“Nem tudo que
reluz é ouro”
“Cada um por si e
Deus por todos”
“Mais vale um
pássaro na mão
do que dois
voando”
“Dize-me com
quem andas que
eu te direi quem
és”
“Cada cabeça
sua sentença”
“Cão que ladra
não morde”
“As aparências
enganam”
Tais exemplos ilustram o que se
chama de conhecimento
ingênuo , espontâneo, vulgar,
senso comum, bom senso,
condensado muitas vezes nos
ditos populares, nas crenças e
crendices que povoam o
imaginário do homem cotidiano
(sabedoria popular).
O senso comum ou o bom senso é o guia do
homem na solução de suas dificuldades diárias. É o
discurso com o qual está habituado, orientando-o
em seu dia a dia: “O bom senso é simplesmente o
depósito intelectual indiferenciado resultante da
série de experiências fecundas da espécie, do
grupo social e do indivíduo, que se transmite de
forma não-sistemática, por herança racional, e não
em caráter de conhecimento refletido” (Vieira
Pinto, 1979: 359)
O conhecimento ingênuo tem origem no
enfrentamento diário dos problemas que afligem o
homem. Do confronto com a realidade, o homem
produz um “saber de direção”, ou seja, um saber
não sistematizado, obtido sem qualquer
planejamento rigoroso, no entanto capaz de guiá-
lo na busca de elementos indispensáveis para sua
sobrevivência.
Ao contrário do que se pensa, esse conhecimento
não é incorreto ou errado. Muitas vezes, é
conhecimento autêntico, embora não verificado,
não dotado de certeza. É conhecimento fortuito,
casual e assistemático, geralmente obtido pelas
observações efetivadas pelos sentidos.
A filosofia, necessariamente, parte do conhecimento
que as pessoas já têm. Não pode ignorar esse
conhecimento. Como você já estudou, filosofar é
produzir um conhecimento sistemático e organizado
por um processo de criação de conceitos. Mas essa
criação conceitual pelo exercício do pensamento só
pode ser feita com base naquilo que já se sabe, ainda
que algumas vezes, no processo de pensar
filosoficamente, esse conhecimento inicial acabe por
ser abandonado.
EM SÍNTESE, NÃO HÁ
FILOSOFIA SEM UM PONTO DE
PARTIDA NO SENSO COMUM;
MAS, AO MESMO TEMPO, SE O
PENSAMENTO PERMANECER
NO SENSO COMUM NÃO
HAVERÁ FILOSOFIA.
FILOSOFIA
BOM
SENSO
SENSO
COMUM
O ser humano percorre
caminhos diferentes para obter
informações e produzir ideias
sobre a realidade em que vive.
O senso comum, a ciência e a
filosofia são vias de acesso
para se conhecer o mundo e
os seres que nele habitam.