SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
Baixar para ler offline
OFICINA DE 
JORNALISMO 
LITERÁRIO 
prof. Ed Marcos
DINÂMICA DA OFICINA 
 Abertura 
 Apresentação das Técnicas Literárias 
 Leitura de Texto 
 Exercício de Observação 
 Produção textual 
 Sarau literário 
 Publicação no Blog
CONCEITO DE JORNALISMO 
LITERÁRIO 
 Modalidade de prática da reportagem de 
profundidade e do ensaio jornalístico utilizando 
recursos de observação e redação originários da 
(ou inspirados pela) literatura. 
 Traços básicos: imersão do repórter na realidade, 
voz autoral, estilo, precisão de dados e 
informações, uso de símbolos (inclusive 
metáforas), digressão e humanização.(Edvaldo 
Pereira Lima)
CARACTERÍSTICAS DO 
JORNALISMO LITERÁRIO 
 Emprego de técnicas literárias; 
 Profunda observação; 
 Profunda pesquisa de campo; 
 Criatividade; 
 Grande caracterização dos personagens; 
 Ambientação do fato narrado; 
 Fuga das regras do texto jornalístico; 
convencional.
E QUAL É A DO JORNALISMO 
LITERÁRIO? 
•Ir além do factual 
•Ir além da objetividade 
•Ir além dos dados 
estatísticos 
•Ir além do lead
E QUAL É A DO JORNALISMO 
LITERÁRIO? 
O Jornalismo Literário: 
•Humaniza o texto 
•Aprofunda a reportagem 
•Trabalha a linguagem 
•Observa os detalhes 
•Vai além do lead
TÉCNICAS LITERÁRIAS 
 1. Variação da tipologia textual 
 2. Construção cena a cena 
 3. Foco narrativo 
 4. Fluxo de consciência
1 – VARIAÇÃO DA TIPOLOGIA 
TEXTUAL 
 Narração – tem como principal característica a 
ação, a progressão temporal para o desenrolar 
dos fatos. 
 Dissertação – na dissertação, prevalece a 
argumentação, a exposição e defesa de um ponto 
de vista. 
 Descrição – é a mera descrição e apresentação 
dos fatos, como eles ocorrem. É um texto bastante 
adjetivado
EXEMPLO 
 Ele entrou pela porta ofegante, sentou-se, olhou ao 
redor e se voltou para o seu mundo. 
(NARRAÇÃO).Triste, cabisbaixo, com a barba por 
fazer e a roupa amarfanhada, pensava no porquê 
daquela situação.(DESCRIÇÃO) Creio que se sentia 
culpado por sua própria incapacidade. 
(DISSERTAÇÃO)
2 - NARRAÇÃO CENA A CENA 
 Construção cena a cena (cena 
presentificada) – é o relato detalhado do 
acontecimento à medida que ele se desenvolve, 
desdobrando-o como em uma projeção 
cinematográfica. Mas, como a vida do 
personagem não transcorre somente no universo 
de suas ações diretas, pode-se estabelecer 
relações com acontecimentos paralelos, que, de 
alguma forma, contribuíram para o destino do 
biografado
EXEMPLO DE 
NARRAÇÃO CENA A CENA 
Chegam à casa ao entardecer. São um pequeno 
grupo de policiais. Todos uniformizados. 
Passeiam pela sala e olham a biblioteca. Riem 
com sarcasmo. Pegam o livro História da 
Diplomacia. "Assim que os kosovares 
descendentes de albaneses também querem ser 
diplomatas?" Mudam o tom da conversa. 
Gritam. "Nos dê as chaves", exigem. "Pegue 
uma mala", ordenam. "Logo vocês irão para a 
Albânia e nunca mais voltarão’’, profetizam.
3 - FOCO NARRATIVO 
 Foco narrativo (ou ponto de vista) – é a 
perspectiva pela qual é contada a história. Pode 
ser: 
 Narrador-observador (3ª. Pessoa) ou 
narrador-personagem (1ª. Pessoa).
FOCO NARRATIVO 
 Narrador-observador 
Exemplo: 
“Ali pelas onze horas da manhã o velho Joaquim 
Prestes chegou no pesqueiro. Embora fizesse força 
em se mostrar amável por causa da visita 
convidada para a pescaria, vinha mal-humorado 
daquelas cinco léguas cabritando na estrada 
péssima. Aliás, o fazendeiro era de pouco riso 
mesmo, já endurecido pelos setenta e cinco anos 
que o mumificavam naquele esqueleto agudo e 
taciturno.” - O poço, de Mário de Andrade.
FOCO NARRATIVO 
 Narrador- personagem – quando o narrador 
participa da história 
Exemplo 
“Vai então, empacou o jumento em que eu vinha 
montado; fustiguei-o, ele deu dois corcovos, 
depois mais três, enfim mais um, que me sacudiu 
fora da sela,…” “mas um almocreve, que ali estava, 
acudiu a tempo de lhe pegar na rédea e detê-lo, não 
sem esforço nem perigo. Dominado o bruto, 
desvencilhei-me do estribo e pus-me de pé.” 
-Memórias Póstuma de Brás Cubas,de 
Machado de Assis.
4- FLUXO DE 
CONSCIÊNCIA 
 Fluxo de consciência – Escrever um fluxo de 
consciência é como instalar uma câmera na 
cabeça da personagem, retratando fielmente sua 
imaginação, seus pensamentos. Como o 
pensamento, a consciência não é ordenada. 
Presente e passado, realidade e desejos, falas e 
ações se misturam na narrativa.
FLUXO DE CONSCIÊNCIA 
 Exemplo 
Como a humanidade é louca, pensou ela ao atravessar 
Victoria Street. Porque só Deus sabe porque amamos 
tanto isto, o concebemos assim , elevando‑o, 
construindo‑o à nossa volta, derrubando‑o, criando‑o 
novamente a cada instante, mas até as próprias 
megeras, as mendigas mais repelentes sentadas às 
portas (a beberem a sua ruína) fazem o mesmo;.(Mrs. 
Dalloway, 1925, trad. port. Lisboa, Ulisseia, 1982, 
pp.5-6)
JOÃO DO RIO
JOÃO DO RIO 
João Paulo Emílio Cristóvão dos 
Santos Coelho Barreto nasceu no 
Rio de Janeiro em 1881. 
Era filho de Alfredo Coelho 
Barreto, professor de matemática 
e da dona-de-casa Florência dos 
Santos Barreto. Ingressou na 
imprensa carioca aos 17 anos, 
chegando a ser colaborador de 
vários jornais como O Paiz, O 
Dia, Correio Mercantil, O 
Tagarela e O Coió.
JOÃO DO RIO 
Em 1903, começou a trabalhar no jornal 
Gazeta de Notícias, onde ganhou o 
apelido de João do Rio. 
Foi jornalista, cronista, tradutor e 
teatrólogo. Elevou a profissão de 
jornalista, que até então era vista como 
bico pelos intelectuais. 
Foi um revolucionário para sua época. 
Foi um dos primeiros repórteres “in 
loco”, retratou tanto a burguesia como 
as classes mais pobres e se especializou 
na retratação de personagens 
marginalizados, como prostitutas, 
mendigos, malandros, trabalhadores do 
porto etc. 
É considerado ainda o “iniciador da 
crônica social moderna”. Foi eleito para 
a Academia Brasileira de Letras, em
JOÃO DO RIO 
Sofreu enorme preconceito da 
sociedade de sua época, por ser 
negro e homossexual. 
No entanto, ganhou a vida como 
jornalista profissional, o que era 
incomum para a época. 
Foi diretor do jornal A Pátría, da 
revista Atlantida e colaborou ainda 
com a revista Serões. 
Morreu em 23 de junho de 1921, 
vítima de enfarte fulminante.
JOÃO DO RIO 
Dentre sua obra destacam-se: 
-As religiões do Rio (1904) 
-Alma encantadora das ruas 
(1908) 
-Dentro da noite (1910) 
- Vida Vertiginosa (1911)
EXERCÍCIO 
A partir do exercício de observação proposto, construa um 
texto utilizando as técnicas literárias.
BIBLIOGRAFIA 
 JATOBÁ, JOÃO FELIPE BRANDÃO. Técnicas Literárias. 
Disponível em: http://migre.me/5KNuv . Acesso em 
7.set.2011 
 LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas. São Paulo, 
Manole, 2004 
 RIO, João do. Vida Vertiginosa. São Paulo, Martins Fontes, 
2006 
 ___________. Alma Encantadora das Ruas. São Paulo, 
Companhia de Bolso, 2008 
 SCARTON, Gilberto. Guia de Produção Textual. Disponível 
em Fonte: http://www.pucrs.br/gpt/index.php. Acesso em 
5.ago.2011

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Interpretação e Compreensão de Texto
Interpretação e Compreensão de Texto Interpretação e Compreensão de Texto
Interpretação e Compreensão de Texto
 
Tipologia e gênero textual
Tipologia e gênero textualTipologia e gênero textual
Tipologia e gênero textual
 
Gêneros textuais para 3º ano do ensino médio
Gêneros textuais para 3º ano do ensino médioGêneros textuais para 3º ano do ensino médio
Gêneros textuais para 3º ano do ensino médio
 
Apresentação infográfico
Apresentação infográficoApresentação infográfico
Apresentação infográfico
 
Gêneros e tipos textuais
Gêneros e tipos textuaisGêneros e tipos textuais
Gêneros e tipos textuais
 
Funções da linguagem
Funções da linguagemFunções da linguagem
Funções da linguagem
 
Narracao
NarracaoNarracao
Narracao
 
Compreensão e interpretação de textos
Compreensão e interpretação de textosCompreensão e interpretação de textos
Compreensão e interpretação de textos
 
Cronicas
CronicasCronicas
Cronicas
 
Crônica
CrônicaCrônica
Crônica
 
Prosa e verso
Prosa e versoProsa e verso
Prosa e verso
 
Texto e textualidade
Texto e textualidadeTexto e textualidade
Texto e textualidade
 
Coesão Referencial
Coesão ReferencialCoesão Referencial
Coesão Referencial
 
Miniconto ou microconto
Miniconto ou microcontoMiniconto ou microconto
Miniconto ou microconto
 
Texto expositivo
Texto expositivoTexto expositivo
Texto expositivo
 
Aula intertextualidade
Aula intertextualidadeAula intertextualidade
Aula intertextualidade
 
Editorial gênero
Editorial gêneroEditorial gênero
Editorial gênero
 
Jornalismo literário slide
Jornalismo literário slideJornalismo literário slide
Jornalismo literário slide
 
Generos e tipos textuais ppt
Generos e tipos textuais pptGeneros e tipos textuais ppt
Generos e tipos textuais ppt
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 

Destaque

Jornalismo literário atmosfera e descrição
Jornalismo literário   atmosfera e descriçãoJornalismo literário   atmosfera e descrição
Jornalismo literário atmosfera e descriçãoaulasdejornalismo
 
Aula 2 o jornalismo na internet
Aula 2   o jornalismo na internetAula 2   o jornalismo na internet
Aula 2 o jornalismo na internetaulasdejornalismo
 
Jornalismo literário formas de abertura
Jornalismo literário   formas de aberturaJornalismo literário   formas de abertura
Jornalismo literário formas de aberturaaulasdejornalismo
 
Jornalismo literário tecnicas - pratica
Jornalismo literário  tecnicas - praticaJornalismo literário  tecnicas - pratica
Jornalismo literário tecnicas - praticaaulasdejornalismo
 
Aula 1 Surgimento das Agências de Notícias
Aula 1   Surgimento das Agências de NotíciasAula 1   Surgimento das Agências de Notícias
Aula 1 Surgimento das Agências de Notíciasaulasdejornalismo
 
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICOAULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICOaulasdejornalismo
 
Aula 1 Introducao, Tipologia - Agencias
Aula 1   Introducao, Tipologia  - AgenciasAula 1   Introducao, Tipologia  - Agencias
Aula 1 Introducao, Tipologia - Agenciasaulasdejornalismo
 
Aula 3 caracteristicas do jornalismo na internet
Aula 3   caracteristicas do jornalismo na internetAula 3   caracteristicas do jornalismo na internet
Aula 3 caracteristicas do jornalismo na internetaulasdejornalismo
 
Composição e Diagramação
Composição e DiagramaçãoComposição e Diagramação
Composição e DiagramaçãoEd Marcos
 
Como diagramar uma revista
Como diagramar uma revistaComo diagramar uma revista
Como diagramar uma revistaMarcos Carneiro
 

Destaque (20)

Aula 4 classificação 2
Aula 4   classificação 2Aula 4   classificação 2
Aula 4 classificação 2
 
Análise de imagem
Análise de imagemAnálise de imagem
Análise de imagem
 
Aula 1 GÊNEROS
Aula 1  GÊNEROSAula 1  GÊNEROS
Aula 1 GÊNEROS
 
Jornalismo literário atmosfera e descrição
Jornalismo literário   atmosfera e descriçãoJornalismo literário   atmosfera e descrição
Jornalismo literário atmosfera e descrição
 
Aula 2 o jornalismo na internet
Aula 2   o jornalismo na internetAula 2   o jornalismo na internet
Aula 2 o jornalismo na internet
 
AULA I_SOCIEDADE_INFORMACAO
AULA I_SOCIEDADE_INFORMACAOAULA I_SOCIEDADE_INFORMACAO
AULA I_SOCIEDADE_INFORMACAO
 
Jornalismo literário formas de abertura
Jornalismo literário   formas de aberturaJornalismo literário   formas de abertura
Jornalismo literário formas de abertura
 
Aula 3 cientifico
Aula 3   cientificoAula 3   cientifico
Aula 3 cientifico
 
AULA_1_SOCIEDADE_INFORMACAO
AULA_1_SOCIEDADE_INFORMACAOAULA_1_SOCIEDADE_INFORMACAO
AULA_1_SOCIEDADE_INFORMACAO
 
Jornalismo literário tecnicas - pratica
Jornalismo literário  tecnicas - praticaJornalismo literário  tecnicas - pratica
Jornalismo literário tecnicas - pratica
 
Aula 1 Surgimento das Agências de Notícias
Aula 1   Surgimento das Agências de NotíciasAula 1   Surgimento das Agências de Notícias
Aula 1 Surgimento das Agências de Notícias
 
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICOAULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
AULA 2 - JORNALISMO ECONOMICO
 
Aula 1 Introducao, Tipologia - Agencias
Aula 1   Introducao, Tipologia  - AgenciasAula 1   Introducao, Tipologia  - Agencias
Aula 1 Introducao, Tipologia - Agencias
 
Aula 3 caracteristicas do jornalismo na internet
Aula 3   caracteristicas do jornalismo na internetAula 3   caracteristicas do jornalismo na internet
Aula 3 caracteristicas do jornalismo na internet
 
Infografia aula 1
Infografia   aula 1Infografia   aula 1
Infografia aula 1
 
Composição e Diagramação
Composição e DiagramaçãoComposição e Diagramação
Composição e Diagramação
 
Como diagramar uma revista
Como diagramar uma revistaComo diagramar uma revista
Como diagramar uma revista
 
Texto jornalístico
Texto jornalísticoTexto jornalístico
Texto jornalístico
 
Generos jornalisticos
Generos jornalisticosGeneros jornalisticos
Generos jornalisticos
 
AULA 4 - ENTREVISTA
AULA 4 - ENTREVISTAAULA 4 - ENTREVISTA
AULA 4 - ENTREVISTA
 

Semelhante a Oficina de jornalismo literário 2014

Oficina de jornalismo literário 2013
Oficina de jornalismo literário   2013Oficina de jornalismo literário   2013
Oficina de jornalismo literário 2013aulasdejornalismo
 
Oficina de jornalismo literário 2013 2
Oficina de jornalismo literário   2013 2Oficina de jornalismo literário   2013 2
Oficina de jornalismo literário 2013 2aulasdejornalismo
 
1 oficina cl_ef_narracao_cronica
1 oficina cl_ef_narracao_cronica1 oficina cl_ef_narracao_cronica
1 oficina cl_ef_narracao_cronicaAdriana Cunha
 
Especificidade do Texto Literário
Especificidade do Texto LiterárioEspecificidade do Texto Literário
Especificidade do Texto LiterárioJoselaine
 
O Pré - Modernismo - Professora Vivian Trombini
O Pré - Modernismo - Professora Vivian TrombiniO Pré - Modernismo - Professora Vivian Trombini
O Pré - Modernismo - Professora Vivian TrombiniVIVIAN TROMBINI
 
Realismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - LiteraturaRealismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - LiteraturaCynthia Funchal
 
Elementos da narrativa
Elementos da narrativaElementos da narrativa
Elementos da narrativaAna Castro
 
O amor nos tempos do cólera + A hora da estrela
O amor nos tempos do cólera + A hora da estrelaO amor nos tempos do cólera + A hora da estrela
O amor nos tempos do cólera + A hora da estrelaSarah Reinoso
 
3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicas3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicasProfFernandaBraga
 
Gênero de texto conto
Gênero de texto contoGênero de texto conto
Gênero de texto contoguestd9a4ef3c
 
O caso qorpo santo - escrita e loucura
O caso qorpo santo -  escrita e loucuraO caso qorpo santo -  escrita e loucura
O caso qorpo santo - escrita e loucuraGladis Maia
 
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães RosaModernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães RosaTamara Amaral
 

Semelhante a Oficina de jornalismo literário 2014 (20)

Oficina de jornalismo literário 2013
Oficina de jornalismo literário   2013Oficina de jornalismo literário   2013
Oficina de jornalismo literário 2013
 
Oficina de jornalismo literário 2013 2
Oficina de jornalismo literário   2013 2Oficina de jornalismo literário   2013 2
Oficina de jornalismo literário 2013 2
 
Conteudo
ConteudoConteudo
Conteudo
 
O cortiço
O cortiçoO cortiço
O cortiço
 
1 oficina cl_ef_narracao_cronica
1 oficina cl_ef_narracao_cronica1 oficina cl_ef_narracao_cronica
1 oficina cl_ef_narracao_cronica
 
Texto narrativo
Texto narrativoTexto narrativo
Texto narrativo
 
Gêneros Literários 2.0
Gêneros Literários 2.0Gêneros Literários 2.0
Gêneros Literários 2.0
 
Uel05 Literatura
Uel05 LiteraturaUel05 Literatura
Uel05 Literatura
 
Especificidade do Texto Literário
Especificidade do Texto LiterárioEspecificidade do Texto Literário
Especificidade do Texto Literário
 
O Pré - Modernismo - Professora Vivian Trombini
O Pré - Modernismo - Professora Vivian TrombiniO Pré - Modernismo - Professora Vivian Trombini
O Pré - Modernismo - Professora Vivian Trombini
 
Realismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - LiteraturaRealismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - Literatura
 
Elementos da narrativa
Elementos da narrativaElementos da narrativa
Elementos da narrativa
 
Feliz ano novo
Feliz ano novoFeliz ano novo
Feliz ano novo
 
Gêneros Literários
Gêneros Literários Gêneros Literários
Gêneros Literários
 
Obra para estudar
Obra para estudarObra para estudar
Obra para estudar
 
O amor nos tempos do cólera + A hora da estrela
O amor nos tempos do cólera + A hora da estrelaO amor nos tempos do cólera + A hora da estrela
O amor nos tempos do cólera + A hora da estrela
 
3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicas3° ano - Contos e crônicas
3° ano - Contos e crônicas
 
Gênero de texto conto
Gênero de texto contoGênero de texto conto
Gênero de texto conto
 
O caso qorpo santo - escrita e loucura
O caso qorpo santo -  escrita e loucuraO caso qorpo santo -  escrita e loucura
O caso qorpo santo - escrita e loucura
 
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães RosaModernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
 

Mais de aulasdejornalismo (20)

Modelo de pauta para jornal laboratório
Modelo de pauta para jornal laboratórioModelo de pauta para jornal laboratório
Modelo de pauta para jornal laboratório
 
Modelo de Espelho
Modelo de EspelhoModelo de Espelho
Modelo de Espelho
 
ANÁLISE DE IMAGEM - EXERCÍCIO
ANÁLISE DE IMAGEM - EXERCÍCIOANÁLISE DE IMAGEM - EXERCÍCIO
ANÁLISE DE IMAGEM - EXERCÍCIO
 
Aula 5 ENTREVISTA
Aula 5   ENTREVISTAAula 5   ENTREVISTA
Aula 5 ENTREVISTA
 
Aula 4 FONTES
Aula 4  FONTESAula 4  FONTES
Aula 4 FONTES
 
Aula 3 PAUTA
Aula 3   PAUTAAula 3   PAUTA
Aula 3 PAUTA
 
Aula 2 SER REPÓRTER
Aula 2   SER REPÓRTERAula 2   SER REPÓRTER
Aula 2 SER REPÓRTER
 
Aula 3 - Infografia
Aula 3 - InfografiaAula 3 - Infografia
Aula 3 - Infografia
 
Aula 2 - Infografia
Aula 2 - InfografiaAula 2 - Infografia
Aula 2 - Infografia
 
PLANO DE ENSINO - EDITORAÇÃO ELETRONICA
PLANO DE ENSINO - EDITORAÇÃO ELETRONICAPLANO DE ENSINO - EDITORAÇÃO ELETRONICA
PLANO DE ENSINO - EDITORAÇÃO ELETRONICA
 
PLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
PLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIASPLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
PLANO DE ENSINO - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
 
Eduardo campos texto
Eduardo campos   textoEduardo campos   texto
Eduardo campos texto
 
Paradigma culturológico
Paradigma culturológicoParadigma culturológico
Paradigma culturológico
 
Paradigma midiológico tecnológico
Paradigma midiológico tecnológicoParadigma midiológico tecnológico
Paradigma midiológico tecnológico
 
Paradigma critico radical
Paradigma critico radicalParadigma critico radical
Paradigma critico radical
 
Efeitos a longo prazo
Efeitos a longo prazoEfeitos a longo prazo
Efeitos a longo prazo
 
Diagramação de revistas
Diagramação de revistasDiagramação de revistas
Diagramação de revistas
 
Diagramação de revistas
Diagramação de revistasDiagramação de revistas
Diagramação de revistas
 
DIAGRAMAÇÃO DE JORNAIS
DIAGRAMAÇÃO DE JORNAISDIAGRAMAÇÃO DE JORNAIS
DIAGRAMAÇÃO DE JORNAIS
 
AULA 6 - IMAGEM
AULA 6 - IMAGEMAULA 6 - IMAGEM
AULA 6 - IMAGEM
 

Último

Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresEu Prefiro o Paraíso.
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Colaborar Educacional
 
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)profesfrancleite
 
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...Unidad de Espiritualidad Eudista
 
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacionalarte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacionalidicacia
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfItaloAtsoc
 
Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024gilmaraoliveira0612
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxPatriciaFarias81
 
Aula 5 - A Guerra acabou, o mundo se modificou..pptx
Aula 5 - A Guerra acabou, o mundo se modificou..pptxAula 5 - A Guerra acabou, o mundo se modificou..pptx
Aula 5 - A Guerra acabou, o mundo se modificou..pptxMarceloDosSantosSoar3
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxLuzia Gabriele
 
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxAula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxMarceloDosSantosSoar3
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderLucliaResende1
 
Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .WAGNERJESUSDACUNHA
 
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaFORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaBenigno Andrade Vieira
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxtaloAugusto8
 
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBB
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBBTreinamento de Avaliação de Desempenho HBB
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBBDiegoFelicioTexeira
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -Mary Alvarenga
 
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123JaineCarolaineLima
 

Último (20)

Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
 
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdfAbordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
 
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
 
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
 
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacionalarte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
 
Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024
 
Boletim informativo Contacto - março 2024
Boletim informativo Contacto - março 2024Boletim informativo Contacto - março 2024
Boletim informativo Contacto - março 2024
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
 
Aula 5 - A Guerra acabou, o mundo se modificou..pptx
Aula 5 - A Guerra acabou, o mundo se modificou..pptxAula 5 - A Guerra acabou, o mundo se modificou..pptx
Aula 5 - A Guerra acabou, o mundo se modificou..pptx
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
 
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxAula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
 
Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .
 
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaFORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
 
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBB
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBBTreinamento de Avaliação de Desempenho HBB
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBB
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
 
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
 

Oficina de jornalismo literário 2014

  • 1. OFICINA DE JORNALISMO LITERÁRIO prof. Ed Marcos
  • 2. DINÂMICA DA OFICINA  Abertura  Apresentação das Técnicas Literárias  Leitura de Texto  Exercício de Observação  Produção textual  Sarau literário  Publicação no Blog
  • 3. CONCEITO DE JORNALISMO LITERÁRIO  Modalidade de prática da reportagem de profundidade e do ensaio jornalístico utilizando recursos de observação e redação originários da (ou inspirados pela) literatura.  Traços básicos: imersão do repórter na realidade, voz autoral, estilo, precisão de dados e informações, uso de símbolos (inclusive metáforas), digressão e humanização.(Edvaldo Pereira Lima)
  • 4. CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO LITERÁRIO  Emprego de técnicas literárias;  Profunda observação;  Profunda pesquisa de campo;  Criatividade;  Grande caracterização dos personagens;  Ambientação do fato narrado;  Fuga das regras do texto jornalístico; convencional.
  • 5. E QUAL É A DO JORNALISMO LITERÁRIO? •Ir além do factual •Ir além da objetividade •Ir além dos dados estatísticos •Ir além do lead
  • 6. E QUAL É A DO JORNALISMO LITERÁRIO? O Jornalismo Literário: •Humaniza o texto •Aprofunda a reportagem •Trabalha a linguagem •Observa os detalhes •Vai além do lead
  • 7. TÉCNICAS LITERÁRIAS  1. Variação da tipologia textual  2. Construção cena a cena  3. Foco narrativo  4. Fluxo de consciência
  • 8. 1 – VARIAÇÃO DA TIPOLOGIA TEXTUAL  Narração – tem como principal característica a ação, a progressão temporal para o desenrolar dos fatos.  Dissertação – na dissertação, prevalece a argumentação, a exposição e defesa de um ponto de vista.  Descrição – é a mera descrição e apresentação dos fatos, como eles ocorrem. É um texto bastante adjetivado
  • 9. EXEMPLO  Ele entrou pela porta ofegante, sentou-se, olhou ao redor e se voltou para o seu mundo. (NARRAÇÃO).Triste, cabisbaixo, com a barba por fazer e a roupa amarfanhada, pensava no porquê daquela situação.(DESCRIÇÃO) Creio que se sentia culpado por sua própria incapacidade. (DISSERTAÇÃO)
  • 10. 2 - NARRAÇÃO CENA A CENA  Construção cena a cena (cena presentificada) – é o relato detalhado do acontecimento à medida que ele se desenvolve, desdobrando-o como em uma projeção cinematográfica. Mas, como a vida do personagem não transcorre somente no universo de suas ações diretas, pode-se estabelecer relações com acontecimentos paralelos, que, de alguma forma, contribuíram para o destino do biografado
  • 11. EXEMPLO DE NARRAÇÃO CENA A CENA Chegam à casa ao entardecer. São um pequeno grupo de policiais. Todos uniformizados. Passeiam pela sala e olham a biblioteca. Riem com sarcasmo. Pegam o livro História da Diplomacia. "Assim que os kosovares descendentes de albaneses também querem ser diplomatas?" Mudam o tom da conversa. Gritam. "Nos dê as chaves", exigem. "Pegue uma mala", ordenam. "Logo vocês irão para a Albânia e nunca mais voltarão’’, profetizam.
  • 12. 3 - FOCO NARRATIVO  Foco narrativo (ou ponto de vista) – é a perspectiva pela qual é contada a história. Pode ser:  Narrador-observador (3ª. Pessoa) ou narrador-personagem (1ª. Pessoa).
  • 13. FOCO NARRATIVO  Narrador-observador Exemplo: “Ali pelas onze horas da manhã o velho Joaquim Prestes chegou no pesqueiro. Embora fizesse força em se mostrar amável por causa da visita convidada para a pescaria, vinha mal-humorado daquelas cinco léguas cabritando na estrada péssima. Aliás, o fazendeiro era de pouco riso mesmo, já endurecido pelos setenta e cinco anos que o mumificavam naquele esqueleto agudo e taciturno.” - O poço, de Mário de Andrade.
  • 14. FOCO NARRATIVO  Narrador- personagem – quando o narrador participa da história Exemplo “Vai então, empacou o jumento em que eu vinha montado; fustiguei-o, ele deu dois corcovos, depois mais três, enfim mais um, que me sacudiu fora da sela,…” “mas um almocreve, que ali estava, acudiu a tempo de lhe pegar na rédea e detê-lo, não sem esforço nem perigo. Dominado o bruto, desvencilhei-me do estribo e pus-me de pé.” -Memórias Póstuma de Brás Cubas,de Machado de Assis.
  • 15. 4- FLUXO DE CONSCIÊNCIA  Fluxo de consciência – Escrever um fluxo de consciência é como instalar uma câmera na cabeça da personagem, retratando fielmente sua imaginação, seus pensamentos. Como o pensamento, a consciência não é ordenada. Presente e passado, realidade e desejos, falas e ações se misturam na narrativa.
  • 16. FLUXO DE CONSCIÊNCIA  Exemplo Como a humanidade é louca, pensou ela ao atravessar Victoria Street. Porque só Deus sabe porque amamos tanto isto, o concebemos assim , elevando‑o, construindo‑o à nossa volta, derrubando‑o, criando‑o novamente a cada instante, mas até as próprias megeras, as mendigas mais repelentes sentadas às portas (a beberem a sua ruína) fazem o mesmo;.(Mrs. Dalloway, 1925, trad. port. Lisboa, Ulisseia, 1982, pp.5-6)
  • 18. JOÃO DO RIO João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 1881. Era filho de Alfredo Coelho Barreto, professor de matemática e da dona-de-casa Florência dos Santos Barreto. Ingressou na imprensa carioca aos 17 anos, chegando a ser colaborador de vários jornais como O Paiz, O Dia, Correio Mercantil, O Tagarela e O Coió.
  • 19. JOÃO DO RIO Em 1903, começou a trabalhar no jornal Gazeta de Notícias, onde ganhou o apelido de João do Rio. Foi jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo. Elevou a profissão de jornalista, que até então era vista como bico pelos intelectuais. Foi um revolucionário para sua época. Foi um dos primeiros repórteres “in loco”, retratou tanto a burguesia como as classes mais pobres e se especializou na retratação de personagens marginalizados, como prostitutas, mendigos, malandros, trabalhadores do porto etc. É considerado ainda o “iniciador da crônica social moderna”. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em
  • 20. JOÃO DO RIO Sofreu enorme preconceito da sociedade de sua época, por ser negro e homossexual. No entanto, ganhou a vida como jornalista profissional, o que era incomum para a época. Foi diretor do jornal A Pátría, da revista Atlantida e colaborou ainda com a revista Serões. Morreu em 23 de junho de 1921, vítima de enfarte fulminante.
  • 21. JOÃO DO RIO Dentre sua obra destacam-se: -As religiões do Rio (1904) -Alma encantadora das ruas (1908) -Dentro da noite (1910) - Vida Vertiginosa (1911)
  • 22. EXERCÍCIO A partir do exercício de observação proposto, construa um texto utilizando as técnicas literárias.
  • 23. BIBLIOGRAFIA  JATOBÁ, JOÃO FELIPE BRANDÃO. Técnicas Literárias. Disponível em: http://migre.me/5KNuv . Acesso em 7.set.2011  LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas. São Paulo, Manole, 2004  RIO, João do. Vida Vertiginosa. São Paulo, Martins Fontes, 2006  ___________. Alma Encantadora das Ruas. São Paulo, Companhia de Bolso, 2008  SCARTON, Gilberto. Guia de Produção Textual. Disponível em Fonte: http://www.pucrs.br/gpt/index.php. Acesso em 5.ago.2011