SlideShare uma empresa Scribd logo
Koch (2004, p. 35) nos diz que
“a coesão é a forma como os elementos
linguísticos presentes na superfície textual se
interligam, se interconectam, por meio de
recursos também linguísticos, de modo a
formar um tecido (tessitura), uma unidade de
nível superior à da frase, que dela difere
qualitativamente.”
 a conexão entre partes do texto pode
acontecer de duas grandes formas:
 • por remissão a referentes do texto ou
ancorados no texto, (coesão referencial);
 • por sequenciação (coesão sequencial).
A coesão referencial é responsável por criar
um sistema de relações entre as palavras e
expressões dentro de um texto, permitindo
que o leitor identifique os termos aos
quais se referem. O termo que indica a
entidade ou situação a que o falante se refere
é chamado de referente.
 Ana Elisabete gritou. Ela fica apavorada
quando fica sozinha, apesar de ser
uma menina calma e inteligente.
Nesse exemplo, o termo referente é Ana
Elisabete.
Todas as vezes que o referente precisa
ser retomado no texto, podemos utilizar
outras palavras para que os leitores possam
retornar e recuperar a ideia.
É bastante frequente o uso de figuras de
construção/sintaxe para a coesão
referencial, como
as anáforas, catáforas, elipses e
as correferências não
anafóricas (contiguidades, reiterações).
A forma referencial com função coesiva pode
remeter a um referente que lhe é anterior
(anáfora), ou a um referente que lhe é
subsequente (catáfora).
Designa-seANÁFORA (não confundir com a
figura de linguagem de mesmo nome) o
termo ou expressão que, em um texto ou
discurso, faz referência direta ou indireta a
um termo anterior. O termo anafórico retoma
um termo anterior, total ou parcialmente, de
modo que, para compreendê-lo dependemos
do termo antecedente.
 João está doente.Vi-o na semana passada.
(pronome “o” retoma o termo “João”.)
 Ana comprou um cão. O animal já conhece
todos os cantos da casa.
(o termo “o animal” faz referência ao termo
antecedente “o cão”)
 O cantor que ganhou o prêmio não
compareceu.
(o pronome “que” se refere ao termo “cantor”.)
 A sala de aula está degradada. As
carteiras estão todas riscadas.
(O termo “as carteiras” é compreendido
mediante a compreensão do termo
anterior “sala de aula”)
 Maria é uma moça tão bonita que assusta. Essa
sua beleza tem um quê de mistério.
(o pronome “essa” faz referência à beleza de
Maria, ideia que se encontra implícita no
enunciado anterior.)
Por sua vez, os pronomes catafóricos são
aqueles que fazem referência a um termo
subsequente, estabelecendo com ele uma
relação não autônoma, portanto,
dependente. Para compreender um termo
catafórico é necessário interpretar o termo ao
qual faz referência.
 A irmã olhou-o e disse: - João, estás com um ar
cansado.
(O pronome “o” faz referência ao termo
subsequente “João”, de modo que só se pode
compreender a quem o pronome se refere
quando se chega ao termo de referência.)
 Os nomes próprios mais utilizados na língua
portuguesa são estes: João, Maria e José.
(Neste caso o pronome “estes” faz referência
aos termos imediatamente seguintes “João,
Maria e José”.)
Dêitico – (exofórica) se refere a algo fora do
texto.
Responsável por localizar algo no tempo ou
no espaço.
Exemplo:
Ali será amarelo. (faz referência a algo
externo, que não está no texto)
“ELE foi aprovado no concurso da Receita
Federal”. (ELE QUEM?);
- “LÁ estava muito frio” (LÁ? QUE LUGAR É
ESSE?);
- “ALI há alguns pés de manga”. (ALI? QUE
LUGAR É ESSE?).
Simplificando:
 Anáfora - retoma por meio de referência um
termo anterior.
 Catáfora - termo usado para fazer referência
a um outro termo posterior.
 Dêitica – localiza alguma coisa no
espaço/tempo;
Arthur Antunes Coimbra (1) é o maior nome da
história do Flamengo. Desde a infância passada no
subúrbio carioca, o jovem Zico (2) já se revelava um
talento incomum para o futebol. Só havia um
problema: o Galinho de Quintino (3) era um tanto
franzino para um esporte que cada vez mais exigia
preparo físico. A saída foi submetê-lo (4) a uma
intensa bateria de exercícios que o (4) tornaram um
jogador completo, corpo e mente integrados. Daí,
para que ele (4) se tornasse o grande ídolo que todos
conhecemos, foi apenas um passo.
Por mais de uma década, o craque (5) colecionou
títulos e alegrias para o seu (4) clube. Sua (4) única
frustração, no entanto, foi nunca ter sido
campeão do mundo pela seleção brasileira.
Mesmo assim, as glórias conquistadas pelo
campeão do mundo de 1981 (6) superaram de
longe as decepções.Zico (7) ainda atuou como
jogador pela Udinese, da Itália, e pelo Kashima
Antlers, do Japão. Como técnico, (8) coordenou a
seleção japonesa, o Fenerbahçe, daTurquia, e,
atualmente, (8) comanda o CSKA de Moscou.
 Voltando-nos apenas às referências feitas a Zico, no
texto, podemos apontar:
 (1) Uso de nome completo;
(2) Apelido;
(3) Epíteto, isto é, um substantivo, adjetivo ou
expressão que qualifica dado nome;
(4) Pronomes;
(5) Hiperônimo (termo que tem o significado mais
genérico);
(6) Dado cultural;
(7) Repetição;
(8) Elipse;
Exemplo 2
CARNAVAL 2014
‘Cãocurso’ elege pets mais bem fantasiados.
Eles eram pequenos, grandes ou enormes.
Alguns corriam animados, outros – mais
tímidos – deitavam no chão.Todos eram cães de
raça e estavam fantasiados para desfilar em
um... shopping.
(Folha de S.Paulo, 2014)
No exemplo 2, os pronomes “eles” (pessoal
do caso reto), “alguns” e “outros” (pronomes
indefinidos) remetem ao referente que
vem depois deles: “cães de
raça”. Trata-se de um procedimento
catafórico cujo efeito de sentido é
despertar a curiosidade do leitor e assim
prender-lhe a atenção, visto que o referente
só é anunciado mais adiante.
Um texto não é um amontoado de frases.
Essas se conectam por meio de mecanismos
que garantem fluxo de informação e
continuidade ao texto. A coesão sequencial é,
assim, a “argamassa” textual, criando os
pontos de junção que garantem justamente
que o texto não seja uma sucessão
descontínua de frases.
A coesão sequencial é responsável por criar
as condições para a progressão textual. De
maneira geral, as flexões de tempo e de
modo dos verbos e as conjunções são os
mecanismos responsáveis pela coesão
sequencial nos textos.
Os mecanismos de coesão sequencial são
utilizados para que as partes e as informações
do texto possam ser articuladas e
relacionadas. Dessa forma, o autor do texto
evita falta de coesão, garantindo boa
articulação entre as ideias, informações e
argumentos no interior do texto e,
principalmente, a coerência textual.
 A sexualidade ainda é um tabu, por isso algumas
pessoas sentem vergonha do próprio corpo.
 A cultura brasileira é o resultado da
miscigenação de imigrantes de diversas origens, no
entanto percebe-se ainda a persistência do
preconceito diante das religiões não-europeias.
 Pode-se não concordar com opiniões contrárias,
desde que se respeite os diversos pontos de vista.
 Adição/inclusão - Além disso; também; vale
lembrar; pois; outrossim; agora; de modo geral;
por iguais razões; inclusive; até; é certo que; é
inegável; em outras palavras; além desse fator...
 Oposição - Embora; não obstante; entretanto;
mas; no entanto; porém; ao contrário;
diferentemente; por outro lado...
 Afirmação/igualdade - Felizmente;
infelizmente; obviamente; na verdade;
realmente; de igual forma; do mesmo modo
que; nesse sentido; semelhantemente...
 Exclusão - Somente; só; sequer; senão; exceto;
excluindo; tão somente; apenas...
 Enumeração - Em primeiro lugar; a princípio...
 Explicação - Como se nota; com efeito; como
vimos; portanto; pois; é óbvio que; isto é; por
exemplo; a saber; de fato; aliás...
 Conclusão - Em suma; por conseguinte;
portanto; em última análise; por fim; finalmente;
por tudo isso; em síntese, posto isso; assim;
consequentemente...
 Continuação - Em seguida; depois; no geral; em
termos gerais; por sua vez; outrossim...
A persistência da violência contra a mulher na
sociedade brasileira é um problema muito presente.
Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente,
mulheres são vítimas desta questão. Neste sentido,
dois aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico-
cultural e o desrespeito às leis.[...]
Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de
violência contra as mulheres corroboram a ideia de
que elas são vítimas de um histórico-cultural. Nesse
ínterim, a cultura machista prevaleceu ao longo dos
anos a ponto de enraizar-se na sociedade
contemporânea, mesmo que de forma implícita, à
primeira vista. [...]
MODELO DE REDAÇÃO COM COESÃO REFERENCIAL E SEQUENCIAL
Candidata Isadora Peter Furtado (17 anos, Pelotas – RS)
Conforme previsto pela Constituição Brasileira,
todos são iguais perante a lei, independente de cor,
raça ou gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que
prevê mesmo salário para mesma função, também
garantidas por lei. No entanto, o que se observa em
diversas partes do país, é a gritante diferença entre os
salários de homens e mulheres, principalmente se estas
forem negras.
[...]
Diante dos argumentos supracitados, é dever do
Estado proteger as mulheres da violência, tanto física
quanto moral, criando campanhas de combate à
violência, além de impor leis mais rígidas e punições
mais severas para aqueles que não as cumprem.
 Do grego hyperonymon (hyper = acima, sobre/ onymon =
nome), são palavras de sentido genérico, ou seja,
palavras cujos significados são mais abrangentes do que
os hipônimos. Fazendo uma comparação com a Biologia,
podemos dizer que os hiperônimos seriam os gêneros,
isto é, palavras que apresentam características comuns.
Observe os exemplos:
 Animais é hiperônimo de cachorro e cavalo.
Legume é hiperônimo de batata e cenoura.
Galáxia é hiperônimo de estrelas e planetas.
Ferramenta é hiperônimo de chave de fenda e alicate.
Doença é hiperônimo de catapora e bronquite.
 Do grego hyponymon (hypo = debaixo, inferior/ onymon
= nome), são palavras de sentido específico, ou seja,
palavras cujos significados são hierarquicamente mais
específicos do que de outras. Fazendo novamente uma
comparação com a Biologia e seus termos, os hipônimos
seriam as espécies, isto é, palavras que estão ligadas por
meio de características próprias. Vejamos alguns
exemplos que certamente irão te ajudar a compreender
um pouco melhor essa questão:
 Maçã e morango são hipônimos de fruta.
Vermelho e verde são hipônimos de cor.
Brócolis e couve-flor são hipônimos de verdura.
Flores e árvores são hipônimos de flora.
Gripe e pneumonia são hipônimos de doença.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

Transitividade verbal
Transitividade verbalTransitividade verbal
Transitividade verbal
 
Orações Subordinadas Adverbiais
Orações Subordinadas AdverbiaisOrações Subordinadas Adverbiais
Orações Subordinadas Adverbiais
 
Variedades linguísticas
Variedades linguísticasVariedades linguísticas
Variedades linguísticas
 
Homônimos e parônimos
Homônimos e parônimosHomônimos e parônimos
Homônimos e parônimos
 
Crônica
CrônicaCrônica
Crônica
 
Predicado
PredicadoPredicado
Predicado
 
Tipos de argumentos
Tipos de argumentosTipos de argumentos
Tipos de argumentos
 
Formação das palavras
Formação das palavrasFormação das palavras
Formação das palavras
 
Conjunções
ConjunçõesConjunções
Conjunções
 
Aula sinais de pontuação
Aula sinais de pontuaçãoAula sinais de pontuação
Aula sinais de pontuação
 
Forma nominal
Forma nominalForma nominal
Forma nominal
 
Adjunto Adnominal
Adjunto AdnominalAdjunto Adnominal
Adjunto Adnominal
 
Conjunções
ConjunçõesConjunções
Conjunções
 
Editorial gênero
Editorial gêneroEditorial gênero
Editorial gênero
 
Figuras de linguagem completo
Figuras de linguagem completoFiguras de linguagem completo
Figuras de linguagem completo
 
Coesão e coerencia
Coesão e coerenciaCoesão e coerencia
Coesão e coerencia
 
Pressuposto e subentendido
Pressuposto e subentendidoPressuposto e subentendido
Pressuposto e subentendido
 
Figuras de linguagem slide
Figuras de linguagem   slideFiguras de linguagem   slide
Figuras de linguagem slide
 
Advérbios 7 ano
Advérbios 7 anoAdvérbios 7 ano
Advérbios 7 ano
 
Tudo sobre POEMAS
Tudo sobre POEMASTudo sobre POEMAS
Tudo sobre POEMAS
 

Destaque

Passos para a redação do enem
Passos para a redação do enemPassos para a redação do enem
Passos para a redação do enemLuciene Gomes
 
Poesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernistaPoesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernistaLuciene Gomes
 
1ª fase do modernismo
1ª fase do modernismo1ª fase do modernismo
1ª fase do modernismoLuciene Gomes
 
Colocação pronominal
Colocação pronominal Colocação pronominal
Colocação pronominal Luciene Gomes
 
1 regras de concordância reduzida
1   regras de concordância reduzida1   regras de concordância reduzida
1 regras de concordância reduzidaLuciene Gomes
 
redação - dissertativa argumentativa
redação - dissertativa argumentativa redação - dissertativa argumentativa
redação - dissertativa argumentativa Luciene Gomes
 
Redação elementos coesivos
Redação   elementos coesivosRedação   elementos coesivos
Redação elementos coesivosLuciene Gomes
 
A semana da arte moderna
A semana da arte moderna   A semana da arte moderna
A semana da arte moderna Luciene Gomes
 
3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blog3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blogLuciene Gomes
 
1 concordância nominal blog
1   concordância nominal  blog1   concordância nominal  blog
1 concordância nominal blogLuciene Gomes
 

Destaque (15)

O Pré-Modernismo
O Pré-ModernismoO Pré-Modernismo
O Pré-Modernismo
 
Vírgula
Vírgula   Vírgula
Vírgula
 
Passos para a redação do enem
Passos para a redação do enemPassos para a redação do enem
Passos para a redação do enem
 
Crase
CraseCrase
Crase
 
Poesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernistaPoesia 2ª fase modernista
Poesia 2ª fase modernista
 
1ª fase do modernismo
1ª fase do modernismo1ª fase do modernismo
1ª fase do modernismo
 
Para o blog
Para o blogPara o blog
Para o blog
 
Pronome blog
Pronome   blogPronome   blog
Pronome blog
 
Colocação pronominal
Colocação pronominal Colocação pronominal
Colocação pronominal
 
1 regras de concordância reduzida
1   regras de concordância reduzida1   regras de concordância reduzida
1 regras de concordância reduzida
 
redação - dissertativa argumentativa
redação - dissertativa argumentativa redação - dissertativa argumentativa
redação - dissertativa argumentativa
 
Redação elementos coesivos
Redação   elementos coesivosRedação   elementos coesivos
Redação elementos coesivos
 
A semana da arte moderna
A semana da arte moderna   A semana da arte moderna
A semana da arte moderna
 
3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blog3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blog
 
1 concordância nominal blog
1   concordância nominal  blog1   concordância nominal  blog
1 concordância nominal blog
 

Semelhante a 1 coesão textual - referencial e sequencial

Semelhante a 1 coesão textual - referencial e sequencial (20)

Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio
 
1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio1) a linguagem forense aula para inicio
1) a linguagem forense aula para inicio
 
Aula 01 denotação + conotação + figuras de linguagem
Aula 01   denotação + conotação + figuras de linguagemAula 01   denotação + conotação + figuras de linguagem
Aula 01 denotação + conotação + figuras de linguagem
 
Coesão (nelppe)
Coesão (nelppe)Coesão (nelppe)
Coesão (nelppe)
 
Primeiros anos
Primeiros anosPrimeiros anos
Primeiros anos
 
Fichamento de 1.0 estrutura sintática da frase
Fichamento de 1.0 estrutura sintática da fraseFichamento de 1.0 estrutura sintática da frase
Fichamento de 1.0 estrutura sintática da frase
 
Morfossintaxe sujeito.
Morfossintaxe sujeito.Morfossintaxe sujeito.
Morfossintaxe sujeito.
 
8aula vestibular Filosofia
8aula   vestibular Filosofia8aula   vestibular Filosofia
8aula vestibular Filosofia
 
Flexão verbal
Flexão verbalFlexão verbal
Flexão verbal
 
Cefet/Coltec Aula 4 Morfologia
Cefet/Coltec Aula 4   MorfologiaCefet/Coltec Aula 4   Morfologia
Cefet/Coltec Aula 4 Morfologia
 
17-ELEMENTOS DE TEXTUALIDADE - PARTE I - FATORES SEMANTICOS E FORMAIS - 3 ANO...
17-ELEMENTOS DE TEXTUALIDADE - PARTE I - FATORES SEMANTICOS E FORMAIS - 3 ANO...17-ELEMENTOS DE TEXTUALIDADE - PARTE I - FATORES SEMANTICOS E FORMAIS - 3 ANO...
17-ELEMENTOS DE TEXTUALIDADE - PARTE I - FATORES SEMANTICOS E FORMAIS - 3 ANO...
 
Coesão
CoesãoCoesão
Coesão
 
Portugues sujeito e predicado
Portugues  sujeito e predicadoPortugues  sujeito e predicado
Portugues sujeito e predicado
 
Manual Estilistica portugues PLE
Manual Estilistica portugues PLEManual Estilistica portugues PLE
Manual Estilistica portugues PLE
 
Estilística.PDF
Estilística.PDFEstilística.PDF
Estilística.PDF
 
COESÃO TEXTUAL.pdf
COESÃO TEXTUAL.pdfCOESÃO TEXTUAL.pdf
COESÃO TEXTUAL.pdf
 
Polissemia
PolissemiaPolissemia
Polissemia
 
Coesao
CoesaoCoesao
Coesao
 
Coesao
CoesaoCoesao
Coesao
 

Mais de Luciene Gomes

Passos para uma boa redação
Passos para uma boa redaçãoPassos para uma boa redação
Passos para uma boa redaçãoLuciene Gomes
 
Blog segunda fase modernista - prosa
Blog    segunda fase modernista - prosaBlog    segunda fase modernista - prosa
Blog segunda fase modernista - prosaLuciene Gomes
 
1 regras de concordância
1   regras de concordância1   regras de concordância
1 regras de concordânciaLuciene Gomes
 
A semana da arte moderna blog
A semana da arte moderna   blogA semana da arte moderna   blog
A semana da arte moderna blogLuciene Gomes
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geraçãoLuciene Gomes
 
Realismo e naturalismo
Realismo e naturalismoRealismo e naturalismo
Realismo e naturalismoLuciene Gomes
 
Romantismo poesia - 3ª geração
Romantismo   poesia - 3ª geraçãoRomantismo   poesia - 3ª geração
Romantismo poesia - 3ª geraçãoLuciene Gomes
 
Romantismo poesia - 1ª geração
Romantismo   poesia - 1ª geraçãoRomantismo   poesia - 1ª geração
Romantismo poesia - 1ª geraçãoLuciene Gomes
 

Mais de Luciene Gomes (15)

Redação ENEM
Redação ENEMRedação ENEM
Redação ENEM
 
Passos para uma boa redação
Passos para uma boa redaçãoPassos para uma boa redação
Passos para uma boa redação
 
Blog segunda fase modernista - prosa
Blog    segunda fase modernista - prosaBlog    segunda fase modernista - prosa
Blog segunda fase modernista - prosa
 
1 regras de concordância
1   regras de concordância1   regras de concordância
1 regras de concordância
 
A semana da arte moderna blog
A semana da arte moderna   blogA semana da arte moderna   blog
A semana da arte moderna blog
 
Tipos de sujeito
Tipos de sujeitoTipos de sujeito
Tipos de sujeito
 
Pronome 2
Pronome 2Pronome 2
Pronome 2
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geração
 
O simbolismo
O simbolismoO simbolismo
O simbolismo
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Realismo e naturalismo
Realismo e naturalismoRealismo e naturalismo
Realismo e naturalismo
 
Prosa romântica
Prosa românticaProsa romântica
Prosa romântica
 
Romantismo poesia - 3ª geração
Romantismo   poesia - 3ª geraçãoRomantismo   poesia - 3ª geração
Romantismo poesia - 3ª geração
 
Romantismo poesia - 1ª geração
Romantismo   poesia - 1ª geraçãoRomantismo   poesia - 1ª geração
Romantismo poesia - 1ª geração
 
TIPOS DE VERBOS
TIPOS DE VERBOSTIPOS DE VERBOS
TIPOS DE VERBOS
 

Último

Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdfEvangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdfPastor Robson Colaço
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Centro Jacques Delors
 
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco LeiteOs Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leiteprofesfrancleite
 
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptxSão Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptxMartin M Flynn
 
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptxATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptxmairaviani
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfAndriaNascimento27
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfrarakey779
 
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdfcurso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdfLeandroTelesRocha2
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaComando Resgatai
 
DESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptx
DESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptxDESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptx
DESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptxProfessor Liniker Santana
 
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosFotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosbiancaborges0906
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...IsabelPereira2010
 
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina DireitoObra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direitorarakey779
 
Atividade com a música Xote da Alegria - Falamansa
Atividade com a música Xote  da  Alegria    -   FalamansaAtividade com a música Xote  da  Alegria    -   Falamansa
Atividade com a música Xote da Alegria - FalamansaMary Alvarenga
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxcleanelima11
 
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptxAULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptxGraycyelleCavalcanti
 
Memórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_Assis
Memórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_AssisMemórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_Assis
Memórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_Assisbrunocali007
 
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdfCurso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdfLeandroTelesRocha2
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persafelipescherner
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfrarakey779
 

Último (20)

Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdfEvangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco LeiteOs Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
 
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptxSão Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
 
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptxATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdfcurso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
 
DESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptx
DESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptxDESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptx
DESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptx
 
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosFotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
 
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina DireitoObra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
 
Atividade com a música Xote da Alegria - Falamansa
Atividade com a música Xote  da  Alegria    -   FalamansaAtividade com a música Xote  da  Alegria    -   Falamansa
Atividade com a música Xote da Alegria - Falamansa
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
 
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptxAULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
AULA Saúde e tradição-3º Bimestre tscqv.pptx
 
Memórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_Assis
Memórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_AssisMemórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_Assis
Memórias_póstumas_de_Brás_Cubas_ Machado_de_Assis
 
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdfCurso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
 

1 coesão textual - referencial e sequencial

  • 1.
  • 2. Koch (2004, p. 35) nos diz que “a coesão é a forma como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se interligam, se interconectam, por meio de recursos também linguísticos, de modo a formar um tecido (tessitura), uma unidade de nível superior à da frase, que dela difere qualitativamente.”
  • 3.  a conexão entre partes do texto pode acontecer de duas grandes formas:  • por remissão a referentes do texto ou ancorados no texto, (coesão referencial);  • por sequenciação (coesão sequencial).
  • 4. A coesão referencial é responsável por criar um sistema de relações entre as palavras e expressões dentro de um texto, permitindo que o leitor identifique os termos aos quais se referem. O termo que indica a entidade ou situação a que o falante se refere é chamado de referente.
  • 5.  Ana Elisabete gritou. Ela fica apavorada quando fica sozinha, apesar de ser uma menina calma e inteligente. Nesse exemplo, o termo referente é Ana Elisabete.
  • 6. Todas as vezes que o referente precisa ser retomado no texto, podemos utilizar outras palavras para que os leitores possam retornar e recuperar a ideia. É bastante frequente o uso de figuras de construção/sintaxe para a coesão referencial, como as anáforas, catáforas, elipses e as correferências não anafóricas (contiguidades, reiterações).
  • 7. A forma referencial com função coesiva pode remeter a um referente que lhe é anterior (anáfora), ou a um referente que lhe é subsequente (catáfora).
  • 8. Designa-seANÁFORA (não confundir com a figura de linguagem de mesmo nome) o termo ou expressão que, em um texto ou discurso, faz referência direta ou indireta a um termo anterior. O termo anafórico retoma um termo anterior, total ou parcialmente, de modo que, para compreendê-lo dependemos do termo antecedente.
  • 9.  João está doente.Vi-o na semana passada. (pronome “o” retoma o termo “João”.)  Ana comprou um cão. O animal já conhece todos os cantos da casa. (o termo “o animal” faz referência ao termo antecedente “o cão”)  O cantor que ganhou o prêmio não compareceu. (o pronome “que” se refere ao termo “cantor”.)
  • 10.  A sala de aula está degradada. As carteiras estão todas riscadas. (O termo “as carteiras” é compreendido mediante a compreensão do termo anterior “sala de aula”)  Maria é uma moça tão bonita que assusta. Essa sua beleza tem um quê de mistério. (o pronome “essa” faz referência à beleza de Maria, ideia que se encontra implícita no enunciado anterior.)
  • 11. Por sua vez, os pronomes catafóricos são aqueles que fazem referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma relação não autônoma, portanto, dependente. Para compreender um termo catafórico é necessário interpretar o termo ao qual faz referência.
  • 12.  A irmã olhou-o e disse: - João, estás com um ar cansado. (O pronome “o” faz referência ao termo subsequente “João”, de modo que só se pode compreender a quem o pronome se refere quando se chega ao termo de referência.)  Os nomes próprios mais utilizados na língua portuguesa são estes: João, Maria e José. (Neste caso o pronome “estes” faz referência aos termos imediatamente seguintes “João, Maria e José”.)
  • 13. Dêitico – (exofórica) se refere a algo fora do texto. Responsável por localizar algo no tempo ou no espaço. Exemplo: Ali será amarelo. (faz referência a algo externo, que não está no texto)
  • 14. “ELE foi aprovado no concurso da Receita Federal”. (ELE QUEM?); - “LÁ estava muito frio” (LÁ? QUE LUGAR É ESSE?); - “ALI há alguns pés de manga”. (ALI? QUE LUGAR É ESSE?).
  • 15. Simplificando:  Anáfora - retoma por meio de referência um termo anterior.  Catáfora - termo usado para fazer referência a um outro termo posterior.  Dêitica – localiza alguma coisa no espaço/tempo;
  • 16. Arthur Antunes Coimbra (1) é o maior nome da história do Flamengo. Desde a infância passada no subúrbio carioca, o jovem Zico (2) já se revelava um talento incomum para o futebol. Só havia um problema: o Galinho de Quintino (3) era um tanto franzino para um esporte que cada vez mais exigia preparo físico. A saída foi submetê-lo (4) a uma intensa bateria de exercícios que o (4) tornaram um jogador completo, corpo e mente integrados. Daí, para que ele (4) se tornasse o grande ídolo que todos conhecemos, foi apenas um passo.
  • 17. Por mais de uma década, o craque (5) colecionou títulos e alegrias para o seu (4) clube. Sua (4) única frustração, no entanto, foi nunca ter sido campeão do mundo pela seleção brasileira. Mesmo assim, as glórias conquistadas pelo campeão do mundo de 1981 (6) superaram de longe as decepções.Zico (7) ainda atuou como jogador pela Udinese, da Itália, e pelo Kashima Antlers, do Japão. Como técnico, (8) coordenou a seleção japonesa, o Fenerbahçe, daTurquia, e, atualmente, (8) comanda o CSKA de Moscou.
  • 18.  Voltando-nos apenas às referências feitas a Zico, no texto, podemos apontar:  (1) Uso de nome completo; (2) Apelido; (3) Epíteto, isto é, um substantivo, adjetivo ou expressão que qualifica dado nome; (4) Pronomes; (5) Hiperônimo (termo que tem o significado mais genérico); (6) Dado cultural; (7) Repetição; (8) Elipse;
  • 19. Exemplo 2 CARNAVAL 2014 ‘Cãocurso’ elege pets mais bem fantasiados. Eles eram pequenos, grandes ou enormes. Alguns corriam animados, outros – mais tímidos – deitavam no chão.Todos eram cães de raça e estavam fantasiados para desfilar em um... shopping. (Folha de S.Paulo, 2014)
  • 20. No exemplo 2, os pronomes “eles” (pessoal do caso reto), “alguns” e “outros” (pronomes indefinidos) remetem ao referente que vem depois deles: “cães de raça”. Trata-se de um procedimento catafórico cujo efeito de sentido é despertar a curiosidade do leitor e assim prender-lhe a atenção, visto que o referente só é anunciado mais adiante.
  • 21. Um texto não é um amontoado de frases. Essas se conectam por meio de mecanismos que garantem fluxo de informação e continuidade ao texto. A coesão sequencial é, assim, a “argamassa” textual, criando os pontos de junção que garantem justamente que o texto não seja uma sucessão descontínua de frases.
  • 22. A coesão sequencial é responsável por criar as condições para a progressão textual. De maneira geral, as flexões de tempo e de modo dos verbos e as conjunções são os mecanismos responsáveis pela coesão sequencial nos textos.
  • 23. Os mecanismos de coesão sequencial são utilizados para que as partes e as informações do texto possam ser articuladas e relacionadas. Dessa forma, o autor do texto evita falta de coesão, garantindo boa articulação entre as ideias, informações e argumentos no interior do texto e, principalmente, a coerência textual.
  • 24.  A sexualidade ainda é um tabu, por isso algumas pessoas sentem vergonha do próprio corpo.  A cultura brasileira é o resultado da miscigenação de imigrantes de diversas origens, no entanto percebe-se ainda a persistência do preconceito diante das religiões não-europeias.  Pode-se não concordar com opiniões contrárias, desde que se respeite os diversos pontos de vista.
  • 25.  Adição/inclusão - Além disso; também; vale lembrar; pois; outrossim; agora; de modo geral; por iguais razões; inclusive; até; é certo que; é inegável; em outras palavras; além desse fator...  Oposição - Embora; não obstante; entretanto; mas; no entanto; porém; ao contrário; diferentemente; por outro lado...  Afirmação/igualdade - Felizmente; infelizmente; obviamente; na verdade; realmente; de igual forma; do mesmo modo que; nesse sentido; semelhantemente...
  • 26.  Exclusão - Somente; só; sequer; senão; exceto; excluindo; tão somente; apenas...  Enumeração - Em primeiro lugar; a princípio...  Explicação - Como se nota; com efeito; como vimos; portanto; pois; é óbvio que; isto é; por exemplo; a saber; de fato; aliás...  Conclusão - Em suma; por conseguinte; portanto; em última análise; por fim; finalmente; por tudo isso; em síntese, posto isso; assim; consequentemente...  Continuação - Em seguida; depois; no geral; em termos gerais; por sua vez; outrossim...
  • 27. A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, mulheres são vítimas desta questão. Neste sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico- cultural e o desrespeito às leis.[...] Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres corroboram a ideia de que elas são vítimas de um histórico-cultural. Nesse ínterim, a cultura machista prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se na sociedade contemporânea, mesmo que de forma implícita, à primeira vista. [...] MODELO DE REDAÇÃO COM COESÃO REFERENCIAL E SEQUENCIAL Candidata Isadora Peter Furtado (17 anos, Pelotas – RS)
  • 28. Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante a lei, independente de cor, raça ou gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê mesmo salário para mesma função, também garantidas por lei. No entanto, o que se observa em diversas partes do país, é a gritante diferença entre os salários de homens e mulheres, principalmente se estas forem negras. [...] Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da violência, tanto física quanto moral, criando campanhas de combate à violência, além de impor leis mais rígidas e punições mais severas para aqueles que não as cumprem.
  • 29.  Do grego hyperonymon (hyper = acima, sobre/ onymon = nome), são palavras de sentido genérico, ou seja, palavras cujos significados são mais abrangentes do que os hipônimos. Fazendo uma comparação com a Biologia, podemos dizer que os hiperônimos seriam os gêneros, isto é, palavras que apresentam características comuns. Observe os exemplos:  Animais é hiperônimo de cachorro e cavalo. Legume é hiperônimo de batata e cenoura. Galáxia é hiperônimo de estrelas e planetas. Ferramenta é hiperônimo de chave de fenda e alicate. Doença é hiperônimo de catapora e bronquite.
  • 30.  Do grego hyponymon (hypo = debaixo, inferior/ onymon = nome), são palavras de sentido específico, ou seja, palavras cujos significados são hierarquicamente mais específicos do que de outras. Fazendo novamente uma comparação com a Biologia e seus termos, os hipônimos seriam as espécies, isto é, palavras que estão ligadas por meio de características próprias. Vejamos alguns exemplos que certamente irão te ajudar a compreender um pouco melhor essa questão:  Maçã e morango são hipônimos de fruta. Vermelho e verde são hipônimos de cor. Brócolis e couve-flor são hipônimos de verdura. Flores e árvores são hipônimos de flora. Gripe e pneumonia são hipônimos de doença.