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CORDEIRO, Waldemar (1925-1973). Nascido em Roma (Itália) e falecido em São Paulo. Fez
seus estudos na Academia de Belas Artes de Roma, fixando-se no imediato após-guerra em
São Paulo, onde de 1946 até sua morte prematura, aos 48 anos, desenvolveu intensa atividade
como pintor, escultor, urbanista, paisagista, crítico e teórico de arte, tendo sido um dos
precursores, no Brasil, da arte concreta e da chamada arteônica (arte realizada por meios
eletrônicos).

Espírito irrequieto, buscando sempre uma atualização de códigos que lhe permitissem externar
em termos de arte a complexa realidade do mundo contemporâneo, Cordeiro não hesitou em
adotar sucessivas linguagens, só aparentemente desconectadas entre si; e se sua atividade de
teórico lhe furtou um tempo precioso ao fazer artístico, é fora de dúvida que só sua teorização
já lhe garantiria lugar de destaque entre nossos mais lúcidos e criativos artistas do Séc. XX.

Cordeiro fundou em São Paulo, em 1949, o Art Club, participando, nesse mesmo ano, da
mostra Do Figurativismo ao Abstracionismo, com que se abriu ao público o Museu de Arte
Moderna de São Paulo; no ano seguinte assumia a coluna de crítica de arte na Folha de São
Paulo. Na década de 1950 sua participação nos movimentos de vanguarda torna-se intensa. Já
em 1952 é o organizador e teórico do Grupo Ruptura, e nos meados dos anos 50 é a figura de
proa da arte concreta em São Paulo, tendo exposto nas mostras nacionais de 1956 em São
Paulo e de 1957 no Rio de Janeiro, bem como, em 1960, na Mostra Internacional de Arte
Concreta de Zurique. Por volta de 1964 procura dar corpo a um novo movimento estético a que
deu o nome de Popcreto, e que não é, como pensam muitos, simples mistura de elementos da
Pop Art e de ingredientes do concretismo, mas sim, como escreveu Max Bense, "o encontro de
coisas de consumo prático e coisas de consumo teórico". Logo após toma parte nas mostras
Propostas 65 (São Paulo) e Opinião 65 (Rio de Janeiro), bem como, em 1967, na Nova
Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Interessando-se, a partir
de 1968, pelas aplicações do computador ao campo da atividade estética, passou a trabalhar,
na Unicamp, com uma equipe de matemáticos, físicos, engenheiros e artistas, e em 1971
realizou, na Fundação Armando Álvares Penteado, a primeira exposição internacional de arte
por computação realizada no Brasil - a Arteônica.

Se em Waldemar Cordeiro a atividade de teórico da arte e de agitador cultural dominou todas
as demais, é inegável que sua obra, quantitativamente pequena, posta-se em elevado nível
qualitativo. Eqüivalendo a todo um périplo evolutivo da arte brasileira pós-moderna - desde os
primeiros esquemas construtivistas, em começos da década de 1950, ao concretismo de seus
meados, às formulações do Popcreto, à incursão pela Nova Figuração e finalmente à adoção
de uma linguagem calcada na cibernética e na computação, que articulava quando faleceu.
Muito embora se considerasse, e o fosse efetivamente, um marginal do circuito tradicional das
artes, expôs em numerosas coletivas, como o Salão Paulista de Arte Moderna (aquisição e
medalha de prata em 1954, medalha de ouro em 1960), a Bienal de São Paulo e a Bienal
Nacional de Artes Plásticas da Bahia (Salvador, 1966 - sala especial). Realizou também
algumas individuais (a primeira em 1959, na Galeria de Arte da Folha), foi presidente, em 1957,
da União dos Artistas Plásticos de São Paulo, e único membro brasileiro da Computers Art
Society, de Londres.

                              Movimento, têmpera s/ tela, 1951;
                     0,90 X 0,95, Museu de Arte Contemporânea da USP.

                              Movimento, têmpera s/ tela, 1951;
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Artista pioneiro da arte concreta e computacional

  • 1. CORDEIRO, Waldemar (1925-1973). Nascido em Roma (Itália) e falecido em São Paulo. Fez seus estudos na Academia de Belas Artes de Roma, fixando-se no imediato após-guerra em São Paulo, onde de 1946 até sua morte prematura, aos 48 anos, desenvolveu intensa atividade como pintor, escultor, urbanista, paisagista, crítico e teórico de arte, tendo sido um dos precursores, no Brasil, da arte concreta e da chamada arteônica (arte realizada por meios eletrônicos). Espírito irrequieto, buscando sempre uma atualização de códigos que lhe permitissem externar em termos de arte a complexa realidade do mundo contemporâneo, Cordeiro não hesitou em adotar sucessivas linguagens, só aparentemente desconectadas entre si; e se sua atividade de teórico lhe furtou um tempo precioso ao fazer artístico, é fora de dúvida que só sua teorização já lhe garantiria lugar de destaque entre nossos mais lúcidos e criativos artistas do Séc. XX. Cordeiro fundou em São Paulo, em 1949, o Art Club, participando, nesse mesmo ano, da mostra Do Figurativismo ao Abstracionismo, com que se abriu ao público o Museu de Arte Moderna de São Paulo; no ano seguinte assumia a coluna de crítica de arte na Folha de São Paulo. Na década de 1950 sua participação nos movimentos de vanguarda torna-se intensa. Já em 1952 é o organizador e teórico do Grupo Ruptura, e nos meados dos anos 50 é a figura de proa da arte concreta em São Paulo, tendo exposto nas mostras nacionais de 1956 em São Paulo e de 1957 no Rio de Janeiro, bem como, em 1960, na Mostra Internacional de Arte Concreta de Zurique. Por volta de 1964 procura dar corpo a um novo movimento estético a que deu o nome de Popcreto, e que não é, como pensam muitos, simples mistura de elementos da Pop Art e de ingredientes do concretismo, mas sim, como escreveu Max Bense, "o encontro de coisas de consumo prático e coisas de consumo teórico". Logo após toma parte nas mostras Propostas 65 (São Paulo) e Opinião 65 (Rio de Janeiro), bem como, em 1967, na Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Interessando-se, a partir de 1968, pelas aplicações do computador ao campo da atividade estética, passou a trabalhar, na Unicamp, com uma equipe de matemáticos, físicos, engenheiros e artistas, e em 1971 realizou, na Fundação Armando Álvares Penteado, a primeira exposição internacional de arte por computação realizada no Brasil - a Arteônica. Se em Waldemar Cordeiro a atividade de teórico da arte e de agitador cultural dominou todas as demais, é inegável que sua obra, quantitativamente pequena, posta-se em elevado nível qualitativo. Eqüivalendo a todo um périplo evolutivo da arte brasileira pós-moderna - desde os primeiros esquemas construtivistas, em começos da década de 1950, ao concretismo de seus meados, às formulações do Popcreto, à incursão pela Nova Figuração e finalmente à adoção de uma linguagem calcada na cibernética e na computação, que articulava quando faleceu. Muito embora se considerasse, e o fosse efetivamente, um marginal do circuito tradicional das artes, expôs em numerosas coletivas, como o Salão Paulista de Arte Moderna (aquisição e medalha de prata em 1954, medalha de ouro em 1960), a Bienal de São Paulo e a Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia (Salvador, 1966 - sala especial). Realizou também algumas individuais (a primeira em 1959, na Galeria de Arte da Folha), foi presidente, em 1957, da União dos Artistas Plásticos de São Paulo, e único membro brasileiro da Computers Art Society, de Londres. Movimento, têmpera s/ tela, 1951; 0,90 X 0,95, Museu de Arte Contemporânea da USP. Movimento, têmpera s/ tela, 1951; 0,90 X 0,95, Museu de Arte Contemporânea da USP.