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Os livros. A sua cálida,
                                                                terna, serena pele. Amorosa
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                                                                das suas águas. Tão dóceis,
                                                                tão calados, tão leais.
                                                                Tão luminosos na sua
                                                                branca e vegetal e cerrada
                                                                melancolia. Amados
                                                                como nenhuns outros companheiros
                                                                da alma. Tão musicais
                                                                no fluvial e transbordante
                                                                ardor de cada dia.

                                                                Eugénio de Andrade
                                                                In Poesia, Rosto Editora, 2011




* Geórgicas: obra literária que tem relação com a agricultura
Análise temática | estrutura interna
                                 Recursos expressivos que dão ênfase à temática do poema
                                  
                                 •   Adjetivação expressiva
                                 •   Qualidade dos livros que possuem uma textura “cálida”, “terna” e “serena” (vv. 1-2)
                                 •   São uma companhia “amorosa”, são “dóceis”, “calados”, “leais”, “luminosos” e
                                     “musicais” (vv. 2, 5-6)
                                 •   Iluminam, dão conhecimento, na sua melancolia “branca e vegetal e cerrada” (v. 8)
                                  
                                 •   Polissíndeto – o uso da conjunção coordenativa copulativa “e” reforça a melancolia –
                                     o caráter harmonioso, aprazível dos livros
                                  
                                 •   Personificação salienta a importância dos livros que adquirem vida para o sujeito
                                     poético: “Tão dóceis,/tão calados, tão leais.” (vv. 5-6)

                                 •    Metáfora que realça o sol como conhecimento inesgotável que emana das suas folhas
Os livros. A sua cálida,
                                      “Dispostos sempre/ a partilhar o sol/ das suas águas.” (vv. 3-5)
terna, serena pele. Amorosa
companhia. Dispostos sempre
a partilhar o sol                •    Comparação situa os livros ao nível do amor do sujeito poético por outros
das suas águas. Tão dóceis,           companheiros “Amados/como nenhuns outros companheiros/da alma” (vv. 9-11)
tão calados, tão leais.
Tão luminosos na sua
branca e vegetal e cerrada       •    O advérbio de intensidade “tão” que acentua o caráter excecional do livro: “Tão
melancolia. Amados                    luminosos”, “Tão musicais” (vv. 7, 11)
como nenhuns outros companheiros  
da alma. Tão musicais            •    Metáfora através da qual se compara cada dia a um curso de água agitado com recurso
no fluvial e transbordante
                                      à dupla adjetivação : “fluvial e transbordante ardor de cada dia” (vv. 12-13) – aí emergem
ardor de cada dia.
                                      os livros que de “tão musicais” (v.11) permitem ao sujeito poético descontrair com uma
Eugénio de Andrade                    melodia suave, fonte de prazer.
Análise formal | estrutura externa



Poema | classificação

•                                                 Os livros. A sua cálida,
    Uma estrofe de 13 versos
                                                  terna, serena pele. Amorosa
•   Versos irregulares quanto à métrica e         companhia. Dispostos sempre
    acentuação:                                   a partilhar o sol
          - Verso hexassílabo agudo:              das suas águas. Tão dóceis,
                                                  tão calados, tão leais.
          “a| par|ti|lhar| o| sol                 Tão luminosos na sua
                                                  branca e vegetal e cerrada
                                                  melancolia. Amados
          - Verso eneassílabo grave:
                                                  como nenhuns outros companheiros
    “co|mo| ne|nhuns| ou|tros| com|pa|nhei|ros”   da alma. Tão musicais
                                                  no fluvial e transbordante
•   Rima irregular                                ardor de cada dia.

                                                  Eugénio de Andrade
Relacionando com outro poema: disposição gráfica
dos versos e tema; relação com o primeiro poema

  Livros

  De quantas árvores
  Se faz um livro…
      Por isso os folheio
             devagar
                                                   -disposição dos versos
                                                  sugere agitação e rumor
  p’ra sentir ainda                               das folhas das árvores e
      nos dedos                                      do folhear do livro
                                                  - em ambos os poemas:
             as folhas macias                     afinidade entre o sujeito
             as folhas rugosas                    poético e os livros, fonte
                                                     de conhecimento e
  E escutar
                                                           prazer.
             o seu rumor.


  In Guardador de Árvores, João Pedro Mésseder,
       Trampolim Edições, 2009
Escrita criativa: constrói poemas com a técnica do ACRÓSTICO




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                                                           © PCA| 2012

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Analise de poemas

  • 1. Os livros. A sua cálida, terna, serena pele. Amorosa Análise do poema companhia. Dispostos sempre a partilhar o sol « Num exemplar das Geórgicas* » das suas águas. Tão dóceis, tão calados, tão leais. Tão luminosos na sua branca e vegetal e cerrada melancolia. Amados como nenhuns outros companheiros da alma. Tão musicais no fluvial e transbordante ardor de cada dia. Eugénio de Andrade In Poesia, Rosto Editora, 2011 * Geórgicas: obra literária que tem relação com a agricultura
  • 2. Análise temática | estrutura interna Recursos expressivos que dão ênfase à temática do poema   • Adjetivação expressiva • Qualidade dos livros que possuem uma textura “cálida”, “terna” e “serena” (vv. 1-2) • São uma companhia “amorosa”, são “dóceis”, “calados”, “leais”, “luminosos” e “musicais” (vv. 2, 5-6) • Iluminam, dão conhecimento, na sua melancolia “branca e vegetal e cerrada” (v. 8)   • Polissíndeto – o uso da conjunção coordenativa copulativa “e” reforça a melancolia – o caráter harmonioso, aprazível dos livros   • Personificação salienta a importância dos livros que adquirem vida para o sujeito poético: “Tão dóceis,/tão calados, tão leais.” (vv. 5-6) • Metáfora que realça o sol como conhecimento inesgotável que emana das suas folhas Os livros. A sua cálida, “Dispostos sempre/ a partilhar o sol/ das suas águas.” (vv. 3-5) terna, serena pele. Amorosa companhia. Dispostos sempre a partilhar o sol • Comparação situa os livros ao nível do amor do sujeito poético por outros das suas águas. Tão dóceis, companheiros “Amados/como nenhuns outros companheiros/da alma” (vv. 9-11) tão calados, tão leais. Tão luminosos na sua branca e vegetal e cerrada • O advérbio de intensidade “tão” que acentua o caráter excecional do livro: “Tão melancolia. Amados luminosos”, “Tão musicais” (vv. 7, 11) como nenhuns outros companheiros   da alma. Tão musicais • Metáfora através da qual se compara cada dia a um curso de água agitado com recurso no fluvial e transbordante à dupla adjetivação : “fluvial e transbordante ardor de cada dia” (vv. 12-13) – aí emergem ardor de cada dia. os livros que de “tão musicais” (v.11) permitem ao sujeito poético descontrair com uma Eugénio de Andrade melodia suave, fonte de prazer.
  • 3. Análise formal | estrutura externa Poema | classificação • Os livros. A sua cálida, Uma estrofe de 13 versos terna, serena pele. Amorosa • Versos irregulares quanto à métrica e companhia. Dispostos sempre acentuação: a partilhar o sol - Verso hexassílabo agudo: das suas águas. Tão dóceis, tão calados, tão leais. “a| par|ti|lhar| o| sol Tão luminosos na sua branca e vegetal e cerrada melancolia. Amados - Verso eneassílabo grave: como nenhuns outros companheiros “co|mo| ne|nhuns| ou|tros| com|pa|nhei|ros” da alma. Tão musicais no fluvial e transbordante • Rima irregular ardor de cada dia. Eugénio de Andrade
  • 4. Relacionando com outro poema: disposição gráfica dos versos e tema; relação com o primeiro poema Livros De quantas árvores Se faz um livro… Por isso os folheio devagar -disposição dos versos sugere agitação e rumor p’ra sentir ainda das folhas das árvores e nos dedos do folhear do livro - em ambos os poemas: as folhas macias afinidade entre o sujeito as folhas rugosas poético e os livros, fonte de conhecimento e E escutar prazer. o seu rumor. In Guardador de Árvores, João Pedro Mésseder, Trampolim Edições, 2009
  • 5. Escrita criativa: constrói poemas com a técnica do ACRÓSTICO Á R V L O I R V E R O © PCA| 2012