2. Movimento cultural que se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos
XV e XVI, com reflexos nas artes, nas ciências e em outros ramos da
atividade humana.
O Renascimento não surgiu em todos os pontos da Europa ao mesmo
tempo; as cidades italianas foram pioneiras neste movimento intelectual,
que em alguns países se estendeu até ao século XVII. O Renascimento
teve um outro grande centro na região da Flandres.
No centro da transformação intelectual renascentista encontra-se a
passagem de uma mentalidade teocêntrica (isto é, que colocava Deus no
centro da reflexão humana) a uma mentalidade antropocêntrica (que tinha
o homem como centro). Esta proposta correspondia a um reconhecimento
e a uma crença otimista nas capacidades e no valor do
ser humano, contrapondo-se à visão medieval do mundo.
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3. O termo Renascimento está ligado ao facto de, neste período, os eruditos
europeus terem voltado a sua atenção para as grandes obras da
antiguidade clássica, que consideravam terem sido esquecidas durante a
Idade Média. Nelas encontravam as raízes das questões básicas que
pretendiam desenvolver e respostas a alguns dos seus problemas. As
obras clássicas (na arquitetura, na literatura) eram também modelo para
as obras que pretendiam criar.
O interesse pela cultura clássica está fortemente ligado ao facto de o
Renascimento ter tido início em Itália, uma vez que nesse país os
vestígios das antigas civilizações eram, mais do que noutros locais da
Europa, abundantes. Ao mesmo tempo, as cidades comerciais italianas
alcançaram um grau elevado de riqueza; os seus príncipes criaram gosto
pelo luxo, pretendendo rivalizar entre si no embelezamento das cidades e
no brilho e animação das cortes, chamando a si artistas e figuras
intelectuais importantes. A estes apoiantes do desenvolvimento cultural
deu-se o nome de mecenas.
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4. Doutrina centrada nos interesses e valores humanos, sobrepondo-se
estes a valores religiosos ou transcendentais.
Num sentido mais restrito, o termo designa também um movimento
intelectual europeu do Renascimento, que influenciou a cultura da
época nas vertentes literária e artística. Caraterizou-se pela
valorização do espírito humano e por uma atitude crescentemente
individualista e inquiridora, a par de um grande interesse pela
redescoberta das obras artísticas e literárias da antiguidade clássica.
Estabeleceu-se então o ideal do homem renascentista, que deveria ser
simultaneamente um poeta, um erudito e um guerreiro. Erasmo é um
exemplo do humanista renascentista.
Nesta aceção, o humanismo teve origem nos estudos literários levados
a cabo nos séculos XIII e XIV por homens de letras como Petrarca. Na
época, o humanismo ganhou maior peso com os estudos de textos
literários do passado, resultando na redescoberta, para o ocidente, do
grande acervo da literatura grega clássica.
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5. Termo cuja utilização se generalizou, ao longo do século XIX, para
designar uma tendência estética, geralmente por oposição ao
maneirismo e ao barroco, e, mais tarde, ao modernismo. O termo
classicismo é ainda, sob uma perspetiva histórica mais alargada, tido
como abarcando também o barroco e o maneirismo, considerando-se
que apenas o Romantismo introduz conceções artísticas radicalmente
diferentes. O classicismo toma por modelos as formas, regras e temas
da arte da antiguidade greco-romana (arte como imitação da natureza;
cânones de proporção e medida, simetria, equilíbrio; importância da
mitologia). A sua linguagem formal, desenvolvida ao longo do século
XVI e até finais do século XVIII, encontra paralelismos na pintura, na
arquitetura e na literatura, sem, no entanto, corresponder a um
movimento unitário ou concertado no tempo ou no espaço.
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6. Poema narrativo ou ciclo de poemas
cujo tema é um grande feito frequentemente a fundação de uma
nação ou a construção da unidade
nacional -, que utiliza muitas vezes
temas religiosos e cosmológicos.
Para conhecermos a origem deste género literário, temos de
remontar à Grécia dos séculos IX a VII a.C., época provável da
composição dos poemas épicos a Ilíada e a Odisseia, atribuídos a
Homero.
A matéria destes dois poemas narrativos prende-se com a célebre
Guerra de Tróia. Segundo a tradição grega, Helena, a lindíssima
mulher do rei de Esparta (Menelau), foi raptada, na ausência do
marido, por Páris, filho do rei de Tróia. Para a reaver e punir este
rapto ultrajante, uma grande expedição de povos Aqueus (Gregos),
comandados por Agamémnon, rei de Micerias e irmão de Menelau,
pôs cerco a Tróia. Ao fim de dez anos de cerco, Tróia foi tomada,
graças à astúcia de Ulisses, e totalmente destruída.
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7. As peripécias desta guerra, contadas pelos que as viveram, fizeram
florescer numerosas narrativas épicas orais que mantiveram viva ao longo
de séculos, amplificada pela lenda, a glória de Heróis – Ulisses, Aquiles,
Heitor, Ajax, Eneias, …
A destruição de Tróia situa-se por volta dos séculos XIII ou XII a.C.
Decorreram pois alguns séculos entre os factos históricos e a elaboração
literária do conteúdo lendário saído desses factos.
A Ilíada e a Odisseia surgem, assim, como o ponto culminante de uma
longa e ininterrupta tradição oral (sempre presente ao poeta) e o seu mais
esplêndido fruto.
As história e heróis épicos eram tão populares
que os utensílios domésticos eram muitas vezes decorados com
elementos dessas histórias.
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8. O que é a Epopeia?
A epopeia é um género narrativo em verso.
Como qualquer narrativa, tem uma ação que envolve personagens situadas num
determinado espaço e tempo. No entanto, a narrativa épica tem caraterísticas
específicas.
No que chegou até nós da Poética de Aristóteles, filósofo grego do século III
a.C., encontramos algumas normas que devem presidir à elaboração de uma
epopeia:
- a ação épica deve ter grandeza e solenidade, deve ser a expressão do
heroísmo;
- o protagonista (rei, grande dignitário, herói), além da sua alta estirpe social,
deve revelar grande valor moral;
- o início da Narração apresenta-nos a ação já numa fase adiantada (“in media
res”);
- a epopeia deve ter unidade de ação (para não quebrar essa unidade, as
narrações retrospetivas e profecias surgem frequentemente nas epopeias para
contar factos passados e futuros em relação à ação fulcral);
- os episódios não só dão à epopeia extensão como a enriquecem, sem quebrar
a unidade de ação;
- o maravilhoso deve intervir na ação da epopeia;
- o género épico utiliza o modo narrativo; o poeta narra em seu próprio nome ou
assumindo personalidades diversas;
- a intervenção do poeta, tecendo considerações em seu próprio nome, deve ser
reduzida.
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10. Narração
História de
Portugal
(plano encaixado)
Viagem de Vasco da
Gama
(plano fulcral)
Intervenção dos
deuses
(plano paralelo)
Narração mitológica
Narração histórica
Para além destes três planos narrativos, há ainda o plano das
intervenções do poeta, normalmente situadas nos finais dos Cantos e que
constituem reflexões, críticas, lamentações, exortações.
Intervenção dos deuses
Viagem de Vasco da Gama
História de Portugal
Intervenções do poeta
Canto
I
Canto
II
Canto
III
Canto
IV
Canto
V
Canto
VI
Canto
VII
Canto
VIII
Canto
IX
Canto
X
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