Estudo sobre a Lei de Liberdade baseado em uma história real de um espírita suicida que fez mal uso da sua liberdade. Retirado do livro Instruções Psicofônicas - Chico Chavier
3. Desenho de como era a reunião no
grupo Meimei de Pedro Leopoldo-
“Centro Espírita Luiz Gonzaga” A narrativa pela qual iremos tirar
nossas reflexões, baseia-se numa
psicofonia que foi realizada por
Francisco Cândido Xavier, na qual
várias outras foram gravadas e
depois transformadas em um livro
– Instruções Psicofônicas.
Esse livro é da década de 50 por ser uma obra tão antiga é pouca
conhecida, mas isso não tira dele a importância das lições que os
nossos irmãos, alguns de elevada condição moral;
entre outros espíritos sofridos que vem nos alertar sobre o mal uso
que fizeram da Lei de Liberdade ou seja do seu livre-arbítrio.
4. Companheiro em Luta.
A fase terminal de nossas tarefas na noite de 12 de agosto de
1954, trouxe-nos à presença antigo companheiro de líderes
espíritas em Belo Horizonte que passaremos a nomear
simplesmente por irmão Lima, já que o respeito fraternal nos
impede de identificá-lo plenamente.
5. Lima que era pai de família exemplar desfrutava excelente
posição social, e por muitos anos exerceu os dons
mediúnicos de que era portador em ambientes íntimos.
Em 1949 como que minado por invencível esgotamento,
suicidou-se sem razões plausíveis. Trazendo com isso
dolorosas surpresa a todos os seus amigos. Na noite que
nos referimos naturalmente trazido por amigos espirituais,
utilizou-se das faculdades psicofônicas do médium e
ofertou-nos relatos de sua história comovente que constitui
para nós todos uma advertência preciosa.
6. O espiritismo foi a minha grande
oportunidade.
Fui médium.
Doutrinei.
Contribui para que irmãos sofredores e
transviados recebesse uma luz para o
• Venho da escura região dos
mortos-vivos, a maneira de muitos
vivos mortos, que se agitam na
Terra.
7. Recolhi as instruções dos Mestres da
sabedoria, e tentei acomodar-me com as
verdades que são hoje, o vosso mais alto
patrimônio espiritual.
8. Se ele está acomodado, as chances de ele entrar no
processo obsessivo e adentrar em situações muito graves
como a que ele adentrou, é bem grande.
A grande parte dos espíritas, como diz o irmão
Jacó no livro Voltei, está nessa categoria.
Muitas daquelas pessoas que conviviam com
ele chegava na dimensão espiritual totalmente
opaco, sem ter manifestado a própria luz
interna.
9. Fui consolado, e consolei.
Doentes enfraquecidos, desesperados, tristes,
fracassados, desanimados, derrotados da sorte,
muitas vezes se reuniam junto de nós e junto de
mim...
Através da oração, colaborei para que se lhes efetivassem o
reerguimento.
Mas, no círculo de minhas atividades, a dúvida era como que o
nevoeiro a entontecer-me o Espírito e pouco a pouco deixei-me enredar
nas malhas de velhos inimigos, a me acenar do pretérito - do pretérito
que guarda sobre o nosso presente uma atuação demasiado, poderosa
para que lhe possamos entender, de pronto, a evidência...
10. Como um trabalhador espírita depois de anos
de dedicação começa a duvidar do que
realizava? Isso não faz sentido.
...no círculo de minhas atividades a dúvida era como que o nevoeiro a
entontecer-me o Espírito e pouco a pouco deixei-me enredar nas malhas de
velhos inimigos, a me acenar do pretérito.
Um espirita dedicado, com uma base evangélica bem
firme dentro de si, não pode ao menos começar a
duvidar do seu trabalho no bem. Alguma coisa está
errada.
11. Daqui pra frente esses adversários tomariam o controle se ele
não se dispusesse a lutar contra essas influências.
Se a minha fé está construída sobre rocha, ela não vacila, portanto, o
que vemos acontecer aqui poderia ser o efeito da acomodação moral
dele agindo na sua consciência, em algum momento de invigilância
deu oportunidade para que os seus inimigos percebessem onde
estava a fraqueza dele e onde eles poderiam começar a implantar a
dúvida, que seria o começo do seu tormento.
12. Todo processo obsessivo tem seu grau de sensações e
comprometimentos. No caso do Lima por ele ser médium,
esclarecedor de reunião mediúnica e ter conhecimento
doutrinário e mediúnico teria facilidade de percepção se a
aproximação desses inimigos fossem de uma forma explicita.
Ele iria notar e sem duvida procuraria ajuda para afastá-los.
O processo que se deu com o Lima foi uma
obsessão sutil. Os seus comparsas não foram
amadores, eram entidades que sabiam como
enredar ele num processo obsessivo sem que
ele percebesse facilmente.
13. Esse processo vai enredando a pessoa
gradualmente, ponto a ponto, e a pessoa vai se
deixando levar. Então daí ocorre o processo de
obsessão sutil, para mais tarde com a situação
mais agravada ocorrer uma subjugação ou uma
fascinação.
Ele já trazia de outras reencarnações processos
que não foram bem trabalhados. E os seus
inimigos sabendo disso acessaram com
facilidade, tocando na ferida moral aberta que
ele trazia no seu psiquismo.
14. Ele começou a ter reminiscências do passado espiritual, e aí muito
provavelmente do ponto de vista psíquico, ele mergulhou nas falhas da
existência anterior e aí, entre o mecanismo vivido na outra existência
que provavelmente tudo indica pela história, que foi o movimento de
estar no ambiente religioso de uma forma falsa, de uma forma não
realmente espiritualizada, fez com que ele entrasse em dúvida
15. Quando os obsessores começam a trabalhar nele emergindo do passado aquela
personalidade em que ele vivia de uma forma religiosamente falsa, ao invés dele
reprimir essas lembranças ele as alimenta, porque ainda apesar de fazer todos os
trabalhos no bem, estava acomodado moralmente. Isso deixa-nos claro que ainda
permanecia no fundo aquela mesma pessoa de antes, adormecida. Ele veio na
condição atual para ressignificar isso, mudando a sua conduta de forma
verdadeira e não falseada como antes.
Os seus inimigos só “acordaram” o que ele era antes, e como não estava
havendo ainda uma mudança sincera, ele agradou do que se lembrou, foi
como massagear o ego doente. E ele não teve forças para reprimir porque na
realidade essa era a sua personalidade . O que o protegia dele mesmo era o
véu do esquecimento, quando o despertaram ele se viu numa realidade
diferente da que ele era e isso o incomodou.
16. Por que espíritas com conhecimento mediúnico e doutrinário, se deixa
influenciar?
Quando o trabalhador espirita está realmente disposto a dedicar-se a tarefa, a
espiritualidade irá ao seu encontro lhe dando apoio e sustentação necessárias. Mas
isso não nos isenta da nossa liberdade de escolhas que jamais é aviltada, portanto
nos cabe ter o que Emmanuel aconselhou ao Chico.
Disciplina, disciplina, disciplina. Sem ela iremos ser invigilante e a nossa
fé irá oscilar, e ai a dúvida pode achar campo aberto em nós.
deixei-me enredar nas malhas de velhos
inimigos, a me acenar do pretérito
17. Sutilmente impuseram, isso nos mostra como o processo obsessivo é complexo e
sutil. Os seus inimigos sabiam onde deviam trabalhar nele e acessaram justamente
onde a fraqueza moral não trabalhada dava a eles campo aberto para que o Lima
não tivesse força para lutar contra e aí ele diz – desenovelou dentro de mim,
postergando-me... Ele aqui começa a desprezar, a adiar a enjeitar o seu trabalho
no bem e a doutrina passa a não ter mais sentido.
E esses adversários sutilmente impuseram a
lembrança do passado que se desenovelou, dentro
de mim, postergando-me, mil germes de boa
vontade e fé, assim como a ventania forte castiga
a erva na terra.
18. Enquanto a vida foi só de provações aflitivas, o trabalho era meu
refúgio.
Enquanto a vida dele estava cheia de problemas- o trabalho no bem era refrigério para
ele, porque os desafios materiais na hora do trabalho reduzia as suas dificuldades, dava
a ele forças para suportar. E isso de certa forma era uma condição positiva que o anulava
das influências desses inimigos do passado. Ele se esforçava nos trabalhos da casa
espírita, mas, tinha um porém, no fundo o seu ego ainda trazia adormecido as suas
imperfeições do passado e que ainda não fora trabalhado verdadeiramente. Isso fazia com
que esses inimigos ficassem a espreita, apenas esperando uma oportunidade para
alcança-lo.
19. No entanto à medida que o tempo funcionava como calmante Celeste
sobre as minhas feridas, adoçando-me as penas, o repouso conquistado
como que se infiltrou em minha vida por venenoso anestésico, através do
qual as forças perturbadoras me alcançaram o mundo íntimo.
E desse modo, a ideia da autodestruição avassalou meu
pensamento.
Quando a vida se tornou mais fácil, que era para que ele se redobrasse ao
trabalho, porque se a vida material fica mais fácil, o que faz a pessoa
consciente?
20. Enquanto as dificuldades faziam parte do processo para que ele buscasse a
renovação no trabalho do bem, ele se fortalecia para continuar lutando, mas
quando tudo se ajeita na sua vida ai nos faz refletir se o que ele buscava
realmente era sincero ou queria apenas no fundo coisas materiais, será que não
era uma barganha? Porque já trazia isso forte do seu passado.
- Amplia mais a sua atuação no trabalho do bem,
porque já não tem tantas dificuldades que a impeça de
estar sendo mais comprometido com a causa.
21. VI – Desgosto Pela Vida – Suicídio L.E
943. De onde vem o desgosto pela vida que
se apodera de alguns indivíduos sem motivos
plausíveis?
— Efeito da ociosidade, da falta de fé e geralmente da
saciedade. Para aqueles que exercem as suas
faculdades com um fim útil e segundo as
suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido
e a vida se escoa mais rapidamente; suportam as suas
vicissitudes com tanto mais paciência e resignação
quanto mais agem tendo em vista a felicidade mais
sólida e mais durável que os espera.
22. Relutei muito;
Relutei muito até que em dado instante, minha fraqueza, transformou-se
em derrota.
O que nos impulsiona a fazer escolhas, sejam boas ou ruins?
É a nossa consciência nos convidando a agir de forma consciencial, agir
conforme as Leis Divinas. Que nos da liberdade de agir como quisermos, mas, que
não esqueçamos que seremos responsáveis por essas escolhas.
23. Relutei muito;
Relutei muito até que em dado instante, minha fraqueza,
transformou-se em derrota.
É a nossa consciência nos convidando a agir de forma consciencial, agir
conforme as Leis Divinas. Que nos da liberdade de agir como quisermos, mas, que
não esqueçamos que seremos responsáveis por essas escolhas.
“O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade
ou a tranquilidade do vosso próximo, e termina no limite que não
desejaríeis ver transposto em relação a vós mesmos.”. E.S.E-
Lázaro
24. Ele relutou, mas negligenciou todo o processo do
aperfeiçoamento nas várias experiências da vida,
ele age conforme o ego desejava.
Minha fraqueza transformou-se em derrota –
Houve uma negligência de consciência.
O ego é a nossa personalidade transitória, que adquirimos em cada
reencarnação. É transitório porque em cada reencarnação vamos tendo
a oportunidade de nos transformarmos e com isso mudarmos para
melhor, estagná-lo ou adoece-lo ainda mais, quando não fazemos
esforços para nos transformar em pessoas melhores.
25. Negligência em se aperfeiçoar :
A pessoa faz escolhas
impulsivas dando vazão
as viciações egóicas.
Exigência da perfeição:
A pessoa faz escolhas
movidas pelo medo das
consequências e pela
culpa.
Há duas formas de se negligenciar a
consciência que são extremamente negativas:
26. Os dois processos são de pseudo aperfeiçoamento não há
verdadeiramente um desenvolvimento de valores das virtudes
essenciais, a pessoa reprimi os sentimentos egóicos evidente,
desenvolvendo os sentimentos egóicos mascarados. Nessa situação o
movimento que somos convidados a praticar é o da auto-consciência,
que é o exercício do sentimento de aprendiz.
É sabermos que podemos fazer o que queremos pois temos a liberdade de
escolha, porém, saber discernir o que podemos do que não devemos.
É como dizia o apostolo Paulo “ Tudo nos é licito, mas nem tudo nos convém”;
> É se conscientizar que não existe meio termo para o mal e nem justificativa.
É saber que eu posso escolher fazer o mal, mas escolho fazer o Bem, porque
escolher o bom caminho me levará sempre a encontrar a minha felicidade ao
contrario do mal, que me levará a ilusão de uma falsa felicidade.
Autoconsciência
27. Se nós fomos criados simples e ignorantes conforme nós vemos a questão 115 do
Livro dos Espíritos[ (...) alguns foram criados bons e outros maus?],
O aperfeiçoamento é feito pelo erro e pelo acerto. Quando erramos somos
convidados aprender com os erros. Aprender sempre com todas as experiências.
Esse é o segredo para que nós nos libertemos da culpa, nos sentirmos
aprendizes, em sintonia com a Lei do Progresso saber que como aprendizes da
vida nós iremos fazer escolhas, seja no sentido do bem ou do mal. Todas as
vezes que erramos nós somos convidados pela Lei de Responsabilidade a nos
esforçar para reparar os erros.
Se o erro não fizesse parte da pedagogia do Criador para nós, teríamos sido
criados perfeitos e não simples e ignorantes.
28. Porque ele era médium, conversava com Espíritos, os
Espíritos se comunicam através dele, então, dúvida real
sobre a vida espiritual não existia, o que não foi
exercitado?
O esforço para trabalhar no bem de si mesmo, no
desenvolvimento das virtudes, cumprindo a Lei. E
especialmente as virtudes do amor, da justiça e da caridade,
para cumprir a Lei Maior, especialmente o auto amor.
29. Houve uma luta interna muito grande, porque ele
sabia que cometendo o ato o que o estaria esperando
não seria nada fácil, mas não teve forças para vencer
as influências negativas.
Lembram da lei de liberdade? Somos livres para fazer nossas
escolhas, e não tenhamos dúvida de que os seus mentores
tentaram lhe mostrar a realidade, mas quando ele põe em
duvida a sua fé, ele escolhe quem ele iria se sintonizar dali pra
frente. Aqui podemos perceber o mal uso que ele fez do seu
livre-arbítrio.
30. Dizer que foi o suicídio para um aprendiz da fé que abraçamos, ou
relacionar o tormento de um Espírito consciente da própria
responsabilidade é tarefa que escapa os meus recursos.
Ele tinha plena consciência da responsabilidade dele, um suicídio numa
situação como essa, é um agravante muito caro. Agora a sua consciência
começa o processo da cobrança, o chamando a realidade, só que era tarde
demais, o momento daqui para frente será de imensa dor para que ele
consiga ter a chance de aprender com seus erros.
Sei somente que, desprezando meu corpo de carne, senti-me sozinho e
desventurado.
Perambulei nas sombras de mim mesmo, qual se estivera amarrado a
madeira de fogo, lambido pelas chamas do remorso.
31. A razão está nos processos obsessivos e na falta de disciplina, que leva a
pessoa mesmo sabendo de uma verdade, tendo plena percepção consciente
dessa verdade, mas, num movimento de subconsciência emocional espiritual
acabam tirando a vida.
Por que espíritas com conhecimento doutrinário, comete esse ato?
A mente subconsciente é como um disco rígido de um
computador. Ela contém memórias, hábitos, crenças,
autoimagem e controla as funções autônomas corporais.
A Mente Subconsciente é a sede de todas
as emoções, de todos os sentimentos.
32. A mente subconsciente não distingue verdade ou mentira, não
faz diferença entre imagem real e imaginação, não vê diferença
entre o sim e o não.
O Instrutor de André Luiz - Calderaro nos afirma que o subconsciente é a
soma de todas as nossas vidas. O conjunto de nossos conhecimentos e
experiências compõe a nossa mente subconsciente. Se é verdade que
plantamos o que colhemos, também é verdade que somos o resultado do que
construímos. A mente subconsciente é o passado em nosso presente.
No Mundo Maior-capitulo 3- pg. 42 à 50
A mente subconsciente guarda os dados desta vida e
das reencarnações passadas. Está tudo registrado em
algum canto que você não tem acesso. Esses dados se
manifestam através do nosso jeito de ser, do nosso
comportamento, nossas manias e fobias, nosso conjunto
de crenças e valores.
33. Após muito tempo de agoniada
constrição, percebi que o alívio Celeste
me visitava.
Neste momento é dado ao Espírito a oportunidade da reparação.
Deus é infinitamente Bom e Misericordioso.
“(...) Nada ocorre sem a permissão de Deus... Se vieres a sucumbir restar-
lhe-á a Consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a Bondade Divina
lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito.” L.E, pgt 258ª
34. Senti-me mais sereno, mas lúcido, desde então, porém, estou na condição
daquele rico da parábola evangélica, por que muitos dos encarnados e
desencarnados que recebiam junto de mim as migalhas que nos sobravam
a mesa, surgem agora, ante a minha visão, vitoriosos e felizes, enquanto
me sinto queimar na labareda invisível do arrependimento, ouvindo a
própria consciência a execrar-me, gritando:
- Resigna-te ao sofrimento expiatório!
Quando te regalavas no banquete da Luz, os Lázaros da sombra, hoje
triunfantes, apenas conheceram amargura e lágrimas!...
35. E ponho-me, assim, o dever de clamar a todos os companheiros
quantos ao impositivos do serviço constante.
Vejamos que são dois tipos de serviços:
O serviço de amparo aos outros, atuando no bem e o serviço de dentro,
atuando na transformação interior.
Ele ajudou muita gente, que agora estavam felizes, mas não fez o principal,
que era renovar-se. Quando a vida facilitou para ele, para que ampliasse as
suas obras, ele não consegue ter forças para lutar contra uma fraqueza que já
trazia de outra vida e faz mal uso da sua liberdade, escolhendo eliminar-se.
36. Ação infatigável no Bem é semelhante à luz do sol, a refletir-se no
espelho de nossa mente, e a projetar-se de nós sobre a estrada alheia.
Contudo no descanso além do necessário nossa vida interior passa a
retratar as imagens obscuras de nossas existências passadas, de que se
aproveita antigos desafetos, arruinando-nos os propósitos de
regeneração.
Mesmo que nós, não nos lembramos, objetivamente, mas, só o fato de ficar na
ociosidade, nós estaremos repetindo o processo do passado, em que nós
estávamos, nas lides cristãs, ociosos, usurpando muitas vezes os bens de outras
pessoas. Então, a advertência é nesse sentido. Descanso, apenas o necessário,
porque realmente não é esse o grande objetivo do Espírito. O repouso e o
trabalho fazem parte da vida mas o repouso além do necessário amolenta o
caráter, faz com que a pessoa entre num processo de preguiça, de preguiça em
todos os sentidos da palavra, principalmente a preguiça moral, como ele diz aqui.
–
37. Comunicando-me convosco, associo-me às preces.
Sou vosso irmão Lima, companheiro de jornada, médium, que por
vários anos guardou nas mãos o archote da Verdade, sem saber
iluminar a si próprio.
Creio que o mendigo ulcerado e faminto à vossa porta não vos
inspiraria maior compaixão.
Cortei o fio de minha responsabilidade.
Amigos generosos, estende-me aqui os braços, no entanto, vejo-me
na posição do sentenciado que condena a si mesmo, por quanto a
minha consciência não consegue perdoar-se.
38. Temos que nos libertar dessa visão dogmática que existe castigo
Divino. Deus não castiga ninguém, Ele nos dá a liberdade de
escolhas, mas sempre encontraremos as consequências pelos atos
livres permitidos por Ele. Deus quer que tomemos consciência dos
nossos erros e aprendamos com ele, e não quer que fiquemos
eternamente presos e estagnados na culpa e no remorso.
E nos convida a reabilitar perante a nossa consciência, porque toda
ação má gera dor e sofrimento. A Lei de Liberdade implica -
Responsabilidade e não temos como fugir disso. Podemos querer não
praticar as boas ações, fazer más escolhas e somos livres para isso,
mas, não temos como escapar das suas consequências.
39. Lei de Causa e Efeito, é a consequência dessas atitudes,
ela vem ao nosso encontro para nos proteger de nós
mesmos. Sem ela abafaríamos a consciência fingindo que
tudo está na mais perfeita ordem.
Os amigos espirituais buscavam consola-lo, buscavam acolhe-lo,
mas ele próprio fugia disso, não aceitava o consolo, por um processo
de culpa, de remorso. Nós somos convidados, a transformar essa
cultura da culpa na cultura da ação responsável. Lei de
Responsabilidade agindo.
40. Quando o Espírito se coloca indigno de receber o amparo da Lei de
Misericórdia, ele cria uma pseudo perfeição. Quando ele reencarnar, e
provavelmente pode estar reencarnado, fica muito mais trabalhoso para o
Espírito lidar com a própria consciência, porque fica o tempo todo se sentindo
culpado, é aquela pessoa que qualquer coisa que acontece, ele sente pior das
criaturas, mesmo que ele não tenha responsabilidade alguma sobre
determinada situação, gera processos como esse.
Se ele já começa a se perdoar na dimensão espiritual, a reencarnação vai
ser muito mais tranquila, o processo de recuperação é muito mais suave, por
isso, é muito importante trabalhar em nós a virtude do sentimento de
aprendiz da vida, para que nos libertemos do processo da culpa, e
assumamos uma postura de responsabilidade frente à vida, e não de culpa.
41. • Sinto-me intimado ao retorno...
A experiência carnal compele-me à volta.
Antes, porém, da aprovação necessária visito quanto possível os
ambientes familiares em nossa fé, buscando mostrar aos irmãos
espiritistas que a nossa mesa de fraternidade e oração simboliza o altar
do Amor Universal de Jesus Cristo.
De todas as religiões, o Espiritismo é a mais bela, por facultar-nos a
prece pura e livre em torno de lenho sagrado, como sacerdotes de
nós mesmos, à procura da inspiração Divina que jamais é negada
aos corações humildes, que aceitam a dor e a luta por elementos
básicos da própria redenção.
42. Estou suplicando ao Senhor me conceda, oportunamente a graça de
reencarnar em um bordel. Isso por haver desdenhado o Lar que era
meu templo...
Indispensável que eu sofra, para redimir-me diante de mim mesmo.
Cabia-me aproveitar o tesouro da amizade, enquanto me era claro e quando o
corpo carnal - enxada Divina - estava jungido à minha existência como
instrumento capaz de operar-me a renovação.
Ah! Meus amigos que as minhas lágrimas a todos sirvam de exemplo sou
trabalhador que abandonou o campo antes da hora justa.
O tormento da deserção dói muito mais que o martírio da derrota.
43. Devo regressar.
Entrarei pela porta da angústia.
Serei enjeitado, por que enjeitei...
Serei desprezado, por haver desprezado sem consideração...
E, mais tarde, encadear-me-ei, de novo aos velhos adversários.
Sem a força da tentação, não chegaremos ao reajuste.
A ultima frase dele nos deixa uma importante reflexão, todos nós
necessitamos passar pelas provas para nos testar se realmente estamos
realizando os esforços necessários para o nosso reajuste. Ele iria
reencarnar e como percebemos com muito sentimento de culpa,
passando provavelmente pelas influências dos seus inimigos do passado
que irão permanecer no umbral.
44. Porque a culpa é o plug, como diz tanto Philomeno de Miranda, como
André Luiz - o processo obsessivo é como a tomada , em que o
Espírito vai lá e acessa todo o processo, uma das possibilidades é
essa. Porque todo suicida, sente um desejo de se matar, é uma das
provações que ele necessariamente irá ter que lhe dar novamente.
Somos convidados a assumir responsavelmente a nossa condição de
aprendizes, evoluindo gradualmente sem querer exigir em demasia o que
ainda não damos conta de fazer. Mas sempre buscando a nossa reforma
interior. Sem esse esforço constante e sincero estaremos sujeitos a
passarmos por situações que irá nos levar a muita dor e sofrimento,
porque a responsabilidade das nossas escolhas é nossa e as
consequências virão ao nosso encontro (causa e efeito) para nos tirar da
acomodação e nos proteger de nós mesmos, para que não
permaneçamos estagnados no erro.
45. Rogo, pois, a Deus para que o trabalho não se afaste de minhas mãos e
para que aflição não me abandone...
Que a carência de tudo seja socorro espiritual em meu benefício e, se for
necessário que a lepra me cubra e proteja para que eu possa finalmente
vencer.
Não me olvides nas vibrações de amizade e que Jesus nos abençoe.
Lima.
46. Estamos tendo a mesma oportunidade que ele teve, com os trabalhos
na casa, com as instruções recebidas nos estudos, nas reuniões
mediúnicas e também oportunidades com as dificuldades que nos
chega para nos ensinar o que necessitamos aprender ainda.
Podemos perceber que em toda a sua narrativa ele nos deixa
explicito que o maior responsável por tudo foi ele, que seus
algozes o conduziram ao processo obsessivo pela sua
invigilância e acomodação moral, que a sua lição de vida seja
para nós um exemplo.
47. Segue e confia
Auta de Souza
Alma cansada e triste, alma sincera,
sorve a angústia do cálix derradeiro!
Guarda a bênção da fé sob o madeiro
da aflição que te punge e dilacera.
Trabalha, serve e crê, ajuda e espera,
Imitando o Celeste Companheiro...
Um dia, o doloroso cativeiro
será livre e ridente primavera.
Vencendo ulcerações, trevas e escombros,
bendize a dor que te enriquece os ombros
com as chagas do martírio austero e forte.
A cruz que te aguilhoa, dia a dia,
é o luminoso preço da alegria
na vida que te aguarda além da morte.
Do livro Instruções Psicofônicas, de autoria de Espíritos
diversos por intermédio de Francisco Cândido Xavier.
48. Justiça Divina e Consciência: libertando-se da cultura de culpa pela ação responsável - #09 -#10
- módulo 2
Facilitador: Alírio de Cerqueira Filho
https://www.youtube.com/watch?v=6rg0Ia_f1gc&t=6s
Psicofonia retirada do livro -Instruções psicofônicas – Francisco Xavier
http://www.espiritoimortal.com.br/espiritismo-e-o-subconsciente/
Biografia:
Links complementares:
https://chico-xavier.com/2012/02/07/instrucoes-psicofonicas-desenho-inedito/
http://www.forumespirita.net/fe/o-que-e-o-espiritismo/*a-dor-nao-e-uma-lei-o-amor-sim!*/#.Xb3bWJpKjIU
Notas do Editor
Quando ele começa a duvida ele baixa a sua guarda, e era isso que os inimigos queriam dele, porque ficaria mais fácil acessar sua mente com mais facilidade.
Impuseram porque o Lima tinha o véu do esquecimento a seu favor, ele não tinha feito regressão de memoria.
A ideia da autodestruição só vem quando nós perdemos o sentido da vida.
“As forças perturbadoras” que na realidade poderia ser a personalidade dele do passado ou a ação magnética dos seus adversários agindo no seu psiquismo.
A ideia da autodestruição só vem quando nós perdemos o sentido da vida.
“As forças perturbadoras” que na realidade poderia ser a personalidade dele do passado ou a ação magnética dos seus adversários agindo no seu psiquismo.
Como a vida financeira dele começou a lhe dar facilidades ele foi anestesiando a própria consciência. Entrou na ociosidade, isso somado as influencias dos seus inimigos que provavelmente queriam que ele tomasse o caminho do suicídio, ajudou com que ele perdesse o sentido da vida.
Aqui começa o Dilema dele.
É o momento da escolha. Ele tinha certeza que a morte não existe, sabia das consequências do suicídio e mesmo assim comete o ato
Aqui começa o Dilema dele.
É o momento da escolha. Ele tinha certeza que a morte não existe, sabia das consequências do suicídio e mesmo assim comete o ato
O que nos impulsiona a fazer escolhas, sejam boas ou ruins?
Então é o trabalhador que abandonou o campo antes da hora justa. Temos o direito de viver no mundo com o que ele nos oferece, mas, somos convidados a Bem Viver e, Bem viver numa visão espiritual é, cumprir as Leis Divinas, praticando as virtudes cristãs dentro de nós.