O documento discute a importância da luz interior e do autoconhecimento no caminho espiritual. Aponta que seguir a luz de Jesus traz claridade contínua, mas é necessário iluminar-se por dentro através do estudo, do serviço e da humildade para não cair nas trevas. Também ressalta a responsabilidade dos cristãos de serem a luz para os outros através do exemplo e do esclarecimento sem ofuscar.
2. O MESTRE NÃO PROMETEU CLARIDADE À SENDA DOS QUE APENAS
FALAM E CREEM. ASSINOU, NO ENTANTO, REAL COMPROMISSO DE
ASSISTÊNCIA CONTÍNUA AOS DISCÍPULOS QUE O SEGUEM.
3. NESSE PASSO, É IMPORTANTE CONSIDERAR QUE JESUS NÃO SE
REPORTA A LÂMPADAS DE NATUREZA FÍSICA, CUJAS IRRADIAÇÕES
FEREM OS OLHOS ORGÂNICOS. ASSEGUROU A DOAÇÃO DE LUZ DA
VIDA.
QUEM EFETIVAMENTE SE DISPÕE ACOMPANHÁ-LO, NÃO
ENCONTRARÁ TEMPO A GASTAR COM EXAMES PARTICULARIZADOS
DE NUVENS NEGRAS E ESPESSAS, PORQUE SENTIRÁ CLARIDADE
ETERNA DENTRO DE SI MESMO.
4. QUANDO FIZERES, POIS, O COSTUMEIRO BALANÇO DE TUA FÉ,
REPARA, COM HONESTIDADE IMPARCIAL, SE ESTÁS FALANDO
APENAS DO CRISTO OU SE PROCURAS SEGUIR-LHE OS PASSOS, NO
CAMINHO COMUM.
Emmanuel / XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Cap. 146.
5. •Avançar sem luz é impossível
Sem a claridade que nos seja própria, padeceremos
constante ameaça de queda;
"(...) A Luz ainda está convosco por um pouco de tempo;
Andai enquanto tendes Luz, para que as trevas vos não
Alcancem, pois quem anda nas trevas não sabe aonde vai.”
- Jesus. (Jo., 12:35.)
6. Discursando sobre a Sua missão, Jesus falou sem rebuços[1]:
"Eu Sou a Luz do Mundo; quem Me segue não andará em trevas”.
Desde o "Fiat-Lux" inicial, registrado no Velho Testamento em
Gênesis, capítulo um, versículo três, passando pelos antigos
profetas, até Paulo, após Cristo,
a palavra "Luz" aparece mais de setenta vezes nas
Escrituras.
7. Léon Denis[2], sabendo que somos os artífices do próprio
destino, argumenta que necessário “(...) se faz sujeitarmo-nos
ao estado de coisas que engendramos no decorrer das vidas
sucessivas, quando, no uso do livre-arbítrio, equivocamo-nos
superlativamente. Todavia, depois de haver feito de nossas
consciências um antro tenebroso, um covil do mal, teremos de
transformá-lo em Templo de Luz.
8. As faltas acumuladas farão nascer sofrimentos mais vivos; suceder-se-ão mais
penosas, mais dolorosas as encarnações; e a Alma triturada pela engrenagem
das causas e efeitos que houver criado, compreenderá a necessidade de
reagir contra suas tendências, vencer suas paixões ruins e de mudar de
caminho. Desde esse momento, por pouco que o arrependimento a
sensibilize, sentirá nascer em si forças, impulsões novas que a levarão para
meios mais adequados à sua obra de reparação, de renovação, e passo a
passo irá fazendo progressos.
Raios e eflúvios penetrarão na Alma arrependida e enternecida, aspirações
desconhecidas, necessidade de ação útil e da dedicação hão de despertar
nela. A lei de atração, que a impelia para as últimas camadas sociais,
reverterá em seu benefício e tornar-se-á o instrumento de sua regeneração".
9. André Luiz[3], que entende ser o Espiritismo:“
(...) Claridade Eterna, considera os espíritas em melhores condições de
quantos ainda se debatem nas lutas de subnível, porque ainda não se
dispuseram a aceitar a realidade por ele (o Espiritismo) desvelada. Se
muitos confrades não alcançaram êxitos maiores na batalha íntima e
intransferível é porque não souberam graduar a intensidade da luz que
vislumbraram e foram acometidos pela cegueira do fanatismo. Acertar
ou cair são problemas exclusivos da alçada pessoal. Urge
trabalhar denodadamente na preservação da paciência que nutre a
perseverança nos bons propósitos que são a justa execução de todos os
deveres.
10. Manter-se, pois, encorajado e confiante, elevar anseios e
esperança, tentando sublimar emoções e cometimentos e
situar-se em campo de alegria serena, em marcha
uniforme, é a norma ideal para atingir a meta colimada”.
11. Emmanuel diagnostica[4]:
“A angústia de nosso plano procede da sombra. A
escuridão invade os caminhos em todas as direções como
trevas que nascem da ignorância, da maldade, da
insensatez, envolvendo povos, instituições e pessoas,
nevoeiros que assaltam consciências, raciocínios e
sentimentos...
12. Em meio da grande noite, é necessário acender a nossa luz.
Sem isso é impossível encontrar o caminho da alforria
espiritual.
Sem a irradiação brilhante de nosso próprio ser, não podemos
ser vistos com facilidade pelos Mensageiros Divinos, que
ajudam em nome de Deus.
13. indispensável organizar o santuário interior e iluminá-lo, a fim de
que as trevas não nos dominem.
É possível marchar, valendo-nos de luzes alheias; todavia, sem
claridade que nos seja própria, padeceremos constante ameaça
de queda, vez que os proprietários das lâmpadas acesas podem
afastar-se de nós, convocados pelos montes de elevação que
ainda não merecemos.
14. Vale-te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da boa
vontade ao óleo do serviço e da humildade e acende o teu
archote para a longa jornada evolutiva.
Nossa necessidade básica, portanto, é de luz própria,
de esclarecimento íntimo, de autoeducação, de
conversão substancial do ‘eu’ ao Reino de Deus".
15. A luz é o símbolo multimilenar
do desenvolvimento espiritual.
É a herança de Deus para as trevas.
É a substância divina gerada nas fontes superiores da esfera
espiritual.
A luz simboliza o esclarecimento, a orientação, o processo educativo,
capazes de nos transformar para melhor.
16. Por não ignorar a grande e imperiosa necessidade de
esparzir as alvinitentes luzes do Mais Alto, (primeiramente)
na própria Alma e depois à nossa volta, é que Paulo, o
Apóstolo dos Gentios, lembra nossa filiação com os
Páramos de Luz, ao escrever aos tessalonicenses:
“Porque todos vós sois filhos da Luz e filhos de
Deus; não somos da noite nem das trevas"
(I Tess. 5:5)
17. CLAREAR SEM OFUSCAR
Observe que, em muitas circunstâncias
da vida, a luz da vela tem maior
utilidade do que a do holofote. Por
pequena que seja, ela serve para
alumiar uma parte da escuridão.
18. CLAREAR SEM OFUSCAR
Nesse sentido, em se dizendo que luz não argumenta, mas
ilumina, é que ela deve clarear sem ofuscar. Ela deve iluminar
a sombra da ignorância, sem erradicá-la de uma vez. Ela
assemelha-se ao semeador que saiu a semear. Este deve
escolher a terra boa, arroteá-la, a fim de que a semente dê
frutos sazonados. Transpondo para o campo do Espírito, o
Semeador não deve iluminar a esmo, mas, sim, e antes de
tudo, preparar o ânimo daqueles que irão receber a Boa Nova.
Sem essa preocupação constante, estaremos apenas dando
pérolas aos porcos.
19. O progresso é inexorável. A luz do Evangelho é uma verdade que se
impõe por si mesma. Podemos nos distanciar, fugir, ficar nas trevas da
ignorância, visto termos o livre-arbítrio. Contudo, chegará o tempo em
que teremos de nos voltar para Jesus e aceitar os seus ensinamentos
se quisermos ser admitidos no reino dos céus.
20. A doutrina do Cristo tem um maná escondido.
O problema é que são poucos os que se dispõem a andar conforme os
ensinamentos de Cristo.
Temos mais facilidade em comunicá-los aos outros do que colocá-los
em prática.
21. Reconhecemos, assim, que não basta admirar o Cristo e
divulgar lhe os preceitos.
É imprescindível acompanhá-lo para que estejamos na bênção
da luz.
De igual modo temos que fazer com a Doutrina Espírita, que lhe
revive o apostolado.
22. • Vós Sois a Luz do Mundo
O Espírito Emmanuel, comentando esta passagem, fala-nos
que quando Cristo designou os seus discípulos como sendo
a luz do mundo, assinalou lhes tremenda responsabilidade
na Terra.
23. • Vós Sois a Luz do Mundo
É que a chama da candeia gasta o óleo do pavio.
Nesse sentido, o Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada
morta no santuário do Evangelho.
Recomenda-nos, assim, não nos determos em conflitos ou
perquirições sem proveito, visto que a luz não argumenta, mas
sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina
(Xavier, Fonte viva. Emmanuel, cap. 105)
24. FIM
Verifiquemos se nossa pretensa luz não seja senão trevas.
Muitas vezes imaginamo-nos mais iluminados do que os outros e
não passamos de simples velas diante da luz elétrica.
Se estivermos constantemente pensando no mal, nas injustiças que
foram cometidas contra nós, ficaremos presos às trevas.
A prática do perdão, que é lançar luz sobre os acontecimentos,
contudo, pode libertar o nosso pensamento para áreas mais
úteis ao nosso desenvolvimento moral e espiritual. FIM
25. BORN, Adrianus van den. Dicionário Enciclopédico da Bíblia. Rio de Janeiro: Vozes, 1987.
LIPINER, Elias. Santa Inquisição: Terror e Linguagem. Rio de Janeiro: Editora
Documentário, 1977.
ROHDEN, Huberto. O Drama Milenar do Cristo e do Anticristo. São Paulo: Alvorada, 1972.
XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, s.d.p.
Texto em HTML
http://www.sergiobiagigregorio.com.br/palestra/quem-me-segue-trevas.htm
http://www.oconsolador.com.br/ano9/431/ca7.html
[1] - Jo., 8:2
[2] - DENIS, Léon. O Problema do ser, do destino e da dor. 23.ed. Rio: FEB, 2008, cap. XIII, 2ª parte.
[3] - VIEIRA, Waldo. O Espírito de Verdade. 3.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1977, cap. 92.
[4] - XAVIER, F. Cândi