O documento discute como ensinar com sentido e prazer de forma a contribuir para a felicidade e realização dos alunos. Ele aborda problemas atuais da educação como exclusão social e baixa retenção de conhecimento, e propõe o uso de metodologias ativas e compromisso com o desenvolvimento humano em vez de submissão. Ele também discute a importância da inteligência emocional e do ensino para "ser mais", visando a emancipação humana em contraste com os objetivos do capitalismo.
1. Ensinar e aprender com sentido
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
Professor Fabio Batalha Monteiro de Barros
CEFET-RJ Uned Nova Friburgo
2011
2. Observação da realidade
Como anda nossa escola?
O que vemos hoje?
Quais as necessidades do mundo de hoje?
Como será o amanhã?
Qual o sentido do ensino-aprendizagem?
Quais os principais problemas na educação?
3. Observação da realidade
Vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=oMt3b8MDD-
M&feature=player_embedded
4. Observação da realidade
Alguns problemas da educação hoje:
Aluno pobre não fica na escola – exclusão social;
Aluno não aprende – depois de um ano há
somente 10% a 20% de retenção do que foi
ensinado por mera exposição sem sentido para
o aluno;
Aluno que fica é educado para a
submissão, dependência e alienação;
5. Observação da realidade
O professor adoece
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), ainda em
1983, apontou os professores “como sendo a segunda
categoria profissional, em nível mundial, a portar doenças de
caráter ocupacional, incluindo desde reações alérgicas a giz,
distúrbios vocais, gastrite e até esquizofrenia”
(VASCONCELOS, 1997, p. 20).
O estresse que acomete o professor é considerado pela OIT
não somente como um fenômeno isolado, mas um risco
ocupacional significativo da profissão. O contato direto com o
público é o agravante para a deflagração de doenças
psicossomáticas.
Toda atividade profissional tem riscos, mas algumas
atividades são mais propensas a adoecer o trabalhador.
6. Observação da realidade
Alguns dos eventos relacionados:
Baixos salários
Desvalorização do professor
Escolas opressoras sem espaço para criatividade, democracia e
sem liberdade
Concepção do ensino como mera transmissão de conhecimentos
Alienação do trabalho do professor
Falta de diálogo no ambiente escolar
Desvalorização das emoções
Falta de infra-estrutura
Falta de motivação etc etc
7. Como definir o problema
A essência do problema é a necessidade. (...) Assim, uma
questão, em si, não caracteriza o problema, nem mesmo cuja
resposta é desconhecida; mas uma questão cuja resposta se
desconhece e se necessita conhecer, eis aí um problema. Algo
que eu não sei não é problema; mas quando eu ignoro
alguma coisa que eu preciso saber , eis-me diante de um
problema. Da mesma forma, um obstáculo que é necessário
transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma
dúvida que não pode deixar de ser dissipada são situações
que se nos configuram como verdadeiramente
problemáticas." (Saviani, 1996, p.14)
8. Exemplos de problemas
"Como ajudar os alunos do ensino supletivo na disciplina de física em
suas dificuldades em matemática elementar?"
ou,
"Ensino de História: Até que ponto uma nova postura em relação ao
ensino de História está presente na prática de professores do ensino
médio?"
ou ainda,
"Que características deve possuir o instrumento de avaliação da
prova didática para o ingresso do professor no ensino superior, numa
perspectica mais crítica sobre o papel docente?"
(Berbel,N., Metodologia da Problematização: Fundamentos e Aplicações, 2006)
9. O Problema
Como ensinar com sentido e prazer, de forma a
contribuir para a felicidade, realização pessoal e
profissional de cada aluno e com uma sociedade
mais justa, humana e socialmente viável?
11. Teorização - capitalismo
O objetivo central dos que lutam contra a sociedade
mercantil, a alienação e a intolerância é a
emancipação humana. A educação, que poderia ser
uma alavanca essencial para a mudança, tornou-se
instrumento daqueles estigmas da sociedade
capitalista: "fornecer os conhecimentos e o pessoal
necessário à maquinaria produtiva em expansão do
sistema capitalista, mas também gerar e transmitir
um quadro de valores que legitima os interesses
dominantes".
12. Teorização - capitalismo
Em outras palavras, tornou-se uma peça do processo
de acumulação de capital e de estabelecimento de
um consenso que torna possivel a reprodução do
injusto sistema de classes. Em lugar de instrumento
da emancipação humana, agora é mecanismo de
perpetuação e reprodução deste sistema.
Educação para além do capital. Istvan Meszaros. Editora
Boitempo, 2008
13. Teorização – mercado de trabalho
A inteligência emocional – habilidade para controlar as
próprias emoções, reagir de forma adequada aos colegas
e manter relacionamentos – é mais valorizada do que o
QI (quociente de inteligência) no ambiente de trabalho.
Foi o que indicou um levantamento da CareerBuilder,
empresa de recursos humanos, ao mostrar que 71% dos
executivos de RH priorizam a inteligência emocional na
hora de contratar um funcionário. A pesquisa foi
realizada com 2.662 pessoas, nos Estados Unidos, entre
os dias 19 de maio e 8 de junho de 2011.
http://www.isecretarias.com/web/inteligencia-emocional-conta-mais-do-que-qi-indica-estudo/
14. Teorização – ser mais
Ser mais: esta expressão é muito usada nos
escritos de Freire. Significa exatamente a
possibilidade que se apresenta ao homem
concreto de deixar de ser coisa, de se humanizar.
Essa possibilidade é fundamental na experiência
humanística de Freire. O compromisso radical
com o homem concreto não pode ser passivo: ele
é práxis, inserção na realidade e conhecimento
científico desta realidade.
15. Teorização – ser mais
A esperança não pode faltar a nenhum trabalhador
(muito menos a nós professores!). Este não pode
ser, segundo Paulo Freire, um homem neutro frente
ao mundo, um homem neutro frente à
desumanização ou humanização, frente à
permanência do que já não representa os caminhos
ou à mudança destes caminhos. Como homem, entre
homens, ele tem que optar: “ou adere à mudança que
ocorre no sentido da verdadeira humanização do
homem, do seu ser mais, ou fica a favor da
permanência.”
http://www.socialismo.org.br/portal/educacao/65-artigo/422-humanismo-e-esperanca-em-paulo-freire
16. Teorização – realização
O quociente intelectual (QI) contribui com apenas 20%
do nosso êxito na vida – os 80% restantes são o resultado
da inteligência emocional, que inclui fatores como a
habilidade de auto-motivação, a persistência, o controle
dos impulsos, a regulação do humor, a empatia, a
organização de grupos, a negociação de conflitos, a busca
de soluções coletivas, o reconhecimento das emoções, os
relacionamentos inter-pessoais e a esperança.
O QI e a inteligência emocional não são destrezas
opostas – mas trabalham de forma separada. É possível
ser intelectualmente brilhante, mas emocionalmente
inepto. Isso causa a maioria dos problemas na vida.
18. Hipóteses de solução
Disseminar a cultura de ensinar e aprender com
sentido, com prazer, utilizando metodologias
problematizadoras;
Praticar o ensino-aprendizagem com compromisso com
o ser mais;
Formar professores e especialistas interessados em
lecionar com habilidades emocionais e compromisso
social, utilizando metodologias ativas para aprender
e ensinar com sentido, com vistas a emancipação
humana e não a submissão.
19. O Problema
Como ensinar com sentido e prazer, de forma a
contribuir para a felicidade, realização pessoal e
profissional de cada aluno e com uma sociedade
mais justa, humana e socialmente viável?
20. Aplicação à realidade
Disseminar a cultura de ensinar e aprender com
sentido, com prazer:
Compartilho aqui dois livros em pdf disponíveis para download de
autoria de Moacir Gadotti:
Boniteza de um sonho: ensinar e aprender com sentido.
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/boniteza.pdf
A escola e o professor : Paulo Freire e a paixão de ensinar.
http://www.paulofreire.org/pub/Crpf/CrpfAcervo000046/Legado_Liv
ros_Moacir_Gadotti_A_escola_e_o_professor.pdf
22. Mais informações
www.aprenderlivre.com.br
Liberdade para ensinar e aprender
O site Aprender Livre é uma comunidade que reúne
pessoas interessadas em ensinar e/ou aprender. Todos
aprendemos e ensinamos em quase todos os
momentos da vida. Esta é uma comunidade
autogestionada, administrada pelo coletivo de
educadores livremente associados e organizada sob os
princípios da economia solidária. Ninguém paga para
participar (associar-se) e todos são livres para entrar e
sair quando quiserem.