SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 24
Baixar para ler offline
AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
AULA 1 - HISTÓRICO
HISTÓRIA DAS
AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
INTRODUÇÃO
 O surgimento das agências acompanha o
desenvolvimento do capitalismo. Elas surgem
primeiramente nos países em que o capitalismo industrial
é pioneiro (Inglaterra, EUA e França)
 A função elementar das agências é o intercâmbio de
material jornalístico, principalmente o conteúdo financeiro
e econômico.
 No Brasil, o movimento é diferente, pois interessa
inicialmente apenas a importação de material noticioso.
SURGIMENTO
DAS PRIMEIRAS AGÊNCIAS
EUROPA
 Charles Louis Havas (1783-1858)
Banqueiro francês (de origem húngara)
 1832 – Havas, que havia financiado o
exército de Napoleão e posteriormente falido, estabelece
um escritório de tradução em Paris, aproveitando sua rede
de contatos pela Europa, a Agence de Feuilles Politiques
et Correspondance Générale
 1835 – em 1835, o escritório passa a se chamar Agência
Havas, especializando-se em informações ligadas à
economia (investimentos, cotações de mercadorias,
safras, decisões políticas, tributárias etc)
1851 – Julius Reuter, alemão naturalizado inglês, ex-
funcionário de Havas, funda sua própria agência, a Reuters,
especializada na cobertura do mercado de ações e sediada
em Londres.
A Reuters é uma das principais agências de notícias do
mundo, com 14 mil funcionários que operam em 204 cidades
e fornecendo textos em 19 línguas.
Em 2007 foi incorporada pela canadense Thomson, formando
a Thomson Reuters, a maior agência de notícias do mundo.
 Em 1849, Bernard Wolf, outro ex-empregado de
Havas,funda a Wolff a maior agência de notícias alemã.
Hoje é conhecida como DPA (Deutsch Presse Agentur)
SURGIMENTO
DAS PRIMEIRAS AGÊNCIAS
EUA
 Década de 1820 – cinco jornais de NY cooperavam para
obter notícias de navios mercantes oriundos da Europa. O
repórter de cada veículo deveria fornecer informações
comuns aos demais.
 Década de 1840 – os cinco jornais originais, mais o NY
Tribune consolidam a Harbor News Association.
 O telégrafo estava em uso comercial desde 1844 e os
repórteres se revezavam na cobertura de notícias.
 Durante a Guerra Civil Americana, os maiores jornais
norte-americanos formaram uma
cooperativa para cobrir o conflito. Esse pool de
correspondentes deu origem à Associated Press (AP),
fundada em 1846, que manteve o monopólio da
informação por mais de meio século.
 Todos os jornais formadores da AP eram representantes
da chamada Penny Press (jornais populares que eram
vendidos 1 centavo)
TECNOLOGIA UTILIZADA
“Antes dos telégrafos, a primeira tecnologia empregada para a
transmissão de notícias foi a dos correios que, na França de
Havas, era monopólio estatal. Em seguida, com a introdução do
telégrafo na Europa (em 1844-1845 na França, e 1848 na
Inglaterra, embora não o modelo de Morse), os correspondentes
passam a despachar suas matérias por meio de estações
urbanas, a um custo alto pago pelas agências. Nos locais que a
rede telegráfica não alcançava, Havas e Reuter empregam
pombos-correio, que chegavam a voar 124 km, percorrendo a
distância entre Aachen e Bruxelas, último trecho que faltava
para conectar linearmente Paris a Berlim. O “sistema” durou
apenas três anos, entre 1848 e 1851, perdendo sentido quando
foi instalado o cabo submarino entre Dover, na Grã-Bretanha, e
Calais, na França, o que fez Reuter mudar-se para a Inglaterra”
(SALINAS, 1984; 35).
OLIGOPÓLIO DA
INFORMAÇÃO
 As três agências (Havas, Reuters e Wolf) logo perceberam
as dificuldades econômicas na competição pela cobertura
mundial e decidiram firmar um cartel, repartindo as áreas
de cobertura do mundo entre as três, cada um com o seu
monopólio.
SÉCULO XX
 O mapa dos cartéis operou até a Primeira Guerra Mundial,
quando a Wolff foi debilitada pela derrota alemã.
 Em 1907, o monopólio da informação foi quebrado pela
Suprema Corte dos EUA, quando então a UP (United
Press) foi criada. Dois anos depois foi fundada a
International News Service. As duas se fundiram em 1958
dando origem à UPI (United Press International), existente
até hoje.
 A Agência Havas foi acusada, durante a Segunda Guerra,
de colaborar com o nazismo. Por isso foi obrigada a
mudar de nome, sendo hoje conhecida como AFP
(Agência France Press)
 Em 1923, foi criada a Tass, agência de notícias soviética.
 Após o término da Segunda Guerra, uma nova
configuração oligopolista se formou, seguindo os moldes
da Guerra Fria. Do lado capitalista estavam AP, UPI,
Reuters e AFP, enquanto a TASS era a maior do lado
comunista.
 Nos países do então chamado Terceiro Mundo, coube
apenas a compra de material fornecido pelas grandes.
Como veremos adiante, no Brasil, o mercado de agências
de notícias se desenvolveu de uma forma diferente do
mercado mundial.
 Os principais jornais fundaram agências com o intuito de
alimentar os próprios veículos de informação.
PRINCIPAIS AGÊNCIAS
DE NOTÍCIAS DO MUNDO
ITAR-TASS – fundada em 1925 pelo governo soviético e
existente até hoje
PRINCIPAIS AGÊNCIAS
DE NOTÍCIAS DO MUNDO
ANSA (1945) – Agência de Notícias Italiana
PRINCIPAIS AGÊNCIAS
DE NOTÍCIAS DO MUNDO
Xinhua – Agência oficial de notícias
do governo chinês
PRINCIPAIS AGÊNCIAS
DE NOTÍCIAS DO MUNDO
 Na África, recebe destaque a
PANA (Agência de Notícias Pan-Africana),
formada por agências de Gana e Nigéria.
AGÊNCIAS DE
NOTÍCIAS NO BRASIL
No Brasil, a agência pioneira foi a Agência Meridional de
Notícias, fundada em 1931 por Assis Chateaubriand. Em 2007
passou a se chamar D.A. Press.
AGÊNCIAS DE
NOTÍCIAS NO BRASIL
 A Agência Nacional foi criada nos anos 1930, durante o governo
de Getúlio Vargas, com o objetivo de "divulgar os atos da
administração federal e as notícias de interesse público, além
de distribuir a publicidade dos órgãos governamentais".
 Com a queda de Getúlio (1945), a Agência Nacional foi mantida.
Em 1979, no governo João Figueiredo, a Agência Nacional foi
substituída pela Empresa Brasileira de Notícias.
 No governo Collor foi criada a Agência Brasil, que em 2007, já
no governo Lula, passou a integrar a Empresa Brasil de
Comunicação (EBC).
BIBLIOGRAFIA
AGUIAR, Pedro. Por uma História do Jornalismo
Internacional no Brasil In: VI Encontro Nacional de História
da Mídia, Anais, 2008 (CD-ROM). Niterói: Rede Alfredo de
Carvalho, 2008.
AGÊNCIAS DE
NOTÍCIAS NO BRASIL
AGÊNCIAS DE
NOTÍCIAS NO BRASIL
AGÊNCIAS DE
NOTÍCIAS NO BRASIL

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Regressão Múltipla
Regressão MúltiplaRegressão Múltipla
Regressão MúltiplaFelipe Pontes
 
Aristides de Sousa Mendes
Aristides de Sousa MendesAristides de Sousa Mendes
Aristides de Sousa MendesJorge Almeida
 
Aula 7 inducao matematica-primeiroprincipio
Aula 7   inducao matematica-primeiroprincipioAula 7   inducao matematica-primeiroprincipio
Aula 7 inducao matematica-primeiroprincipiowab030
 
Aplicações de funções e equações exponenciais e logarítmicas
Aplicações de funções e equações exponenciais e logarítmicas Aplicações de funções e equações exponenciais e logarítmicas
Aplicações de funções e equações exponenciais e logarítmicas Pantanal Editoral
 
Estatística, Eventos complementares
Estatística, Eventos complementaresEstatística, Eventos complementares
Estatística, Eventos complementaresnelsonpoer
 
População portuguesa_Estatísticas Demográficas
População portuguesa_Estatísticas DemográficasPopulação portuguesa_Estatísticas Demográficas
População portuguesa_Estatísticas DemográficasIdalina Leite
 
Evolução da população portuguesa
Evolução da população portuguesaEvolução da população portuguesa
Evolução da população portuguesaAna Pais
 
Resumos Economia A 11º ano: Contabilidade nacional
Resumos Economia A 11º ano: Contabilidade nacionalResumos Economia A 11º ano: Contabilidade nacional
Resumos Economia A 11º ano: Contabilidade nacionalRaffaella Ergün
 
A Distribuição da População Portuguesa
 A Distribuição da População Portuguesa A Distribuição da População Portuguesa
A Distribuição da População PortuguesaCatarina Sousa
 
Saúde da Mulher em Câncer de Mama
Saúde da Mulher em Câncer de MamaSaúde da Mulher em Câncer de Mama
Saúde da Mulher em Câncer de MamaBruna Oliveira
 
Ciclo trigonometrico
Ciclo trigonometricoCiclo trigonometrico
Ciclo trigonometricocon_seguir
 
Trabalho final estatística p.point
Trabalho final estatística p.pointTrabalho final estatística p.point
Trabalho final estatística p.pointAlexandre Carreira
 

Mais procurados (20)

Outubro Rosa
Outubro RosaOutubro Rosa
Outubro Rosa
 
Regressão Múltipla
Regressão MúltiplaRegressão Múltipla
Regressão Múltipla
 
Aristides de Sousa Mendes
Aristides de Sousa MendesAristides de Sousa Mendes
Aristides de Sousa Mendes
 
A vida e obra de agostinho neto
A vida e obra de agostinho netoA vida e obra de agostinho neto
A vida e obra de agostinho neto
 
Rendimentos à escala
Rendimentos à escalaRendimentos à escala
Rendimentos à escala
 
Diabetes melitus tipo 1
Diabetes melitus tipo 1Diabetes melitus tipo 1
Diabetes melitus tipo 1
 
Diabetes
DiabetesDiabetes
Diabetes
 
Aula 7 inducao matematica-primeiroprincipio
Aula 7   inducao matematica-primeiroprincipioAula 7   inducao matematica-primeiroprincipio
Aula 7 inducao matematica-primeiroprincipio
 
Aplicações de funções e equações exponenciais e logarítmicas
Aplicações de funções e equações exponenciais e logarítmicas Aplicações de funções e equações exponenciais e logarítmicas
Aplicações de funções e equações exponenciais e logarítmicas
 
Estatística, Eventos complementares
Estatística, Eventos complementaresEstatística, Eventos complementares
Estatística, Eventos complementares
 
Estudo dos Gases
Estudo dos GasesEstudo dos Gases
Estudo dos Gases
 
População portuguesa_Estatísticas Demográficas
População portuguesa_Estatísticas DemográficasPopulação portuguesa_Estatísticas Demográficas
População portuguesa_Estatísticas Demográficas
 
Evolução da população portuguesa
Evolução da população portuguesaEvolução da população portuguesa
Evolução da população portuguesa
 
Resumos Economia A 11º ano: Contabilidade nacional
Resumos Economia A 11º ano: Contabilidade nacionalResumos Economia A 11º ano: Contabilidade nacional
Resumos Economia A 11º ano: Contabilidade nacional
 
A Distribuição da População Portuguesa
 A Distribuição da População Portuguesa A Distribuição da População Portuguesa
A Distribuição da População Portuguesa
 
Luísa ducla soares
Luísa ducla soaresLuísa ducla soares
Luísa ducla soares
 
Saúde da Mulher em Câncer de Mama
Saúde da Mulher em Câncer de MamaSaúde da Mulher em Câncer de Mama
Saúde da Mulher em Câncer de Mama
 
Ciclo trigonometrico
Ciclo trigonometricoCiclo trigonometrico
Ciclo trigonometrico
 
Distribuição binomial, poisson e hipergeométrica - Estatística I
Distribuição binomial, poisson e hipergeométrica - Estatística IDistribuição binomial, poisson e hipergeométrica - Estatística I
Distribuição binomial, poisson e hipergeométrica - Estatística I
 
Trabalho final estatística p.point
Trabalho final estatística p.pointTrabalho final estatística p.point
Trabalho final estatística p.point
 

Destaque

PLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
PLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIASPLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
PLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIASaulasdejornalismo
 
Coerência e Coesão
Coerência e CoesãoCoerência e Coesão
Coerência e CoesãoArtur Araujo
 
O estado da Mídia
O estado da MídiaO estado da Mídia
O estado da MídiaArtur Araujo
 
Iji aula0 2011_apres
Iji aula0 2011_apresIji aula0 2011_apres
Iji aula0 2011_apresArtur Araujo
 
Jorimp aula1 2011-projgraf
Jorimp aula1 2011-projgrafJorimp aula1 2011-projgraf
Jorimp aula1 2011-projgrafArtur Araujo
 
Jorimp aula0 2011-criterios
Jorimp aula0 2011-criteriosJorimp aula0 2011-criterios
Jorimp aula0 2011-criteriosArtur Araujo
 
Aula 2 o jornalismo na internet
Aula 2   o jornalismo na internetAula 2   o jornalismo na internet
Aula 2 o jornalismo na internetaulasdejornalismo
 
Jornalismo literário atmosfera e descrição
Jornalismo literário   atmosfera e descriçãoJornalismo literário   atmosfera e descrição
Jornalismo literário atmosfera e descriçãoaulasdejornalismo
 
Jornalismo literário formas de abertura
Jornalismo literário   formas de aberturaJornalismo literário   formas de abertura
Jornalismo literário formas de aberturaaulasdejornalismo
 
Aula 1 Introducao, Tipologia - Agencias
Aula 1   Introducao, Tipologia  - AgenciasAula 1   Introducao, Tipologia  - Agencias
Aula 1 Introducao, Tipologia - Agenciasaulasdejornalismo
 
Jornalismo literário tecnicas - pratica
Jornalismo literário  tecnicas - praticaJornalismo literário  tecnicas - pratica
Jornalismo literário tecnicas - praticaaulasdejornalismo
 
Oficina de jornalismo literário 2014
Oficina de jornalismo literário   2014Oficina de jornalismo literário   2014
Oficina de jornalismo literário 2014aulasdejornalismo
 
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICOAULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICOaulasdejornalismo
 

Destaque (20)

Agências de notícias
Agências de notíciasAgências de notícias
Agências de notícias
 
PLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
PLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIASPLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
PLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
 
Ag1 Aula1 2008
Ag1 Aula1 2008Ag1 Aula1 2008
Ag1 Aula1 2008
 
Coerência e Coesão
Coerência e CoesãoCoerência e Coesão
Coerência e Coesão
 
O estado da Mídia
O estado da MídiaO estado da Mídia
O estado da Mídia
 
Iji aula0 2011_apres
Iji aula0 2011_apresIji aula0 2011_apres
Iji aula0 2011_apres
 
Jorimp aula1 2011-projgraf
Jorimp aula1 2011-projgrafJorimp aula1 2011-projgraf
Jorimp aula1 2011-projgraf
 
Jorimp aula0 2011-criterios
Jorimp aula0 2011-criteriosJorimp aula0 2011-criterios
Jorimp aula0 2011-criterios
 
Aula 2 o jornalismo na internet
Aula 2   o jornalismo na internetAula 2   o jornalismo na internet
Aula 2 o jornalismo na internet
 
Jornalismo literário atmosfera e descrição
Jornalismo literário   atmosfera e descriçãoJornalismo literário   atmosfera e descrição
Jornalismo literário atmosfera e descrição
 
AULA I_SOCIEDADE_INFORMACAO
AULA I_SOCIEDADE_INFORMACAOAULA I_SOCIEDADE_INFORMACAO
AULA I_SOCIEDADE_INFORMACAO
 
Ag1 Aula2 2008
Ag1 Aula2 2008Ag1 Aula2 2008
Ag1 Aula2 2008
 
Jornalismo literário formas de abertura
Jornalismo literário   formas de aberturaJornalismo literário   formas de abertura
Jornalismo literário formas de abertura
 
Aula 3 cientifico
Aula 3   cientificoAula 3   cientifico
Aula 3 cientifico
 
Aula 1 Introducao, Tipologia - Agencias
Aula 1   Introducao, Tipologia  - AgenciasAula 1   Introducao, Tipologia  - Agencias
Aula 1 Introducao, Tipologia - Agencias
 
AULA_1_SOCIEDADE_INFORMACAO
AULA_1_SOCIEDADE_INFORMACAOAULA_1_SOCIEDADE_INFORMACAO
AULA_1_SOCIEDADE_INFORMACAO
 
Jornalismo literário tecnicas - pratica
Jornalismo literário  tecnicas - praticaJornalismo literário  tecnicas - pratica
Jornalismo literário tecnicas - pratica
 
Oficina de jornalismo literário 2014
Oficina de jornalismo literário   2014Oficina de jornalismo literário   2014
Oficina de jornalismo literário 2014
 
Aula 4 classificação 2
Aula 4   classificação 2Aula 4   classificação 2
Aula 4 classificação 2
 
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICOAULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
 

Semelhante a História das primeiras agências de notícias

CCA0781 introducaoasprofissoesemcomunicacaoav2jornalrp
CCA0781 introducaoasprofissoesemcomunicacaoav2jornalrpCCA0781 introducaoasprofissoesemcomunicacaoav2jornalrp
CCA0781 introducaoasprofissoesemcomunicacaoav2jornalrpDiego Moreau
 
Primeiras Páginas de Jornais do Mundo - sexta-feira, 2008.10.17
Primeiras Páginas de Jornais do Mundo - sexta-feira, 2008.10.17Primeiras Páginas de Jornais do Mundo - sexta-feira, 2008.10.17
Primeiras Páginas de Jornais do Mundo - sexta-feira, 2008.10.17Pedro Aguiar
 
História da mídia no Brasil
História da mídia no BrasilHistória da mídia no Brasil
História da mídia no BrasilLaércio Góes
 
Laboratório de Comunicação Popular - Aula 1
Laboratório de Comunicação Popular - Aula 1Laboratório de Comunicação Popular - Aula 1
Laboratório de Comunicação Popular - Aula 1Diedro Barros
 
Evolução tecnológica de mass media
Evolução tecnológica de mass mediaEvolução tecnológica de mass media
Evolução tecnológica de mass mediammmclementina
 
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2mmmclementina
 
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2mmmclementina
 
A comunicação na república velha
A comunicação na república velhaA comunicação na república velha
A comunicação na república velhaManinho Walker
 
A imprensa na américa
A imprensa na américaA imprensa na américa
A imprensa na américaIsmael Cabral
 
3ão - Revoluções e Unificações na Europa séc XIX
3ão - Revoluções e Unificações na Europa séc XIX3ão - Revoluções e Unificações na Europa séc XIX
3ão - Revoluções e Unificações na Europa séc XIXDaniel Alves Bronstrup
 
Os PrincíPios Do Estilo JornalíStico
Os PrincíPios Do Estilo JornalíSticoOs PrincíPios Do Estilo JornalíStico
Os PrincíPios Do Estilo JornalíSticoJosé Lins
 
slideeuropasculoxix-IIII161024230153.pptx
slideeuropasculoxix-IIII161024230153.pptxslideeuropasculoxix-IIII161024230153.pptx
slideeuropasculoxix-IIII161024230153.pptxFranciscoFlorencio6
 
Texto Introdutório - Extra! Extra! O Jornal na Revolução Francesa
Texto Introdutório - Extra! Extra! O Jornal na Revolução FrancesaTexto Introdutório - Extra! Extra! O Jornal na Revolução Francesa
Texto Introdutório - Extra! Extra! O Jornal na Revolução FrancesaLeonardo Lira
 
A EUROPA NO SÉCULO XIX
A EUROPA NO SÉCULO XIXA EUROPA NO SÉCULO XIX
A EUROPA NO SÉCULO XIXIsabel Aguiar
 
Século xix e xx liberalismo, nacionalismo e socialismo
Século xix e xx liberalismo, nacionalismo e socialismoSéculo xix e xx liberalismo, nacionalismo e socialismo
Século xix e xx liberalismo, nacionalismo e socialismoGisele Finatti Baraglio
 
A comunicação no brasil império
A comunicação no brasil impérioA comunicação no brasil império
A comunicação no brasil impérioManinho Walker
 
Unificações europeias
Unificações europeias Unificações europeias
Unificações europeias Italo Colares
 
Ailusodeumabelepoca 130501081430-phpapp01primeira guerra
Ailusodeumabelepoca 130501081430-phpapp01primeira guerraAilusodeumabelepoca 130501081430-phpapp01primeira guerra
Ailusodeumabelepoca 130501081430-phpapp01primeira guerraEvanilde Chuva
 

Semelhante a História das primeiras agências de notícias (20)

CCA0781 introducaoasprofissoesemcomunicacaoav2jornalrp
CCA0781 introducaoasprofissoesemcomunicacaoav2jornalrpCCA0781 introducaoasprofissoesemcomunicacaoav2jornalrp
CCA0781 introducaoasprofissoesemcomunicacaoav2jornalrp
 
Primeiras Páginas de Jornais do Mundo - sexta-feira, 2008.10.17
Primeiras Páginas de Jornais do Mundo - sexta-feira, 2008.10.17Primeiras Páginas de Jornais do Mundo - sexta-feira, 2008.10.17
Primeiras Páginas de Jornais do Mundo - sexta-feira, 2008.10.17
 
História da mídia no Brasil
História da mídia no BrasilHistória da mídia no Brasil
História da mídia no Brasil
 
Laboratório de Comunicação Popular - Aula 1
Laboratório de Comunicação Popular - Aula 1Laboratório de Comunicação Popular - Aula 1
Laboratório de Comunicação Popular - Aula 1
 
Evolução tecnológica de mass media
Evolução tecnológica de mass mediaEvolução tecnológica de mass media
Evolução tecnológica de mass media
 
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
 
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
Evolução tecnológica de mass media [guardado automaticamente]2
 
A comunicação na república velha
A comunicação na república velhaA comunicação na república velha
A comunicação na república velha
 
A imprensa na américa
A imprensa na américaA imprensa na américa
A imprensa na américa
 
Revista aula 1
Revista aula 1Revista aula 1
Revista aula 1
 
3ão - Revoluções e Unificações na Europa séc XIX
3ão - Revoluções e Unificações na Europa séc XIX3ão - Revoluções e Unificações na Europa séc XIX
3ão - Revoluções e Unificações na Europa séc XIX
 
Os PrincíPios Do Estilo JornalíStico
Os PrincíPios Do Estilo JornalíSticoOs PrincíPios Do Estilo JornalíStico
Os PrincíPios Do Estilo JornalíStico
 
slideeuropasculoxix-IIII161024230153.pptx
slideeuropasculoxix-IIII161024230153.pptxslideeuropasculoxix-IIII161024230153.pptx
slideeuropasculoxix-IIII161024230153.pptx
 
Texto Introdutório - Extra! Extra! O Jornal na Revolução Francesa
Texto Introdutório - Extra! Extra! O Jornal na Revolução FrancesaTexto Introdutório - Extra! Extra! O Jornal na Revolução Francesa
Texto Introdutório - Extra! Extra! O Jornal na Revolução Francesa
 
A EUROPA NO SÉCULO XIX
A EUROPA NO SÉCULO XIXA EUROPA NO SÉCULO XIX
A EUROPA NO SÉCULO XIX
 
Século xix e xx liberalismo, nacionalismo e socialismo
Século xix e xx liberalismo, nacionalismo e socialismoSéculo xix e xx liberalismo, nacionalismo e socialismo
Século xix e xx liberalismo, nacionalismo e socialismo
 
A comunicação no brasil império
A comunicação no brasil impérioA comunicação no brasil império
A comunicação no brasil império
 
Unificações europeias
Unificações europeias Unificações europeias
Unificações europeias
 
Ailusodeumabelepoca 130501081430-phpapp01primeira guerra
Ailusodeumabelepoca 130501081430-phpapp01primeira guerraAilusodeumabelepoca 130501081430-phpapp01primeira guerra
Ailusodeumabelepoca 130501081430-phpapp01primeira guerra
 
Totalitarismo
TotalitarismoTotalitarismo
Totalitarismo
 

Mais de aulasdejornalismo (20)

Modelo de pauta para jornal laboratório
Modelo de pauta para jornal laboratórioModelo de pauta para jornal laboratório
Modelo de pauta para jornal laboratório
 
Modelo de Espelho
Modelo de EspelhoModelo de Espelho
Modelo de Espelho
 
ANÁLISE DE IMAGEM - EXERCÍCIO
ANÁLISE DE IMAGEM - EXERCÍCIOANÁLISE DE IMAGEM - EXERCÍCIO
ANÁLISE DE IMAGEM - EXERCÍCIO
 
Análise de imagem
Análise de imagemAnálise de imagem
Análise de imagem
 
Aula 5 ENTREVISTA
Aula 5   ENTREVISTAAula 5   ENTREVISTA
Aula 5 ENTREVISTA
 
Aula 4 FONTES
Aula 4  FONTESAula 4  FONTES
Aula 4 FONTES
 
Aula 3 PAUTA
Aula 3   PAUTAAula 3   PAUTA
Aula 3 PAUTA
 
Aula 2 SER REPÓRTER
Aula 2   SER REPÓRTERAula 2   SER REPÓRTER
Aula 2 SER REPÓRTER
 
Aula 1 GÊNEROS
Aula 1  GÊNEROSAula 1  GÊNEROS
Aula 1 GÊNEROS
 
Infografia aula 1
Infografia   aula 1Infografia   aula 1
Infografia aula 1
 
Aula 3 - Infografia
Aula 3 - InfografiaAula 3 - Infografia
Aula 3 - Infografia
 
Aula 2 - Infografia
Aula 2 - InfografiaAula 2 - Infografia
Aula 2 - Infografia
 
PLANO DE ENSINO - EDITORAÇÃO ELETRONICA
PLANO DE ENSINO - EDITORAÇÃO ELETRONICAPLANO DE ENSINO - EDITORAÇÃO ELETRONICA
PLANO DE ENSINO - EDITORAÇÃO ELETRONICA
 
Eduardo campos texto
Eduardo campos   textoEduardo campos   texto
Eduardo campos texto
 
Paradigma culturológico
Paradigma culturológicoParadigma culturológico
Paradigma culturológico
 
Paradigma midiológico tecnológico
Paradigma midiológico tecnológicoParadigma midiológico tecnológico
Paradigma midiológico tecnológico
 
Paradigma critico radical
Paradigma critico radicalParadigma critico radical
Paradigma critico radical
 
Efeitos a longo prazo
Efeitos a longo prazoEfeitos a longo prazo
Efeitos a longo prazo
 
Diagramação de revistas
Diagramação de revistasDiagramação de revistas
Diagramação de revistas
 
Diagramação de revistas
Diagramação de revistasDiagramação de revistas
Diagramação de revistas
 

História das primeiras agências de notícias

  • 2. HISTÓRIA DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS INTRODUÇÃO  O surgimento das agências acompanha o desenvolvimento do capitalismo. Elas surgem primeiramente nos países em que o capitalismo industrial é pioneiro (Inglaterra, EUA e França)  A função elementar das agências é o intercâmbio de material jornalístico, principalmente o conteúdo financeiro e econômico.  No Brasil, o movimento é diferente, pois interessa inicialmente apenas a importação de material noticioso.
  • 3. SURGIMENTO DAS PRIMEIRAS AGÊNCIAS EUROPA  Charles Louis Havas (1783-1858) Banqueiro francês (de origem húngara)  1832 – Havas, que havia financiado o exército de Napoleão e posteriormente falido, estabelece um escritório de tradução em Paris, aproveitando sua rede de contatos pela Europa, a Agence de Feuilles Politiques et Correspondance Générale  1835 – em 1835, o escritório passa a se chamar Agência Havas, especializando-se em informações ligadas à economia (investimentos, cotações de mercadorias, safras, decisões políticas, tributárias etc)
  • 4. 1851 – Julius Reuter, alemão naturalizado inglês, ex- funcionário de Havas, funda sua própria agência, a Reuters, especializada na cobertura do mercado de ações e sediada em Londres. A Reuters é uma das principais agências de notícias do mundo, com 14 mil funcionários que operam em 204 cidades e fornecendo textos em 19 línguas. Em 2007 foi incorporada pela canadense Thomson, formando a Thomson Reuters, a maior agência de notícias do mundo.
  • 5.  Em 1849, Bernard Wolf, outro ex-empregado de Havas,funda a Wolff a maior agência de notícias alemã. Hoje é conhecida como DPA (Deutsch Presse Agentur)
  • 6. SURGIMENTO DAS PRIMEIRAS AGÊNCIAS EUA  Década de 1820 – cinco jornais de NY cooperavam para obter notícias de navios mercantes oriundos da Europa. O repórter de cada veículo deveria fornecer informações comuns aos demais.  Década de 1840 – os cinco jornais originais, mais o NY Tribune consolidam a Harbor News Association.  O telégrafo estava em uso comercial desde 1844 e os repórteres se revezavam na cobertura de notícias.
  • 7.  Durante a Guerra Civil Americana, os maiores jornais norte-americanos formaram uma cooperativa para cobrir o conflito. Esse pool de correspondentes deu origem à Associated Press (AP), fundada em 1846, que manteve o monopólio da informação por mais de meio século.  Todos os jornais formadores da AP eram representantes da chamada Penny Press (jornais populares que eram vendidos 1 centavo)
  • 8. TECNOLOGIA UTILIZADA “Antes dos telégrafos, a primeira tecnologia empregada para a transmissão de notícias foi a dos correios que, na França de Havas, era monopólio estatal. Em seguida, com a introdução do telégrafo na Europa (em 1844-1845 na França, e 1848 na Inglaterra, embora não o modelo de Morse), os correspondentes passam a despachar suas matérias por meio de estações urbanas, a um custo alto pago pelas agências. Nos locais que a rede telegráfica não alcançava, Havas e Reuter empregam pombos-correio, que chegavam a voar 124 km, percorrendo a distância entre Aachen e Bruxelas, último trecho que faltava para conectar linearmente Paris a Berlim. O “sistema” durou apenas três anos, entre 1848 e 1851, perdendo sentido quando foi instalado o cabo submarino entre Dover, na Grã-Bretanha, e Calais, na França, o que fez Reuter mudar-se para a Inglaterra” (SALINAS, 1984; 35).
  • 9. OLIGOPÓLIO DA INFORMAÇÃO  As três agências (Havas, Reuters e Wolf) logo perceberam as dificuldades econômicas na competição pela cobertura mundial e decidiram firmar um cartel, repartindo as áreas de cobertura do mundo entre as três, cada um com o seu monopólio.
  • 10.
  • 11. SÉCULO XX  O mapa dos cartéis operou até a Primeira Guerra Mundial, quando a Wolff foi debilitada pela derrota alemã.  Em 1907, o monopólio da informação foi quebrado pela Suprema Corte dos EUA, quando então a UP (United Press) foi criada. Dois anos depois foi fundada a International News Service. As duas se fundiram em 1958 dando origem à UPI (United Press International), existente até hoje.
  • 12.  A Agência Havas foi acusada, durante a Segunda Guerra, de colaborar com o nazismo. Por isso foi obrigada a mudar de nome, sendo hoje conhecida como AFP (Agência France Press)
  • 13.  Em 1923, foi criada a Tass, agência de notícias soviética.  Após o término da Segunda Guerra, uma nova configuração oligopolista se formou, seguindo os moldes da Guerra Fria. Do lado capitalista estavam AP, UPI, Reuters e AFP, enquanto a TASS era a maior do lado comunista.
  • 14.  Nos países do então chamado Terceiro Mundo, coube apenas a compra de material fornecido pelas grandes. Como veremos adiante, no Brasil, o mercado de agências de notícias se desenvolveu de uma forma diferente do mercado mundial.  Os principais jornais fundaram agências com o intuito de alimentar os próprios veículos de informação.
  • 15. PRINCIPAIS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS DO MUNDO ITAR-TASS – fundada em 1925 pelo governo soviético e existente até hoje
  • 16. PRINCIPAIS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS DO MUNDO ANSA (1945) – Agência de Notícias Italiana
  • 17. PRINCIPAIS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS DO MUNDO Xinhua – Agência oficial de notícias do governo chinês
  • 18. PRINCIPAIS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS DO MUNDO  Na África, recebe destaque a PANA (Agência de Notícias Pan-Africana), formada por agências de Gana e Nigéria.
  • 19. AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS NO BRASIL No Brasil, a agência pioneira foi a Agência Meridional de Notícias, fundada em 1931 por Assis Chateaubriand. Em 2007 passou a se chamar D.A. Press.
  • 20. AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS NO BRASIL  A Agência Nacional foi criada nos anos 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, com o objetivo de "divulgar os atos da administração federal e as notícias de interesse público, além de distribuir a publicidade dos órgãos governamentais".  Com a queda de Getúlio (1945), a Agência Nacional foi mantida. Em 1979, no governo João Figueiredo, a Agência Nacional foi substituída pela Empresa Brasileira de Notícias.  No governo Collor foi criada a Agência Brasil, que em 2007, já no governo Lula, passou a integrar a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
  • 21. BIBLIOGRAFIA AGUIAR, Pedro. Por uma História do Jornalismo Internacional no Brasil In: VI Encontro Nacional de História da Mídia, Anais, 2008 (CD-ROM). Niterói: Rede Alfredo de Carvalho, 2008.