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Coagulação sanguínea
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A coagulação sanguínea é uma sequência complexa de reações químicas que resultam na
formação de um coágulo de fibrina. É uma parte importante da hemostasia (o cessamento da perda
de sangue de um vaso danificado), na qual a parede de vaso sanguíneo danificado é coberta por um
coágulo de fibrina para parar o sangramento e ajudar a reparar o tecido danificado. Desordens na
coagulação podem levar a um aumento no risco de hemorragia, trombose ou embolismo.

A coagulação é semelhante nas várias espécies de mamíferos. Em todos eles o processo envolve
um mecanismo combinado de células (plaquetas) e proteínas (fatores de coagulação). Esse sistema
nos humanos é o mais extensamente pesquisado e consequentemente o mais bem conhecido. Esse
artigo é focado na coagulação sanguínea humana.

                        Índice
                       [esconder]


1 Visão geral

2 Hemostasia Primária

3 Hemostasia Secundária

 o    3.1 Cascata de Coagulação

               3.1.1 Vía intrínseca

               3.1.2 Vía Extrínseca

               3.1.3 Formação da Trombina

 o    3.2 Co-fatores da coagulação

 o    3.3 Inibidores da Coagulação

4 Distúrbios da hemostasia

5 Fatores de Coagulação

6 Fibrinólise

7 História

 o    7.1 Descobertas iniciais

 o    7.2 Fatores de coagulação

 o    7.3 Nomenclatura

8 Bibliografia

9 Referências

10 Ligações externas

[editar]Visão         geral
Em um indivíduo normal, a coagulação é iniciada dentro de 20 segundos após a lesão ocorrer ao
vaso sanguíneo causando dano às células endoteliais. As plaquetas formam imediatamente um
tampão plaquetário no local da lesão. Essa é a chamada hemostasia primária. A hemostasia
secundária acontece quando os componentes do plasmachamados fatores de
coagulação respondem (em uma completa cascata de reações) para formar fios de fibrina, que
fortalecem o tampão plaquetário. Ao contrário da crença comum, a coagulação a partir de um corte
na pele não é iniciada pelo ar ou através da secagem da área, na verdade ocorre através das
plaquetas que se aderem e que são ativadas pelo colágeno do endotélio do vaso sanguíneo que fica
exposto, quando cortado o vaso. As plaquetas ativadas então liberam o conteúdo de seus grânulos,
que contém uma grande variedade de substâncias que estimulam uma ativação ainda maior de
outras plaquetas e melhoram o processo hemostásico..

[editar]Hemostasia       Primária

   Vasoconstrição: primeiramente o vaso lesado se contrai.

   Adesão: Inicia-se quando as plaquetas se aderem ao endotélio vascular. Essa aderência
    acontece com uma ligação entre a glicoproteína Ib/IX/V na superfície das plaquetas e colágeno
    exposto durante a lesão do endotélio. Essa ligação é mediada pelo fator de von Willebrand que
    funciona como uma "ponte" entre a superfície da plaqueta e o colágeno. Quando ocorre uma
    desordem qualitativa ou quantitativa deste fator ocorre a Doença de von Willebrand. A
    aderência leva a ativação plaquetária. Quando ocorre falta da glicoproteína Ib ocorre
    a Síndrome de Bernard-Soulier.

   Ativação Plaquetária: Quando ocorre a ativação das plaquetas, elas mudam de forma e liberam
    conteúdos dos seus grânulos no plasma entre eles produtos de oxidação do ácido araquidônico
    pela via cicloxigenase (PGH2 e seu produto, o tromboxane), ADP, fator de ativação plaquetária
    (PAF). Quando ocorre uso de aspirina por um indivíduo, ocorre a inativação da enzima
    cicloxigenase evitando a síntese de PGH2 e tromboxane e ocorre um prolongamento do tempo
    de sangramento.

   Agregação plaquetária: as plaquetas se agregam uma às outras, formando o chamado "trombo
    branco".
[editar]Hemostasia       Secundária
[editar]Cascata    de Coagulação
Cascata de Coagulação. Legenda: HMWK =Cininogênio de Alto Peso Molecular, PK= Precalicreína, TFPI
=Inibidor do Fator Tissular. Seta preta= conversão/ativação de fatores. Seta vermelha=ação dos inibidores. Seta
Azul= reações catalisadas por fatores ativados. Seta Cinza= várias funções da trombina.


Possui duas vías: intrínseca (vía da ativação de contato) e extrínseca (vía do fator tissular). Ambas
vías tem grande importância e acabam se juntando para formação do coágulo de fibrina. Os fatores
de coagulação são numerados por algarismos romanos e a adição da letra aindica que eles estão
em sua forma ativada. Os fatores de coagulação são geralmente enzimas (serino proteases) com
exceção dos fatores V e VIII que são glicoproteínas e do fator XIII que é uma transglutaminase. As
serino proteases agem clivando outras proteínas.

[editar]Vía intrínseca


    Necessita dos factores de coagulação VIII, IX, X, XI e XII além das proteínas pré-calicreína
     (PK), cininogênio de alto peso molecular (HWHK) e íons cálcio.

    Começa quando a PK, o HWHK, factor XI e XII são expostos a cargas negativas do vaso
     lesado, isso é chamado de "fase de contacto".

    A pré-calicreína então converte-se em calicreína e esta activa o fator XII.

    O fator XII activado acaba convertendo mais prekalicreína em calicreína e activando o factor XI.
     Na presença de íos cálcio, o fator XI ativado ativa o IX. Por sua vez o factor IX activado junto
     com o factor VIII activado, levam à activação do factor X. Deste modo, o complexo enzimático
constituído pelo factor X activado, juntamente com o factor V activado e Ca++, denomina-se de
    Protrombinase.
[editar]Vía Extrínseca


   Após a lesão vascular, o fator tecidual (fator III) é lançado e forma junto ao fator VII ativado um
    complexo (Complexo FT-FVIIa) que irá ativar os fatores IX e X.

   O fator X ativado junto ao fator V ativado formam um complexo (Complexo protrombinase) que
    irá ativar a protrombina em trombina.

   A trombina ativa outros componentes da coagulação entre eles os fatores V e VII (que ativa o
    fator XI que por sua vez ativa o fator IX). Os fatores VII, juntamente com o factor tecidual e
    Ca++ ativados formam o Complexo Tenase Extrínseco que por sua vez ativa o fator X.
[editar]Formação da Trombina

O ponto comum entre as duas vías é a ativação do fator X em fator Xa. Por sua vez, o Fator Xa
converte a protrombina em trombina. A trombina tem várias funções:


   A principal é a conversão do fibrinogênio em fibrina. O fibrinogênio é uma molécula constituída
    por dois pares de três cadeias diferentes de polipeptídeos. A trombina converte o fibrinogênio
    em monômeros de fibrina e ativa o fator XIII. Por sua vez, o fator XIIIa liga de forma cruzada a
    fibrina à fibronectina e esta ao colágeno.

   Ativação dos fatores VIII e V e seus inibidores, a proteína C (na presença de trombomodulina).

   Ativação do Fator XIII.
[editar]Co-fatores     da coagulação

   Cálcio: Age mediando a ligação do Fatores IXa e Xa junto as plaquetas através da ligação
    terminal dos resíduos gamma-carboxi dos fatores IXa e Xa junto a fosfolípideos da membrana
    das plaquetas. O cálcio também está presente em vários pontos da cascata da coagulação.

   Vitamina K: Adiciona um carboxil ao ácido glutâmico residual dos fatores II, VII, IX e X e
    também as proteínas C, S e Z.
[editar]Inibidores     da Coagulação
Três substâncias mantêm a cascata da coagulação em equilíbrio. Defeitos quantitativos e
qualitativos destas susbstâncias podem aumentar a tendência a trombose.


   Proteína C: Age degradando os fators Va e VIIIa. É ativado pela trombina em presença da
    trombomodulina e da co-enzima proteína S.

   Antitrombina: Age degradando as serino proteases (trombina, FXa, FXIIa e FIXa)

   Inibidor do Fator Tissular: Inibe o FVIIa relacionado com a ativação do FIX e FX.

Exemplos de anticoagulantes farmacológicos:
   Heparina

   Varfarina
[editar]Distúrbios     da hemostasia

   Distúrbios das plaquetas e da parede do vaso

       Púrpura trombocitopênica imune (ITP)

       Púrpura trombocitopênica trombótica (TTP)

       Síndrome hemolítica-urêmica (HUS)

       Trombastenia de Glanzmann

       Síndrome de Bernard-Soulier (complexo gricoprotéico Ib-IX-V anormal)

       Storage pool disorders

       Hemoglobinúria paroxística noturna

       Síndrome da plaqueta cinza: deficiência de grânulos alfa.

       Síndrome de Hermansky-Pudlak: deficiência de grânulos densos.

   Distúrbios da coagulação e trombose

       Coagulação intravascular disseminada

       Deficiências de fatores

            Hemofilia A (deficiência do Fator VIII)

            Hemofilia B (deficiência de Fator IX, "Christmas disease")

            Hemofilia C (deficiência de Fator XI, tendência de sangramento suave)

            Doença de Von Willebrand (o distúrbio de sangramento mais comum)

       Inibidores de fator

       Disfunção plaquetária

   Distúrbios de predisposição a trombose (veja: hipercoagulabilidade)

       Trombocitopenia induzida por heparina e trombose ("síndrome do coágulo branco")

       Síndrome antifosfolípide

            Lúpus anticoagulante

            Anticorpo anticardiolipina

       Fator V de Leiden e resistência à proteína C ativada

       Mutação da protrombina

       Deficiência de proteína C

       Deficiência de proteína S

       Deficiência de antitrombina III

       Níveis aumentados anormalmente dos fatores VIII e XI
[editar]Fatores    de Coagulação
Fatores de Coagulação e Substâncias Relacionadas



         Número ou Nome                                             Função



I (Fibrinogênio)                     Formação do coágulo (fibrina)



                                     Sua forma ativada (IIa) ativa os fatores I, V, VIII, XIII, proteína C e
II (Protrombina)
                                     plaquetas



Fator tissular                       fator III



                                     Necessário aos fatores de coagulação para estes se ligarem aos
Cálcio
                                     fosfolipídios (antigamente conhecido como fator IV)



V (pró-acelerina, fator lábil)       Co-fator do X com o qual forma o complexo protrombinase



VII (Fator Estável ou Pró-
                                     Ativa os fatores IX e X
convertina)



VIII (Fator Anti-hemofílico)         Co-fator do IX com o qual forma o complexo tenase



IX (Fator de Christmas)              Ativa o fator X e forma complexo tenase com o VIII



X (Fator de Stuart-Prower)           Ativa o II e forma complexo protrombinase com o V



XI (Antecedente Tromboplastina
                                     Ativa o XII, IX e pré-calicreína
Plasmática )



XII (Fator de Hageman)               Ativa a pré-calicreína e p fator XI



XIII (Fator estabilizante de Fibrina) Fibrina com ligação cruzada



Fator de von Willebrand              Liga-se ao fator VIII e ajuda na adesão plaquetária
Ativa o XII e a pré-calicreína. Cliva o clininogênio de alto peso
Pré-calicreína
                                     molecular.



Cininogênio de alto peso
                                     Ajuda na ativação do XII, XI, e pré-calicreína
molecular (HMWK)



Fibronectina                         Ajuda na adesão celular



Antitrombina III                     Inibe o fator IIa, Xa, e outras proteases;



Co-fator heparina II                 Inibe o IIa, co-fator para heparina



Proteína C                           Inativa o Va e VIIIa



Proteína S                           Co-fator para ativação da proteína C



                                     Ajuda na adesão da trombina aos fosfolipideos e estimula a
Proteína Z
                                     degradação do fator X pelo ZPI



Proteína Z-relacionada ao inibidor   Degrada fatores X (na presença da proteína Z) e XI
de protease (ZPI)                    (independentemente)



Plasminogênio                        Converte-se em plasmina, lisa a fibrina e outras proteínas



Alfa 2-antiplasmina                  Inibe a plasmina



Ativador do plasminogênio
                                     Ativa o plasminogênio
tissular (tPA)



Uroquinase                           Ativa o plasminogênio


[editar]Fibrinólise

É uma resposta ao depósito de fibrina formado no organismo de um indivíduo. O plasminogênio
liberado pelas células endoteliais é ativado em plasmina cuja função é degradar a fibrina formada.

[editar]História
[editar]Descobertas           iniciais
Teorias sobre a coagulação do sangue já existiam desde a antiguidade, mas foi no século XIX que
as primeiras substâncias químicas foram descobertas. O fisiologista alemãoJohannes Müller (1801-
1858) descreveu a fibrina, a substância que compõem o trombo. Seu precursor solúvel,
o fibrinogênio, foi assim batizado por Rudolf Virchow (1821-1902), e isolado quimicamente
por Prosper Sylvain Denis (1799-1863). Alexander Schmidt sugeriu que a conversão de fibrinogênio
em fibrina é o resultado de uma processo enzimático, e rotulou a enzima hipotética de "trombina" e
seu precursor "protrombina".[1][2] Nicolas Maurice Arthus descobriu em 1890 que o cálcio é essencial
na coagulação.[3][4] As plaquetasforam identificadas em 1865, e sua função foi elucidada por Giulio
Bizzozero em 1882.[5]

A teoria do que a trombina é gerada pela presença de fator tecidual foi consolidada por Paul
Morawitz em 1905.[6] Nesta época, sabia-se que o fator III é liberado pelos tecidos lesados, reagindo
com a protrombina (II), que, juntamente com cálcio (IV), forma a trombina, que por sua vez converte
o fibrinogênio em fibrina (I).[7]

[editar]Fatores      de coagulação
O restante dos fatores bioquímicos no processo de coagulação foram amplamente descobertos
no século XX.

Um primeiro indício quanto à própria complexidade do sistema de coagulação foi a descoberta
de proacelerina (mais tarde chamada de Fator V) por Paul Owren (1905-1990) em 1947. Ele
também postula que esta substância era precursora da acelerina (Fator VI), que mais tarde tornou-
se a forma ativada de fator V (ou Va), daí, o VI não está em uso ativo.[7]

O fator VII (também conhecido como acelerador da conversão sérica de
protrombina ou proconvertina, precipitada por sulfato de bário) foi descoberto em um paciente jovem
do sexo feminino em 1949 e 1951 por diferentes grupos.

Factor VIII acabou por ser deficiente no clinicamente reconhecido mas etiologicamente
indescritível hemofilia A, foi identificado em 1950 e é também conhecida como globulinaanti-
hemofílica, devido à sua capacidade de corrigir hemofilia A.[7]

O Fator IX foi descoberto em 1952, em um paciente jovem com hemofilia B chamado Stephen
Christmas (1947-1993). Sua deficiência foi descrito pelo Dr. Rosemary Biggs e pelo professor R.G.
MacFarlane em Oxford, no Reino Unido. O fator é, portanto, chamado Fator de Christmas.
Christmas vive no Canadá, e fez campanha para a segurança das transfusões de sangue, até
sucumbir à transfusão relacionadas com AIDS aos 46 anos. Um nome alternativo para o fator de
plasma é componente tromboplastina, dado por um grupo independente, na Califórnia.[7]

O Fator Hageman, agora conhecido como fator XII, foi identificado em 1955 em um paciente
assintomático com um tempo de sangramento prolongado chamado John Hageman. O fator X, ou
fator Stuart-Prower, foi descoberto no ano seguinte, em 1956. Esta proteína foi identificada na Sra.
Audrey Prower de Londres, que tinha tendência ao sangramento ao longo de toda a sua vida. Em
1957, um grupo americano identificou o mesmo fator em Sr. Rufus Stuart. Já os fatores XI e XIII
foram identificados em 1953 e 1961, respectivamente.[7]

A visão de que o processo de coagulação é uma "cascata" ou "cachoeira" foi enunciada quase
simultaneamente por MacFarlane[8] no Reino Unido e por Davie e Ratnoff[9] nosEstados Unidos.

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Coagulação sanguínea

  • 1. Coagulação sanguínea Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A coagulação sanguínea é uma sequência complexa de reações químicas que resultam na formação de um coágulo de fibrina. É uma parte importante da hemostasia (o cessamento da perda de sangue de um vaso danificado), na qual a parede de vaso sanguíneo danificado é coberta por um coágulo de fibrina para parar o sangramento e ajudar a reparar o tecido danificado. Desordens na coagulação podem levar a um aumento no risco de hemorragia, trombose ou embolismo. A coagulação é semelhante nas várias espécies de mamíferos. Em todos eles o processo envolve um mecanismo combinado de células (plaquetas) e proteínas (fatores de coagulação). Esse sistema nos humanos é o mais extensamente pesquisado e consequentemente o mais bem conhecido. Esse artigo é focado na coagulação sanguínea humana. Índice [esconder] 1 Visão geral 2 Hemostasia Primária 3 Hemostasia Secundária o 3.1 Cascata de Coagulação  3.1.1 Vía intrínseca  3.1.2 Vía Extrínseca  3.1.3 Formação da Trombina o 3.2 Co-fatores da coagulação o 3.3 Inibidores da Coagulação 4 Distúrbios da hemostasia 5 Fatores de Coagulação 6 Fibrinólise 7 História o 7.1 Descobertas iniciais o 7.2 Fatores de coagulação o 7.3 Nomenclatura 8 Bibliografia 9 Referências 10 Ligações externas [editar]Visão geral
  • 2. Em um indivíduo normal, a coagulação é iniciada dentro de 20 segundos após a lesão ocorrer ao vaso sanguíneo causando dano às células endoteliais. As plaquetas formam imediatamente um tampão plaquetário no local da lesão. Essa é a chamada hemostasia primária. A hemostasia secundária acontece quando os componentes do plasmachamados fatores de coagulação respondem (em uma completa cascata de reações) para formar fios de fibrina, que fortalecem o tampão plaquetário. Ao contrário da crença comum, a coagulação a partir de um corte na pele não é iniciada pelo ar ou através da secagem da área, na verdade ocorre através das plaquetas que se aderem e que são ativadas pelo colágeno do endotélio do vaso sanguíneo que fica exposto, quando cortado o vaso. As plaquetas ativadas então liberam o conteúdo de seus grânulos, que contém uma grande variedade de substâncias que estimulam uma ativação ainda maior de outras plaquetas e melhoram o processo hemostásico.. [editar]Hemostasia Primária  Vasoconstrição: primeiramente o vaso lesado se contrai.  Adesão: Inicia-se quando as plaquetas se aderem ao endotélio vascular. Essa aderência acontece com uma ligação entre a glicoproteína Ib/IX/V na superfície das plaquetas e colágeno exposto durante a lesão do endotélio. Essa ligação é mediada pelo fator de von Willebrand que funciona como uma "ponte" entre a superfície da plaqueta e o colágeno. Quando ocorre uma desordem qualitativa ou quantitativa deste fator ocorre a Doença de von Willebrand. A aderência leva a ativação plaquetária. Quando ocorre falta da glicoproteína Ib ocorre a Síndrome de Bernard-Soulier.  Ativação Plaquetária: Quando ocorre a ativação das plaquetas, elas mudam de forma e liberam conteúdos dos seus grânulos no plasma entre eles produtos de oxidação do ácido araquidônico pela via cicloxigenase (PGH2 e seu produto, o tromboxane), ADP, fator de ativação plaquetária (PAF). Quando ocorre uso de aspirina por um indivíduo, ocorre a inativação da enzima cicloxigenase evitando a síntese de PGH2 e tromboxane e ocorre um prolongamento do tempo de sangramento.  Agregação plaquetária: as plaquetas se agregam uma às outras, formando o chamado "trombo branco". [editar]Hemostasia Secundária [editar]Cascata de Coagulação
  • 3. Cascata de Coagulação. Legenda: HMWK =Cininogênio de Alto Peso Molecular, PK= Precalicreína, TFPI =Inibidor do Fator Tissular. Seta preta= conversão/ativação de fatores. Seta vermelha=ação dos inibidores. Seta Azul= reações catalisadas por fatores ativados. Seta Cinza= várias funções da trombina. Possui duas vías: intrínseca (vía da ativação de contato) e extrínseca (vía do fator tissular). Ambas vías tem grande importância e acabam se juntando para formação do coágulo de fibrina. Os fatores de coagulação são numerados por algarismos romanos e a adição da letra aindica que eles estão em sua forma ativada. Os fatores de coagulação são geralmente enzimas (serino proteases) com exceção dos fatores V e VIII que são glicoproteínas e do fator XIII que é uma transglutaminase. As serino proteases agem clivando outras proteínas. [editar]Vía intrínseca  Necessita dos factores de coagulação VIII, IX, X, XI e XII além das proteínas pré-calicreína (PK), cininogênio de alto peso molecular (HWHK) e íons cálcio.  Começa quando a PK, o HWHK, factor XI e XII são expostos a cargas negativas do vaso lesado, isso é chamado de "fase de contacto".  A pré-calicreína então converte-se em calicreína e esta activa o fator XII.  O fator XII activado acaba convertendo mais prekalicreína em calicreína e activando o factor XI. Na presença de íos cálcio, o fator XI ativado ativa o IX. Por sua vez o factor IX activado junto com o factor VIII activado, levam à activação do factor X. Deste modo, o complexo enzimático
  • 4. constituído pelo factor X activado, juntamente com o factor V activado e Ca++, denomina-se de Protrombinase. [editar]Vía Extrínseca  Após a lesão vascular, o fator tecidual (fator III) é lançado e forma junto ao fator VII ativado um complexo (Complexo FT-FVIIa) que irá ativar os fatores IX e X.  O fator X ativado junto ao fator V ativado formam um complexo (Complexo protrombinase) que irá ativar a protrombina em trombina.  A trombina ativa outros componentes da coagulação entre eles os fatores V e VII (que ativa o fator XI que por sua vez ativa o fator IX). Os fatores VII, juntamente com o factor tecidual e Ca++ ativados formam o Complexo Tenase Extrínseco que por sua vez ativa o fator X. [editar]Formação da Trombina O ponto comum entre as duas vías é a ativação do fator X em fator Xa. Por sua vez, o Fator Xa converte a protrombina em trombina. A trombina tem várias funções:  A principal é a conversão do fibrinogênio em fibrina. O fibrinogênio é uma molécula constituída por dois pares de três cadeias diferentes de polipeptídeos. A trombina converte o fibrinogênio em monômeros de fibrina e ativa o fator XIII. Por sua vez, o fator XIIIa liga de forma cruzada a fibrina à fibronectina e esta ao colágeno.  Ativação dos fatores VIII e V e seus inibidores, a proteína C (na presença de trombomodulina).  Ativação do Fator XIII. [editar]Co-fatores da coagulação  Cálcio: Age mediando a ligação do Fatores IXa e Xa junto as plaquetas através da ligação terminal dos resíduos gamma-carboxi dos fatores IXa e Xa junto a fosfolípideos da membrana das plaquetas. O cálcio também está presente em vários pontos da cascata da coagulação.  Vitamina K: Adiciona um carboxil ao ácido glutâmico residual dos fatores II, VII, IX e X e também as proteínas C, S e Z. [editar]Inibidores da Coagulação Três substâncias mantêm a cascata da coagulação em equilíbrio. Defeitos quantitativos e qualitativos destas susbstâncias podem aumentar a tendência a trombose.  Proteína C: Age degradando os fators Va e VIIIa. É ativado pela trombina em presença da trombomodulina e da co-enzima proteína S.  Antitrombina: Age degradando as serino proteases (trombina, FXa, FXIIa e FIXa)  Inibidor do Fator Tissular: Inibe o FVIIa relacionado com a ativação do FIX e FX. Exemplos de anticoagulantes farmacológicos:
  • 5. Heparina  Varfarina [editar]Distúrbios da hemostasia  Distúrbios das plaquetas e da parede do vaso  Púrpura trombocitopênica imune (ITP)  Púrpura trombocitopênica trombótica (TTP)  Síndrome hemolítica-urêmica (HUS)  Trombastenia de Glanzmann  Síndrome de Bernard-Soulier (complexo gricoprotéico Ib-IX-V anormal)  Storage pool disorders  Hemoglobinúria paroxística noturna  Síndrome da plaqueta cinza: deficiência de grânulos alfa.  Síndrome de Hermansky-Pudlak: deficiência de grânulos densos.  Distúrbios da coagulação e trombose  Coagulação intravascular disseminada  Deficiências de fatores  Hemofilia A (deficiência do Fator VIII)  Hemofilia B (deficiência de Fator IX, "Christmas disease")  Hemofilia C (deficiência de Fator XI, tendência de sangramento suave)  Doença de Von Willebrand (o distúrbio de sangramento mais comum)  Inibidores de fator  Disfunção plaquetária  Distúrbios de predisposição a trombose (veja: hipercoagulabilidade)  Trombocitopenia induzida por heparina e trombose ("síndrome do coágulo branco")  Síndrome antifosfolípide  Lúpus anticoagulante  Anticorpo anticardiolipina  Fator V de Leiden e resistência à proteína C ativada  Mutação da protrombina  Deficiência de proteína C  Deficiência de proteína S  Deficiência de antitrombina III  Níveis aumentados anormalmente dos fatores VIII e XI [editar]Fatores de Coagulação
  • 6. Fatores de Coagulação e Substâncias Relacionadas Número ou Nome Função I (Fibrinogênio) Formação do coágulo (fibrina) Sua forma ativada (IIa) ativa os fatores I, V, VIII, XIII, proteína C e II (Protrombina) plaquetas Fator tissular fator III Necessário aos fatores de coagulação para estes se ligarem aos Cálcio fosfolipídios (antigamente conhecido como fator IV) V (pró-acelerina, fator lábil) Co-fator do X com o qual forma o complexo protrombinase VII (Fator Estável ou Pró- Ativa os fatores IX e X convertina) VIII (Fator Anti-hemofílico) Co-fator do IX com o qual forma o complexo tenase IX (Fator de Christmas) Ativa o fator X e forma complexo tenase com o VIII X (Fator de Stuart-Prower) Ativa o II e forma complexo protrombinase com o V XI (Antecedente Tromboplastina Ativa o XII, IX e pré-calicreína Plasmática ) XII (Fator de Hageman) Ativa a pré-calicreína e p fator XI XIII (Fator estabilizante de Fibrina) Fibrina com ligação cruzada Fator de von Willebrand Liga-se ao fator VIII e ajuda na adesão plaquetária
  • 7. Ativa o XII e a pré-calicreína. Cliva o clininogênio de alto peso Pré-calicreína molecular. Cininogênio de alto peso Ajuda na ativação do XII, XI, e pré-calicreína molecular (HMWK) Fibronectina Ajuda na adesão celular Antitrombina III Inibe o fator IIa, Xa, e outras proteases; Co-fator heparina II Inibe o IIa, co-fator para heparina Proteína C Inativa o Va e VIIIa Proteína S Co-fator para ativação da proteína C Ajuda na adesão da trombina aos fosfolipideos e estimula a Proteína Z degradação do fator X pelo ZPI Proteína Z-relacionada ao inibidor Degrada fatores X (na presença da proteína Z) e XI de protease (ZPI) (independentemente) Plasminogênio Converte-se em plasmina, lisa a fibrina e outras proteínas Alfa 2-antiplasmina Inibe a plasmina Ativador do plasminogênio Ativa o plasminogênio tissular (tPA) Uroquinase Ativa o plasminogênio [editar]Fibrinólise É uma resposta ao depósito de fibrina formado no organismo de um indivíduo. O plasminogênio liberado pelas células endoteliais é ativado em plasmina cuja função é degradar a fibrina formada. [editar]História
  • 8. [editar]Descobertas iniciais Teorias sobre a coagulação do sangue já existiam desde a antiguidade, mas foi no século XIX que as primeiras substâncias químicas foram descobertas. O fisiologista alemãoJohannes Müller (1801- 1858) descreveu a fibrina, a substância que compõem o trombo. Seu precursor solúvel, o fibrinogênio, foi assim batizado por Rudolf Virchow (1821-1902), e isolado quimicamente por Prosper Sylvain Denis (1799-1863). Alexander Schmidt sugeriu que a conversão de fibrinogênio em fibrina é o resultado de uma processo enzimático, e rotulou a enzima hipotética de "trombina" e seu precursor "protrombina".[1][2] Nicolas Maurice Arthus descobriu em 1890 que o cálcio é essencial na coagulação.[3][4] As plaquetasforam identificadas em 1865, e sua função foi elucidada por Giulio Bizzozero em 1882.[5] A teoria do que a trombina é gerada pela presença de fator tecidual foi consolidada por Paul Morawitz em 1905.[6] Nesta época, sabia-se que o fator III é liberado pelos tecidos lesados, reagindo com a protrombina (II), que, juntamente com cálcio (IV), forma a trombina, que por sua vez converte o fibrinogênio em fibrina (I).[7] [editar]Fatores de coagulação O restante dos fatores bioquímicos no processo de coagulação foram amplamente descobertos no século XX. Um primeiro indício quanto à própria complexidade do sistema de coagulação foi a descoberta de proacelerina (mais tarde chamada de Fator V) por Paul Owren (1905-1990) em 1947. Ele também postula que esta substância era precursora da acelerina (Fator VI), que mais tarde tornou- se a forma ativada de fator V (ou Va), daí, o VI não está em uso ativo.[7] O fator VII (também conhecido como acelerador da conversão sérica de protrombina ou proconvertina, precipitada por sulfato de bário) foi descoberto em um paciente jovem do sexo feminino em 1949 e 1951 por diferentes grupos. Factor VIII acabou por ser deficiente no clinicamente reconhecido mas etiologicamente indescritível hemofilia A, foi identificado em 1950 e é também conhecida como globulinaanti- hemofílica, devido à sua capacidade de corrigir hemofilia A.[7] O Fator IX foi descoberto em 1952, em um paciente jovem com hemofilia B chamado Stephen Christmas (1947-1993). Sua deficiência foi descrito pelo Dr. Rosemary Biggs e pelo professor R.G. MacFarlane em Oxford, no Reino Unido. O fator é, portanto, chamado Fator de Christmas. Christmas vive no Canadá, e fez campanha para a segurança das transfusões de sangue, até sucumbir à transfusão relacionadas com AIDS aos 46 anos. Um nome alternativo para o fator de plasma é componente tromboplastina, dado por um grupo independente, na Califórnia.[7] O Fator Hageman, agora conhecido como fator XII, foi identificado em 1955 em um paciente assintomático com um tempo de sangramento prolongado chamado John Hageman. O fator X, ou fator Stuart-Prower, foi descoberto no ano seguinte, em 1956. Esta proteína foi identificada na Sra.
  • 9. Audrey Prower de Londres, que tinha tendência ao sangramento ao longo de toda a sua vida. Em 1957, um grupo americano identificou o mesmo fator em Sr. Rufus Stuart. Já os fatores XI e XIII foram identificados em 1953 e 1961, respectivamente.[7] A visão de que o processo de coagulação é uma "cascata" ou "cachoeira" foi enunciada quase simultaneamente por MacFarlane[8] no Reino Unido e por Davie e Ratnoff[9] nosEstados Unidos.