2. A narrativa é um texto que trata de acontecimentos e
ações realizadas por personagens fictícios ou reais.
Na Literatura, ela aparece principalmente em romances,
novelas, fábulas, contos e crônicas. Ela também é a
base de muitas peças de teatro e dos filmes produzidos
pelo cinema.
A narrativa começa com a introdução, que é seguida
pelo desenvolvimento e o clímax. Finalmente, a história
termina com uma conclusão ou desfecho, que coloca
um ponto final nas aventuras do personagem e nas
expectativas do leitor. Vamos falar de cada uma delas a
seguir.
3. É a parte do texto que apresenta as
personagens e mostra ao leitor onde elas se
localizam em relação ao tempo e espaço.
4. Nesse trecho, o autor conta as ações da
personagem.
A ideia é formar uma trama com os
acontecimentos, mostrar a ocorrência de um
problema ou complicação com objetivo de
criar algum tipo de suspense que vai
conduzir ao clímax da história.
5. Trata-se do final da história. Na maioria das
vezes, os autores concluem encerrando a
trama com um desfecho favorável ou não
para o problema.
8. O enredo é um elemento fundamental para a narrativa. Trata-se
do conjunto de fatos que acontecem, ligados entre si, e que
contam as ações dos personagens. Ele é dividido em algumas
partes:
Situação inicial: é quando o autor apresenta os personagens e
mostra o tempo e o espaço em que estão inseridos, geralmente
logo na introdução;
Estabelecimento de um conflito: um acontecimento é
responsável por modificar a situação inicial dos personagens,
exigindo algum tipo de ação;
Desenvolvimento: ao longo desta seção, o autor conta o que os
personagens fizeram para tentar solucionar o conflito;
Clímax: depois de diversas ações dos personagens, a narrativa é
levada a um ponto de alta tensão ou emoção, uma espécie de
“encruzilhada literária” que exige uma decisão ou desfecho;
Desfecho: é a parte da narrativa que mostra a solução para o
conflito.
9. Espaço é o lugar em que a narrativa acontece.
Ele é importante não só para situar o leitor
quanto ao local, mas principalmente porque
contribui para a elaboração dos personagens.
Afinal, o espaço onde as pessoas (mesmo que
fictícias) vivem interfere na sua aparência,
vestimenta, costumes, oportunidades,
atividades e até mesmo sua personalidade.
10. O tempo da narrativa diz respeito ao desencadear das
ações, e pode ser dividido em:
Cronológico
Está relacionado a passagem das horas, dos dias, meses,
anos etc.
Psicológico
Está relacionado às lembranças da personagem e aos
sentimentos vivenciados por ele.
Assim como espaço, ele é muito importante para definir
características das personagens, principalmente as
psicológicas. Afinal, pessoas que vivem em épocas
diferentes costumam ter visões de mundo, atitudes,
pensamentos e situações também diferentes.
11. Envolve tudo que as personagens fazem na
narrativa. Inclui não só os movimentos, mas
também aquilo que falam e pensam no
decorrer da história.
12.
13. Neste caso, o narrador participa da história, e
por isso o texto é escrito em primeira pessoa
do singular ou plural (eu, nós).
14. “Era eu que cuidava dos altares e ajudava a missa dos santos
padres da igreja de S. Tomé, do lado ao poente do grande rio
Uruguai. Sabia bem acender os círios, feitos com a cera virgem
das abelheiras da serra; e bem balançar o turíbulo, fazendo
ondear a fumaça cheirosa do rito; e bem tocar a santos, na quina
do altar, dois degraus abaixo, à direita do padre; e dizia as
palavras do missal; e nos dias de festa sabia repicar o sino; e
bater as horas, e dobrar a finados... Eu era o sacristão.
Um dia na hora do mormaço, todo o povo estava nas sombras,
sesteando; nem voz grossa de homem, nem cantoria das moças,
nem choro de crianças: tudo sesteava. O sol faiscava nos
pedregulhos lustrosos, e a luz parecia que tremia, peneirada, no
ar parado, sem uma viração.
Foi nessa hora que eu saí da igreja, pela portinha da sacristia,
levando no corpo a frescura da sombra benta, levando na roupa o
cheiro da fumaça piedosa. E saí sem pensar em nada, nem de bem
nem de mal; fui andando, como levado...
Todo o povo sesteava, por isso ninguém viu.”
15. Também existe a possibilidade de o
narrador não participar da história. Ele
observa a situação de fora, o que faz o texto
ser escrito em terceira pessoa (ele, ela, eles,
elas).
16. Rubião é que não perdeu a suspeita assim tão
facilmente. Pensou em falar a Carlos Maria, interrogá-
lo, e chegou a ir à Rua dos Inválidos, no dia seguinte,
três vezes; não o encontrando, mudou de parecer.
Encerrou-se por alguns dias; o Major Siqueira arrancou-
o à solidão. Ia participar-lhe que se mudara para a Rua
Dois de Dezembro. Gostou muito da casa do nosso
amigo, das alfaias, do luxo, de todas as minúcias, ouros
e bambinelas. Sobre este assunto discorreu
longamente, relembrando alguns móveis antigos. Parou
de repente, para dizer que o achava aborrecido; era
natural, faltava-lhe ali um complemento.
— O senhor é feliz, mas falta-lhe aqui uma coisa; falta-
lhe mulher. O senhor precisa casar. Case-se, e diga que
eu o engano.
17. É aquele que sabe de todos os fatos, mesmo que
não participe da história. Sua compreensão
costuma ir além dos acontecimentos.
Ele consegue narrar até mesmo os pensamentos
e sentimentos dos personagens, como se tivesse
um conhecimento sobrenatural.
Pelo falo desse narrador conhecer muito os
personagens, bem como seus pensamentos,
sentimentos, ideias, atitudes, etc, ele pode
opinar sobre tais comportamentos ao longo
da narrativa.
18. “Depois de casado viveu dois ou três anos da fortuna
da mulher, comendo bem, levantando-se tarde,
fumando em grandes cachimbos de porcelana, só
voltando para casa à noite, depois do espectáculo, e
frequentando os cafés. O sogro morreu e deixou
pouca coisa; ele indignou-se com isso, montou uma
fábrica, perdeu nela algum dinheiro e retirou-se para
o campo, onde pretendeu desforrar-se. Mas, como
não entendia mais de agricultura do que de chitas, e
porque montava os cavalos em vez de os pôr a
trabalhar, bebia sidra às garrafas em vez de a vender
em barris, comia as melhores aves da capoeira e
engraxava as botas de caçar com o toucinho dos
porcos, não tardou a aperceber-se de que mais valia
abandonar toda a especulação.”
(Madame Bovary, Gustave Flaubert)
19.
20. Protagonistas: são destaques da narrativa,
ocupam o lugar principal da história;
Antagonistas: são os adversários dos
protagonistas, aqueles que vão criar ou
alimentar o conflito, dificultando a vida dos
principais;
Secundários: são personagens menos
importantes na história, mas que de alguma
forma contribuem para a sequência de fatos
do enredo.
22. - no discurso indireto o narrador interfere na
fala da personagem. Em outras palavras, é
narrado em 3ª pessoa uma vez que não
aparece a fala da personagem.
23. - no discurso indireto livre há intervenções
do narrador e das falas dos personagens.
Nesse caso, funde-se o discurso direto com o
indireto