O documento discute fisioterapia na saúde do atleta, focando na ginástica rítmica. Ele descreve lesões comuns nessa modalidade, incluindo no joelho, e aborda avaliação, diagnóstico e tratamento de lesões no ligamento cruzado anterior do joelho.
4. A Ginástica Rítmica é uma das modalidades
que mais atrai atenção do público e que
exige uma boa preparação e treino de
quem o pratica.
5. Durante as competições as atletas devem se empenhar muito,
preparar uma coreografia diferente e inusitada, utilizando-se
dos diversos recursos disponíveis dentro dessa modalidade e
acrescentando outros elementos além dos obrigatórios, tudo
isso para conseguir a melhor nota na avaliação dos juízes, que
avaliam o grau de dificuldade dos movimentos e da execução.
6. Porém, a grande dificuldade enfrentada
por quem busca a excelência é
equilibrar-se no limite máximo de seu
corpo.
Ginastas estão habituados a conviver
com a dor inerente a sua prática e, por
isso, podem não perceber a hora de
interromper as atividades.
A repetição diária, aliada ao grau de
dificuldade dos movimentos, propicia o
surgimento de lesões que acabam
tirando o atleta dos treinos e das
competições.
7. As lesões iniciam com um simples quadro de algia, podendo progredir para
lesões como: Entorse, Contusão, Fraturas, Tendinite, Periostite, Neurite,
Bursite, Luxação, Artrose, entre outros.
De acordo com Carvalho (2004), as principais lesões na GR apresentam
algumas características que podem ser divididas em dois grandes grupos:
Grupo 1: Do qual acomete articulações como: ombro, cotovelo, punho,
coluna vertebral, quadril, joelho, tornozelo e pé;
8. Grupo 2: Comprometimento dos tecidos moles,
cápsulas, ligamentos e tendões;
As lesões costumam ocorrer devido a erros de
técnica, erros durante o treinamento e o
aquecimento inadequado, ou seja, muitas
vezes as atletas fazem somente um
aquecimento específico para a modalidade e
não para os grupos musculares que serão
solicitados durante a execução dos
movimentos.
9. As consequências desse erro são: aquele movimento primário, que era
para estar sendo solicitado, é compensado pelos grandes grupos
musculares que estão muito fortes devido ao grau de repetições,
assim, os pequenos grupos musculares participam pouco do
movimento e as articulações acabam sendo exigidas além do normal e
se inflamam por fraqueza.
10. Duração das sessões e o excesso de
treinamento;
A falta de auxílio do técnico ou outra pessoa
durante a execução do movimento;
A não utilização ou utilização inadequada dos
equipamentos de proteção;
O aumento da dificuldade dos elementos e da
competitividade;
A falta de concentração por parte das atletas;
11. (Dados coletados de um trabalho feito anteriormente com as atletas da GR da
UNOPAR de Londrina).
No seguinte estudo foram utilizados alguns questionários com as atletas,
onde dados importantes foram coletados, todos referentes às lesões que as
atletas apresentavam no momento ou que já vieram a ter.
Nele participaram 25 atletas praticantes “somente” da Ginástica Rítmica,
sendo que:
10 eram atletas infantis;
6 faziam parte da categoria juvenil;
9 atletas eram da categoria adulta.
12.
13. Muitas lesões podem ocorrer devido ao desgaste físico e o suporte de
peso corporal absurdo que é exigido nessas atividades.
Elas podem acometer parte da coluna vertebral, devido a um
desequilíbrio entre os músculos que agem nessa região, aumentando a
probabilidade das atletas apresentarem hiperlordose lombar,
espondilólise (fratura por sobrecarga) e espondilolistese
(escorregamento) das vértebras.
14. Podem comprometer também tanto os MMSS quanto os MMII, sendo
que as lesões mais frequentes são:
MEMBROS SUPERIORES: ( Resultante da descarga que é exigida no momento do
apoio do peso corporal).
Entorse em punhos e nos dedos;
Luxações nos cotovelos e nos ombros;
Roturas do labrum glenoidal;
Impactos sub-acromiais;
15. MEMBROS INFERIORES: (Resultam de descarga de peso inadequada ou de
extrema carga quando em contato com o solo).
Rotura do ligamento cruzado anterior e do ligamento medial do joelho;
Luxação da rótula e a rotura dos meniscos;
Tendinose do rotuliano;
Fraturas condrais do joelho e do tornozelo;
Entorses do tornozelo;
Tendinose do tendão de Aquiles;
16. De acordo com Howley e Franks (2000), os sinais e sintomas podem ser
classificados como:
DE PRIMEIRO GRAU
Lesões leves, resultando em um estiramento ou pequeno
rompimento de tecido. Neste caso, a amplitude do movimento é
limitada, a dor localizada é mínima e não possui edema.
17. DE SEGUNDO GRAU
Consideradas as lesões moderadas que resultam em rompimento
parcial do tecido. Neste caso, a função é limitada, ocorre dor
localizada com provável espasmo muscular e o movimento é
doloroso. Ocorre também a formação de edema e ou alterações na
cor, caso o tratamento imediato adequado não seja feito.
18. DE TERCEIRO GRAU
Consideradas as lesões graves. Essas lesões levam a um sério
rompimento ou ruptura de tecido, dor localizada intensa, edema e
espasmo muscular, alterações de cor e possível deformidade
palpável.
19. O Joelho é uma articulação de suporte de peso e locomoção que apresenta
grande movimento, com função de mobilidade e estabilidade.
Sendo composta por duas
articulações: femoropatelar e
tibiofemoral.
A articulação do joelho é
particularmente suscetível à lesão
traumática por estar localizada nas
extremidades de dois braços de
alavancas longos (tíbia e fêmur).
20. ESTABILIZADORES ESTÁTICOS
Ligamentos colateral medial (tibial),
colateral lateral (fibular), cruzado
anterior e cruzado posterior; meniscos
medial e lateral e cápsula articular.
ESTABILIZADORES DINÂMICOS
Músculos e tendões que passam por essa
região, sendo que os mais
importantes são o quadríceps femoral
e os que compõem os isquiostibiais
(semitendinoso, semimembranoso e
bíceps femoral).
21. O mecanismo de lesão é ocasionado por uma hiperextensão, rotações
com o pé fixo no chão, onde frequentemente são observadas lesões de
ligamentos colaterais anterior, posterior, laterais e mediais, ambos
envolvendo mecanismo de desaceleração do movimento.
É preciso determinar o grau da lesão ligamentar a fim de proceder um
tratamento adequado desde o início.
22. Ocorre devido a um “entorse” na
articulação do joelho, associada a
uma rotação interna do fêmur e
uma rotação externa da tíbia.
Geralmente o paciente ouve um
estalo no momento da lesão, que
vem seguido de uma dor muito
forte.
23. TESTE SINAL DA GAVETA
Teste para instabilidade anterior e posterior – ligamentos cruzados
Cruzado Anterior Cruzado Posterior
24. TESTE DE LACHMAN
Avalia LCA.
TESTE DE ESTRESSE VARO-VALGO
Avalia os ligamentos colaterais
25. SINGLE LEG HOP
Importante papel na
avaliação de pacientes
pós-reconstrução de LCA.
26. TESTE DE PIVOT SHIFT
Avalia a integridade do LCA. (É realizado partindo-se do joelho em extensão,
realizando-se uma força em valgo e rotação interna da tíbia. A medida que
o joelho se flete, entre 30º e 50º observa-se um ressalto que significa a
redução da tíbia sobre o fêmur).
27. TESTE DE JERK- TEST
Avalia LCA. (É realizado
partindo-se da flexão
para extensão,
realizando-se uma força
em valgo e rotação
interna da tíbia,
observa-se a subluxação
anterior da tíbia).
28. As lesões do LCA ocorrem geralmente por mecanismos onde o
estresse no ligamento é grande o suficiente para causar uma ruptura.
As lesões podem ser parciais ou totais dependendo do movimento,
força e alongamento, seu trauma pode ser direto ou indireto.
Quase sempre a lesão é dada por uma manobra de torção, e
desaceleração.
29. Lesões de Reparo
1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE 4ª FASE
HEMORRÁGICA INFLAMAÇÃO PROLIFERATIVA REMODELAGEM
ALGUNS MINUTOS 24 A 48 HORAS 3 A 21 DIAS 21 Á 60
OU ATÉ 72 HORAS AS VEZES 90 DIAS
1ª FASE
30. Objetivos Fisioterapêuticos
Promover a Analgesia
Restabelecer os sinais clínicos da inflamação
(Diminuição de edema)
Restaurar a Amplitude de Movimento (ADM)
Restabelecer reeducação sensório motora
(Propriocepção)
Manter ou Restabelecer a Força Muscular
31. 1ª FASE
Imobilização com órtese
Repouso na marcha com Muleta Canadense
32. 1ª FASE
US pulsado 10% por 15 minutos;
Mobilização passiva MMII sem resistência;
Alongamento suave dos músculos flexores e extensores de joelho, abdutores e
adutores de quadril;
Fortalecimento dos membros superiores com halter, para uso das muletas e
membros contralateral a lesão.
33. 2ª FASE
Exercícios ativo assistido de extensão
e flexão do joelho com bola dente de
leite;
Mobilização passiva de patela do
membro lesionado;
34. 2ª FASE
Alongamento de isquitibiais
(semitendíneo, semimembranáceo e bíceps
femoral), quadríceps (Vasto lateral, medial,
intermédio e reto femoral) , TFL, sartório,
grácil, Adutor longo, Adutor curto,
Adutor magno e gastrocnêmio;
Exercícios proprioceptivos no bosu com
apoio unipodal e prancha proprioceptiva
bipodal;
35. 3ª FASE
Exercícios excêntricos para quadríceps;
Fortalecimento dos músculos flexores e
extensores de joelho, abdutores (Glúteo
médio e mínimo) e adutores (Adutor longo,
curto e magno, grácil e pectíneo)
de quadril com auxílio de thera-band;
Treino de corrida no plano sem mudança
de direção por 10 min.
36. Realizar um circuito contendo os seguintes aparelhos: plano inclinado
quadrado pequeno e grande; prancha proprioceptiva redonda; bosu; disco
proprioceptivo inflável; balancim ; cama elástica .
OBS: A atleta irá manter-se em cada aparelho por 60 segundos, com duas
repetições do circuito.
37.
38.
39.
40. GOLIAS ARC. Relação entre instabilidade do joelho e alterações
posicionais do membro inferior de atletas de Ginástica Rítmica. R.
bras. Ci. e Mov 2012;20(2):52-60.
DIONÍSIO VC. Reabilitação na Lesão de Ligamento Cruzado Anterior:
Uma Revisão da Literatura. R. bras Fisiot. V1. N.2 1996.
OLIVEIRA MMM, LOURENÇO MRA, TEIXEIRA DC. Incidências de Lesões
nas equipes de Ginástica Ritmica da UNOPAR. 2003.