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Adolescência,Adolescência,
Prevenção ePrevenção e
RiscoRisco
Prof Dra Maria Ignez Saito
Unidade de Adolescentes
ICr – HC FMUSP
Conceito de Adolescência
A adolescência, desde o início do século
XIX, é reconhecida como período crítico
da existência humana, fundamental para
a construção do sujeito definitivo
Definição de Adolescência
• Não nasce com o homem, sendo produto da
reflexão de várias ciências e áreas do
conhecimento como a Sociologia, a
Antropologia, o Direito, a Medicina...
• Para a Medicina a adolescência é definida
como um período de transição
biopsicossocial que ocorre entre a infância e
a adultícia, caracterizado, principalmente,
pela transformação, o que lhe confere maior
vulnerabilidade e risco
Conceito de Risco
• Tradicionalmente, a epidemiologia usava o conceito de risco
essencialmente do ponto de vista biomédico. Mais
recentemente, no entanto, este conceito tem se estendido
para o ambiente social e para o comportamento. Essa
consideração é importante especialmente quando se
estudam problemas relacionados à adolescência,
principalmente na esfera comportamental
Outro aspecto a ser
ressaltado é a possibilidade
do encadeamento dos fatores
de risco. Por exemplo, no
caso da gravidez na
adolescência: ela é fator de
risco para prematuridade que
é fator de risco para
mortalidade perinatal.
Conceito de
Prevenção
• Ao conceito de risco
acoplou-se a idéia de fator
de proteção, ou seja, aquele
ou aqueles ligados à
prevenção, enfoque
relevante para a assistência
integral à saúde do
adolescente
Fatores de Risco
• Individuais
• Ambientais
Puberty
Edvard Munch
Síndrome da Adolescência Normal
 busca da identidade
 tendência grupal
 necessidade de
intelectualizar e fantasiar
 crises religiosas
 vivência temporal singular
 evolução sexual
 atitude social reivindicatória
 separação progressiva dos pais
 constantes flutuações do humor
e do ânimo
The world’s most
beautiful dolls
The Editors of “Dolls”
Magazine, 1994
SensoSenso
dede
invulnerabilidade.invulnerabilidade.
... a turma.... a turma.
A exclusão do grupo
Constantes flutuações noConstantes flutuações no
humor e estado de ânimo.humor e estado de ânimo.
SEXUALIDADE - ADOLESCÊNCIA
Fonte: Eisentein, E. e Souza,
R.P. – “Situações de Risco à
Saúde de crianças e
adolescentes” – Editora
Vozes, 1993.
Desejo de gravidez - difícil de
mensurar por ser
freqüentemente inconsciente
Corpo preparado para
reprodução
Psico-emocional
despreparado
Grupos de referênciaGrupos de referência
 FamíliaFamília
 EscolaEscola
 SaúdeSaúde
 MídiaMídia
 ComunidadeComunidade
Família
• Família nuclear – nem sempre a mais adequada.
Faz, muitas vezes parte do apego ao passado
projetado de maneira saudosista no futuro
• Família contemporânea – reconhece o ser humano
como tal. Relações de afeto, diálogo, respeito e
compromisso
• Família – transmissão de valores
FamíliaFamília
• Família estruturada e desestruturadaFamília estruturada e desestruturada
• Família uniparentalFamília uniparental
• Antecedentes familiares de gravidez na adolescênciaAntecedentes familiares de gravidez na adolescência
• Moradia fora da famíliaMoradia fora da família
• Abuso sexual na famíliaAbuso sexual na família
A dimensão daA dimensão da
proposta da família,proposta da família,
para o novo milêniopara o novo milênio
deve estar direcionadadeve estar direcionada
para a construção depara a construção de
seres pensantes,seres pensantes,
críticos, comcríticos, com
instrumentos capazesinstrumentos capazes
de melhorar o projetode melhorar o projeto
social.social.
A ESCOLA E O CRESCER:A ESCOLA E O CRESCER:
APRENDIZADO DA AUTONOMIAAPRENDIZADO DA AUTONOMIA
• Educar para o crescimentoEducar para o crescimento
• Educar para assumir a incerteza;Educar para assumir a incerteza;
• Educar para gozar a vida;Educar para gozar a vida;
• Educar para a significação;Educar para a significação;
• Educar para a expressão;Educar para a expressão;
• Educar para a convivência;Educar para a convivência;
• Educar para o amor;Educar para o amor;
• Educar para se apropriar da históriaEducar para se apropriar da história
e da cultura.e da cultura.
Escola: A nova Proposta
• O que se defende é “a absoluta necessidade de acelerarmos o ritmo de
mudança dentro das instituições de ensino, visando acompanhar uma
nova realidade social já estabelecida” (Ryon Braga)
• Para que se tenha a proposição final que o mundo será melhor com uma
educação permanente, de qualidade e acessível a todos o maior desafio
“está no compromisso que a escola terá que assumir em relação a
resultados; a escola, finalmente, se tornará responsável” (Peter
Drucker)
• Não imaginar o outro como conteúdoNão imaginar o outro como conteúdo
vazio a ser preenchido com valoresvazio a ser preenchido com valores
daquele que orienta.daquele que orienta.
• Lembrar que educadores e ducandos têmLembrar que educadores e ducandos têm
valores, história de vida e propostasvalores, história de vida e propostas
diferentes inclusive em relação aodiferentes inclusive em relação ao
exercício da sexualidadeexercício da sexualidade
• Abandonar critérios morais de julgamentoAbandonar critérios morais de julgamento
substituindo-os por outros de proteção aosubstituindo-os por outros de proteção ao
indivíduo a sua saúde e projeto de vidaindivíduo a sua saúde e projeto de vida
Fator EconômicoFator Econômico
• O fator econômico é fruto direto
das políticas governamentais
• O condicionante econômico -
renda -funciona como
desencadeante limitante ao acesso
à informação, educação, bens,
serviços e principalmente a
realização do projeto de vida
• É conhecida a relação entre
pobreza e doença e entre saúde e
produção, considerando a saúde
dentro de uma concepção
macroeconômica intersetorial e
política
•O homem não é só um meio daO homem não é só um meio da
economia mas sim o seu fim eeconomia mas sim o seu fim e
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nosso povo se ele depender da frívolanosso povo se ele depender da frívola
mocidade de hoje, pois todos os jovens sãomocidade de hoje, pois todos os jovens são
indizivelmente frívolos. Quando eu eraindizivelmente frívolos. Quando eu era
menino, ensinavam-nos a ser discretos e amenino, ensinavam-nos a ser discretos e a
respeitar o mais velhos, mas os moços derespeitar o mais velhos, mas os moços de
hoje são excessivamente sabidos e nãohoje são excessivamente sabidos e não
toleram restrições.”toleram restrições.”
HesíodoHesíodo
VIII ªC.VIII ªC.
MÍDIAMÍDIA
Distribuição do Tempo dos AdolescentesDistribuição do Tempo dos Adolescentes
EscolaEscola -- 11.000 horas instrução formal (Ginásio)11.000 horas instrução formal (Ginásio)
TVTV -- 15.000 horas assistindo à TV (mesmo período)15.000 horas assistindo à TV (mesmo período)
Convívio com paisConvívio com pais -- 12 horas semanais12 horas semanais
TVTV -- 23 a 24 horas por semana23 a 24 horas por semana
Fonte: Strasburger V, EUA, 1989.Fonte: Strasburger V, EUA, 1989.
MÍDIA / ADOLESCÊNCIAMÍDIA / ADOLESCÊNCIA
• A imagem pública atual dosA imagem pública atual dos
adolescentes não os favorece eadolescentes não os favorece e
portanto não é surpresa que a visão doportanto não é surpresa que a visão do
público sobre o adolescente seja hostilpúblico sobre o adolescente seja hostil
(Garland e Zigler)(Garland e Zigler)
• Rewen Feursten “Os jovens vivem noRewen Feursten “Os jovens vivem no
mundo sem passado; não tem história emundo sem passado; não tem história e
em seu futuro não há projetos de vidaem seu futuro não há projetos de vida
O caminho das realizações deve ser sustentado
por todos os grupos de referência que constituem
a sociedade contemporânea. Na verdade deve-se
exortar os jovens a se manterem intocados pelas
frustrações dos que percorreram a estrada sem
sucesso. Eles não devem resvalar frente aos
modelos de não realização que podem estar
presentes na vida dos adultos.
IndivíduoIndivíduo
Comunidade/SociedadeComunidade/Sociedade
Associação paraAssociação para
presença de riscopresença de risco
“Nada se resolve vitimizando ou
culpabilizando os adolescentes”
A adolescência é uma das fases da
vida mais afetada pela violência
A violência é a principal causa da
mortalidade e morbidade na
adolescência
Adolescentes não são apenas vítimas
mas também autores agentes originais
ou intermediários de todas as formas de
violência
Conceito de violênciaConceito de violência
 “A humanização da violência implica em sua
elaboração, direcionamento, simbolização, imbricação
nos contextos das relações estabelecidas pelo homem,
podendo ser favorecida até pelas transformações sócio-
culturais.”
 A violência é geralmente mostrada como fato terminal
isolado sendo esquecida a história individual e ou
coletiva que levou a esta resultante, envolvendo desde
o plano familiar até o político-social.
Conceito de Violência
Precisa integrar os seguintes aspectos:
 Considerar a violência como realidade e atividade humana
 Caracterizar a violência como processo
 Fazer a diferenciação entre violência e acidente
 Lembrar o contraste paroxal entre o caráter consciente da violência e a baixa
consciência social sobre o problema
 Não levar em conta apenas critérios estatísticos numéricos
 Julgar com muito cuidado critérios que envolvem gravidade
 Ter em mente a negligência como forma de violência
 Enfocar a adolescência seguindo a visão do binômio risco/vulnerabilidade
Causas Externas
Dentre as causas de mortalidade na adolescência,
destacam-se aquelas denominadas de causas externas,
onde os componentes ligados direta ou indiretamente à
violência permanecem presentes, violência essa traduzida
nas suas várias formas, desde a negligência, a violência
psicológica até a auto-violência e os acidentes. Cabe
ressaltar que por vezes é muito tênue a linha que pode
separar a violência do acidente
Violência doméstica - Definição
“é uma violência interpessoal e intersubjetiva;
 é um abuso do poder disciplinar e coercitivo dos pais ou
responsáveis;
 é um processo que pode se prolongar por meses até anos;
 é um processo de completa objetalização da vítima,
reduzindo-a à condição de objeto de maus-tratos;
 é uma forma de violação dos direitos essenciais da criança e
do adolescente enquanto pessoa sendo, portanto, uma
negação de valores humanos fundamentais como a vida, a
liberdade, a segurança;
 Tem na família sua ecologia privilegiada. Como esta pertence
à esfera do privado, a violência doméstica acaba se
revestindo da tradicional característica de sigilo”.
Azevedo, 1990
“O jovem, pela sua própria
condição desempenha
simultaneamente o papel de
vítima e testemunha das
atrocidades cometidas pelo adulto
contra todas as manifestações de
sua experiência
Geraldo Semenzato
Sociologo
Mídia como EducadorMídia como Educador
GRAVIDEZGRAVIDEZ
NA ADOLESCÊNCIANA ADOLESCÊNCIA
AA DD OO LL EE SS CC ÊÊ NN CC II AA
II
DD
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CCIITTÉÉ
E D U C A Ç Ã O S E X U A LE D U C A Ç Ã O S E X U A L
S A Ú D ES A Ú D E
Código deCódigo de
ÉticaÉtica
MédicaMédica
Capítulo IX
Segredo Médico
...
Artigo 103 - É vedado ao
médico:
Revelar segredo profissional
referente a paciente menor de
idade, inclusive a seus pais ou
responsáveis legais, desde que o
menor tenha capacidade de
avaliar seu problema e de
conduzir-se por seus próprios
meios para solucioná-lo, salvo
quando a não revelação possa
acarretar danos ao paciente.
Publicado no D.O.U. de 26/01/83
Privacidade
A privacidade é o direito que o adolescente possui
independentemente da idade de ser atendido sozinho,
em um espaço privado de consulta
- Mantida também durante o exame físico
- Não é sinônimo de escondido
- Sinônimo de crescimento e responsabilidade
Confidencialidade
Confidencialidade é definida como um acordo entre o
profissional de saúde e o cliente, no qual as
informações discutidas durante e depois da consulta
ou entrevista, não podem ser passadas a seus pais
e/ou responsáveis sem a permissão explícita do
adolescente.
A confidencialidade apoia-se em regras da bioética
médica através de princípios morais e de autonomia.
SEGREDO
MÉDICO
• Atividade Sexual
• DST
• Experimentação de
drogas
SEGREDO
MÉDICO
• Gravidez
• HIV / AIDS
• Drogadição
• Recusa a uso de
medicamento
• Tendência suicida
• Tendência homicida
Sempre que se fala em
privacidade e em
confidencialidade se fala em
ética, mas não em lei.
Estatuto daEstatuto da
Criança e doCriança e do
AdolescenteAdolescente
Lei 8069
13 de julho de 1990
“Em 1999 a ONU realizou um processo de
revisão do programa (CAIRO + 5) avançando
nos direitos dos jovens. Na revisão do
documento deixou de ser incluído os direitos
dos pais em todas as referencias aos
adolescentes garantindo os direitos dos
adolescentes à privacidade, sigilo, ao
consentimento informado, à educação sexual,
inclusive no currículo escolar, à informação e
assistência à saúde reprodutiva”.
“o respeito da autonomia da criança e do adolescente,
o que implica para este último em privacidade e
confidencialidade, “faz com que esses indivíduos
passem de objeto a sujeito de direito”.
Fórum 2002
Adolescência, Contracepção e Ética
Unidade de Adolescentes do Instituto da Criança do
Hospital das Clínicas – FMUSP
Organização do evento e elaboração do relatório final
Maria Ignez Saito & Marta Miranda Leal
•O adolescente tem direito à educação sexual, ao acesso
de informação sobre contracepção, à confidencialidade e
sigilo sobre sua atividade sexual e sobre a prescrição de
métodos anticoncepcionais, respeitadas as ressalvas do
Art. 103, Código de Ética Médica. O profissional que
assim se conduz não fere nenhum preceito ético não
devendo temer nenhuma penalidade legal
• Em relação ao temor da prescrição de anticoncepcionais
para menores de 14 anos (violência presumida de estupro)
a presunção de estupro deixa de existir, frente à informação
que o profissional possui de sua não ocorrência, devendo
ser consideradas todas as medidas cabíveis para melhor
proteção da saúde do adolescente (ECA), o que retira
qualquer possibilidade de penalidade legal
A Educação Sexual deverá contemplar
Educação Sexual
Cecília Cardinal de Martín
Sexualidad Humana - OPAS-OMS, 1990
• Deve ser:
– Uma educação mais para o ser do que para o ter
e o fazer
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auto-consciência e dos valores internos
– Uma educação para a troca
– Uma educação para o amor
– Uma educação para a liberdade
– Uma educaçào para a vida passada, presente e
futura
• É possível acreditar-se que o projeto de vida só termina
com a morte
• Segundo a visão de Baldivieso e Perotto o homem é
estruturalmente um ser inacabado, uma tarefa em aberto
que nunca se concluirá, porque por mais que ele tenha
realizado, há sempre a possibilidade de maiores
realizações
• A adolescência é sem dúvida o momento, por excelência,
da abertura do grande leque de opções da vida, no qual
as fantasias deveram ser abandonadas se estiverem fora
da realidade para a execução do projeto, mas nunca os
sonhos
Criança era outro...Criança era outro...
Naquele em que me torneiNaquele em que me tornei
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Adolescência, Prevenção e Risco

  • 1. Adolescência,Adolescência, Prevenção ePrevenção e RiscoRisco Prof Dra Maria Ignez Saito Unidade de Adolescentes ICr – HC FMUSP
  • 2. Conceito de Adolescência A adolescência, desde o início do século XIX, é reconhecida como período crítico da existência humana, fundamental para a construção do sujeito definitivo
  • 3. Definição de Adolescência • Não nasce com o homem, sendo produto da reflexão de várias ciências e áreas do conhecimento como a Sociologia, a Antropologia, o Direito, a Medicina... • Para a Medicina a adolescência é definida como um período de transição biopsicossocial que ocorre entre a infância e a adultícia, caracterizado, principalmente, pela transformação, o que lhe confere maior vulnerabilidade e risco
  • 4. Conceito de Risco • Tradicionalmente, a epidemiologia usava o conceito de risco essencialmente do ponto de vista biomédico. Mais recentemente, no entanto, este conceito tem se estendido para o ambiente social e para o comportamento. Essa consideração é importante especialmente quando se estudam problemas relacionados à adolescência, principalmente na esfera comportamental
  • 5. Outro aspecto a ser ressaltado é a possibilidade do encadeamento dos fatores de risco. Por exemplo, no caso da gravidez na adolescência: ela é fator de risco para prematuridade que é fator de risco para mortalidade perinatal.
  • 6. Conceito de Prevenção • Ao conceito de risco acoplou-se a idéia de fator de proteção, ou seja, aquele ou aqueles ligados à prevenção, enfoque relevante para a assistência integral à saúde do adolescente
  • 7. Fatores de Risco • Individuais • Ambientais
  • 9. Síndrome da Adolescência Normal  busca da identidade  tendência grupal  necessidade de intelectualizar e fantasiar  crises religiosas  vivência temporal singular  evolução sexual  atitude social reivindicatória  separação progressiva dos pais  constantes flutuações do humor e do ânimo
  • 10. The world’s most beautiful dolls The Editors of “Dolls” Magazine, 1994
  • 12.
  • 13. ... a turma.... a turma.
  • 14. A exclusão do grupo
  • 15. Constantes flutuações noConstantes flutuações no humor e estado de ânimo.humor e estado de ânimo.
  • 16. SEXUALIDADE - ADOLESCÊNCIA Fonte: Eisentein, E. e Souza, R.P. – “Situações de Risco à Saúde de crianças e adolescentes” – Editora Vozes, 1993.
  • 17. Desejo de gravidez - difícil de mensurar por ser freqüentemente inconsciente Corpo preparado para reprodução Psico-emocional despreparado
  • 18. Grupos de referênciaGrupos de referência  FamíliaFamília  EscolaEscola  SaúdeSaúde  MídiaMídia  ComunidadeComunidade
  • 19. Família • Família nuclear – nem sempre a mais adequada. Faz, muitas vezes parte do apego ao passado projetado de maneira saudosista no futuro • Família contemporânea – reconhece o ser humano como tal. Relações de afeto, diálogo, respeito e compromisso • Família – transmissão de valores
  • 20. FamíliaFamília • Família estruturada e desestruturadaFamília estruturada e desestruturada • Família uniparentalFamília uniparental • Antecedentes familiares de gravidez na adolescênciaAntecedentes familiares de gravidez na adolescência • Moradia fora da famíliaMoradia fora da família • Abuso sexual na famíliaAbuso sexual na família
  • 21. A dimensão daA dimensão da proposta da família,proposta da família, para o novo milêniopara o novo milênio deve estar direcionadadeve estar direcionada para a construção depara a construção de seres pensantes,seres pensantes, críticos, comcríticos, com instrumentos capazesinstrumentos capazes de melhorar o projetode melhorar o projeto social.social.
  • 22. A ESCOLA E O CRESCER:A ESCOLA E O CRESCER: APRENDIZADO DA AUTONOMIAAPRENDIZADO DA AUTONOMIA • Educar para o crescimentoEducar para o crescimento • Educar para assumir a incerteza;Educar para assumir a incerteza; • Educar para gozar a vida;Educar para gozar a vida; • Educar para a significação;Educar para a significação; • Educar para a expressão;Educar para a expressão; • Educar para a convivência;Educar para a convivência; • Educar para o amor;Educar para o amor; • Educar para se apropriar da históriaEducar para se apropriar da história e da cultura.e da cultura.
  • 23. Escola: A nova Proposta • O que se defende é “a absoluta necessidade de acelerarmos o ritmo de mudança dentro das instituições de ensino, visando acompanhar uma nova realidade social já estabelecida” (Ryon Braga) • Para que se tenha a proposição final que o mundo será melhor com uma educação permanente, de qualidade e acessível a todos o maior desafio “está no compromisso que a escola terá que assumir em relação a resultados; a escola, finalmente, se tornará responsável” (Peter Drucker)
  • 24. • Não imaginar o outro como conteúdoNão imaginar o outro como conteúdo vazio a ser preenchido com valoresvazio a ser preenchido com valores daquele que orienta.daquele que orienta. • Lembrar que educadores e ducandos têmLembrar que educadores e ducandos têm valores, história de vida e propostasvalores, história de vida e propostas diferentes inclusive em relação aodiferentes inclusive em relação ao exercício da sexualidadeexercício da sexualidade • Abandonar critérios morais de julgamentoAbandonar critérios morais de julgamento substituindo-os por outros de proteção aosubstituindo-os por outros de proteção ao indivíduo a sua saúde e projeto de vidaindivíduo a sua saúde e projeto de vida
  • 25. Fator EconômicoFator Econômico • O fator econômico é fruto direto das políticas governamentais • O condicionante econômico - renda -funciona como desencadeante limitante ao acesso à informação, educação, bens, serviços e principalmente a realização do projeto de vida • É conhecida a relação entre pobreza e doença e entre saúde e produção, considerando a saúde dentro de uma concepção macroeconômica intersetorial e política •O homem não é só um meio daO homem não é só um meio da economia mas sim o seu fim eeconomia mas sim o seu fim e sua razão de sersua razão de ser •O sucesso do crescimento doO sucesso do crescimento do homem está condicionado ehomem está condicionado e condiciona o crescimento dacondiciona o crescimento da naçãonação
  • 26. ““Já é consenso que o desenvolvimento humanoJá é consenso que o desenvolvimento humano deva ser o centro de qualquer outro processo dedeva ser o centro de qualquer outro processo de desenvolvimento e que o desenvolvimentodesenvolvimento e que o desenvolvimento econômico não melhora automaticamente oeconômico não melhora automaticamente o desenvolvimento humano.”desenvolvimento humano.” CONFERÊNCIA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOSCONFERÊNCIA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOS TAILÂNDIA - 1990TAILÂNDIA - 1990
  • 27. Fator culturalFator cultural ““Cultura são todas as manifestações de vida de umCultura são todas as manifestações de vida de um povo, com seu modo de pensar agir e sentir”. Estapovo, com seu modo de pensar agir e sentir”. Esta definição abrangente inclui a língua, as tradições, odefinição abrangente inclui a língua, as tradições, o conhecimento, a ética, a moral de cadaconhecimento, a ética, a moral de cada agrupamento social.agrupamento social.
  • 28. A cultura nomeia o papel e o lugar dos adolescentes nasA cultura nomeia o papel e o lugar dos adolescentes nas diferentes sociedades.diferentes sociedades. A adolescência, que o ocidente inventou, se caracteriza pelaA adolescência, que o ocidente inventou, se caracteriza pela grande duração, indeterminação, grande carga de conflitos egrande duração, indeterminação, grande carga de conflitos e grosseira assincronia entre a maturidade sexual e agrosseira assincronia entre a maturidade sexual e a maturidade social.maturidade social. O adolescente geralmente é julgadoO adolescente geralmente é julgado através dos preconceitos e esteriótiposatravés dos preconceitos e esteriótipos pelos adultos desta cultura que vêempelos adultos desta cultura que vêem os jovens como irresponsáveis.os jovens como irresponsáveis.
  • 29. • ADOLESCÊNCIA • SEXO • DROGAS • ROCK AND ROLL
  • 30. ““Não vejo esperança para o futuro doNão vejo esperança para o futuro do nosso povo se ele depender da frívolanosso povo se ele depender da frívola mocidade de hoje, pois todos os jovens sãomocidade de hoje, pois todos os jovens são indizivelmente frívolos. Quando eu eraindizivelmente frívolos. Quando eu era menino, ensinavam-nos a ser discretos e amenino, ensinavam-nos a ser discretos e a respeitar o mais velhos, mas os moços derespeitar o mais velhos, mas os moços de hoje são excessivamente sabidos e nãohoje são excessivamente sabidos e não toleram restrições.”toleram restrições.” HesíodoHesíodo VIII ªC.VIII ªC.
  • 32. Distribuição do Tempo dos AdolescentesDistribuição do Tempo dos Adolescentes EscolaEscola -- 11.000 horas instrução formal (Ginásio)11.000 horas instrução formal (Ginásio) TVTV -- 15.000 horas assistindo à TV (mesmo período)15.000 horas assistindo à TV (mesmo período) Convívio com paisConvívio com pais -- 12 horas semanais12 horas semanais TVTV -- 23 a 24 horas por semana23 a 24 horas por semana Fonte: Strasburger V, EUA, 1989.Fonte: Strasburger V, EUA, 1989. MÍDIA / ADOLESCÊNCIAMÍDIA / ADOLESCÊNCIA
  • 33. • A imagem pública atual dosA imagem pública atual dos adolescentes não os favorece eadolescentes não os favorece e portanto não é surpresa que a visão doportanto não é surpresa que a visão do público sobre o adolescente seja hostilpúblico sobre o adolescente seja hostil (Garland e Zigler)(Garland e Zigler) • Rewen Feursten “Os jovens vivem noRewen Feursten “Os jovens vivem no mundo sem passado; não tem história emundo sem passado; não tem história e em seu futuro não há projetos de vidaem seu futuro não há projetos de vida
  • 34. O caminho das realizações deve ser sustentado por todos os grupos de referência que constituem a sociedade contemporânea. Na verdade deve-se exortar os jovens a se manterem intocados pelas frustrações dos que percorreram a estrada sem sucesso. Eles não devem resvalar frente aos modelos de não realização que podem estar presentes na vida dos adultos.
  • 36.
  • 37. “Nada se resolve vitimizando ou culpabilizando os adolescentes” A adolescência é uma das fases da vida mais afetada pela violência A violência é a principal causa da mortalidade e morbidade na adolescência Adolescentes não são apenas vítimas mas também autores agentes originais ou intermediários de todas as formas de violência
  • 38. Conceito de violênciaConceito de violência  “A humanização da violência implica em sua elaboração, direcionamento, simbolização, imbricação nos contextos das relações estabelecidas pelo homem, podendo ser favorecida até pelas transformações sócio- culturais.”  A violência é geralmente mostrada como fato terminal isolado sendo esquecida a história individual e ou coletiva que levou a esta resultante, envolvendo desde o plano familiar até o político-social.
  • 39. Conceito de Violência Precisa integrar os seguintes aspectos:  Considerar a violência como realidade e atividade humana  Caracterizar a violência como processo  Fazer a diferenciação entre violência e acidente  Lembrar o contraste paroxal entre o caráter consciente da violência e a baixa consciência social sobre o problema  Não levar em conta apenas critérios estatísticos numéricos  Julgar com muito cuidado critérios que envolvem gravidade  Ter em mente a negligência como forma de violência  Enfocar a adolescência seguindo a visão do binômio risco/vulnerabilidade
  • 40. Causas Externas Dentre as causas de mortalidade na adolescência, destacam-se aquelas denominadas de causas externas, onde os componentes ligados direta ou indiretamente à violência permanecem presentes, violência essa traduzida nas suas várias formas, desde a negligência, a violência psicológica até a auto-violência e os acidentes. Cabe ressaltar que por vezes é muito tênue a linha que pode separar a violência do acidente
  • 41.
  • 42. Violência doméstica - Definição “é uma violência interpessoal e intersubjetiva;  é um abuso do poder disciplinar e coercitivo dos pais ou responsáveis;  é um processo que pode se prolongar por meses até anos;  é um processo de completa objetalização da vítima, reduzindo-a à condição de objeto de maus-tratos;  é uma forma de violação dos direitos essenciais da criança e do adolescente enquanto pessoa sendo, portanto, uma negação de valores humanos fundamentais como a vida, a liberdade, a segurança;  Tem na família sua ecologia privilegiada. Como esta pertence à esfera do privado, a violência doméstica acaba se revestindo da tradicional característica de sigilo”. Azevedo, 1990
  • 43.
  • 44. “O jovem, pela sua própria condição desempenha simultaneamente o papel de vítima e testemunha das atrocidades cometidas pelo adulto contra todas as manifestações de sua experiência Geraldo Semenzato Sociologo
  • 45.
  • 46. Mídia como EducadorMídia como Educador
  • 47.
  • 49.
  • 50.
  • 51. AA DD OO LL EE SS CC ÊÊ NN CC II AA II DD AA DD AA AA II NN CCIITTÉÉ E D U C A Ç Ã O S E X U A LE D U C A Ç Ã O S E X U A L S A Ú D ES A Ú D E
  • 52. Código deCódigo de ÉticaÉtica MédicaMédica Capítulo IX Segredo Médico ... Artigo 103 - É vedado ao médico: Revelar segredo profissional referente a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor tenha capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para solucioná-lo, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente. Publicado no D.O.U. de 26/01/83
  • 53. Privacidade A privacidade é o direito que o adolescente possui independentemente da idade de ser atendido sozinho, em um espaço privado de consulta - Mantida também durante o exame físico - Não é sinônimo de escondido - Sinônimo de crescimento e responsabilidade
  • 54. Confidencialidade Confidencialidade é definida como um acordo entre o profissional de saúde e o cliente, no qual as informações discutidas durante e depois da consulta ou entrevista, não podem ser passadas a seus pais e/ou responsáveis sem a permissão explícita do adolescente. A confidencialidade apoia-se em regras da bioética médica através de princípios morais e de autonomia.
  • 55. SEGREDO MÉDICO • Atividade Sexual • DST • Experimentação de drogas SEGREDO MÉDICO • Gravidez • HIV / AIDS • Drogadição • Recusa a uso de medicamento • Tendência suicida • Tendência homicida
  • 56. Sempre que se fala em privacidade e em confidencialidade se fala em ética, mas não em lei.
  • 57. Estatuto daEstatuto da Criança e doCriança e do AdolescenteAdolescente Lei 8069 13 de julho de 1990
  • 58. “Em 1999 a ONU realizou um processo de revisão do programa (CAIRO + 5) avançando nos direitos dos jovens. Na revisão do documento deixou de ser incluído os direitos dos pais em todas as referencias aos adolescentes garantindo os direitos dos adolescentes à privacidade, sigilo, ao consentimento informado, à educação sexual, inclusive no currículo escolar, à informação e assistência à saúde reprodutiva”.
  • 59. “o respeito da autonomia da criança e do adolescente, o que implica para este último em privacidade e confidencialidade, “faz com que esses indivíduos passem de objeto a sujeito de direito”. Fórum 2002 Adolescência, Contracepção e Ética Unidade de Adolescentes do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas – FMUSP Organização do evento e elaboração do relatório final Maria Ignez Saito & Marta Miranda Leal
  • 60. •O adolescente tem direito à educação sexual, ao acesso de informação sobre contracepção, à confidencialidade e sigilo sobre sua atividade sexual e sobre a prescrição de métodos anticoncepcionais, respeitadas as ressalvas do Art. 103, Código de Ética Médica. O profissional que assim se conduz não fere nenhum preceito ético não devendo temer nenhuma penalidade legal
  • 61. • Em relação ao temor da prescrição de anticoncepcionais para menores de 14 anos (violência presumida de estupro) a presunção de estupro deixa de existir, frente à informação que o profissional possui de sua não ocorrência, devendo ser consideradas todas as medidas cabíveis para melhor proteção da saúde do adolescente (ECA), o que retira qualquer possibilidade de penalidade legal
  • 62. A Educação Sexual deverá contemplar
  • 63. Educação Sexual Cecília Cardinal de Martín Sexualidad Humana - OPAS-OMS, 1990 • Deve ser: – Uma educação mais para o ser do que para o ter e o fazer – Uma educação para formação da auto-consciência e dos valores internos – Uma educação para a troca – Uma educação para o amor – Uma educação para a liberdade – Uma educaçào para a vida passada, presente e futura
  • 64. • É possível acreditar-se que o projeto de vida só termina com a morte • Segundo a visão de Baldivieso e Perotto o homem é estruturalmente um ser inacabado, uma tarefa em aberto que nunca se concluirá, porque por mais que ele tenha realizado, há sempre a possibilidade de maiores realizações • A adolescência é sem dúvida o momento, por excelência, da abertura do grande leque de opções da vida, no qual as fantasias deveram ser abandonadas se estiverem fora da realidade para a execução do projeto, mas nunca os sonhos
  • 65. Criança era outro...Criança era outro... Naquele em que me torneiNaquele em que me tornei Cresci e esqueci.Cresci e esqueci. Tenho de meu, agora,Tenho de meu, agora, um silêncio, uma leium silêncio, uma lei Ganhei ou perdi?Ganhei ou perdi? Fernando PessoaFernando Pessoa