SlideShare uma empresa Scribd logo
.
O BICHO – MANUEL BANDEIRA
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
NÃO SEI – CORA CORALINA
Não sei... se a vida é curta ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais,
Mas que seja intensa, verdadeira, pura... Enquanto durar"
O GUARDADOR DE REBANHOS – FERNANDO PESSOA
Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
PARA SEMPRE – CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
RETRATO – CECÍLIA MEIRELES
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
SE CADA DIA CAI – PABLO NERUDA
Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.
há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.
SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS – MARIO
QUINTANA
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em
casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das
horas.
ÚLTIMA CANÇÃO – CARLOS ROBERTO
Esta é a última canção que eu faço pra você
Já cansei de viver iludido só pensando em você
Se amanhã você me encontrar
De braços dados com outro alguém
Faça de conta
Que pra você não sou ninguém
Mas você deve sempre lembrar que já me fez chorar
E que a chance que você perdeu nunca mais vou lhe dar
E as canções tão lindas de amor
Que eu fiz ao luar para você
Confesso
Iguais àquelas não mais ouvirá
E amanhã sei que esta canção você ouvirá no rádio a tocar
Lembrará que seu orgulho maldito já me fez chorar por muito lhe
amar
Peço não chore
Mas sinta por dentro a dor do amor
E então você verá o valor que tem o amor
E muito vai chorar ao lembrar do que passou
CASINHA BRANCA – RAIMUNDO NONATO
Minha casinha branca
Onde foi minha morada
Hoje se encontra sozinha
Casinha abandonada
Minha casinha é feita no tabuleiro
Rebocada em água e cal
E a chuva nunca tirou
Não é brinquedo
Faz uma casa em três dias
Construção do Mestre Zé
Que minha casa levantou
Minha casinha branca
Onde foi minha morada
Hoje se encontra sozinha
Casinha abandonada
GENTE HUMILDE – VINÍCIUS DE MORAES E CHICO BUARQUE DE
HOLANDA
Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Como um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a como
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar
São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar
AMANHÃ – GUILHERME ARANTES
Amanhã!
Será um lindo dia
Da mais louca alegria
Que se possa imaginar
Amanhã!
Redobrada a força
Prá cima que não cessa
Há de vingar
Amanhã!
Mais nenhum mistério
Acima do ilusório
O astro rei vai brilhar
Amanhã!
A luminosidade
Alheia a qualquer vontade
Há de imperar!
Há de imperar!
Amanhã!
Está toda a esperança
Por menor que pareça
Existe e é prá vicejar
Amanhã!
Apesar de hoje
Será a estrada que surge
Prá se trilhar
Amanhã!
Mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar
Amanhã!
Ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno!
Será pleno!
O SAL DA TERRA – BETO GUEDES
Anda, quero te dizer nenhum segredo
Falo nesse chão da nossa casa
Vem que tá na hora de arrumar
Tempo, quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante
Nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver
A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da Terra
És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave nossa irmã
Canta, leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com teus frutos
Tu que és do homem a maçã
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois
Deixa nascer o amor
Deixa fluir o amor
Deixa crescer o amor
Deixa viver o amor
(O sal da terra)
LUAR EM QUALQUER CIDADE – CARLOS DRUMMOND DE
ANDRADE
O luar deixava as coisas mais brancas.
As estrelas desapareciam.
As casas, as moitas: impregnadas
não de sereno, de luar.
Caminhávamos interminavelmente, sem ofego,
sem pressa.
Caminhávamos através da lua.
E éramos dois seres habituais e dois fantasmas
ao mesmo tempo.
Lá longe era o mundo
àquela hora coberto de sol.
Mas haveria sol?
Boiávamos em luar. O céu,
uma difusa claridade. A terra,
menos que o reflexo dessa claridade.
Tão claros! Tão calmos!
Estávamos mortos e não sabíamos,
sepultados, andando, nas criptas do luar.
VOCÊ APRENDE... – WILLIAM SHAKESPEARE
Depois de um tempo, você aprende a sutil diferença entre segurar
uma mão e aprisionar uma alma...
Você aprende que o amor não significa posse, companhia não significa
segurança...
Você aprende que beijos não são contratos e presentes não são
promessas...
Então, você aceita seus fracassos com a cabeça erguida e seus olhos
fixados adiante...
Com a postura de um homem ou mulher, não com o resmungo de uma
criança mimada...
Você aprende a construir todas as suas rotas no hoje, porque terra do
amanhã é muito incerta para planos...
E o futuro tem um jeito de cair a meio voo...
Você aprende que até o sol
queima se exigir muito...
E então você planta seu próprio jardim e decora sua própria alma, ao
invés de esperar por alguém que lhe traga flores...
E você aprende que realmente é forte, que realmente pode perseverar,
que realmente vale a pena...
e, você aprende, em cada despedida, você aprende!
AMOR – LUÍS DE CAMÕES
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
SONETO DE FIDELIDADE – VINÍCIUS DE MORAES
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Até um dia meu anjo)
ASA BRANCA – LUIZ GONZAGA E HUMBERTO TEIXEIRA
Quando olhei a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
O QUE É, O QUE É – GONZAGUINHA
Eu fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!
Viver e não ter a vergonha de ser feliz,
Cantar,
A beleza de ser um eterno aprendiz
Eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e é bonita!
E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão?
Ela é a batida de um coração?
Ela é uma doce ilusão?
Mas e a vida? Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é, meu irmão?
Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo,
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo,
Há quem fale que é um divino mistério profundo,
É o sopro do criador numa atitude repleta de amor.
Você diz que é luta e prazer,
Ele diz que a vida é viver,
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é, e o verbo é sofrer.
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé,
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser,
Sempre desejada por mais que esteja errada,
Ninguém quer a morte, só saúde e sorte,
E a pergunta roda, e a cabeça agita.
Fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!
A LISTA – OSWALDO MONTENEGRO
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?
TENTE OUTRA VEZ – RAUL SEIXAS
Veja!
Não diga que a canção
Está perdida
Tenha fé em Deus
Tenha fé na vida
Tente outra vez!...
Beba! (Beba!)
Pois a água viva
Ainda tá na fonte
(Tente outra vez!)
Você tem dois pés
Para cruzar a ponte
Nada acabou!
Não! Não! Não!...
Tente!
Levante sua mão sedenta
E recomece a andar
Não pense
Que a cabeça aguenta
Se você parar
Não! Não! Não!
Levante sua mão sedenta
E recomece a andar
Não pense
Que a cabeça aguenta
Se você parar
Não! Não! Não!
Há uma voz que canta
Uma voz que dança
Uma voz que gira
Bailando no ar
Queira! (Queira!)
Basta ser sincero
E desejar profundo
Você será capaz
De sacudir o mundo
Vai!
Tente outra vez!
Tente! (Tente!)
E não diga
Que a vitória está perdida
Se é de batalhas
Que se vive a vida
Tente outra vez!...
O CIO DA TERRA – RENATO TEIXEIRA
Debulhar o trigo
Recolher cada bago de trigo
Forjar do trigo
O milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana
A doçura do mel
E se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, propicia estação
E fecundar o chão
AMOR PERFEITO - AMADO BATISTA
Amor perfeito
aconteceu entre nós dois,
sem a espera que depois,
tudo fosse se acabar.
Mas neste mundo,
que o perfeito não tem vida,
não merecemos querida
viver juntos e amar.
Nosso senhor para sempre te levou,
nem ao menos me deixou
o fruto do nosso amor.
eu senti naquele dia,
ser um pai ser um senhor.
No hospital, na sala de cirurgia,
pela vidraça eu via
você sofrendo a sorrir.
E seu sorriso, aos poucos se desfazendo,
então vi você morrendo
sem poder me despedir.
TOCANDO EM FRENTE – ALMIR SATER E RENATO TEIXEIRA
Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso, porque já chorei demais,
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei,
ou nada sei. Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs.
É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir.
Penso que cumprir a vida, seja simplesmente
Compreender a marcha, ir tocando em frente,
Como um velho boiadeiro, levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou,
Estrada eu sou. Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maças,
É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir.
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora.
Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz, e ser feliz.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maças,
É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir.
Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso, porque já chorei de mais,
Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz, e ser feliz.
TRADUZIR-SE – FERREIRA GULLAR
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza e
solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
QUANDO ME AMEI DE VERDADE – KIM MCMILLEN
Quando me amei de verdade,
pude compreender
que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo,
na hora certa.
Então pude relaxar.
Quando me amei de verdade,
pude perceber que o
sofrimento emocional é um sinal
de que estou indo contra a minha verdade.
Quando me amei de verdade,
parei de desejar que a minha vida
fosse diferente e comecei a ver
que tudo o que acontece contribui
para o meu crescimento.
Quando me amei de verdade,
comecei a perceber como
é ofensivo tentar forçar alguma coisa
ou alguém que ainda não está preparado-
inclusive eu mesma.
Quando me amei de verdade,
comecei a me livrar de tudo
que não fosse saudável.
Isso quer dizer: pessoas, tarefas,
crenças e - qualquer coisa que
me pusesse pra baixo.
Minha razão chamou isso de egoísmo.
Mas hoje eu sei que é amor-próprio.
Quando me amei de verdade,
deixei de temer meu tempo livre
e desisti de fazer planos.
Hoje faço o que acho certo
e no meu próprio ritmo.
Como isso é bom!
Quando me amei de verdade,
desisti de querer ter sempre razão,
e com isso errei muito menos vezes.
Quando me amei de verdade,
desisti de ficar revivendo o passado
e de me preocupar com o futuro.
Isso me mantém no
presente,
que é onde a vida acontece.
Quando me amei de
verdade,
percebi que a minha mente
pode me atormentar e me
decepcionar.
Mas quando eu a coloco
a serviço do meu coração,
ela se torna uma grande e
valiosa aliada.
AQUI NÃO ROLA NÃO – JOAQUIM PÉ-DE-FERRO
AQUI NÃO PEGA NINGUÉM
AQUI NÃO PEGA NINGUÉM
A MULHERADA NÃO QUER QUEM ANDA A PÉ
QUE ANDA DE BUZÃO
AQUI NÃO PEGA NINGUÉM
AQUI NÃO PEGA NINGUÉM
A MULHERADA SÓ QUER
QUEM TEM DINHEIRO E CARRÃO
EU CONHECI UM CARA QUE METIDO A PLAY BOY
ANDA TODO ARRUMADO SEM DINHEIRO NO BOLSO
E SE ACHA GOSTOSÃO
TEM MULHER PRA TODO LADO
ELAS QUEREM ZOEIRA
ELAS QUEREM CURTIÇÃO
CONVIDA PRA SAIR
ELE SÓ ANDA A PÉ
ELE NÃO TEM CARRO NÃO
AQUI NÃO ROLA NÃO
AQUI NÃO ROLA NÃO
A MULHERADA NÃO QUER QUEM ANDA A PÉ
QUEM ANDA DE BUZÃO
AQUI NÃO ROLA NÃO
AQUI NÃO ROLA NÃO
A MULHERADA SÓ QUER
QUEM TEM DINHEIRO E CARRÃO
OFICINA DE POEMAS
RECURSOS UTILIZADOS
Internet
Word
Power Point
JOAQUIM PÉ-DE-FERRO
PROFESSORA MIRIAN
OUTUBRO DE 2013

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Luís Vaz de Camões
Luís Vaz de CamõesLuís Vaz de Camões
Luís Vaz de Camões
Cláudia Heloísa
 
Análise do conto "Venha ver o pôr-do-sol".
Análise do conto "Venha ver o pôr-do-sol".Análise do conto "Venha ver o pôr-do-sol".
Análise do conto "Venha ver o pôr-do-sol".
Alicia de Carvalho Belato
 
Função de Linguagem
Função de LinguagemFunção de Linguagem
Função de Linguagem
Faell Vasconcelos
 
2ª Geração do Romantismo
2ª Geração do Romantismo2ª Geração do Romantismo
2ª Geração do Romantismo
Gabriel Luck
 
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIASLITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
Amelia Barros
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
Andriane Cursino
 
O que é literatura
O que é literaturaO que é literatura
O que é literatura
Evilane Alves
 
Introdução à literatura
Introdução à literaturaIntrodução à literatura
Introdução à literatura
Ademir Teixeira de Freitas
 
Conto de terror- Estudo de gêneros textuais
Conto de terror- Estudo de gêneros textuaisConto de terror- Estudo de gêneros textuais
Conto de terror- Estudo de gêneros textuais
Maurício Francisco Dos Santos
 
Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo NetoMorte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
Rafael Leite
 
Gêneros literários - 1º Ano do Ensino Médio
Gêneros literários - 1º Ano do Ensino MédioGêneros literários - 1º Ano do Ensino Médio
Gêneros literários - 1º Ano do Ensino Médio
Elaine Chiullo
 
Tudo sobre POEMAS
Tudo sobre POEMASTudo sobre POEMAS
Tudo sobre POEMAS
Jaicinha
 
Sílabas Métricas
Sílabas MétricasSílabas Métricas
Sílabas Métricas
713773
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Miriam Zelmikaitis
 
Variação linguistica aulão
Variação linguistica   aulãoVariação linguistica   aulão
Variação linguistica aulão
eeepadrianonobre
 

Mais procurados (20)

Luís Vaz de Camões
Luís Vaz de CamõesLuís Vaz de Camões
Luís Vaz de Camões
 
Análise do conto "Venha ver o pôr-do-sol".
Análise do conto "Venha ver o pôr-do-sol".Análise do conto "Venha ver o pôr-do-sol".
Análise do conto "Venha ver o pôr-do-sol".
 
Função de Linguagem
Função de LinguagemFunção de Linguagem
Função de Linguagem
 
Texto dramático
Texto dramáticoTexto dramático
Texto dramático
 
2ª Geração do Romantismo
2ª Geração do Romantismo2ª Geração do Romantismo
2ª Geração do Romantismo
 
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIASLITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 
O que é literatura
O que é literaturaO que é literatura
O que é literatura
 
Introdução à literatura
Introdução à literaturaIntrodução à literatura
Introdução à literatura
 
Conto de terror- Estudo de gêneros textuais
Conto de terror- Estudo de gêneros textuaisConto de terror- Estudo de gêneros textuais
Conto de terror- Estudo de gêneros textuais
 
Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo NetoMorte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
 
Gêneros literários - 1º Ano do Ensino Médio
Gêneros literários - 1º Ano do Ensino MédioGêneros literários - 1º Ano do Ensino Médio
Gêneros literários - 1º Ano do Ensino Médio
 
Literatura.ppt
Literatura.pptLiteratura.ppt
Literatura.ppt
 
Tudo sobre POEMAS
Tudo sobre POEMASTudo sobre POEMAS
Tudo sobre POEMAS
 
Literatura Contemporânea
Literatura  ContemporâneaLiteratura  Contemporânea
Literatura Contemporânea
 
Crônica
CrônicaCrônica
Crônica
 
Sílabas Métricas
Sílabas MétricasSílabas Métricas
Sílabas Métricas
 
Classicismo
ClassicismoClassicismo
Classicismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Variação linguistica aulão
Variação linguistica   aulãoVariação linguistica   aulão
Variação linguistica aulão
 

Destaque

Slide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual PoesiaSlide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual PoesiaJomari
 
Poesias com o uso das tecnologias
Poesias com o uso das tecnologiasPoesias com o uso das tecnologias
Poesias com o uso das tecnologias
tereza67
 
Oficina de Poesia Infantis
Oficina de Poesia InfantisOficina de Poesia Infantis
Oficina de Poesia Infantisestercotrim
 
Aula Poesia
Aula PoesiaAula Poesia
Aula Poesia
Aldean
 
Poesia na sala de aula
Poesia na sala de aulaPoesia na sala de aula
Poesia na sala de aulaShirley Lauria
 
Projeto Brincando com Poesias
Projeto Brincando com PoesiasProjeto Brincando com Poesias
Projeto Brincando com Poesias
Profrochedo
 
Powerpoint Um Pouco De Poesia
Powerpoint  Um Pouco De PoesiaPowerpoint  Um Pouco De Poesia
Powerpoint Um Pouco De Poesia
Colmeias
 
Livro de Poesias "Escola"
Livro de Poesias "Escola" Livro de Poesias "Escola"
Livro de Poesias "Escola"
lendoerelendo
 
Sequência didática poemas
Sequência didática poemasSequência didática poemas
Sequência didática poemas
Dário Reis
 
Projeto poesias: Educação Infantil
Projeto poesias: Educação InfantilProjeto poesias: Educação Infantil
Projeto poesias: Educação InfantilMayara Silva
 
O menino que_aprendeu_a_ler[1]
O menino que_aprendeu_a_ler[1]O menino que_aprendeu_a_ler[1]
O menino que_aprendeu_a_ler[1]
Eunice Mendes de Oliveira
 
É proibido de Pablo Neruda
É proibido de Pablo NerudaÉ proibido de Pablo Neruda
É proibido de Pablo Neruda
CNA - CLUBE NAMORO OU AMIZADE
 
Poesia pablo neruda
Poesia pablo nerudaPoesia pablo neruda
Poesia pablo nerudaMarli Melo
 
Cordel Digital - Literatura e Tecnologia
Cordel Digital - Literatura e TecnologiaCordel Digital - Literatura e Tecnologia
Cordel Digital - Literatura e Tecnologia
fejapimenta
 
Principais obras de Mia couto
Principais obras de Mia couto   Principais obras de Mia couto
Principais obras de Mia couto
Tauana Paixão
 
Modelo para análise dos poemas
Modelo para análise dos poemasModelo para análise dos poemas
Modelo para análise dos poemas
José Antonio Ferreira da Silva
 

Destaque (20)

Slide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual PoesiaSlide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual Poesia
 
Poesias com o uso das tecnologias
Poesias com o uso das tecnologiasPoesias com o uso das tecnologias
Poesias com o uso das tecnologias
 
Poemas ppt
Poemas pptPoemas ppt
Poemas ppt
 
Oficina de Poesia Infantis
Oficina de Poesia InfantisOficina de Poesia Infantis
Oficina de Poesia Infantis
 
Aula Poesia
Aula PoesiaAula Poesia
Aula Poesia
 
Poesia na sala de aula
Poesia na sala de aulaPoesia na sala de aula
Poesia na sala de aula
 
Projeto Brincando com Poesias
Projeto Brincando com PoesiasProjeto Brincando com Poesias
Projeto Brincando com Poesias
 
Powerpoint Um Pouco De Poesia
Powerpoint  Um Pouco De PoesiaPowerpoint  Um Pouco De Poesia
Powerpoint Um Pouco De Poesia
 
Livro de Poesias "Escola"
Livro de Poesias "Escola" Livro de Poesias "Escola"
Livro de Poesias "Escola"
 
Sequência didática poemas
Sequência didática poemasSequência didática poemas
Sequência didática poemas
 
Projeto poesias: Educação Infantil
Projeto poesias: Educação InfantilProjeto poesias: Educação Infantil
Projeto poesias: Educação Infantil
 
O menino que_aprendeu_a_ler[1]
O menino que_aprendeu_a_ler[1]O menino que_aprendeu_a_ler[1]
O menino que_aprendeu_a_ler[1]
 
É proibido de Pablo Neruda
É proibido de Pablo NerudaÉ proibido de Pablo Neruda
É proibido de Pablo Neruda
 
Poesia pablo neruda
Poesia pablo nerudaPoesia pablo neruda
Poesia pablo neruda
 
Paulo Faria e Altina Ramos ticLINGUAS2010
Paulo Faria e Altina Ramos ticLINGUAS2010Paulo Faria e Altina Ramos ticLINGUAS2010
Paulo Faria e Altina Ramos ticLINGUAS2010
 
Powerpoint poesia
Powerpoint poesiaPowerpoint poesia
Powerpoint poesia
 
Cordel Digital - Literatura e Tecnologia
Cordel Digital - Literatura e TecnologiaCordel Digital - Literatura e Tecnologia
Cordel Digital - Literatura e Tecnologia
 
Cordel 2011
Cordel 2011Cordel 2011
Cordel 2011
 
Principais obras de Mia couto
Principais obras de Mia couto   Principais obras de Mia couto
Principais obras de Mia couto
 
Modelo para análise dos poemas
Modelo para análise dos poemasModelo para análise dos poemas
Modelo para análise dos poemas
 

Semelhante a OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)

Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)Maria de Jesus Câmara
 
Calendário Mensal: Outubro 2010
Calendário Mensal: Outubro 2010Calendário Mensal: Outubro 2010
Calendário Mensal: Outubro 2010Gisele Santos
 
Calendário Mensal: Julho 2010
Calendário Mensal: Julho 2010Calendário Mensal: Julho 2010
Calendário Mensal: Julho 2010Gisele Santos
 
Carlos drummond de andrade
Carlos drummond de andradeCarlos drummond de andrade
Carlos drummond de andradeFabi
 
Chuva de Poemas 1.pdf
Chuva de Poemas 1.pdfChuva de Poemas 1.pdf
Chuva de Poemas 1.pdf
VitorRibeiro261164
 
Claro enigma
Claro enigmaClaro enigma
Claro enigma
Mauro Marcel
 
Escolhendo Poesias
Escolhendo Poesias Escolhendo Poesias
Escolhendo Poesias
Cassiano Santana
 
Poemas Ilustrados
Poemas IlustradosPoemas Ilustrados
Poemas Ilustradosvales
 
Imagens e poesias
Imagens e poesiasImagens e poesias
Imagens e poesias
Ivanete Oliveira
 
Pinturas E Poesias
Pinturas E  PoesiasPinturas E  Poesias
Pinturas E Poesias
guestbe4900
 
Imagens e Poesias
  Imagens e Poesias  Imagens e Poesias
Imagens e Poesias
Ivanete Oliveira
 
Figuras De Linguagem
Figuras De LinguagemFiguras De Linguagem
Figuras De LinguagemAngela Santos
 
Alunos da EJA mostram seus poemas favoritos
Alunos da EJA mostram seus poemas favoritosAlunos da EJA mostram seus poemas favoritos
Alunos da EJA mostram seus poemas favoritosemefpresidentekennedy
 
As pontes da eternidade
As pontes da eternidadeAs pontes da eternidade
As pontes da eternidade
Alfredo Kleper Chaves Lavor
 
Leituras
LeiturasLeituras
Leituras
guida04
 
Cardápio DalheMongo
Cardápio DalheMongoCardápio DalheMongo
Cardápio DalheMongo
DalheMongo .com
 
BIOGRAFIA DA POETISA CECILIA MEIRELES.pptx
BIOGRAFIA DA POETISA CECILIA MEIRELES.pptxBIOGRAFIA DA POETISA CECILIA MEIRELES.pptx
BIOGRAFIA DA POETISA CECILIA MEIRELES.pptx
Marlene Cunhada
 

Semelhante a OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET) (20)

Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)
 
Calendário Mensal: Outubro 2010
Calendário Mensal: Outubro 2010Calendário Mensal: Outubro 2010
Calendário Mensal: Outubro 2010
 
Filipa Duarte
Filipa Duarte Filipa Duarte
Filipa Duarte
 
Poemas de amor
Poemas de amorPoemas de amor
Poemas de amor
 
Calendário Mensal: Julho 2010
Calendário Mensal: Julho 2010Calendário Mensal: Julho 2010
Calendário Mensal: Julho 2010
 
Carlos drummond de andrade
Carlos drummond de andradeCarlos drummond de andrade
Carlos drummond de andrade
 
Chuva de Poemas 1.pdf
Chuva de Poemas 1.pdfChuva de Poemas 1.pdf
Chuva de Poemas 1.pdf
 
Claro enigma
Claro enigmaClaro enigma
Claro enigma
 
Escolhendo Poesias
Escolhendo Poesias Escolhendo Poesias
Escolhendo Poesias
 
Poemas Ilustrados
Poemas IlustradosPoemas Ilustrados
Poemas Ilustrados
 
Imagens e poesias
Imagens e poesiasImagens e poesias
Imagens e poesias
 
Pinturas E Poesias
Pinturas E  PoesiasPinturas E  Poesias
Pinturas E Poesias
 
Imagens e Poesias
  Imagens e Poesias  Imagens e Poesias
Imagens e Poesias
 
Figuras De Linguagem
Figuras De LinguagemFiguras De Linguagem
Figuras De Linguagem
 
Alunos da EJA mostram seus poemas favoritos
Alunos da EJA mostram seus poemas favoritosAlunos da EJA mostram seus poemas favoritos
Alunos da EJA mostram seus poemas favoritos
 
As pontes da eternidade
As pontes da eternidadeAs pontes da eternidade
As pontes da eternidade
 
Pinturas poesias
Pinturas poesiasPinturas poesias
Pinturas poesias
 
Leituras
LeiturasLeituras
Leituras
 
Cardápio DalheMongo
Cardápio DalheMongoCardápio DalheMongo
Cardápio DalheMongo
 
BIOGRAFIA DA POETISA CECILIA MEIRELES.pptx
BIOGRAFIA DA POETISA CECILIA MEIRELES.pptxBIOGRAFIA DA POETISA CECILIA MEIRELES.pptx
BIOGRAFIA DA POETISA CECILIA MEIRELES.pptx
 

Último

A nossa mini semana 2706 2906 Juliana.pptx
A nossa mini semana 2706 2906 Juliana.pptxA nossa mini semana 2706 2906 Juliana.pptx
A nossa mini semana 2706 2906 Juliana.pptx
juserpa07
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptxAula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
kdn15710
 
Arundhati Roy - O Deus das Pequenas Coisas - ÍNDIA.pdf
Arundhati Roy - O Deus das Pequenas Coisas - ÍNDIA.pdfArundhati Roy - O Deus das Pequenas Coisas - ÍNDIA.pdf
Arundhati Roy - O Deus das Pequenas Coisas - ÍNDIA.pdf
Ana Da Silva Ponce
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Hidráulica Industrial, conceito e definição
Hidráulica Industrial, conceito e definiçãoHidráulica Industrial, conceito e definição
Hidráulica Industrial, conceito e definição
lucasbalacostaalves1
 
MÁRTIRES DE UGANDA Convertem-se ao Cristianismo - 1885-1887.pptx
MÁRTIRES DE UGANDA Convertem-se ao Cristianismo - 1885-1887.pptxMÁRTIRES DE UGANDA Convertem-se ao Cristianismo - 1885-1887.pptx
MÁRTIRES DE UGANDA Convertem-se ao Cristianismo - 1885-1887.pptx
Martin M Flynn
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
RenanSilva991968
 
Sócrates e os sofistas - apresentação de slides
Sócrates e os sofistas - apresentação de slidesSócrates e os sofistas - apresentação de slides
Sócrates e os sofistas - apresentação de slides
jbellas2
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Biblioteca UCS
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Mary Alvarenga
 
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptxSlides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptxFato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
MariaFatima425285
 
UFCD_5420_Integração de sistemas de informação - conceitos_índice.pdf
UFCD_5420_Integração de sistemas de informação - conceitos_índice.pdfUFCD_5420_Integração de sistemas de informação - conceitos_índice.pdf
UFCD_5420_Integração de sistemas de informação - conceitos_índice.pdf
Manuais Formação
 
Acróstico - Reciclar é preciso
Acróstico   -  Reciclar é preciso Acróstico   -  Reciclar é preciso
Acróstico - Reciclar é preciso
Mary Alvarenga
 
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
enpfilosofiaufu
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
MatildeBrites
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
ValdineyRodriguesBez1
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
AdrianoMontagna1
 
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdfCaderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
carlaslr1
 

Último (20)

A nossa mini semana 2706 2906 Juliana.pptx
A nossa mini semana 2706 2906 Juliana.pptxA nossa mini semana 2706 2906 Juliana.pptx
A nossa mini semana 2706 2906 Juliana.pptx
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
 
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptxAula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
Aula01 - ensino médio - (Filosofia).pptx
 
Arundhati Roy - O Deus das Pequenas Coisas - ÍNDIA.pdf
Arundhati Roy - O Deus das Pequenas Coisas - ÍNDIA.pdfArundhati Roy - O Deus das Pequenas Coisas - ÍNDIA.pdf
Arundhati Roy - O Deus das Pequenas Coisas - ÍNDIA.pdf
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
Hidráulica Industrial, conceito e definição
Hidráulica Industrial, conceito e definiçãoHidráulica Industrial, conceito e definição
Hidráulica Industrial, conceito e definição
 
MÁRTIRES DE UGANDA Convertem-se ao Cristianismo - 1885-1887.pptx
MÁRTIRES DE UGANDA Convertem-se ao Cristianismo - 1885-1887.pptxMÁRTIRES DE UGANDA Convertem-se ao Cristianismo - 1885-1887.pptx
MÁRTIRES DE UGANDA Convertem-se ao Cristianismo - 1885-1887.pptx
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
 
Sócrates e os sofistas - apresentação de slides
Sócrates e os sofistas - apresentação de slidesSócrates e os sofistas - apresentação de slides
Sócrates e os sofistas - apresentação de slides
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
 
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptxSlides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
 
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptxFato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
 
UFCD_5420_Integração de sistemas de informação - conceitos_índice.pdf
UFCD_5420_Integração de sistemas de informação - conceitos_índice.pdfUFCD_5420_Integração de sistemas de informação - conceitos_índice.pdf
UFCD_5420_Integração de sistemas de informação - conceitos_índice.pdf
 
Acróstico - Reciclar é preciso
Acróstico   -  Reciclar é preciso Acróstico   -  Reciclar é preciso
Acróstico - Reciclar é preciso
 
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
 
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdfCaderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
 

OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)

  • 1. . O BICHO – MANUEL BANDEIRA Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.
  • 2. NÃO SEI – CORA CORALINA Não sei... se a vida é curta ou longa demais pra nós, Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, Mas que seja intensa, verdadeira, pura... Enquanto durar"
  • 3. O GUARDADOR DE REBANHOS – FERNANDO PESSOA Eu nunca guardei rebanhos, Mas é como se os guardasse. Minha alma é como um pastor, Conhece o vento e o sol E anda pela mão das Estações A seguir e a olhar. Toda a paz da Natureza sem gente Vem sentar-se a meu lado. Mas eu fico triste como um pôr de sol Para a nossa imaginação, Quando esfria no fundo da planície E se sente a noite entrada Como uma borboleta pela janela. Mas a minha tristeza é sossego Porque é natural e justa E é o que deve estar na alma Quando já pensa que existe E as mãos colhem flores sem ela dar por isso. Como um ruído de chocalhos Para além da curva da estrada, Os meus pensamentos são contentes. Só tenho pena de saber que eles são contentes, Porque, se o não soubesse, Em vez de serem contentes e tristes, Seriam alegres e contentes. Pensar incomoda como andar à chuva Quando o vento cresce e parece que chove mais. Não tenho ambições nem desejos Ser poeta não é uma ambição minha É a minha maneira de estar sozinho. E se desejo às vezes Por imaginar, ser cordeirinho (Ou ser o rebanho todo Para andar espalhado por toda a encosta A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
  • 4. PARA SEMPRE – CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
  • 5. RETRATO – CECÍLIA MEIRELES Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?
  • 6. SE CADA DIA CAI – PABLO NERUDA Se cada dia cai, dentro de cada noite, há um poço onde a claridade está presa. há que sentar-se na beira do poço da sombra e pescar luz caída com paciência.
  • 7. SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS – MARIO QUINTANA A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são 6 horas: há tempo… Quando se vê, já é 6ª-feira… Quando se vê, passaram 60 anos… Agora, é tarde demais para ser reprovado… E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio seguia sempre, sempre em frente… E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
  • 8. ÚLTIMA CANÇÃO – CARLOS ROBERTO Esta é a última canção que eu faço pra você Já cansei de viver iludido só pensando em você Se amanhã você me encontrar De braços dados com outro alguém Faça de conta Que pra você não sou ninguém Mas você deve sempre lembrar que já me fez chorar E que a chance que você perdeu nunca mais vou lhe dar E as canções tão lindas de amor Que eu fiz ao luar para você Confesso Iguais àquelas não mais ouvirá E amanhã sei que esta canção você ouvirá no rádio a tocar Lembrará que seu orgulho maldito já me fez chorar por muito lhe amar Peço não chore Mas sinta por dentro a dor do amor E então você verá o valor que tem o amor E muito vai chorar ao lembrar do que passou
  • 9. CASINHA BRANCA – RAIMUNDO NONATO Minha casinha branca Onde foi minha morada Hoje se encontra sozinha Casinha abandonada Minha casinha é feita no tabuleiro Rebocada em água e cal E a chuva nunca tirou Não é brinquedo Faz uma casa em três dias Construção do Mestre Zé Que minha casa levantou Minha casinha branca Onde foi minha morada Hoje se encontra sozinha Casinha abandonada
  • 10. GENTE HUMILDE – VINÍCIUS DE MORAES E CHICO BUARQUE DE HOLANDA Tem certos dias Em que eu penso em minha gente E sinto assim Todo o meu peito se apertar Porque parece Que acontece de repente Como um desejo de eu viver Sem me notar Igual a como Quando eu passo no subúrbio Eu muito bem Vindo de trem de algum lugar E aí me dá Como uma inveja dessa gente Que vai em frente Sem nem ter com quem contar São casas simples Com cadeiras na calçada E na fachada Escrito em cima que é um lar Pela varanda Flores tristes e baldias Como a alegria Que não tem onde encostar E aí me dá uma tristeza No meu peito Feito um despeito De eu não ter como lutar E eu que não creio Peço a Deus por minha gente É gente humilde Que vontade de chorar
  • 11. AMANHÃ – GUILHERME ARANTES Amanhã! Será um lindo dia Da mais louca alegria Que se possa imaginar Amanhã! Redobrada a força Prá cima que não cessa Há de vingar Amanhã! Mais nenhum mistério Acima do ilusório O astro rei vai brilhar Amanhã! A luminosidade Alheia a qualquer vontade Há de imperar! Há de imperar! Amanhã! Está toda a esperança Por menor que pareça Existe e é prá vicejar Amanhã! Apesar de hoje Será a estrada que surge Prá se trilhar Amanhã! Mesmo que uns não queiram Será de outros que esperam Ver o dia raiar Amanhã! Ódios aplacados Temores abrandados Será pleno! Será pleno!
  • 12. O SAL DA TERRA – BETO GUEDES Anda, quero te dizer nenhum segredo Falo nesse chão da nossa casa Vem que tá na hora de arrumar Tempo, quero viver mais duzentos anos Quero não ferir meu semelhante Nem por isso quero me ferir Vamos precisar de todo mundo Pra banir do mundo a opressão Para construir a vida nova Vamos precisar de muito amor A felicidade mora ao lado E quem não é tolo pode ver A paz na Terra, amor O pé na terra A paz na Terra, amor O sal da Terra És o mais bonito dos planetas Tão te maltratando por dinheiro Tu que és a nave nossa irmã Canta, leva tua vida em harmonia E nos alimenta com teus frutos Tu que és do homem a maçã Vamos precisar de todo mundo Um mais um é sempre mais que dois Pra melhor juntar as nossas forças É só repartir melhor o pão Recriar o paraíso agora Para merecer quem vem depois Deixa nascer o amor Deixa fluir o amor Deixa crescer o amor Deixa viver o amor (O sal da terra)
  • 13. LUAR EM QUALQUER CIDADE – CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE O luar deixava as coisas mais brancas. As estrelas desapareciam. As casas, as moitas: impregnadas não de sereno, de luar. Caminhávamos interminavelmente, sem ofego, sem pressa. Caminhávamos através da lua. E éramos dois seres habituais e dois fantasmas ao mesmo tempo. Lá longe era o mundo àquela hora coberto de sol. Mas haveria sol? Boiávamos em luar. O céu, uma difusa claridade. A terra, menos que o reflexo dessa claridade. Tão claros! Tão calmos! Estávamos mortos e não sabíamos, sepultados, andando, nas criptas do luar.
  • 14. VOCÊ APRENDE... – WILLIAM SHAKESPEARE Depois de um tempo, você aprende a sutil diferença entre segurar uma mão e aprisionar uma alma... Você aprende que o amor não significa posse, companhia não significa segurança... Você aprende que beijos não são contratos e presentes não são promessas... Então, você aceita seus fracassos com a cabeça erguida e seus olhos fixados adiante... Com a postura de um homem ou mulher, não com o resmungo de uma criança mimada... Você aprende a construir todas as suas rotas no hoje, porque terra do amanhã é muito incerta para planos... E o futuro tem um jeito de cair a meio voo... Você aprende que até o sol queima se exigir muito... E então você planta seu próprio jardim e decora sua própria alma, ao invés de esperar por alguém que lhe traga flores... E você aprende que realmente é forte, que realmente pode perseverar, que realmente vale a pena... e, você aprende, em cada despedida, você aprende!
  • 15. AMOR – LUÍS DE CAMÕES Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade É servir a quem vence o vencedor, É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade; Se tão contrário a si é o mesmo amor?
  • 16. SONETO DE FIDELIDADE – VINÍCIUS DE MORAES De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. (Até um dia meu anjo)
  • 17. ASA BRANCA – LUIZ GONZAGA E HUMBERTO TEIXEIRA Quando olhei a terra ardendo Qual a fogueira de São João Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Que braseiro, que fornalha Nem um pé de plantação Por falta d'água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Por farta d'água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Até mesmo a asa branca Bateu asas do sertão Então eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Então eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Hoje longe, muitas léguas Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo Pra mim voltar pro meu sertão Espero a chuva cair de novo Pra mim voltar pro meu sertão Quando o verde dos teus olhos Se espalhar na plantação Eu te asseguro não chore não, viu Que eu voltarei, viu Meu coração
  • 18. O QUE É, O QUE É – GONZAGUINHA Eu fico com a pureza das respostas das crianças: É a vida! É bonita e é bonita! Viver e não ter a vergonha de ser feliz, Cantar, A beleza de ser um eterno aprendiz Eu sei Que a vida devia ser bem melhor e será, Mas isso não impede que eu repita: É bonita, é bonita e é bonita! E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão? Ela é a batida de um coração? Ela é uma doce ilusão? Mas e a vida? Ela é maravilha ou é sofrimento? Ela é alegria ou lamento? O que é? O que é, meu irmão? Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo, É uma gota, é um tempo Que nem dá um segundo, Há quem fale que é um divino mistério profundo, É o sopro do criador numa atitude repleta de amor. Você diz que é luta e prazer, Ele diz que a vida é viver, Ela diz que melhor é morrer Pois amada não é, e o verbo é sofrer. Eu só sei que confio na moça E na moça eu ponho a força da fé, Somos nós que fazemos a vida Como der, ou puder, ou quiser, Sempre desejada por mais que esteja errada, Ninguém quer a morte, só saúde e sorte, E a pergunta roda, e a cabeça agita. Fico com a pureza das respostas das crianças: É a vida! É bonita e é bonita!
  • 19. A LISTA – OSWALDO MONTENEGRO Faça uma lista de grandes amigos Quem você mais via há dez anos atrás Quantos você ainda vê todo dia Quantos você já não encontra mais... Faça uma lista dos sonhos que tinha Quantos você desistiu de sonhar! Quantos amores jurados pra sempre Quantos você conseguiu preservar... Onde você ainda se reconhece Na foto passada ou no espelho de agora? Hoje é do jeito que achou que seria Quantos amigos você jogou fora? Quantos mistérios que você sondava Quantos você conseguiu entender? Quantos segredos que você guardava Hoje são bobos ninguém quer saber? Quantas mentiras você condenava? Quantas você teve que cometer? Quantos defeitos sanados com o tempo Eram o melhor que havia em você? Quantas canções que você não cantava Hoje assobia pra sobreviver? Quantas pessoas que você amava Hoje acredita que amam você?
  • 20. TENTE OUTRA VEZ – RAUL SEIXAS Veja! Não diga que a canção Está perdida Tenha fé em Deus Tenha fé na vida Tente outra vez!... Beba! (Beba!) Pois a água viva Ainda tá na fonte (Tente outra vez!) Você tem dois pés Para cruzar a ponte Nada acabou! Não! Não! Não!... Tente! Levante sua mão sedenta E recomece a andar Não pense Que a cabeça aguenta Se você parar Não! Não! Não! Levante sua mão sedenta E recomece a andar Não pense Que a cabeça aguenta Se você parar Não! Não! Não! Há uma voz que canta Uma voz que dança Uma voz que gira Bailando no ar Queira! (Queira!) Basta ser sincero E desejar profundo Você será capaz De sacudir o mundo Vai! Tente outra vez! Tente! (Tente!) E não diga Que a vitória está perdida Se é de batalhas Que se vive a vida Tente outra vez!...
  • 21. O CIO DA TERRA – RENATO TEIXEIRA Debulhar o trigo Recolher cada bago de trigo Forjar do trigo O milagre do pão E se fartar de pão Decepar a cana Recolher a garapa da cana Roubar da cana A doçura do mel E se lambuzar de mel Afagar a terra Conhecer os desejos da terra Cio da terra, propicia estação E fecundar o chão
  • 22. AMOR PERFEITO - AMADO BATISTA Amor perfeito aconteceu entre nós dois, sem a espera que depois, tudo fosse se acabar. Mas neste mundo, que o perfeito não tem vida, não merecemos querida viver juntos e amar. Nosso senhor para sempre te levou, nem ao menos me deixou o fruto do nosso amor. eu senti naquele dia, ser um pai ser um senhor. No hospital, na sala de cirurgia, pela vidraça eu via você sofrendo a sorrir. E seu sorriso, aos poucos se desfazendo, então vi você morrendo sem poder me despedir.
  • 23. TOCANDO EM FRENTE – ALMIR SATER E RENATO TEIXEIRA Ando devagar porque já tive pressa, E levo esse sorriso, porque já chorei demais, Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe, Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou nada sei. Conhecer as manhas e as manhãs, O sabor das massas e das maçãs. É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir. Penso que cumprir a vida, seja simplesmente Compreender a marcha, ir tocando em frente, Como um velho boiadeiro, levando a boiada Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou, Estrada eu sou. Conhecer as manhas e as manhãs, O sabor das massas e das maças, É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir. Todo mundo ama um dia, todo mundo chora, Um dia a gente chega, no outro vai embora. Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si Carrega o dom de ser capaz, e ser feliz. Conhecer as manhas e as manhãs, O sabor das massas e das maças, É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir. Ando devagar porque já tive pressa, E levo esse sorriso, porque já chorei de mais, Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si Carrega o dom de ser capaz, e ser feliz.
  • 24. TRADUZIR-SE – FERREIRA GULLAR Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir-se uma parte na outra parte - que é uma questão de vida ou morte - será arte?
  • 25. QUANDO ME AMEI DE VERDADE – KIM MCMILLEN Quando me amei de verdade, pude compreender que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa. Então pude relaxar. Quando me amei de verdade, pude perceber que o sofrimento emocional é um sinal de que estou indo contra a minha verdade. Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma coisa ou alguém que ainda não está preparado- inclusive eu mesma.
  • 26. Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável. Isso quer dizer: pessoas, tarefas, crenças e - qualquer coisa que me pusesse pra baixo. Minha razão chamou isso de egoísmo. Mas hoje eu sei que é amor-próprio. Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer planos. Hoje faço o que acho certo e no meu próprio ritmo. Como isso é bom! Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão, e com isso errei muito menos vezes. Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro.
  • 27. Isso me mantém no presente, que é onde a vida acontece. Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
  • 28. AQUI NÃO ROLA NÃO – JOAQUIM PÉ-DE-FERRO AQUI NÃO PEGA NINGUÉM AQUI NÃO PEGA NINGUÉM A MULHERADA NÃO QUER QUEM ANDA A PÉ QUE ANDA DE BUZÃO AQUI NÃO PEGA NINGUÉM AQUI NÃO PEGA NINGUÉM A MULHERADA SÓ QUER QUEM TEM DINHEIRO E CARRÃO EU CONHECI UM CARA QUE METIDO A PLAY BOY ANDA TODO ARRUMADO SEM DINHEIRO NO BOLSO E SE ACHA GOSTOSÃO TEM MULHER PRA TODO LADO ELAS QUEREM ZOEIRA ELAS QUEREM CURTIÇÃO CONVIDA PRA SAIR ELE SÓ ANDA A PÉ ELE NÃO TEM CARRO NÃO AQUI NÃO ROLA NÃO AQUI NÃO ROLA NÃO A MULHERADA NÃO QUER QUEM ANDA A PÉ QUEM ANDA DE BUZÃO AQUI NÃO ROLA NÃO AQUI NÃO ROLA NÃO A MULHERADA SÓ QUER QUEM TEM DINHEIRO E CARRÃO
  • 29. OFICINA DE POEMAS RECURSOS UTILIZADOS Internet Word Power Point JOAQUIM PÉ-DE-FERRO PROFESSORA MIRIAN OUTUBRO DE 2013