine , Paul “ Aqueles que vêem diferença entre a alma e o corpo não têm nem uma coisa nem outra” “ Não há nada melhor para uma alma do que tornar menos triste outra alma”
  • 9.
  • 10. Tríade Parnasiana Raimundo Correia (Sinfonias. 1883) Alberto de Oliveira (Meridionais. 1884) Olavo Bilac (Relicário. 1888).
  • 11. (...) Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor.(...) Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito: (...) E horas sem conto passo, mudo, O olhar atento, A trabalhar, longe de tudo O pensamento. Porque o escrever - tanta perícia, Tanta requer, Que oficio tal... nem há notícia De outro qualquer. Assim procedo. Minha pena Segue esta norma, Por te servir, Deusa serena, Serena Forma! (...) Celebrarei o teu oficio No altar: porém, Se inda é pequeno o sacrifício , Morra eu também! Caia eu também, sem esperança, Porém tranqüilo, Inda, ao cair, vibrando a lança, Em prol do Estilo! Olavo Bilac
  • 12. Via Lactea Ora (direis) ouvir estrelas! Certo, Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, Que, para ouví-las, muita vez desperto E abro a janela, pálido de espanto. E conversamos longo tempo, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Ainda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: - Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem quando estão contigo? E eu vos direi: - Amai para entendê-las, Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas! Olavo Bilac Via Lactea é composto por 35 sonetos. Este é o soneto XIII, o mais conhecido.
  • 13. Ouvir estrelas Direi ouvir estrelas Certo perdestes o senso E eu vos direi, no entanto Que, para ouvi- lás Muita vez desperto E abro as janelas, Pálido de espanto Enquanto conversamos Cintila via láctea Como um pálido aberto E ao vir do sol, Saudoso e em pranto Inda as procuro pelo céu deserto Que conversas com elas O que te dizem Quando estão contigo Ah... Amai para entendê-las Ah... Pois só que ama pode ouvir estrelas http://www.youtube.com/watch?v=LJDY91sWTFs&feature=related
  • 14. Parnasianismo Brasileiro X Francês Embora Parnasianismo brasileiro tenha tido grande influência do Parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele , pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas. Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o subjetivismo . Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto . Quanto ao assunto, caracteriza-se pela objetividade e pelo universalismo, exige uma forma perfeita (formalismo) quanto à construção e à sintaxe. Uma das maiores preocupações na composição poética dos parnasianos era a precisão das palavras. Esses poetas chegaram ao ponto de criar verdadeiras línguas artificiais para obter o vocabulário adequado ao tema de cada poema.
  • 15. Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura. Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa. Alberto de Oliveira
  • 16. Poetas Parnasianos O movimento teve outros grandes poetas no Brasil, como Francisca Júlia Vicente de Carvalho Artur Azevedo
  • 17. Eu cantarei de amor tão fortemente Com tal celeuma e com tamanhos brados Que afinal teus ouvidos, dominados, Hão de à força escutar quanto eu sustente. Quero que meu amor se te apresente - Não andrajoso e mendigando agrados, Mas tal como é: risonho e sem cuidados, Muito de altivo, um tanto de insolente. Nem ele mais a desejar se atreve Do que merece: eu te amo, e o meu desejo Apenas cobra um bem que se me deve. Clamo, e não gemo; avanço, e não rastejo; E vou de olhos enxutos e alma leve À galharda conquista do teu beijo. Vicente Augusto de Carvalho , o "Poeta do Mar", nasceu em Santos (SP), em 05/04/1866, lá falecendo no dia 22/04/1924.
  • 18. Francisca Júlia Muito pouco se escreveu sobre o maior vulto feminino do parnasianismo brasileiro. Num universo inteiramente dominado por poetas do chamado sexo forte, Francisca Júlia provou que mulher também sabia fazer poesia de qualidade. Desde o dia 13 de dezembro de 2006, a escultura de Victor Brecheret, Musa Impassível , foi transferida do Cemitério do Araçá para a Pinacoteca do Estado. O monumento, concebido em data desconhecida, tem 2,80m e trata-se de uma homenagem póstuma à poetisa parnasiana Francisca Júlia da Silva - falecida em 1920.
  • 19. Musa Impassível Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero Luto jamais te afeie o cândido semblante! Diante de Jó, conserva o mesmo orgulho; e diante De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.   Em teus olhos não quero a lágrima; não quero Em tua boca o suave e idílico descante. Celebra ora um fantasma anguiforme de Dante, Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero.   Dá-me o hemistíquio d ouro, a imagem atrativa; A rima, cujo som, de uma harmonia crebra, Cante aos ouvidos d alma; a estrofe limpa e viva;   Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos, Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra, Ora o surdo rumor de mármores partidos. Esta estátua foi feita para o túmulo de Francisca Júlia e hoje está em exposição na Pinacoteca do Estado (SP). Esculpida em mármore carrara, por Victor Brecheret; mede 2,80 de altura e pesa 3 toneladas.
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