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ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 
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INCIDENCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA NOSOCOMIAL 
UMA REVISÃO BIBLIOGRAFICA 
INCIDENCE OF NOSOCOMIAL URINARY INFECTION 
A LITERATURE REVIEW 
ALCIGLEY ROCHA BARBOSA1; ANTONE SANTONS SILVA2; FELIPPE AUGUSTO CAVALCANTI 
CERQUEIRA3; ROMULO H. V. DE NEGREIROS4 
RESUMO 
As infecções de trato urinário (ITU) são consideravelmente comuns na rotina ambulatorial, perdendo apenas 
para as infecções respiratórias. As infecções urinárias comunitárias são diferentes das hospitalares em alguns 
aspectos, principalmente por possuir público alvo, como idosos e mulheres jovens no início da vida sexual. 
Os diversos estudos já realizados demonstram que o perfil de prevalência das bactérias causadoras de 
infecções do trato urinário é relativamente diversificado, bactérias como Klebsiella pneumoniae, Enterobacter 
sp., Proteus sp., Pseudomonas sp, Staphylococcus saprophyticus, Staphylococcus aureus, Entretanto a mais 
comum é a Escherichia coli Neste contexto, o fator determinante para a ocorrência rotineira destes tipos de 
infecção é a resistência bacteriana, que vem traçando perfis cada vez mais diferenciados, dificultando de 
modo significativo o processo de tratamento e profilaxia desta patologia. Desta forma a proposta deste 
trabalho é revisar as infecções do trato urinário no seu conceito mais amplo, delineando tanto o perfil da 
doença como o de prevalência dos agentes infecciosos, complementando estes aspectos com um estudo 
mais detalhado da resistência bacteriana, a qual é o maior desafio dos clínicos, microbiologistas, e diversos 
profissionais da área de saúde. 
Palavras-chave: Microrganismos, assintomático, ITU, infecção urinária. 
ABSTRACT 
Urinary tract infections (ITU) are considerably common in outpatient´s routine, losing only to respiratory 
infections. Community urinary infections in hospital are different in some aspects, mainly by having the target 
public, such as the elderly and young women at the beginning of sexual life. The various existing studies 
demonstrate that the profile of the prevalence of bacteria that cause urinary tract infections is relatively varied, 
bacteria such as Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp. Proteus sp. Pseudomonas sp, Staphylococcus 
saprophyticus, Staphylococcus aureus. Nevertheless the most common is Escherichia coli. In this context, the 
determined fact to the routine occurrence of these types of infection is bacterial resistance factor, which is 
drawing more and more different profiles, becoming difficult to the treatment process and prophylaxis of this 
pathology. Thus, the aim of this paper is to review the urinary tract in its ample concept, outlining both the 
profile of the disease as the prevalence of infectious agents, complementing these aspects with a more 
detailed bacterial resistance analyze, which is the largest challenge for clinicians, microbiologists, and many 
kinds of health professionals in this area specifically. 
Keywords: Microorganisms, asymptomatic, TUI, urinary infection.
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INTRODUÇÃO 
Dentre as principais infecções 
existentes, a Infecção do Trato Urinário 
(ITU) destaca-se como uma das 
doenças mais comuns presentes na 
comunidade, acometendo pessoas de 
todas as idades, do neonato ao idoso. 
Nos primeiros meses de vida, o sexo 
masculino é o mais acometido, 
ocasionado principalmente por má 
formação congênita no trato urinário. A 
partir da infância as mulheres passam a 
ocupar o topo das infecções causadas 
por essa patologia, numa proporção de 
3:1 em relação aos homens 
(BRANDINO et al., 2007). 
Ao metabolizar os nutrientes 
como proteínas, lipídeos e 
carboidratos, as células humanas 
produzem resíduos como dióxido de 
carbono, excesso de água, energia 
armazenada na forma de ATP e calor. 
Além disso, o catabolismo das 
proteínas gera metabólitos 
nitrogenados tóxicos como a amônia e 
a ureia. Todos os compostos tóxicos e 
o excesso íons, como sódio, cloreto, 
sulfato, fosfato e hidrogênio devem ser 
excretados pelo corpo de modo que a 
homeostase seja mantida (TORTORA 
& GRABOWSKI, 2003). 
A homeostase é o estado físico e 
químico constante do corpo humano, 
pois para que as células permaneçam 
viáveis e desempenhem efetivamente 
suas funções é necessário que elas 
estejam num ambiente estável, ou seja, 
o meio interno do corpo tem de estar 
em constante equilíbrio. O metabolismo 
celular tende constantemente a 
desarranjar o balanço do meio interno 
do corpo, consumindo algumas 
substâncias como oxigênio e glicose, e 
produzindo outras não utilizadas pelo 
corpo. Além disso, substâncias como 
medicamentos e possíveis toxinas 
presentes em alimentos podem ser 
absorvidas, e consequentemente 
precisam ser removidas desse meio 
através da excreção (SPENCE, 1991). 
A infecção do trato urinário (ITU) 
é a principal infecção hospitalar 
(FOXMAN, 2010; SAVAS, 2006) 
Segundo Gales (2000), a elevada 
proporção de ITU nosocomial está 
intimamente associada ao uso der 
cateter vesical, principal fator de risco, 
uma vez que este dispositivo remove os 
mecanismos de defesa intrínsecos do 
hospedeiro, tais como a micção e o 
eficiente esvaziamento da bexiga, 
favorecendo a colonização de 
microrganismos nas vias urinárias. 
Ainda de acordo com Gales (2000), a 
aquisição de ITUN aumenta tanto o 
risco de mortalidade quanto o tempo e 
o custo da internação hospitalar 
esperada para a doença subjacente. 
Embora a Escherichia coli 
permaneça como principal micro-organismo 
envolvido (CULLEN ET AL, 
2011; SAVAS,2006), a etiologia das 
ITUN, assim como a suscetibilidade 
antimicrobiana dos uropatógenos, vem 
mudando ao longo dos anos (JONES, 
2001;SAVAS,2006). 
No início do século XXI, 50-60% 
das ITUN registrado nos EUA foram 
causadas por cepas de bactérias com 
alguma resistência a antibióticos 
(JONES, 2001). Fatores como a 
mudança no perfil dos pacientes 
(sensibilidade, doenças crônicas, uso 
indiscriminado de drogas 
imunossupressoras, etc.) o 
aperfeiçoamento de métodos 
diagnósticos e o uso indiscriminado e 
muitas vezes incorretos dos 
antimicrobianos podem ter contribuído 
para as mudanças no perfil 
microbiológico do trato urinário 
(GALLES, 2000).
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OBJETIVO 
Revisar na literatura científica os 
principais aspectos relacionados à 
incidência de infecção urinária 
nosocomial, as infecções do trato 
urinário no seu conceito mais amplo, 
delineando tanto o perfil da doença 
como o de prevalência dos agentes 
infecciosos. Observar os aspectos 
clínicos relevantes nas ITUN, para um 
melhor acompanhamento do paciente. 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
A infecção é dita nosocomial 
quando é adquirida em qualquer 
instituição de saúde, ou de forma mais 
geral, quando está relacionada ao 
manejo do paciente (SILVA et AL, 
2009). Uma infecção nosocomial 
acresce, em média,5 a 10 dias ao 
período de internamento. A estadia 
prolongada dos doentes com infecções 
hospitalares constitui o maior fator 
contribuinte ao custo, não só devido 
aos custos diretos com os doentes 
(medicamentos, necessidade de 
isolamento e meios complementares de 
diagnóstico), como também os indiretos 
se levarmos em consideração os dias 
de trabalho perdidos. (RODRIGUES, 
2007). 
A ITU é principal infecção 
nosocomial (MILLAN; IVAN, 2009; 
PELLIZER, 2008; SAVAS, 2006), 
caracterizada pela invasão do tecido 
por uma ou várias espécies de 
microrganismos, induzindo uma 
resposta inflamatória bem como sinais 
e sintomas cuja natureza e intensidade 
variam de acordo com o sítio 
acometido. A ITU pode ser clinicamente 
classificada em dois grupos: inferior 
(cistites e uretrites) e superior 
(pielonefrite), e seu diagnóstico é 
estabelecido quando ao menos um dos 
seguintes sintomas está associado a 
uma urocultura positiva: febre (> 38 °C), 
urgência urinária, polaciúria ou 
sensação de ardência ou dor supra 
púbica á micção, sem outras causas 
(CORREIA ET AL,2007). A colonização 
do trato urinário (ou bactériúria 
assintomática) é definida pela presença 
de um ou mais microrganismos sem 
clínicas (FOXMAN, 2010). 
As bactérias estão entre os 
micro-organismos mais isolados em 
ITUs, principalmente as Gram-negativas. 
A Echerichia coli é a bactéria 
mais prevalente envolvida nessa 
patologia, sendo isolada em cerca de 
50 a 70% das infecções urinarias 
(COSTA et al., 2010). Para diagnosticar 
uma ITU em pacientes ambulatoriais é 
necessário que o clinico tenha censo 
critico suficiente para interpretar as 
informações clinicas disponíveis 
apresentadas pelos pacientes. No 
entanto, na comunidade, e ideal que os 
pacientes realizem a urocultura 
(padrão-ouro para diagnosticar uma 
ITU), pois a mesma irá comprovar a 
bactéria causadora dessa patologia, 
bem como indicará o antimicrobiano 
adequado para trata-la, através do 
antibiograma (SILVA et al., 2007). 
De acordo com Botto ET AL 
(2003), o trato urinário é normalmente 
estéril, exceto pela microbiota nos 
últimos poucos centímetros da uretra 
distal, que é variada e reflete a 
microbiota digestiva (enterobactéria , 
estreptococos e bactérias anaeróbias) , 
cutânea (estafilocos coagulase 
negativos, corybebactéria) e genital 
(lactobacilos em mulheres). Ainda 
segundo Botto, a origem da bactéria na 
ITU nosocomial (ITUN) é endógena (da 
própria flora do paciente) em dois 
terços dos casos, podendo o mesmo 
conceito ser aplicado á colonização 
assintomática. 
A ITU incide com maior 
frequência em mulheres devido a 
alguns fatores intrínsecos ao gênero,
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como: extensão da uretra e colonização 
da região periuretral (ALMEIDA et al, 
2007; SILVA et al, 2009). Embora o 
ponto de corte ideal para idade 
cronológica não esteja definitivamente 
estabelecido, já está bem documentado 
a maior vulnerabilidade dos idosos na 
aquisição de infecções, quando 
comparado aos jovens (AVCI,2012) 
Há diversos fatores que pré-dispõem 
as mulheres a serem as mais 
atingidas por essa patologia, a figura 
mostra dentre os quais podemos 
destacar a anatomia geniturinária 
feminina e o uso de alguns 
anticoncepcionais que podem alterar a 
microbiota genital, favorecendo a 
colonização por patógenos 
oportunistas, tais como as bactérias. 
Esses micro organismos pode 
contaminar todo o trato urinário, 
podendo causar pielonefrite ou 
glomerulonefrite, caso não haja uma 
tratamento adequado (MARTINI et al., 
2011). 
Figura 1: Aparelho Urinaria Feminino. Fonte: http://www.grupoescolar.com 
No homem, o maior comprimento 
uretral, maior fluxo urinário e o fator 
antibacteriano prostático devido à 
eliminação de zinco pela próstata, são 
alguns dos fatores que contribuem para 
a diminuição de incidência de ITU. 
Homens com mais de 50 anos tornam-se 
mais suscetíveis à ITU devido ao 
prostatismo, que é a compressão e 
obstrução da uretra pela próstata 
causada por hiperplasia prostática 
benigna ou câncer de próstata 
(HEILBERG & SCHOR, 2003) 
ITU é frequente na infância. Em 
crianças maiores o quadro de uma ITU 
apresenta sintomas clássicos como 
disúria, aumento da frequência urinária, 
urgência miccional, mudanças na cor e 
odor da urina, mas em lactentes o 
quadro geralmente é inespecífico, 
apresentando muitas vezes, apenas 
estado febril. O retardo no diagnóstico 
em lactantes aumenta o risco de lesão 
do parênquima renal e pode ocasionar 
sequelas graves (insuficiência renal, 
hipertensão arterial sistêmica) (LO 
et.al, 2010). Por isso, devem-se 
conhecer os agentes etiológicos destas 
infecções e o perfil da sensibilidade 
antimicrobiana para a terapia inicial, a 
fim de se obter um espectro adequado 
aos prováveis agentes e baixa 
toxicidade (SEIJA et.al, 2010) 
A figura mostra vários ponchos 
anatômicos onde podem ser focos de 
bactérias, podendo ou não apresentar 
sintomas. A ITU assintomática é 
definida pela presença de alto número 
de bactérias na urina (bacteriúria) 
acompanhada da falta dos sintomas 
mais comuns dessa infecção. A simples 
presença de bactérias na urina não é 
um fator determinante de uma infecção. 
Dessa forma, é necessário considerar a 
contagem de bactérias na urina para
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diferenciá-la de uma simples 
contaminação. De acordo com a 
literatura, são necessárias 
urinoculturas com contagem igual ou 
superior a 105 unidades formadoras de 
colônia/mL de urina (UFC/mL) 
(HEILBERG & SCHOR, 2003). 
Figura 2: Tipos de Infecção. Fonte: http://saude.abril.com.b 
Os tipos de ITU mais comuns 
são a infecção da bexiga, denominada 
cistite (ITU baixo), e infecção dos rins, 
chamada de pielonefrite (ITU alto). De 
acordo com Hootom &Stamm (2006), 
os sintomas típicos da cistite são dor ou 
ardor ao urinar (disúria), necessidade 
frequente de urinar (polaciúria), 
urgência em urinar, sangue na urina 
(hematúria) e dor supra púbica ou 
lombar. Na pielonefrite, os sintomas 
incluem, quase sempre, febre, dor 
lombar e nos flancos, náuseas e 
vômitos. Pode ocorrer ardor, dor e o 
aumento da frequência e urgência em 
urinar. Stapleton (1999 apud 
HEILBERG & SCHOR, 2003). 
O diagnóstico das infecções do 
trato urinário geralmente é baseado em 
sintomas como micção dolorosa ou 
sensação de que a bexiga não se 
esvazia, mesmo após a micção. A urina 
pode estar turva ou ter uma leve 
coloração sanguinolenta. A orientação 
tradicional de que a urina contendo 
mais de 100 mil bactérias por mililitro é 
uma indicação de infecção urinária foi 
modificada. Hoje em dia contagens tão 
baixas quanto 1000/mL de qualquer 
tipo bacteriano único, ou de até 100/mL 
de coliformes fecais, tais como E. coli, 
são agora consideradas uma indicação 
de infecção significativa, especialmente 
se houver leucócitos na urina. Antes de 
a terapia ser iniciada a cultura das 
bactérias da urina é feita para 
determinar a sensibilidade do 
antibiótico (GERARD, J et al 2005). 
Como mostra a figura, o uso do 
cateter urinário é descrita como 
principal fator de risco (ALMEIDA et al 
2007; SILVA et al, 2009; MILLAN; 
IVAN.2009). São descritos quatros 
mecanismos de infecção para ITUN em 
pacientes cateterizados: aquisição 
durante a inserção do cateter vesical; 
aquisição pela via endolumial (mais 
predominante no sistema aberto); 
aquisição pela extralumial ou periuretral 
(mais predominante ao sistema 
fechado); e aquisição pela via linfática 
ou hematogênica (BOTTO et al, 2003; 
MILLAN; IVAN, 2009).Segundo Botto et 
al (2003), houve uma regressão na 
incidência de ITUN após o advento do 
sistema fechado se sondagem vesical, 
variando de 3% a 10% por cateter-dia, 
com um risco acumulativo de 100% 
após 30 dias de cateterização, tendo 
este dispositivo tornado predominante 
a aquisição de ITU pela via extralumial 
ou periuretral ,caracterizada pela 
ascensão bacteriana por capilaridade 
na fina película de mucosa próxima a 
camada externa do cateter.
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Figura 3: Cateter vesical. Fonte http://enfermagempacientecritico.blogspot.com 
O cateterismo vesical promove 
ITU como consequência dos seguintes 
fatores: degradação dos mecanismos 
de defesa vesicais, pela ação mecânica 
sobre o endotélio e a camada ácida de 
mucopolissacarídeos; disfunção do 
trânsito urinário, pela persistência de 
um mínimo resíduo miccional; e 
deposição de biofilme, um composto 
produzido pelas bactérias e que as 
protegem contra a ação do sistema 
imune e dos antibióticos(BOTTO et 
al,2003). 
A análise de uma amostra da 
urina permite o diagnóstico biológico 
(FOXMAN,2010). A punção 
suprapública concede a mais fidedigna 
amostra de urina, entretanto, métodos 
menos invasivos de amostragem (jato 
médio de urina, por punção direta pelo 
opérculo do cateter ou por saco coletor 
em mulheres incontinentes) são mais 
adaptados á prática clínica e concedem 
um nível aceitável de fiabilidade 
(BOTTO et al , 2003).A associação de 
bacteriúria >-10 UFC/ml com 
leucocitúria > 10/ml é fortemente 
sugestiva de infecção (FOX 
MAN,2010). 
A etiologia das ITU tem sido 
analisada e estabelecida de forma 
razoavelmente consistente. O gráfico 
mostra que a Escherichia coli é o 
principal patógeno isolado de infecções 
do trato urinário (CULLEN et al , 2011; 
BOYD et al,2008) tanto no ambiente da 
comunidade quanto hospitalar, embora 
neste represente uma menor proporção 
devido ao isolamento de outros 
microrganismos, como klebsiella SSP., 
Pseudomonas aeruginosa, Proteus 
mirabillis, Staphylococcus SP. e 
leveduras (SHIGEMURA ET AL,2011). 
A proporção de bactérias 
multirresistentes (MRB na sigla em 
inglês) é superior entre cepas 
nosocomiais (AVCI et al, 2011; 
FOXMAN, 2010; BOTTO, 2003).
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Figura 4: Gráfico representativo sobre frequência de espécies bacterianas em infecções 
comunitárias do trato urinário, a partir dos resultados de estudos realizados em cinco estados 
brasileiros, os quais representam as regiões norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. (2010). 
Segundo Botto et al (2003) são 
elementos essenciais no manejo 
terapêutico das ITUN a desobstrução e 
prevenção de resíduo vesical (nível de 
evidência A-III) e a antibioticoterapia 
(nível de evidência A-II). Ainda de 
acordo com Botto et al (2003) na 
ausência de sinais de gravidade, a 
antibioticoterapia deve sempre ser 
postergada e selecionada de acordo 
com a natureza do microrganismo e 
sua suscetibilidade antimicrobiana, 
entretanto, em casos de severidade 
(pielonefrite, prostatite, orquiepididimite 
ou sinais de choque séptico), um 
tratamento empírico deve ser 
prontamente introduzido, 
fundamentado no exame clínico e na 
microbiota local. Nestes casos, é 
mandatória a escolha de um antibiótico 
cujo espectro de ação seja o mais 
estreito possível, a fim de prevenir a 
seleção de cepas bacterianas 
resistentes, até a obtenção de um 
antibiograma, que impõe uma revisão 
NE antibioticoterapia (SAVAS et 
al,2006). 
Bail et al, (2006) não 
recomendam a utilização de um 
determinado fármaco, sendo igual ou 
inferior a 7 dias em pacientes não 
cateterizados sem acometimento 
parenquimatoso, 10 a 14 dias em casos 
de pielonefrite ou orquiepididimite e um 
mínimo de 3 semanas para prostatite 
aguda (BOTTO et al,2003). 
De acordo com Botto et al, 
(2003) o cateter vesical deve ser 
removido ou trocado quando seu 
emprego for mandatório, embora o 
momento ideal, considerando o início 
da antibioticoterapia, permaneça 
controverso. Segundo os mesmos 
autores, em casos de disfunção 
neurológica vesical, cateterização 
intermitente é a melhor opção. 
Um aumento na resistência de 
numerosos antimicrobianos tem sido 
relatado nos últimos anos (CULLEN et 
al, 2011). Betalactâmicos e quinolona 
são os grupos de fármacos de maior
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preocupação (BAIL et al, 2006). Até 
pouco tempo, a ITU por E. coli era 
considerada de fácil manejo, em 
decorrência da boa suscetibilidade a 
vários tipos de antibióticos, entretanto, 
atualmente foram reportadas cepas de 
E. coli produtora de betalactamase de 
espectro estendido (ESBL- sigla em 
inglês) E. coli resistente a 
fluoroquinolona (FQRE-sigla em inglês) 
(BOYD et al, 2008; SHIGEMURA et al, 
2011) 
Algumas bactérias apresentam 
resistência intrínseca para alguns 
antimicrobianos, como é o caso do 
Proteus mirabillis para a 
nitrofurantoína, da Klebsilla 
pneumoniae para ampicilina e da 
resistência de algumas espécies de 
Enterobacter para a cefalotina e 
cefoxitina (BAIL et al,2006). 
A distribuição de patógenos 
causadores de infecção nosocomial, 
especialmente os resistentes a 
antibióticos, variam com tempo e entre 
hospitais, até mesmo entre vários 
locais do mesmo hospital (SAVAS et al, 
2006) 
A criação de um sistema de 
monitoramento da resistência 
bacteriana vem a ser um importante 
passo na detecção da resistência, 
ajudando na seleção da terapia 
empírica local mais eficaz e permitindo 
a implementação de medidas de 
prevenção. 
As três universalmente 
consideradas para prevenção da 
infecção são: a lavagem das mãos; o 
isolamento das fontes de infecção; e a 
correta prescrição antimicrobiana 
(RODRIGUES, 2007). 
METODOLOGIA 
Para elaboração do presente 
trabalho de conclusão de curso foram 
realizadas pesquisas bibliográficas 
retiradas de artigos científicos 
especializados no tema do 
relacionados à prevalência de infecção 
urinária nosocomial. Este estudo teve 
como objetivo identificar a produção 
científica da Microbiologia na área 
artigos nacionais publicados entre 1999 
e 2012. 
Trata-se se de um levantamento 
bibliográfica, realizada na base de 
dados Scielo e Bdenf, web-artigos e 
livros didáticos a partir dos descritores 
sobre Infecção Urinaria, A amostra foi 
constituída por 48 trabalhos que 
atenderam aos critérios de inclusão. 
Destacando que a maioria destes 
direcionam a população adulta, embora 
tenham sido verificadas investigações 
relacionadas aos idosos, crianças e 
adolescentes. 
CONSIDERÇÕES FINAIS 
A ITU é uma patologia bem 
descrita, sendo que sua prevalência 
varia com gênero e idade, e seus sinais 
e sintomas são diferenciados quando 
se trata de gestante, idosos e crianças 
muito novas, Pode se desenvolver com 
quadro complicado, que envolve 
pacientes hospitalizados e infecções 
recorrentes. 
De acordo com o pesquisado as 
Bactérias Gram. Negativa são as 
principais causadoras das Infecções do 
Trato genitario urinário. A ITU deve ser 
diagnosticada corretamente e 
empregado antibiótico terapia 
adequada, quando necessários e 
realizados avaliações clínicas, 
laboratoriais, e radiológicas, para 
afastar quadros mais complexos e 
evitar recidivas. 
A espécie Escherichia coli é o 
principal micro-organismo envolvido 
nessa doença. É importante ressaltar 
que as bactérias isoladas na 
comunidade podem não ser as
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mesmas isoladas em hospitais, porém 
a E. coli continua no topo dos isoladas, 
independente do local onde essa 
patologia foi adquirida. Portanto, é 
indispensável que haja um diagnóstico 
correto e preciso que proporcione um 
tratamento eficaz, melhorando os 
sintomas clínicos bem como evitando 
recorrências, melhorando com isso a 
qualidade de vida desses pacientes. 
É importante ressaltar que a 
prescrição de antibióticos deve ser 
preferencialmente orientada através da 
urocultura e antibiograma, 
respectivamente. No entanto, esse fato 
não deve ser motivo para adiar o início 
do tratamento nos casos sintomáticos. 
Portanto, fica claro compreender que, 
conhecendo os principais germes 
associados a este tipo de infecção, a 
terapêutica passa a ser mais objetiva e 
de espectro muitas vezes específicos 
para determinados germes, facilitando 
e melhorando o tratamento. 
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Paulo, v. 49, n 1,jan./mar., 2003. 
_______________________________ 
1-Aluno do Curso de Especialização 
em Microbiologia, Faculdade Mauricio 
de Nassau, Campina Grande – PB. 
2- Aluno do Curso de Especialização 
em Microbiologia, Faculdade Mauricio 
de Nassau, Campina Grande – PB. 
3- Aluno do Curso de Especialização 
em Microbiologia, Faculdade Mauricio 
de Nassau, Campina Grande – PB. 
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  • 1. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 51 INCIDENCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA NOSOCOMIAL UMA REVISÃO BIBLIOGRAFICA INCIDENCE OF NOSOCOMIAL URINARY INFECTION A LITERATURE REVIEW ALCIGLEY ROCHA BARBOSA1; ANTONE SANTONS SILVA2; FELIPPE AUGUSTO CAVALCANTI CERQUEIRA3; ROMULO H. V. DE NEGREIROS4 RESUMO As infecções de trato urinário (ITU) são consideravelmente comuns na rotina ambulatorial, perdendo apenas para as infecções respiratórias. As infecções urinárias comunitárias são diferentes das hospitalares em alguns aspectos, principalmente por possuir público alvo, como idosos e mulheres jovens no início da vida sexual. Os diversos estudos já realizados demonstram que o perfil de prevalência das bactérias causadoras de infecções do trato urinário é relativamente diversificado, bactérias como Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp., Proteus sp., Pseudomonas sp, Staphylococcus saprophyticus, Staphylococcus aureus, Entretanto a mais comum é a Escherichia coli Neste contexto, o fator determinante para a ocorrência rotineira destes tipos de infecção é a resistência bacteriana, que vem traçando perfis cada vez mais diferenciados, dificultando de modo significativo o processo de tratamento e profilaxia desta patologia. Desta forma a proposta deste trabalho é revisar as infecções do trato urinário no seu conceito mais amplo, delineando tanto o perfil da doença como o de prevalência dos agentes infecciosos, complementando estes aspectos com um estudo mais detalhado da resistência bacteriana, a qual é o maior desafio dos clínicos, microbiologistas, e diversos profissionais da área de saúde. Palavras-chave: Microrganismos, assintomático, ITU, infecção urinária. ABSTRACT Urinary tract infections (ITU) are considerably common in outpatient´s routine, losing only to respiratory infections. Community urinary infections in hospital are different in some aspects, mainly by having the target public, such as the elderly and young women at the beginning of sexual life. The various existing studies demonstrate that the profile of the prevalence of bacteria that cause urinary tract infections is relatively varied, bacteria such as Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp. Proteus sp. Pseudomonas sp, Staphylococcus saprophyticus, Staphylococcus aureus. Nevertheless the most common is Escherichia coli. In this context, the determined fact to the routine occurrence of these types of infection is bacterial resistance factor, which is drawing more and more different profiles, becoming difficult to the treatment process and prophylaxis of this pathology. Thus, the aim of this paper is to review the urinary tract in its ample concept, outlining both the profile of the disease as the prevalence of infectious agents, complementing these aspects with a more detailed bacterial resistance analyze, which is the largest challenge for clinicians, microbiologists, and many kinds of health professionals in this area specifically. Keywords: Microorganisms, asymptomatic, TUI, urinary infection.
  • 2. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 52 INTRODUÇÃO Dentre as principais infecções existentes, a Infecção do Trato Urinário (ITU) destaca-se como uma das doenças mais comuns presentes na comunidade, acometendo pessoas de todas as idades, do neonato ao idoso. Nos primeiros meses de vida, o sexo masculino é o mais acometido, ocasionado principalmente por má formação congênita no trato urinário. A partir da infância as mulheres passam a ocupar o topo das infecções causadas por essa patologia, numa proporção de 3:1 em relação aos homens (BRANDINO et al., 2007). Ao metabolizar os nutrientes como proteínas, lipídeos e carboidratos, as células humanas produzem resíduos como dióxido de carbono, excesso de água, energia armazenada na forma de ATP e calor. Além disso, o catabolismo das proteínas gera metabólitos nitrogenados tóxicos como a amônia e a ureia. Todos os compostos tóxicos e o excesso íons, como sódio, cloreto, sulfato, fosfato e hidrogênio devem ser excretados pelo corpo de modo que a homeostase seja mantida (TORTORA & GRABOWSKI, 2003). A homeostase é o estado físico e químico constante do corpo humano, pois para que as células permaneçam viáveis e desempenhem efetivamente suas funções é necessário que elas estejam num ambiente estável, ou seja, o meio interno do corpo tem de estar em constante equilíbrio. O metabolismo celular tende constantemente a desarranjar o balanço do meio interno do corpo, consumindo algumas substâncias como oxigênio e glicose, e produzindo outras não utilizadas pelo corpo. Além disso, substâncias como medicamentos e possíveis toxinas presentes em alimentos podem ser absorvidas, e consequentemente precisam ser removidas desse meio através da excreção (SPENCE, 1991). A infecção do trato urinário (ITU) é a principal infecção hospitalar (FOXMAN, 2010; SAVAS, 2006) Segundo Gales (2000), a elevada proporção de ITU nosocomial está intimamente associada ao uso der cateter vesical, principal fator de risco, uma vez que este dispositivo remove os mecanismos de defesa intrínsecos do hospedeiro, tais como a micção e o eficiente esvaziamento da bexiga, favorecendo a colonização de microrganismos nas vias urinárias. Ainda de acordo com Gales (2000), a aquisição de ITUN aumenta tanto o risco de mortalidade quanto o tempo e o custo da internação hospitalar esperada para a doença subjacente. Embora a Escherichia coli permaneça como principal micro-organismo envolvido (CULLEN ET AL, 2011; SAVAS,2006), a etiologia das ITUN, assim como a suscetibilidade antimicrobiana dos uropatógenos, vem mudando ao longo dos anos (JONES, 2001;SAVAS,2006). No início do século XXI, 50-60% das ITUN registrado nos EUA foram causadas por cepas de bactérias com alguma resistência a antibióticos (JONES, 2001). Fatores como a mudança no perfil dos pacientes (sensibilidade, doenças crônicas, uso indiscriminado de drogas imunossupressoras, etc.) o aperfeiçoamento de métodos diagnósticos e o uso indiscriminado e muitas vezes incorretos dos antimicrobianos podem ter contribuído para as mudanças no perfil microbiológico do trato urinário (GALLES, 2000).
  • 3. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 53 OBJETIVO Revisar na literatura científica os principais aspectos relacionados à incidência de infecção urinária nosocomial, as infecções do trato urinário no seu conceito mais amplo, delineando tanto o perfil da doença como o de prevalência dos agentes infecciosos. Observar os aspectos clínicos relevantes nas ITUN, para um melhor acompanhamento do paciente. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A infecção é dita nosocomial quando é adquirida em qualquer instituição de saúde, ou de forma mais geral, quando está relacionada ao manejo do paciente (SILVA et AL, 2009). Uma infecção nosocomial acresce, em média,5 a 10 dias ao período de internamento. A estadia prolongada dos doentes com infecções hospitalares constitui o maior fator contribuinte ao custo, não só devido aos custos diretos com os doentes (medicamentos, necessidade de isolamento e meios complementares de diagnóstico), como também os indiretos se levarmos em consideração os dias de trabalho perdidos. (RODRIGUES, 2007). A ITU é principal infecção nosocomial (MILLAN; IVAN, 2009; PELLIZER, 2008; SAVAS, 2006), caracterizada pela invasão do tecido por uma ou várias espécies de microrganismos, induzindo uma resposta inflamatória bem como sinais e sintomas cuja natureza e intensidade variam de acordo com o sítio acometido. A ITU pode ser clinicamente classificada em dois grupos: inferior (cistites e uretrites) e superior (pielonefrite), e seu diagnóstico é estabelecido quando ao menos um dos seguintes sintomas está associado a uma urocultura positiva: febre (> 38 °C), urgência urinária, polaciúria ou sensação de ardência ou dor supra púbica á micção, sem outras causas (CORREIA ET AL,2007). A colonização do trato urinário (ou bactériúria assintomática) é definida pela presença de um ou mais microrganismos sem clínicas (FOXMAN, 2010). As bactérias estão entre os micro-organismos mais isolados em ITUs, principalmente as Gram-negativas. A Echerichia coli é a bactéria mais prevalente envolvida nessa patologia, sendo isolada em cerca de 50 a 70% das infecções urinarias (COSTA et al., 2010). Para diagnosticar uma ITU em pacientes ambulatoriais é necessário que o clinico tenha censo critico suficiente para interpretar as informações clinicas disponíveis apresentadas pelos pacientes. No entanto, na comunidade, e ideal que os pacientes realizem a urocultura (padrão-ouro para diagnosticar uma ITU), pois a mesma irá comprovar a bactéria causadora dessa patologia, bem como indicará o antimicrobiano adequado para trata-la, através do antibiograma (SILVA et al., 2007). De acordo com Botto ET AL (2003), o trato urinário é normalmente estéril, exceto pela microbiota nos últimos poucos centímetros da uretra distal, que é variada e reflete a microbiota digestiva (enterobactéria , estreptococos e bactérias anaeróbias) , cutânea (estafilocos coagulase negativos, corybebactéria) e genital (lactobacilos em mulheres). Ainda segundo Botto, a origem da bactéria na ITU nosocomial (ITUN) é endógena (da própria flora do paciente) em dois terços dos casos, podendo o mesmo conceito ser aplicado á colonização assintomática. A ITU incide com maior frequência em mulheres devido a alguns fatores intrínsecos ao gênero,
  • 4. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 54 como: extensão da uretra e colonização da região periuretral (ALMEIDA et al, 2007; SILVA et al, 2009). Embora o ponto de corte ideal para idade cronológica não esteja definitivamente estabelecido, já está bem documentado a maior vulnerabilidade dos idosos na aquisição de infecções, quando comparado aos jovens (AVCI,2012) Há diversos fatores que pré-dispõem as mulheres a serem as mais atingidas por essa patologia, a figura mostra dentre os quais podemos destacar a anatomia geniturinária feminina e o uso de alguns anticoncepcionais que podem alterar a microbiota genital, favorecendo a colonização por patógenos oportunistas, tais como as bactérias. Esses micro organismos pode contaminar todo o trato urinário, podendo causar pielonefrite ou glomerulonefrite, caso não haja uma tratamento adequado (MARTINI et al., 2011). Figura 1: Aparelho Urinaria Feminino. Fonte: http://www.grupoescolar.com No homem, o maior comprimento uretral, maior fluxo urinário e o fator antibacteriano prostático devido à eliminação de zinco pela próstata, são alguns dos fatores que contribuem para a diminuição de incidência de ITU. Homens com mais de 50 anos tornam-se mais suscetíveis à ITU devido ao prostatismo, que é a compressão e obstrução da uretra pela próstata causada por hiperplasia prostática benigna ou câncer de próstata (HEILBERG & SCHOR, 2003) ITU é frequente na infância. Em crianças maiores o quadro de uma ITU apresenta sintomas clássicos como disúria, aumento da frequência urinária, urgência miccional, mudanças na cor e odor da urina, mas em lactentes o quadro geralmente é inespecífico, apresentando muitas vezes, apenas estado febril. O retardo no diagnóstico em lactantes aumenta o risco de lesão do parênquima renal e pode ocasionar sequelas graves (insuficiência renal, hipertensão arterial sistêmica) (LO et.al, 2010). Por isso, devem-se conhecer os agentes etiológicos destas infecções e o perfil da sensibilidade antimicrobiana para a terapia inicial, a fim de se obter um espectro adequado aos prováveis agentes e baixa toxicidade (SEIJA et.al, 2010) A figura mostra vários ponchos anatômicos onde podem ser focos de bactérias, podendo ou não apresentar sintomas. A ITU assintomática é definida pela presença de alto número de bactérias na urina (bacteriúria) acompanhada da falta dos sintomas mais comuns dessa infecção. A simples presença de bactérias na urina não é um fator determinante de uma infecção. Dessa forma, é necessário considerar a contagem de bactérias na urina para
  • 5. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 55 diferenciá-la de uma simples contaminação. De acordo com a literatura, são necessárias urinoculturas com contagem igual ou superior a 105 unidades formadoras de colônia/mL de urina (UFC/mL) (HEILBERG & SCHOR, 2003). Figura 2: Tipos de Infecção. Fonte: http://saude.abril.com.b Os tipos de ITU mais comuns são a infecção da bexiga, denominada cistite (ITU baixo), e infecção dos rins, chamada de pielonefrite (ITU alto). De acordo com Hootom &Stamm (2006), os sintomas típicos da cistite são dor ou ardor ao urinar (disúria), necessidade frequente de urinar (polaciúria), urgência em urinar, sangue na urina (hematúria) e dor supra púbica ou lombar. Na pielonefrite, os sintomas incluem, quase sempre, febre, dor lombar e nos flancos, náuseas e vômitos. Pode ocorrer ardor, dor e o aumento da frequência e urgência em urinar. Stapleton (1999 apud HEILBERG & SCHOR, 2003). O diagnóstico das infecções do trato urinário geralmente é baseado em sintomas como micção dolorosa ou sensação de que a bexiga não se esvazia, mesmo após a micção. A urina pode estar turva ou ter uma leve coloração sanguinolenta. A orientação tradicional de que a urina contendo mais de 100 mil bactérias por mililitro é uma indicação de infecção urinária foi modificada. Hoje em dia contagens tão baixas quanto 1000/mL de qualquer tipo bacteriano único, ou de até 100/mL de coliformes fecais, tais como E. coli, são agora consideradas uma indicação de infecção significativa, especialmente se houver leucócitos na urina. Antes de a terapia ser iniciada a cultura das bactérias da urina é feita para determinar a sensibilidade do antibiótico (GERARD, J et al 2005). Como mostra a figura, o uso do cateter urinário é descrita como principal fator de risco (ALMEIDA et al 2007; SILVA et al, 2009; MILLAN; IVAN.2009). São descritos quatros mecanismos de infecção para ITUN em pacientes cateterizados: aquisição durante a inserção do cateter vesical; aquisição pela via endolumial (mais predominante no sistema aberto); aquisição pela extralumial ou periuretral (mais predominante ao sistema fechado); e aquisição pela via linfática ou hematogênica (BOTTO et al, 2003; MILLAN; IVAN, 2009).Segundo Botto et al (2003), houve uma regressão na incidência de ITUN após o advento do sistema fechado se sondagem vesical, variando de 3% a 10% por cateter-dia, com um risco acumulativo de 100% após 30 dias de cateterização, tendo este dispositivo tornado predominante a aquisição de ITU pela via extralumial ou periuretral ,caracterizada pela ascensão bacteriana por capilaridade na fina película de mucosa próxima a camada externa do cateter.
  • 6. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 56 Figura 3: Cateter vesical. Fonte http://enfermagempacientecritico.blogspot.com O cateterismo vesical promove ITU como consequência dos seguintes fatores: degradação dos mecanismos de defesa vesicais, pela ação mecânica sobre o endotélio e a camada ácida de mucopolissacarídeos; disfunção do trânsito urinário, pela persistência de um mínimo resíduo miccional; e deposição de biofilme, um composto produzido pelas bactérias e que as protegem contra a ação do sistema imune e dos antibióticos(BOTTO et al,2003). A análise de uma amostra da urina permite o diagnóstico biológico (FOXMAN,2010). A punção suprapública concede a mais fidedigna amostra de urina, entretanto, métodos menos invasivos de amostragem (jato médio de urina, por punção direta pelo opérculo do cateter ou por saco coletor em mulheres incontinentes) são mais adaptados á prática clínica e concedem um nível aceitável de fiabilidade (BOTTO et al , 2003).A associação de bacteriúria >-10 UFC/ml com leucocitúria > 10/ml é fortemente sugestiva de infecção (FOX MAN,2010). A etiologia das ITU tem sido analisada e estabelecida de forma razoavelmente consistente. O gráfico mostra que a Escherichia coli é o principal patógeno isolado de infecções do trato urinário (CULLEN et al , 2011; BOYD et al,2008) tanto no ambiente da comunidade quanto hospitalar, embora neste represente uma menor proporção devido ao isolamento de outros microrganismos, como klebsiella SSP., Pseudomonas aeruginosa, Proteus mirabillis, Staphylococcus SP. e leveduras (SHIGEMURA ET AL,2011). A proporção de bactérias multirresistentes (MRB na sigla em inglês) é superior entre cepas nosocomiais (AVCI et al, 2011; FOXMAN, 2010; BOTTO, 2003).
  • 7. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 57 Figura 4: Gráfico representativo sobre frequência de espécies bacterianas em infecções comunitárias do trato urinário, a partir dos resultados de estudos realizados em cinco estados brasileiros, os quais representam as regiões norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. (2010). Segundo Botto et al (2003) são elementos essenciais no manejo terapêutico das ITUN a desobstrução e prevenção de resíduo vesical (nível de evidência A-III) e a antibioticoterapia (nível de evidência A-II). Ainda de acordo com Botto et al (2003) na ausência de sinais de gravidade, a antibioticoterapia deve sempre ser postergada e selecionada de acordo com a natureza do microrganismo e sua suscetibilidade antimicrobiana, entretanto, em casos de severidade (pielonefrite, prostatite, orquiepididimite ou sinais de choque séptico), um tratamento empírico deve ser prontamente introduzido, fundamentado no exame clínico e na microbiota local. Nestes casos, é mandatória a escolha de um antibiótico cujo espectro de ação seja o mais estreito possível, a fim de prevenir a seleção de cepas bacterianas resistentes, até a obtenção de um antibiograma, que impõe uma revisão NE antibioticoterapia (SAVAS et al,2006). Bail et al, (2006) não recomendam a utilização de um determinado fármaco, sendo igual ou inferior a 7 dias em pacientes não cateterizados sem acometimento parenquimatoso, 10 a 14 dias em casos de pielonefrite ou orquiepididimite e um mínimo de 3 semanas para prostatite aguda (BOTTO et al,2003). De acordo com Botto et al, (2003) o cateter vesical deve ser removido ou trocado quando seu emprego for mandatório, embora o momento ideal, considerando o início da antibioticoterapia, permaneça controverso. Segundo os mesmos autores, em casos de disfunção neurológica vesical, cateterização intermitente é a melhor opção. Um aumento na resistência de numerosos antimicrobianos tem sido relatado nos últimos anos (CULLEN et al, 2011). Betalactâmicos e quinolona são os grupos de fármacos de maior
  • 8. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 58 preocupação (BAIL et al, 2006). Até pouco tempo, a ITU por E. coli era considerada de fácil manejo, em decorrência da boa suscetibilidade a vários tipos de antibióticos, entretanto, atualmente foram reportadas cepas de E. coli produtora de betalactamase de espectro estendido (ESBL- sigla em inglês) E. coli resistente a fluoroquinolona (FQRE-sigla em inglês) (BOYD et al, 2008; SHIGEMURA et al, 2011) Algumas bactérias apresentam resistência intrínseca para alguns antimicrobianos, como é o caso do Proteus mirabillis para a nitrofurantoína, da Klebsilla pneumoniae para ampicilina e da resistência de algumas espécies de Enterobacter para a cefalotina e cefoxitina (BAIL et al,2006). A distribuição de patógenos causadores de infecção nosocomial, especialmente os resistentes a antibióticos, variam com tempo e entre hospitais, até mesmo entre vários locais do mesmo hospital (SAVAS et al, 2006) A criação de um sistema de monitoramento da resistência bacteriana vem a ser um importante passo na detecção da resistência, ajudando na seleção da terapia empírica local mais eficaz e permitindo a implementação de medidas de prevenção. As três universalmente consideradas para prevenção da infecção são: a lavagem das mãos; o isolamento das fontes de infecção; e a correta prescrição antimicrobiana (RODRIGUES, 2007). METODOLOGIA Para elaboração do presente trabalho de conclusão de curso foram realizadas pesquisas bibliográficas retiradas de artigos científicos especializados no tema do relacionados à prevalência de infecção urinária nosocomial. Este estudo teve como objetivo identificar a produção científica da Microbiologia na área artigos nacionais publicados entre 1999 e 2012. Trata-se se de um levantamento bibliográfica, realizada na base de dados Scielo e Bdenf, web-artigos e livros didáticos a partir dos descritores sobre Infecção Urinaria, A amostra foi constituída por 48 trabalhos que atenderam aos critérios de inclusão. Destacando que a maioria destes direcionam a população adulta, embora tenham sido verificadas investigações relacionadas aos idosos, crianças e adolescentes. CONSIDERÇÕES FINAIS A ITU é uma patologia bem descrita, sendo que sua prevalência varia com gênero e idade, e seus sinais e sintomas são diferenciados quando se trata de gestante, idosos e crianças muito novas, Pode se desenvolver com quadro complicado, que envolve pacientes hospitalizados e infecções recorrentes. De acordo com o pesquisado as Bactérias Gram. Negativa são as principais causadoras das Infecções do Trato genitario urinário. A ITU deve ser diagnosticada corretamente e empregado antibiótico terapia adequada, quando necessários e realizados avaliações clínicas, laboratoriais, e radiológicas, para afastar quadros mais complexos e evitar recidivas. A espécie Escherichia coli é o principal micro-organismo envolvido nessa doença. É importante ressaltar que as bactérias isoladas na comunidade podem não ser as
  • 9. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 59 mesmas isoladas em hospitais, porém a E. coli continua no topo dos isoladas, independente do local onde essa patologia foi adquirida. Portanto, é indispensável que haja um diagnóstico correto e preciso que proporcione um tratamento eficaz, melhorando os sintomas clínicos bem como evitando recorrências, melhorando com isso a qualidade de vida desses pacientes. É importante ressaltar que a prescrição de antibióticos deve ser preferencialmente orientada através da urocultura e antibiograma, respectivamente. No entanto, esse fato não deve ser motivo para adiar o início do tratamento nos casos sintomáticos. Portanto, fica claro compreender que, conhecendo os principais germes associados a este tipo de infecção, a terapêutica passa a ser mais objetiva e de espectro muitas vezes específicos para determinados germes, facilitando e melhorando o tratamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . ALMEIDA, M.C. et al. Ocorrencia de infecção urinária em pacientes de um hospital universitário. Revista de Ciencia Básica e Aplicada, v. 28, n. 2. P. 215-219, novembro de 2007. AVCI, M. et al Hospital acquired infections (HAI) in the elderly: comparison with the younger patients. Archoves of Gerontology and Geriatries, vol. 54, p. 247-250,2012. BAIL, L. et al. Infecção do trato urnário: comparação entre o perfil de suspeptibilidades e a terapia empíricas com antimicrobianos. Revista Brasileira de Analises Clinicas. Vol. 38, n.1,p. 51- 56, janeiro de 2006. BOTTO, H. Nosocomial urinary infections (NUTI) em adult patients: consensus conference 2002, short text. Medecine et maladies infectieuses, vol. 33, p. 218-222, 2003. BRANDINO, B. A.; PIAZZA, J. F. D.; PIAZZA, M. C. D.; CRUZ, L. K.; OLIVEIRA, S. .N. Prevalência e Fatores Associados a Infecção do Trato Urinário. News Lab – ed. 83, Limeira. 2007. CORREIA, C. et al. Etiologia das infecções do tracto urinário e sua susceptibilidade aos antimicrobianos. Acta Médica Portuguesa, vol. 20, p. 543-549, 2007. COSTA, L. C.; BELEM, L. F.; FREITAS E SILVA, P. M.; PEREIRA, H. S.; JUNIOR, E. D.S.; LEITE, T. R.; PEREIRA, G. J. S. Infeccoes urinarias em pacientes ambulatoriais: prevalencia e perfil de resistencia aos antimicrobianos. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 42, n.3: p.175-180, Campina Grande, 2010. CULLEN, I. M. et al. The changing pattern of antimicrobial resistance within 42 003 Escherichia coli isolates fron nosocomial, community and urology patient-specific uriany tract infection, Dublin, 1999-2009. BJU international, 2011, disponivel em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2 1883861. Acesso em 15/03/2013. FOXMAN, B. The epidemiology of urinary tract infection. Nature Reviews Urology, vol. 7, p. 653-660, 2010. GALES. A.C. et al. Activity and spectrum of 22 antimicrobial agents tested against urinary tract infection pathogens in hospitalized patients in Latin America: report from the second year of the SENTRY Antimicrobial Surveillance program (1998). Journal of Antimicrobial Cremotherapy, vol. 45, p. 295-303, 2000.
  • 10. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 60 GERARD, J. T; FUNKE, B.R; CASE, C. L. Microbiologia. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005, p. 744-745 HEILBERG I. P.; SCHOR, N. Abordagem diagnóstica e terapêutica na infecção do HOOTON, T. M.; STAMM, W. E. Patient information: Urinary tract infection. UpToDate. 2006 [citado em 2006 ago]; Disponível em http://patients.uptodate.com. http://pt-br. infomedica.wikia.com/wiki/INFEC% C3%87%C3%83O_URIN%C3%81RIA Acesso em Novembro/2006 JONES, R. N. Resistance patterns Among Nosocomial Pathogens. CHEST, vol. 119, n. 2, p. 397-404, 2001. LO, D. S. et al. Infecção urinária em menores de 15 anos: etiologia e perfil de sensibilidade antimicrobiana em hospital geral de pediatria. Revista paulista de Pediatria, São Paulo, v. 28, n. 4, p.299-303, 2010. MARTINI, R.; HORNER, R.; ROEHRS, M. C. M. S.; GINDRI, L.; MIELKE, T. P.;RODRIGUES, M. A.; TIZOTTI, M. K.; KEMPFER, C. B.; SANTOS, S. O.; SOUSA, L. U.;FOLETTO, T. Caracterização de culturas de urina realizadas no laboratório de analises clinicas do hospital universitário de Santa Maria – Santa Maria, RS, no período de 2007 a 2010. Saúde, Santa Maria, v.37, n.1, p. 55-64, 2011. MILAN , P. B; IVAN,I.M. Catheter-associated and nosocomial urinary infection: antibiotic resistence and influence on commonly used antimicrobial terapy. International Urology and Nephrology, vol. 65, supl. 3, p. 25-33, 2010 RODRIGUES, C.M. Incidência e fatores associados à infecção nosocomial em unidades de medicina num hospital universitário. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto-tese de mestrado, 2007. Disponivel em: HTTP://reposotorio aberto.up/handle/10216/22050 .Acesso em 03/06/2013. SEIJA, V. et al. Etiología de la infección urinaria de adquisición comunitaria y perfil de susceptibilidade de Escherichia coli a los principales agentes antimicrobianos. Revista Med Del Uruguay, Ciudad de La Costa, v. 26, n. 1, p.14-24, mar. 2010. SHIGEMURA, K. et al. Choronological chenge of antibiotic use antibiotic resistence in Escherichia coli causing urinary tracty infections. Journal of infection and Chemotherapy, vol. 17, p. 646-651,2011. SILVA, J. C. O.; FARIAS, T. F. F.; SANTOS, A. L.; FRANCOLIN, A. C.; SVIDZINSKI, T.I. E. - Infeccoes urinarias de origem bacteriana diagnosticadas em Umuarama-Pr. Revista Brasileira de Análise Clínicas, vol. 39(1): 59-61, 2007. SILVA, P. R. et al. Principales factores de riesgo de infeccion Del tracto urinário (ITU) em pacientes hospitalizados: propuesta de mejoras. Enfermeria Global, 2009. Disponivel em http://revistas.um.es/eglobal/article/vie w/49561. Acesso em: 26/03/2013 SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2 ed. Barueri: Manole, 1991. P. 573-593. TORTORA, G. J; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de ana-tomia e fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
  • 11. ISSN 2318-4752 Volume 1, N2, 2013 61 Trato urinário - ITU. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 49, n 1,jan./mar., 2003. _______________________________ 1-Aluno do Curso de Especialização em Microbiologia, Faculdade Mauricio de Nassau, Campina Grande – PB. 2- Aluno do Curso de Especialização em Microbiologia, Faculdade Mauricio de Nassau, Campina Grande – PB. 3- Aluno do Curso de Especialização em Microbiologia, Faculdade Mauricio de Nassau, Campina Grande – PB. 4-Farmacêutico Bioquímico, Mestre em Ciências da Saúde, Professor do Curso de Especialização em Microbiologia, Faculdade Mauricio de Nassau, Campina Grande – PB.