2. ● A representação do tempo
para diferentes culturas ao
longo da história;
● A influência do tempo nas
práticas cotidianas de
diversas culturas.
● Reconhecer como diferentes
culturas têm percebido e
representado o tempo ao
longo da história;
● Compreender como
diferentes culturas lidam com
a passagem do tempo e como
isso influencia suas práticas
cotidianas.
3. Hábitos relacionados ao tempo
Vocês já ouviram falar na siesta? Siesta, sesta ou o
popularmente conhecido “cochilo após o almoço” é
um hábito cultural praticado em diversos países do
mundo há milhares de anos. Alguns dos relatos
mais antigos datam do antigo Império Romano. O
hábito se espalhou por diversos países,
principalmente na Espanha. Em muitos locais onde
ela é praticada, estabelecimentos fecham as portas
durante esse horário. Vocês já fizeram uma siesta
após o almoço?
Virem e conversem
4. O entendimento do que é o tempo e de como ele é medido varia bastante
nas diferentes culturas ao redor do mundo. Várias civilizações
desenvolveram sistemas de medição e práticas culturais únicas
relacionadas ao tempo. Muitas dessas práticas estavam relacionadas a
aspectos religiosos e ao controle da produção de alimentos, entre outras
questões.
O tempo em diferentes culturas
A seguir, vamos conhecer alguns instrumentos de medida do tempo utilizados
no passado e saber como o tempo é trabalhado em diferentes culturas.
5. Ao longo da história, as pessoas têm buscado maneiras de entender e
regular o tempo, seja para marcar eventos importantes, seja para calcular
períodos agrícolas ou, simplesmente, para organizar o dia a dia.
Diferentes culturas e sociedades criaram uma variedade de instrumentos
inovadores para cumprir essa importante tarefa. Do relógio de sol, criado
na Antiguidade, até os relógios dos celulares atuais, esses instrumentos
passaram por grandes evoluções.
Instrumentos de medida do tempo
6. Desenvolvido e utilizado por diversas civilizações da
Antiguidade, o relógio de sol utiliza a posição do Sol
para indicar as horas do dia. Ele consiste em uma
placa plana com uma haste ou um ponteiro que lança
uma sombra na superfície marcada. À medida que o
Sol se move, a sombra muda de comprimento e
direção, permitindo a leitura das horas. Alguns dos
relógios de sol mais antigos foram encontrados na
antiga Babilônia (atual Iraque) e no Egito.
Relógio de sol
7. A clepsidra consiste em um recipiente de água que
se enche ou se esvazia lentamente. Dentro dele,
existem marcas que indicam a passagem do tempo
conforme a água se move de um recipiente para o
outro em uma taxa constante. A clepsidra foi usada
por diversas civilizações antigas para medir o
tempo, incluindo gregos, romanos e chineses.
Clepsidra
8. A ampulheta é um antigo dispositivo de medição
do tempo, composto de dois compartimentos de
vidro conectados por um estreito tubo. Dentro
desse tubo, há uma substância, como areia ou pó,
que flui de um lado para o outro. Ao virarmos a
ampulheta, o material começa a se deslocar
novamente, marcando um intervalo de tempo.
Embora não saibamos a sua origem com exatidão,
ela se popularizou na Idade Média e foi
amplamente utilizada a partir de então.
Ampulheta
9. 1. De acordo com as informações apresentadas anteriormente,
respondam no caderno:
Todo mundo escreve
a) Qual a função dos instrumentos de medida do tempo ao longo
da história?
b) Quais são as semelhanças entre a clepsidra e a ampulheta?
10. a) Qual a função dos instrumentos de medida do tempo ao longo da
história?
Resposta esperada: Ao longo da história, eles serviram como uma forma
de entendermos e regularmos a passagem do tempo, seja para marcar
eventos importantes, calcular períodos agrícolas ou, simplesmente,
para organizar o nosso cotidiano.
b) Quais são as semelhanças entre a clepsidra e a ampulheta?
Resposta esperada: Os dois instrumentos se utilizam de recipientes que
se enchem ou se esvaziam (de água ou areia) de maneira controlada para
medir o tempo.
Correção Todo mundo escreve
11. No Egito Antigo, a compreensão do tempo era
profundamente influenciada por fatores como as
estações do ano, eventos astronômicos e crenças
religiosas. Vamos analisar alguns desses aspectos:
Calendário egípcio: os egípcios desenvolveram um
dos primeiros sistemas de calendário conhecidos.
Seu calendário solar tinha 12 meses de 30 dias,
totalizando 360 dias. Para compensar a diferença em
relação ao ano solar, acrescentavam dias adicionais a
festivais religiosos;
O tempo para os egípcios na Antiguidade
12. Tempo cronológico: os egípcios usavam relógios de sol para acompanhar
as horas durante o dia. Eles eram comuns em templos e outras estruturas
importantes, onde as sombras projetadas indicavam diferentes momentos
do dia;
Astronomia e religião: a observação do céu noturno desempenhava um
papel significativo. Muitos eventos astronômicos estavam ligados a
crenças religiosas, e as posições das estrelas eram usadas para orientação
na construção de templos e pirâmides;
13. Religião: a visão egípcia do
tempo estendia-se para
além da vida terrena. Esse
povo acreditava em uma
vida após a morte, e a
preservação do corpo
(múmias) estava ligada à
crença na vida eterna.
14. Para os gregos antigos, a compreensão do tempo estava relacionada a
crenças religiosas, filosóficas e a atividades cotidianas. Vamos explorar
alguns conceitos fundamentais que os gregos utilizavam para entender o
tempo:
Khrónos e Kairós: duas palavras principais para se referir ao tempo.
“Khrónos” era associado ao tempo cronológico, medido em horas, dias e
anos, enquanto “Kairós” representava o tempo oportuno, ou seja, o período
ideal para a realização de uma determinada atividade, muitas vezes
vinculada a momentos decisivos ou oportunidades únicas;
O tempo para os gregos na Antiguidade
15. Ciclos celestiais: a observação dos astros, como o movimento do Sol e da
Lua, desempenhava um papel vital na medição do tempo. O calendário
lunar era usado para marcar eventos religiosos e festivais;
Política e cotidiano: em Atenas, por exemplo, o tempo era muito
importante para a política. As assembleias e os tribunais operavam a
partir de um calendário específico, e eventos importantes, como festivais
religiosos e competições atléticas, também seguiam o calendário;
16. Religião: os gregos antigos
acreditavam que o controle dos
acontecimentos de suas vidas estaria
nas mãos dos deuses. Um exemplo
disso é retratado na história das
moiras. Elas eram três deusas criadas
para tecer o destino dos humanos e dos
deuses. As moiras fabricavam, teciam e
cortavam os fios que representavam a
vida dos seres humanos e dos deuses
em um tear chamado Roda da Fortuna.
17. A compreensão do tempo para os diversos povos indígenas do Brasil foi, ao
longo do tempo, moldada por aspectos religiosos, fenômenos naturais,
relação com a natureza e, também, pelo contato com outras culturas.
Muitos povos de origem tupi-guarani, por exemplo, desenvolveram ao
longo do tempo calendários baseados nas estações do ano, nos
movimentos das estrelas, além de outros eventos astronômicos. Outros
povos, como os Amondawa, não têm uma percepção definida sobre o
tempo.
O tempo para os povos indígenas do Brasil
18. Os Amondawa são um grupo étnico indígena que habita a região do Alto Rio
Madeira, na Amazônia brasileira, principalmente no estado de Rondônia. Sua
população é pequena e o grupo vivia isolado até o ano de 1986.
Visão do tempo: na década de 2010, os Amondawa chamaram a atenção de
estudiosos e pesquisadores, devido à sua percepção única do tempo. Em
seu idioma nativo (kagwahiva), não há uma palavra específica para
expressar ideias de tempo, como passado, presente, futuro, dias, meses ou
anos. Eles relacionam o tempo a eventos cíclicos, como as estações do ano e
as experiências do cotidiano. Vale ressaltar que, por meio do contato com a
língua portuguesa, muitos Amondawa passaram a adotar as noções de
tempo utilizadas por povos não indígenas.
19. Após ter analisado os textos com seu(sua) professor(a), e lembrando do
que aprendemos na aula de hoje, respondam:
O tempo era compreendido da mesma maneira pelos povos abordados
na aula? Justifique sua resposta.
Todo mundo escreve
20. Correção
O tempo era compreendido da mesma maneira pelos povos abordados na
aula? Justifique sua resposta.
Resposta esperada: Não, pois cada um dos povos citados foi influenciado
por diferentes tradições culturais, religiões e relações com o ambiente
ao redor.
Todo mundo escreve
21. ● Reconhecemos como diferentes culturas
têm percebido e representado o tempo ao
longo da história;
● Compreendemos como diferentes culturas
lidam com a passagem do tempo e como isso
influencia suas práticas cotidianas.
22. Referências
EURODICAS. Siesta na Espanha: entenda o que é e a origem do costume. Eurodicas, 23 abr. 2018.
Disponível em: https://www.eurodicas.com.br/siesta-na-espanha/. Acesso em 27 nov. 2023.
HAUBERT, Laura. Apontamentos sobre a questão do tempo na Grécia: Καιρός, Χρόνος e Αίων. Prometheus,
n. 31, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/prometeus/article/download/10676/9532/34980.
Acesso em: 25 nov. 2023.
ISA. Povos Indígenas no Brasil. Amondawa. Disponível em:
https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Amondawa. Acesso em: 27 nov. 2023.
FLAMARION, Ciro. O Egito Antigo. Coleção Tudo é História, vol. 30. São Paulo: Brasiliense, 1982.
LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência. Trad. Leda Beck;
consultoria e revisão técnica Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. São Paulo: Da Prosa/Fund. Lemann,
2011.
PALMER, Jason. Estudo identifica tribo amazônica que 'não conhece conceito de tempo’. BBC News Brasil,
21 maio 2011. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/05/110521_triboamazonia_tempo_pai. Acesso em: 21
no.2023.
São Paulo (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Coordenadoria Pedagógica – COPED, 2023.
Currículo em Ação.