Este documento analisa a Parábola dos Primeiros Lugares contada por Jesus em Lucas 14. Jesus ensina que devemos escolher os últimos lugares em vez dos primeiros para evitar o orgulho. A humildade é exaltada como virtude necessária para a evolução espiritual.
2. CV
Jesus, ao ver que as pessoas queriam escolher os melhores
assentos em um jantar, contou-lhes uma parábola:
Quando por alguém fores convidados às bodas, não te
assentes no primeiro lugar, para que não aconteça que
esteja convidado outro mais digno do que tu.
(Lucas 14:8)
3. E, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então com
vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar (Lucas 14.9) Jesus queria mostrar o
quanto é vergonhoso se oferecer para ser honrado por alguém.
4. Mas, quando fores convidado, vai e assenta-te no derradeiro lugar, para que
quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, assenta-te mais pra cima. Então.
Terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa(Lucas 14.10).
Essa é uma atitude de educação e respeito, pois quem tem de escolher onde devemos
nos sentar é quem nos convidou.
5. Jesus completou a parábola dizendo: porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar
será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado
(Lucas 14.11). Temos de nos comportar dessa maneira em qualquer situação, agindo
com simplicidade
6. Esta Parábola nos faz refletir
sobre a humildade como virtude
necessária à evolução moral e
espiritual, como componente
essencial à felicidade que faz
oposição ao orgulho e à vaidade,
sendo que a humildade deve e pode
ser exercitada.
7.
8. Em todas as circunstâncias, Jesus
põe a humildade na categoria das
virtudes que aproximam de Deus e
o orgulho entre os vícios que
dele afastam a criatura. A
humildade é ato de submissão a
Deus, ao passo que o orgulho é a
revolta contra ele.
9. O benfeitor esclarecido sabe
operar com humildade, sem
exigências ou
constrangimentos,
garantindo, diante de
qualquer situação, a paz que
cultiva nas bases do
entendimento e da
compreensão.
10. O “escolher o primeiro
lugar” pode ter vários
sentidos:
* colocar-se em
evidência;
*ofuscar os demais;
*exaltar o seu
conhecimento ou a sua
posição social;
*satisfazer a vaidade;
11. O casamento, como em
outras passagens
Evangélicas, representa a
união dos seres humanos
com o Criador.
A cerimônia de casamento
representa o processo
gradativo de auto
iluminação do ser humano.
12. O convidado para um casamento é
aquele que recebeu o convite para a
evolução moral e espiritual.
O poder e a consideração de que um homem
gozou na Terra não lhe dão supremacia no
mundo dos Espíritos, pois que os pequenos
serão elevados e os grandes rebaixados. A
elevação e o rebaixamento estão relacionados
a diferentes ordens dos Espíritos, conforme
13. O maior da Terra pode pertencer à
última categoria entre os Espíritos.
Por outro lado, o seu servo pode
estar na primeira categoria.
Jesus disse:
“aquele que se humilhar será
exalçado e aquele que se exalçar
será humilhado”.
14. Assim, quem foi grande
na Terra, como
Espírito, pode achar-
se entre os de ordem
inferior,
experimentando alguma
humilhação devido ao
orgulhos e à inveja.
O título da Terra
nada vale no plano
15. O Espírito Emmanuel, em “Boas maneiras”, no livro
“Pão Nosso”, na psicografia de Francisco Cândido
Xavier, disse:
“Não assaltes os lugares de evidência por onde passares. E,
quando te detiveres com os nossos irmãos em alguma parte,
não os ofusques com a exposição do quanto já tenhas
conquistado nos domínios do amor e da sabedoria. Se te
encontras decidido a cooperar pelo bem dos outros, apaga-
te, de algum modo, a fim de que o próximo te possa
16. Em “Ninguém é inútil”, o Espírito Emmanuel, na
psicografia de Francisco Cândido Xavier, discorre:
“Para cumprir a missão que nos cabe, não são
necessários cargo diretivo, uma tribuna
brilhante, um nome preclaro ou uma fortuna de
milhões.
Basta estimemos a disciplina no lugar que nos é próprio,
como o prazer de servir”.
17. Cairbar Schutel, em “Parábolas e Ensinos de Jesus”,
ensina que:
“É costume dos orgulhosos,
que querem ostentar grandeza,
ocupar na sociedade as
posições mais distintas;
tornarem-se salientes, para
atrair atenções.
18. Jesus, que costumava frequentar certas reuniões
em ocasiões que julgava próprias, para estudar
o caráter e a psicologia das gentes, antes de
propor a seus discípulos a Parábola da Grande
Ceia, julgou de bom aviso ensinar-lhes que,
mesmo como convivas desse ‘banquete
espiritual’, não deveriam pleitear os primeiros
lugares, posições inadequadas aos que devem
observar estritamente a humildade, único meio
de exaltação e de conquista de mérito.
19. Nenhum valor tem para Jesus os que se salientam
pomposamente nos primeiros lugares e praticam
todas as obras que aparentemente são boas, para
serem visto pelos homens; os que alargam seus
filactérios, alongam suas fímbrias, e gostam do
primeiro lugar nos banquetes, das primeiras
cadeiras nas sinagogas, das saudações nas
praças públicas e de serem chamados mestres.
20. O conviva da ‘grande ceia’ deve ser sóbrio,
modesto, prudente, recatado, cheio de boa
vontade, laborioso, e, em vez de se recostar
comodamente no primeiro lugar que encontra vago
em torno da mesa do banquete, deve fazer-se
como o servo que, depois de bem examinar as
iguarias, serve equitativamente aos convivas,
segundo o paladar de cada um deles. (…)
21. A sentença do Mestre ‘O que
se exalta, será humilhado;
mas o que se humilha, será
exaltado’, tem estrita
aplicação a todos os que já
receberam a Palavra de
Jesus em Espírito e
Verdade.
22. Na Parábola do Bom
Servo está escrita a
obrigação dos que
desejam os ‘primeiros
lugares espirituais’.
23. Não é por ocupar os ‘primeiros lugares na
sociedade’ que os obteremos.
Ninguém pense galgar as eminências da glória,
sem haver prestado seus serviços à causa da
Verdade, sem ter experimentado, para tal fim,
provas difíceis de vencer, sem haver triunfado
nas lutas, sem ter vencido o mundo com suas
enganadoras miragens.
24. Os primeiros lugares espirituais não são
aqueles em que somos honrados, mas aqueles em
que nos colocamos para honrar; não são aqueles
em que somos servidos, mas os em que nos dão
ensejo de servir.
‘O Filho do Homem não veio ao mundo para ser
servido, mas para servir’.”
25. Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito), na psicografia de Francisco Cândido
Xavier; Saulo Cesar Ribeiro da Silva (Coordenação).
O Evangelho por Emmanuel: comentários ao evangelho segundo
Lucas. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira,
2016.
SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e Ensino de Jesus. 1ª Edição.
Matão/SP: Gráfica da Casa Editora o Clarim, 1928.
Blog de reflexões espíritas