1. A escola brasileira descrita no documento vem implementando práticas pedagógicas voltadas para a cultura digital, como o uso de netbooks do programa UCA e ferramentas da Web 2.0.
2. Os professores participam de projetos de autoformação e troca de experiências com uma escola em Portugal, explorando recursos digitais como videoconferências.
3. Um projeto destacado é o "Projeto Sem Fronteiras", que promove o aprendizado colaborativo entre alunos brasileiros e portugueses sobre
1. EDUCAÇÃO E ERA DIGITAL:
ESCOLA BRASILEIRA NA BUSCA A PRÁTICA DO M-
LEARNING
Elisabeth Gomes Pereira
Secretaria da Educação do Estado do Ceará – SEDUC/Br
Raquel Gondim
EEFM Estado do Paraná – SEDUC/Br
Out./2012
2. Introdução
Socialmente imersos na cultura digital novos processos de ensino e aprendizagem se
possibilitam Para cada inovação tecnológica criada, novos fazeres, novas produções,
novas formas de pensar e agir.
Com as tecnologias digitais de comunicação, o mundo entra na escola de forma mais rápida e ampla do
que entrava antes. Mas, ainda mais importante, a escola, cada escola, vai ao mundo e mostra a sua cara, o
que produz, mostra e troca o que realiza. (TORNAGHI, 2010, p.9).
Pressuposto: a escola necessita preparar-se para oferecer uma educação adequada
às novas demandas da sociedade digital. Pesquisar, produzir, publicar, interagir e
comunicar-se digitalmente são habilidades indispensáveis ao cidadão da era digital. A
escola deve incitar o desenvolvimento de práticas pedagógicas e aprendizagens que
resultem em saberes inovadores e relevantes a época vivida.
3. Era digital na educação brasileira
Atualmente vivemos uma experiência ímpar na educação brasileira através do Programa Um
Computador por Aluno – UCA. De acordo com o Gtuca (2012):
O UCA pretende criar e socializar novas formas de utilização das tecnologias digitais nas escolas públicas
brasileiras, para ampliar o processo de inclusão digital escolar. A ideia do laptop conectado [...] gera novas
dimensões de acesso à informação e novas relações com o saber que podem resultar em tendências educacionais
inovadoras, descortinando novos e promissores horizontes de trabalho do conhecimento nas escolas. [...]
Possibilita a criação de redes em interação aluno com aluno, aluno com professor, professor com especialista e um
tanto outro número de enlaces numa experiência de inteligência coletiva, rica, inovadora e multiplicadora do
conhecimento. (GTUCA, 2012, p.1)
Neste trabalho descrevemos sobre o uso dos netbooks do Programa UCA na escola de
Ensino Fundamental e Médio Estado do Paraná localizada em Fortaleza no estado do
Ceará.
4. Escola brasileira na busca ao m-learning
No Ceará apenas 10 escolas da rede pública do Estado participam do programa. As
experiências apresentadas pelas escolas estão sendo riquíssimas, demonstrando a
expansão da inclusão digital e o maior conhecimento sobre m-learning.
A EEFM Estado do Paraná, contando com 353 alunos (turnos manhã e tarde) e 35
professores, vem trabalhando com o UCA desde junho de 2010. Nestes dois anos desafios
diversos têm sido enfrentados.
Ações da escola em destaque:
* O uso intenso dos netbooks em todas as disciplinas explorando pedagogicamente o
aplicativo KOffice (kword, kspread, kpresenter) e outras ferramentas como Tux e Squeak
Etoys.
* Na área de formação através da universidade os professores têm realizado estudos sobre
elaboração de projetos, uso da Web 2.0, currículo e convergência de mídias, uso de
ambientes virtuais de aprendizagem - AVA, e-Proinfo e Sócrates.
5. Experimento prático
Trocas de experiências didáticas tem sido um ponto forte vivido na escola.
Experiência prática do Grupo de Pesquisa Interdidática com seis meses em
desenvolvimento, o qual é parte integrante na nossa investigação de doutoramento
(TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA ESCOLA: estudo
de caso em escolas do Ensino Básico, no Brasil e em Portugal), podendo responder
parte da seguinte questão de pesquisa: Como os professores envolvidos nos
programas governamentais (brasileiro e português) UCA e e-Escola criam e
desenvolvem, na escola, as estratégias didáticas apoiadas pelas TIC?
O experimento vem apoiando a troca de estratégias didáticas entre os professores da
Escola Estado do Paraná e professores da Escola Secundária Carlos Amarante -
ESCA (Braga/Portugal). Caracteriza-se como um espaço de formação continuada
não estruturada e autônoma para as escolas envolvidas. A vivência tem
incentivado os professores a descobertas de ferramentas possivelmente
didáticas do Google+ (stream e hangout), ferramentas para produção de vídeos
como Animoto e Movie Maker online, ferramentas da Web 2.0 como o QUIZ
para prática e aprofundamento do m-learning com netbooks e celulares e,
incentivado a utilização dos AVA Moodle e Sócrates como espaço propiciador
de aprendizagem continua para os alunos.
7. Resultado em destaque
Projetos nascem a cada novo conhecimento possibilitados pelas trocas de
experiências.
DESTAQUE:
Projeto Sem Fronteiras: Ponte Atlântica Brasil e Portugal, o qual “visa através
da aprendizagem colaborativa colocar os alunos envolvidos na busca,
compreensão e interpretação de informações das duas comunidades de modo
que eles possam contribuir com seus conhecimentos” (PARANÁ, 2012).
Aprender no contexto digital significa poder aprender de diferentes formas com
objetos inerentes a cultura digital. E aprender “é pensar, colocar a inteligência em
contato com a informação para transformá-la em conhecimento” (BLÁSIS e
ESTIMA, 2011, p.16).
Videoconferência Hangout
Projeto Sem Fronteiras: Ponte Atlântica Brasil e Portugal
8. Conclusões
1. As ações desenvolvidas pela escola
brasileira configuram a busca pela inserção
2. Aderir a autoformação faz parte
da cultura digital ao seu cotidiano.
do novo perfil do professor da era
digital.
3. Utilizar a pedagogia de projetos torna o
ensino e a aprendizagem um processo flexível
4. A prática da interdisciplinaridade
e de troca, onde se constrói e, não apenas se
supõe concordar com um currículo
reproduz conhecimentos.
dinâmico e múltiplo.
5. A colaboração de parceiros é elemento
6. O uso de equipamentos digitais e
enriquecedor, garantindo a troca de
recursos da Web 2.0 apoiando as
saberes inerente à cibercultura.
ações pedagógicas sugerem a adesão
ao Web Currículo.
7. O netbook utilizado para pesquisas,
gravação de vídeos e videoconferência
confirma a facilidade que trás a convergência 8. A ubiquidade praticada através
de tecnologias e mídias em um único dos netbooks pode intensificar a
dispositivo, além de proporcionar qualidade e interação, a produção e a partilhada
quantidade de opções para as interações entre de saberes.
parceiros.
9. Portanto, fica notório que a escola brasileira mesmo
diante de dificuldades e carências luta com
consciência por um ensinar e aprender
diferenciados, contextualizados e prazerosos, onde a
inclusão digital e o m-learning são os principais
coadjuvantes no seu pensar contemporâneo.
10. Referências
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Currículo [online]. São Paulo: PUC-SP.
Blásis, E. & Estima, R. I.V.B. (orgs.). (2011). Ensinar e Aprender no Mundo Digital:
Fundamentos para a prática pedagógica na cultura digital. São Paulo: Cenpec.
Brandão, C. R. (1995). O que é educação. 33ª ed. São Paulo: Brasiliense.
GTUCA. Módulo de apresentação. (2012).
http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_apresentacao/creditos.html (Acessível em 25 de Maio
de 2012).
Mendonça, R. H. (2009). Tecnologias digitais na educação. In Ministério da Educação Secretaria
de Educação a Distância Brasil, TV Escola - Boletim Salto para o Futuro: Tecnologias Digitais na
Educação. Brasília, DF: MEC/SEED.
Paraná, E. E. F. M. E. (2012). Projeto Sem Fronteiras: Ponte Atlântica Brasil e Portugal.
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Santaella, L. (2010). A aprendizagem ubíqua substitui a educação formal? In ReCeT - Revista de
Computação e Tecnologia da PUC-SP, Ano II, Nº 1. São Paulo: Departamento de Computação -
FCET – PUC.
Taurion, C. A era pós PC. ComputerWorld. (2011).
http://computerworld.uol.com.br/blog/tecnologia/2011/12/12/a-era-pos-pc/ (Acessível em 17 de
Maio de 2012).
Tornaghi, A. (2010). Cultura digital e escola: apresentação da série. In Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância Brasil, TV Escola - Boletim Salto para o Futuro: Cultura digital
e escola. Brasília, DF: MEC/SEED.
11. Ceará: 184 municípios e
806 distritos.
População: ≈ 8 milhões de
habitantes. Áreas urbanas
comportando 75% da
população.
Área total: 148.825,6 km²,
equivalente a 9,57% a
região Nordeste e 1,74% da
área total do Brasil. Sendo
a 4ª maior extensão
territorial da região
Nordeste e 17º entre os
estados brasileiros.
Rede Pública Estadual de
Ensino:
Nº de escolas - 720
Nº escolas de EM - 294
Nº alunos de EM - 307.000
Nº Profs.- ≈ 27.000
12. CONTATOS:
Elisabeth Gomes Pereira
(doutoranda da UMINHO)
bethgomesp@gmail.com
Raquel Gondim
(Profª Especialista do Laboratório de Informática)
raquel.gondim80@gmail.com