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Disciplina: Ciclo Vital II

Professor: Rodrigo Abreu

Aula 04


                         DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA

DOENÇAS CARENCIAIS

    1- Desnutrição Proteico- calórica
Agravo desencadeado por uma má-nutrição, na qual são ingeridas quantidades insuficientes
de alimentos ricos em proteínas e/ou energéticos a ponto de suprir as necessidades do
organismo.
A desnutrição pode originar-se de forma:
    •     primária : baixo nível sócio-econômico - pobreza, privação nutricional, más condições
          ambientais levando a infecções e hospitalizações frequentes, baixo nível educacional e
          cultural, negligência, falta de amamentação, privação afetiva. Neste caso a correção da
          dieta bastará para que se obtenha a cura.
    •     secundária: apesar de haver oferta existem outros fatores que impedem a ingestão e
          absorção dos alimentos - má-absorção, estenose do piloro, ou aumentam a sua
          necessidade - hipertireoidismo. Sua evolução estará na dependência da doença que a
          ocasionou.
    •     mista: situação em que os dois mecanismos estão envolvidos.
A baixa ingestão energética leva o organismo a desenvolver mecanismos de adaptação:
    •     Queda da atividade física em comparação com crianças normais;
    •     Parada no crescimento (falta de ganho de peso e altura);
    •     Alteração da imunidade.
A desnutrição grave pode apresentar-se de três formas:
    a) Marasmo
Marasmo é a desnutrição proteico-calórica do tipo seco, ou seja, é uma desnutrição por falta
de calorias e proteínas em um paciente muito magro e desidratado. Esta condição é resultado
da fome por escassez de alimentos.
O marasmo ocorre quando a pessoa não se alimenta, durante muito tempo, em quantidade
suficiente de nenhum tipo de nutriente necessário ao perfeito funcionamento do corpo
humano.
             Criança fica com baixa atividade
             Pequena para a idade
             Membros delgados devido a atrofia muscular e subcutânea
             Costelas proeminentes
             Pele se mostra solta e enrugada na região das nádegas
             Apresenta infecções constantes
             Comumente é irritadiça
             Seu apetite é variável
b) kwashiorkor
O kwashiorkor é uma condição resultante da ingestão inadequada de proteínas.
   •   Déficit importante de estatura
   •   Massa muscular consumida
   •   Tecido gorduroso subcutâneo preservado, alterações de pele dos membros inferiores
   •   Alterações dos cabelos
   •   Hepatomegalia
   •   Face de lua
   •   Anasarca
   •   Área perineal frequentemente irritada com dermatites e escoriações devido a diarréias
   •   Apatia exagerada, raramente responde a estímulos e não apresenta apetite.




   c) Marasmo-Kwashiorkor
A origem pode ser de um marasmo que entrou em déficit protéico ou um Kwashiorkor que
passou a sofrer déficit energético. Estão presentes: retardo da estatura, do desenvolvimento
neuro psicomotor e queda da resistência imunológica.
Tratamento
   •   Aumento de oferta alimentar, que deve ser feito de forma gradual em função dos
       distúrbios intestinais que podem estar presentes
   •   Após a reversão deste quadro, fornecer dieta hipercalórica para a recuperação do peso
       da criança
   •   Tratar das patologias associadas
   •   Obtenção de adesão da mãe ao tratamento, o que irá facilitar a recuperação da
       criança em menor tempo e com maior intensidade.



   2- Anemia

Patologia ocasionada pela queda da proporção de glóbulos vermelhos (hemácias) ou de
hemoglobina no sangue. Temos vários tipos de anemia, mas a mais comum é a causada pela
deficiência de ferro no organismo - a chamada anemia ferropriva, ou pela deficiência de ácido
fólico – anemia perniciosa ou megaloblástica.
O ferro é elemento indispensável na composição dos glóbulos vermelhos, responsáveis pela
oxigenação dos tecidos do corpo.
O déficit de ferro é em geral provocado por erros alimentares.
A mãe transmite para o feto quantidade de ferro suficientes para os primeiros 3 ou 4 meses de
vida do bebê. A partir daí, o organismo infantil precisa suprir sua necessidade de ferro por
meio da ingestão diária de carne, gema de ovo, alguns legumes e cereais enriquecidos.
O leite é muito pobre em ferro; portanto, se a alimentação for exclusivamente a base de leite
materno, quando prolongada, pode levar à anemia.
A diminuição do nível de ferro do organismo pode ser provocada ainda por infecções crônicas
(amigdalite e adenoidite, exemplificando), por diarreias frequentes ou pelas doença que
acarretam perda crônica de sangue, como a Ancilostomose (amarelão), alguns casos
particulares de anemia ferropriva: os que aparecem em crianças prematuras ou em gêmeos,
que não receberam do organismo da mãe a quantidade suficiente de ferro nos primeiros
meses de vida.

Sintomas : A característica marcante da anemia é a descoloração dos lábios, das gengivas, do
interior da boca, das pálpebras e da pele.
Ela é acompanhada ainda por inapetência e apatia. O emagrecimento não está associado a
anemia, crianças de peso normal ou obesas podem estar anêmicas.

Tratamento : Ingestão de ferro por via oral. Se a necessidade de ferro é provocada por outras
doenças, faz-se necessário combate-las. Os casos mais graves de anemia podem exigir
transfusão de sangue.

Prevenção : Alimentação rica e variada evita a anemia. No caso de prematuros e gemelares, a
profilaxia é feita com o ferro em medicamentos desde as primeiras semanas de vida.
Cuidados essenciais para a ANEMIA GRAVE

INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS

São doenças de etiologia viral ou bacteriana que acometem qualquer segmento do trato
respiratório,inicio de 2 à 7 dias.

     1- Amigdalite / Adenoidite
São inflamações nas massas de tecido linfoide localizadas na parte posterior da garganta
(amígdalas) e na região posterior das fossas nasais (adenoides).
Desenvolvem-se rapidamente e continuam grandes até ao 6 ou 7 anos de idade e regredir até
o fim da puberdade.
Nos primeiros anos, a criança tem grande predisposição para contrair infecções na região da
rinofaringe. São muitos comuns nestes menores : os resfriados, amigdalites, adenoidites e
laringites, que podem aparecer isoladas ou combinadas, e duram em geral de 3 a 5 dias.
Porém podem ser mais frequentes em crianças que moram em casa frias e úmidas, é mais
difícil em climas quentes.

Sintomas :
     Amígdalas ficam vermelhas, determinadas vezes com alguns pontinhos amarelos, e
       podem aumentar bastante de tamanho;
     Febre, prostração,
     Inflamação dos gânglios da mandíbula e no pescoço;
     Diarreias e vômitos.
     Mau hálito ( Halitose)quase permanente e o costume de dormir de boca aberta.
Tratamento :
Em geral orienta-se aos responsáveis como usar a adequadamente os antitermicos para baixar
a febre, soro fisiológico para desobstruir as narinas, e determinadas vezes antibióticoterapia.
Orientar o uso de soro oral no caso de diarreia e vômitos intensos, tome os cuidados
necessários para prevenir a desidratação.

    2- Pneumonia e broncopneumonia
São infecções das vias aéreas superiores.
Na pneumonia, o foco de infecção é o pulmão; na broncopneumonia, os bronquíolos terminais
e o tecido pulmonar.

Causas:
Em geral por bactérias comuns que vivem normalmente na mucosa do nariz e na boca e são
responsáveis por resfriados e amigdalites.
As bactérias só atingem o pulmão quando em condições favoráveis, isto é baixa imunidade, um
organismo debilitado pela desnutrição ou por infecções prolongadas. Os bebês são vulneráveis
à pneumonia e à broncopneumonia pois os ramos de seus brônquios são muito curtos e
passam um tempo maior deitados o que faz o muco infectado desça para o pulmão, podem
ainda serem provocadas por vírus, mas em casos raros.

Sintomas :
     Hiperpirexia
     Febre leve,;
     Perda de apetite,
     Tosse,
     Dores abdominal
     Diarreia.
     O desenvolvimento das duas patologias , em geral não são muito diferentes com:
       febre (40°C), palidez, cianose, tosse forte e constante e dispneia.

Tratamento :

O tratamento com antibioticoterapia. Em geral, a criança costuma melhorar bastante nos
primeiros 3 dias de tratamento e depois de 2 semanas a cura.
Prevenção : Tratar todas as infecções das vias aéreas superiores adequadamente, tais como
resfriados, amigdalites e laringites, a fim de evitar que cheguem aos pulmões e os brônquios.


    3- Asma
Pode ser causada por alergia a substâncias que penetram pela via respiratória (poeira, pólen
de plantas, pêlos de tapetes ou animais, penas, inseticidas, fumaças etc.), por alergia a
determinados alimentos, por fatores hereditários ou psicológicos.

Sintomas :
Roncos,estertores e sibilância, tosse, catarro e taquipneia, são as manifestações de asma.
É marcada por crises, mais frequentes à noite, em que a criança apresenta intensa sudorese,
empalidece, dispneia e fica, algumas vezes, com as veias do pescoço saltadas. Em
determinados casos, a crise assume uma forma contínua, mas menos intensa, que pode durar
dias ou até semanas, e levar a criança ao "estado de mal asmático".

Tratamento :
É muito difícil determinar exatamente o que está causando a doença, a primeira providência é
tentar controlar os possíveis agentes provocadores da crise. Desta forma, o quarto da criança
deve ser simples objetos que acumulem poeira, como tapetes, cortinas e bichinhos de pelúcia.
O quarto receber a luz solar, de modo a impedir a umidade das paredes, que irão favorecer a
proliferação de fungos e a infecção das vias aéreas.
Crianças mais sensíveis ou que tenham familiares propensos a alergias, devem ter o cuidado
na introdução de novos alimentos, especialmente aqueles a que sua genitora, tenha
demonstrado ser sensível.
A criança deve ser receber atendimento médico e acompanhamento também.
Os medicamentos em geral utilizados são aqueles que aliviam a obstrução dos brônquios, e
sua prescrição deve ser controlado, para evitar uma dose excessiva(superdosagem).
     Salbutamol
     Fenoterol
     Brometo de Ipratrópio
A terapia medicamentosa não cura, a doença normalmente persiste até a puberdade, podendo
desaparecer ou atenuar-se depois. A criança necessita de cuidados , observação dos fatores
que lhe causem alergias.


   4- Laringite

A laringite é uma doença viral comum em crianças, caracterizada pelo surgimento súbito da
tosse, ela pode provocar edema na laringe e na traquéia, na região da garganta, obstruindo a
passagem de ar pelas vias aéreas e dificultando a respiração.

Tratamento:
Como a laringite é causada por vírus, não adianta dar antibiótico, sendo indicado o uso de
analgésicos e antitérmicos (se necessário).


   5- OTITE

Otite é um termo geral para infecção ou inflamação no ouvido.
A otite pode afetar as partes internas ou externas do ouvido. A doença é classificada como
aguda (surge subitamente e por pouco tempo) ou crônica (surge repetidamente por um longo
período).
A infecção no ouvido médio se faz através da tuba auditiva quando está com sua função
prejudicada por inflamações ou obstruções, como acontece, por exemplo, nas alergias do nariz
ou nas infecções da faringe (garganta). O germe (bactéria) presente na garganta migra pela
tuba auditiva até o ouvido médio onde se multiplica nas secreções aí acumuladas, resultando
uma otite média aguda. Também o vírus pode causar otite média.

Sintomas:
Os principais sintomas são dor e diminuição da audição. A dor costuma ser severa. Outros
sintomas podem estar presentes: febre, inquietude, perda de apetite e secreção no ouvido se
houver ruptura timpânica (perfuração do ouvido); vômitos e diarréia podem ocorrer nas
crianças pequenas.

Tratamento:
O tratamento é feito com o uso adequado de antibióticos e analgésicos.
INFECÇÕES E AFECÇÕES DE PELE

    1- Furunculose
Estado infeccioso da derme causado por bactérias que agridem as raízes capilares e as
glândulas sebáceas.

Tratamento :
É feito com antibioticoterapia e analgésicos, além de utilização de termoterapia.
A infecção começa a reduzir quando o pus é expelido, mas nunca se deve espremer o
furúnculo, pois o mal pode se alastrar.

Prevenção : Combater focos infecciosos (dentes, garganta etc.), oferecer dieta pobre em
gordura e açúcar e nunca limpar a pele da criança com substâncias oleosas e irritantes.

    2- Impetigo
Infecção da pele causada por uma bactéria, é altamente contagiosa.
Ocorre com mais frequência em crianças cuja higiene não é feita corretamente.
O impetigo bolhoso é produzido por um estreptococo e pode aparecer em recém-nascidos ou
em crianças maiores.

Sintomas :
A forma de impetigo varia muito. Nas crianças maiores, caracteriza-se pelo aparecimento, em
geral no rosto, de nódulos com uma ponta esbranquiçada ou amarelada. Esses caroços
espalham-se por todo o corpo, provocam prurido e rompem-se, soltando um líquido
purulento.
São, então, substituídos por uma crosta espessa e úmida, de cor castanha.
Nos recém-nascidos, o impetigo aparece inicialmente em regiões úmidas, como as virilhas, as
axilas e a parte inferior do abdome, em forma de pequenas pústulas, que se rompem
facilmente e, em vez da crosta, deixam apenas uma área avermelhada e brilhante.

Tratamento :
O impetigo deve ser tratado com muito cuidado, sob vigilância.
O medicamento normalmente consiste em antibióticos e líquidos anti-sépticos para limpar as
feridas e impedir a proliferação. Orienta-se deixar as feridas livres do contato de roupas, para a
aceleração do processo de cura.
No caso de recém-nascidos, a genitora poderá proceder ao rompimento as pústulas com
algodão, tendo o cuidado para que o líquido não contaminar outras partes da pele.
Prevenção :
As roupas da criança devem ser muito bem lavadas.
As roupas do recém-nascido devem ser lavadas e guardadas separadamente das do resto da
família.

    3- Escabiose
Parasitose da pele causada por um ácaro cuja penetração deixa lesões em forma de vesículas,
pápulas ou pequenos sulcos, nos quais ele deposita seus ovos. As áreas preferenciais da pele
onde se visualizam essas lesões são: regiões interdigitais, punhos (face anterior), axilas (pregas
anteriores), região periumbilical, sulco interglúteo, órgãos genitais externos nos homens.
Em crianças e idosos, podem também ocorrer no couro cabeludo, nas palmas e plantas dos
pés.
O prurido é intenso e, caracteristicamente, maior durante a noite, por ser o período de
reprodução e deposição de ovos.
A transmissão se dá através do contato direto com doentes ou roupa de cama de doente.

Tratamento:
Ivermectina, dose única, VO; Benzoato de benzila tópico.
Pode-se usar anti-histamínicos (dexclorfeniramina, prometazina), para alívio do prurido.
Havendo infecção secundária, utiliza-se antibioticoterapia sistêmica. Evitar a iatrogenia
utilizando o escabicida repetidas vezes. Considerar fracasso terapêutico a presença de sinais e
sintomas após 2 semanas.

    4- Dermatite
A dermatite de contato é uma inflamação da pele causada pelo contato direto com uma
substância irritante ou causadora de alergia (irritante ou alérgeno).
A Dermatite seborreica infantil trata-se de um eczema mais frequente das síndromes
eczematosas no período neonatal. As lesões são eritematodescamativas, pouco ou nada
pruriginosas.
As lesões localizam-se preferencialmente no couro cabeludo, face, áreas intertrigionais, área
das fraldas, dobras do pescoço, axilas, virilhas, interglúteos e região periumbilical, podendo
ocorrer disseminação para outras áreas seborreicas.

Tratamento:
Os cremes ou pomadas com corticosteroides podem reduzir a inflamação

DOENÇAS DO APARELHO DIGESTIVO

    1- Estomatite
Conhecida também como comissurite, ou “boqueira” por aparecer nas comissuras labiais
(canto da boca).
 É originada por invasão de bactérias que podem ser transmitidas pela mão ou por objetos
colocados na boca.
Ataca principalmente crianças em idade escolar com deficiência de vitamina B2.
Sintomas :
Surgimento de pequenas inflamações na boca. Como geralmente dói bastante, a criança fica
com receio de comer.
Tratamento :
São lesões auto limitadas, ou seja, resolvem sozinhas em 1 ou 2 semanas., não necessitando de
tratamentos para as úlceras.
Para úlceras aftosas persistentes e/ou dolorosas podem ser necessário:
     Limpeza adequada da boca
     Corticosteróides, esteróides ajudam a reduzir a inflamação da boca causada por aftas
         graves.
     Gel ou creme para alívio da dor na boca (lidocaína) fornece alívio por curto prazo a fim
         de anestesiar a área e aliviar a dor temporariamente.
 Em casos em que seu aparecimento é mais frequente, convém ainda combater a deficiência
de vitaminas, com o uso da vitamina B2 .
Prevenção : Manter rigorosa higiene da boca.

    2- Constipação
As causas da constipação podem ser físicas ou psíquicas, ou as duas.
As causas físicas, encontradas nesta patologia são fraqueza dos músculos do intestino, estados
gerais de fraqueza, raquitismo, anemia, convalescença, falta de exercícios ou simplesmente
inadequações alimentares.
Nas causa psíquicas, temos os problemas relacionados ao treinamento de controle das fezes e
os estados de ansiedade e agressividade.
Algumas constipação causadas por fatores físicos podem piorar por razões psicológicas. A
criança pode apresentar sintomas que passa a ficar também ansiosa em relação às suas
evacuações, e começa a resistir a todos os tratamentos, ou a usar o subterfúgio de "prender"
as fezes para receber mais atenção, em geral a razão psicológica é ocasionada pela mãe que
fica ansiosa e a criança começa a ficar também.
Tratamento
Evitar purgativos salinos,laxantes,lavagens e supositórios: são métodos antinaturais e podem
criar reflexo condicionado contrário, fazendo com que a criança retenha as fezes ao sentir as
contrações do intestino. É aconselhável o uso moderado de preparados à base de óleo
mineral, na dose de uma colher de sobremesa ou até uma colher de sopa, à noite, antes de
deitar. Deve-se evitar de usá-los por muito tempo, pois podem perturbar a absorção dos
alimentos .

DOENÇA DIARREIA AGUDA

A doença diarreica aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos
(bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de
evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência.

Muito comum em crianças, a diarreia surge numa série de situações, obrigando o enfermeiro
a procurar outros dados para formar um diagnóstico.
Pode ser causada por infecção intestinal (geralmente com hiperpirexia, vômitos, cólicas, fezes
líquidas e visguentas e com catarro), por infecções em outros órgãos (infecções respiratórias,
urinárias ou do ouvido), por alimentos deteriorados, por verminoses, por defeitos congênitos,
por intolerância a determinados alimentos ou por distúrbios emocionais (medo, por exemplo).

O modo de transmissão pode ocorrer pela via oral ou fecal-oral, sendo específico para cada
agente etiológico:
• Transmissão indireta – ingestão de água e alimentos contaminados e contato com
objetos contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos
hospitalares);
• Transmissão direta – pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de animais para as
pessoas.

Tratamento
O tratamento da doença diarreica aguda consiste em quatro medidas:
    1. Correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico
A hidratação por meio do sal de reidratação oral (SRO) vem contribuindo significativamente
para a diminuição da mortalidade por diarreias. O esquema de tratamento independe do
diagnóstico etiológico, já que o objetivo da terapêutica é reidratar ou evitar a desidratação.
Na avaliação de um caso de diarreia, deve ser dada ênfase ao estado de hidratação do
paciente para classificar a desidratação e escolher o plano de tratamento preconizado.

Planos de Tratamentos:
Plano A – destina-se a paciente com diarreia e sem sinais de desidratação.
O tratamento é domiciliar, com a utilização de: solução de sais de reidratação oral (SRO);
líquidos disponíveis no domicílio (chás, cozimento de farinha de arroz, água de coco, soro
caseiro, etc.).
Tais líquidos devem ser usados após cada episódio de evacuação ou vômito, de acordo com
as indicações a seguir:
• menores de 2 anos: 50ml;
• maiores de 2 anos: 100 a 200ml;
A alimentação habitual deve ser mantida e estimulada.
É importante ressaltar que os refrigerantes não devem ser utilizados, pois além de ineficazes
como hidratantes, podem agravar a diarreia.

Plano B – destina-se a paciente com diarreia e com sinais de desidratação.
Todos os pacientes desidratados, mas com capacidade de ingerir líquido, devem ser tratados
com solução de SRO.
Não é necessário determinar o volume exato a ser administrado, mas recomenda-se que seja
contínuo, conforme a sede do paciente, até a completa recuperação do estado de hidratação.
Para crianças, a orientação é de 100ml/kg, administrados em um período não superior a 4
horas.
Os lactentes amamentados devem continuar recebendo o leite materno. Para os demais
pacientes, administrar apenas SRO até se completar a reidratação.
Se o paciente vomitar, pode-se reduzir o volume e aumentar a frequência das tomadas.
Os vômitos geralmente cessam após 2 a 3 horas do início da reidratação.
A febre causada pela desidratação geralmente cede na medida em que o paciente se reidrata.
O paciente com desidratação deverá permanecer na unidade de saúde até a reidratação
completa e retornar ao serviço para reavaliação, após 24 a 48 horas ou imediatamente, em
caso de piora. Deve-se observar se a ingestão é superior às perdas.
Os sinais clínicos de desidratação vão desaparecendo paulatinamente, durante o período de
reidratação. Todavia, devido à possibilidade de ocorrer rapidamente maior perda de volume,
os pacientes devem ser avaliados com frequência, para se identificar, oportunamente,
necessidades eventuais de volumes adicionais de solução de SRO.

Plano C – destina-se a paciente com diarreia e desidratação grave.
O uso de sonda nasogástrica (SNG) é indicado apenas em casos de perda de peso após as 2
primeiras horas de tratamento oral, de vômitos persistentes, de distensão abdominal com
ruídos hidroaéreos presentes ou de dificuldade de ingestão.
Nesses casos, administrar 20 a 30ml/kg/hora de SRO.
Só se indica hidratação parenteral (venosa) quando houver alteração da consciência, vômitos
persistentes, mesmo com uso de sonda nasogástrica.
Se o paciente apresentar sinais e sintomas de desidratação grave, com ou sem choque (palidez
acentuada, pulso radial filiforme ou ausente, hipotensão arterial, depressão do sensório), a sua
reidratação deve ser iniciada imediatamente por via endovenosa e ambiente Hospitalar.
2. Combate à desnutrição
A doença diarreica aguda causa desnutrição, caracterizada por anorexia e síndrome perdedora
de proteínas. Após a avaliação, recomenda-se o aumento da ingestão de líquido, como soro
caseiro, sopas e sucos; manter a alimentação habitual, em especial o leite materno e corrigir
eventuais erros alimentares.

    3. Uso adequado de medicamentos
A indicação de antimicrobianos deve ocorrer só quando o benefício é inquestionável, pois a
diarreia aguda, grande parte das vezes, tem curso autolimitado.

      Bactérias – para as diarreias bacterianas podem ser utilizados alguns antimicrobianos,
       como eritromicina, azitromicina, sulfametazol+trimetopim, metronidazol.
      Vírus – não há tratamento etiológico para doença diarreica causada por vírus, apenas
       tratamento de suporte, como correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico
       e tratamento de outros sintomas apresentados, como náuseas e vômitos.
      Parasitos – quando há identificação de parasitos, utilizam-se medicamentos como:
       mebendazol, albendazol e, no caso de protozoários de G. lamblia ou E. hystolitica, é
       recomendado metronidazol.

4. prevenção das complicações.
Prevenir as complicações significa tratar convenientemente a desidratação (com o uso de
terapia de reidratação oral ou venosa), ter uma dieta adequada e usar os antimicrobianos,
quando indicados. Ainda assim, algumas complicações podem acontecer.

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Doenças prevalentes

  • 1. Disciplina: Ciclo Vital II Professor: Rodrigo Abreu Aula 04 DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA DOENÇAS CARENCIAIS 1- Desnutrição Proteico- calórica Agravo desencadeado por uma má-nutrição, na qual são ingeridas quantidades insuficientes de alimentos ricos em proteínas e/ou energéticos a ponto de suprir as necessidades do organismo. A desnutrição pode originar-se de forma: • primária : baixo nível sócio-econômico - pobreza, privação nutricional, más condições ambientais levando a infecções e hospitalizações frequentes, baixo nível educacional e cultural, negligência, falta de amamentação, privação afetiva. Neste caso a correção da dieta bastará para que se obtenha a cura. • secundária: apesar de haver oferta existem outros fatores que impedem a ingestão e absorção dos alimentos - má-absorção, estenose do piloro, ou aumentam a sua necessidade - hipertireoidismo. Sua evolução estará na dependência da doença que a ocasionou. • mista: situação em que os dois mecanismos estão envolvidos. A baixa ingestão energética leva o organismo a desenvolver mecanismos de adaptação: • Queda da atividade física em comparação com crianças normais; • Parada no crescimento (falta de ganho de peso e altura); • Alteração da imunidade. A desnutrição grave pode apresentar-se de três formas: a) Marasmo Marasmo é a desnutrição proteico-calórica do tipo seco, ou seja, é uma desnutrição por falta de calorias e proteínas em um paciente muito magro e desidratado. Esta condição é resultado da fome por escassez de alimentos. O marasmo ocorre quando a pessoa não se alimenta, durante muito tempo, em quantidade suficiente de nenhum tipo de nutriente necessário ao perfeito funcionamento do corpo humano.  Criança fica com baixa atividade  Pequena para a idade  Membros delgados devido a atrofia muscular e subcutânea  Costelas proeminentes  Pele se mostra solta e enrugada na região das nádegas  Apresenta infecções constantes  Comumente é irritadiça  Seu apetite é variável
  • 2. b) kwashiorkor O kwashiorkor é uma condição resultante da ingestão inadequada de proteínas. • Déficit importante de estatura • Massa muscular consumida • Tecido gorduroso subcutâneo preservado, alterações de pele dos membros inferiores • Alterações dos cabelos • Hepatomegalia • Face de lua • Anasarca • Área perineal frequentemente irritada com dermatites e escoriações devido a diarréias • Apatia exagerada, raramente responde a estímulos e não apresenta apetite. c) Marasmo-Kwashiorkor A origem pode ser de um marasmo que entrou em déficit protéico ou um Kwashiorkor que passou a sofrer déficit energético. Estão presentes: retardo da estatura, do desenvolvimento neuro psicomotor e queda da resistência imunológica. Tratamento • Aumento de oferta alimentar, que deve ser feito de forma gradual em função dos distúrbios intestinais que podem estar presentes • Após a reversão deste quadro, fornecer dieta hipercalórica para a recuperação do peso da criança • Tratar das patologias associadas • Obtenção de adesão da mãe ao tratamento, o que irá facilitar a recuperação da criança em menor tempo e com maior intensidade. 2- Anemia Patologia ocasionada pela queda da proporção de glóbulos vermelhos (hemácias) ou de hemoglobina no sangue. Temos vários tipos de anemia, mas a mais comum é a causada pela deficiência de ferro no organismo - a chamada anemia ferropriva, ou pela deficiência de ácido fólico – anemia perniciosa ou megaloblástica. O ferro é elemento indispensável na composição dos glóbulos vermelhos, responsáveis pela oxigenação dos tecidos do corpo. O déficit de ferro é em geral provocado por erros alimentares.
  • 3. A mãe transmite para o feto quantidade de ferro suficientes para os primeiros 3 ou 4 meses de vida do bebê. A partir daí, o organismo infantil precisa suprir sua necessidade de ferro por meio da ingestão diária de carne, gema de ovo, alguns legumes e cereais enriquecidos. O leite é muito pobre em ferro; portanto, se a alimentação for exclusivamente a base de leite materno, quando prolongada, pode levar à anemia. A diminuição do nível de ferro do organismo pode ser provocada ainda por infecções crônicas (amigdalite e adenoidite, exemplificando), por diarreias frequentes ou pelas doença que acarretam perda crônica de sangue, como a Ancilostomose (amarelão), alguns casos particulares de anemia ferropriva: os que aparecem em crianças prematuras ou em gêmeos, que não receberam do organismo da mãe a quantidade suficiente de ferro nos primeiros meses de vida. Sintomas : A característica marcante da anemia é a descoloração dos lábios, das gengivas, do interior da boca, das pálpebras e da pele. Ela é acompanhada ainda por inapetência e apatia. O emagrecimento não está associado a anemia, crianças de peso normal ou obesas podem estar anêmicas. Tratamento : Ingestão de ferro por via oral. Se a necessidade de ferro é provocada por outras doenças, faz-se necessário combate-las. Os casos mais graves de anemia podem exigir transfusão de sangue. Prevenção : Alimentação rica e variada evita a anemia. No caso de prematuros e gemelares, a profilaxia é feita com o ferro em medicamentos desde as primeiras semanas de vida. Cuidados essenciais para a ANEMIA GRAVE INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS São doenças de etiologia viral ou bacteriana que acometem qualquer segmento do trato respiratório,inicio de 2 à 7 dias. 1- Amigdalite / Adenoidite São inflamações nas massas de tecido linfoide localizadas na parte posterior da garganta (amígdalas) e na região posterior das fossas nasais (adenoides). Desenvolvem-se rapidamente e continuam grandes até ao 6 ou 7 anos de idade e regredir até o fim da puberdade. Nos primeiros anos, a criança tem grande predisposição para contrair infecções na região da rinofaringe. São muitos comuns nestes menores : os resfriados, amigdalites, adenoidites e laringites, que podem aparecer isoladas ou combinadas, e duram em geral de 3 a 5 dias. Porém podem ser mais frequentes em crianças que moram em casa frias e úmidas, é mais difícil em climas quentes. Sintomas :  Amígdalas ficam vermelhas, determinadas vezes com alguns pontinhos amarelos, e podem aumentar bastante de tamanho;  Febre, prostração,  Inflamação dos gânglios da mandíbula e no pescoço;  Diarreias e vômitos.  Mau hálito ( Halitose)quase permanente e o costume de dormir de boca aberta.
  • 4. Tratamento : Em geral orienta-se aos responsáveis como usar a adequadamente os antitermicos para baixar a febre, soro fisiológico para desobstruir as narinas, e determinadas vezes antibióticoterapia. Orientar o uso de soro oral no caso de diarreia e vômitos intensos, tome os cuidados necessários para prevenir a desidratação. 2- Pneumonia e broncopneumonia São infecções das vias aéreas superiores. Na pneumonia, o foco de infecção é o pulmão; na broncopneumonia, os bronquíolos terminais e o tecido pulmonar. Causas: Em geral por bactérias comuns que vivem normalmente na mucosa do nariz e na boca e são responsáveis por resfriados e amigdalites. As bactérias só atingem o pulmão quando em condições favoráveis, isto é baixa imunidade, um organismo debilitado pela desnutrição ou por infecções prolongadas. Os bebês são vulneráveis à pneumonia e à broncopneumonia pois os ramos de seus brônquios são muito curtos e passam um tempo maior deitados o que faz o muco infectado desça para o pulmão, podem ainda serem provocadas por vírus, mas em casos raros. Sintomas :  Hiperpirexia  Febre leve,;  Perda de apetite,  Tosse,  Dores abdominal  Diarreia.  O desenvolvimento das duas patologias , em geral não são muito diferentes com: febre (40°C), palidez, cianose, tosse forte e constante e dispneia. Tratamento : O tratamento com antibioticoterapia. Em geral, a criança costuma melhorar bastante nos primeiros 3 dias de tratamento e depois de 2 semanas a cura. Prevenção : Tratar todas as infecções das vias aéreas superiores adequadamente, tais como resfriados, amigdalites e laringites, a fim de evitar que cheguem aos pulmões e os brônquios. 3- Asma Pode ser causada por alergia a substâncias que penetram pela via respiratória (poeira, pólen de plantas, pêlos de tapetes ou animais, penas, inseticidas, fumaças etc.), por alergia a determinados alimentos, por fatores hereditários ou psicológicos. Sintomas : Roncos,estertores e sibilância, tosse, catarro e taquipneia, são as manifestações de asma. É marcada por crises, mais frequentes à noite, em que a criança apresenta intensa sudorese, empalidece, dispneia e fica, algumas vezes, com as veias do pescoço saltadas. Em determinados casos, a crise assume uma forma contínua, mas menos intensa, que pode durar dias ou até semanas, e levar a criança ao "estado de mal asmático". Tratamento :
  • 5. É muito difícil determinar exatamente o que está causando a doença, a primeira providência é tentar controlar os possíveis agentes provocadores da crise. Desta forma, o quarto da criança deve ser simples objetos que acumulem poeira, como tapetes, cortinas e bichinhos de pelúcia. O quarto receber a luz solar, de modo a impedir a umidade das paredes, que irão favorecer a proliferação de fungos e a infecção das vias aéreas. Crianças mais sensíveis ou que tenham familiares propensos a alergias, devem ter o cuidado na introdução de novos alimentos, especialmente aqueles a que sua genitora, tenha demonstrado ser sensível. A criança deve ser receber atendimento médico e acompanhamento também. Os medicamentos em geral utilizados são aqueles que aliviam a obstrução dos brônquios, e sua prescrição deve ser controlado, para evitar uma dose excessiva(superdosagem).  Salbutamol  Fenoterol  Brometo de Ipratrópio A terapia medicamentosa não cura, a doença normalmente persiste até a puberdade, podendo desaparecer ou atenuar-se depois. A criança necessita de cuidados , observação dos fatores que lhe causem alergias. 4- Laringite A laringite é uma doença viral comum em crianças, caracterizada pelo surgimento súbito da tosse, ela pode provocar edema na laringe e na traquéia, na região da garganta, obstruindo a passagem de ar pelas vias aéreas e dificultando a respiração. Tratamento: Como a laringite é causada por vírus, não adianta dar antibiótico, sendo indicado o uso de analgésicos e antitérmicos (se necessário). 5- OTITE Otite é um termo geral para infecção ou inflamação no ouvido. A otite pode afetar as partes internas ou externas do ouvido. A doença é classificada como aguda (surge subitamente e por pouco tempo) ou crônica (surge repetidamente por um longo período). A infecção no ouvido médio se faz através da tuba auditiva quando está com sua função prejudicada por inflamações ou obstruções, como acontece, por exemplo, nas alergias do nariz ou nas infecções da faringe (garganta). O germe (bactéria) presente na garganta migra pela tuba auditiva até o ouvido médio onde se multiplica nas secreções aí acumuladas, resultando uma otite média aguda. Também o vírus pode causar otite média. Sintomas: Os principais sintomas são dor e diminuição da audição. A dor costuma ser severa. Outros sintomas podem estar presentes: febre, inquietude, perda de apetite e secreção no ouvido se houver ruptura timpânica (perfuração do ouvido); vômitos e diarréia podem ocorrer nas crianças pequenas. Tratamento: O tratamento é feito com o uso adequado de antibióticos e analgésicos.
  • 6. INFECÇÕES E AFECÇÕES DE PELE 1- Furunculose Estado infeccioso da derme causado por bactérias que agridem as raízes capilares e as glândulas sebáceas. Tratamento : É feito com antibioticoterapia e analgésicos, além de utilização de termoterapia. A infecção começa a reduzir quando o pus é expelido, mas nunca se deve espremer o furúnculo, pois o mal pode se alastrar. Prevenção : Combater focos infecciosos (dentes, garganta etc.), oferecer dieta pobre em gordura e açúcar e nunca limpar a pele da criança com substâncias oleosas e irritantes. 2- Impetigo Infecção da pele causada por uma bactéria, é altamente contagiosa. Ocorre com mais frequência em crianças cuja higiene não é feita corretamente. O impetigo bolhoso é produzido por um estreptococo e pode aparecer em recém-nascidos ou em crianças maiores. Sintomas : A forma de impetigo varia muito. Nas crianças maiores, caracteriza-se pelo aparecimento, em geral no rosto, de nódulos com uma ponta esbranquiçada ou amarelada. Esses caroços espalham-se por todo o corpo, provocam prurido e rompem-se, soltando um líquido purulento. São, então, substituídos por uma crosta espessa e úmida, de cor castanha. Nos recém-nascidos, o impetigo aparece inicialmente em regiões úmidas, como as virilhas, as axilas e a parte inferior do abdome, em forma de pequenas pústulas, que se rompem facilmente e, em vez da crosta, deixam apenas uma área avermelhada e brilhante. Tratamento : O impetigo deve ser tratado com muito cuidado, sob vigilância. O medicamento normalmente consiste em antibióticos e líquidos anti-sépticos para limpar as feridas e impedir a proliferação. Orienta-se deixar as feridas livres do contato de roupas, para a aceleração do processo de cura. No caso de recém-nascidos, a genitora poderá proceder ao rompimento as pústulas com algodão, tendo o cuidado para que o líquido não contaminar outras partes da pele. Prevenção : As roupas da criança devem ser muito bem lavadas. As roupas do recém-nascido devem ser lavadas e guardadas separadamente das do resto da família. 3- Escabiose Parasitose da pele causada por um ácaro cuja penetração deixa lesões em forma de vesículas, pápulas ou pequenos sulcos, nos quais ele deposita seus ovos. As áreas preferenciais da pele onde se visualizam essas lesões são: regiões interdigitais, punhos (face anterior), axilas (pregas anteriores), região periumbilical, sulco interglúteo, órgãos genitais externos nos homens. Em crianças e idosos, podem também ocorrer no couro cabeludo, nas palmas e plantas dos pés. O prurido é intenso e, caracteristicamente, maior durante a noite, por ser o período de reprodução e deposição de ovos.
  • 7. A transmissão se dá através do contato direto com doentes ou roupa de cama de doente. Tratamento: Ivermectina, dose única, VO; Benzoato de benzila tópico. Pode-se usar anti-histamínicos (dexclorfeniramina, prometazina), para alívio do prurido. Havendo infecção secundária, utiliza-se antibioticoterapia sistêmica. Evitar a iatrogenia utilizando o escabicida repetidas vezes. Considerar fracasso terapêutico a presença de sinais e sintomas após 2 semanas. 4- Dermatite A dermatite de contato é uma inflamação da pele causada pelo contato direto com uma substância irritante ou causadora de alergia (irritante ou alérgeno). A Dermatite seborreica infantil trata-se de um eczema mais frequente das síndromes eczematosas no período neonatal. As lesões são eritematodescamativas, pouco ou nada pruriginosas. As lesões localizam-se preferencialmente no couro cabeludo, face, áreas intertrigionais, área das fraldas, dobras do pescoço, axilas, virilhas, interglúteos e região periumbilical, podendo ocorrer disseminação para outras áreas seborreicas. Tratamento: Os cremes ou pomadas com corticosteroides podem reduzir a inflamação DOENÇAS DO APARELHO DIGESTIVO 1- Estomatite Conhecida também como comissurite, ou “boqueira” por aparecer nas comissuras labiais (canto da boca). É originada por invasão de bactérias que podem ser transmitidas pela mão ou por objetos colocados na boca. Ataca principalmente crianças em idade escolar com deficiência de vitamina B2. Sintomas : Surgimento de pequenas inflamações na boca. Como geralmente dói bastante, a criança fica com receio de comer. Tratamento : São lesões auto limitadas, ou seja, resolvem sozinhas em 1 ou 2 semanas., não necessitando de tratamentos para as úlceras. Para úlceras aftosas persistentes e/ou dolorosas podem ser necessário:  Limpeza adequada da boca  Corticosteróides, esteróides ajudam a reduzir a inflamação da boca causada por aftas graves.  Gel ou creme para alívio da dor na boca (lidocaína) fornece alívio por curto prazo a fim de anestesiar a área e aliviar a dor temporariamente. Em casos em que seu aparecimento é mais frequente, convém ainda combater a deficiência de vitaminas, com o uso da vitamina B2 . Prevenção : Manter rigorosa higiene da boca. 2- Constipação As causas da constipação podem ser físicas ou psíquicas, ou as duas. As causas físicas, encontradas nesta patologia são fraqueza dos músculos do intestino, estados gerais de fraqueza, raquitismo, anemia, convalescença, falta de exercícios ou simplesmente inadequações alimentares.
  • 8. Nas causa psíquicas, temos os problemas relacionados ao treinamento de controle das fezes e os estados de ansiedade e agressividade. Algumas constipação causadas por fatores físicos podem piorar por razões psicológicas. A criança pode apresentar sintomas que passa a ficar também ansiosa em relação às suas evacuações, e começa a resistir a todos os tratamentos, ou a usar o subterfúgio de "prender" as fezes para receber mais atenção, em geral a razão psicológica é ocasionada pela mãe que fica ansiosa e a criança começa a ficar também. Tratamento Evitar purgativos salinos,laxantes,lavagens e supositórios: são métodos antinaturais e podem criar reflexo condicionado contrário, fazendo com que a criança retenha as fezes ao sentir as contrações do intestino. É aconselhável o uso moderado de preparados à base de óleo mineral, na dose de uma colher de sobremesa ou até uma colher de sopa, à noite, antes de deitar. Deve-se evitar de usá-los por muito tempo, pois podem perturbar a absorção dos alimentos . DOENÇA DIARREIA AGUDA A doença diarreica aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Muito comum em crianças, a diarreia surge numa série de situações, obrigando o enfermeiro a procurar outros dados para formar um diagnóstico. Pode ser causada por infecção intestinal (geralmente com hiperpirexia, vômitos, cólicas, fezes líquidas e visguentas e com catarro), por infecções em outros órgãos (infecções respiratórias, urinárias ou do ouvido), por alimentos deteriorados, por verminoses, por defeitos congênitos, por intolerância a determinados alimentos ou por distúrbios emocionais (medo, por exemplo). O modo de transmissão pode ocorrer pela via oral ou fecal-oral, sendo específico para cada agente etiológico: • Transmissão indireta – ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares); • Transmissão direta – pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de animais para as pessoas. Tratamento O tratamento da doença diarreica aguda consiste em quatro medidas: 1. Correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico A hidratação por meio do sal de reidratação oral (SRO) vem contribuindo significativamente para a diminuição da mortalidade por diarreias. O esquema de tratamento independe do diagnóstico etiológico, já que o objetivo da terapêutica é reidratar ou evitar a desidratação. Na avaliação de um caso de diarreia, deve ser dada ênfase ao estado de hidratação do paciente para classificar a desidratação e escolher o plano de tratamento preconizado. Planos de Tratamentos: Plano A – destina-se a paciente com diarreia e sem sinais de desidratação. O tratamento é domiciliar, com a utilização de: solução de sais de reidratação oral (SRO); líquidos disponíveis no domicílio (chás, cozimento de farinha de arroz, água de coco, soro caseiro, etc.). Tais líquidos devem ser usados após cada episódio de evacuação ou vômito, de acordo com as indicações a seguir:
  • 9. • menores de 2 anos: 50ml; • maiores de 2 anos: 100 a 200ml; A alimentação habitual deve ser mantida e estimulada. É importante ressaltar que os refrigerantes não devem ser utilizados, pois além de ineficazes como hidratantes, podem agravar a diarreia. Plano B – destina-se a paciente com diarreia e com sinais de desidratação. Todos os pacientes desidratados, mas com capacidade de ingerir líquido, devem ser tratados com solução de SRO. Não é necessário determinar o volume exato a ser administrado, mas recomenda-se que seja contínuo, conforme a sede do paciente, até a completa recuperação do estado de hidratação. Para crianças, a orientação é de 100ml/kg, administrados em um período não superior a 4 horas. Os lactentes amamentados devem continuar recebendo o leite materno. Para os demais pacientes, administrar apenas SRO até se completar a reidratação. Se o paciente vomitar, pode-se reduzir o volume e aumentar a frequência das tomadas. Os vômitos geralmente cessam após 2 a 3 horas do início da reidratação. A febre causada pela desidratação geralmente cede na medida em que o paciente se reidrata. O paciente com desidratação deverá permanecer na unidade de saúde até a reidratação completa e retornar ao serviço para reavaliação, após 24 a 48 horas ou imediatamente, em caso de piora. Deve-se observar se a ingestão é superior às perdas. Os sinais clínicos de desidratação vão desaparecendo paulatinamente, durante o período de reidratação. Todavia, devido à possibilidade de ocorrer rapidamente maior perda de volume, os pacientes devem ser avaliados com frequência, para se identificar, oportunamente, necessidades eventuais de volumes adicionais de solução de SRO. Plano C – destina-se a paciente com diarreia e desidratação grave. O uso de sonda nasogástrica (SNG) é indicado apenas em casos de perda de peso após as 2 primeiras horas de tratamento oral, de vômitos persistentes, de distensão abdominal com ruídos hidroaéreos presentes ou de dificuldade de ingestão. Nesses casos, administrar 20 a 30ml/kg/hora de SRO. Só se indica hidratação parenteral (venosa) quando houver alteração da consciência, vômitos persistentes, mesmo com uso de sonda nasogástrica. Se o paciente apresentar sinais e sintomas de desidratação grave, com ou sem choque (palidez acentuada, pulso radial filiforme ou ausente, hipotensão arterial, depressão do sensório), a sua reidratação deve ser iniciada imediatamente por via endovenosa e ambiente Hospitalar.
  • 10. 2. Combate à desnutrição A doença diarreica aguda causa desnutrição, caracterizada por anorexia e síndrome perdedora de proteínas. Após a avaliação, recomenda-se o aumento da ingestão de líquido, como soro caseiro, sopas e sucos; manter a alimentação habitual, em especial o leite materno e corrigir eventuais erros alimentares. 3. Uso adequado de medicamentos A indicação de antimicrobianos deve ocorrer só quando o benefício é inquestionável, pois a diarreia aguda, grande parte das vezes, tem curso autolimitado.  Bactérias – para as diarreias bacterianas podem ser utilizados alguns antimicrobianos, como eritromicina, azitromicina, sulfametazol+trimetopim, metronidazol.  Vírus – não há tratamento etiológico para doença diarreica causada por vírus, apenas tratamento de suporte, como correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico e tratamento de outros sintomas apresentados, como náuseas e vômitos.  Parasitos – quando há identificação de parasitos, utilizam-se medicamentos como: mebendazol, albendazol e, no caso de protozoários de G. lamblia ou E. hystolitica, é recomendado metronidazol. 4. prevenção das complicações. Prevenir as complicações significa tratar convenientemente a desidratação (com o uso de terapia de reidratação oral ou venosa), ter uma dieta adequada e usar os antimicrobianos, quando indicados. Ainda assim, algumas complicações podem acontecer.