O documento discute a diferença entre educar e cuidar na educação infantil. Ele explica que educar envolve proporcionar situações de aprendizagem para o desenvolvimento cognitivo e de habilidades da criança, enquanto cuidar se refere a atender às necessidades físicas e emocionais. As leis brasileiras determinam que educar e cuidar devem andar juntos para o bem-estar integral da criança.
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
Educar e cuidar na educação infantil
1. EDUCAR E CUIDAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Francilda de Sousa
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo entender a diferença entre o cuidar e o educar no que tange a educação
infantil. Para resolver a problemática procuramos fazer o seguinte questionamento, o que é educar e cuidar na
perspectiva da educação infantil? Considerando que ouve mudanças entre o passado e o presente na educação
infantil, fazendo com que as situações de educar e cuidar percorresse o mesmo caminho, com as leis apoiando a
liberdade de aprendizagem do aluno. Pretende-se através do objetivo geral buscar compreender os desafios das
creches em associar o educar e o cuidar no desenvolvimento dos indivíduos. Pretende-se através dos objetivos
específicos analisar o conhecimento das professoras acerca do tema, identificar o papel do cuidado e educação
para o desenvolvimento infantil. A metodologia utilizada foi estudos com pesquisas bibliográficas em livros,
artigos científicos, e é embasada nas obras de vários autores como Kramer, Costa, Recnei entre outros.
Palavras-chave: Educar, Cuidar e educação infantil.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é sobre o cuidar e o educar na educação infantil é uma temática
que implica compreender essas duas ação dentro de sala de aula, tendo em vista que promover
o bem estar da criança, respeitando as suas peculiaridades, auxiliando esse indivíduo a
situações de aprendizagem.
Esta pesquisa tem como a influência compreender o que é cuidar e educar no
processo de aquisição de conhecimento nesta etapa do seu desenvolvimento infantil. O educar
e cuidar são modos integrados a escola com funções de entender e valorizar cada criança de
um jeito único, nas suas potencialidades afetivas, emocionais, sociais, corporais, estéticas e
éticas.
Procuramos buscar novas respostas sobre como refletir sobre está práticas, o que
mudou do passado para futuro? O que as leis acham do educar e cuidar? Pois sabemos como é
importante o desenvolvimento da criança nesta fase onde tudo são inovador e prazeroso.
Como meio para resolver à problemática e alcançar os objetivos foram utilizados
estudos com pesquisas bibliográficas em livros, artigos científicos, revistas e sites de
pesquisa, permitindo assim construir novas hipóteses e aprofundar o entendimento acerca do
assunto.
2. Pretende-se através dos objetivos, verificar como se dá o cuidar e educar na educação
infantil, promover experiências que contribuam com novos aprendizados dos pais e
professores, analisar o papel do cuidado e educação para o desenvolvimento infantil.
Portanto o estudo nos mostra uma ressignificação do educar e cuidar, são práticas
que devem estar ligadas ao currículo para atender melhor as crianças nas escolas, além de
trazer uma compreensão dos benefícios para o processo educacional.
2.0 Educar e cuidar na perspectiva da educação infantil
Essa temática é bastante discutida na área da educação infantil, afinal educar e
cuidar devem ser termos que deveriam andar juntos? Diante dessa perspectiva começamos um
breve recorte sobre o percurso da educação infantil e seus paradigmas, no que tange as leis e a
sua valorização da infância como etapa importante durante seu desenvolvimento.
As circunstâncias do educar encaminham às ocasiões de cuidado, contribuindo com o
progresso das competências cognitivas, assim como das aptidões afetivas, emocionais,
sociais, corporais, estéticas e éticas.
De acordo com Fores e Weiss (2008) sugere“ cuidar e educar é impregnar a ação
pedagógica de consciência , estabelecendo uma visão integrada do desenvolvimento da
criança com base em concepções que respeitem a diversidade, o movimento e a realidade
peculiares à infância “ .
É necessário que os professores achem e entendam as condições afetiva e relacional,
encontrados no educar e cuidar, essenciais no desenvolvimento dos laços afetivos básicos no
crescimento do aluno, ou seja, melhorem o conhecimento acerca das maneiras de cada
indivíduo, conhecendo e zelando as suas carências próprias.
Cuidar e educar significa compreender que o direito à educação parte
do princípio da formação da pessoa em sua essência humana. Trata-se
de considerar o cuidado no sentido profundo do que seja acolhimento
de todos – crianças, adolescentes, jovens e adultos – com respeito e,
com atenção adequada, de estudantes com deficiência, jovens e
adultos defasados na relação idade-escolaridade, indígenas,
afrodescendentes, quilombolas e povos do campo. (BRASIL, 2010,
p.17).
Portanto as crianças por serem tão pequenas, necessitam além do educar, precisam
do cuidar, com respeito através de um olhar voltado para a educação infantil, com formas
diferencias de serem tratadas, pois é nessa etapa da sua vida que começam a desenvolver sua
3. personalidade, por isso a família e escola devem estar unidas para que juntas possam estar
ligadas à educação e ao cuidar.
Em cada criança, adolescente, jovem ou adulto, há uma criatura humana em
formação e, nesse sentido, cuidar e educar são, ao mesmo tempo, princípios e atos que
orientam e dão sentido aos processos de ensino, de aprendizagem e de construção da pessoa
humana em suas múltiplas dimensões. (BRASIL, 2010). O meio de comunicação entre as
crianças e cuidador são inúmeras e diversificadas, nas quais estão envolvidos de sentimentos,
de emoções e, sobretudo, da construção da autoestima e da identidade da criança. Tudo isto
implica em atos de cuidado e educação.
Para Kramer (1997, p. 74), “[...] a criança como sujeito, como ser social situado no
tempo e no espaço, como cidadã hoje, que tem suas especificidades em relação aos adultos e
por suas especificidades deve ser respeitada”.
Nesse processo o professor deve estar atento na higienização, alimentação, no
brincar, na leitura, ou seja, estar se relacionando com as crianças de forma prazerosa, sempre
estar preparados para realizar as atividades educativas.
Para Oliveira (2002), a experiência de conhecer crianças pequenas é muito
interessante, pois elas demonstram agir com inteligência e chamam a atenção pelas coisas que
fazem e que dizem.
Neste sentido do cuidar e educar das crianças se torna mais efetivo e, por
conseguinte, prazeroso quando há um envolvimento real, uma sintonia entre quem cuida e
quem é cuidado, por meio da qual a professora é capaz de ler as múltiplas expressões das
crianças, suas formas diferenciadas de comunicação e ação.
2.1 Educação infantil e sua valorização no contexto infância
Durante anos ouvimos falar, mas mudanças que ocorreram no desenvolvimento das
crianças, até nos dias de hoje, houve-se dizer da infância chamada adulto em miniaturas, onde
as crianças eram vistas como indivíduos maduro, na sua vestimenta, no modo de agir.
De acordo Ariès (2011, p. 17) relata que, “por volta do século XII, à arte medieval
desconhecia a infância ou não tentava representá-la”, sendo bem provável que não houvesse
espaço para a infância nesse tempo.
A fundação da educação infantil ocorre com o novo conceito dado a infância, um
novo olhar sobre a criança e o seu desenvolvimento e, também pela inserção da mulher no
mercado de trabalho. Essa é a razão pela qual a infância de hoje dialoga com a infância de
4. ontem. Não se trata de uma evolução, cada época foi e será vivida de maneira diferente e de
acordo com os seres que a constituíram e a constituem.
Segundo Ariés (1981) nos expõe que na sociedade Medieval as crianças eram
negligenciadas, bem como os cuidados para com elas, assim muitas acabavam morrendo ou
crescendo sem afeto, carinho e atenção.
A criança só passa a ser valorizada, como já foi relatado, a partir da crise do
capitalismo, em que estes seres em formação poderiam ser moldados e ajustados da melhor
forma possível, para atenderem aos interesses dos pais, país, ou seja, ao futuro da família e da
sociedade.
Na visão de Ariès (2011), o olhar para a criança como um ser em desenvolvimento,
com suas especificidades e características próprias, por muito tempo, foi inexistente, a criança
era vista como um adulto em miniatura.
Com a criança se tornando um ser em que os adultos centram suas esperanças e
expectativas, a educação passa a ser um fator central na sua vida, não só ela, mas toda e
qualquer “alavanca” para um futuro promissor, principalmente o profissional, para esta
criança é uma preocupação para os adultos. Deixando sempre a visão da criança como apenas
um ser inocente e vazio de conhecimento e significados próprios (COSTA, 2011).
Hoje podemos ver a criança a infantil como uma fase linda, cheias de fazeres, onde
são respeitadas por cada momento de seu desenvolvimento, cada profissional da educação,
juntamente com a família da criança buscam meios para que esse caminho seja percorrido de
uma forma objetiva e construtiva para seu desempenho tanto na sua vida pessoal como em
sociedade.
Kramer (2005), vemos que, as transformações ocorridas na sociedade contemporânea
têm ocasionado mudanças na concepção de infância, passando a ser considerada uma etapa
significativa do processo de construção da cidadania.
Nesta mesma vertente, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil –
RCNEI destaca que;
A criança, como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz
parte de uma organização familiar que está inserida em uma
sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado
momento histórico. [...] As crianças possuem uma natureza singular,
que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um
jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com
as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as
crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que
5. vivem as relações contraditórias que presenciam e, por meio das
brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e
seus anseios e desejos (BRASIL, 1998, p. 21).
Podemos notar que as proporções de ver as crianças surgem determinando a cada
raciocínio e a cada novo enunciado oficial, nos quais descobrimos que a visão se expande na
procura de melhor entende-las para melhor expressar ou, até mesmo, traduzir de forma mais
típica possível o que de fato a criança é e deve ser.
2.2 O educar e o cuidar segundo as Leis
De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil (Resolução
CNE/CEB Nº 1, de 07/04/1999), o educar e o cuidar devem caminhar juntos, considerando de
forma democrática as diferenças individuais e, ao mesmo tempo, a natureza complexa da
criança. Nesse sentido, o RCNEI (2001) orienta que o ato de educar significa propiciar
situações de cuidados e brincadeiras organizadas em função das características infantis, de
forma a favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem.
Portanto entende-se que o educar e o cuidar são dois objetos que devem trilhar
unidos, nesse período da educação infantil, buscando assim um consenso entre família e
escola, promovendo uma ação pedagógica, integrada ao desenvolvimento do aluno,
favorecendo o processo de ensino e aprendizagem que é um marco inicial muito importante
nesta fase da vida.
Neste contexto o educar destina às ocorrências de zelo, favorecendo a evolução dos
conhecimentos cognitivos, assim também das competências concretas, dramáticas,
comunicativas, físicos e éticos das crianças em fase de construção de identidade.
Seguindo as regras do cuidar o Recnei diz que;
A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se
desenvolver como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a
desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a
si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica em
procedimentos específicos (RCNEI, 2001, p.24).
Esse cuidado baseia-se em apenas atender suas necessidades específicas, como parte
biológica do corpo, afetividade, alimentação, saúdes e entre outros aspectos que envolva o
bem estar da criança.
6. Contudo quando falamos em cuidar deve ter certo tipo de cautela, neste sentido,
existem determinados pais que acham que os filhos vão há escola na educação infantil apenas
para brincarem, para que eles possam muitas das vezes se verem livres das crianças durante a
semana. Muitas das vezes o aluno banha e até mesmo se alimenta apenas na creche, pois os
pais acham que os professores são pagos para isso, sem ter noção do significado da educação
infantil.
Para Signorette (2002, p.06), “[...] educar é abranger todos os aspectos da vida do
aluno, desde o atendimento de suas necessidades mais básicas, primárias e elementares, até as
mais elaboradas e intelectualizadas”.
A escola é o início da vida escolar da criança, essa fase determina e lhe oferece
vivencias da sua etapa educativa, como a aprendizagem significativa, através do brincar, do
ouvir história, da socialização e de tudo que envolve o educar e o cuidar do indivíduo,
juntamente com a comunidade escolar e a família.
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados,
brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que
possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de
relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude
básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças,
aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
(RECNEI, 2001, p.23)
Nesse sentido, as instituições de Educação Infantil (creches e pré-escolas) integram
as funções de educar e cuidar, comprometidas com o desenvolvimento integral da criança nos
aspectos físico, intelectual, afetivo e social, compreendendo a criança como um ser total,
completo, que aprende a ser e conviver consigo mesma, com o seu semelhante e com o
ambiente que a cerca.
O cuidar na Educação Infantil está diretamente ligado à educação, no qual exige
habilidades e conhecimentos da parte de quem cuida. Cuidar de crianças pequenas dentro de
um contexto educativo requer uma ação conjunta dentre os vários campos de conhecimento,
bem como se faz necessária a cooperação de profissionais das diferentes áreas.
2.3 As brincadeiras e as aprendizagens na creche com o educar e o cuidar
Nos dias de hoje, vemos a educação das crianças, como algo construtivo em suas
vidas buscamos sempre inovar, respeitando seus ritmos e suas individualidade, favorecendo
7. assim seu crescimento pessoal, por isso o educador deve estar atento as suas práticas
pedagógicas, para que envolva o aluno de forma ampla e prazerosa.
Nesse processo da fase da educação infantil, as crianças dever ser respeitadas em
todos os sentidos, como por exemplo no espaço, na rotina, estímulos e no planejar
corretamente para que todas as suas necessidades sejam cumpridas e desenvolvida.
Para que o trabalho pedagógico na educação infantil aconteça com qualidade, é
necessário que ele seja desenvolvido com objetivos.
Em uma rotina de qualidade, deve haver espaços para atividades
previsíveis, como o momento da acolhida, da entrada, da roda de
conversa, do lanche, do parque e da saída, e deve haver também
espaços para momentos espontâneos, como brincar, correr, conversar,
etc. para se estabelecer uma rotina que respeite as necessidades das
crianças, faz-se necessário perceber a criança como um sujeito ativo,
permitindo um espaço para diálogo e reflexão. (DO VALE, 2012,
p.119)
Usar as brincadeiras como recurso pedagógico contribui para uma interação
significativa para construção de identidade do aluno, portanto a necessidade dos profissionais
da educação utilizar as competências e habilidades para um desenvolvimento amplo e
significativo no ambiente escolar, que favoreça o processo de ensino e aprendizagem dos
alunos.
É neste contexto que Sebastiani (2009) aponta que o docente deve preparar propostas
de trabalho que reúna atividades lúdicas, propondo jogos e brincadeiras. Para que um
professor introduza jogos no dia a dia de sua classe ou planeje atividades lúdicas, é preciso em
primeiro lugar, que ele acredite que o brincar é essencial na aquisição de conhecimentos, no
desenvolvimento da sociabilidade e na construção da identidade.
Essa organização com uma rotina que se flexibiliza e adequa à criança torna-se um
utensílio facilitador do processo de ensino e aprendizagem. Murcia (2005) defende que, para
que ocorra a verdadeira aprendizagem, é necessária uma ação conjunta entre educando e
educador, considerando então o educador o seu papel de mediador entre o aluno e a
aprendizagem, preparando um ambiente que favoreça essa ação, proporcionando materiais
significativos e adaptando-os aos diferentes níveis de desenvolvimento. O educador tem como
primeira função acreditar no processo lúdico para assim desenvolver atividades relacionadas,
contribuindo com o desenvolvimento do educando. Portanto, é evidente que este é mediador
8. desse processo, tendo como base o tempo e o planejamento para tal, respeitando o ritmo dos
seus discentes.
“No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam
outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os
acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando”. (RECNEI, 1998, p.27)
O professor precisara estar disposto a usar vários tipos de brincadeiras e matérias
para alcançar os objetivos da brincadeira, e ter várias estratégias na mão para que ele possa
conseguir instigar a vontade do brincar nos indivíduos.
Na fase da educação infantil devemos promover e respeitar os alunos como um ser
em desenvolvimento, e por isso que não se deve seguir um padrão de como brincar, e sim as
deixar ousar durante esse processo do brincar.
Portanto ao olharmos uma criança brincando, nota-se que os objetos têm uma função
de utilização feita para a criança torna-se um brinquedo, pois nesse momento ela usa o faz de
conta, a imaginação. O professor precisara estar disposto a usar vários tipos de brincadeiras e
matérias para alcançar os objetivos.
2.4 A formação do profissional para trabalhar com a educação infantil
Todo individuo que procura a área da educação infantil, deve estar preparado para
lidar com as necessidades que as crianças possuem para seu desenvolvimento, sabendo
resolver todos os conflitos que surgirem.
[...] a profissão docente desenvolve-se por diversos fatores: o salário, a
demanda do mercado de trabalho, o clima de trabalho nas escolas em
que é exercida, a promoção na profissão, as estruturas hierárquicas, a
carreira docente etc. e é claro, pela formação permanente que essa
pessoa realiza ao longo de sua vida profissional. (IMBERNÓN, 2002.
p.43).
Por isso a importância de uma boa formação acadêmica para estar cientes do seu
papel dentro da instituição, pois o professor é o principal mediador do saber, ele transmite
segurança, confiança e acima de tudo guia o aluno para um saber flexível. O professor que
possui uma formação adequada colabora com um desenvolvimento infantil rico e construtivo,
e acima de tudo preenche as necessidades das crianças que é cuidar e educar.
9. Como existe varias carências dentro do contexto escolar, o professor precisa ter uma
visão diferenciada para cada criança. Como apontam Tardif e Lessard (2005, p.38) os
professores são atores que “[...] dão sentido e significado aos seus atos, e vivenciam sua
função como uma experiência pessoal, construindo conhecimentos e uma cultura própria da
profissão”.
No entanto o professor deve buscar resultados positivos quando se trata de educar e
cuidar, as crianças necessitam de resultados que impulsionam seu crescimento como um ser
humano em construção, é necessário oferece-lhes uma educação positiva e um cuidar com
respeito, para que eles possam crescer sendo digno de vencer os seus limites.
Ensinar é fazer parte de um sistema e trabalhar em diversos níveis.
Durante muito tempo, a cultura individualista dos professores incitou-
os a considerar que seu ambiente começava na porta de sua sala de
aula. Todavia, a complexidade atual obriga a tratá-los como membros
de um grupo com um papel coletivo e a questionar seus hábitos e suas
competências no espaço da equipe, do estabelecimento de ensino e da
coletividade local, bem como no espaço propriamente pedagógico e
didático. A organização da escolaridade em ciclos de aprendizagem e
a emergência de outros dispositivos que enfraquecem o esquema
fechado da classe também sugerem que o espaço didático e
pedagógico é mais vasto que o face a face entre um professor e seus
alunos. (PERRENOUD 1999, p. 06).
Nesta perspectiva, podemos dizer que uma formação de qualidade faz toda a
diferença no cotidiano escolar, construindo seu papel com entusiasmo o professor pode mudar
a trajetória de vida do seu aluno, bem como educar para transformar com cuidados
necessários para uma boa formação.
Cada profissional da aérea da educação deve se especializar de acordo com suas
visões, para que possa realizar suas atividades com amor e respeito, levando para as crianças
um melhor acompanhamento pedagógico, ensinando a eles como é viver em sociedade, pois o
aluno precisa ter acesso à socialização.
Segundo Nóvoa (1992) é preciso investir positivamente os saberes de que o professor
é portador, trabalhando-os de um ponto de vista teórico e conceptual. Lembrando que é nessa
fase da educação infantil que a criança toma consciência significativa do mundo,
gradativamente, por aproximações e contatos, com o ambiente físico e social que a rodeia.
10. Neste período o aluno precisa ter acesso a uma socialização cada vez mais ampla, com
oportunidades para a construção do conhecimento.
Gosto se ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas,
sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras
de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei
também que os obstáculos não se eternizam. (FREIRE, 2002).
Portanto mesmo em que horas houve uns obstáculos temos que ser flexíveis,
contorna-los e seguir em frente, pois vivemos em um período de muitas politicas e ideologias,
nem sempre podemos mudar essa parte da história, mas sempre podemos buscar o novo para
contemplar o belo.
Por isso a sala de educação infantil deve ser lugar de exploração de elementos de sua
realidade, e o educador deve oferecer possibilidades de interpretação de fenômenos, e dar
oportunidades para que de as crianças experimentarem, manipular, agir e comunicar, com
métodos e atividades diversificadas, priorizando sempre o seu conhecimento prévio.
(ANTONINI, 2008).
Para que o aluno possa adquirir um fruto de aprendizagem significativa, os
professores precisam ter uma interação entre aluno e professor, somente assim terá capacidade
de transformar o conhecimento assimilado e transformador.
Modificar a concepção de educação assistencialista é estar atenta à
tarefa de educar enquanto se cuida, compreendendo a criança como
cidadã em desenvolvimento. Criar um ambiente lúdico e agradável nas
atividades, respeitando as necessidades nas atividades de rotina é uma
forma de cuidar e educar simultaneamente, a construção do
conhecimento se dá de modo significativo ao envolver a ludicidade e
afetividade, acontecendo de forma prazerosa. (RCNEI,1998 p. 23).
É necessário considerar o aluno um ser ativo, capaz de assimilar a realidade externa
com suas estruturas mentais. Somente assim terá capacidade de transformar o conhecimento
assimilado transformando-o, representando-o e ressignificando-o de forma subjetiva.
Acredita-se que, por meio de atividades lúdicas significativas, as crianças tenham
oportunidade de assimilar melhor o conteúdo trabalhado pela escola, além de adquirirem
independência, autonomia, espontaneidade e outras habilidades essenciais para sua formação.
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que o cuidar e o educar são na verdade duas formas diferentes, mas
que devem agir juntas para que uma possa sustentar a outras em vários sentido específicos,
nunca esquecendo que a criança é um ser muito especial e que está em constante
transformação.
É fundamental que os professores da área da educação, planejem aulas com várias
brincadeiras, com orientações flexíveis, que lhe permita a cumprir com todas as necessidades
que o aluno precisa para poder mostrar suas manifestações de forma ampla e enriquecedora.
Então ao que podemos ver que faz-se necessário cada professor rever seu
planejamento, buscar incentivar cada aluno a buscar o que realmente lhe interessa para
construir sua própria identidade, deixa o indivíduo explorar algo que ele conseguira construir,
sem esforço mas com prazer.
Contudo, ninguém leva consigo a receita perfeita de como ensinar, mesmo havendo
uma boa formação, pois somos indivíduos que possuímos caráter próprio. Por isso para
sermos bons educadores devemos sempre ser flexível, buscar entender melhor o mundo
infantil.
É fundamental que os educadores tenham consciência da importância de se
possibilitar uma prática de ensino baseada em uma concepção interacionista de ensino, uma
vez que promove o desenvolvimento de um aluno crítico, capaz de aprender e produzir
ativamente.
Contudo esse estudo serviu de base concreta para a minha pós-graduação, espera-se
que tenha colaborado para uma compreensão mais ampla do processo de ensino e
aprendizagem do educar e cuidar, e para outros educadores repensarem na sua prática em sala
de aula, de como tornar uma criança a aprender, produzindo aquilo que realmente gosta.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTONINI, Elizabeth. A natureza e a descoberta da realidade natural e artificial.
Fascículo I. Cuiabá: EdUFMT, 2008.
ARIÉS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Livros Técnicos
e Científicos.1981 Disponível em
http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/trab_eventos/ev.7193/ev.7193.
ARIÉS, Fhilippe. História Social da Criança e da Família. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares
nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010.
COSTA, Andrize Ramires. (2011). Crianças, o que elas querem e precisam do mundo, do
adulto e delas mesmas? Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2011.
Disponível em http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/trab_eventos/ev.7193/ev.7193.
DO VALE, Isabel Cristina de Oliveira. Educação Infantil: um olhar para a inserção. Nova
Petrópolis: Nova Harmonia, 2012. Disponível em
http://www.uel.br/eventos/semanaeducacao/pages/arquivos/
FOREST, Nilza Aparecida; WEISS, Silvio Luiz Indrusiak. Cuidar e educar: perspectivas
para a prática pedagógica na educação infantil: Blumenau: Instituto Catarinense de Pós-
Graduação, 2008. Disponível em .
http://nead.uesc.br/jornaped2013/anais_2013/educacao_infancia/a_pratica_do_cuidar_e_educ
ar_as_criancas_pequenas.pdf
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo:
Scipione, 2002.
KRAMER, M. et al. Fios e desafios da pesquisa. 9 ed. São Paulo: Papirus, 2007
KRAMER, S. e LEITE, M.I. (orgs.). Infância: Fios e desafios da pesquisa. 2ª ed. Campinas,
SP: Papirus, 1997. Série Prática Pedagógica. Disponível em
http://www1.ufmt.br/ufmt/unidade/userfiles/publicacoes/bf72635bf6791448f8822c08baa3919
6.pdf
IMBERNÓN, F. Formação docente profissional: forma-se para mudança e a incerteza.
São Paulo: Cortez, 2002.
MURCIA, Juan Antonio Moreno (Org.). Aprendizagem através do jogo. Porto Alegre:
Artmed, 2005. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd186/jogos-e-brincadeiras-em-
aula.htm
OLIVEIRA . Zilma Moraes R. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo:
Cortez, 2002.
13. ROSSETTI-FERREIRA, M. C. A necessária associação entre educar e cuidar. Pátio
Educação Infantil, ano I, n. 1, p. 10-12, abr. - jul. 2004. Disponível em
https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/230/1/01d12t04.pdf
SEBASTIANI, M. Fundamentos teóricos e metodológicos da Educação Infantil. 2 ed.
Curitiba: Sindicato Nacional dos Editores de Livros, 2009.
TARDIF, M.; LESSARD E GAUTHIER, C. Formação dos professores e contextos sociais.
Porto, Portugal: Rés editora, 2001. Disponível em
http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/10134_6085.pdf