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Arcadismo Ou Neoclassicismo
Século XVIII
“Fugere urbem”
Prof. Ivana Mayrink
Origens
 Ideologia da Aristocracia em Decadência
 X
 Burguesia em Ascensão = Insatisfeita
Com o Absolutismo dos Reis, Com a
Solenidade do Barroco e Com as Formas
de Convivência Social Rígidas, Artificiais
e Complicadas.
Relações Com o Iluminismo
 A Razão (e Não Mais a Crença Religiosa)
Aparece como Sinônimo de Verdade. As Luzes
do Esclarecimento Ajudavam os Homens a
Entender o Mundo e a Combater Preconceitos.
 Simplificação Da Arte = Domínio Da Razão;
Aproximação Da Natureza; Valorização Das
Atividades Galantes.
Características
 Busca da simplicidade:
 verdade = razão = simplicidade.
 Imitação da natureza: “locus amoenus” = local
aprazível = culto ao homem natural.
 Pastoralismo = celebração da vida pastoril
(modismo e artificialismo).
 Bucolismo = adequação à harmonia e serenidade
da natureza = valorização da vida no campo
 Imitação Dos Clássicos:
 Autores consagrados da antigüidade Greco-romana
 Modelo máximo: Horácio = “Inutilia Truncat” (cortar o
inútil) + “Carpe Diem” (Aproveitar o dia) + “Fugere
Urbem” (Fugir da Cidade) + “Aurea Mediocritas” (Vida
materialmente simples, mas rica em realizações
espirituais)
 Uso eventual da mitologia clássica
 Ausência de subjetividade:
 Renúncia do “Eu Poético” e adoção de uma
personalidade pastoril.
 O poeta deve expressar apenas sentimentos
comuns E genéricos.
 Amor galante (Convencional): Declarações
educadas e discretas.
 Surgimento de Academias E Arcádias
Literárias.
ARCADISMO NO BRASIL
CONTEXTO
AUTORES & OBRAS
Contexto Histórico
 Decorrência da atividade mineradora
(mg) = enriquecimento das cidades.
 Surgimento de novas classes:
profissionais liberais = rompimento
com o dualismo: senhor-escravo.
 Relação com a inconfidência mineira =
necessidade de independência.
 Literatura = sistema literário:
 Existência citadina intensificando as relações
sociais = surgimento dos “saraus” = música e
poesia = surgimento dos primeiros núcleos
permanentes e regulares de um público
interessado em arte (literatura).
 Primeiro e decisivo passo no processo de
fundação da literatura brasileira.
Principais Autores
Poesia Lírica
Cláudio Manuel da Costa (1729 – 1789)
Nasceu na cidade de Ribeirão do Carmo (hoje Mariana), em Minas Gerais,
no ano de 1729. Aos vinte anos foi a Portugal para estudar Direito na
faculdade de Coimbra, dividindo as obrigações do curso com a produção
literária. Depois de terminada a faculdade, retorna ao Brasil onde exerce a
função de advogado na então cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto).
Em Minas Gerais ajudou a fundar a Arcádia Ultramarina com os poetas com
Manuel Inácio da Silva, Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga entre
outros poetas e intelectuais. Adotou, no ano de 1773, o pseudônimo de
Glauceste Satúrnio, sob o qual escreveu a maioria de suas poesias.
Inspirados pelo pensamento iluminista, os integrantes da Arcádia
desenvolveram uma conspiração política contra o governador da capitania,
culminando na Conjuração Mineira. Por essa época, sua poesia adquire um
tom político e o poeta se mostra preocupado com diversas questões
políticas e sociais. O movimento levou seus membros à prisão, sob
acusação de lesa-majestade, isto é, de traição ao rei de Portugal.
Anos mais tarde, ao final do século XIX, como homenagem, Claudio
Manoel da Costa foi escolhido o Patrono da cadeira de número oito
da Academia Brasileira de Letras.
 OBRAS: Obras poéticas (1768) +
Vila Rica (1839)
 Pseudônimo pastoril = Glauceste
Satúrnio
 Musa = Nice
 Poeta de transição: utilização de princípios estéticos do
arcadismo e influências barrocas: o sofrimento.
 Influência camoniana: gosto pela antítese e pelo
soneto
 É racionalmente árcade e emotivamente barroco.
 Temas barrocos: o desencanto com a vida; a brevidade
dolorosa do amor; a rapidez com que todos os
sentimentos passam.
Poeta de Transição
 O SOFRIMENTO BARROCO:
“Ouvi pois o meu fúnebre lamento
Se é que de compaixão sois animados.”
 A IMPOSSIBILIDADE AMOROSA:
“Nise? Nise? Onde estás? Aonde espera]
Achar-te uma alma que por ti suspira,”
 As antíteses (a dureza da pedra e a
ternura do coração):
 “Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci! Oh, quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!”
A pedra como símbolo:
Contradição: Formação intelectual ocidental x inconsciente
preso à pátria = preferência por imagens e cenários nos
quais predominam a pedra, a rocha e os penhascos = sua
memória é feita de rochas e pedras de Minas Gerais =
Conclusão: poemas europeizados com símbolos das raízes
brasileiras.
Tomás Antônio Gonzaga (1744 – 1810)
Nasceu na cidade de
Porto em Portugal no
ano de 1744 e veio para
o Brasil em 1749,
quando tinha apenas
quatro anos. Anos mais
tarde, o poeta retorna
para Portugal para
estudar Direito na
Faculdade de Leis em
Coimbra, cidade onde
exerce cargos de
magistratura..
Retorna ao Brasil em 1782 para a então cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), em Minas Gerais, sendo
nomeado ouvidor e juiz. No mesmo ano, conheceu Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, jovem de
apenas dezesseis anos, a qual inspirou a composição do conjunto de poemas intitulados Marília de
Dirceu sob o pseudônimo pastoril de Dirceu. No ano de 1788, pede Maria Doroteia em casamento, porém,
a família da jovem, muito tradicional, inicialmente se opôs ao matrimônio e só mudou de opinião com o
passar do tempo.
Tomás Antônio Gonzaga também ficou famoso por sua atuação na Conjuração Mineira, no ano de 1789, na
qual vários intelectuais e pessoas influentes se insurgiram contra a monarquia portuguesa e lutavam pela
independência da colônia.
Prestes a se casar com Marília, Gonzaga é preso pelo envolvimento na Conjuração e, na cela, escreve
grande parte de Marília de Dirceu. O poeta havia começado a obra dedicada à Maria Doroteia ainda antes
de ir para a prisão e dá seguimento da mesma enquanto estivera no cárcere, o que explica a mudança
drástica de tom no decorrer dos poemas.
No ano de 1792 é exilado em Moçambique a fim de cumprir sua pena. Naquele país, hospeda-se na casa
de um rico comerciante de escravos e, no ano de 1793 contrai matrimônio com a filha dele, Juliana de
Souza Mascarenhas, com quem tem dois filhos. Falece no ano de 1810.
 OBRAS: Marília de Dirceu (Parte I – 1792;
Parte II – 1799; Parte III – 1812);
Cartas Chilenas (1845)
 Pseudônimo Pastoril = Dirceu
 Musa = Marília
MARÍLIA DE DIRCEU:
Texto árcade + dimensão romântica
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
 Toda escrita em Vila Rica, com Gonzaga
ainda em liberdade, em um tom otimista e
afirmativo.
 Presença de elementos árcades: o canto da
natureza convencional, a vida pastoril, a
recusa em intensificar a subjetividade, a
galanteria, o racionalismo neoclássico e a
clareza do estilo.
 Liras autobiográficas dentro dos limites que
as regras árcades impunham à confissão
pessoal.
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
 Em suas liras, um pastor (o próprio poeta)
celebra, em tom moderadamente
apaixonado, as graças da pastora Marília,
que conquistara seu coração:
 “Tu, Marília, agora vendo
Do Amor o lindo retrato
Contigo estarás dizendo
Que é este o retrato teu.
Sim, Marília, a cópia é tua,
Que Cupido é Deus suposto:
Sé há Cupido, é só teu rosto
Que ele foi quem me venceu.”
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
 A EXPRESSÃO DO AMOR:
 Impulsos afetivos nos limites do amor galante
 A expressão sentimental vale-se de alegorias
mitológicas (Cupido)
 Há um conjunto de frases feitas e lugares-
comuns sobre os encantos da amada, sobre
as qualidades do pastor Dirceu e sobre a
felicidade do futuro relacionamento entre
ambos. Há um esforço por exaltar as
qualidades da vida familiar, do casamento,
das pequenas alegrias que sustentam um lar.
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
 Pastoralismo & Estabilidade econômica:
 “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado,
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
 IDEOLOGIA MATERIALISTA
BURGUESA & VALORES AFETIVOS:
 “É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte e
prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais que um rebanho, e mais que
um
trono.]”
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
 O aflorar da sensualidade = desejo de
confidência & atrevimento erótico:
 “Ornemos nossas testas com as flores,
E façamos de feno um brando leito;
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.”
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
 O CARPE DIEM:
 “Que havemos de esperar, Marília bela?
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vem frias,
E pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça!”
MARÍLIA DE DIRCEU PARTE II
 A tristeza domina a segunda parte do
poema, toda ela escrita na prisão
 Motivo básico: as agruras vividas por
Dirceu
 Tendência maior à confissão + tom de
desabafo
 Pré-romantismo: passagens mais
subjetivas e sentimentais
MARÍLIA DE DIRCEU PARTE II
 TENDÊNCIA PRÉ-ROMÂNTICA =
SENTIMENTALISMO:
 “Eu tenho um coração maior que o
mundo,]
Tu formosa Marília, bem o sabes:
Um coração, e basta,
Onde tu mesma cabes.”
MARÍLIA DE DIRCEU PARTE III
 Publicada em condições confusas
 Reúne material variado e de menor
valor expressivo, nada acrescentando
ao sentido final da obra.
 Proposta de abandono da vida no
campo
 Vida na cidade = Dirceu = advogado =
Marília = sua “gostosa companhia”
MARÍLIA DE DIRCEU PARTE III
“Tu não verás, Marília, cem
cativos
Tirarem o cascalho e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios
caudalosos.
Ou na minada Serra.”
MARÍLIA DE DIRCEU PARTE III
“Verás em cima da espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus Consultos,
Tu me farás gostosa companhia,
Lendo os fastos da sábia, mestra História,
Os cantos da poesia.”
CARTAS CHILENAS
 Todo o fingimento poético cerca a
elaboração desses textos: neles, Gonzaga
assina com o pseudônimo de Critilo e dirige-
se a Doroteu (o poeta Cláudio Manuel da
Costa) que vivia supostamente em Espanha.
Critilo critica a administração de Fanfarrão
Minésio (Luís da Cunha Meneses) que ele
diz ser “general do Chile”. Onde se lê Chile,
leia-se província de Minas Gerais; onde se lê
Santiago, leia-se Vila Rica (atual Ouro Preto).
CARTAS CHILENAS
 A sátira das Cartas chilenas incide
diretamente sobre a figura do governador
Luís da Cunha Meneses, cujas ações são
continuamente condenadas pelo narrador
Critilo. Não há, portanto, qualquer intenção
ligada à condenação do sistema colonial a
que estava submetido o Brasil: o que o texto
pretende é criticar um mau governo,
principalmente no que se refere ao
desrespeito às leis do Reino Português.
CARTAS CHILENAS
 Essa crítica é decorrência das concepções
ilustradas, que colocavam as leis como
instrumento fundamental para a preservação
da ordem sábia e natural que organizava a
vida social. O desrespeito às leis partindo de
um governante era, portanto, um perigoso
risco à harmonia do grupo social: era uma
verdadeira monstruosidade, palavra e
imagem que o narrador emprega
freqüentemente.
SILVA ALVARENGA (1749-1814)
 Considerado como o mais brasileiro
dos árcades, pela sensibilidade rítmica
de seus versos, Silva Alvarenga, cujo
pseudônimo árcade era Alcino
Palmireno, ficou conhecido por uma
única obra, Glaura, publicada em 1799,
composta de rondós e madrigais
(“composições poéticas que encerram
um pensamento delicado, terno ou
galante/canções pastoris”).
SILVA ALVARENGA
 A obra Glaura revela um lirismo de
inspiração galante, onde o poeta Alcino
celebra a pastora Glaura, que se esquiva
num clima de galante sensualidade. O
refinamento da galanteria, o detalhismo
acentuado e uma relativa superficialidade
temática permite que se considere o estilo de
Silva Alvarenga um exemplo do chamado
rococó (“excesso de ornatos” - “acúmulo
ornamental”).
SILVA ALVARENGA
 Por outro lado, há quem defenda
que em função de sua
espontaneidade e pronuncia quase
sentimental, aliadas a uma certa
melancolia, o poeta deva ser
incluído num espaço pré-
romântico.
AUTORES
A ÉPICA ÁRCADE
BASÍLIO DA GAMA (1741-1795)
 O ponto alto da obra literária de Basílio da
Gama é o texto O Uraguai, concebido
originariamente como um poema épico
destinado a celebrar a vitória militar de
Gomes Freire de Andrade, Comissário Real,
contra os índios da Colônia de Sete Povos
das Missões do Uruguai. Localizadas a leste
do rio Uruguai, em região hoje pertencente
ao estado do Rio Grande do Sul, essas
missões agrupavam sete povoações
habitadas por índios guaranis e jesuítas
espanhóis.
BASÍLIO DA GAMA
 A origem do conflito está no tratado de Madri,
de 1750, segundo o qual Portugal entregaria
a Colônia do Sacramento à Espanha em
troca das terras onde estavam os Sete Povos
das Missões; diante da resistência indígena e
jesuítica, portugueses e espanhóis
organizaram uma campanha militar que se
estendeu de 1752 a 1756. O Uraguai narra
os episódios finais dessa campanha militar e
a conseqüente anexação dos territórios à
Coroa portuguesa.
BASÍLIO DA GAMA
O poema épico O Uraguai tem
dois objetivos básicos: a defesa
e a exaltação da política
pombalina e a crítica virulenta
aos jesuítas, seus antigos
mestres.
O URAGUAI (1769)
 No aspecto formal, O Uraguai não
apresenta nenhum esquema estrófico
regular; seus versos são brancos (sem
rima) e, ainda que seja possível
perceber a divisão nas tradicionais
partes do poema épico (proposição,
invocação, dedicatória, narração e
epílogo), essas partes não seguem as
normas estritas do gênero, revelando-
se flexíveis.
O URAGUAI
 O Uraguai, na realidade, não é um
típico poema épico em sua estrutura,
formada por apenas cinco cantos, sem
esquema regular de estrofes. Os
maiores méritos formais do texto
residem justamente nessa ruptura com
a tradição camoniana da epopéia em
língua portuguesa: Basílio da Gama
criou um texto inovador , que explora
formas e ritmos de maneira até então
inéditas.
O INDIANISMO EM O URAGUAI
 Elemento temático muito importante: a
exaltação da figura do índio.
 O poema O Uraguai, não enfatiza a guerra
em si, nem as ações dos vencedores, nem
os vilões jesuítas - tratados caricaturalmente.
Ganham destaque, de fato, e descrição física
e moral do índio, o choque de culturas e a
paisagem nacional. Além disso, o autor cria
passagens de forte lirismo, como a do
episódio da morte de Lindóia.
O INDIANISMO EM O URAGUAI
 A valorização do índio e da natureza
selvagem do Brasil corresponde, por
um lado, ao ideal de vida primitiva e
natural cultivado pelos iluministas e
pelos árcades. Por outro lado, porém,
esses aspectos, que podemos chamar
de nativistas, prenunciam as
tendências da literatura do século XIX:
o Romantismo.
A MORTE DE LINDÓIA
“Entram enfim na mais remota e interna
Parte de antigo bosque, escuro e
negro,
Onde ao pé de uma lapa cavernosa
Cobre uma rouca fonte, que murmura,
Curva latada de jasmins e rosas.
Este lugar delicioso e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.”
SANTA RITA DURÃO (1722 – 1784)
 OBRA: Caramuru, que tem como subtítulo
Poema épico do descobrimento da Bahia,
é um poema épico escrito nos moldes
camonianos: dez cantos, versos
decassílabos, estrofes em oitava-rima e
estrutura convencional (proposição,
invocação, dedicatória, narração e epílogo),
em que são narradas as lendárias aventuras
de Diogo Álvares Correira, náufrago no
Recôncavo da Bahia no século XVI.
CARAMURU (1781)
 Seus companheiros de naufrágio foram
devorados pelos índios; ele, porém,
teria se salvado, dando um tiro de
espingarda que impressionou tanto os
nativos, índios tupinambás, que
passaram a respeitá-lo e lhe deram o
nome de Caramuru, que significa
“filho do trovão” ou “homem de
fogo”.
O INDIANISMO EM CARAMURU
 Em Caramuru, Santa Rita procura
apresentar a natureza brasileira,
descrevendo o clima, a fertilidade da terra, as
riquezas naturais. Assim, alia-se à tradição
dos cronistas e viajantes que descreveram a
colônia no século XVI. Interessa-se
particularmente pelo indígena, descreve seus
costumes e instituições e ressalta sua
catequese. Visto que Diogo Álvarez, mesmo
não sendo padre, demonstra interesse em
conduzir o índio ao caminho do cristianismo,
caracterizando-se como um consciencioso
evangelizador.
MOMENTO LÍRICO = A MORTE DE
MOEMA
“Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto morib䁵ndo;
Com a mão já sem vigor, soltando o leE,
Entre as salsas escumas desce ao fundo.
Mas na onda dů mar, que irado fre࡭e,
Tornando a aparecer desde o profundo:
- Ah! Diogo ţruel! - disse com mágoa,
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Arcadismo no Brasil

  • 1. Arcadismo Ou Neoclassicismo Século XVIII “Fugere urbem” Prof. Ivana Mayrink
  • 2. Origens  Ideologia da Aristocracia em Decadência  X  Burguesia em Ascensão = Insatisfeita Com o Absolutismo dos Reis, Com a Solenidade do Barroco e Com as Formas de Convivência Social Rígidas, Artificiais e Complicadas.
  • 3. Relações Com o Iluminismo  A Razão (e Não Mais a Crença Religiosa) Aparece como Sinônimo de Verdade. As Luzes do Esclarecimento Ajudavam os Homens a Entender o Mundo e a Combater Preconceitos.  Simplificação Da Arte = Domínio Da Razão; Aproximação Da Natureza; Valorização Das Atividades Galantes.
  • 4. Características  Busca da simplicidade:  verdade = razão = simplicidade.  Imitação da natureza: “locus amoenus” = local aprazível = culto ao homem natural.  Pastoralismo = celebração da vida pastoril (modismo e artificialismo).  Bucolismo = adequação à harmonia e serenidade da natureza = valorização da vida no campo
  • 5.  Imitação Dos Clássicos:  Autores consagrados da antigüidade Greco-romana  Modelo máximo: Horácio = “Inutilia Truncat” (cortar o inútil) + “Carpe Diem” (Aproveitar o dia) + “Fugere Urbem” (Fugir da Cidade) + “Aurea Mediocritas” (Vida materialmente simples, mas rica em realizações espirituais)  Uso eventual da mitologia clássica
  • 6.  Ausência de subjetividade:  Renúncia do “Eu Poético” e adoção de uma personalidade pastoril.  O poeta deve expressar apenas sentimentos comuns E genéricos.  Amor galante (Convencional): Declarações educadas e discretas.  Surgimento de Academias E Arcádias Literárias.
  • 8. Contexto Histórico  Decorrência da atividade mineradora (mg) = enriquecimento das cidades.  Surgimento de novas classes: profissionais liberais = rompimento com o dualismo: senhor-escravo.  Relação com a inconfidência mineira = necessidade de independência.
  • 9.  Literatura = sistema literário:  Existência citadina intensificando as relações sociais = surgimento dos “saraus” = música e poesia = surgimento dos primeiros núcleos permanentes e regulares de um público interessado em arte (literatura).  Primeiro e decisivo passo no processo de fundação da literatura brasileira.
  • 11. Cláudio Manuel da Costa (1729 – 1789)
  • 12. Nasceu na cidade de Ribeirão do Carmo (hoje Mariana), em Minas Gerais, no ano de 1729. Aos vinte anos foi a Portugal para estudar Direito na faculdade de Coimbra, dividindo as obrigações do curso com a produção literária. Depois de terminada a faculdade, retorna ao Brasil onde exerce a função de advogado na então cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto). Em Minas Gerais ajudou a fundar a Arcádia Ultramarina com os poetas com Manuel Inácio da Silva, Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga entre outros poetas e intelectuais. Adotou, no ano de 1773, o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, sob o qual escreveu a maioria de suas poesias. Inspirados pelo pensamento iluminista, os integrantes da Arcádia desenvolveram uma conspiração política contra o governador da capitania, culminando na Conjuração Mineira. Por essa época, sua poesia adquire um tom político e o poeta se mostra preocupado com diversas questões políticas e sociais. O movimento levou seus membros à prisão, sob acusação de lesa-majestade, isto é, de traição ao rei de Portugal. Anos mais tarde, ao final do século XIX, como homenagem, Claudio Manoel da Costa foi escolhido o Patrono da cadeira de número oito da Academia Brasileira de Letras.
  • 13.  OBRAS: Obras poéticas (1768) + Vila Rica (1839)  Pseudônimo pastoril = Glauceste Satúrnio  Musa = Nice
  • 14.  Poeta de transição: utilização de princípios estéticos do arcadismo e influências barrocas: o sofrimento.  Influência camoniana: gosto pela antítese e pelo soneto  É racionalmente árcade e emotivamente barroco.  Temas barrocos: o desencanto com a vida; a brevidade dolorosa do amor; a rapidez com que todos os sentimentos passam.
  • 15. Poeta de Transição  O SOFRIMENTO BARROCO: “Ouvi pois o meu fúnebre lamento Se é que de compaixão sois animados.”  A IMPOSSIBILIDADE AMOROSA: “Nise? Nise? Onde estás? Aonde espera] Achar-te uma alma que por ti suspira,”
  • 16.  As antíteses (a dureza da pedra e a ternura do coração):  “Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci! Oh, quem cuidara Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza!”
  • 17. A pedra como símbolo: Contradição: Formação intelectual ocidental x inconsciente preso à pátria = preferência por imagens e cenários nos quais predominam a pedra, a rocha e os penhascos = sua memória é feita de rochas e pedras de Minas Gerais = Conclusão: poemas europeizados com símbolos das raízes brasileiras.
  • 18. Tomás Antônio Gonzaga (1744 – 1810) Nasceu na cidade de Porto em Portugal no ano de 1744 e veio para o Brasil em 1749, quando tinha apenas quatro anos. Anos mais tarde, o poeta retorna para Portugal para estudar Direito na Faculdade de Leis em Coimbra, cidade onde exerce cargos de magistratura..
  • 19. Retorna ao Brasil em 1782 para a então cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), em Minas Gerais, sendo nomeado ouvidor e juiz. No mesmo ano, conheceu Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, jovem de apenas dezesseis anos, a qual inspirou a composição do conjunto de poemas intitulados Marília de Dirceu sob o pseudônimo pastoril de Dirceu. No ano de 1788, pede Maria Doroteia em casamento, porém, a família da jovem, muito tradicional, inicialmente se opôs ao matrimônio e só mudou de opinião com o passar do tempo. Tomás Antônio Gonzaga também ficou famoso por sua atuação na Conjuração Mineira, no ano de 1789, na qual vários intelectuais e pessoas influentes se insurgiram contra a monarquia portuguesa e lutavam pela independência da colônia. Prestes a se casar com Marília, Gonzaga é preso pelo envolvimento na Conjuração e, na cela, escreve grande parte de Marília de Dirceu. O poeta havia começado a obra dedicada à Maria Doroteia ainda antes de ir para a prisão e dá seguimento da mesma enquanto estivera no cárcere, o que explica a mudança drástica de tom no decorrer dos poemas. No ano de 1792 é exilado em Moçambique a fim de cumprir sua pena. Naquele país, hospeda-se na casa de um rico comerciante de escravos e, no ano de 1793 contrai matrimônio com a filha dele, Juliana de Souza Mascarenhas, com quem tem dois filhos. Falece no ano de 1810.
  • 20.  OBRAS: Marília de Dirceu (Parte I – 1792; Parte II – 1799; Parte III – 1812); Cartas Chilenas (1845)  Pseudônimo Pastoril = Dirceu  Musa = Marília
  • 21. MARÍLIA DE DIRCEU: Texto árcade + dimensão romântica
  • 22. MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I  Toda escrita em Vila Rica, com Gonzaga ainda em liberdade, em um tom otimista e afirmativo.  Presença de elementos árcades: o canto da natureza convencional, a vida pastoril, a recusa em intensificar a subjetividade, a galanteria, o racionalismo neoclássico e a clareza do estilo.  Liras autobiográficas dentro dos limites que as regras árcades impunham à confissão pessoal.
  • 23. MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I  Em suas liras, um pastor (o próprio poeta) celebra, em tom moderadamente apaixonado, as graças da pastora Marília, que conquistara seu coração:  “Tu, Marília, agora vendo Do Amor o lindo retrato Contigo estarás dizendo Que é este o retrato teu. Sim, Marília, a cópia é tua, Que Cupido é Deus suposto: Sé há Cupido, é só teu rosto Que ele foi quem me venceu.”
  • 24. MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I  A EXPRESSÃO DO AMOR:  Impulsos afetivos nos limites do amor galante  A expressão sentimental vale-se de alegorias mitológicas (Cupido)  Há um conjunto de frases feitas e lugares- comuns sobre os encantos da amada, sobre as qualidades do pastor Dirceu e sobre a felicidade do futuro relacionamento entre ambos. Há um esforço por exaltar as qualidades da vida familiar, do casamento, das pequenas alegrias que sustentam um lar.
  • 25. MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I  Pastoralismo & Estabilidade econômica:  “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado, De tosco trato, de expressões grosseiro, Dos frios gelos e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!
  • 26. MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I  IDEOLOGIA MATERIALISTA BURGUESA & VALORES AFETIVOS:  “É bom, minha Marília, é bom ser dono De um rebanho, que cubra monte e prado; Porém, gentil Pastora, o teu agrado Vale mais que um rebanho, e mais que um trono.]”
  • 27. MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I  O aflorar da sensualidade = desejo de confidência & atrevimento erótico:  “Ornemos nossas testas com as flores, E façamos de feno um brando leito; Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, Gozemos do prazer de sãos Amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre; E para nós o tempo, que se passa, Também, Marília, morre.”
  • 28. MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I  O CARPE DIEM:  “Que havemos de esperar, Marília bela? Que vão passando os florescentes dias? As glórias que vêm tarde já vem frias, E pode, enfim, mudar-se a nossa estrela. Ah! não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças E ao semblante a graça!”
  • 29. MARÍLIA DE DIRCEU PARTE II  A tristeza domina a segunda parte do poema, toda ela escrita na prisão  Motivo básico: as agruras vividas por Dirceu  Tendência maior à confissão + tom de desabafo  Pré-romantismo: passagens mais subjetivas e sentimentais
  • 30. MARÍLIA DE DIRCEU PARTE II  TENDÊNCIA PRÉ-ROMÂNTICA = SENTIMENTALISMO:  “Eu tenho um coração maior que o mundo,] Tu formosa Marília, bem o sabes: Um coração, e basta, Onde tu mesma cabes.”
  • 31. MARÍLIA DE DIRCEU PARTE III  Publicada em condições confusas  Reúne material variado e de menor valor expressivo, nada acrescentando ao sentido final da obra.  Proposta de abandono da vida no campo  Vida na cidade = Dirceu = advogado = Marília = sua “gostosa companhia”
  • 32. MARÍLIA DE DIRCEU PARTE III “Tu não verás, Marília, cem cativos Tirarem o cascalho e a rica terra, Ou dos cercos dos rios caudalosos. Ou na minada Serra.”
  • 33. MARÍLIA DE DIRCEU PARTE III “Verás em cima da espaçosa mesa Altos volumes de enredados feitos; Ver-me-ás folhear os grandes livros, E decidir os pleitos. Enquanto revolver os meus Consultos, Tu me farás gostosa companhia, Lendo os fastos da sábia, mestra História, Os cantos da poesia.”
  • 34. CARTAS CHILENAS  Todo o fingimento poético cerca a elaboração desses textos: neles, Gonzaga assina com o pseudônimo de Critilo e dirige- se a Doroteu (o poeta Cláudio Manuel da Costa) que vivia supostamente em Espanha. Critilo critica a administração de Fanfarrão Minésio (Luís da Cunha Meneses) que ele diz ser “general do Chile”. Onde se lê Chile, leia-se província de Minas Gerais; onde se lê Santiago, leia-se Vila Rica (atual Ouro Preto).
  • 35. CARTAS CHILENAS  A sátira das Cartas chilenas incide diretamente sobre a figura do governador Luís da Cunha Meneses, cujas ações são continuamente condenadas pelo narrador Critilo. Não há, portanto, qualquer intenção ligada à condenação do sistema colonial a que estava submetido o Brasil: o que o texto pretende é criticar um mau governo, principalmente no que se refere ao desrespeito às leis do Reino Português.
  • 36. CARTAS CHILENAS  Essa crítica é decorrência das concepções ilustradas, que colocavam as leis como instrumento fundamental para a preservação da ordem sábia e natural que organizava a vida social. O desrespeito às leis partindo de um governante era, portanto, um perigoso risco à harmonia do grupo social: era uma verdadeira monstruosidade, palavra e imagem que o narrador emprega freqüentemente.
  • 37.
  • 38. SILVA ALVARENGA (1749-1814)  Considerado como o mais brasileiro dos árcades, pela sensibilidade rítmica de seus versos, Silva Alvarenga, cujo pseudônimo árcade era Alcino Palmireno, ficou conhecido por uma única obra, Glaura, publicada em 1799, composta de rondós e madrigais (“composições poéticas que encerram um pensamento delicado, terno ou galante/canções pastoris”).
  • 39. SILVA ALVARENGA  A obra Glaura revela um lirismo de inspiração galante, onde o poeta Alcino celebra a pastora Glaura, que se esquiva num clima de galante sensualidade. O refinamento da galanteria, o detalhismo acentuado e uma relativa superficialidade temática permite que se considere o estilo de Silva Alvarenga um exemplo do chamado rococó (“excesso de ornatos” - “acúmulo ornamental”).
  • 40. SILVA ALVARENGA  Por outro lado, há quem defenda que em função de sua espontaneidade e pronuncia quase sentimental, aliadas a uma certa melancolia, o poeta deva ser incluído num espaço pré- romântico.
  • 42. BASÍLIO DA GAMA (1741-1795)  O ponto alto da obra literária de Basílio da Gama é o texto O Uraguai, concebido originariamente como um poema épico destinado a celebrar a vitória militar de Gomes Freire de Andrade, Comissário Real, contra os índios da Colônia de Sete Povos das Missões do Uruguai. Localizadas a leste do rio Uruguai, em região hoje pertencente ao estado do Rio Grande do Sul, essas missões agrupavam sete povoações habitadas por índios guaranis e jesuítas espanhóis.
  • 43. BASÍLIO DA GAMA  A origem do conflito está no tratado de Madri, de 1750, segundo o qual Portugal entregaria a Colônia do Sacramento à Espanha em troca das terras onde estavam os Sete Povos das Missões; diante da resistência indígena e jesuítica, portugueses e espanhóis organizaram uma campanha militar que se estendeu de 1752 a 1756. O Uraguai narra os episódios finais dessa campanha militar e a conseqüente anexação dos territórios à Coroa portuguesa.
  • 44. BASÍLIO DA GAMA O poema épico O Uraguai tem dois objetivos básicos: a defesa e a exaltação da política pombalina e a crítica virulenta aos jesuítas, seus antigos mestres.
  • 45. O URAGUAI (1769)  No aspecto formal, O Uraguai não apresenta nenhum esquema estrófico regular; seus versos são brancos (sem rima) e, ainda que seja possível perceber a divisão nas tradicionais partes do poema épico (proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo), essas partes não seguem as normas estritas do gênero, revelando- se flexíveis.
  • 46. O URAGUAI  O Uraguai, na realidade, não é um típico poema épico em sua estrutura, formada por apenas cinco cantos, sem esquema regular de estrofes. Os maiores méritos formais do texto residem justamente nessa ruptura com a tradição camoniana da epopéia em língua portuguesa: Basílio da Gama criou um texto inovador , que explora formas e ritmos de maneira até então inéditas.
  • 47. O INDIANISMO EM O URAGUAI  Elemento temático muito importante: a exaltação da figura do índio.  O poema O Uraguai, não enfatiza a guerra em si, nem as ações dos vencedores, nem os vilões jesuítas - tratados caricaturalmente. Ganham destaque, de fato, e descrição física e moral do índio, o choque de culturas e a paisagem nacional. Além disso, o autor cria passagens de forte lirismo, como a do episódio da morte de Lindóia.
  • 48. O INDIANISMO EM O URAGUAI  A valorização do índio e da natureza selvagem do Brasil corresponde, por um lado, ao ideal de vida primitiva e natural cultivado pelos iluministas e pelos árcades. Por outro lado, porém, esses aspectos, que podemos chamar de nativistas, prenunciam as tendências da literatura do século XIX: o Romantismo.
  • 49. A MORTE DE LINDÓIA “Entram enfim na mais remota e interna Parte de antigo bosque, escuro e negro, Onde ao pé de uma lapa cavernosa Cobre uma rouca fonte, que murmura, Curva latada de jasmins e rosas. Este lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia.”
  • 50. SANTA RITA DURÃO (1722 – 1784)  OBRA: Caramuru, que tem como subtítulo Poema épico do descobrimento da Bahia, é um poema épico escrito nos moldes camonianos: dez cantos, versos decassílabos, estrofes em oitava-rima e estrutura convencional (proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo), em que são narradas as lendárias aventuras de Diogo Álvares Correira, náufrago no Recôncavo da Bahia no século XVI.
  • 51. CARAMURU (1781)  Seus companheiros de naufrágio foram devorados pelos índios; ele, porém, teria se salvado, dando um tiro de espingarda que impressionou tanto os nativos, índios tupinambás, que passaram a respeitá-lo e lhe deram o nome de Caramuru, que significa “filho do trovão” ou “homem de fogo”.
  • 52. O INDIANISMO EM CARAMURU  Em Caramuru, Santa Rita procura apresentar a natureza brasileira, descrevendo o clima, a fertilidade da terra, as riquezas naturais. Assim, alia-se à tradição dos cronistas e viajantes que descreveram a colônia no século XVI. Interessa-se particularmente pelo indígena, descreve seus costumes e instituições e ressalta sua catequese. Visto que Diogo Álvarez, mesmo não sendo padre, demonstra interesse em conduzir o índio ao caminho do cristianismo, caracterizando-se como um consciencioso evangelizador.
  • 53. MOMENTO LÍRICO = A MORTE DE MOEMA “Perde o lume dos olhos, pasma e treme, Pálida a cor, o aspecto morib䁵ndo; Com a mão já sem vigor, soltando o leE, Entre as salsas escumas desce ao fundo. Mas na onda dů mar, que irado fre࡭e, Tornando a aparecer desde o profundo: - Ah! Diogo ţruel! - disse com mágoa, E sem mais vista ser, sorveu-se na água.”