1. Dos Apóstolos do Senhor Jesus até o século XX
Ricardo Gondim
pastorgondim@hotmail.com
2. Pesquisar analítica e sistematicamente a trajetória da Igreja Cristã pode se
constituir uma tarefa laboriosa e enfadonha, ou pode ser uma viagem
prazerosa e enriquecedora. Mas, independente do trabalho árduo e da
possível satisfação oriunda das descobertas durante a pesquisa, é
imprescindível estudar, com esmero, a História da Igreja Cristã.
3. Os 100 Acontecimentos mais importantes da história do
Cristianismo
Essas são as datas que identificamos como algumas das mais importantes na história do cristianismo.
Ano Acontecimento
64 O incêndio de Roma
70 Tito destrói Jerusalém
c. 150 Justino Mártir escreve sua Apologia
c. 156 O martírio de Policarpo
177 Ireneu se torna bispo de Lião
c. 196 Tertuliano começa a escrever livros cristãos
c. 205 Orígenes começa a escrever
4. 251 Cipriano escreve Unidade da igreja
270 Antão começa sua vida de eremita
312 A conversão de Constantino
325 O Concilio de Nicéia
367 A carta de Atanásio reconhece o cânon do Novo Testamento
385 O bispo Ambrosio desafia a imperatriz
387 Conversão de Agostinho
398 João Crisóstomo se torna bispo de Constantinopla
405 Jerónimo completa a Vulgata
432 Patrício é enviado como missionário à Irlanda
451 O Concilio de Calcedonia
529 Bento de Núrsia estabelece sua ordem monástica
563 Columba vai à Escócia como missionário
590 Gregorio I se torna papa
5. 664 O Sínodo de Whitby
716 Bonifácio parte para ser missionário
731 Beda, o Venerável, conclui sua Historia eclesiástica da Inglaterra
732 A Batalha de Tours
800 Carlos Magno é coroado imperador
863 Cirilo e Metódio evangelizam os eslavos
909 Um mosteiro é estabelecido em Cluny
988 Conversão de Vladimir, príncipe da Rússia
1054 O cisma entre Oriente e Ocidente
1093 Anselmo é escolhido arcebispo de Cantuária
1095 O papa Urbano II lança a primeira Cruzada
1115 Bernardo funda o mosteiro de Claraval
c. 1150 Fundação das universidades de Paris e de Oxford
1173 Pedro Valdo funda o movimento valdense
1206 Francisco de Assis renuncia à riqueza
1215 O IV Concilio de Latrão
6. 1273 Tomás de Aquino completa sua Suma teológica
1321 Dante conclui A divina comédia
1378 Catarina de Sena vai a Roma para solucionar o Grande Cisma
c. 1380 Wycliffe supervisiona a tradução da Biblia para o inglés
1415 João Hus condenado à fogueira
1456 João Gutenberg produz a primeira Bíblia impressa
1478 O estabelecimento da Inquisição espanhola
1498 Savonarola é executado
1512 Michelangelo completa a cúpula da Capela Sistina
1517 Martinho Lutero afixa As noventa e cinco teses
1523 Zuínglio lidera a Reforma na Suíça
1525 Início do movimento anabatista
1534 O Ato de Supremacia de Henrique VII
1536 João Calvino publica As instituías da religião cristã
1540 O papa aprova os jesuítas
1545 Abertura do Concilio de Trento
7. 1549 Cranmer produz o Livro de oração comum
1559 John Knox volta à Escócia para liderar a Reforma
1572 O massacre do Dia de São Bartolomeu
1608-1609 John Smyth batiza os primeiros batistas
1611 Publicação da Versão do Rei Tiago da Bíblia
1620 Os peregrinos assinam o Pacto de Mayflower
1628 Comênio é expulso de sua terra natal
1646 A Confissão de fé de Westminster
1648 George Fox funda a Sociedade dos Amigos
1662 Rembrandt pinta O retorno do filho pródigo
1675 Philip Jacob Spener publica Pia desideria
1678 Publicação da obra O peregrino, de John Bunyan
1685 Nascimento de Johann Sebastian Bach e de George Frederic Handel 707
1707 Publicação da obra Hinos e cânticos espirituais, de Isaac Watts
1727 Despertamento em Herrnhut dá início ao movimento dos Irmãos Morávios
1735 Grande despertamento sob a liderança de Jonathan Edwards
8. 1738 Conversão de John Wesley
1780 Robert Raikes dá início à escola dominical
1793 William Carey viaja para a Índia
1807 O Parlamento britânico vota a abolição do comércio de escravos
1811 Os Campbells dão início aos Discípulos de Cristo
1812 Adoniram e Ann Judson viajam para a Índia
1816 Richard Allen funda a Igreja Episcopal Metodista Africana
1817 Elizabeth Fry dá início ao ministério às mulheres encarceradas
1830 Começo dos avivamentos urbanos com Charles G. Finney
c. 1830 John Nelson Darby ajuda a dar início à comunidade dos irmãos de Plymouth
1833 O sermão Apostasia nacional, de John Keble, dá início ao Movimento de Oxford
1854 Hudson Taylor chega à China
1854 Soren Kierkegaard publica ataques à cristandade
1854 Charles Haddon Spurgeon torna-se pastor em Londres
9. 1855 Conversão de Dwieht L. Moodv
1857 David Livingstone publica Viagens missionárias
1865 William Booth funda o Exército de Salvação
1870 O papa Pio IX proclama a doutrina da infalibilidade papal
1886 Início do Movimento Estudantil Voluntário
1906 O avivamento da rua Azusa dá início ao pentecostalismo
1910-1915 Publicação da obra Os fundamentos lança o movimento fundamentalista
1919 Publicação do Comentário da carta aos romanos, de Karl Barth
1921 Transmissão do primeiro programa cristão de rádio
1934 Cameron Townsend dá início ao Instituto de Verão de Lingüística
1945 Dietrich Bonhoeffer é executado pelos nazistas
1948 O Conselho Mundial de Igrejas é formado
1949 Cruzada Billy Graham em Los Angeles
1960 Início da renovação carismática moderna
1962 Início do Concilio Vaticano II
1963 Martin Luther King Jr. lidera a Marcha até Washington
1966-1976 A igreja chinesa cresce apesar da Revolução Cultural
10. O nascimento e desenvolvimento do cristianismo
teve lugar dentro do quadro cultural e político do
Império romano.
Durante três séculos Roma perseguiu os
cristãos; mas seria errôneo pensar que o Império
constituiu apenas um fator negativo para a
difusão do Evangelho.
A expansão do Cristianismo no mundo antigo
adaptou-se às estruturas e modos de vida
próprios da sociedade romana.
A Roma clássica promoveu a difusão da vida
urbana. Assim, as cidades foram sede das
primeiras comunidades, que nelas constituíram
igrejas locais.
11. As comunidades cristãs estavam rodeadas por um
ambiente hostil, que favorecia a sua coesão interna
e a solidariedade entre os seus membros.
A comunhão e comunicação entre as comunidades
era real e todas possuíam um vivo sentido de se
encontrarem integradas numa mesma Igreja
universal, a única Igreja fundada por Jesus Cristo.
Muitas igrejas do século I foram fundadas pelos
Apóstolos, permaneceram sob a sua autoridade,
dirigidas por um “colégio” de presbíteros que
ordenava a vida litúrgica e disciplinar.
12. Talvez o cristianismo não se expandisse de
maneira tão bem-sucedida, caso o Império Romano
não tivesse existido. Podemos dizer que o império
era um tambor de gasolina à espera da faísca da fé
cristã.
Os elementos unificadores do império ajudaram na
expansão do evangelho. Com as estradas romanas, as
viagens ficaram mais fáceis do que nunca. As
pessoas falavam grego por todo o império e o forte
exército romano mantinha a paz. O resultado da
facilidade de locomoção foi a migração de centenas de
Nero durante o incêndio de Roma
artesãos, por algum tempo, para cidades maiores —
Roma, Corinto, Atenas ou Alexandria — e depois se
mudavam para outro lugar. O cristianismo encontrou
um clima aberto à religiosidade.
13. Até ao século IV a grande maioria dos fiéis não eram filhos de pais
cristãos, mas pessoas nascidas na gentilidade que se convertiam à fé
de Jesus Cristo. O batismo constituía então o coroamento de um
dilatado processo de iniciação cristã.
Este processo, começado pela conversão,
prosseguia ao longo do catecumenato,
tempo de prova e de instrução catequética.
A vida litúrgica dos cristãos tinha o seu
centro na Santa Ceia que se oferecia pelo
menos no dia do domingo, quer numa casa
cristã – sede de alguma ―igreja doméstica‖–
quer nos lugares destinados ao culto, que
começaram a existir desde o século III.
14. As antigas comunidades cristãs eram constituídas por
todo tipo de pessoas, sem distinção de classe ou
condição: judeus e gentios, pobres e ricos, livres
e escravos.
É certo que a maioria dos cristãos dos primeiros séculos foram pessoas de
condição humilde (Celso falava com desprezo dos tecelões, sapateiros, lava-
deiras e outras pessoas sem cultura). Mas, desde o século I personalidades
da aristocracia romana abraçaram o Cristianismo. Dois séculos más tarde
este fato revestia tal amplitude que um dos éditos do Imperador Valeriano foi
dirigido especialmente contra os senadores, cavaleiros e funcionários
imperiais que fossem cristãos.
15. Os primeiros mártires
Justino Mártir escreve sua Apologia
O jovem filósofo caminhava junto à costa, sua mente estava agitada, sempre ativa, buscando novas verdades.
Ele estudara os ensinamentos dos estoicos, de Aristóteles e de Pitágoras; e, naquele momento, era adepto do
platonismo, que prometera uma visão de Deus aos que sondassem a verdade com profundidade suficiente. E
ra isso que o filósofo Justino queria. Enquanto caminhava, encontrou-se com um cristão, já idoso.
Justino ficou perplexo diante de sua dignidade e humildade. O homem citou várias profecias judaicas,
mostrando que o caminho cristão era realmente verdadeiro. Jesus era a verdadeira expressão de Deus.
Esse encontro ocasionou grande mudança na vida de Justino. Debruçado sobre aqueles escritos proféticos,
lendo os evangelhos e as cartas de Paulo, ele se tornou um cristão dedicado. Assim, nos últimos trinta anos de
sua vida, viajou, evangelizou e escreveu. Desempenhou um papel muito importante no desenvolvimento da t
eologia da igreja, assim como da compreensão que a igreja tinha de si mesma e da imagem
que apresentava ao mundo.
O martírio de Policarpo
O dia estava quente. As autoridades de Esmirna procuravam Policarpo, o respeitado bispo da cidade.
Elas já haviam levado outros cristãos à morte na arena. Agora, uma multidão exigia a morte do líder.
Policarpo saíra da cidade e se escondera na propriedade de alguns amigos, no interior.
Quando os soldados entraram, ele fugiu para outra propriedade. Embora o idoso bispo não tivesse medo da
morte e quisesse permanecer na cidade, seus amigos insistiram em que se escondesse, talvez com temor d
e que sua morte pudesse desmoralizar a igreja. Se esse era o caso, estavam completamente equivocados.
16. A liberdade chegou à Igreja quando ainda mal se
tinham extinguido os ecos da última grande perseguição
(Diocleciano, +305). Um primeiro édito foi o de Galério,
em 311: não concedia aos cristãos plena liberdade
religiosa, mas somente uma cautelosa tolerância.
O trânsito da tolerância à liberdade religiosa produziu-se
com rapidez e o seu principal autor foi o imperador
Constantino. Em 313, os imperadores Constantino e
Licínio outorgaram o chamado “Édito de Milão”: uma
nova diretriz política fundamentada no pleno respeito pelas opções
religiosas de todos os súbditos do Império, incluindo os cristãos. A Igreja,
reconhecida pelo poder civil, recuperava os seus lugares de culto e
propriedades de que tivesse sido despojada.
17. A conversão de Constantino
Era o mês de outubro do ano 312. Um jovem general, a quem todas as
tropas romanas da Bretanha e da Gália eram fiéis, marchava em direção a
Roma para desafiar Maxêncio, outro postulante ao trono imperial. Segundo
o relato da história, o general Constantino olhou para o céu e viu um sinal,
uma cruz brilhante, na qual podia ler: "Com isto vencerás". O
supersticioso soldado já estava começando a rejeitar as divindades
romanas a favor de um único Deus. Seu pai adorava o supremo deus
Sol. Seria um bom presságio daquele Deus na véspera da batalha? Mais
tarde, Cristo teria aparecido a Constantino em um sonho, segurando o
mesmo sinal (uma cruz inclinada), lembrando as letras gregas chi (c) e rho
(r), as duas primeiras letras da palavra Christos. O general foi instruído a
colocar esse sinal nos escudos de seus soldados, o que fez prontamente, da
forma exata como fora ordenado. Conforme prometido, Constantino
venceu a batalha.
18. O avanço do cristianismo não foi interrompido após
a morte de Constantino, se se excetuar a frustrada
tentativa de restauração pagã de Juliano, o Apóstata
(+ 363). Os outros imperadores, inclusivamente
aqueles que simpatizaram com a controvérsia ariana,
foram resolutamente contrários ao paganismo.
A evolução religiosa encerrou-se por obra do Imperador Teodósio (378-395).
O decreto Cunctos Populos, promulgadao 380, ordenou a todos os povos
que aderissem ao Cristianismo, a partir de agora única religião do Império.