O documento discute a importância das atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil. Ele explica que o brincar ajuda no desenvolvimento psicomotor, cognitivo e social das crianças, permitindo que elas aprendam brincando de forma prazerosa. Vários teóricos como Piaget, Vygotsky e Froebel apoiam a ideia de que as atividades lúdicas estimulam a aprendizagem e o crescimento das crianças.
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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Geneci de Fátima Pascal
Marcia Fabiana de oliveira
Marcela Alves Araújo Valandro
Pábola Dalprai
Shaiane Pasquali Machado
Solange Zarth
RESUMO
A brincadeira não é uma atividade inata, mas sim uma atividade social e humana e que
supõe contextos sociais, a partir dos quais as crianças recriam a realidade através da
utilização dos sistemas simbólicos próprios, deve-se considerar o brinquedo como um
elemento da brincadeira, pois contribui para a atribuição dos significados. Como
benefício intelectual, o brinquedo contribui para desinibir, produzindo uma excitação
mental altamente fortificante.
Palavras -Chave: Educação Infantil. Lúdico. Aprendizado.
ABSTRAC
Play is not an innate activity, but a social and human activity and supposes social
contexts, from which children recreate reality through the use of their own symbolic
systems, one must consider the toy as an element of the play, because it contributes to
the attribution of meanings. As an intellectual benefit, the toy contributes to
disinhibition, producing a highly fortifying mental excitement.
Palabras -Chave: Educación Infantil. Ludic. Learning.
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JUSTIFICATIVA
O Ser Humano em si sendo criança ou adulto já é naturalmente lúdico, pois gostam de
brincar, contar histórias e jogar, de nos relacionarmos com outros seres humanos e
passamos por esse processo naturalmente assim nos desenvolvemos recebemos uma
grande influência, do meio em que vivemos. E esse processo requer um ambiente que
possa nos proporcionar liberdade em nossas ações e estimulação para novas
descobertas.
A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. No lúdico estão incluídos os
jogos, brinquedos e divertimentos e é relativo também à conduta daquele que joga que
brinca e que se diverte. Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a
aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão do mundo.
(SANTOS, 1997)
O Lúdico vem sendo trabalhado no campo educacional desde a antiguidade já com
Platão e Aristóteles ambos associavam o lúdico na aprendizagem como formas de
estudo e de prazer. Na atualidade o lúdico vem ocupando lugar relevante de importância
no campo educacional e vem sendo utilizado como suporte nas práticas pedagógicas
fazendo assim que cada vez mais se busque estudos científicos para que se possa
entender sua dimensão no comportamento humano. O lúdico vem sendo estudado por
vários autores e para a maioria deles é uma atividade que está relacionada ao prazer e
com a vida e assim o desenvolvimento humano, principalmente na infância, onde por
meio do lúdico a criança que ainda não consegue falar e nem escrever, consegue se
expressar demonstrando seus sentimentos e emoções.
REFERENCIAL TEÓRICO
O lúdico é uma ferramenta insubstituível para ser usada como estímulo na construção
do conhecimento humano e na progressão das diferentes habilidades operatórias, além
disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e de alcance de objetivos
institucionais. São vários os estudiosos que defendem a prática do lúdico e seus
benefícios no ensino aprendizado das crianças, dentre eles destacam-se: Piaget,
Vygotsky, Froebel, Wallon
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Segundo Piaget citado por (Wadsworth, 1984, p.44):
O lúdico é formado por um conjunto lingüístico que funciona
dentro de um contexto social, possui um sistema de regras e se
constitui de um objeto simbólico que designa também um fenômeno.
Portanto, permite ao educando a identificação de um sistema de regras
que permite uma estrutura seqüencial que especifica sua moralidade.
Na visão de Santos (1999), o lúdico é uma maneira que o indivíduo tem de expressar-se
e integrar-se ao ambiente que o cerca. È uma maneira de o indivíduo assimilar valores,
adquirir conhecimento em diferentes áreas, desenvolver o comportamento, bem como
aprimorar as habilidades motoras. È importante destacar que as atividades lúdicas
também auxiliam no aprender a assumir responsabilidades possibilita a socialização e a
criatividade, sem falar do estímulo á motivação no aprender. Piaget (1998) diz que a
atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança sendo por
isso, indispensável à prática educativa e segundo Vygotsky (1989), diz que o lúdico só
pode ser considerado educativo quando desperta o interesse do aluno pela disciplina,
portanto os professores precisam aproveitar o mesmo como facilitador da
aprendizagem.
Dentre os vários benefícios que o lúdico traz para os educandos e a infinidade de
autores que abordam esses aspectos onde o lúdico deve ser considerado como parte
integrante da vida do ser humano como uma forma de penetrar no âmbito da realidade
[...] (Kishimoto, 1993, p.110) nos diz que:
[...], a dar oportunidades aos Brincando [...] as crianças aprendem [...]
a cooperar com os companheiros [...], a obedecer às regras do jogo
[...], a respeitar os direitos dos outros [...], a acatar a autoridade [...], a
assumir responsabilidades, a aceitar penalidades que lhe são impostas
demais [...], enfim, a viver em sociedade.
Resume-se o lúdico hoje através dos jogos, dos brinquedos e das brincadeiras
principalmente no que se refere á Educação Infantil e de acordo com Freitas e Salvi
(2011), os objetivos das atividades lúdicas na Educação Infantil é o de visar o
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desenvolvimento das áreas psicomotoras, perceptivas, de atenção, raciocínio e
estimulação para o contato com os objetos, pois é na fase das brincadeiras que as
crianças estão descobrindo o mundo, criando, expressando. E como á criança ainda não
sabe se expressar através das palavras, ela comunica-se nas mais diversas linguagens
sendo elas pelo corpo, pelas brincadeiras, pela música e sendo assim possível para nós
adultos compreendê-las. Sendo o brincar um direito da criança, através do mesmo ela
explora seu mundo interior imitando aspectos da vida adulta, possibilitando funções
educativas, e neste brincar de valor pedagógico ela mesma brincando vem contribuir
para seu aprendizado.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (BRASIL, 1998, p.
21 apud CEBALOS; MAZARO, 2011):
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da
identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo,
poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar
determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua
imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas
capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória,
a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de
socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação
de regras e papéis sociais.
Conforme Nascimento (2000, p.1):
A criança não é um adulto que ainda não cresceu, ela tem
características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato),
ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico,
cognitivo, social e emocional. Brincando, a criança desenvolve
potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula,
classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc. Sua sociabilidade se
desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o
direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo e a envolver-se
nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas
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nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para
sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande
parte, dessa atividade lúdica.
Froebel foi o primeiro educador que justificou o uso do “brincar” no processo
educativo. Para ele o brincar, pelo ato de brincar desenvolve os aspectos físicos, moral e
cognitivos, entre outros, mas o estudioso defende, também, a necessidade da orientação
do adulto para que esse desenvolvimento ocorra. A ação de brincar é um fator
importante para o desenvolvimento humano, sendo que ele a partir da situação
imaginária introduz gradativamente entre outras coisas as crianças no mundo social,
cheio de regras. Portanto, surgem transformações internas no desenvolvimento da
criança em conseqüência do brinquedo, cujo fundamento é a criação de uma nova
relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre as
situações do pensamento reais.
Como benefício didático, as brincadeiras transformam conteúdos maçantes em
atividades interessantes, revelando certas facilidades através da aplicação do lúdico,
deste modo podemos observar que o “brincar” serve como uma mola propulsora para o
desenvolvimento de diversas áreas, e que a brincadeira dentro de seu aspecto (lúdico)
desenvolve sim muitas habilidades, assim desmistificando o velho ditado que
brincadeira não é coisa séria, que brincadeira só serve dentro do contexto escolar para
serem utilizadas na entrada, recreio o e na saída. Com a brincadeira ensina-se o que os
livros nunca poderão ensinar isto mostra o quanto a brincadeira é séria e importante para
o desenvolvimento da criança em qualquer fase de escolarização que ela estiver.
Através da metodologia lúdica faz com que a criança aprenda com prazer, alegria e
entretenimento, sendo relevante ressaltar que a educação lúdica está distante da
concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar e diversão sem nenhum objetivo
de aprendizagem. Muitas são as práticas de trabalho com o lúdico, porém as mais
utilizadas em sala de aula são: os jogos matemáticos, as brincadeiras de roda, contação
de história, cantigas populares, teatro de fantoches, todas essas atividades lúdicas
podem ser direcionadas para a alfabetização de uma criança, o ensino da língua
portuguesa, matemática, história e várias outras disciplinas escolares.
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O lúdico para ser funcional não deve ser repetitivo, pois assim poderá não ter objetivo,
pois é uma atividade que executamos com prazer e quando a fazemos notamos a
possibilidade, a facilidade e a forma prazerosa de que quando brincamos. Nas atividades
lúdicas procura-se o objetivo do aprender tanto o adulto como a criança mesmo sendo
inconscientemente.
CONCLUSÃO
Os cálculos surgem desde muito cedo na vida das crianças, e elas muitas vezes são
capazes de resolvê-los de seu próprio jeito, muitas vezes usam pedrinhas, botões,
tampinhas de garrafas etc... até mesmo o próprio corpo para resolver alguns problemas,
e é neste momento que os jogos que envolvem regras, noções espaciais (em cima,
embaixo, atrás), conceitos, organizações, seqüência e contagem oral são excelente
recursos para a construção do conhecimento matemático que poderão se dar,
naturalmente, enquanto brincam. Jogos de encaixe, brinquedos de empilhar ou ordenar,
quebra-cabeças, jogos da memória ou de formas geométricas são sempre bem-vindos
para o trabalho com este importante eixo, pois ensinam na prática o que ainda é abstrato
na teoria.
Enquanto uma criança brinca, ela automaticamente percebe a necessidade do outro e
passa a preferir brincar em companhia de mais crianças do que sozinha, mesmo que essa
parceria, às vezes, seja conflituosa e frustrante. Com isso, desenvolve sua inteligência
emocional, tão importante para o crescimento. Em grupo, especialmente através dos
jogos, ela aprende também o significado de “ganhar e perder”.
REFERÊCIAS
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
KISHIMOTO, Tizuco Morchida. O jogo e a educação infantil. 4ª Ed. São Paulo, SP:
Cortez, 2000.
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MEDRANO, Carlos Alberto; OLIVEIRA, Fernanda Germani de. O Brincar. Indaial:
Uniasselvi, 2011.
OLIVEIRA, Francismara Neves de; BAZON, Fernanda Vilhena Mafra. (RE)
Significando o Lúdico: jogar e brincar como espaço de reflexão. Londrina: ed.
Eduel, 2009.l
SANTOS, Èlia Amaral do Carmo. O Lúdico no processo ensino-aprendizagem. 2010.
Disponível em:<http://need.unemat.br/4_forum/artigos/elia.pdf>. Acesso em: 19 Set.
2013.
STEUCK, Cristina Danna; PIANEZZER, Lúcia Cristina Moratelli. Pedagogia da
Educação Infantil. Indaial: Uniasselvi, 2013.