O documento descreve um caso clínico de uma paciente de 48 anos com icterícia há 1 mês e perda de peso. Os exames laboratoriais mostram elevação das enzimas hepáticas e da bilirrubina. O ultrassom mostra dilatação das vias biliares intra-hepáticas no lobo esquerdo, sugerindo obstrução biliar.
8. Síndrome de Bard - Pic
Publicada em Câncer primitif du pâncreas. Rev Med
1888; 8: 257-82.
Estudo clínico seguido de autopsias de sete
pacientes com tumor na cabeça do pâncreas,
consiste em:
-Icterícia obstrutiva.
-Tumor na cabeça do pâncreas
-Vesícula biliar palpável
9. Síndrome de Bard - Pic
Louis Bard-(1857-1930) Adrien Pic-(1872-1944)
10. Síndrome de Courvoisier-Terrier
Publicada em Casuistich-Statische Beitrage zur Pathologie
und Chirurgie der Gallenwege. Leipzig: Vogel, 1890.
Estudo clínico seguido de autopsias de pacientes
ictéricos, concluindo pelos seguintes achados:
-Icterícia Obstrutiva.
-Tumor Periampular.
-Vesícula Biliar distendida e palpável ou
impalpável, se envolvida em fibrose (litiase biliar)
12. Tumor de Vesícula
• Epidemiologia:
- Mulher idosa
- Etnia: índios do sudoeste americano, no Japão,
Alasca, Bolívia e México
13. Tumor de Vesícula
• Etiologia - Ainda é obscura
- Nitrosaminas
- Colite Ulcerativa
- Tumores benignos
- Litiase - 75% dos portadores de Ca de vesícula
acompanham-se de litiase biliar
15. Tumor de Vesícula
• O tumor de vesícula é caracterizado por
espessamento papilar ou difuso da parede
do órgão
• Em + 1/2 dos pacientes o fígado é afetado e
em 1/3 o canal biliar
19. Tumor de Vesícula
• Síndromes relacionadas tu de vesícula:
1 - Colecistite
2 - Paraneoplasica
3 - Icterícia
4 - Cólica biliar
5 - Síndrome de Klatskin
6 - Sintomas gastrintestinais
20. Síndrome de Klatskin.
Publicada em Am J Med 1965;38:241-56.
-Icterícia obstrutiva (crescente e total)
-Tumor na convergência
-Acolia
-Sem colangite
-Vesícula vazia
- Sexo ( M = Tu de vias biliares, F = Tu
de vesícula)
22. Tumor das Vias Biliares
• Epidemiologia
- Preferência pelo sexo masculino e idade mais baixa
- Nações africanas e sudoeste asiático
23. Tumor das Vias Biliares
• Etiologia
- São geralmente dependência do carcinoma
avançado de vesícula
- Nitrosaminas, benzidina, ou a ingestão de alguns
pesticidas
- Cistos coledocianos
24. Tumor das Vias Biliares
- Dióxido de tório ( Meio de contraste radiológico)
- Fibrose cística
- Doença congênita das vias biliares intra - hepáticas
- Doença biliar litiásica
25. Tumor das vias biliares
Fígado cirrótico invadido por um tumor maligno
multifocal.
Corte histológico mediano aumentado de um adenocarcinoma tubular formado por células
cuboideas, com presença de estroma fibroso.
27. Diagnóstico
Métodos de imagem:
• USG: definem 2/3 das neoplasias de
vesícula e 1/5 dos tumores altos.
• TC: Localiza a altura do obstáculo biliar e
mtx
• CPRE
32. Diagnóstico
Colangiocarcinoma periférico. Em T1 (a) se visualiza como massa
hipodensa. En T2 (b) aparece levemente hiperdenso e heterogêneo.
Em fase contrastada (c) aumenta heterogeneamente.
A Colangio- RM (d) mostra dilatação periférica de via biliar.
33. Fatores de risco na icterícia
obstrutiva
• Dç maligna
• > 60 anos
• tempo de icterícia
• Htc < 30
• Leucograma > 10.000
34. Fatores de risco na icterícia
obstrutiva
• Creatinina> 1.3
• Albumina < 3
• Bilirrubina > 10
• Fosfatase alcalina elevada
• Depressão do sistema imunológica
35. Preparo do paciente
• Evitar hiperbilirrubinemia prolongada
• Tratar infecção conhecida ( colangite)
• Corrigir anemia, defeitos de coagulação e
hipoalbuminemia
• Usar aminoglicosídeos em doses ajustadas
• Esterilização colônica
36. Preparo do paciente
• Drenagem biliar pré - operatório?
• Utilizar Manitol no pré e trans - operatório.
• Evitar insuficiência pré - renal.
• Evitar hipotensão durante a cirurgia.
• Proscrever anti - inflamatórios não esteróides
41. Tratamento
• Atualmente: NÃO realizar drenagem pré
operatória.
CONDUTA: TC + ColangioRNM
Cirurgia em até 7 dias.
Takada T., First Department of Surgery, Teikyo University
School of medicine - Journal of Hepato-Biliary-Pancreatic Surgery
42. Tratamento
Drenagem endoscópica das vias biliares:
Foram estudados 40 pacientes:
Grupo 1 - neoplasia proximal (20 pacientes).
Grupo 2 - Neoplasia distal (20 pacientes).
N. J. Lygidakis,M.D., Amsterdam, The Netherlans - Surgery,
gynecology & Obstetrics February 1987 vol 164
43. Caracteres dos Pacientes
Grupo 1 Grupo 2
Homens 11 10
Mulheres 9 10
Idade 56 58
Tempo de 7m 5m
evolução
44. Apresentação Clínica
Sintomas Grupo 1 Grupo 2
Icterícia 20 20
Perda de peso 12 11
Fébre 7 6
Oliguria 2 1
Confusão mental 2 1
46. Resultados Pré-operatórios após
Drenagem.
Grupo 1 Grupo 2
Wbc > 20.000 2 N
Cr >2 3 N
Bil >4mg/dl 7 N
F. Alc.>400 7 N
δ GT > 150 4 N
47. Resultados após a cirurgia
Grupo 1 Grupo 2
Pressão 22 cm Hg 9 +/- 3cm Hg
Biliar
Cultura Biliar 14 3
Hemocultura 6 0
Conclusão: Observou -se um benefício da drenagem biliar
endoscópica pré-operatória apenas nos pacientes do grupo 2
52. Ressecção Segmentar
Para delimitar a ressecção se utiliza a classificação de Bismuth
Tipo I: tumor abaixo da confluência com livre fluxo entre os canais esquerdo e direito;
Tipo II: tumor obstruindo a confluência, não havendo acometimento superior dos ramos principais;
Tipo IIIa: tumor obstruindo a confluência e o ramo principal direita;
Tipo IIIb: tumor obstruindo a confluência e o ramo principal esquerdo;
Tipo IV: acometimento de ambos os ramos principais e os secundários.
58. Tratamento
• Transplante hepático
Tumores irressecáveis
Tumores residuais
Tumores recorrentes
Pré-requisitos: Exclusão de Tu extra- hepático, ausência de
infecção, idade entre 55-60 anos.
60. Caso Clínico 1
DI: 15/02/02
ID: C. C. B ,48 anos, branca, casada, natural do Rio de
Janeiro, manicure, reside em Iguába.
QP: “Amarelo no corpo”
HDA: Há 2 anos iniciou quadro de dorsalgia esporádica que
irradiava para região epigástrica tipo queimação de forte
intensidade e aliviava com dorflex.
61. Caso Clínico 1
Evoluiu há 1 mês com diarréia ( 4 evacuações/dia, fezes
líquidas s/sangue, muco ou pus), náuseas, icterícia colúria ,
acolia fecal, perda ponderal ( não sabe quantificar) e
prurido. Nega febre, hiporexia, dor abdominal.
HPP: HAS
H. Fis: Gesta 9/6, aborto = 3
H. Fam: Pai coronariopata / mãe c/ enfisema pulmonar.
H. Social: Tabagista há 34 anos 3 maços/dia.
62. Caso Clínico 1
Exame físico: Vigil orientada no tempo e no espaço, corada,
hidratada, acianótica, ictérica +++/+4, eupneica.
PA=150/100 mmHg FC: 80 bpm
ACV: RCR, 2T.
AR: MVUA S/RA.
Abdome: Peristáltico, flácido, indolor, sem massas ou
viceromegalias.
MMII: NDN.
63. Caso Clínico 1
• Exames laboratoriais:
18/02/02
Leuc = 6,400 Bt = 2%
Htc = 33% Hm = 11,0
Plaquetas = 266.000 Bil T = 5,50
Amilase = 69 Bil D = 1,70
LDH = 385 Ur = 28
Gama –GT = 376 Cr = 0,6
F. Alcalina = 1296 TGO = 227 TGP = 373
64. Caso Clínico 1
• USG 15/02/02
Dilatação das vias biliares intra-hepáticas no lobo E
Hepatocoledoco dilatado = 9.8 mm com lesão sólida
hiperecóica de 13,9mm no 1/3 distal
Vesícula biliar dilatada com microcálculos em seu interior
Pâncreas sem alteração
65. Caso Clínico 1
• 25/02/02
Bil T = 31,70 Bil D = 19,6
• 26/02/02
Colecistostomia – Evoluiu com PNM
• 02/04/02
Bil T = 5,9 Bil D = 2,0
66. Caso Clínico 1
• 08/04/02
Gastroduodeno pancreatectomia cefálica +
Vagotomia troncular A P.
09/04/02
Histopatológico = Adenocarcinopa periampolar,
ausência de infiltração pancreática e duodenal,
metástases p/ linfonodos peripancreáticos isolados
15/04/03 = Óbito
67. Caso clínico 2
25/07/04
ID: D. C. J, 47 anos, negro,natural do Rio de Janeiro,
casado.
QP: “Emagrecimento e perda de apetite”
HDA: Há 2 meses notou emagrecimento progressivo
com perda de +/- 20 kg, anorexia,palidez cutâneo
mucosa, que o fez procurar o hospital.
68. Caso clínico 2
USG: Presença de dilatação de VBIH e EH, colédoco
dilatado, heterogenicidade da cabeça do pâncreas, sem
evidências de lesões expansivas.
HPP: Laparotomia exploradora há 6anos por PAF.
HF: NDN
HS: Tabagista durante 18 anos de 10 cigarros/dia parou há 3
anos. Etilista social.
70. Caso clínico 2
• Exames:
LAB
Htc = 28% Hg = 9.7 Leuc = 6.000
Pl = 555.000 PTT = 305 BT = 1.01
BD = 0.9 Cr = 0.9 FA = 2.440
Gama G T = 882 TGO = 97 TGP = 189
• TC = Dilatação VBIH e VBEH.
71. Caso clínico 2
• EDA 29/07/2004:
Neoplasia de pâncreas com invasão da papila?
Neoplasia de papila?
30/07/04
Htc = 31% leuc = 8.000 Bt = 5%
Pl = 424.000 Amilase = 235 Bil T = 1.45
Bil D = 1.39 FA = 2.960
02/08/04
Gatroduodenopancreatectomia ( Whipple)
72. Caso clínico 2
• Histopatológico:
Adenocarcinoma periampolar c/ comprometimento
de linfonodo justa ampolar.
10/02/04
Reinternação por recidiva de Bl de Papila.
16/02/04
Alta a revelia.
73. Etiologia
• Doença Benigna
- Cálculo biliar
- Lesões benignas diversas : Iatrogênica, trauma,
levando a estenose da via biliar.
- Síndrome de Mirizzi / Fibrose Retroperitoneal.
- Granulomas /Neuroma de coto cístico
76. Doença Cística das Vias Biliares
• Etiologia: Desconhecida
• Epidemiologia
80% são diagnosticados durante a infância ( os
remanescentes manifestam- se durante a fase
adulta)
80% fusiformes
77. Doença Cística das Vias Biliares
• Sintomas
Dor abdominal
Icterícia com massa abdominal
Colangite ( estase biliar + colonização bacteriana)
78. Doença Cística das Vias Biliares
• Diagnóstico:
USG
Cintilografia com radionuclídeo
Colangiografia : Diagnóstico definitivo.
• Tratamento:
Excisão completa com hepatojejunostomia em y de
Roux
82. Lesões dos Canais Biliares
• Etiologia:
+ de 90% são por lesão iatrogênica
+ de 80% originam-se das colecistectomias
• Localização:
+ de 70% acometem o canal hepático comum ou a
confluência dos hepáticos direito e esquerdo.
83. Lesões dos Canais Biliares
• Diagnóstico:
Clínico: Extravasamento de bile para cavidade
peritoneal, febre, icterícia, aumento do perímetro
abdominal e incapacidade de apresentar melhora.
Laboratorial: Função hepática pode estar alterada.
84. Lesões dos Canais Biliares
Imagem:
Cintilografia
CPRE: Local do vazamento, e gravidade da lesão.
• Tratamento:
Árvore biliar intacta: Colocação endoscópica de
prótese.
85. Lesões dos Canais Biliares
Árvore biliar não intacta: CPT com
posicionamento de prótese.
TC de abdome: Para identificar e drenar coleções
líquidas.
Definitivo: Hepatojejunostomia término-lateral em
y de Roux
86. Lesões dos Canais Biliares
• Estenose tardia:
Colangite recidivante ( mais comum)
Colangite supurativa aguda
Icterícia (cálculos proximais ao local da estenose)
Tratamento das estenoses tardias:
Coledocoduodenostomia ou hepatojejunostomia em
y de Roux
87. Colangite Esclerosante
• Definição: Doença inflamatória dos canais
biliares que causa fibrose e espessamento de suas
paredes e várias estenoses curtas e concêntricas.
• Etiologia
• Alterações de imunidade, toxinas e agentes
infecciosos.
88. Colangite Esclerosante
• Epidemiologia
2/3 ocorrem em pessoas com menos de 45 anos de
idade.
H/M: 3/2
Clínica: Fadiga, anorexia, perda de peso, e início
insidioso de icterícia e prurido. Raramente, dor em
abdome superior.
89. Colangite Esclerosante
• Diagnóstico: Quadro clinico, biópsia, CPRE
(aspecto típico da colangiografia).
• Tratamento
Clínico: Corticóides, antibióticos, imunossupressores.
Cirúrgico: Dilatação percutânea com balão, uso de
próteses, derivações biliodigestivas, transplante
hepático (tto definitivo).
90. Coledocolitíase
• Epidemiologia
8 - 16% dos pacientes com colelitíase desenvolvem
coledocolitíase.
A incidência aumenta com a idade.
• Etiologia
A maioria migram da vesícula.
91. Coledocolitíase
Cálculos de colesterol
Cálculos primário do colédoco ( bilirrubinato de
cálcio), são ovóides, marrons e esmagam com
facilidade.
Causas: Estenose biliar pós traumática, anastomose
bilio - entérica estenosada, colangite esclerosante e
colangio hepatite asiática.
98. Pentade de Reynolds
• Acute obstructive cholangitis: a distinct clinical syndrome.
Annals of Surgery, Philadelphia, 1959, 150: 299-303.
- Icterícia obstrutiva.
- Dor em Hipocôndrio direito.
- Febre com calafrios.
- Hipotensão
- Diminuição no nível de consciência
108. Coledocolitíase
• Duas alternativas
Papilotomia endoscópica : Introduzida em 1974 por
Demling ( Alemanha) e Kawai (Japão)
Êxito em 90% dos pacientes
Índice de sucesso é baixo em pacientes com + de 5
cálculos ou cálculo > 1 cm.
116. Caso Clínico 1
DI: 18/05/05
ID: M. A. M. P, 37 anos, solteiro, vendedor de
material gráfico, natural do Peru.
QP: Dor no estômago.
HDA: Há 3 semanas iniciou quadro de dor em região
epigástrica e HD de forte intensidade, constante
irradiando para dorso sem relação com a
alimentação.
117. Caso Clínico 1
Há 15 dias começou a apresentar icterícia, colúria ,
hipocolia fecal e prurido. Relata perda ponderal de
+/- 3 kg em 1 mês.
Procurou o Hospital São Lucas onde realizou USG
evidenciando dilatação do hepatocolédoco +
colelitíase.
118. Caso Clínico 1
HPP: Nega cir. Prévias, HAS, DM, Alergias.
H. Fis: NDN
H. Fam: Tia colecistectomizada por colelitíase
H. Social: Etilista social, nega tabagismo
121. Caso Clínico 1
• USG: 23/05/05
Esteatose hepática, vesícula distendida de parede
algo espessada com alguns pequenos cálculos no
interior. Hepatocolédoco = 12,3mm.
EDA: 24/05/05
Papila c/dilatação do seu infundíbulo drenando bile
intermitente. Sugerindo cálculo no colédoco distal.
123. Caso clínico 2
22/06/05
A. B.P.N, 42 anos, solteiro, branco, natural do Rio
de Janeiro, auxiliar de enfermagem.
QP: “ Queimação epigástrica + icterícia”
HDA: Dor em queimação há 5 anos que melhorava
com a alimentação e uso de omeprazol, nega
vômitos, emagrecimento, hemorragias.
124. Caso clínico 2
Teve novo episódio há 3 semanas e 3 dias após
iniciou quadro de icterícia com colúria e acolia
fecal progressiva. Foi tratado inicialmente como
como hepatite aguda e realizou USG abdominal
que demonstrou colelitíase com dilatação das vias
biliares intra e extra hepáticas com
hepatocolédoco 12,7 mm.
125. Caso clínico 2
HPP: sem comorbidades.
H. Social: Tabagista ½ maço/dia/27 anos, etilismo
social Reside em casa com boas condições de
higiene.
H Familiar: Mãe faleceu por ca de mama, 4 irmãos
saudáveis
126. Caso clínico 2
• EXAME FÍSICO:
Vigil, orientado no tempo e espaço. Corado, hidratado, acianótico
,ictérico +2 /+4, em bom estado geral, eupneico.
PA = 140/95 mmhg FC = 80 bpm
ACV: RCR, 3T (B4), sem sopros.
AR: MVUA S/RA
ABDOME: Peristáltico, flácido , indolor, sem massas ou viceromegalias,
hepatimetria = 7cm
MMII: Panturrilhas livres, pulsos OK.