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A Revolução Francesa da
     historiografia:
               1

      A ESCOLA DOS ANNALES
Os fundadores
                       2




Lucien Febvre e Marc Bloch foram os líderes
 do que pode ser denominado Revolução
 Francesa da Historiografia.
Os antecedentes
                          3

Para   interpretar as ações dos revolucionários,
 contudo, é necessário conhecer alguma coisa do
 antigo regime que desejavam derrubar.
Para sua descrição e compreensão, não é suficiente
 permanecer nos quadros historiográficos restritos da
 situação francesa do início do século, quando
 Febvre e Bloch eram estudantes.
Torna-se necessário examinar a história da
 historiografia na sua longa duração
O mundo grego
                             4

Desde os tempos de        Heródoto, nascido no
                           século V a.C. (485?–
 Heródoto e                420 a.C.) em
 Tucídides, a história     Halicarnasso

 tem sido escrita sob
 uma variada forma de
 gêneros:
     crônica monástica,
     memória política,                           Tucídides
                                                  Historiador e comandante
     tratados de                                 naval ateniense, nasceu
                                                  Halimunte, autor da
      antiquários,                                importante História da
                                                  Guerra do Peloponeso (431-
                                                  404 a. C.),
O mundo Grego
                           5

Os gregos, os criadores da
 história, tinham um pensamento
 profundamente anti-histórico. A
 poesia épica, de Homero e
 filosofia que nasceu no século V a.
 C, não tratavam de eventos
 particulares e de personagens
 autênticos.
                                       Heródoto
O mundo Grego
                           6

A poesia épica, no lugar de ventos,
 punha categorias; no lugar de
 personagens reais, arquétipos. Ela
 produzia a lembrança mítica,
 exemplar, atemporal. As ações
 humanas tornam-se modelo; os
 heróis são tipos. A lembrança é
 “poética” (José Carlos Reis, 2000)
                                       Heródoto
O mundo Grego
                           7

A filosofia grega, por seu turno,
 irá se opor e articular-se ao mito,
 preservando dele seu caráter anti-
 histórico.
Para o filósofo grego, só o
 permanente é conhecível.
O ser supralunar realiza um
 movimento circular, contínuo e
 regula, que revela a eternidade       Tucídides

 não o tempo (Collingwood, 1981)
O mundo Grego
                             8

Anti-histórico, portanto, o
 pensamento grego mitico-poético
 e filosófico não trata do transitório,
 da sucessão, da mudança, do mundo
 sublunar, reino da corruptibilidade
 temporal. Seu olhar e atenção estão
 voltados para o eterno. [...]
Para os filósofos a história estava
 no mundo do efêmero de ambições e
 paixões do qual a filosofia deveria
 libertar o homem
Mera doxa!
                             9

O poeta ouvia as musas; o
 historiador quer “verdade”!
Para Aristóteles, os
 historiadores se prendem a
                                 Aristóteles:
 fatos acontecidos,              filósofo grego, filho
 particulares e não ao           de Nicômaco,
                                 médico de Amintas,
 universal, referiam-se a        rei da Macedônia,
                                 nasceu em Estagira,
 mudança e não à estabilidade    colônia grega da
                                 Trácia, no litoral
 e regularidade e eram por       setentrional do mar
 isso epistelogicamente          Egeu, em 384 a.C. e
                                 morto em Calcis 322
 menos “sérios”.                 a. C.
Mera doxa!
                                    10

Os historiadores
 produziam um
 conhecimento residual –
 doxa, opiniões sem valor
                                         Aristóteles:
 lógico sobre as coisas                  filósofo grego, filho
                                         de Nicômaco,
 humanas que mudam. Seu                  médico de Amintas,
                                         rei da Macedônia,
 conhecimento não seria                  nasceu em Estagira,
                                         colônia grega da
 demonstrativo e, portanto,              Trácia, no litoral

 não teria validade teórica              setentrional do mar
                                         Egeu, em 384 a.C. e
 (Momigliano, 1983; Hartog, 1986)        morto em Calcis 322
                                         a. C.
As formas dominantes de escrever a história
                          11

Apesar de serem várias as formas de escrita no
 campo da História, (crônica monástica, memória
 política, tratados de antiquários) a forma
 dominante, porém, tem sido a narrativa dos
 acontecimentos políticos e militares,
 apresentada como a história dos grandes feitos de
 grandes homens – chefes militares e reis.
As luzes da Razão
                        12

Foi durante o Iluminismo que ocorreu, pela
 primeira vez, uma contestação a esse tipo de
 narrativa histórica;
Por Iluminismo – Aufklärung – entende-se aquele
 movimento que tinha como objetivo (Século XVIII),
 a secularizar todos os setores    da vida e do
 pensamento humanos.
As luzes da Razão
                          13

Foi uma revolta não só contra o poder da religião,
 em si mesma, seria a prevalência da Razão sobre as
 formas primitivas de pensar do homem.
Contudo devido ao estreitismo conceitual dos
 racionalista, estes só passaram a se interessar pela
 história quando esta começou a ser a história do
 homem moderno.
Nova “luzes”
                            14

Por volta de meados do século XVIII, certo número
 de escritores e intelectuais, na Escócia, França, Itália,
 Alemanha e em outros países, começou a preocupar-
 se com o que denominava a “história da
 sociedade”.

Uma história que não se limitava a guerras e à
 política, mas preocupava-se com as leis e o comércio,
 a moral e os “costumes”, temas que haviam sido o
 centro de atenção do famoso livro de Voltaire Essai
 sur lés moeurs (Ensaio sobre os costumes).
Estruturas, arte, literatura e música
                          15

Esses estudiosos abandonaram o que John Millar de
 Glasgow chamara “aquela face comum dos
 eventos que recobre os detalhes do
 historiador vulgar”, para concentrarem-se na
 história das estruturas, tais como o sistema feudal
 ou a constituição britânica.

Outros à história da arte, da literatura e da música.
 Por volta do final do século, esse grupo internacional
 de estudiosos havia produzido um conjunto de obras
 extremamente importante.
Social, político e cultural
                         16




Alguns historiadores, como
 Edward Gibbon em seu
 Declínio e Queda do Império
 Romano, integraram à
 narrativa dos
 acontecimentos políticos
 esse novo tipo de história
 sociocultural.
Os fatos falam por sí!
                            17
                                               Um dos maiores
Contudo, uma das                              historiadores alemães
 conseqüências da                              do século XIX,
                                               freqüentemente
 chamada “Revolução                            considerado como o
 Copernicana” na                               pai da "História
                                               científica“ e o uso do
 história ligada ao                            método científico na
 nome de Leopold                               pesquisa histórica
                                               como o uso prioritário
 von Ranke, foi                                de fontes primárias,
 marginalizar, ou re-                          uma ênfase na história
 marginalizar, a                               narrativa e
                                               especialmente em
 história                                      política internacional e
                        Leopold von Ranke
 sociocultural.         (Wiehe/Unstrut, 1795
                                               um comprometimento
                                               em mostrar o passado
                        — Berlim, 1886)        tal como realmente foi
Dilettantis?
                          18

Os interesses pessoais de Ranke não se limitavam à
 história política. Escreveu sobre a Reforma e a
 Contra-Reforma e não rejeitou a história da
 sociedade, da arte, da literatura ou da ciência.
Apesar disso, o movimento por ele liderado e o novo
 paradigma histórico elaborado arruinaram a “nova
 história” do século XVIII.
Sua ênfase nas fontes dos arquivos fez com que os
 historiadores que trabalhavam a história
 sociocultural parecessem meros dilettanti.
A história política em alta
                           19

Os epígonos de Ranke foram, porém, mais
 intolerantes que o mestre e, numa época em que os
 historiadores buscavam profissionalizar-se, a
 história não-política foi excluída da nova disciplina
 acadêmica.
A história política em alta
                          20

As novas revistas profissionais fundadas no final do
 século XIX, tais como Historische Zeitschrift (1865),
 Revue Historique (1876) e a English Historical
 Review (1886), concentravam-se na história dos
 eventos políticos.
O prefácio do primeiro volume da English Historical
 Review declarava sua intenção de dedicar-se aos
 temas da “Política e do Estado”.
E os franceses?
                          21

Os ideais dos novos historiadores profissionais
 foram sistematizados em compêndios sobre o
 método histórico, como, por exemplo, o dos
 historiadores franceses Langlois e Seignobos,
 Introduction aux études historiques (1897).
Proposta acontecimental
                         22

A história proposta era acontecimental
 (événementielle) e, por excelência, política,
 caracterizando uma dominação que vigora até nossos
 dias enquanto “positivista”.
Proposta acontecimental
                         23

Estamos distantes porém de tratá-la, como
 normalmente se faz, segundo uma conotação
 negativa de positivismo, pois foram, de certa
 maneira, os métodos escritos por Seignobos em
 L’Introduction aux études historiques que
 delimitaram o campo de trabalho e auxiliaram os
 historiadores na formação de um saber que buscava
 uma verdade.
Proposta acontecimental
                          24

Ainda que hoje a “verdade única” propriamente
 dita seja discutível, mais precisamente, seja ampla e
 com muitas possibilidades, não se pode negar o
 caráter não-fictício e o compromisso com a apuração
 dos fatos e documentos em busca de uma verdade,
 para a caracterização de um trabalho histórico –
 resultado da organização da disciplina ainda no
 século XIX. (Sabrina Evangelista Medeiros – UFRJ)
As vozes discordantes
                         25

Mesmo no século XIX, alguns historiadores foram
 vozes discordantes. Michelet e Burckhardt, que
 escreveram suas histórias sobre o Renascimento
 mais ou menos na mesma época, 1865 e 1860,
 respectivamente, tinham uma visão mais ampla da
 história do que os seguidores de Ranke.
Burckhardt
                           26

Burckhardt
 interpretava a história
 como um campo em
 que interagiam três
 forças:

- o Estado,
- a Religião e                 Jacob Burckhardt
– a Cultura,                   Historiador da arte e
                                da cultura
História das classes subalternas?
                                       27

enquanto Michelet
 defendia o que hoje
 poderíamos descrever
 como uma “história da
 perspectiva das
 classes subalternas”,
 em suas próprias palavras
 “a história daqueles que
 sofreram, trabalharam,
 definharam e morreram                      Jules Michelet (1798 - 1874)
 sem ter a possibilidade de                 foi um historiador francês.
 descrever seus                             “Cada homem é uma
 sofrimentos” (Michelet, 1842, p.8).        humanidade, uma história
                                            universal”
Ainda os dissidentes
                            28

Não podemos esquecer
 que a obra-prima do
 velho historiador
 francês Fustel de
 Coulanges, A Cidade
 Antiga (1864),
 dedicava-se antes à
 história da religião, da
 família e da moralidade,
 do que aos eventos e à
 política.
Marxismo
                              29

Marx também oferecia
 um paradigma histórico
 alternativo ao de Ranke.
Segundo sua visão
 histórica, as causas
 fundamentais da mudança
 histórica deveriam ser
 encontradas nas tensões
 existentes no interior das
 estruturas
                                   Economista, filósofo e socialista alemão,
 socioeconômicas.                  Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de
                                   1818 e morreu em Londres a 14 de Março
                                   de 1883.
O Imperialismo da história política
                          30

O domínio, ou como dizia Schmoller, o
 “imperialismo” da história política, era
 frequentemente contestado na última parte do século
 XIX. J.R.Green abria sua Short History of English
 People afirmando claramente ter “devotado mais
 espaço a Chaucer do que a Crécy, a Caxton do que à
 insignificante disputa entre os yorkistas e
 lancastreanos, à lei dos pobres de Elisabete do que à
 sua vitória de Cadiz, à Reforma Metodista do que à
 fuga do Jovem Pretendente (Charles Edward
 Stuart)”
A sociologia
                         31

Os fundadores da nova disciplina, a sociologia,
 expressavam pontos de vista semelhantes.
Uma história sem nomes!
                             32

Augusto Comte
 ridiculirizava o que
 chamava de
 “insignificantes detalhes
 estudados infantilmente
 pela curiosidade
 irracional de
 compiladores cegos de
 anedotas inúteis”, e
 defendia o que chamou,           Isidore Auguste Marie
 numa frase famosa, “uma          François Xavier Comte
 história sem nomes”              (Montpellier, 19 de janeiro de
                                  1798 — Paris, 5 de setembro
 (Comte, 1864, lição 52).
                                  de 1857) foi filósofo francês, o
                                  pai da Sociologia e o fundador
                                  do Positivismo.
Sociologia (ainda)!
                           33

Herbert Spencer
 queixava-se de que “As
 biografias dos
 monarcas (e nossas
 crianças aprendem
 pouco mais do que isso)
 pouco esclarecem a
 respeito da ciência da         Herbert Spencer (1820 —1903) foi um
 sociedade” (Spencer,           filósofo inglês e um dos representantes do
                                positivismo. Spencer foi um profundo
 1861, pp. 26ss).               admirador da obra de Charles Darwin. É dele a
                                expressão "sobrevivência do mais apto". É
                                considerado o "pai" do Darwinismo social,
                                embora jamais tenha utilizado o termo.
Sociólogos
                               34

Da mesma maneira,
 Durkheim despreza os
 acontecimentos
 particulares, nada mais
 do que “manifestações
 superficiais”; a história
 aparente mais do que a
 história real de uma                      Émile Durkheim
                                               (1858 1917)
 determinada nação              Partindo da afirmação de que "os fatos
 (Durkheim, 1896, p.v.).
                                sociais devem ser tratados como coisas",
                                forneceu uma definição do normal e do
                                patológico aplicada a cada sociedade
1900
                            35

Por volta de 1900, as críticas à história política eram
 particularmente agudas, e as sugestões para sua
 substituição bastante férteis
Controvérsias
                              36

 Na Alemanha, nesses anos,
 ocorreu a chamada
 “controvérsia de Lamprecht”.
 Karl Lamprecht, professor em
 Leipzig, colocava em oposição
 à história política – nada
 mais do que uma história de
 indivíduos – a história
 cultural ou econômica,
 considerada como a história
 do povo. Posteriormente,
 definiu a história                Karl Lamprecht (1856-1915) -
                                   Alemanha, História política é uma
 “primordialmente como uma         "história de indivíduos". Em
 ciência sociopsicológica”         oposição a isso, temos a história
                                   cultural ou econômica (do povo).
Rupturas!
                                37

 Nos Estados Unidos, o
 famoso estudo de Frederick
 Jackson Turner sobre “o
 significado da fronteira na
 história americana” (1893)
 produziu uma clara ruptura
 com a história dos
 acontecimentos políticos, ao
 passo que, no início do novo
 século, um movimento foi
 lançado por James Harvey            Frederick Jackson Turner (1861-
 Robinson sob a bandeira da          1932), USA. "o significado da fronteira
 “Nova História”.                    na história americana" (1893) - ruptura
                                     com a história dos acontecimentos
                                     políticos.
Nova história!
                                38

 De acordo com Robinson,
 “História inclui qualquer
 traço ou vestígio das coisas
 que o homem fez ou pensou,
 desde o seu surgimento
 sobre a terra”.

 Por método, “A Nova
 História deverá utilizar-se
 de todas as descobertas
 sobre a humanidade, que
 estão sendo feitas por
 antropólogos, economistas,          James Harvey Robinson
 psicólogos e sociólogos”            (1863-1936), USA. "Nova
                                     História“.
Enquanto isso na França...
                          39

Nessa mesma época, na França, a natureza da
 história tornou-se o objeto de um intenso debate.
Na França...
                               40

A estreiteza intelectual do
 establishment histórico não
 deve ser, porém, exagerada. O
 fundador da Revue Historique,
 Gabriel Monod, conciliava seu
 entusiasmo pela “história
 científica” alemã com sua
 admiração por Michelet, a
 quem conhecera pessoalmente
 e cuja biografia escrevera.
Era por sua vez admirado por
 seus alunos Hauser e Febvre.
                                    Gabriel Monod
                                      (1844 - 1912)
França...
                                  41
 Por outro lado, Ernest Lavisse,
  um dos mais importantes
  historiadores em atividade na
  época, era o editor geral da
  História da França, publicada
  em dez volumes, entre 1900 e
  1912.

 Seus interesses pessoais
  estavam voltados para a história
  política, de Frederico, o Grande,
  a Luís XIV. Contudo, a
  concepção histórica subjacente
  a esses dez volumes era muito
  mais abrangente.
França...
                                 42
 A seção introdutória foi escrita
  por um geógrafo, o volume
  dedicado ao Renascimento, por
  um historiador da cultura, e o
  próprio balanço da época de
  Luís XIV, escrito por Lavisse,
  dedicou parte substancial às
  artes e, particularmente, à
  política das artes. Portanto, é
  inexato pensar que os
  historiadores profissionais
  desse período estivessem
  exclusivamente envolvidos com
  a narrativa dos acontecimentos
  políticos.
Iconoclastas
                                             43

 De qualquer forma, os
  historiadores eram vistos dessa
  maneira pelos cientistas sociais.
  O desprezo de Durkheim pelos
  eventos já foi mencionado; seu
  seguidor, o economista François
  Simiand, foi mais longe nesse
  sentido, quando, num famoso
  artigo, atacou o que chamou de
  “os ídolos da tribo dos
  historiadores”.

François Simiand (18773-1935) foi sociólogo, historiador, economista e professor do
Collége de France de 1932 a 1935. Procurou aplicar os princípios da análise sociológica de
Émile Durkeim aos estudos dos fenômenos econômicos. Sua perspectiva teórica,
marcadamente interdisciplinar, valorizava a utilização dos dados estatísticos e buscava
ancorar o conhecimento social na História. Inspirador da área de história econômica dos
Annales, estudou os ciclos econômicos de longa duração e os que atuam regularmente nos
movimentos do conjunto da sociedade.
Iconoclastas
                                 44

 Segundo ele, havia três ídolos que deveriam ser derrubados:


 “o ídolo político”, “a eterna preocupação com a história
  política, os fatos políticos, as guerras, etc., que conferem a
  esses eventos uma exagerada importância”;

 o “ídolo individual”, isto é, a ênfase excessiva nos chamados
  grandes homens, de forma que mesmo estudos sobre
  instituições eram apresentados como “Pontchartrain e o
  Parlamento de Paris”, ou coisas desse gênero; e, finalmente,

 o “ídolo cronológico”, ou seja, “o hábito de perder-se nos
  estudos das origens” (Simiand, 1903).
Outra História
                          45

Os três temas seriam caros aos Annales, e a eles
 retornaremos.
Referências:
                                        46

 BURKE, Peter. A escola dos Annales, 1929 – 1989: a revolução
  francesa da historiografia. São Paulo – SP, Editora Universidade Estadual
  Paulista, 1991.

 REIS, José Carlos. Escola dos Annales – a inovação em história. São
  Paulo – SP, Paz e Terra. 2000.

 COLLINGWOOD, R. G. A idéia de história. Lisboa – Portugal . Editorial
  Presença. 1994.

 GLÉNISSON, Jean. Iniciação aos estudos históricos. 6ª edição. Rio de
  Janeiro – RJ. Editorial Bertrand Brasil. 1991.

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História dos annales trajetória

  • 1. A Revolução Francesa da historiografia: 1 A ESCOLA DOS ANNALES
  • 2. Os fundadores 2 Lucien Febvre e Marc Bloch foram os líderes do que pode ser denominado Revolução Francesa da Historiografia.
  • 3. Os antecedentes 3 Para interpretar as ações dos revolucionários, contudo, é necessário conhecer alguma coisa do antigo regime que desejavam derrubar. Para sua descrição e compreensão, não é suficiente permanecer nos quadros historiográficos restritos da situação francesa do início do século, quando Febvre e Bloch eram estudantes. Torna-se necessário examinar a história da historiografia na sua longa duração
  • 4. O mundo grego 4 Desde os tempos de Heródoto, nascido no século V a.C. (485?– Heródoto e 420 a.C.) em Tucídides, a história Halicarnasso tem sido escrita sob uma variada forma de gêneros:  crônica monástica,  memória política, Tucídides Historiador e comandante  tratados de naval ateniense, nasceu Halimunte, autor da antiquários, importante História da Guerra do Peloponeso (431- 404 a. C.),
  • 5. O mundo Grego 5 Os gregos, os criadores da história, tinham um pensamento profundamente anti-histórico. A poesia épica, de Homero e filosofia que nasceu no século V a. C, não tratavam de eventos particulares e de personagens autênticos. Heródoto
  • 6. O mundo Grego 6 A poesia épica, no lugar de ventos, punha categorias; no lugar de personagens reais, arquétipos. Ela produzia a lembrança mítica, exemplar, atemporal. As ações humanas tornam-se modelo; os heróis são tipos. A lembrança é “poética” (José Carlos Reis, 2000) Heródoto
  • 7. O mundo Grego 7 A filosofia grega, por seu turno, irá se opor e articular-se ao mito, preservando dele seu caráter anti- histórico. Para o filósofo grego, só o permanente é conhecível. O ser supralunar realiza um movimento circular, contínuo e regula, que revela a eternidade Tucídides não o tempo (Collingwood, 1981)
  • 8. O mundo Grego 8 Anti-histórico, portanto, o pensamento grego mitico-poético e filosófico não trata do transitório, da sucessão, da mudança, do mundo sublunar, reino da corruptibilidade temporal. Seu olhar e atenção estão voltados para o eterno. [...] Para os filósofos a história estava no mundo do efêmero de ambições e paixões do qual a filosofia deveria libertar o homem
  • 9. Mera doxa! 9 O poeta ouvia as musas; o historiador quer “verdade”! Para Aristóteles, os historiadores se prendem a Aristóteles: fatos acontecidos, filósofo grego, filho particulares e não ao de Nicômaco, médico de Amintas, universal, referiam-se a rei da Macedônia, nasceu em Estagira, mudança e não à estabilidade colônia grega da Trácia, no litoral e regularidade e eram por setentrional do mar isso epistelogicamente Egeu, em 384 a.C. e morto em Calcis 322 menos “sérios”. a. C.
  • 10. Mera doxa! 10 Os historiadores produziam um conhecimento residual – doxa, opiniões sem valor Aristóteles: lógico sobre as coisas filósofo grego, filho de Nicômaco, humanas que mudam. Seu médico de Amintas, rei da Macedônia, conhecimento não seria nasceu em Estagira, colônia grega da demonstrativo e, portanto, Trácia, no litoral não teria validade teórica setentrional do mar Egeu, em 384 a.C. e (Momigliano, 1983; Hartog, 1986) morto em Calcis 322 a. C.
  • 11. As formas dominantes de escrever a história 11 Apesar de serem várias as formas de escrita no campo da História, (crônica monástica, memória política, tratados de antiquários) a forma dominante, porém, tem sido a narrativa dos acontecimentos políticos e militares, apresentada como a história dos grandes feitos de grandes homens – chefes militares e reis.
  • 12. As luzes da Razão 12 Foi durante o Iluminismo que ocorreu, pela primeira vez, uma contestação a esse tipo de narrativa histórica; Por Iluminismo – Aufklärung – entende-se aquele movimento que tinha como objetivo (Século XVIII), a secularizar todos os setores da vida e do pensamento humanos.
  • 13. As luzes da Razão 13 Foi uma revolta não só contra o poder da religião, em si mesma, seria a prevalência da Razão sobre as formas primitivas de pensar do homem. Contudo devido ao estreitismo conceitual dos racionalista, estes só passaram a se interessar pela história quando esta começou a ser a história do homem moderno.
  • 14. Nova “luzes” 14 Por volta de meados do século XVIII, certo número de escritores e intelectuais, na Escócia, França, Itália, Alemanha e em outros países, começou a preocupar- se com o que denominava a “história da sociedade”. Uma história que não se limitava a guerras e à política, mas preocupava-se com as leis e o comércio, a moral e os “costumes”, temas que haviam sido o centro de atenção do famoso livro de Voltaire Essai sur lés moeurs (Ensaio sobre os costumes).
  • 15. Estruturas, arte, literatura e música 15 Esses estudiosos abandonaram o que John Millar de Glasgow chamara “aquela face comum dos eventos que recobre os detalhes do historiador vulgar”, para concentrarem-se na história das estruturas, tais como o sistema feudal ou a constituição britânica. Outros à história da arte, da literatura e da música. Por volta do final do século, esse grupo internacional de estudiosos havia produzido um conjunto de obras extremamente importante.
  • 16. Social, político e cultural 16 Alguns historiadores, como Edward Gibbon em seu Declínio e Queda do Império Romano, integraram à narrativa dos acontecimentos políticos esse novo tipo de história sociocultural.
  • 17. Os fatos falam por sí! 17 Um dos maiores Contudo, uma das historiadores alemães conseqüências da do século XIX, freqüentemente chamada “Revolução considerado como o Copernicana” na pai da "História científica“ e o uso do história ligada ao método científico na nome de Leopold pesquisa histórica como o uso prioritário von Ranke, foi de fontes primárias, marginalizar, ou re- uma ênfase na história marginalizar, a narrativa e especialmente em história política internacional e Leopold von Ranke sociocultural. (Wiehe/Unstrut, 1795 um comprometimento em mostrar o passado — Berlim, 1886) tal como realmente foi
  • 18. Dilettantis? 18 Os interesses pessoais de Ranke não se limitavam à história política. Escreveu sobre a Reforma e a Contra-Reforma e não rejeitou a história da sociedade, da arte, da literatura ou da ciência. Apesar disso, o movimento por ele liderado e o novo paradigma histórico elaborado arruinaram a “nova história” do século XVIII. Sua ênfase nas fontes dos arquivos fez com que os historiadores que trabalhavam a história sociocultural parecessem meros dilettanti.
  • 19. A história política em alta 19 Os epígonos de Ranke foram, porém, mais intolerantes que o mestre e, numa época em que os historiadores buscavam profissionalizar-se, a história não-política foi excluída da nova disciplina acadêmica.
  • 20. A história política em alta 20 As novas revistas profissionais fundadas no final do século XIX, tais como Historische Zeitschrift (1865), Revue Historique (1876) e a English Historical Review (1886), concentravam-se na história dos eventos políticos. O prefácio do primeiro volume da English Historical Review declarava sua intenção de dedicar-se aos temas da “Política e do Estado”.
  • 21. E os franceses? 21 Os ideais dos novos historiadores profissionais foram sistematizados em compêndios sobre o método histórico, como, por exemplo, o dos historiadores franceses Langlois e Seignobos, Introduction aux études historiques (1897).
  • 22. Proposta acontecimental 22 A história proposta era acontecimental (événementielle) e, por excelência, política, caracterizando uma dominação que vigora até nossos dias enquanto “positivista”.
  • 23. Proposta acontecimental 23 Estamos distantes porém de tratá-la, como normalmente se faz, segundo uma conotação negativa de positivismo, pois foram, de certa maneira, os métodos escritos por Seignobos em L’Introduction aux études historiques que delimitaram o campo de trabalho e auxiliaram os historiadores na formação de um saber que buscava uma verdade.
  • 24. Proposta acontecimental 24 Ainda que hoje a “verdade única” propriamente dita seja discutível, mais precisamente, seja ampla e com muitas possibilidades, não se pode negar o caráter não-fictício e o compromisso com a apuração dos fatos e documentos em busca de uma verdade, para a caracterização de um trabalho histórico – resultado da organização da disciplina ainda no século XIX. (Sabrina Evangelista Medeiros – UFRJ)
  • 25. As vozes discordantes 25 Mesmo no século XIX, alguns historiadores foram vozes discordantes. Michelet e Burckhardt, que escreveram suas histórias sobre o Renascimento mais ou menos na mesma época, 1865 e 1860, respectivamente, tinham uma visão mais ampla da história do que os seguidores de Ranke.
  • 26. Burckhardt 26 Burckhardt interpretava a história como um campo em que interagiam três forças: - o Estado, - a Religião e Jacob Burckhardt – a Cultura, Historiador da arte e da cultura
  • 27. História das classes subalternas? 27 enquanto Michelet defendia o que hoje poderíamos descrever como uma “história da perspectiva das classes subalternas”, em suas próprias palavras “a história daqueles que sofreram, trabalharam, definharam e morreram Jules Michelet (1798 - 1874) sem ter a possibilidade de foi um historiador francês. descrever seus “Cada homem é uma sofrimentos” (Michelet, 1842, p.8). humanidade, uma história universal”
  • 28. Ainda os dissidentes 28 Não podemos esquecer que a obra-prima do velho historiador francês Fustel de Coulanges, A Cidade Antiga (1864), dedicava-se antes à história da religião, da família e da moralidade, do que aos eventos e à política.
  • 29. Marxismo 29 Marx também oferecia um paradigma histórico alternativo ao de Ranke. Segundo sua visão histórica, as causas fundamentais da mudança histórica deveriam ser encontradas nas tensões existentes no interior das estruturas Economista, filósofo e socialista alemão, socioeconômicas. Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883.
  • 30. O Imperialismo da história política 30 O domínio, ou como dizia Schmoller, o “imperialismo” da história política, era frequentemente contestado na última parte do século XIX. J.R.Green abria sua Short History of English People afirmando claramente ter “devotado mais espaço a Chaucer do que a Crécy, a Caxton do que à insignificante disputa entre os yorkistas e lancastreanos, à lei dos pobres de Elisabete do que à sua vitória de Cadiz, à Reforma Metodista do que à fuga do Jovem Pretendente (Charles Edward Stuart)”
  • 31. A sociologia 31 Os fundadores da nova disciplina, a sociologia, expressavam pontos de vista semelhantes.
  • 32. Uma história sem nomes! 32 Augusto Comte ridiculirizava o que chamava de “insignificantes detalhes estudados infantilmente pela curiosidade irracional de compiladores cegos de anedotas inúteis”, e defendia o que chamou, Isidore Auguste Marie numa frase famosa, “uma François Xavier Comte história sem nomes” (Montpellier, 19 de janeiro de 1798 — Paris, 5 de setembro (Comte, 1864, lição 52). de 1857) foi filósofo francês, o pai da Sociologia e o fundador do Positivismo.
  • 33. Sociologia (ainda)! 33 Herbert Spencer queixava-se de que “As biografias dos monarcas (e nossas crianças aprendem pouco mais do que isso) pouco esclarecem a respeito da ciência da Herbert Spencer (1820 —1903) foi um sociedade” (Spencer, filósofo inglês e um dos representantes do positivismo. Spencer foi um profundo 1861, pp. 26ss). admirador da obra de Charles Darwin. É dele a expressão "sobrevivência do mais apto". É considerado o "pai" do Darwinismo social, embora jamais tenha utilizado o termo.
  • 34. Sociólogos 34 Da mesma maneira, Durkheim despreza os acontecimentos particulares, nada mais do que “manifestações superficiais”; a história aparente mais do que a história real de uma Émile Durkheim (1858 1917) determinada nação Partindo da afirmação de que "os fatos (Durkheim, 1896, p.v.). sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade
  • 35. 1900 35 Por volta de 1900, as críticas à história política eram particularmente agudas, e as sugestões para sua substituição bastante férteis
  • 36. Controvérsias 36  Na Alemanha, nesses anos, ocorreu a chamada “controvérsia de Lamprecht”. Karl Lamprecht, professor em Leipzig, colocava em oposição à história política – nada mais do que uma história de indivíduos – a história cultural ou econômica, considerada como a história do povo. Posteriormente, definiu a história Karl Lamprecht (1856-1915) - Alemanha, História política é uma “primordialmente como uma "história de indivíduos". Em ciência sociopsicológica” oposição a isso, temos a história cultural ou econômica (do povo).
  • 37. Rupturas! 37  Nos Estados Unidos, o famoso estudo de Frederick Jackson Turner sobre “o significado da fronteira na história americana” (1893) produziu uma clara ruptura com a história dos acontecimentos políticos, ao passo que, no início do novo século, um movimento foi lançado por James Harvey Frederick Jackson Turner (1861- Robinson sob a bandeira da 1932), USA. "o significado da fronteira “Nova História”. na história americana" (1893) - ruptura com a história dos acontecimentos políticos.
  • 38. Nova história! 38  De acordo com Robinson, “História inclui qualquer traço ou vestígio das coisas que o homem fez ou pensou, desde o seu surgimento sobre a terra”.  Por método, “A Nova História deverá utilizar-se de todas as descobertas sobre a humanidade, que estão sendo feitas por antropólogos, economistas, James Harvey Robinson psicólogos e sociólogos” (1863-1936), USA. "Nova História“.
  • 39. Enquanto isso na França... 39 Nessa mesma época, na França, a natureza da história tornou-se o objeto de um intenso debate.
  • 40. Na França... 40 A estreiteza intelectual do establishment histórico não deve ser, porém, exagerada. O fundador da Revue Historique, Gabriel Monod, conciliava seu entusiasmo pela “história científica” alemã com sua admiração por Michelet, a quem conhecera pessoalmente e cuja biografia escrevera. Era por sua vez admirado por seus alunos Hauser e Febvre. Gabriel Monod (1844 - 1912)
  • 41. França... 41  Por outro lado, Ernest Lavisse, um dos mais importantes historiadores em atividade na época, era o editor geral da História da França, publicada em dez volumes, entre 1900 e 1912.  Seus interesses pessoais estavam voltados para a história política, de Frederico, o Grande, a Luís XIV. Contudo, a concepção histórica subjacente a esses dez volumes era muito mais abrangente.
  • 42. França... 42  A seção introdutória foi escrita por um geógrafo, o volume dedicado ao Renascimento, por um historiador da cultura, e o próprio balanço da época de Luís XIV, escrito por Lavisse, dedicou parte substancial às artes e, particularmente, à política das artes. Portanto, é inexato pensar que os historiadores profissionais desse período estivessem exclusivamente envolvidos com a narrativa dos acontecimentos políticos.
  • 43. Iconoclastas 43  De qualquer forma, os historiadores eram vistos dessa maneira pelos cientistas sociais. O desprezo de Durkheim pelos eventos já foi mencionado; seu seguidor, o economista François Simiand, foi mais longe nesse sentido, quando, num famoso artigo, atacou o que chamou de “os ídolos da tribo dos historiadores”. François Simiand (18773-1935) foi sociólogo, historiador, economista e professor do Collége de France de 1932 a 1935. Procurou aplicar os princípios da análise sociológica de Émile Durkeim aos estudos dos fenômenos econômicos. Sua perspectiva teórica, marcadamente interdisciplinar, valorizava a utilização dos dados estatísticos e buscava ancorar o conhecimento social na História. Inspirador da área de história econômica dos Annales, estudou os ciclos econômicos de longa duração e os que atuam regularmente nos movimentos do conjunto da sociedade.
  • 44. Iconoclastas 44  Segundo ele, havia três ídolos que deveriam ser derrubados:  “o ídolo político”, “a eterna preocupação com a história política, os fatos políticos, as guerras, etc., que conferem a esses eventos uma exagerada importância”;  o “ídolo individual”, isto é, a ênfase excessiva nos chamados grandes homens, de forma que mesmo estudos sobre instituições eram apresentados como “Pontchartrain e o Parlamento de Paris”, ou coisas desse gênero; e, finalmente,  o “ídolo cronológico”, ou seja, “o hábito de perder-se nos estudos das origens” (Simiand, 1903).
  • 45. Outra História 45 Os três temas seriam caros aos Annales, e a eles retornaremos.
  • 46. Referências: 46  BURKE, Peter. A escola dos Annales, 1929 – 1989: a revolução francesa da historiografia. São Paulo – SP, Editora Universidade Estadual Paulista, 1991.  REIS, José Carlos. Escola dos Annales – a inovação em história. São Paulo – SP, Paz e Terra. 2000.  COLLINGWOOD, R. G. A idéia de história. Lisboa – Portugal . Editorial Presença. 1994.  GLÉNISSON, Jean. Iniciação aos estudos históricos. 6ª edição. Rio de Janeiro – RJ. Editorial Bertrand Brasil. 1991.

Notas do Editor

  1. Lavisse através de sua monumental História da França, cria o mito de um estado-nação, [...] excitam permanentemente o sentido patriótico, celebrando o culto aos heróis nacionais a fim de preparar a nova geração para a vingança contra o inimigo hereditário, o Bárbaro Germânico; e justificam, a coberto de uma missão civilizadora, a expansão colonial da França. (BOURDÉ e MARTIN, 1983, p. 115)
  2. Lavisse através de sua monumental História da França, cria o mito de um estado-nação, [...] excitam permanentemente o sentido patriótico, celebrando o culto aos heróis nacionais a fim de preparar a nova geração para a vingança contra o inimigo hereditário, o Bárbaro Germânico; e justificam, a coberto de uma missão civilizadora, a expansão colonial da França. (BOURDÉ e MARTIN, 1983, p. 115)